A ALIMENTAÇÃO DO IDOSO
MANUAL DO FORMANDO
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FICHA TÉCNICA
FICHA TÉCNICA
INTERGERACIONALIDADE,
REDES DE APOIO E PRESTAÇÃO DE
CUIDADOS AO IDOSO DO SÉC. XXI
ENTIDADE PROMOTORA
Santa Casa da Misericórdia de Mértola
EQUIPA TÉCNICA
Santa Casa da Misericórdia de Mértola
IFH - Instituto de Formação para o Desenvolvimento Humano
AUTORIA
Cristina Coelho
GESTÃO E COORDENAÇÃO
Emília Colaço (Santa Casa da Misericórdia de Mértola)
José Silva e Sousa e Cláudia Miguel (IFH)
CONSULTORES
Cristina Coelho
Marta Simões
Ana Assunção
PRODUÇÃO VÍDEO
IFH - Instituto de Formação para o Desenvolvimento Humano
EDIÇÃO
IFH - Instituto de Formação para o Desenvolvimento Humano
MANUAIS TÉCNICOS
“A ALIMENTAÇÃO DO IDOSO”
CONCEPÇÃO
Marta Simões
DESIGN, PRODUÇÃO GRÁFICA, PAGINAÇÃO Produção apoiada pelo Programa Operacional de Emprego, Formação e
E REVISÃO Desenvolvimento Social (POEFDS)
IFH / PSSdesigners
Medida: 4.2. Desenvolvimento e Modernização das Estruturas e Serviços
de Apoio ao Emprego.
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PREFÁCIO
Nos países tidos como mais desenvolvidos assistimos, presentemente, a um fenómeno curioso: o envelhe-
cimento da população idosa.
Como consequência, o sector da prestação de cuidados a idosos sofreu um incremento de actividade, mul-
tiplicando-se os serviços disponibilizados e diversificando-se o tipo de oferta dos mesmos.
A nível nacional é importante apostar no desenvolvimento de redes sociais de apoio, eficazes e eficientes,
em contexto institucional e a nível familiar.
Para que tal se verifique, é através da formação qualificada que se poderão dotar os seus intervenientes,
profissionais ou cuidadores, das competências necessárias para lidar com as problemáticas inerentes ao
aumento da esperança média de vida e à crescente dependência dos nossos idosos, potenciando e facilitan-
do o envolvimento dos familiares na tarefa.
Neste sentido, e tendo já uma vasta experiência neste ramo de actividade, não só em termos formativos
como também na intervenção diária em estruturas de prestação de cuidados, a Santa Casa da Misericórdia
de Mértola propôs-se desenvolver o projecto “INTERGERACIONALIDADE, REDES DE APOIO E
PRESTAÇÃO DE CUIDADOS AO IDOSO DO SÉC. XXI”, constituído por manuais técnicos do formador e
do formando e vídeos sobre a mesma temática a utilizar de forma integrada.
Temas:
• A alimentação do idoso
• Cuidar do idoso com demência
• Animação intergeracional
• Construção de uma rede de cuidados: Intervenção com a família e o meio social do idoso
Pretende-se, como tal, colmatar, as dificuldades que os cuidadores, profissionais de saúde ou familiares, sen-
tem diariamente, potenciando, em última consequência, o atraso da institucionalização dos idosos e con-
tribuindo para o aumento da sua qualidade de vida.
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ÍNDICE
ÍNDICE
5. ASPECTOS PARTICULARES
DA NUTRIÇÃO DO IDOSO PÁG. 47
Objectivos gerais
Cuidados nutricionais em função da doença
Distúrbios alimentares mais frequentes nos
idosos
Síntese
Actividades propostas
Actividades de avaliação
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INTRODUÇÃO
INTRODUÇÃO
“A qualidade de vida dos idosos depende em grandes parte daquilo que bebem e comem.”
(Berger, L., Mailloux-Poirier, D., 1995)
Os hábitos e necessidades alimentares acompanham o desenvolvimento humano, não sendo iguais aos 5 e
aos 50 anos. Um dos papéis do cuidador é orientar os idosos de maneira a que a alimentação seja ajustada
à sua idade e estado de saúde.
A má nutrição, decorrente de um desequilíbrio entre aquilo que o organismo pede e aquilo que é ingerido, é
um quadro extremamente frequente nos idosos. Torna-se portanto essencial que quem cuida esteja atento e
identifique esta situação, de forma a actuar atempadamente.
Com este manual pretende-se que os formandos, cuidadores ou potenciais cuidadores, contactem com as
questões relacionadas com uma alimentação equilibrada e que reconheçam factores de risco, sinais e sin-
tomas de má nutrição, bem como estratégias de actuar nestas situações.
O manual apontará também no sentido de apresentar algumas especificidades de grupos especiais dentro
da terceira idade, como o caso de algumas doenças e distúrbios em particular. Serão também abordadas for-
mas de lidar com estes casos de maneira geral, dando pistas aos formandos para agir.
Aspectos práticos como a preparação de refeições apropriadas com uma divisão de tarefas com os idosos,
cuidados na aquisição, conservação e armazenamento, embora questões triviais que fazem parte do
dia-a-dia, permitem estimular a autonomia e o contributo desta faixa da população, e muitas vezes não lhes
é dada a atenção merecida.
Por fim, pretende-se ainda que este manual seja um ponto de referência em situações como a alimentação
de idosos dependentes, actuação em caso de vómito ou engasgamento, e ainda na alimentação entérica,
muito utilizada no universo geriátrico.
É expectativa deste projecto conferir uma ampla gama de ferramentas aos formandos para poderem actuar
em diversos momentos, contextos e situações no que se refere à alimentação do idoso.
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NOÇÕES BÁSICAS 1
DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO
A ALIMENTAÇÃO DO IDOSO
MANUAL DO FORMANDO
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1 . NOÇÕES BÁSICAS
DE ALIMENTAÇÃO
E NUTRIÇÃo
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1 . NOÇÕES BÁSICAS
DE ALIMENTAÇÃO
E NUTRIÇÃo
QUADRO 1.1 - PORÇÕES DIÁRIAS DOS VÁRIOS GRUPOS ALIMENTARES
Hortícolas
2 chávenas almoçadeiras de hortícolas crus (180g)
1 chávena almoçadeira de hortícolas cozinhados (140g) 3a5 23%
Fruta
1 peça de fruta - tamanho médio (160g) 3a5 20%
Lacticínios
1 chávena almoçadeira de leite (250ml)
1 iogurte líquido ou 1 e 1/2 sólido (200g)
2 fatias finas de queijo (40g)
1/2 queijo fresco - tamanho médio (50g)
1/2 requeijão - tamanho médio (100g) 2a3 18%
Leguminosas
1 colher de sopa de leguminosas secas cruas
(ex: grão de bico, feijão, lentilhas) (25g)
3 colheres de sopa de leguminosas frescas cruas
(ex: favas, ervilhas) (80g)
3 colheres de sopa de leguminosas secas/frescas cozinhadas (80g) 1a2 4%
Gorduras e Óleos
1 colher de sopa de azeite/óleo (10g)
1 colher de chá de banha (10g)
4 colheres de sopa de nata (30ml)
1 colher de sobremesa de manteiga/margarina 1a3 2%
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1 . NOÇÕES BÁSICAS
DE ALIMENTAÇÃO
E NUTRIÇÃo
CEREAIS,
SEUS DERIVADOS E TUBÉRCULOS
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1 . NOÇÕES BÁSICAS
DE ALIMENTAÇÃO
E NUTRIÇÃo
CÁLCIO
É um nutriente essencial na formação e no cresci-
mento dos ossos. Pertence ao grupo dos minerais
que, tal como os oligoelementos, são nutrientes
imprescindíveis para a renovação e conservação
de tecidos e bom funcionamento das células ner-
vosas, intervindo em muitas outras reacções do
organismo. (Nos Textos de aprofundamento temáti-
co, é apresentado um quadro com as característi-
cas dos minerais e oligoelementos, bem como dos
alimentos onde elas podem ser encontradas).
GORDURAS E ÓLEOS
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1 . NOÇÕES BÁSICAS
DE ALIMENTAÇÃO
E NUTRIÇÃo
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1 . NOÇÕES BÁSICAS
DE ALIMENTAÇÃO
E NUTRIÇÃo
Os alimentos proteicos que devem ser consumidos total energético. Nos idosos, que muitas vezes se
são de origem animal. Os ovos, em especial a clara, tornam mais “gulosos”, o consumo de açucares
a carne e o peixe, são os alimentos mais completos (hidratos de carbono de absorção rápida), poderá
e capazes de fornecer a quantidade de aminoácidos ser permitido caso não exista diabetes, a quanti-
essenciais adequada às necessidades dos idosos dade deverá rondar 20 a 30g/d (chá, leite ou bis-
(Saldanha, 2001). coitos).
HIDRATOS DE CARBONO
Energia 35Kcal/kg/d
Ómega-6 7,5g
Ómega-3 1,5g
Fibras 20 a 25 g /d
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1 . NOÇÕES BÁSICAS
DE ALIMENTAÇÃO
E NUTRIÇÃo
VITAMINAS NECESSIDADE
DE HIDRATAÇÃO DO IDOSO
De uma maneira geral na população idosa encon-
tram-se frequentemente em défice as vitaminas B1, Existe, nos idosos, um risco importante de
B2, B6, C e D. Os motivos desta carência prendem- desidratação, que pode constituir um quadro grave
-se muitas vezes com o facto de os idosos uti- e frequente nesta população. As necessidades de
lizarem técnicas de cozedura inadequadas ou por hidratação são superiores nesta faixa etária, porque
escolherem alimentos pobres neste nutriente. As o organismo sofre uma redução acentuada da
principais consequências são a anorexia (falta de massa hídrica (quantidade de água no organismo).
apetite), perturbação da memória, depressividade, Por exemplo, enquanto que num adulto de 30 anos,
insuficiência imunitária e osteoporose. Muitas vezes com 70kg, a massa hídrica é de 41 litros, num adul-
são fornecidos suplementos no caso de uma neces- to com 70 anos e o mesmo peso é reduzida para 35
sidade específica de vitamina, sendo também acon- litros. Outro factor que aumenta a necessidade
selhado um reforço em termos de ingestão de deter- hidratação planeada é a atenuação da sensação de
minados alimentos. sede, o que faz com que, mesmo necessitando de
água, o organismo perca a capacidade para se
auto-regular com eficácia. Situações demenciais ou
MINERAIS E OLIGOELEMENTOS limitações físicas podem fazer com que o acesso
aos líquidos seja dificultado, impossibilitando o
Na população idosa, o mineral que mais frequente- idoso de se deslocar ou de os pedir. O envelheci-
mente se encontra em falta é o cálcio, o que leva, mento dos rins diminui a capacidade de concen-
em conjunto com outros factores, à perda de massa tração da urina, o que faz com que, mesmo em pri-
óssea e, consequentemente, à osteoporose. Por vação o organismo continue a eliminar líquidos da
este motivo recomendável a ingestão de 1g/d, o que mesma forma, não acautelando uma situação de
equivale a cerca de 1 litro de leite por dia (Vieira, desidratação.
2001).
O fornecimento de água é feito, para além da conti-
A necessidade de uma administração suplementar da nos alimentos ingeridos (1l/dia), e da oxidação
de magnésio no idoso deve-se à diminuição da destes (300ml/dia), através da bebida. Logo uma
absorção intestinal. O recurso ao suplemento é alimentação insuficiente e pobre compromete tam-
recomendado principalmente em situações de bém o nível de hidratação do indivíduo (Ferry & Alix,
stress, a indivíduos submetidos a medicação 2004).
específica e que consumam grandes quantidades
de álcool (Ferry & Alix, 2004). A desidratação ocorre quando a perda se torna
superiores à entrada de líquidos. As principais per-
O zinco é um oligoelemento que surge em défice na das são feitas através:
população idosa, principalmente em idosos interna- - da sudação, cerca de 500ml em situações normais
dos em lares, pelo que é recomendada a ingestão (aumenta substancialmente no caso de haver
de cereais pouco polidos e pelo menos uma febre);
refeição semanal que inclua bivalves. Também - da respiração, cerca de 500ml num dia, (aumenta
pode ser ponderado um suplemento de zinco, no caso de haver por exemplo dispneia ou venti-
nomeadamente em doentes que apresentem lação mecânica);
escaras (úlceras de decúbito), ou outras pertur- - da urina, o volume deve rondar os 500ml, embora
bações da cicatrização bem como para casos de ali- difira consoante os líquidos consumidos e da me-
mentação artificial (Saldanha, 2001). dicação;
- do aparelho digestivo, pela boca no caso de haver
Escaras ou úlceras de decúbito são lesões produzi- vómito ou pelo ânus através das fezes. (Ruipérez &
das na pele em partes moles, quando se mantêm Llorente, 1998).
comprimidas durante tempo prolongado, entre uma
proeminência óssea e uma superfície dura. É necessário estar atento a todos estes mecanis-
mos, para poder prevenir. No capitulo 7 “Preparar a
família e as instituições para prestar apoio na ali-
mentação do idoso”, são indicados sintomas da
desidratação bem como quais as formas de a pre-
venir
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1 . NOÇÕES BÁSICAS
DE ALIMENTAÇÃO
E NUTRIÇÃo
SÍNTESE
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1 . NOÇÕES BÁSICAS
DE ALIMENTAÇÃO
E NUTRIÇÃo
ACTIVIDADES
ACTIVIDADES PROPOSTAS
1. Utilizando como base de trabalho a última refeição completa que tomou (jantar ou almoço), descreva
os alimentos que dela constaram e identifique qual o grupo alimentar a que cada um pertence. Verifique
se os grupos se encontram na proporção aconselhada na Roda dos Alimentos.
ACTIVIDADES DE AVALIAÇÃO
5. Classifique como verdadeiras ou falsas as seguintes afirmações e justifique cada uma delas:
5.1. Um idoso com febre necessita da mesma quantidade de água que um idoso “saudável”.
5.3. Um idoso com uma ferida que dificilmente cicatriza pode beneficiar comendo iscas, e amêijoas.
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MÁ NUTRIÇÃO: 2
CAUSAS, SINTOMAS, CONSEQUÊNCIAS E AVALIAÇÃO
A ALIMENTAÇÃO DO IDOSO
MANUAL DO FORMANDO
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SINTOMAS, CONSEQUÊNCIAS
2 . MÁ NUTRIÇÃO: CAUSAS,
E AVALIAÇÃO
MÁ NUTRIÇÃO:
CAUSAS, SINTOMAS, CONSEQUÊNCIAS E AVALIAÇÃO
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SINTOMAS, CONSEQUÊNCIAS
2 . MÁ NUTRIÇÃO: CAUSAS,
E AVALIAÇÃO
No caso dos idosos viverem sozinhos é necessário
ter também em conta o sexo e o estado civil.
Culturalmente, as mulheres dominam a culinária e
muitos homens nunca tiveram contacto com a
preparação da refeição, logo, no caso de impossi-
bilidade da companheira ou do seu falecimento, a
alimentação vai ficar comprometida, caso a rede de
apoio não intervenha.
Problemas na Deglutição
Aparecem sobretudo em doenças que se associam
à idade: acidentes vasculares cerebrais, fases ter-
minais de doenças como o Parkinson e outras
demências. É comum ver alguns idosos com
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SINTOMAS, CONSEQUÊNCIAS
2 . MÁ NUTRIÇÃO: CAUSAS,
E AVALIAÇÃO
MÁ NUTRIÇÃO:
CAUSAS, SINTOMAS, CONSEQUÊNCIAS E AVALIAÇÃO
MÁ NUTRIÇÃO
Desajuste entre as necessidades do indivíduo e os
nutrientes ingeridos (quantitativamente e qualitati-
vamente), o que traz diversas consequências, tor-
nando-o mais vulnerável.
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SINTOMAS, CONSEQUÊNCIAS
2 . MÁ NUTRIÇÃO: CAUSAS,
E AVALIAÇÃO
A MÁ NUTRIÇÃO: FACTORES DE
RISCO E SINAIS DE ALERTA
Quando existe má nutrição surgem sinais e factores No Quadro 2.2 estão presentes alguns sinais que
de risco que evidenciam as carências nutritivas, podem ser observados e que ao serem detectados
quer qualitativamente, quer em termos de quanti- pelo cuidado, estes pode encaminhar para o médi-
dade. Antes do aparecimento de qualquer sintoma co assistente, afim de avaliar a situação. O despiste
ou sinal físico é importante olhar para o indivíduo e da má nutrição pode evitar complicações de saúde
para o contexto onde se insere, para analisar o graves se a intervenção for atempada.
risco ao qual está sujeito.
5. Dietas
8. Obstipação
SINTOMAS, CONSEQUÊNCIAS
2 . MÁ NUTRIÇÃO: CAUSAS,
E AVALIAÇÃO
MÁ NUTRIÇÃO:
CAUSAS, SINTOMAS, CONSEQUÊNCIAS E AVALIAÇÃO
OSTEOPOROSE
Associação patológica de uma diminuição da densi-
dade mineral óssea com uma desorganização da
arquitectura óssea.
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SINTOMAS, CONSEQUÊNCIAS
2 . MÁ NUTRIÇÃO: CAUSAS,
E AVALIAÇÃO
QUADRO 2.3 - CONSEQUÊNCIAS DA MÁ NUTRIÇÃO AO NÍVEL DE OUTRAS
NECESSIDADES VITAIS E ACTIVIDADES DA VIDA DIÁRIA (AVD)
Dormir e repousar Perturbações dos hábitos de sono, associados à dor, secundária a hábitos alimen-
tares incorrectos (como por exemplo a osteoporose).
Vestir e despir Incapacidade de se vestir devido a obesidade ou emagrecimento.
Manter a temperatura do corpo Hipertermia (aumento da temperatura) devido a um consumo insuficiente de líquidos
dentro dos limites normais
Estar limpo e cuidado Potencial compromisso da integridade da pele devido à sua secura. Compromisso
da mucosa oral devido a higiene deficiente e estomatite.
Evitar os perigos Risco de acidente associado a deficit sensorial e a uma fraqueza provocada pela
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SINTOMAS, CONSEQUÊNCIAS
2 . MÁ NUTRIÇÃO: CAUSAS,
E AVALIAÇÃO
MÁ NUTRIÇÃO:
CAUSAS, SINTOMAS, CONSEQUÊNCIAS E AVALIAÇÃO
HISTÓRIA DIETÉTICA
MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS
E PARÂMETROS BIOQUÍMICOS
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SINTOMAS, CONSEQUÊNCIAS
2 . MÁ NUTRIÇÃO: CAUSAS,
E AVALIAÇÃO
QUADRO 2.5 - QUESTIONÁRIO DE AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL
(QAEN)
Responda à primeira parte do questionário, indicando a pontuação adequada para cada questão. Adicione os pesos
da parte Despistagem - se o resultado for igual ou inferior a 11, complete o questionário para obter a apreciação pre-
cisa do estado nutricional.
A. O doente apresenta perda de apetite? Comeu menos J. Quantas refeições (de verdade) toma o doente por dia?
nos últimos 3 meses, por falta de apetite, problemas 0 - 1 Refeição
digestivos, dificuldades de mastigação ou de deglutição? 1 - 2 Refeições
0 - Anorexia Grave 2 - 3 Refeições
1 - Anorexia Moderada
2 - Não há anorexia K. Consome:
0 - Lacticínios, pelo menos uma vez por dia?
B. Perda recente de peso (inferior a 3 meses). 1 - Lacticínios, pelo menos uma vez ou duas por
0 - Perda de peso > a 3kg semana?
1 - Não sabe 2 - Diariamente, carne, peixe ou carne de
2 - Perda de peso entre 1 e 3 kg aviário?
3 - Não há perda de peso Sim Não
0 = se 0 sim
C. Motricidade 0,5 = se 1 sim
0 - Da cama para o sofá 1 = se 2 sim
1 - Autonomia no interior
2 - Sai de casa L. Consome, pelo menos duas vezes por dia fruta ou
legumes?
D. Doença Aguda ou stress Psicológico nos três últimos 0 - Sim
meses? 2 - Não
0 - Sim
2 - Não M. Quantos copos de bebidas bebe por dia? (água, sumo,
café, chá, leite, vinho, cerveja,...)
E. Problemas Neuropsicológicos 0 = menos de 3 copos
0 - Demência ou depressão grave 0,5 = 3 a 5 copos
1 - Demência ou depressão moderada 1= mais de 5 copos .
2 - Não há problemas psicológicos
N. Forma de se alimentar
F. Índice de Massa Corporal (Imc=peso/(altura)2, em kg/m2 0 = Necessita de assistência
0 - IMC < 19 1 = Alimenta-se sozinho com dificuldade
1 - 19 ≤ IMC <21 2 = Alimenta-se sozinho sem dificuldade
2 - 21≤IMC < 23
3 - 23≤IMC O. O doente considera-se bem alimentado?
0 = Má nutrição grave
1 = Não sabe, ou má nutrição moderada
Pontuação de Despistagem 2 = Sem problemas de nutrição
(sub total máximo: 14 pontos)
P. O doente considera-se mais ou menos saudável que
12 ou superior: normal, não é necessário continuar a maior parte das pessoas da sua idade?
com a avaliação. 0 = menos saudável
11 ou inferior: possibilidade de má nutrição, continue a 0,5 = não sabe
avaliação. 1 = tão saudável
2 = mais saudável .
SINTOMAS, CONSEQUÊNCIAS
2 . MÁ NUTRIÇÃO: CAUSAS,
E AVALIAÇÃO
SÍNTESE
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SINTOMAS, CONSEQUÊNCIAS
2 . MÁ NUTRIÇÃO: CAUSAS,
E AVALIAÇÃO
ACTIVIDADES
ACTIVIDADES PROPOSTAS
1. Aplique a escala de avaliação do estado nutricional a si próprio e verifique qual pontuação que obtém.
Analise o resultado e, no caso de obter uma pontuação inferior a 23,5 , identifique quais as alterações
que poderá efectuar na sua alimentação, de forma a melhorar o estado.
ACTIVIDADES DE AVALIAÇÃO
1.1. Para avaliar a situação seria necessário mais do que este pequeno texto. No entanto com as
informações disponíveis, considera que este idoso está em risco de má nutrição?
1.4. Indique duas consequências possíveis que podem advir desta situação.
3. A má nutrição pode afectar as actividades de vida diária? Se sim, indique três exemplos.
4.1. Um idoso pode piorar a sua memória devido a uma alimentação desequilibrada.
4.2. Duas refeições por dia são suficientes para suprir as necessidades nutricionais dos idosos.
4.3. Os idosos, com a idade, perdem o olfacto e o gosto e por isso não vale a pena temperar os cozi-
nhados.
4.4. A pele áspera e seca, bem como os cabelos baços e com queda frequente, podem significar má
nutrição.
4.5. A osteoporose é uma doença que nos idosos não está relacionada com a alimentação.
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ALIMENTAÇÃO ENTÉRICA 3
A ALIMENTAÇÃO DO IDOSO
MANUAL DO FORMANDO
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3 . ALIMENTAÇÃO
ENTÉRICA
ALIMENTAÇÃO ENTÉRICA
3 . ALIMENTAÇÃO
ENTÉRICA
O idoso pode ser alimentado de forma enteral e intolerância digestiva e a broncoaspiração. A
manter-se no domicílio. Se houver condições físi- primeira manifesta-se com vómitos ou diarreia e
cas e cuidadores responsáveis com capacidade pode acontecer devido a uma alimentação inade-
para aprender os procedimentos, esta é uma mais- quada ou a uma administração demasiado rápida.
-valia pois evita a hospitalização e permite melhor Quanto à broncoaspiração, pode ocorrer devido à
qualidade de vida. Mas nem sempre esta solução é incapacidade para controlar os esfíncteres do
pacífica, pois para além da decisão médica é esófago, o que faz com que, quando há refluxo
necessário conversar com a família e prepará-la entre a sonda e o esófago, o liquido não seja trava-
para a situação. Outras vantagens da adminis- do por nenhuma válvula, passando para os brôn-
tração entérica são: a possibilidade de serem quios e dando origem a uma pneumonia por aspi-
administrados medicamentos directamente, o baixo ração. Esta é uma situação frequente nos idosos,
risco de infecção e o facto de não ser necessário o que pode ocorrer também quando a sonda se
idoso estar acamado. desloca do seu trajecto.
3 . ALIMENTAÇÃO
ENTÉRICA
ALIMENTAÇÃO ENTÉRICA
FICHA DE PROCEDIMENTO Nº 1
COLOCAÇÃO DA SONDA NASOGRÁSTICA
PREPARAÇÃO DO DOENTE
Deve estar semi sentado;
Retirar a próteses dentárias;
Limpar o nariz;
Esclarecer o procedimento e técnica que vai ser utilizada e pedir, se as condições do o idoso o permitirem, colaboração.
PROCEDIMENTO
CUIDADOS ESPECÍFICOS
- Estar atento a sinais como tosse, cianose ou dificuldade respiratória. Estes podem significar que as vias respiratórias
estão a ser invadidas. Neste caso a sonda deve ser retirada imediatamente;
- Quando for necessário retirar a sonda nasogástrica deve ser introduzido um pouco de ar para a descolar da mucosa;
- O adesivo que fixa a sonda ao nariz, não deve ser adesivo de tecido, uma vez que este facilita o aparecimento de
lesões. Devem ser utilizados os adesivos próprios para a pele.
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3 . ALIMENTAÇÃO
ENTÉRICA
FICHA DE PROCEDIMENTO Nº 2
ADMINISTRAÇÃO DA ALIMENTAÇÃO ENTÉRICA
PREPARAÇÃO DO DOENTE
- Colocar o idoso numa posição de sentando ou semi-sentado (caso não seja possível deitado de lado), antes e depois
da administração. Este é um aspecto muito importante pois, na posição de decúbito (deitado), é possível haver refluxo,
o que aumenta a probabilidade de regurgitação (retorno do bolo alimentar à boca) e consequente aspiração brônquica
(entrada de conteúdo gástrico para os brônquios);
- Assegurar que o estômago está vazio para prevenir situações de enchimento exagerado. Para isso deverá ser reti-
rado conteúdo gástrico com a seringa.
PROCEDIMENTO
CUIDADOS ESPECÍFICOS
Higiene e Segurança
- Assegurar que o ambiente que rodeia o idoso está em perfeitas condições de higiene e ter atenção para que o mate-
rial não entre em contacto com superfícies sujas;
- Lavar e secar as mãos antes e depois do manuseamento da sonda;
- No caso da sonda nasogástrica, fazer a higiene das fossas nasais com cotonete embebido em soro fisiológico e
hidratar com vaselina;
- No caso da gastrostomia, limpar o ponto de penetração cuidadosamente;
- Garantir que a cavidade bucal e a faringe estão desimpedidas;
- Manter bem limpa a extremidade da sonda;
- Conservar a sonda lavada e permeável, sendo para isso necessário administrar 50ml de água no final de cada
administração;
Vigilância e Manutenção
- Verificar se está bem colocada (se a marca está no local apropriado) periodicamente;
- Mudar o adesivo de fixação da sonda de 24 em 24 horas, para evitar que a sonda se solte e que possam aparecer
feridas;
- Mobilizar a sonda (24 em 24 horas), mudando o ponto de apoio para prevenir o aparecimento de úlceras de pressão;
- Ter atenção à duração do material, embora dependa do fabricante, em muitos casos as seringas, por exemplo, só
devem ser utilizadas por 24 horas.
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3 . ALIMENTAÇÃO
ENTÉRICA
ALIMENTAÇÃO ENTÉRICA
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3 . ALIMENTAÇÃO
ENTÉRICA
SÍNTESE
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3 . ALIMENTAÇÃO
ENTÉRICA
ACTIVIDADES
ACTIVIDADES PROPOSTAS
1. Elabore um plano diário de cuidados a prestar a idosos alimentados por sonda (nasogástrica ou gas-
trostomia) para aplicar numa enfermaria de um lar. É importante que contenha: cuidados de higiene e
manutenção ao longo do dia, administração da alimentação e preparação da refeição.
ACTIVIDADES DE AVALIAÇÃO
3. Imagine que tem um idoso a seu cargo com sonda nasogástrica. Que cuidados de higiene,
manutenção e vigilância deve ter?
4.1. Não se podem administrar preparados artesanais (caldos, papas liquidas) através da cânula da
gastrostomia.
4.2. O idoso deve permanecer deitado de barriga para cima enquanto é feita a alimentação por
sonda, para que o alimento se possa espalhar bem no estômago.
4.3. A colocação da sonda nasogástrica deve ser feita exclusivamente por médicos ou enfermeiros.
4.4. O idoso que está sujeito a alimentação entérica não pode “comer” (através da via oral) sequer
uma bolacha.
4.5. Para além da água introduzida nas sondas para fazer a lavagem é necessário administrar cerca
de 1,5 l de água diariamente.
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A NUTRIÇÃO DO IDOSO: 4
ASPECTOS SOCIAIS E DIETAS ADEQUADAS
A ALIMENTAÇÃO DO IDOSO
MANUAL DO FORMANDO
4
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4 . A NUTRIÇÃO DO IDOSO:
ASPECTOS SOCIAIS
E DIETA ADEQUADA
A NUTRIÇÃO DO IDOSO:
ASPECTOS SOCIAIS E DIETA ADEQUADA
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4 . A NUTRIÇÃO DO IDOSO:
ASPECTOS SOCIAIS
E DIETA ADEQUADA
AS DIETAS ADEQUADAS:
ELABORAÇÃO DE EMENTAS
PREPARAÇÃO DA EMENTA
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4 . A NUTRIÇÃO DO IDOSO:
ASPECTOS SOCIAIS
E DIETA ADEQUADA
A NUTRIÇÃO DO IDOSO:
ASPECTOS SOCIAIS E DIETA ADEQUADA
A realização de sessões ao nível da animação critério da equipa que a organiza. Não são apon-
social, em que participem a nutricionista e o cozi- tadas as quantidades, aparecendo a designação
nheiro são uma forma de abordar o tema. É um que o cozinheiro dá e em alguns casos torna-se
espaço onde se podem trocar impressões sobre a pertinente colocar uma breve explicação para que
qualidade dos serviços prestados pela cozinha, as saibam o que se vai comer.
escolhas mais saudáveis, e os hábitos culturais,
Depois de haver uma pesquisa dos hábitos e pre-
constituindo uma mais valia e um veículo para a
ferências alimentares, existem outros aspectos
satisfação de todos. Outras actividades como jogos
importantes a ter em conta para elaborar as emen-
relacionados com os alimentos e nutrientes, exercí-
tas. No quadro 4.1 são apresentados alguns deles.
cios que envolvam o paladar, o olfacto e ateliers de
cozinha em que são realizadas receitas sugeridas As refeições principais devem incluir sopa, prato e
pelos utentes, e preparadas por eles também sobremesa e é assim que devem constar nas emen-
podem ser desenvolvidas. tas, cuja estrutura e constituição deve seguir algu-
mas directivas para que se possam adequar às
necessidades dos idosos a quem se destinam:
ESTRUTURA E CONSTITUIÇÃO DAS EMENTAS
• Haver alternância diária entre o peixe e carne, ao
almoço e ao jantar (se ao almoço é carne, ao jantar
Por dia, os idosos devem fazer 5 a 6 refeições:
deve ser preferido o peixe).
pequeno-almoço, almoço, lanche, jantar e ceia.
Esta organização depende da hora de levantar e de • O peixe deve ser preferencialmente consumido ao
comer. Pode acontecer que, se a hora de levantar jantar;
for às 7.00 horas e a hora de almoço às 13.00, a
• A carne não deve ser em excesso, recaindo as
meio da manhã deva ser feito um pequeno lanche.
escolhas sobre as magras (peru, coelho, frango),
removendo-se a gordura visível (dentro do possível);
Diárias, semanais, ou por períodos de tempo mais
longos, são vários os formatos em que podem • Não existem restrições ao nível do tipo de peixe.
aparecer e geralmente apenas constam as No entanto, é necessário estar atento, principal-
refeições principais (almoços e jantares), indicando mente nos casos em que os seniores estão no
os pratos que vão ser apresentados. É frequente os domicílio, porque na sua preparação (grelhado,
lanches e a ceia não constarem, no entanto, fica ao assado) tendem a salgá-lo em demasia.
casos é também salvaguardada a hipótese de, se alguém não gostar ou não lhe apetecer, poder pedir outra coisa;
As comidas devem ser ricas em nutrientes e atractivas (bem apresentadas e a uma temperatura adequada);
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4 . A NUTRIÇÃO DO IDOSO:
ASPECTOS SOCIAIS
E DIETA ADEQUADA
• A carne e o peixe podem ser substituídos pelos
ovos algumas vezes;
• Os acompanhamentos devem ser alternados, evi-
tando a repetição de arroz, batata e massa ao longo
do dia (incluindo na sobremesa);
• As leguminosas devem ser utilizadas preferencial-
mente na sopa (feijão, grão, ervilhas, favas), no
entanto, podem ser consumidos enquanto acom-
panhamentos sob a forma tradicional, cozinhados
com receitas saborosas e que podem ser do agrado
dos seniores (ovos com ervilhas);
• É preferível escolher legumes da época;
• As saladas ou legumes são indispensáveis em
todas as refeições;
• As sopas devem ser de legumes e o mais variadas
possível, tentando ir ao encontro dos gostos e das
tradições;
• A gordura de eleição é o azeite, tanto para a con-
fecção dos alimentos, como para adição no prato;
• Na sobremesa privilegia-se a fruta crua, o mais
variada possível, que em alguns casos pode ser
cozida ou assada;
• A sobremesa doce está limitada a três vezes por
semana, prefererindo-se as lácteas (leite-creme,
arroz-doce, pudim, aletria) ou a gelatina;
• O consumo dos produtos lácteos deve ser feito
com a periodicidade de duas a três vezes por dia
sob a forma de leite, queijo, iogurte, doces de colher
e outro tipo de preparados;
• Dos tipos de confecção e de preparação dos ali-
mentos são preferidos: os cozidos e estufados em
cru, bem como grelhados e assados (no capitulo 6
serão abordados);
• Os fritos devem ser consumidos esporadicamente
e preferencialmente ao almoço;
• Variar a escolha da forma de confecção (por
exemplo não confeccionando fritos para o almoço e
para o jantar);
• Ter atenção ao tipo de associação de alimentos
(por exemplo, panados com batata frita);
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4 . A NUTRIÇÃO DO IDOSO:
ASPECTOS SOCIAIS
E DIETA ADEQUADA
A NUTRIÇÃO DO IDOSO:
ASPECTOS SOCIAIS E DIETA ADEQUADA
EMENTA SEMANAL
2ª Feira Almoço Jantar
Sopa Lombardo Saloia
Prato Carne de porco assada à Padeiro Peixe-espada grelhado
com nabiça salteada com arroz de legumes
Sobremesa Fruta da época Gelatina de Morango
Dieta Pescada cozida com batata e cenoura Febras Grelhadas com arroz branco
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4 . A NUTRIÇÃO DO IDOSO:
ASPECTOS SOCIAIS
E DIETA ADEQUADA
Para avaliar qualitativamente as ementas criadas,
tendo em conta o critério do equilíbrio alimentar, é
possível atribuir um sistema de cores a diferentes
grupos de alimentos, o que facilita a visualização e
permite uma análise rápida. Assim:
• Produtos lácteos: azul
• Carne, peixe e ovos: vermelho
• Frutas e legumes crus: verde claro
• Frutas e legumes cozidos: verde escuro
• Gorduras: amarelo
• Hidratos de carbono: castanho
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4 . A NUTRIÇÃO DO IDOSO:
ASPECTOS SOCIAIS
E DIETA ADEQUADA
SÍNTESE
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4 . A NUTRIÇÃO DO IDOSO:
ASPECTOS SOCIAIS
E DIETA ADEQUADA
ACTIVIDADES
ACTIVIDADES PROPOSTAS
1. Construa para si próprio uma ementa semanal, seguindo as indicações dadas para a sua elaboração.
Teste-a e analise no final da semana, o que possa ter corrido mal e o que mudaria.
ACTIVIDADES DE AVALIAÇÃO
3. Quais as fases/passos que devem ser seguidos para elaborar uma ementa e quais os intervenientes
envolvidos?
5.1. Os idosos devem comer canja dia sim, dia não. A canja é um prato rico e apropriado para “debilitados”.
5.2. O almoço da Casa de Descanso, é arroz de frango e o que está previsto na ementa para o jan-
tar é empadão de arroz. Esta é a forma mais correcta de elaborar a ementa pois é uma questão de
aproveitamento, e assim os idosos não comem arroz de frango requentado.
5.4. Os idosos devem comer exclusivamente alimentos cozidos, pois é o mais fácil de mastigar.
5.5. Os idosos não devem comer, sopa, prato, e sobremesa/fruta pois é demasiada comida. É prefe-
rível que comam um pouco mais de prato principal e evitem ou a sopa ou a sobremesa/fruta.
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ASPECTOS PARTICULARES 5
DA NUTRIÇÃO DO IDOSO
A ALIMENTAÇÃO DO IDOSO
MANUAL DO FORMANDO
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NUTRIÇÃO DO IDOSO
PARTICULARES DA
5 . ASPECTOS
DIABETES
Algumas indicações:
• Fazer 6 refeições por dia (pequeno-almoço,
lanche matinal, almoço, lanche, jantar e ceia), pre-
ferencialmente, ligeiras, mas completas. O doente
não deve ficar mais de 2 a 3 hora sem comer
durante o dia e, à noite, cerca de 8 horas. Ao ali-
mentar-se com regularidade previne situações de
aumento brusco da glicemia, uma vez que o aporte
de glicose é pouco de cada vez.
• A ingestão de hidratos de carbono não deve ser
inferior a 180g/dia.
• Preferir os hidratos de carbono de absorção lenta:
alguns deles são ricos em fibra e com baixíssimos
teores de gordura, sendo por isso indicados para a
alimentação diária do diabético.
• Os hidratos de carbono de absorção rápida (açú-
car, doces, refrigerantes, mel, compotas, frutas
cristalizadas, passas) são reservados apenas para-
dias de festa, sempre em quantidades muito reduzi-
das.
• O consumo de frutas e hortícolas é indispensável
para o equilíbrio alimentar e reveste-se de particu-
lar importância no diabético. As fibras ingeridas
retardam a absorção dos açúcares, evitando a
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NUTRIÇÃO DO IDOSO
PARTICULARES DA
5 . ASPECTOS
hiperglicémia. Relativamente à fruta são indicadas 3 panhar estas situações de forma a não “proibir”,
peças por dia, tendo em atenção o seu potencial mas sim a explicar a importância de equilibrar as
calórico. quantidades e diversificar o tipo de alimentos.
• As gorduras em excesso podem aumentar os Importa referir que o idoso não deve ser forçado a
níveis de glicemia, pelo que é aconselhado mode- uma dieta demasiado restritiva pois, do ponto de
rar o consumo de fritos, canjas e outros caldos gor- vista psicológico, pode conduzi-lo a situações de
dos e racionalizar o de queijos gordos, carne gorda, anorexia, ou recusa alimentar.
enchidos, manteiga, natas.
• O azeite é a gordura de eleição;
• As necessidades proteicas são idênticas, indican- OUTRAS DOENÇAS E SINTOMAS
do-se as proteínas de origem animal e vegetal;
• O consumo de sal é permitido, embora em quanti- O quadro 5.1 resume alguns cuidados alimentares
dades moderadas, salvo indicação em contrário; em função das doenças que mais frequentemente
• Ingerir cerca de 1,5l de água por dia; afectam os idosos, para além da diabetes, e para as
• Os substitutos do açúcar (aspartame, sacarina e quais pode haver benefício em alterar os hábitos ali-
outros) podem ser utilizados pelos diabéticos, visto mentares.
que o seu teor calórico é praticamente nulo. Alguns
alimentos com denominação light contêm estes A diarreia é um sintoma que surge com alguma fre-
adoçantes e devem ser preferidos por estes doentes, quência, pelo que é necessário actuar e tomar
embora sempre consumidos com moderação. medidas do ponto de vista alimentar. A ingestão de
líquidos (agua ou chá fraco) é fundamental para evi-
Todas estas alterações aos hábitos alimentares, tar os riscos de desidratação. Os alimentos
são potenciais desencadeantes de quadros depres- recomendados são: torradas (sem manteiga), água
sivos. É essencial um cuidado acrescido ao acom- com farinha, cenoura e arroz cozido em caldo.
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NUTRIÇÃO DO IDOSO
PARTICULARES DA
5 . ASPECTOS
Pratos doces Pudins; arroz doce; leite-creme; fatias douradas; gelados de leite (caseiros de preferência);
enriquecidos batidos de leite.
Alimentos que Ovos; fiambre; leite; leite em pó; queijo ralado; carne picada, salsicha; pão; pós de proteínas;
enriquecem proteínas; pós energéticos.
os preparados
alimentares
Produtos alimentares Cremes, caldos, batidos, sumos de fruta natural; produtos geralmente utilizados para
ricos em proteínas crianças (papas, boiões de fruta com liete, sobremesas, iogurtes enriquecidos);
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NUTRIÇÃO DO IDOSO
PARTICULARES DA
5 . ASPECTOS
RECUSA DE ALIMENTOS
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NUTRIÇÃO DO IDOSO
PARTICULARES DA
5 . ASPECTOS
Ansiedade após Voltar a tentar, mantendo a calma. Caso o doente esteja a ficar desorganizado, desistir e
insistência para voltar mais tarde a tentar com outros alimentos.
alimentação
Lentidão a comer Manter a calma e paciência e providenciar um prato térmico, para que a comida não arrefeça.
Olhar para a comida Encorajar o doente a comer, verificando se há qualquer elemento distractor que o impeça
sem comer de se concentrar.
Boca seca Oferecer líquidos para beber, água, sumos ou leite. Dar pequenos cubos de gelo, ou gelados,
e/ou com aftas para que os idosos mantenham a boca molhada. A ingestão de alimentos crus, ou com bas-
tante molho, de caldos e sopas, ajuda na hidratação e evita a boca seca.
Dificuldade Nestes casos é necessário verificar o estado da boca (gengivas e dentes) e adaptar a
em mastigar consistência dos alimentos às suas capacidades.
Náuseas e vómitos Evitar as comidas demasiado condimentadas, fritos, gorduras e alimentos com um cheiro
forte. Propor ao idoso que se alimente com pequenas quantidades, não enchendo dema-
siado o estômago.
Recusa da carne Substituí-la por alimentos ricos em proteínas à base de leite e derivados, e ovos (pudins,
iogurtes, soufllés).
Engasgamento Em alguns idosos existe a propensão para se engasgarem e é importante como medida de
precaução tornar mais cremosos os líquidos que ingerem. Adicionando gelatina, “Maizena”,
ou pós espessantes, a consistência modifica-se e diminui a probabilidade de engasgamento.
Também as compotas e os batidos podem substituir os sumos, assim como o iogurte substitui
o leite.
Não segurar Existem opções de talheres e utensílios adaptados para o idoso, com limitações de várias
os talheres ordens;
Não abrir a boca Em algumas patologias, nomeadamente a demência, pode acontecer que o doente não
abra a boca. Nestes casos, tocar levemente nos seus lábios com uma colher pode resolver
a situação.
Adaptado de Ferry & Alix, 2004
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NUTRIÇÃO DO IDOSO
PARTICULARES DA
5 . ASPECTOS
SÍNTESE
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NUTRIÇÃO DO IDOSO
PARTICULARES DA
5 . ASPECTOS
ACTIVIDADES
ACTIVIDADES PROPOSTAS
1. Junto dos idosos que conhece procure saber quais os problemas de saúde e averigúe se sofrem de algu-
ma das patologias indicadas. Registe o tipo de patologia e inquira acerca dos hábitos alimentares. Após a
entrevista, analise a presença ou ausência de cuidados específicos com a doença ou sintomatologia em
causa. Verifique ainda se os cuidados são adequados e qual a percepção que o idoso tem sobre a doença.
ACTIVIDADES DE AVALIAÇÃO
1. Quais as doenças mais frequentes nos idosos que carecem de cuidados nutricionais específicos?
2. Comente a seguinte frase: “ O idoso diabético deve ter uma dieta muito restrita e deve ser impedido de
comer aquilo que lhe faz mal, mesmo que goste muito.”
5.1. O idoso diabético não deve comer muito, por isso deve fazer apenas 3 refeições por dia.
5.3. Um idoso com uma paixão não correspondida, pode como consequência sofrer de anorexia.
5.4. Quando um idoso recusa os alimentos, não se deve ligar muito, porque eles são como as crianças.
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A PREPARAÇÃO DE REFEIÇÕES 6
A ALIMENTAÇÃO DO IDOSO
MANUAL DO FORMANDO
6
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6 . A PREPARAÇÃO DE
REFEIÇÕES
A PREPARAÇÃO DE REFEIÇÕES
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6 . A PREPARAÇÃO DE
REFEIÇÕES
QUADRO 6.1 - CUIDADOS NA AQUISIÇÃO DE ALIMENTOS
Ter em atenção o estado da embalagem, se apresenta rasgões ou vestígios de humidade.
Verificar sempre a validade, que se pode perguntar a alguém caso não se consiga ler.
Adquirir os tubérculos, incluindo a batata, sem estarem grelados ou apresentar uma cor esverdeada.
Preferir os produtos hortícolas e as frutas da época, pois são os mais nutritivos e sujeitos a menor tratamento.
Averiguar se as verduras apresentam sinais de contusões e mantêm um aspecto fresco.
Escolher fruta não tocada ou com bolor e examinar brevemente o cheiro, a cor e a textura.
O leite, o iogurte e os enlatados devem ter as embalagens em perfeitas condições.
Recusar a carne escurecida, esverdeada, muito mole e com um cheiro intenso e desagradável, pois não está em
Reservar a compra de peixe fresco apenas para locais que ofereçam garantias de higiene e da confiança ou recorrer
a peixe congelado.
Examinar o peixe fresco: consistência firme e rija, olhos salientes e brilhantes, as escamas bem aderentes à pele e
também brilhantes, as guelras húmidas, e vermelhas vivas e o cheiro deve ser característico e não a “amoníaco”.
Rejeitar as embalagens de congelados que não estejam devidamente fechadas e sem gelo por dentro (que é sinal que
já foram descongeladas e voltaram a congelar).
O peixe seco e salgado não deve apresentar coágulos de sangue e excesso de sal ou uma cor ligeiramente avermelhada.
Comprar apenas os mariscos frescos de concha quando esta esteja fechada e, se possuírem antenas, caudas e
CONSERVAÇÃO E ARMAZENAMENTO
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6 . A PREPARAÇÃO DE
REFEIÇÕES
A PREPARAÇÃO DE REFEIÇÕES
A carne picada deve ser utilizada no momento ou, caso não isso não aconteça, armazenada apenas por 2 horas no
frigorífico, devido ao risco elevado de contaminação.
Os ovos devem ser conservados no frio a uma temperatura de cerca de 5ºC, em locais limpos e isentos de cheiros,
pois a casca é permeável à passagem do odor. Mesmo que estejam muito sujos apenas devem ser lavados imediata-
mente antes de serem consumidos. Quando o ovo flutua dentro de água é porque já é velho.
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6 . A PREPARAÇÃO DE
REFEIÇÕES
MÉTODOS DE COZEDURA
COM ELEMENTOS HÚMIDOS
Cozido
• Partindo de líquido a ferver - baseia-se em intro-
duzir o produto num líquido que se encontra em ebu-
lição, e a coagulação das proteínas impedirá a saída
de sucos naturais do que se vai cozinhar.
• Partindo de líquido frio - esta técnica requer a
imersão do produto e o posterior aquecimento, pro-
duzindo um intercâmbio de qualidades com o líqui-
do da cozedura.
• A vapor - esta fórmula consiste em aproveitar a
evaporação para a cozedura do produto, sem que
exista contacto directo com o líquido. O recipiente
onde se realiza pode ser uma panela com tampa e
uma rede suspensa. Também pode ser feita numa
panela de pressão com rede.
Salteado
Estufado Método que consiste na cozedura de fracções sub-
Método em que o alimento é previamente corado metidas a lume alto com pouca gordura, durante um
em gordura, impedindo assim a perda de sucos na- período de tempo curto e produzindo um movimen-
turais, e é seguidamente cozido dentro de um líqui- to de vaivém com a frigideira, proporcionando assim
do (água ou vinho branco, na maior parte dos a conservação de sucos naturais.
casos). Geralmente emprega-se cortado em cubos,
podendo também ser estufadas peças inteiras. O Fritos
líquido da cozedura serve-se como molho podendo Método básico que consiste na imersão do produto
ser ligado (engrossado com farinha e manteiga). em gordura abundante a uma temperatura alta
(180º).
Gratinados
Método em que se expõe a superfície do preparado
à acção directa do calor forte, produzido por
resistências, com o objectivo de a dourar (com quei-
jo ralado, pão ralado, ou gema de ovo).
A vácuo
COZER COM GORDURA Consiste em colocar os alimentos dentro de um
Assado saco termo-resistente, extrair o ar e selá-lo hermeti-
Pode ser no forno, na chapa ou na brasa e é o camente, submetendo à cozedura, num ambiente
húmido a uma temperatura inferior a 100º, seguido
processo de transformação de um produto submeti-
de um arrefecimento rápido.
do à acção indirecta do calor (primeiros dois casos),
ou directa (último caso). Devido à alta temperatura, “Au sal”
produz-se a sua concentração, permitindo a coa- Técnica que se emprega sobretudo na zona
gulação das proteínas e impedindo que saiam os mediterrânica que consiste em arranjar o alimento
coberto de sal e no forno. É utilizado especialmente
sucos naturais. Este método de cozedura utiliza-se
para peixe que não deve estar escamado.
para produtos muito tenros e, segundo o seu
tamanho, opta-se pelo tipo de assado: no caso de Em papillote
peças grandes e alimentos inteiros aplica-se o Consiste em cozinhar um produto envolto num
forno; se, por outro lado, se tratar de porções e papel sem poros, geralmente de alumínio, bem
fechado, para não haver fugas de vapor. É cozi-
cortes menores, deverá ser utilizada a técnica de
nhado no forno e ao entrar em contacto com o calor,
assado sobre a chapa. A brasa é reservada para o papillote insufla, cozinhando os ingredientes no
peças pequenas e cortadas. seu próprio vapor.
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6 . A PREPARAÇÃO DE
REFEIÇÕES
RECEITAS
RECEITAS CULINÁRIAS
RECEITA Nº 1
SOPA JULIANA (4 PORÇÕES)
INGREDIENTES INSTRUMENTOS
• 3 alhos franceses (só a parte branca) Descascador
• 2 batatas médias Faca
• 1 cebola Tábua de corte
• 3 cenouras 2 Recipientes
• 1/4 de couve lombarda 1 Panela
• 2 nabos
• azeite
• sal q.b.
CONFECÇÃO
Cortar os legumes em juliana (tiras finas). Refogar a cebola, o alho francês e a cenoura num pouco de azeite, adi-
cionar a couve lombarda, a batata e o nabo. Colocar uma panela com cerca de 2 litros de água ao lume e, quando
estiver a ferver, vertê-la sobre o refogado. Na altura de servir, regar com um fio de azeite.
6 . A PREPARAÇÃO DE
REFEIÇÕES
RECEITA Nº 2
SOPA DE NABIÇA (4 PORÇÕES)
INGREDIENTES INSTRUMENTOS
• 3 batatas médias Descascador
• 1 cebola Faca
• 4 cenouras Tábua de corte
• 1 molho de nabiças 2 Recipientes
• 2 nabos Varinha mágica
• azeite 1 Panela
• sal q.b.
CONFECÇÃO
Colocar uma panela com cerca de 2 litros de água ao lume. Quando a água estiver a ferver, adicionar a batata, a
cenoura os nabos e a cebola partidos aos cubos. Deixar levantar fervura e passar com a varinha mágica até fazer um
puré. Voltar a levar ao lume e adicionar as nabiças partidas. Deixa-se cozer e junta-se um fio de azeite.
NOTA: A confecção de sopas simples é uma das tarefas culinárias mantidas até mais tarde pelos idosos. É bom esti-
mular esta actividade, mesmo que seja necessário enriquecer a receita com um pedaço de carne, para que possa ser
transformada em refeição (por exemplo ao jantar).
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6 . A PREPARAÇÃO DE
REFEIÇÕES
RECEITAS
RECEITA Nº 3
SOPA DE PEIXE (4 PORÇÕES)
INGREDIENTES INSTRUMENTOS
• 1/2 cabeça pequena de garopa Descascador
• 1 cebola Faca
• 1 folha de louro
Tábua de corte
• 1 litro de água
• 1 colher de café de sal 1 Panela
• 2 dentes e alho 1 Tacho
• 2 colheres de sopa de azeite
• 200g de polpa de tomate
• 80g de massa de cotovelos
• 1 molho de coentros
• 1 malagueta (caso gostem)
CONFECÇÃO
Cozer o peixe na água, já com sal e louro. Coar a água e reservar. O peixe deve ser desfeito às lascas e as espinhas retiradas.
Picar a cebola os alhos e refogar no azeite, juntamente com a malagueta. Deixar alourar. Juntar a polpa de tomate e
deixar cozinhar um pouco. Regar com a água e, quando levantar fervura, juntar a massa. Deixar 10 minutos e adi-
cionar o peixe. Mais 5 minutos a cozinhar e juntar os coentros picados.
NOTA: Este é um prato apetitoso e que deixa os idosos bem alimentados com os nutrientes de que necessitam. Pode
ser acompanhado com uma salada de alface. O facto de ser uma sopa e poder servido como prato principal, torna-o
uma boa opção para dias de calor em que o risco de desidratação é maior.
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6 . A PREPARAÇÃO DE
REFEIÇÕES
RECEITA Nº 4
QUEIJO FRESCO COM HORTELÃ (4 PORÇÕES)
INGREDIENTES INSTRUMENTOS
• 200gr Queijo fresco Esmagador de alho
• Colheres de sopa de hortelã fresca Colher
• 1 Dente de alho Faca
• 2 Colheres de sopa de azeite
• Sal
• Pimenta
CONFECÇÃO
Esmagar o alho e picar a hortelã. Misturar todos os ingredientes com o queijo e temperar. Decorar com folhas de hor-
telã. O queijo pode ser substituído por requeijão, e outras ervas aromáticas (como os orégãos) e especiarias podem
ser adicionadas.
NOTA: Este preparado pode ser servido como entrada para um almoço, ou jantar, ou pode também ser utilizado como
conduto para uma sandes. Sabendo que os idosos muitas vezes apenas comem uma sopa ao jantar, pode-se sugerir
este patê para comer com o pão, tornando a refeição mais completa e saborosa.
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6 . A PREPARAÇÃO DE
REFEIÇÕES
RECEITAS
RECEITA Nº 5
TORTILHAS DE VERDURAS COM QUEIJO (4 PORÇÕES)
INGREDIENTES INSTRUMENTOS
• 4 Ovos Recipiente para bater os ovos
• 1 Cebola Faca
• 2 Alhos franceses Varetas para bater os ovos
• 50 g de espinafres Frigideira
• 2 Alhos
• 50 g Queijo ralado
• Azeite
• Sal
• Pimenta
CONFECÇÃO
Picar as cebolas, os alhos franceses e refogá-los numa frigideira com azeite, temperando com sal e pimenta. Escaldar
previamente os espinafres. Bater os ovos e deitar sobre o refogado. Polvilhar com queijo ralado. Em vez de dar a volta
à tortilha, introduzir a frigideira no forno grelhador durante alguns minutos para que acabe de cozer e para que o quei-
jo ralado fique gratinado. Pode acompanhar com uma salada de tomate e/ou com arroz branco.
NOTA: As omeletas são geralmente do agrado das pessoas seniores, até pela sua consistência. Esta receita exem-
plifica uma forma de a enriquecer adicionando-lhe legumes e tornando-a mais saborosa (com cebola e alho).
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6 . A PREPARAÇÃO DE
REFEIÇÕES
RECEITA Nº 6
ERVILHAS TORTAS À CAMPONESA (4 PORÇÕES)
INGREDIENTES INSTRUMENTOS
• 500g de ervilhas tortas Faca
• 1 cebola Descascador
• 1 azeite Tacho com tampa
• 1 cenoura
• 2 batatas
• 1 Pé de segurelha
• 1 Colher de café de sal
CONFECÇÃO
Lavar, retirar os pés e os fios às ervilhas, picar a cebola e refogar com o azeite, juntar o tomate cortado em quadra-
dinhos e a cenoura às rodelas, tapar e deixar estufar com um pouco de água. Introduzir as batatas cortadas em cubos,
as ervilhas, o pé de segurelha e temperar com sal. Deixar cozer em lume brando cerca de 20 minutos agitando o tacho
de vez em quando.
NOTA: Este é um preparado de legumes, que permite o consumo de hortícolas, fugindo à forma tradicional dos cozi-
dos. Pode inclusivamente ser acrescentada carne ou ovos escalfados, tornando-o uma refeição completa.
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6 . A PREPARAÇÃO DE
REFEIÇÕES
RECEITAS
RECEITA Nº 7
SOUFFLÊ DE PESCADA “À MINHA MODA” (4 PORÇÕES)
INGREDIENTES INSTRUMENTOS
• 2 postas de pescada (grandes) Descascador
• 8 batatas Faca
• 4 cenouras Passevite
• 2 colheres de sopa de mateiga Batedeira eléctrica
• 1,5 dl de leite 1 Panela
• Noz moscada
• 2 ovos
CONFECÇÃO
Coza a pescada num tacho com água e um pouco de sal (pode adicionar também uma cebola e ervas aromáticas a
gosto). Depois de arrefecer, retire a pele e as espinhas e desfie. Ao mesmo tempo, as batatas e as cenouras deverão
ser cozidas cortadas em pequenos pedaços. Após escorridas, são passadas no passevite de forma a reduzir a puré.
Adicione a manteiga e o leite quente e mexa até tornar o preparado mais cremoso. Junte noz moscada a gosto. A
pescada desfiada deve ser misturada com o puré e as duas gemas acrescentadas ao preparado. As claras são bati-
das em castelo e incorporadas por fim. Para finalizar pode-se levar ao forno, ou servir de imediato.
NOTA: Este prato é ideal quando a mastigação está dificultada e é extremamente nutritivo. Adequa-se a situações
como: dificuldade na cicatrização de feridas (escaras), debilidade física.
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6 . A PREPARAÇÃO DE
REFEIÇÕES
RECEITA Nº 8
PUDIM DE PEIXE
INGREDIENTES INSTRUMENTOS
• 350 g de peixe fresco ou congelado Faca
• 200 g de miolo de pão Recipiente
• 5 dl de leite Tacho médio
• 1 cebola média Varinha mágica
• 2 colheres de sopa de manteiga Forma de bolos ou pudim
• 5 ovos Raspador
• sal
• pimenta
• noz-moscada
• raspa da casca de 1/2 limão
• pão ralado
• 1 chávena de molho de tomate
• brócolos
CONFECÇÃO
Coza o peixe e pique-o finamente. Ponha o miolo de pão de molho no leite. Pique a cebola e aloure-a na manteiga
juntamente com o peixe, deixando refogar um pouco. Retire do calor e junte, batendo bem, o miolo de pão bem escor-
rido e as gemas. Tempere com sal, pimenta, noz-moscada e a raspa da casca do limão. Bata as claras em castelo
bem firme e envolva-as no preparado anterior. Deite numa forma com buraco, untada e polvilhada com pão ralado.
Leve a cozer em forno médio (180ºC) durante cerca de 40 minutos. Retire do forno e desenforme passados 5 minu-
tos. Sirva com molho de tomate e brócolos cozidos temperados com azeite e vinagre.
NOTA: Esta receita permite fazer uma refeição de peixe de forma diferente, com um efeito visual bonito e inovador.
Ao mesmo tempo, a sua consistência mole, permite uma fácil mastigação e deglutição.
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6 . A PREPARAÇÃO DE
REFEIÇÕES
RECEITAS
RECEITA Nº 9
BATATAS EM PAPILLOTE
INGREDIENTES INSTRUMENTOS
• 4 batatas grandes Descascador
• 2 cebolas Faca
• 2 tomates Folhas de alumínio
• sal
• pimenta
• noz-moscada
• 3 colheres de sopa de manteiga
• 4 quadrados de folha de alumínio
CONFECÇÃO
Descasque as batatas e as cebolas. Corte-as em rodelas, tal como ao tomate. Intercale as rodelas de uma batata com
as de meia cebola e as de meio tomate. Tempere com sal, pimenta e noz-moscada. Embrulhe num quadrado de folha
de alumínio abundantemente untado com manteiga e feche hermeticamente. Proceda de igual modo com as restantes
batatas e coloque tudo num tabuleiro. Leve a cozer em forno quente (200ºC) durante cerca de 45 minutos. Sirva
quentes, dentro dos papelotes.
NOTA: Este é uma forma diferente de cozinhar as batatas, conservando as suas propriedades, e tornando-as apeti-
tosas e apelativas.
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6 . A PREPARAÇÃO DE
REFEIÇÕES
RECEITA Nº 10
BATATAS AROMÁTICAS (4 PORÇÕES)
INGREDIENTES INSTRUMENTOS
• 4 batas médias Descascador
• 8 dentes de alho Faca
• 1 colher de sopa de orégãos Tabuleiro de ir ao forno
• 2 colheres de sopa de salsa picada Tábua de corte
• 2 colheres de sopa de azeite
• 1 colher de café de sal.
CONFECÇÃO
Lavar bem as batatas e cozê-las com casca durante 10 minutos. Depois, cortar em golpes de cerca de 0.5 cm, sem
chegar a dividir as rodelas, colocar num tabuleiro de ir ao forno. Pique os alhos e junte com o azeite, o sal os orégãos
e a salsa. Deite o molho sobre as batatas. Levar ao forno (200ºC) durante cerca de 15 minutos.
NOTA: Este é um acompanhamento que estimula o paladar. Sendo que os idosos vão perdendo este sentido, é impor-
tante fornecer alternativas para que não percam o interesse pela comida.
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6 . A PREPARAÇÃO DE
REFEIÇÕES
RECEITAS
RECEITA Nº 11
COXAS DE FRANGO ASSADO NO FORNO (4 PORÇÕES)
INGREDIENTES INSTRUMENTOS
• 4 coxas de frango Recipiente não muito largo para a marinada
• Marinada Faca
• Raspa de uma laranja Tabuleiro de ir ao forno
• Hortelã
• 1 colher de sobremesa de azeite
• 1 colher de café de sal
• 1dl vinho branco
CONFECÇÃO
Preparar a marinada com o azeite, sal e a raspa de laranja, na qual se envolvem as coxas de frango. Deixar des-
cansar. Colocar o frango num tabuleiro, cobrir com a marinada e levar ao forno. Guarnecer com raminhos de hortelã
e acompanhar com puré de batata.
NOTA: Este é uma forma muito simples de preparar a carne, para a tornar mais apetitosa e apaladada. Contribui para
a estimulação do apetite e é uma forma de confecção saudável, sem alterar muito o valor nutritivo dos alimentos.
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6 . A PREPARAÇÃO DE
REFEIÇÕES
RECEITA Nº 12
FEBRAS DE PORCO SABOROSAS (4 PORÇÕES)
INGREDIENTES INSTRUMENTOS
• 4 febras de porco 2 Recipientes
• Marinada: 1 cebola picada Tábua de corte
1 dente de alho Faca
15g de folhas de hortelã
3 colheres de sopa de sumo de limão
50 ml de azeite
1 colher de café de sal
pimenta
CONFECÇÃO
Temperar a carne com sal e pimenta. Preparar a marinada misturando todos os ingredientes de modo a ficar uma
pasta. Espalhar sobre a carne, tapar e guardar no frigorífico 6 a 8 horas, virando de vez em quando. Grelhar a carne
durante 5 a 6 minutos e servir com pão estaladiço e uma boa salada de verduras.
NOTA: Os grelhados são umas das formas mais saudáveis de confeccionar a carne. Pela diminuição do paladar,
torna-se uma forma de cozinhar pouco apelativa. Esta receita ajuda a dar mais sabor à carne, ao mesmo tempo que
também a amacia.
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6 . A PREPARAÇÃO DE
REFEIÇÕES
RECEITAS
RECEITA Nº 13
ROLO DE CARNE (4 PORÇÕES)
INGREDIENTES INSTRUMENTOS
• 500 g de carne de vaca picada Recipiente
• 2 colheres de massa de alho Tabuleiro de forno
• 1 ramo de salsa
Ralador
• 1 ovo
• 1 colher de sopa de pão ralado Espremedor de alho
• 1 cenoura média ralada
• Sal q.b.
• Pimenta q.b.
• Margarina q.b.
• Bacon, q.b.
CONFECÇÃO
Num recipiente juntam-se todos os ingredientes, à excepção da margarina e do bacon, amassa-se tudo muito bem e
reserva-se no frigorifico por cerca de 1 hora e meia. Passado este tempo retira-se e, num tabuleiro de ir ao forno,
molda-se o rolo, dispõem-se por cima nozinhas de margarina e cobre-se com as fatias de bacon, de modo a que a
carne fique sem se ver.
NOTA: A mastigação é facilitada, não deixando de ser um prato saboroso e com consistência. Pode-se estimular os
idosos a colocarem outros condimentos (ervas aromáticas ou legumes).
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6 . A PREPARAÇÃO DE
REFEIÇÕES
RECEITA Nº 14
MOUSSE DE MANGA (4 PORÇÕES)
INGREDIENTES INSTRUMENTOS
• Mangas Colher
• Sumo de 1/2 limão Espremedor
• 2 Folhas de gelatina Batedeira eléctrica
• 2 Claras de ovo
• 50 gr Açúcar
CONFECÇÃO
Triturar a polpa das mangas (também se pode utilizar uma lata de concentrado de manga) e juntar sumo de limão e
açúcar. Dissolver a gelatina e juntar à pasta de manga. Bater as claras em castelo, acabar de misturar tudo, deitar em
taças e deixar arrefecer.
NOTA: Confeccionada com fruta é fresca e nutritiva, sem levar um grande aporte calórico. A manga pode ser substi-
tuída por maracujá ou ananás.
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6 . A PREPARAÇÃO DE
REFEIÇÕES
RECEITAS
RECEITA Nº 15
PURÉ DE MAÇÃ COM CANELA (4 PORÇÕES)
INGREDIENTES INSTRUMENTOS
• 4 Maçãs Golden Tacho com tampa
• Sumo de limão Varinha mágica
• 1 Pau de canela
• 1 Colher de sopa de açúcar amarelo
• Canela para polvilhar
CONFECÇÃO
Descascar as maçãs e cortar em pedaços pequenos, levar ao lume e deixar cozer num recipiente tapado. Reduzir a
puré, colocar dentro de algumas taças e decorar a gosto com rodelas de limão e pau de canela, polvilhando com
canela em pó.
NOTA: Esta ideia transforma a simples fruta cozida, muitas vezes ingerida pelos idosos devido à consistência, numa
sobremesa apetitosa.
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6 . A PREPARAÇÃO DE
REFEIÇÕES
A PREPARAÇÃO DE REFEIÇÕES
A higiene e segurança alimentar, é um aspecto - animais domésticos e aves - no pêlo e nas penas
impossível de descurar. As consequências da sua transportam bactérias nocivas, por isso a sua pre-
falta podem ser bastante problemáticas, quer ao sença muito próximo do local onde é manuseada a
nível institucional, quer no domicílio. O cuidador que comida, deve ser evitada. Ao nível institucional é
presta auxílio ao idoso em sua casa pode sensibi- mesmo proibida.
lizá-lo e ensinar boas práticas, para minimizar o - Contaminação cruzada - é a contaminação de ali-
risco de toxinfecções e alguns problemas ao nível mentos sãos por alimentos contaminados, directa
gastrointestinal. Nas cozinhas das instituições as (alimento com alimento) ou indirectamente (através
regras de higiene e segurança têm de estar obriga- do contacto com superfícies, utensílios e equipa-
toriamente de acordo com regulamentação especí- mentos).
fica. Ao confeccionar refeições para o público a
responsabilidade é grande e as directivas têm que Os alimentos que apresentam maior risco de conta-
ser seguidas. minação, isto é, cuja própria composição favorece
um desenvolvimento rápido das bactérias, são:
Nos idosos a gravidade dos sintomas de uma toxin- carnes frescas, ovos, produtos de pastelaria (espe-
fecção, provocada pela ingestão de alimentos con- cialmente bolos com creme), molhos e maionese.
taminados por bactérias ou pelas suas toxinas é Para prevenir este tipo de situação são apresen-
maior e, em alguns casos, pode mesmo a conduzir tadas em seguida no quadro 6.3 algumas indi-
a situações limite colocando em risco a sua vida. As cações gerais.
principais manifestações são: diarreia, dor abdomi-
nal, vómitos, eventualmente febre e dor de cabeça.
8. Manter os alimentos em recipientes com tampa para evitar a contaminação com poeiras e insectos.
9. Utilizar, preferencialmente, papel para limpar as mãos. No domicílio, os panos devem ser trocados de 3 em 3 dias.
7. Cozinhar bem.
8. Manter os alimentos abaixo dos 5ºC.
9. Evitar o contacto com superfícies de trabalho sujas (utensílios, bancadas).
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6 . A PREPARAÇÃO DE
REFEIÇÕES
A PREPARAÇÃO DE REFEIÇÕES
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6 . A PREPARAÇÃO DE
REFEIÇÕES
SÍNTESE
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6 . A PREPARAÇÃO DE
REFEIÇÕES
ACTIVIDADES
ACTIVIDADES PROPOSTAS
1. Com o crescente número de publicações na área da culinária, por vezes o difícil é escolher as receitas
adequadas. Elabore um dossier com receitas adaptadas aos idosos. Tendo em conta factores como as
dificuldades de mastigação, a diminuição do paladar, entre outros abordados. Coloque os seguintes
separadores: entradas, sopas, acompanhamentos, pratos de carne, peixe e ovos, e sobremesas. Este
dossier vai constituir decerto um excelente instrumento de trabalho.
ACTIVIDADES DE AVALIAÇÃO
1. Quais os tipos de ajuda que o cuidador pode fornecer ao idoso no que diz respeito à aquisição de bens
alimentares?
4.1. Devem estar sempre limpas, as unhas curtas a utilização de verniz nas unhas não tem qualquer
problema;
4.3. Devem ser lavadas com qualquer tipo de sabão desde que estejam bem esfregadas.
4.4. Devem ser lavadas: antes de qualquer manipulação e depois de utilizar as instalações sanitárias,
após ter mexido no cabelo, no nariz ou noutra parte do corpo, ou sempre que considere necessário.
4.5. O uso de jóias, relógios, ou outros adornos devem ser evitados nas cozinhas.
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ALIMENTAÇÃO DO IDOSO
E AS INSTITUÇÕES PARA
7 . PREPARAR A FAMÍLIA
PRESTAR APOIO NA
OBJECTIVOS GERAIS
CUIDADOS ESPECÍFICOS
NA ALIMENTAÇÃO
NO DOMÍCILIO
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ALIMENTAÇÃO DO IDOSO
E AS INSTITUÇÕES PARA
7 . PREPARAR A FAMÍLIA
PRESTAR APOIO NA
QUADRO 7.1 - PROBLEMAS E SUGESTÕES DE RESOLUÇÃO RELATIVOS À ALIMENTAÇÃO
DOS IDOSOS NO DOMICÍLIO
Orçamento alimentar Quando o idoso vive sozinho, a família ou outros cuidadores devem estar atentos às dificul-
limitado dades económicas que possam surgir. Muitas vezes não passam fome, mas acabam por ter
uma alimentação pouco variada e rica;
- Averiguar quais as refeições que são tomadas e o que é ingerido;
- Observar a despensa e o frigorifico;
- Fornecer ajuda ou contactar a rede comunitária e solicitar apoios com alimentos ou
refeições.
Dificuldade em Ir às compras torna-se, à medida que idade aumenta, uma tarefa cada vez mais complicada.
adquirir, armazenar - Verificar se há possibilidade de, nas redondezas, virem trazer as compras a casa;
e preparar - Ir ao supermercado a horas com menor afluência;
os alimentos Relativamente à confecção é importante alertar os idosos para as formas de confecção mais
saudáveis, explicando-lhes as mais simples (por exemplo, recorrendo ao micro-ondas). Se
as dificuldades se manifestarem impeditivas de uma alimentação correcta, deve ser ponde-
rado o fornecimento dos alimentos já confeccionados.
Humor depressivo Tentar junto do idoso que está sozinho que, pelo menos uma vez por dia, faça uma refeição
e sentimentos de em conjunto num centro de dia ou comunitário, por exemplo.
solidão A família deve estimulá-lo para que continue a cozinhar para si, mesmo que sejam coisas
simples e que receba ajuda.
Crenças É frequente os idosos estarem pouco esclarecidos em relação a determinado tipo de alimen-
e ideias erróneas tos. São mais permeáveis à publicidade e tendem a comprar o que é indicado nos meios de
comunicação como mais saudável, mesmo não sendo o mais adequado. É importante os
cuidadores estarem atentos e prestarem esclarecimento, sobre os rótulos e as utilizações
devidas.
Existem uma série de alterações que podem ser le- cozinha, retirar tapetes e objectos que per-
vadas a cabo na casa dos idosos para facilitar a uti- maneçam no chão;
lização dos espaços para comer e cozinhar. Para
- Organizar esta divisão de uma forma prática e
que seja estimulado o levante e para que o sénior
acessível, sem ser necessário subir a bancos ou
possa ir fazer as refeições à mesa, é necessário
estar muito tempo baixo (inclinado para a frente
estar atento a aspectos como: o acesso à mesa e
numa bancada baixa por exemplo). Deixar nos
cadeiras, os obstáculos que possam surgir, o ajuste
armários mais acessíveis os utensílios que neces-
dos níveis dos assentos para facilitar a passagem
sita mais frequentemente: pratos, copos, talheres;
da posição de pé para sentado e vice-versa, tam-
tachos, panelas. As mercearias devem estar tam-
bém deve ser tido em conta o conforto e pode ser
bém alcançáveis, bem como o frigorífico em que a
sugerida a colocação de almofadas e apoio de
porta abra de modo a que o idoso não corra o risco
braços, ou até a troca de cadeira.
de queda;
A adaptação da cozinha da casa do idoso, caso este - Colocar diversos pontos de apoio, a que o sénior
ainda prepare as suas refeições, é uma forma de possa recorrer em caso de desequilíbrio, e onde se
estimular a autonomia por mais tempo e de diminuir possa sentar para descansar, enquanto desempe-
o risco de acidentes. Os familiares ou cuidadores nha alguma tarefa como descascar batatas;
poderão recorrer à ajuda de um terapeuta ocupa-
- Também pode ser considerada a aquisição de aju-
cional, que sugerirá especificamente para o caso o
das técnicas, geralmente à venda em casas da
plano de alterações e as acções a tomar. Algumas
especialidade: tábuas para o pão, abre-latas, abre-
indicações genéricas são:
-cápsulas com fixação, base antiderrapante para
tachos, pratos com rebordo antiderrapante, entre
- Facilitar a circulação para os diferentes lugares da
outros;
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ALIMENTAÇÃO DO IDOSO
E AS INSTITUÇÕES PARA
7 . PREPARAR A FAMÍLIA
PRESTAR APOIO NA
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ALIMENTAÇÃO DO IDOSO
E AS INSTITUÇÕES PARA
7 . PREPARAR A FAMÍLIA
PRESTAR APOIO NA
mento com algum companheiro, tristeza face a um
acontecimento recente, sentimentos de inferiori-
dade, medo da exposição ao ridículo podem estar
na base da recusa da companhia. Também pode ser
uma forma de simplesmente afirmar a sua vontade
e exercer o direito de escolha. Na maior parte dos
casos a decisão é transitória, devendo ser respeita-
da e, depois de analisados os motivos, intervir de
modo a tentar integrar o idoso.
A instituição tende a tornar os idosos dependentes,
menos desenvoltos e as suas capacidades vão aca-
bando por diminuir. Por vezes quando se ausentam
deste contexto, numa ida a casa ou num passeio,
surpreendem os cuidadores com os seus desem-
penhos. Assim é importante identificar as áreas em
que é possível estimular a autonomia e travar o
processo incapacitante.
Algumas medidas podem ser tomadas para tornar
mais apelativas as refeições. O aspecto da sala de
refeições deve ser acolhedor e atractivo, para além
de limpo e funcional, considerando os seguintes • Garantir boas condições de insonorização, sobre-
pontos: tudo relativamente aos barulhos provenientes da
• Evitar a cor branca e preferir cores como laranja, cozinha que podem incomodar principalmente
pêssego ou amarelo, pois estimulam o apetite; quem utiliza próteses auditivas, tornando-se
• Colocar quadros consonantes com o estilo da de- demasiado agressivos;
coração (podendo até ser elaborados pelos próprios • Manter a temperatura constante, afastando as
utentes em ateliers de animação); fontes de calor e frio de quem está a comer.
• Distribuir a iluminação para que não fique dema-
siado forte e crie um ambiente mais intimista, A qualidade do serviço deve ter como padrão a
podendo optar-se por pontos de luz na parede. restauração e não os serviços hospitalares. Os
• Privilegiar a luz natural, desimpedindo as janelas e lares, pelas suas características, são mais facil-
portas vidradas, protegendo os utentes do sol direc- mente comparáveis a hotéis do que a hospitais.
to e distribuindo os lugares de modo a que quem
tenha dificuldades acrescidas de visão fique de Alguns aspectos devem ser tidos em conta:
costas para o sol; • Preferir toalhas e guardanapos de pano e em con-
sonância com a restante decoração;
• Optar por detalhes como marcadores de pratos,
argolas de guardanapos personalizadas (que
podem ser construídos pelos utentes), pequenas
jarras com uma flor natural ou a colocação de velas
decorativas nas mesas ao jantar para criar um
ambiente diferente.
• Passar com carros estufa ou um tabuleiro para
mostrar as sobremesas e entradas;
• Adequar o fardamento do pessoal que serve no
refeitório (um avental elegante, por exemplo) para
que se transmita a ideia de um espaço diferente
que se assemelhe a um restaurante;
• Assegurar a temperatura correcta dos alimentos
servidos que quando demasiado quentes podem
provocar queimaduras e se estão mornos ou frios
são fonte de queixas e desagrado. Implicando algu-
ma coordenação, consegue-se pelo serviço imedia-
to dos pratos (em caso de empratamento) ou pelo
serviço seguido, destacando um funcionário para
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ALIMENTAÇÃO DO IDOSO
E AS INSTITUÇÕES PARA
7 . PREPARAR A FAMÍLIA
PRESTAR APOIO NA
Certas iniciativas como transformar a sala de Os cuidados a prestar diferem em função do grau
refeições num restaurante podem fazer a diferença de dependência do idoso. É importante não esque-
e motivar para os momentos da refeição. A aproxi- cer de estimular a autonomia devendo o cuidador
mação ao exterior, é sempre um factor que cativa e insistir para que as tarefas sejam mantidas, mesmo
desperta a atenção de quem está sujeito à institu- que implique algum esforço. Nos casos em que a
cionalização. Deste modo, pormenores como colo- dependência é moderada, o papel de quem cuida é
car candeeiros nas mesas, uma jarra com flores, de supervisor. São apresentadas algumas indi-
mudar as toalhas ou arranjar um menu mais requin- cações para ajudar o cuidador nessa tarefa.
tado que se destaque do habitual enriquecem o dia-
-a-dia quebrando a monotonia. Pode inclusiva- A situação de dependência é por si só constrange-
mente sugerir-se que, mensalmente, o refeitório dora, a necessidade da ajuda de alguém para um
seja um restaurante por um dia. Os utentes terão acto tão natural como comer, retira muitas vezes o
que mudar de roupa e arranjar-se de forma especial prazer e o gosto de fazer uma refeição. O facto do
para o jantar/almoço em que são disponibilizados cuidador efectuar estes gestos mecanicamente,
menus temáticos e a decoração é alterada de acor- não ajuda à descontracção e provoca uma
do com estes. Por exemplo, num jantar de comida diminuição do apetite. É importante proporcionar
francesa, a decoração poderá ser à base de velas, um ambiente calmo de maneira a tornar os momen-
com música da nacionalidade a criar ambiente. tos prazerosos e não apenas obrigações.
Devem ser ainda planeadas, saídas para comer
fora, quer com familiares, quer em pequenos gru-
pos. Os locais podem ser escolhidos pelos próprios,
fazendo pequenos roteiros após a refeição.
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ALIMENTAÇÃO DO IDOSO
E AS INSTITUÇÕES PARA
7 . PREPARAR A FAMÍLIA
PRESTAR APOIO NA
FICHA DE PROCEDIMENTO Nº3
ALIMENTAÇÃO DE IDOSOS DEPENDENTES
PREPARAÇÃO DO DOENTE
- Assegurar que o ambiente é tranquilo e que o idoso se sente confortável no espaço e com a companhia.
- Verificar se está numa postura cómoda. Nunca deve ser dado qualquer tipo de alimento ou liquido com
o indivíduo deitado. O ideal é a posição sentado de costas direitas, ou semi-sentado, no caso de estar
acamado.
- Idoso e cuidador devem estar ao mesmo nível e não, como acontece muitas vezes, ficar de pé quem
está a ajudar.
- Sempre que possível, sair da cama para comer. O cuidador deve insistir para que isto aconteça, mesmo
que tenha que arranjar argumentos como o fazer a cama.
- Ambos os implicados devem lavar as mãos antes (e depois) da refeição. Caso seja difícil deslocar-se
até à casa-de-banho, o cuidador pode providenciar uma toalha turca molhada, uma toalhita impregnada
em solução própria, ou uma pequena bacia com água, sabão e esponja.
- Colocar o tabuleiro com o prato, talheres, copo e guardanapo, numa mesa de apoio, caso exista, ou
recorrer a um tabuleiro com suportes laterais que permitem assentar na cama e ficar a uma altura, que
facilite os movimentos (os braços devem fazer um ângulo de 45º).
- Verificar se os alimentos estão prontos a ser consumidos e arranjados de forma a evitar o engasgamen-
to: as frutas descascadas e partidas, ao peixe sem as espinhas e pele (caso o idoso não goste) e tam-
bém partido. Os restantes elementos como as batatas, carne e outros alimentos devem ser cortados,
quando o utente não consiga. Comidas como esparguete com carne picada, não são muito apropriadas
para quem tem dificuldade em se alimentar.
PROCEDIMENTO
- No caso de o idoso não ter condições físicas, os alimentos devem ser administrados lentamente e em
pequenas quantidades.
- Assegurar que não são feitos movimentos demasiado bruscos, e que a comida não é derramada.
- Sempre que se verifique que o idoso está a ficar cansado, persuadi-lo a deixar que o ajudem, e dar o
restante na boca.
- Ter em atenção o tipo de alimentos que estão no prato que devem ser dados alternadamente: por exem-
plo, uma colher de carne, uma colher de batata, uma colher de vegetais.
- Deve-se estimular a mastigação compassada e durante o tempo suficiente.
- Se ocorrer vómitos ou tosse, parar imediatamente a alimentação. A comida deve ser retirada da frente,
caso possa estar a causar náuseas.
- O cuidador deve estar por perto para supervisionar a refeição e estar atento às dificuldades que possam
surgir. Quando tiver que se ausentar deverá avisar o idoso, de quanto tempo não vai estar presente.
- O tabuleiro deve ser retirado e a quantidade de comida ingerida deve ser registada.
CUIDADOS ESPECÍFICOS
- Limpar a boca, sempre que o idoso não seja capaz durante a refeição, e no final tratar da higiene oral.
Fornecer um copo de água e pasta dentífrica, no caso de não se conseguir deslocar.
- Deixar o utente numa posição que favoreça a digestão.
- Lavar as mãos após todo o procedimento.
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ALIMENTAÇÃO DO IDOSO
E AS INSTITUÇÕES PARA
7 . PREPARAR A FAMÍLIA
PRESTAR APOIO NA
CUIDADOS
ESPECÍFICOS COM A HIDRATAÇÃO
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ALIMENTAÇÃO DO IDOSO
E AS INSTITUÇÕES PARA
7 . PREPARAR A FAMÍLIA
PRESTAR APOIO NA
Para um peso de 60 kg são necessárias 26
unidades de hidratação por dia, sendo que por cada
5 kg a mais deve acrescentar-se 2 UH (para 65 kg
devem ser consumidas 28 UH).
Alimentos e Bebidas UH
Pequeno Almoço
Meio da manhã
Almoço
Lanche
Jantar
Ceia
Total
87
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ALIMENTAÇÃO DO IDOSO
E AS INSTITUÇÕES PARA
7 . PREPARAR A FAMÍLIA
PRESTAR APOIO NA
ACTUAR EM SITUAÇÕES
PARTICULARES: VÓMITO,
ENGASGAMENTO
No decorrer do processo de alimentação podem Na Ficha de procedimento nº5 são dadas algumas
aparecer situações que necessitem de uma inter- indicações para actuar em caso de engasgamento.
venção pronta e rápida, por parte do cuidador. Não É importante reforçar que o cuidador nestes casos
raro, vómitos e engasgamento, surgem nos idosos, deve manter a calma, transmitindo também segu-
sendo necessário aplicar procedimentos específi- rança à vítima para que esta não se descontrole
cos que permitam agir em segurança. É apresenta- demasiado e agrave a situação.
da na Ficha de procedimento nº4 um conjunto de
anotações para agir de forma adequada em caso de
vómitos.
PREPARAÇÃO DO DOENTE
- Reunir o material necessário, ou se os vómitos forem uma situação recorrente, ter o material já numa
caixa:
• Bacia
• Esponja
• Toalha
• Luvas
• Copo
• Tecido absorvente
- Calçar as luvas;
- Proteger com tecido absorvente a roupa do idoso e da cama;
- Tranquilizar o idoso.
PROCEDIMENTO
- Na impossibilidade de se sentar, o paciente deve ser deitado de lado (decúbito lateral) com a cabeça
voltada para evitar asfixia com o vómito;
- Colocar uma bacia à frente do rosto;
- Apoiar a testa do idoso com a mão, para que consiga fazer o esforço mais facilmente;
- Limpar o suor com uma toalha húmida (fresca);
- Quando terminados os vómitos, limpar o doente e, caso seja necessário, trocar a roupa do corpo e da
cama;
- Ajudar a lavar a boca, não utilizando pasta dentífrica nem escova de dentes logo de imediato, para não
provocar a repetição da situação;
- Retirar as luvas e lavar as mãos;
CUIDADOS ESPECÍFICOS
- Não dar líquidos nem alimentos, até que o idoso se sinta melhor, se houver complicações, a situação
deve ser transmitida aos técnicos de saúde e aguardar instruções;
- Registar sempre a ocorrência de vómitos, apontando a hora e o dia;
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ALIMENTAÇÃO DO IDOSO
E AS INSTITUÇÕES PARA
7 . PREPARAR A FAMÍLIA
PRESTAR APOIO NA
FICHA DE PROCEDIMENTO Nº5
ACTUAÇÃO PERANTE O IDOSO ENGASGADO
PREPARAÇÃO DO DOENTE
- Colocar o paciente sentado, ou em pé;
- Libertar o espaço circundante para poder movimentar-se (se houver mais gente presente, pedir que o
façam).
PROCEDIMENTO
- Se houver uma obstrução parcial estando o idoso a tossir, deve estimular-se para que consiga expelir o
objecto;
- inclinar a pessoa para a frente favorece a que a força da gravidade ajude a desimpedir a via respiratória;
- Se a passagem do ar está totalmente obstruída e não há tosse, é necessário passar de imediato à Manobra
de Heimlich:
• O cuidador deve posicionar-se atrás da vítima, incliná-la para a frente e dar 5 pancadas secas, com
a mão aberta, entre as omoplatas;
• Se objecto não tiver saído, na mesma posição, colocar a mão fechada com o polegar esticado, con-
tra o abdómen (entre um umbigo e o apêndice xifóide) e a outra sobre esta, agarrando-a bem de forma
a conseguir fazer pressão;
• Com força devem ser feitas 5 compressões abdominais, compassadamente de forma seca e enérgica;
• O movimento das compressões deve ser para dentro e para cima, para que a pressão do peito aumente
e o objecto saia.
• As sequências de pancadas e compressões, devem ser alternadas até ocorrer a desobstrução.
CUIDADOS ESPECÍFICOS
- Não dar líquidos nem alimentos, até que o idoso se sinta melhor. Se houver complicações, a situação
deve ser transmitida aos técnicos de saúde e aguardar instruções;
- Registar sempre a ocorrência de vómitos, apontando a hora e o dia;
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ALIMENTAÇÃO DO IDOSO
E AS INSTITUÇÕES PARA
7 . PREPARAR A FAMÍLIA
PRESTAR APOIO NA
SÍNTESE
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ALIMENTAÇÃO DO IDOSO
E AS INSTITUÇÕES PARA
7 . PREPARAR A FAMÍLIA
PRESTAR APOIO NA
ACTIVIDADES
ACTIVIDADES DE AVALIAÇÃO
1. Um idoso em casa pode-se deparar com um conjunto de dificuldades ao nível alimentar. Indique pelo
menos quatro aspectos em que o cuidador pode intervir de forma a melhorar alimentação do idoso.
2.1. Para os idosos o que importa é haver rotina, independente da hora a que a fazem as refeições.
2.2. Os idosos comem pouco e portanto levam menos de 20 minutos a fazer as refeições.
2.3. A escolha dos parceiros de mesa deve, preferencialmente, ser feita pelos utentes.
4. Se os vómitos são recorrentes, o cuidador pode ter uma caixa pronta com o material necessário para
apoiar nesta situação?
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SOLUÇÕES
SOLUÇÕES DAS ACTIVIDADES
A ALIMENTAÇÃO DO IDOSO
MANUAL DO FORMANDO
s
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SOLIUÇÕES
CAPÍTULO 1 CAPÍTULO 2
NOÇÕES BÁSICAS DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO MÁ NUTRIÇÃO: CAUSAS, SINTOMAS,
CONSEQUÊNCIAS E AVALIAÇÃO
1. Essencialmente, ambas são representações dos gru-
pos alimentares, cujas divisões agrupam não só qualitati- 1.
vamente os alimentos, mas também quantitativamente,
uma vez que indicam as proporções em que os alimentos 1.1. Segundo a informação disponível no texto, o Sr.
devem ser ingeridos. A Roda dos Alimentos tem um for- Gualdino reúne alguns factores que constituem sinais e
mato idêntico ao de um prato, o que facilita a assimilação sintomas de risco de má nutrição.
das proporções em que os grupos alimentares devem
estar presentes à refeição. A Pirâmide dos Alimentos re- 1.2. Ter sofrido a perda de um ente querido (enviuvado)
presenta os grupos alimentares de forma hierarquizada há pouco tempo;
dando uma ideia de alimentos “mais importantes” e Revelar sinais de tristeza e depressão como forma de
“menos importantes”, sendo esse o critério para a fre- reacção à perda da mulher (está muito abalado, triste,
quência do consumo. sem paciência e com pouco apetite).
Estar isolado e não saber confeccionar refeições.
2. É uma representação gráfica dos grupos alimentares, Alimentação insuficiente e pouco variada (chá e torradas,
criada para reformular a Roda dos Alimentos, que foi cria- e atum com pão ou fritos), que estimula pouco o apetite.
da na década de 70. Dificuldade em movimentar-se para ir às compras.
4. São hidratos de carbono que demoram mais tempo a ser 2. A anorexia pode ser causa e consequência da má
absorvidos e são fornecidos pelos cereais, pão e massas. nutrição. Como causa ela afecta a ingestão de alimentos
e poderá surgir como sintoma de depressão, ou de qual-
5.1. Falso. As necessidades de hidratação aumentam, quer doença. Pode também ser motivada pela falta de
uma vez que ao subir a temperatura, as perdas de água paladar, que diminui o interesse pela alimentação. A
(sudação) são maiores. pouca mobilidade e um estilo de vida demasiado
monótono são também causas da falta de apetite. Por
5.2. Verdadeiro. Os idosos podem comer doces, sendo outro lado a anorexia pode aparecer também como con-
que em alguns casos até beneficiam, tendo em conta as sequência de uma alimentação desequilibrada, já que o
necessidades energéticas e o facto de “abrir o apetite” estado do indivíduo vai-se agravando, o enfraquecimen-
para outros pratos, motivando para a alimentação. to progredindo e fazendo com que a vontade de comer
seja menor.
5.3. Verdadeiro. Tanto as iscas como as amêijoas são ali-
mentos ricos em zinco, mineral que melhora a cicatrização. 3. Sim, a má nutrição pode afectar as actividades da vida
diária, bem como algumas funções vitais.
Vestir e despir - Incapacidade de se vestir devido a obesi-
dade ou emagrecimento.
Estar limpo e cuidado - Potencial compromisso da integri-
dade da pele devido à sua secura.
Compromisso da mucosa oral devido a higiene deficiente
e estomatite.
Sair de casa - Risco de acidente associado a deficit sen-
sorial e a uma fraqueza provocada pela falta de apetite e
pela má nutrição.
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SOLIUÇÕES
4.1.Verdadeiro Vigilância e Manutenção
• Verificar se está bem colocada (se a marca está no local
4.2. Falso. As necessidades dos idosos são idênticas às apropriado) periodicamente;
dos adultos, ou até mais exigentes. Portanto duas • Mudar o adesivo de fixação da sonda de 24 em 24
refeições, mesmo que muito equilibradas, não serão horas, para evitar que a sonda se solte e que possam
provavelmente adequadas. Aconselha-se quatro a cinco aparecer feridas;
refeições diárias. • Mobilizar a sonda (24 em 24 horas), mudando o ponto
de apoio para prevenir o aparecimento de úlceras de
4.3. Falso. A perda do olfacto e do gosto está muitas vezes pressão;
relacionada com a anorexia, ou com o consumo exagera- • Ter atenção à duração do material depende do fabri-
do de alimentos muito salgados ou muito doces. Assim, cante, no entanto em muitos casos as seringas por exem-
deve-se apostar nas ervas aromáticas e temperos com plo só devem ser utilizadas por 24 horas.
especiarias, de forma a manter as comidas apetitosas.
4.
4.4. Verdadeiro
4.1. Falsa. É possível alimentar o idoso através de sonda
4.5. Falso. Está relacionada com a carência de vitamina com caldos e papas, desde que bem passados e líquidos,
D, proteínas e cálcio, e pode ser atenuada ou evitada para que não se corra o risco de entupimento da sonda.
através do consumo diário de acordo com a dose diária
recomendada (ddr) de lacticínios. 4.2. Falsa. Pelo contrário deve permanecer sentado ou
semi sentado, para evitar regurgitamento, vómito e bron-
coaspiração. Caso não seja possível deitar o idoso de lado.
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SOLIUÇÕES
poupar tempo, o cozinheiro e o nutricionista podem apre- 4. A anorexia traduz-se por uma falta de vontade de
sentar um esboço de ementa, que é discutida em conjun- comer. A ausência de apetite está relacionada com facto-
to com os restantes elementos (responsáveis e represen- res internos ou externos, e pode também estar asso-
tante dos utentes). No final esta deve ser afixada em local ciada a patologias. A recusa alimentar implica uma
de fácil acesso. rejeição da comida, independentemente da falta de
apetite. Não está directamente ligada a uma patologia e
4. A ementa deve conter as refeições de segunda a é expressão de desejos do idoso.
domingo, com indicação dos pratos do almoço e jantar.
Também pode incluir o lanche e a ceia, ficando ao critério 5.
de quem a elabora. Dentro de cada refeição deve constar
o nome da sopa, o prato principal, a sobremesa (opcional) 5.1. Falso. O idoso diabético deve comer várias vezes ao
e a alternativa. dia, exactamente para não comer muito de cada vez e
evitar a hiperglicémia.
5.1. Falso. As sopas consumidas devem ser de legumes,
a canja pode ser consumida, mas só esporadicamente, 5.2. Verdadeiro.
devido ao alto teor de gordura, pouco adequado para os
idosos. 5.3. Verdadeiro.
5.2. Falso. A repetição dos acompanhamentos deve ser 5.4. Falso. Não deve em caso algum ser negligenciada. A
evitada, não é de todo adequado. recusa de alimentos pode ter consequências muito
graves, levando nalguns casos à morte.
5.3. Verdadeiro.
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SOLIUÇÕES
5. Nos idosos a gravidade dos sintomas de uma toxin-
fecção, provocada pela ingestão de alimentos contamina-
dos por bactérias ou pelas suas toxinas, é maior e em
alguns casos, pode mesmo a conduzir a situações limite
colocando em risco a sua vida. As principais manifes-
tações são: diarreia, dor abdominal, vómitos, eventual-
mente febre e dor de cabeça.
CAPÍTULO 7
PREPARAR A FAMÍLIA E AS INSTITUIÇÕES PARA
PRESTAR APOIO NA ALIMENTAÇÃO DO IDOSO
1.
1 - Orçamento limitado, dificuldade em adquirir e arma-
zenar
2 - Dificuldade em adquirir, armazenar e preparar os ali-
mentos
3 - Humor depressivo e sentimentos de Solidão
4 - Crenças e ideias erróneas
2.
4.
Bacia; Esponja; Toalha; Luvas; Copo; Tecido absorvente
5.
• O cuidador deve posicionar-se atrás da vítima, incliná-la
para a frente e dar 5 pancadas secas, com a mão aberta,
entre as omoplatas;
• Se objecto não tiver saído, na mesma posição, colocar
a mão fechada com o polegar esticado, contra o abdómen
(entre um umbigo e o apêndice xifoide) e a outra sobre
esta, agarrando-a bem de forma a conseguir fazer
pressão;
• Com força devem ser feitas 5 compressões abdominais,
compassadamente de forma seca e enérgica;
• O movimento das compressões deve ser para dentro e
para cima, para que a pressão do peito aumente e o
objecto saia.
• As sequências de pancadas e compressões, devem ser
alternadas até ocorrer a desobstrução.
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BIBLIOGRAFIA
CONSULTADA
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
A ALIMENTAÇÃO DO IDOSO
MANUAL DO FORMANDO
b
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BIBLIOGRAFIA
CONSULTADA
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
http://www.grunenthal.pt/cw/pt_PT/pdf/cw_pt_pt_iu_guiu
t_14.pdf;jsessionid=QYSVQNRNPDZG3LAQP2BCFEQ
http://www.portalimentar.pt
http://www.dgsaude.pt
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APROFUNDAMENTO
TEXTOS DE
TEMÁTICO
TEXTOS DE APROFUNDAMENTO TEMÁTICO
A ALIMENTAÇÃO DO IDOSO
MANUAL DO FORMANDO
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APROFUNDAMENTO
TEXTOS DE
TEMÁTICO
VITAMINAS LIPOSSOLÚVEIS
A Essencial para o crescimento, funciona- Fígado, peixes "gordos" (salmão, arenque,
(Retinol) mento do sistema imunitário (defesas do atum, sardinha,...) gema de ovo, lacticínios
organismo) e dos órgãos reprodutores, for- "gordos", manteiga, hortícolas de cor verde
mação de ossos e dentes e processo de escura ou alaranjada (couves, brócolos,
visão. cenoura, abóbora,...).
Protege a pele e as mucosas de infecções.
E Contribui para a recuperação dos tecidos, Óleos de origem vegetal, frutos gordos
(Tocoferol) na protecção dos glóbulos vermelhos e anti- (avelãs, nozes e amêndoas), cereais e
corpos. Tem uma acção antioxidante. derivados pouco refinados, hortícolas
(principalmente de folha verde escura),
gema de ovo e queijo.
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APROFUNDAMENTO
TEXTOS DE
TEMÁTICO
VITAMINAS HIDROSSOLÚVEIS
C Fundamental para a formação e Frutos (especialmente laranja, limão e
(Ácido manutenção de alguns tecidos (vasos san- outros citrinos, kiwi, morangos, papaia,
ascórbico) guíneos, ossos, dentes,...). Acelera os manga, uvas, melão e hortícolas (couve-
processos de cicatrização. Essencial para a -galega, espinafres, agrião, pimentos ver-
resistência a infecções. Tem uma acção melhos, brócolos, tomate,...), batata.
antioxidante. Promove a absorção do ferro.
B8, H Essencial à actividade de enzimas que Levedura de cerveja, fígado, gema de ovo,
(Biotina) intervêm na decomposição dos ácidos gor- frutos gordos, cogumelos, frutos (banana,
dos e dos hidratos de carbono. Importante toranja e melancia).
na eliminação de produtos do metabolismo
das proteínas.
B12 Indispensável para muitas reacções en- Vísceras (fígado e rim), carnes, marisco,
(Cobalamina) zimáticas. Fundamental para a produção do ovos, produtos lácteos (excepto manteiga).
material genético das células e para o
metabolismo do ácido fólico.
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APROFUNDAMENTO
TEXTOS DE
TEMÁTICO
Magnésio Participa na formação e crescimento dos Cereais e derivados pouco refinados, legu-
(Mg) ossos e dentes. Intervém no relaxamento minosas (feijão, grão de bico, soja), cas-
dos músculos e em processos que per- tanha, frutos gordos (avelãs, nozes, amên-
mitem a actividade do sistema nervoso. doas), frutos frescos (banana, figo,...).
Potássio Contribui para a manutenção do equilíbrio Frutos (banana, laranja,...), batata, legumi-
(K) hídrico e electrolítico. Essencial para a con- nosas (feijão e grão), frutos gordos, pesca-
tracção muscular, manutenção da pressão do, cacau.
sanguínea e nos processos que permitem a
actividade do sistema nervoso.
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APROFUNDAMENTO
TEXTOS DE
TEMÁTICO
QUADRO DE MINERAIS E OLIGOELEMENTOS
Ferro Indispensável na formação de hemoglobina Carnes, vísceras (fígado, rins), gema de
(Fe) e na actuação de determinadas enzimas. ovo, pescado, leguminosas, frutos gordos
(nozes,...), hortícolas de folha verde escu-
ra, cereais e derivados pouco refinados.
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APROFUNDAMENTO
TEXTOS DE
TEMÁTICO
Funcho bravo (sementes, caules e folhas; fresco Peixes (especialmente grelhados), caldo para
ou seco) cozer peixe.
Louro (folhas; seco) Vasta utilização: peixe, carne e caça, feijão, mo-
lhos, ovos e batata.
Manjericão (folhas; fresco ou seco) Carnes, peixes, sopas, massas e cozinhados com
tomate.
Açafrão (partes da planta não maduras e secas) Sopas, pratos de peixe, caldeiradas, arroz e mo-
lhos.
Canela (casca do tronco da caneleira; Bolos, doces com características regionais, produ-
em bocados ou em pó tos de confeitaria, licores e sobremesas.
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APROFUNDAMENTO
TEXTOS DE
TEMÁTICO
QUADRO DE ESPECIARIAS E ERVAS AROMÁTICAS
Baunilha (vagem seca) Leites aromatizados, batidos, sobremesas à base
de leite, produtos de pastelaria e licores.
Colorau ou pimentão (polpa do pimento doce Guisados, ensopados, carne de porco, bacalhau e
maduro em pó) outros pratos de peixe.
Paprika (pimento maduro, seco e reduzido a pó) Molhos, pratos de queijo, guisados, sopas e
carnes.
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APROFUNDAMENTO
TEXTOS DE
TEMÁTICO
O texto seguinte foi retirado de: É preciso preconizar instrumentos adaptados (copo
com fundo de chumbo, com asas ou bico, abre-
Ferry, M. & Alix, E. A nutrição da pessoa idosa. -latas, loiça ergonómica, etc.) destinadas a respon-
Aspectos fundamentais, clínicos e psicossociais. der ás necessidades das pessoas idosas atingidas
Loures: LUSOCIÊNCIA - Edições Técnicas e por reumatismo e outros distúrbios e para quem
Científicas, lda. gestos simples da vida quotidiana são um ver-
dadeiro teste. Estes utensílios de cozinha adapta-
dos "facilitando a preensão" podem ajudar as pes-
GUIA PARA INTERPRETAÇÃO soas que têm algumas limitações para a prepa-
DOS RESULTADOS DO QAEN ração das suas refeições. Com efeito, as pessoas
que já não podem cozinhar em boas condições têm
A pontuação QAEN é superior ou igual a 24 uma alimentação menos variada, consomem menos
O doente apresenta um bom estado nutricional, o nutrientes essenciais e expõem-se deste modo a um
peso deve ser vigiado de três m três meses. São risco acrescido de carências alimentares.
úteis conselhos de base sobre o equilíbrio alimentar.
Podem reeducar-se as pessoas idosas que apre-
A pontuação QAEN está entre 17 e 23,5 sentem dificuldades de preensão ou disfagia.
A pessoa idosa apresenta um risco de desnutrição;
uma intervenção precoce será de bom prognóstico. Em caso de feridas na pele (questão 1), os conse-
Os resultados do QAEN devem ser analisados para lhos para enriquecer as preparações em calorias e
identificar as causas da baixa pontuação. É preciso proteínas deverão ser acentuados. Um inquérito ali-
considerar os diferentes itens que proporcionam a mentar preciso será realizado, se possível, e o
perda de pontos QAEN, por exemplo, se a pessoa QAEN será repetido num prazo de três meses para
toma mais de três medicamentos por dia, é avaliar a evolução do estado nutricional.
necessário ver com o médico a possibilidade de
aligeirar a prescrição (questão H). se não tem mais A pontuação QAEN é inferior a 17
que duas refeições por dia ou sofre de anorexia O indivíduo apresenta uma desnutrição proteico-
(questões A e J) é preciso procurar a presença de -calórica. O QAEN é analisado como anteriormente
perturbações do comportamento alimentar. Se a se descreveu. Recomenda-se um inquérito alimen-
família não se pode ocupar das refeições da pessoa tar. Devem procurar-se outras causas de desnu-
idosa, deve considerar-se a hipótese de recorrer trição como a depressão, uma perda de autonomia
aos serviços de distribuição de refeições ao ou a diminuição das funções cognitivas. Serão
domicílio e/ou aos de cuidados domésticos. Se a dados conselhos adaptados aos resultados do
pessoa idosa não consome alimentos dos vários QAEN e ao inquérito alimentar: fraccionar a alimen-
grupos (frutas, legumes, lacticínios, carnes - tação (refeições principais e lanches mais fre-
questões K, L, e N), dão-se conselhos para variar e quentes, menos lautos, mas de alta densidade
equilibrar a sua alimentação; também se pode pro- nutritiva, misturas nutritivas hiper proteicas).
por os serviços de cuidados domésticos e/ou dis- Levar-se-á a cabo um levantamento dos factores
tribuição de refeições ao domicilio. Se o QAEN etiológicos da desnutrição. O QAEN será repetido
detecta uma insuficiência de bebidas (questão M), é num prazo de três meses.
preciso aconselhar a pessoa idosa a ter á mão uma
garrafa de água, para ir bebendo regularmente ao
longo do dia. Pode sugerir-se uma grande va-
riedade de bebidas: água canalizada, água de
nascente, água mineral (com gás ou natural), gelati-
nas (em caso de dificuldades de deglutição ou de
"falsos trajectos"), água por um pulverizador para
hidratar a boca, café, chá, infusões. As bebidas
nutritivas como os sumos de frutas, o leite, os cal-
dos de legumes e as sopas são particularmente
recomendados.
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DIAPOSITIVOS
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INFORMAÇÃO ÚTIL
OUTRA INFORMAÇÃO ÚTIL
A ALIMENTAÇÃO DO IDOSO
MANUAL DO FORMANDO
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ÍNDICE DE QUADROS
E FIGURAS
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ACONSELHADA
BIBLIOGRAFIA
BIBLIOGRAFIA ACONSELHADA
http://www.portaldasaude.pt
http://www.consumidor.pt
www.gastronomias.com
http://www.ese.ips.pt/nonio/maletacre/recursos/guiao_al
imentos.pdf
http://www.nutricaoempauta.com.br/
http://www.fda.gov/
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OUTROS AUXILIARES
COMPLEMENTARES
DIDÁCTICOS
OUTROS AUXILIARES
DIDÁCTICOS COMPLEMENTARES
Videograma
A alimentação do idoso
Manual do formador
A alimentação do idoso
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CONTACTOS ÚTEIS
CONTACTOS ÚTEIS
SPCNA
Sociedade Portuguesa de Ciências da Nutrição e
Alimentação
Apartado 2528
4202-401 Porto
Tel.: 225 074 320
Fax: 225 074 329
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AGRADECIMENTOS
AGRADECIMENTOS
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ENTIDADE PROMOTORA
ENTIDADE PARCEIRA