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RECURSOS HUMANOS EM ODONTOLOGIA

 RECURSOS HUMANOS

Os recursos humanos de maneira geral se organizam de acordo com cada época, de acordo
com como a sociedade se organiza, então os recursos humanos são imprescindíveis ao
processo de desenvolvimento socioeconômico. A medida que tivemos no Brasil o processo de
urbanização, o processo de desenvolvimento surgiram novas profissões, ou seja, novos
recursos humanos, assim a medida que a sociedade se desenvolveu, os recursos humanos em
odontologia também se desenvolveu.

Existe a discussão de que daqui há alguns anos determinados empregos não existirão mais. Há
um estudo que diz que grande parte das crianças que nascem hoje irão trabalhar em uma
profissão que ainda não existe. Por exemplo, trocador de ônibus, em certos locais se utiliza
cartão.

 PROFISSÃO ODONTOLÓGICA

Organizou-se, como as demais profissões, pelo acúmulo de práticas e conhecimentos


gradativamente mais complexos. No início os praticantes são eventuais, dedicando-lhe parte
de seu tempo e, em alguns casos, sem remuneração monetária.

A odontologia enquanto profissão começou como sendo uma ocupação indiferenciada, depois
passou por uma diferenciação enquanto ocupação, depois pela etapa inicial dessa
profissionalização, intermediária e avançada.

 OCUPAÇÃO INDIFERENCIADA:

A ocupação indiferenciada da odontologia é da época em que ela era exercida como


atividade, mas não era uma atividade profissional. As pessoas tinham seus empregos e
faziam de “bico” a profissão de odontólogo. Era exercida como atividade de cirurgiões,
barbeiros, cirurgiões-barbeiros, dentistas, tiradentes, sangradores e curandeiros, como
ocupação secundária dos mesmos e estes não possuíam o entendimento da odontologia
como ciência. No Brasil a primeira figura do profissional da odontologia era voltado paras
curas por meio de remédios caseiros, ervas, ritos religiosos, magia e curandeirismo
realizadas, inicialmente, pelo feiticeiro, sacerdote e pajé, tudo voltado a essa lógica
cosmocêntrica e teocêntrica. A partir da colonização, foram trazidos os cirurgiões-
barbeiros sem qualificação (os que utilizavam a odontologia como ocupação secundária).
Alguns escravos exerciam a profissão de cirurgiões-barbeiros. Não existiam ainda cursos
formais de odontologia, não era ciência ainda.

 DIFERENCIAÇÃO OCUPACIONAL:

A odontologia já passa a ser uma ocupação enquanto profissão para quem a praticava. Passou
a ser uma arte ou ofício como ocupação principal, e mesmo sendo os barbeiros, mesmo sendo
o principal procedimento o eliminador, a exodontia.

Ainda não existiam cursos formais, era uma profissão aprendida por observação, em uma
relação de mestre-aprendiz, os que já exerciam, ensinavam.

Nesse período o que chama atenção é que surgem os primeiros materiais e equipamentos
relacionados à odontologia, há o aparecimento das próteses, o avanço de cadeiras
odontológicas, etc.

 ETAPA INICIAL DO PROFISSIONALISMO

As pessoas passam a ensinar umas as outras de uma forma mais científica. Se desliga da
prática religiosa e se procura meios científicos de se debelar a dor ou os problemas de saúde.
As primeiras pessoas que antes eram os práticos, passam a organizar cursos para os que
desejavam ingressar nela. Os 1os professores foram dentistas que não haviam feito cursos,
mas em algum momento iniciaram o ensino formal. Essa etapa é marcada pelo inicio das
instituiçoes de ensino de odontologia. O curso tinha dois anos de duração, consistia de dois
períodos de ensino acadêmico de quatro meses cada um e de trabalho junto a um dentista em
seu consultório durante o tempo restante. A prática da profissão era aprendida em
consultórios de outros dentistas, mediante sistema de relação mestre-aprendiz.

Começam as primeiras lutas do pessoal Profissional x Não-qualificados

- 1a Faculdade de Odontologia: 1840 – Baltimore (EUA)- Baltimore College of Dental Surgery.

- No Brasil: 1884 - Decreto no 9.311, 25 de outubro - cria o Curso de Odontologia, anexo às


Faculdades de Medicina (Rio de Janeiro e Bahia)

1859 -Inglaterra; 1880 - França; 1884 - Alemanha; 1884 - Brasil

 ETAPA INTERMEDIÁRIA DO PROFISSIONALISMO

Cursos formais passam a ter maior duraçãoe uma maior cientificidade. Passar a ter de 3 a 6
anos com instrução secundária completa. Odontologia consolida-se como profissão de nível
superior. “A duração desse treinamento e a aura do mistério em que está envolvido são
elementos fundamentais para a persuasão da sociedade de que a tarefa que desempenhará é
complexa”.

Há um fortalecimento das associações profissionais, começa a surgir as associações de


odontologia, os conselhos, etc. Permanece a luta contra os práticos e exercício ilegal. Surgem a
primeiras profissões auxiliares (ACD e TPD).

 ETAPA AVANÇADA DO PROFISSIONALISMO

Mudanças principalmente na forma de ensino, o ensino passa a ser mais balanceado:


técnica+biológico+social. Praticamente desaparece o exercício ilegal da profissão, até pelo
fortalecimento dos cursos e instituições. Surgimento das especializações. Profissão bem
estruturada. Associações profissionais mais fortes. Ampla utilização do pessoal auxiliar:
delegação de funções.

 PROCESSO DE TRABALHO DO CIRURGIÃO-DENTISTA

O avanço na profissão e nos recursos humanos trouxe a incorporação da equipe auxiliar junto
ao cirurgião-dentista, passando de um modelo de trabalho individual para um modelo de
trabalho em equipe. Com o trabalho em equipe você consegue ter maior eficiência, elevação
do rendimento, otimização do uso do tempo, miniza o custo operacional, aumentando a
produtividade.

 TIPOS DE RECURSOS HUMANOS MAIS UTILIZADOS

 Cirurgião-dentista – CD

 Auxiliar de saúde bucal – ASB

 Técnico em saúde bucal- TSB

 Técnico em prótese dentária - TPD

 Auxiliar de prótese dentária - APD

 OUTROS RECURSOS HUMANOS

 Técnico em manutenção de equipamentos – TME

 Pessoal de apoio – secretária, recepcionista, servente de limpeza, etc.

 Agentes Comunitários de Saúde - ACS

 CIRURGIÃO-DENTISTA OU ODONTÓLOGO

O exercício das atividades profissionais privativas do CD só é permitido com observância do


disposto na:

- Lei 4.324, de 14/04/64 – institui o CFO e os CROs;

- Lei 5.081, de 24/08/66 – regula o exercício da Odontologia;

- Decreto No 68.704, de 03/06/71 – regulamenta a Lei 4.324.

 COMPETE AO CIRURGIÃO-DENTISTA

I. Praticar todos os atos pertinentes à odontologia decorrentes de conhecimentos adquiridos e


curso regular ou em cursos de pós-graduação;

(Ou seja, tudo que se aprende na profissão se pode executar).

(...)

III. Atestar, no setor de sua atividade profissional, estados mórbidos e outros, inclusive

para justificação de falta em emprego;

IV. Proceder à perícia odontolegal em foro civil, criminal, trabalhista e em sede administrativa;

(...)
VIII. Prescrever e aplicar medicação de urgência no caso de acidentes graves que
comprometam a vida e a saúde do paciente;

IX. Utilizar, no exercício da função de perito odontológico, em casos de necrópsia, as vias de


acesso do pescoço e da cabeça.

 RECURSOS HUMANOS AUXILIARES EM ODONTOLOGIA

Lei 11889 de 24 de Dezembro de 2008: Regulamenta o exercício das profissões de Técnico em


Saúde Bucal - TSB e de Auxiliar em Saúde Bucal - ASB.

 AUXILIAR DE SAÚDE BUCAL

 Organizar e executar atividades de higiene bucal;

 Registrar dados e participar da análise das informações relacionadas ao controle


administrativo em saúde bucal;

 Processar filme radiográfico;

 Preparar (acolher) o paciente nos serviços de saúde bucal;

 Instrumentar o Cirurgião-Dentista e o TSB junto à cadeira operatória;

 Manipular materiais de uso odontológico;

 Selecionar moldeiras, confeccionar modelos em gesso;

 Realizar lavagem, desinfecção e esterilização do instrumental e do consultório

 Aplicar medidas de biossegurança no armazenamento, transporte, manuseio e descarte


de produtos e resíduos odontológicos;

 Desenvolver ações de promoção da saúde e prevenção de riscos ambientais e sanitários;

 Realizar em equipe levantamento de necessidades em saúde bucal;

 Adotar medidas de biossegurança visando ao controle de infecção

 TÉCNICO EM SAÚDE BUCAL- TSB (realiza procedimentos reversíveis ou sem consequência


grave, porém supervisionado pelo CD)

 Participa do treinamento das ASB;

 Supervisiona o trabalho das ASB

 Colabora nos programas educativos e nos levantamentos epidemiológicos como


coordenador, anotador, monitor e na educação individual e coletiva sobre prevenção e
tratamento de doenças bucais;

 Realiza remoção de biofilme dental

 Realiza fotografias e tomadas de uso odontológico e revela radiografias intra-orais;

 Realiza aplicação tópica de flúor


 Insere e condensa material restaurador;

 Realiza limpeza e antissepsia do campo operatório

 Realiza isolamento do campo operatório

 Remove suturas

 ASB / TSB – Proibido:

 Exercer a atividade de forma autônoma;

 Prestar assistência, direta ou indiretamente, a paciente, sem a indispensável supervisão


do cirurgião-dentista ou do técnico em higiene dental;

 Realizar, na cavidade bucal do paciente, procedimentos não discriminados nas suas


atribuições,

 Fazer propaganda de seus serviços, mesmo em revistas, jornais ou folhetos especializados


da área odontológica.

 TÉCNICO EM PRÓTESE DENTÁRIA

 Executa a parte protética laboratorial dos trabalhos odontológicos,

 Treina e supervisiona o trabalho de APD nos laboratórios de prótese.

 AUXILIAR DE PRÓTESE DENTÁRIA

 Vaza moldes em seus diversos tipos;

 Reproduz modelos;

 Prensagem de peças protéticas;

 Realiza o acabamento e polimento de peças.

 É VEDADO AOS TPD:

I – prestar, sob qualquer forma, assistência direta a clientes;

II – manter, em sua oficina, equipamento e instrumental específico de consultório

dentário;

III – Fazer propaganda de seus serviços ao público e, geral.


 TÉCNICO EM MANUTENÇÃO DE EQUIPAMENTOS - TME

 Não ocorreu a profissionalização;

 Normalmente são treinados pelas indústrias de equipamentos odontológicos.

 AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE

 Desenvolver ações de promoção de saúde bucal e de prevenção das doenças neste


âmbito mais prevalentes no seu território de atuação;

 Identificar espaços coletivos e grupos sociais para o desenvolvimento das ações


educativas e preventivas em saúde bucal;

 Registrar os procedimentos de sua competência realizados.

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