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XIII Reunião de Antropologia do Mercosul

22 a 25 de julho de 2019, Porto Alegre (RS)

Grupo de Trabalho: GT 10 – Antropologia da morte, dos mortos e do morrer


Coordenadores: Flavia Medeiros (UFF), Hippolyte Brice Sogbossi (UFS), Cesar
Ivan Bondar (CONICET)

A MORTE NA COMUNIDADE JAPONESA DO RIO GRANDE DO


SUL: ESPAÇO DE INTEGRAÇÃO SOCIAL E DE MEMÓRIA

Tomoko Kimura GAUDIOSO


Doutoranda do PPGH
Universidade Federal de Santa Maria

Resumo: O presente trabalho trata de um recorte da pesquisa desenvolvida


durante o período de doutoramento cujo foco é a imigração japonesa no estado
do Rio Grande do Sul. Durante a pesquisa, contatou-se que os imigrantes e
suas famílias praticam uma variedade de rituais relativos à morte, tanto trazidos
do Japão quanto rituais aprendidos localmente. Assim, muitas famílias fazem
doações para a associação nipo-brasileira local (Enkyô) a título de retribuição à
comunidade pelo respeito prestado ao morto na ocasião do funeral. Ainda
considerando presente o espírito do falecido, esta associação realiza,
anualmente, para a comunidade de imigrantes, uma celebração religiosa em
homenagem a todos os mortos. Portanto, ao que tange o tratamento dos
mortos, estes imigrantes e seus descendentes praticam celebração da
ascensão espiritual à moda budista, além de práticas locais ligadas ao
cristianismo – predominante na comunidade brasileira.

Palavras-chave: Religião oriental. Budismo. Xintoísmo. Imigração japonesa.


Crença religiosa

Introdução

A imigração japonesa oficial ao Brasil que se tem registro iniciou-se em


1908, com a chegada de 781 imigrantes trabalhadores contratados e mais 12
indivíduos voluntários durante o período de migração em massa da população
do Velho Continente para as Américas 1 . A maioria desses imigrantes foram

1A migração da população excedente da camada social produtiva da Ásia e da Europa ocorreu


entre 1821 a 1932. Entre os países receptores, os Estados Unidos recebeu maior número de
imigrantes, chegando a somar 34.200.000 pessoas, seguido de Argentina, com a chegada de
direcionados para suprir a mão de obra nas fazendas de café, tendo assinado
um contrato de quatro anos de trabalho.

As pessoas que migraram com intuito de ficar temporariamente no Brasil


para ganhar “muito dinheiro” eram, em sua maioria, constituídas de filhos não
primogênitos, isto é, os indivíduos que não tinham a obrigação de cuidar a alma
de antepassados, guardiões da família para a perpetuidade. Assim, ao partir do
Japão, os primeiros imigrantes não trouxeram consigo os ícones sagrados
consigo, até porque os símbolos religiosos na cultura japonesa estão
arraigados às terras onde vivem e que os seus antepassados viveram, tanto a
nível de família ou a de comunidade.

Desse modo, para aqueles que suas raízes permaneciam no Japão, não
tinha sentido criar ou construir um templo vazio de espírito ou deus protetor. Os
imigrantes passaram a batizar seus filhos na Igreja Católica para obter
benefícios de apadrinhamento, criando laços com os brasileiros, geralmente
pessoas de destaque na sociedade local. Com o passar do tempo e melhora na
situação econômica e financeira, aos poucos retomaram a prática religiosa
japonesa na sua comunidade.

As celebrações religiosas à moda japonesa, paralelamente às


cerimônias religiosas cristãs, passaram a ser realizadas principalmente após a
Segunda Guerra Mundial, quando várias seitas religiosas de origem japonesa
iniciam a difusão religiosa. Nesse sentido, os imigrantes japoneses do Rio
Grande do Sul são constituídos quase que totalmente de pessoas vindas ao
estado depois de 1956, com primeiro a chegada 23 solteiros, e depois de
famílias japonesas para se instalarem no estado até 1963, de forma sistemática
e por política emigratória do governo japonês, que acabou fazendo o acordo
com o Brasil no recebimento dessas pessoas (SANTOS; DOLL; GAUDIOSO,
2003, p. 55).

Algumas famílias que vieram diretamente do Japão trouxeram consigo


os altares para cultuar seus antepassados. Outras, ao longo de mais de meio

6.400.000 indivíduos. O Canadá recebeu nesse período o total de 5.200.000 imigrantes. O


Brasil foi o quarto país que recebeu mais pessoas emigrados do velho continente, totalizando
4.400.000 indivíduos (OKAZAKI apud BURAJIRU..., 1991, p. 13-14).
século de imigração, perderam membros da família. Com o passar do tempo, a
morte passou a acompanhar esses imigrantes, assim como o nascimento e o
casamento, exigindo dos envolvidos no processo da vida e da morte uma
rememoração do passado e ao mesmo tempo, realimenta o saber fazer dos
rituais que envolve esses eventos da vida (e da morte).

Considerando os fatores acima mencionados, este trabalho apresenta a


concepção da religião pelo povo japonês desde os primeiros períodos da sua
história e de que forma a religiosidade dos imigrantes japoneses foi trazida ao
Rio Grande do Sul e está sendo praticada, tanto a nível de família como na
comunidade que essa família está inserida.

Como recorte de estudo sobre religiosidade e da cultura das religiões


japonesas, escolheu-se como tema a morte e rituais que cercam esses
imigrantes, percebendo que a cultura religiosa de origem se mantém
preservada, servindo como instrumento de rememoração do passado e
fortalecimento de identidade cultural e étnica.

As religiões no Japão

O Japão é conhecido pelo ocidente como um dos países que a maioria


do povo é budista ou xintoísta. De fato, quando se vai ao país, é comum
estarem inclusos nos roteiros turísticos muitos templos budistas e xintoístas.
Em relação aos templos xintoístas, não pode se esquecer do grande Templo de
Izumo, localizado na província de Shimane, em homenagem ao O-kuninushi-
no-mikoto, que ofereceu suas terras para o povo do Yamato. A pompa da sua
construção aparece na cantiga do ano de 970 d.C. (MIYAZAWA, 1991, p. 146)
Outro templo, é o de Ise, estabelecido na província de Mie, construído no ano
de 897 com intuito de cultuar o Espelho Sagrado Imperial, protetor do povo e
da família imperial.

Esses templos já apareciam no Nihon Shoki (ISHIZUKA, 1991, p. 145)


e são considerados templos xintoístas muito significantes para o povo japonês
até os dias de hoje. Outro templo representativo para o povo japonês mais
recente é o templo Meiji, construído em 1920, após falecimento do Imperador
Meiji e sua imperatriz, para cultuar suas almas deificadas, onde mais de 100
mil jovens voluntários trabalharam na sua construção (OCHIAI,1991, p. 1896).
Depois da Segunda Guerra Mundial, os nomes de soldados mortos no combate
foram acrescidos, integrando-se ao mundo espiritual, para serem cultuados2.

Esse culto aos antepassados como espírito protetor é praticado até os


dias atuais, a nível público, os japoneses acreditam que os espíritos dos heróis
históricos/animal deificado protegem as vilas ou cidades. A nível particular,
muitas famílias mantêm um pequeno oráculo, a hokora, montado em jardim da
casa ou mesmo um pequeno altar, o kamidana, sem pintura, posicionado no
lugar mais alto da sala principal.

Em relação ao território espacial, esses espíritos estão fortemente


arraigados às terras. Considerando que a origem do povo japonês esteja
baseada no extrativismo e posteriormente na agricultura, é natural que a
crença religiosa esteja fortemente ligada às terras. De acordo com Gaudioso e
Soares, “percebe-se que há uma ligação profunda dos deuses japoneses com
a delimitação territorial da comunidade enquanto que o budismo e outras
religiões posteriormente criadas ou introduzidas ao Japão não apresentam o
vínculo ao local específico” (2010, p. 140).

Por outro lado, em todo o Japão existe incontáveis número de templos


xintoístas, tanto quanto se possa existir uma comunidade, desde pequenas
vilas até grandes cidades, pois os mesmos representam divindades protetoras
da sociedade local.

Os japoneses que emigraram para o exterior, principalmente nos fins


do século XIX e na primeira metade do século XX, com intuito de ganhar
dinheiro num prazo de poucos anos, ficarem ricos e retornar ao país natal
certamente não se preocuparam em construir algum oráculo no país de destino.
As terras estrangeiras seriam estranhas aos deuses e também não havia vilas
ou comunidades que seus poderes os alcançassem, o que explica, de certa
forma, a despreocupação dos japoneses emigrados em construir templo num
local longe do Japão.

2Na cultura japonesa credita-se que o espírito do falecido continua existindo além do mundo
terrestre. Esses espíritos são cultuados ou consolados através de oferendas e orações e
concedem proteção aos que necessitam. Assim, é frequente avistar na casa dos japoneses os
altares xintoístas ou budistas com as oferendas.
Em relação ao budismo, pode se afirmar que essa religião também se
faz presente na vida dos japoneses de forma bastante significativa. Inicialmente
surgido na Índia, o budismo foi introduzido ao Japão por volta do século V,
sendo que atualmente há teoria que essa religião chegou ao Japão no ano 538
d.C. e, no fim do século VI, apesar de ter pequenos conflitos internos com o
xintoísmo, havia-se difundido por todo o país, inclusive se sincretizando com as
religiões pagãs locais (GORAI, 1984, p. 557).

Inicialmente praticado e difundido por ordem da corte imperial com


intuito de proteger o povo, construíram-se diversos templos budistas em todo
território nacional. Em relação a seitas, o budismo foi praticado inicialmente
para afugentar maus espíritos e fazer o exorcismo, como ocorria no período
Heian (794-1185), ao exemplo da seita Shingon. Entretanto, com o decorrer do
tempo, o budismo passou a ser praticado para outros fins, como forma de
salvar as almas após a morte, como a da seita Jôdo, pois a vida na terra era
dura e penosa; outros ramos como a do Zen budismo, foca-se na prática na
vida terrestre, nos atos do dia a dia, e adquiriu muitos seguidores desde início.

Várias seitas budistas surgiram com o passar do tempo, tanto aquelas


que caíram no gosto dos aristocratas como no do povo mais simples. Entre
elas, pode-se citar duas linhas de seitas budistas bastante conhecidas, como a
seita Rinzai, que cativou os aristocratas, e a seita Sôtô, o povo, ambas
seguidoras do pensamento zen, sendo que essas seitas foram fortemente
difundidas na época em que o Japão encontrava-se em guerra civil sangrenta e
a população de todas as camadas procuravam momentos de paz espiritual.

Outras seitas budistas, como a Jôdo, Jôdo shinshû e outras foram


surgindo com o passar do tempo. E na medida em que se difundia entre
população, a construção de templos budistas passaram a compartilhar o
mesmo espaço territorial, de modo que não é raro encontrar no Japão os
templos xintoístas e budistas num mesmo terreno, sendo igualmente visitado
pelos moradores locais e compartilhar as cerimônias religiosas, conforme
celebrações ou festas que se realizam.

De acordo com Pereira,


O Budismo, entretanto, não somente teve um relacionamento
sincrético com o xintoísmo, como também desenvolveu uma
espécie de “divisão de trabalho” com o mesmo, no que tange a
ritos de passagem: enquanto o xintoísmo geralmente está
relacionado com o nascimento e o matrimônio, o budismo
continua na esfera do culto aos antepassados e dos ritos
funerários. Note-se, porém, que apesar de não práticas
comuns, também é possível haver casamento budista e funeral
xintoísta. (PEREIRA, 2006, p. 3-4).

Esse “relacionamento sincrético”, que Pereira menciona no que tange


às práticas religiosas japonesas, entre xintoísmo e o budismo, no entanto, deve
ser analisado com maior cautela. O conceito do sincretismo religioso foi
introduzido pelo Herskovitz, em 1941, “no sentido objetivo ou neutro para
designar a reinterpretação de culturas religiosas” (apud GAUDIOSO; SOARES,
2010, p. 140), o que não ocorre necessariamente entre o budismo e o
xintoísmo.

A organização japonesa se constitui tendo como base a comunidade ou


grupo social fechado e tem-se no segundo plano o núcleo familiar. O indivíduo,
nesse sentido, fica considerado como última peça do menor núcleo social, em
vida, já que, depois de morto, passa a pertencer o rol dos “antepassados” da
família ou da comunidade, como objeto de culto ou de contemplação e com
incumbência de “proteger” seus descendentes, na forma de deidade ou espírito
“búdico”. Sendo assim, o “culto aos antepassados reforça a estrutura familiar”.
E, por consequência, “as ligações das comunidades com os templos ocorriam
compulsoriamente a gerações, fazendo que o budismo também fosse uma
religião por ‘tradição’” (CARDOSO, 1995).

Em relação ao surgimento de novas religiões, pode-se afirmar que


durante o Período Meiji (1868-1912) e o Período Taisho (1912-1926) foi a
época em que o governo japonês se empenhou em firmar a imagem do
imperador como ser divino único que o povo devia proteger. É interessante
observar que a figura do imperador, mesmo sendo tratada como uma divindade,
não promete nada ao povo japonês.

Pelo contrário, desde a época que surgiu a figura do imperador no


Japão, esse é que possui obrigação de realizar os cultos imperiais, desde dia
primeiro do ano, pedindo aos deuses da produção agrícola a boa safra,
também tempo propício a todos e afastamento de desastres naturais e
harmonia na sociedade. Assim, por exemplo, embora maioria dos historiadores
afirmarem que o imperador Meiji tenha sido um líder imperialista visando
expansão territorial dominadora, a maioria dos atos governamentais do Japão
daquela época foi executada pelos membros da oligarquia da época e mais os
nacionalistas, em nome do imperador. O empenho do governo em favorecer o
xintoísmo nessa época diminui a importância do budismo.

Em relação ao catolicismo, o Japão conheceu a religião cristã com a


chegada de portugueses em 1549, sendo que, em 1582, pouco mais de trinta
anos de estada, o número de católicos no Japão contou com mais de 150 mil
pessoas. Embora tenha encontrado sucesso na catequização dos japoneses,
alguns incidentes resultaram na proibição de difusão do catolicismo, de modo
que, a partir de 1612, toda e qualquer ação religiosa cristã passou a ser punida
rigorosamente, com pena de morte. Essa proibição continuou até 1873, quando
a pressão de países europeus exigiu a liberdade de crença religiosa, sobretudo
o cristianismo (GORAI, 1991, p. 491-492).

A retomada da prática religiosa cristã obteve resultado além da crença


espiritual, de modo que um grupo de religioso cristão, Rikko, que surgiu nos
fins do século XIX, por exemplo, acabou por exercer um papel importante na
formação de jovens japoneses para se estabelecerem no exterior como ocorreu
no Canadá, Estados Unidos e o Brasil, como imigrantes capacitados com
conhecimentos de lides, não somente agrícolas mas igualmente de
equipamentos e máquinas agrícolas, constrição civil e de pecuária.

A inserção de um indivíduo como a de um imigrante na comunidade


local pode ter mais do que a auto representação religiosa visto que:

As igrejas cristãs não tiveram nenhum impedimento para o


trabalho missionário entre os imigrantes; pelo contrário, os
próprios funcionários do governo japonês aconselhavam-lhes a
se batizarem. De um modo geral, a evangelização católica teve
uma presença maior de padres sem ascendência japonesa,
enquanto que, no caso dos protestantes, este se deu com
missionários japoneses ou nikkei. Muitos imigrantes (sobretudo
depois da segunda geração) tornaram-se critão, mas isso é
interpretado por Takashi Maeyama e Hirochika Nakamaki como
uma adaptação ou acomodação social ao meio brasileiro. Ou
seja, para não ter problemas com a vizinhança ou na escola,
muitos japoneses permitiam o batismo de suas crianças, sendo
que os padrinhos eram brasileiros não-descendentes.
(PEREIRA, 1991, p. 167).

Em relação às outras religiões, mais recentemente, depois da Segunda


Guerra Mundial:

a liberdade religiosa proporciona o surgimento de um sem


número de novas religiões, visto que a liberdade religiosa
passou a ser garantida pela própria constituição, principalmente
por desvincular a figura do chefe de Estado da religião, crença
de mais de um milênio de história. (GAUDIOSO; SOARES,
2010, p. 141).

Assim, as religiões como Seicho-no-Ie, Igreja Messiânica, Tenrikyô 3 ,


Perfect Liberty, Soka Gakkai, Reiyu-kai e Mahikari passam a atuar de forma
significativa no Japão e nas comunidades de imigrantes japoneses fora do país.
No Brasil, em 2000, mais de 151 mil brasileiros eram seguidores dessas
religiões orientais japonesas, podendo ser considerada significativa a suas
participações na prática religiosa dos brasileiros.

Em relação à crença religiosa e sua prática entre os japoneses, como


já mencionado anteriormente, uma não exclui a outra e, sendo assim, um
indivíduo pode receber a bênção aos sete dias do nascimento e aos três, cinco
e sete anos de vida a moda xintoísta, casar em igreja católica, celebrar 60 anos
de idade à moda chinesa, morrer e ter funeral à moda budista e depois seu
espírito ser cultuado no altar budista ou xintoísta e assim por diante.

Ainda, durante o decorrer de um ano, um indivíduo pode participar da


celebração da chegada de deus do ano, comendo comida especial, celebrar a
Páscoa, participar do Dia de Finados budista em agosto e do católico em
novembro, comer a ceia de Natal e no fim do ano, a massa de trigo mourisco
para obter saúde e fortuna no ano que chega, sem que isso cause uma
estranheza.

A imigração japonesa e a religião


3Tenrikyô é religião xintoísta fundada pela Nakayama Miki em 1838. Atualmente, mantém sua
sede principal na província de Nara, na cidade de Tenri. Entre as religiões consideradas novas,
é a mais antiga do Japão e possui sedes regionais em diversos países.
Quando iniciou a imigração para o Brasil, em 1908, os japoneses
pensaram em ganhar muito dinheiro em pouco tempo trabalhando nos cafezais
e retornar ao Japão cheios de dinheiro. A crença religiosa, fortemente arraigada
às terras de seus ancestrais e aonde nasceram, baseada na crença xintoísta,
não acompanhou os imigrantes quando se afastaram do Japão.

Além disso, não pretendendo fixar-se numa terra estrangeira, as


pessoas não se preocuparam em construir um templo, o símbolo que seria
aceitação do espaço territorial exótico como lugar para ficar. Como afirma
Tomoo Handa, no seu livro que descreve a vida dos japoneses no Brasil, nos
primórdios da imigração,

enquanto uma vida espiritual a consciência de pertencer a etnia


(japonesa) ou o nacionalismo (japonês) sobrepunha ao
“budismo e xintoísmo” e sustentava a espiritualidade dos
imigrantes [...] e assim, mesmo vindo ao Brasil, nem “sentia” a
repressão religiosa dos católicos [...]. Entrando em fazenda,
não havia praticamente nenhum evento religioso. [...] Os
familiares do falecido voltava para casa, construía uma
pequena prateleira, colocando em cima a fotografia do falecido,
dava de oferenda as flores do campo e acendia o incenso.
Quando não tinha, acendia a vela (HANDA, 1981, p. 711-712).

Assim, os primeiros imigrantes não construíram templos nem


cemitérios para eles mesmos. A única informação que se tem a respeito da
construção de um templo xintoísta é de 1920, na Colônia Itacolomi, no
município de Promissão, São Paulo, povoado pelos japoneses e italianos em
1917 (IBGE, s/d). Handa (1981) menciona que na revista Nogyo no Burajiru,
editada em setembro de 1928, edição especial comemorativa de dez anos de
chegada dos imigrantes a Promissão, há informação sobre construção de um
santuário xintoísta Bugre Jinjya, tendo como divindade a ser cultuada o espírito
do bugre enterrado no local.

Handa comenta que isso talvez tenha sido uma forma de manifesto do
sentimento de imigrantes terem encontrado um espírito protetor no túmulo de
um nativo.

Já que os japoneses cultuam com rigor os antepassados,


sentiram pena em deixar a cova abandonada e tomada pelo
matagal e, tomando uma gamela e duas taças como símbolo
da divindade, ‘construíram’ pequeno hokora, e resolveram fazer
o culto no dia cinco de maio, todos os anos. Provavelmente foi
a primeira vez que foi construído o torii4 no Brasil. Isso foi há
oito anos atrás (1920). Quando o sacerdote Umewakamaru Doi
terminou de ler a oração em voz alta, o sumo sagrado chegou
ao auge. (NOGYO apud HANDA, 1981, p. 712-713).

A data que os imigrantes japoneses estabeleceram para cultuar o


espírito do bugre, dia cinco de maio, coincide curiosamente com a data festiva
de Omishima-cho, atual município de Imabari, da província de Ehime, em que a
comunidade faz festa pedindo boa safra no arroz e agradecer as dádivas
concedidas ao deus do santuário de Oyamazumi5.

De acordo com o texto elaborado na comemoração a oitenta anos da


imigração japonesa no Brasil, os imigrantes e descendentes passaram a sentir
perda da terra natal após a derrota japonesa na Segunda Guerra Mundial e
considerar o país receptor como sua nova terra para a moradia definitiva. Por
outro lado, com aquisição de bens imóveis, posição social e outros patrimônios,
passaram a sentir mais ligados ao Brasil do que ao Japão, tomando para si
mesmos o papel de ancestrais fundadores de novos grupos familiares,
desvinculados de antepassados deixados no Japão (BURAJIRU..., 1991, p.
419-431).

A partir da década de 1950, várias religiões japonesas passam a


realizar movimento de difusão de seus ensinamentos. Em relação ao budismo
mais tradicional, as seis principais seitas estão presentes no Brasil, sendo que
em 1991, a seita Honpa Honganji-ha já possuía 32 templos e seita Shinshu
Otani-ha possuía quinze templos. O Soka Gakkai, um dos que possui maior
número de adeptos, ultrapassando trinta mil pessoas, na sua maioria não-
japoneses, foi registrado como entidade religiosa em 1964.

Em relação a prática religiosa, principalmente em relação ao


cristianismo, o apadrinhamento passa a ser realizado entre familiares

4 Torii: portal feito de madeira, construído ao longo da entrada do templo xintoísta. Pode ser de
madeira cru ou pintado de vermelho.
5 No santuário de Oyamazumi, realiza-se cerimonia de boa colheita de arroz no dia cinco de

maio e no dia nove de setembro. Nessas datas, durante a oração, um indivíduo que representa
a comunidade apresenta a luta de sumo contra a divindade imaginária. Para quem fica olhando
a,luta, o homem se move sozinho, até parecendo uma mímica. (INE, 2010).
japonesas após a Segunda Guerra Mundial, fortalecendo os laços da própria
família e da sua comunidade. Os eventos como Natal e Páscoa tomam
posições importantes para reunião de família, ao lado do Ano Novo e Obon, dia
correspondente ao Dia dos Finados cristão.

Essas datas religiosas são celebradas nas famílias japonesas


mesclando-se às datas comemorativas japonesas e brasileiras, budistas,
xintoístas e cristãs, sem que se cause estranheza. De acordo com o livro
comemorativo de oitenta anos de imigração japonesa no Brasil, as celebrações
oficiais são realizadas através da religião católica, os eventos sociais e de vida
pelas religiões cristã e budista e, para solução de problemas do cotidiano, a
sociedade de migrantes japoneses recorrem as novas religiões, principalmente
aquelas fundadas depois da última guerra (BURAJIRU..., 1991, p. 445).

A morte e os imigrantes japoneses do Rio Grande do Sul

Assim como o nascimento e o casamento, a morte também é


acompanhada de rito de passagem derivado do povo para o povo, conforme a
cultura que acompanha a vida das pessoas e a comunidade a que pertence.
No caso dos japoneses, diferentemente dos europeus – na sua maioria cristãos
–, a morte exige mais participação da comunidade para executar o rito de
passagem para além da vida.

Quando alguém morre na comunidade cristã, a família providencia o


funeral, os amigos, parentes e conhecidos reúnem-se no velório ou
comparecem no enterro. Na maioria das vezes, o padre celebra missa no
sétimo dia do falecimento e, quem não pode estar presente no velório,
comparece a missa que se realiza em homenagem ao falecido. As pessoas não
têm costume de levar algo. Algumas pessoas oferecem coroas de flores, mas
isso não faz parte da indumentária necessária para o rito de passagem e,
quando providencia-se flores, é geralmente para colocar como oferenda no
túmulo, onde o morto já está acondicionado devidamente, sem que para isso
se realize alguma cerimônia específica.

A imigração japonesa no Rio Grande do Sul ocorreu depois da


Segunda Guerra Mundial, de modo que o falecimento de algum membro da
comunidade aponta mais para os indivíduos de primeira geração, o que marca
precedente para as gerações seguintes de brasileiros nikkeis6, já que a maioria
deles vieram para o Brasil no intuito de se fixarem no país de destino depois de
vivenciar o Japão dizimado pela guerra e perder as expectativas de vida
próspera na terra natal. Algumas famílias trouxeram consigo os ossos do filho
falecido, como a família do sr. H., outra, da família K. que trouxe o oihai7 de
seus pais para poder cultuar seus espíritos.

Em relação aos túmulos, não se tem o cemitério criado ou destinado


aos japoneses nem monge budista japonês, de modo que quando alguém
falece, seus corpos são enterrados nos cemitérios da comunidade local
existentes nas cidades. Igualmente, como não há templo budista japonesa
mais familiar aos imigrantes no estado, não há prática de os japoneses
frequentarem ambientes religiosos budistas como ocorre no estado de São
Paulo, Paraná e em outros estados onde a comunidade religiosa está mais
presente.

No caso do falecimento na comunidade japonesa do Rio Grande do Sul,


como em outras comunidades japonesas, o rito de passagem própria da cultura
japonesa envolve a todos, além da própria família do morto. Esse envolvimento
da comunidade se deve a estrutura do ato fúnebre que caracteriza mais um
auxílio mútuo aos necessitados do que o consolo propriamente dito, aos
familiares deixados. Como se sabe, quando alguém falece, o familiar tem muita
despesa para realizar o enterro e o sistema japonês, nesse caso, acabou
adotando uma forma muita prático e eficaz de arrecadar fundos para auxiliar no
pagamento de gastos com esse ritual.

Na cultura japonesa, quando alguém falece, a primeira providência que


se toma é nomear uma pessoa para dirigir o funeral, como velório e enterro,
geralmente o filho mais velho ou o cônjuge do falecido. Em seguida, uma
pessoa de confiança da família é indicada para receber durante o velório a

6 Nikkei: termo utilizado para indicar alguém que pertence a etnia japonesa ou que possua
alguma relação de consanguinidade com o japonês.
7 Oihai é uma tábua da família com formato de uma Sotoba onde está inscrito o nome budista

do falecido. No Japão, quando alguém falece, é comum pedir o monge atribuir ao falecido um
nome post mortem e escreve-lo no oihai, sendo que ao cônjuge sobrevivente, lhe atribui
igualmente o nome porém escrito com tinta vermelha, no verso desta mesma tábua.
oferenda em dinheiro, devidamente acondicionada em envelope e, se muito for
ofertado, nomear mais uma pessoa para fazer a contabilidade. Esta pessoa fica
sentada numa mesa com bilhete na frente escrito “recepção”, recebendo o
dinheiro e anotando os nomes das pessoas que o entregam. Enquanto isso,
algumas pessoas encarregadas de servir chás circulam entre os presentes,
distribuindo a bebida. Depois de encerrado o funeral, com enterro ou cremação,
junta-se todo valor que recebeu como oferenda para pagar parte do custo com
funerária e outras despesas decorrentes do falecimento.

Assim, uma parte das despesas de enterro é coberta com esta doação,
aliviando o custo do funeral que a família do morto despenderia. Na
comunidade japonesa, o dinheiro faz parte da cerimônia do rito de passagem
por morte, podendo ser considerado uma sabedoria que surgiu da necessidade
de auxílio mútuo. Por outro lado, o oferecimento do dinheiro por parte da
comunidade fortalece o pertencimento e laços de cada um dos indivíduos
daquela comunidade, pois a participação de cada um resulta na ajuda aos seus
semelhantes e também na criação da sensação de servir um ao outro a nível
psicológico.

O próprio arranjo dos papéis exercidos no funeral por parte dos


membros da comunidade também serve para estabelecer e firmar sua posição
social e política, visto que somente pessoas de maior destaque ou importância
assumem funções como condutores ou gerenciadores de tal ritual que exige
destreza nas tarefas incumbidas. Esse costume de entregar dinheiro no funeral
é praticado na comunidade de imigrantes japoneses, inclusive no Rio Grande
do Sul, independentemente da religião do falecido ou da sua família. As
pessoas que comparecem com esse tipo de oferenda também podem ser de
várias religiões, inclusive cristãos.

Depois de arrecadar as oferendas, uma parte é devolvida à


comunidade em forma de retribuição do favor recebido. O valor depende da
condição econômica da família do morto mas, geralmente, é aproximadamente
a metade da quantia recebida.

Embora haja uma pequena prática de retribuição a nível individual, a


grande parte da comunidade japonesa do Rio Grande do Sul prefere fazer uma
doação em soma de dinheiro, bastante significativa, para associação japonesa
representativa da região, a Associação de Assistência Nipo e Brasileira do Sul8
(Enkyô), cuja jurisdição abrange os estados do Rio Grande do Sul e Santa
Catarina. Portanto, esta associação se beneficia também da doação de
dinheiro arrecadada por morte, e essa quantia é contabilizada na manutenção
da entidade como renda.

A prática desta doação é tão comum entre os japoneses que, quando


alguém da comunidade falece e não há entrega de uma parcela em dinheiro a
Enkyô, sobretudo se o falecido for membro da associação, conforme
funcionária que trabalha na secretaria, estranha-se o atraso no depósito da
espécie na conta ou falta de aviso de doação. Segundo M.B.M, funcionária da
associação e encarregada de elaborar o jornal institucional Enkyonews e
também a notícia de óbito de alguém, quando o familiar do falecido não
menciona a doação, diz que “geralmente as pessoas fazem depósito de koden
gaeshi9. Quando não faz, acho que a família não tem condição financeira para
fazer a doação.”

A nível da comunidade, as associações regionais realizam celebrações


em homenagem a alma dos falecidos no mês de agosto, já que no Japão o Dia
dos Finados ocorre no dia quinze de agosto. Essas cerimônias religiosas
diferem conforme região e número de adeptos, como a celebração da missa
católica na colônia japonesa de Ivoti, celebração de culto budista em Itapuã e
missa protestante na colônia de Itati.

Entretanto, o maior culto ecumênico ocorre nas dependências da


Associação de Assistência Nipo e Brasileira do Sul cuja sede principal se
encontra na cidade de Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul, abrangendo
as religiões budista, católica e protestante, na presença de religiosos, como

8 A Associação Nipo e Brasileira do Sul funciona como federação de associações japonesas


locais dos estados do RS e SC. A abrangência da sua jurisdição nesses dois estados se deve
ao fato do Consulado Geral do Japão, na época em que associação foi criada, atendia esses
dois estados. No seu estatuto, os presidentes das associações regionais fazem parte da
diretoria por natureza.
9 Koden gaeshi é o dinheiro ou objeto que o familiar do falecido retribui as pessoas que

trouxeram o koden, dinheiro que são levados no funeral dentro de um envelope, geralmente
simbolizando a entrega de incenso ou ramo de flores em oferenda.
monge, padre e o pastor, devidamente convidados ao evento para celebrarem
os cultos, principalmente em língua japonesa.

As pessoas que comparecem a esse culto ecumênico normalmente


participam nas cerimonia de três religiões, sem aparentar que essas religiões
são excludentes umas às outras. A ordem do culto é preestabelecida, iniciando-
se com a religião budista, com entonação de sutras e queima de incenso,
seguido da missa católica, com sermão do dia e recebimento da hóstia e, por
fim, a missa protestante, com bastante canto e algumas sermões.

Em relação ao culto na religião budista, Gaudioso (2016) afirma o


seguinte:

No rito religioso em questão, sobretudo no ritual celebrado por


monge budista, entoa-se sutras, uma oração budista, falado em
sânscrito durante o ritual de modo que ninguém entende o seu
conteúdo, salvo a entoação em língua japonesa que segue
logo após. Mesmo assim, as pessoas que comparecem a essa
celebração sentem-se que oraram conforme a tradição quando
participam do ritual com entoação de tais sutras, identificando-
se com a alma que está sendo homenageada, guardada em
sua memória. (GAUDIOSO, 2019, p. 9).

Esses cultos têm sido realizados em língua japonesa sendo que, nos
últimos anos, têm-se observado a presença de brasileiros que não
compreendem a língua japonesa nos cultos, o que é bastante compreensível
visto que os descendentes japoneses de segunda e de terceira geração estão
formando casais interétnicos. Esses brasileiros, embora não tenham a sua
origem a prática religiosa como a do budismo, integram-se aos presentes no
culto e queimam os incensos e cultuam o espírito dos antepassados dos
companheiros.

O culto se realiza no período da manhã e, sendo assim, depois da


celebração, serve-se o almoço preparado pelo grupo de senhoras de Porto
Alegre. Isto significa que, mais uma vez, a comunidade japonesa se mobiliza
em torno da celebração religiosa, firmando o laço de pertencimento, não
somente por participação ativa de senhoras imigrantes, mas mais do que isso,
ao fortalecer igualmente a consciência de ser japonês pela própria comida que
é servida no almoço, com pratos preparados à moda japonesa, temperados
com molho de soja e comer com os palitos de hashi, acompanhados de chá
verde.

O espaço ainda serve para os amigos e familiares dos falecidos


confraternizarem, trocando as notícias mais recentes da comunidade, falando
em língua japonesa e principalmente em dialeto da região de origem,
fortalecendo ainda mais o sentimento de pertencimento como integrante da
etnia japonesa.

Considerações finais

As religiões como o xintoísmo e o budismo japonês, mais as crenças


locais, sempre fizeram parte da vida do cotidiano japonesas. Diferentemente
dos europeus que na sua maioria seguidores da crença religiosa monoteísta,
os japoneses conciliaram várias religiões na sua vida conforme necessidade,
desde salvação espiritual até para procurar soluções nos problemas do
cotidiano.

Essa concepção de praticidade da religião acompanhou os imigrantes


japoneses que se estabeleceram no Brasil, como pode ser percebido nas
comunidades japonesas que vieram para o Rio Grande do Sul. A morte, um dos
ritos de passagem inevitável para o ser humano, exige da comunidade ritual
próprio da cultura japonesa.

A sua prática, mais do que o rito de “enterrar o morto” e despedir-se de


um membro da comunidade, é um ato que fortalece a consciência de
pertencimento entre os membros da própria etnia, um espaço da realização de
auxílio mútuo e de firmamento da instituição que representa a própria
comunidade japonesa.

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