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SUMÁRIO
PODER DE POLÍCIA ............................................................................................................................................. 2
PODER DE POLÍCIA ......................................................................................................................................... 2
ATRIBUTOS DO PODER DE POLÍCIA ............................................................................................................... 2
DISCRICIONARIEDADE................................................................................................................................ 2
AUTOEXECUTORIEDADE ............................................................................................................................ 2
COERCIBILIDADE ........................................................................................................................................ 3
MEIOS DE ATUAÇÃO ...................................................................................................................................... 3
LEIS............................................................................................................................................................. 3
POLÍCIA ADMINISTRATIVA E POLÍCIA JUDICIÁRIA ..................................................................................... 3
LIMITES ...................................................................................................................................................... 4
COMPETÊNCIA E FORMA ........................................................................................................................... 4
FINS ............................................................................................................................................................ 4
OBJETO ...................................................................................................................................................... 4
PODER DE POLÍCIA - DELEGAÇÃO .............................................................................................................. 4
USO E ABUSO DE PODER ............................................................................................................................... 4
SÃO TRÊS AS FORMAS DE ABUSO DE PODER ............................................................................................ 4
EXEMPLO DE PODER DE POLÍCIA ............................................................................................................... 5
EXERCÍCIOS ........................................................................................................................................................ 5
QUESTÕES COMENTADAS ............................................................................................................................. 5
GABARITO ...................................................................................................................................................... 6

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PODER DE POLÍCIA
PODER DE POLÍCIA
No Direito, o exercício do poder de polícia se refere à prática de um ente ou agente
governamental de executar serviços voltados ao registro, fiscalização ou expedição de algum
ato e jamais pode ser delegada a particulares.
O ART. 78 DO CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL DEFINE LEGALMENTE PODER DE
POLÍCIA
“Considera-se poder de polícia a atividade da Administração Pública que, limitando ou
disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão
de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da
produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou
autorização do poder público, à tranqüilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos
individuais ou coletivos”.

SEGUNDO HELY LOPES MEIRELLES:


“A faculdade de que dispõe a Administração Pública para condicionar e restringir o uso, o
gozo de bens, atividades e direitos individuais, em benefício da coletividade ou do próprio
Estado”.
Refere-se, ainda, a esse Poder como o mecanismo de frenagem de que dispõe a
Administração Pública para conter os abusos do direito individual. Sua finalidade, então, é a
proteção ao interesse público.
Dessa forma, o Poder de Polícia foi instituído e outorgado aos integrantes da
Administração Pública para evitarem as colisões no exercício dos direitos individuais de todos
os indivíduos da sociedade, possuindo atributos específicos e peculiares para o seu exercício.

ATRIBUTOS DO PODER DE POLÍCIA


DISCRICIONARIEDADE
O Poder de Polícia será discricionário quando a lei deixa ao administrador certa margem
de liberdade de apreciação quanto a determinados elementos. Nesses casos, a Administração
Pública terá que decidir qual o melhor momento de agir, qual o meio de ação mais adequado,
qual a sanção cabível diante das previstas na norma legal.
Na escolha pela Administração Pública da oportunidade e conveniência de exercer o
poder de polícia, e na graduação das sanções aplicáveis aos infratores é que reside a
discricionariedade do poder de polícia.
Entretanto, será vinculado quando a lei estabelece que, diante de determinados
requisitos, a Administração Pública terá de adotar solução previamente estabelecida, sem
qualquer possibilidade de opção.
AUTOEXECUTORIEDADE
É o poder da Administração Pública decidir e executar diretamente sua decisão, pelos
próprios meios, sem precisar recorrer previamente ao Judiciário. Assim, a
autoexecutoriedade não existe em todas as medidas de polícia. Para que a Administração
Pública possa usá-la, é necessário que a lei a autorize expressamente, ou que se trate de medida
urgente, sem a qual poderá ser ocasionado prejuízo maior para o interesse público.

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COERCIBILIDADE
As medidas de polícia adotadas pela Administração Pública se impõem de forma coativa.
Todo ato de polícia é imperativo (obrigatório para seu destinatário).
Não há ato de polícia facultativo para o particular, pois todos eles admitem coerção estatal
para torná-los efetivos. A coerção é indissociável da autoexecutoriedade. O ato de polícia só é
autoexecutório porque dotado de força coercitiva.
Há de se observar as condições gerais de validade do ato administrativo, bem como
condições específicas deste ato de polícia, que são competência, finalidade, forma e objeto
(condições de validade de qualquer ato administrativo), acrescidas de proporcionalidade
da sanção e de legalidade dos meios empregados pela Administração (condições de validade
específicas dos atos de polícia).
A legalidade dos meios empregados pela Administração é o último requisito para a
validade do ato de polícia. Na escolha do modo de efetivar as medidas de polícia não se
compreende o poder de utilizar meios ilegais para sua consecução, embora lícito e legal o fim
pretendido. Os meios devem ser legítimos, humanos e compatíveis com a urgência e a
necessidade da medida adotada.

MEIOS DE ATUAÇÃO
O Poder Público se manifesta, tanto por meio de atos normativos de alcance geral, quanto
de atos concretos e específicos.
Considerado o poder de polícia em sentido amplo (abrangendo as atividades do
Legislativo e do Executivo), os meios de que se utiliza o Estado para seu exercício são atos
normativos em geral.
LEIS
Pela lei, criam-se as limitações administrativas ao exercício dos direitos e das atividades
individuais, estabelecendo-se normas gerais e abstratas dirigidas indistintamente às pessoas
que estejam em idêntica situação; atos normativos da Administração Pública.
Disciplinando a aplicação da lei, o Executivo pode baixar decretos, resoluções, portarias,
instruções.
Atos administrativos e operações materiais de aplicação da lei ao caso concreto,
compreendendo: medidas preventivas com o objetivo de adequar o comportamento individual
à lei (fiscalização, vistoria, notificação, autorização, licença); medidas repressivas com a
finalidade de coagir o infrator a cumprir a lei (interdição de atividade, apreensão de
mercadorias deterioradas).
POLÍCIA ADMINISTRATIVA E POLÍCIA JUDICIÁRIA
O poder de polícia que o Estado exerce pode incidir tanto na área administrativa quanto
na área judiciária.
A doutrina costuma apontar como diferença o fato da polícia administrativa ter caráter
preventivo, pois tem por objeto impedir ações antissociais, e a polícia judiciária ter caráter
repressivo, pois tem por objeto punir os infratores da lei penal.
Afirma-se que a diferença não é absoluta, pois a polícia administrativa tanto pode agir
preventivamente, como pode agir repressivamente.
Diz-se também que a polícia judiciária, embora seja repressiva em relação ao indivíduo
infrator da lei penal, é também preventiva em relação ao interesse geral, porque, punindo-o,
tenta evitar que o indivíduo volte a incidir na mesma infração.

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LIMITES
Como todo ato administrativo, a medida de polícia, mesmo que seja discricionária, sempre
esbarra em limitações impostas pela lei, quanto à competência e à forma, aos fins e ao objeto.
COMPETÊNCIA E FORMA
Devem-se observar as normas legais, pertinentes à competência (o agente deve ser
competente, ter competência legal para a prática do ato) e à forma (o revestimento exterior do
ato, o modo pelo qual ele aparece, deve ser o previsto em lei).
FINS
O poder de polícia só deve ser exercido para atender ao interesse coletivo, e seu
fundamento é o princípio da supremacia do interesse público sobre o particular, o exercício do
poder perderá sua justificativa quando utilizado para beneficiar ou prejudicar pessoas
determinadas. A autoridade que se afasta da finalidade pública incidirá em desvio de poder e
acarretará a nulidade do ato, com consequências nas esferas civil, penal e administrativa.
OBJETO
Quanto ao objeto, ou seja, ao conteúdo, a autoridade sofre limitações, mesmo quando a lei
lhe dê várias alternativas possíveis. Aplica-se, aqui, o princípio da proporcionalidade entre
meios e fins, ou seja, o poder de polícia não deve ir além do necessário para a satisfação do
interesse público a que visa proteger. Sua finalidade não é destruir os direitos individuais, mas,
ao contrário, assegurar o seu exercício, condicionando-o ao bem-estar social.
PODER DE POLÍCIA - DELEGAÇÃO
A regra é da indelegabilidade da atribuição de polícia administrativa. Admite-se delegação,
desde que outorgada a uma pessoa governamental e por meio de lei.
Para particulares, a doutrina mais moderna entende que a delegação só pode acontecer
em casos muito específicos, isso porque estaria outorgando a particulares cometimentos
tipicamente públicos ligados à liberdade e à propriedade.
O STF tem se posicionado no sentido da indelegabilidade. O tema ainda encontra-se em
discussão.

USO E ABUSO DE PODER


O uso do poder é uma prerrogativa do agente público. O uso (normal) do poder implica a
observância das normas constitucionais, legais e infralegais, além dos princípios explícitos e
implícitos do regime jurídico administrativo e na busca do interesse público.
O abuso do poder corresponde a um desvio do uso (normal). O abuso implica a entrada,
pelo agente público, no campo da ilicitude.
SÃO TRÊS AS FORMAS DE ABUSO DE PODER
1) Excesso: quando a autoridade competente vai além do permitido na legislação.
2) Desvio de finalidade: quando o ato é praticado por motivos ou com fins diversos dos
previstos na legislação.
3) Omissão: quando se constata a inércia da Administração, a recusa injustificada em
praticar determinado ato.
"Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado
por "habeas corpus" ou "habeas data", quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder

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for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público"
(art. 5°., inciso LXIX da Constituição).
EXEMPLO DE PODER DE POLÍCIA
Imagine um fiscal do Município que é incumbido, por lei, de fiscalizar vários
estabelecimentos. Dessa forma, podemos notar que se trata da Administração Pública
(Município), fiscalizando e controlando particulares. Imagine que, ao fiscalizar dado
estabelecimento, o fiscal encontre vários produtos estragados e que a lei preveja, para esses
casos, várias situações que vão desde uma simples multa até uma suspensão de até 90 dias. Ao
sancionar o estabelecimento, o fiscal estará aplicando o poder de polícia, em que a
Administração pune particulares que cometam falta.
Ao escolher com conveniência e oportunidade a melhor punição e mais adequada ao caso,
o fiscal estará usando o atributo da discricionariedade. Ao usar a força para aplicação da
penalidade, estará usando a coercibilidade e, por fim, ao executar diretamente a penalidade
limitando ou restringindo direitos e garantia do particular estará à administração utilizando do
atributo da autoexecutoriedade.
Não podemos esquecer que toda a ação deve respeitar o L.I.M.P.E. e também a
razoabilidade e a proporcionalidade, que são considerados os princípios da proibição de
excesso. Caso contrário, entrará o administrador no abuso de poder.

EXERCÍCIOS
1. O poder de polícia administrativa, que incide sobre as atividades, os bens e os próprios
indivíduos, tem caráter eminentemente repressivo.
Certo ( ) Errado ( )
2. A multa, como sanção resultante do exercício do poder de polícia administrativa, não
possui a característica da autoexecutoriedade.
Certo ( ) Errado ( )
3. É atributo do poder de polícia a autoexecutoriedade, fazendo possível à Administração
executar as próprias decisões, sem necessidade de recorrer ao Poder Judiciário.
Certo ( ) Errado ( )
4. Considere que durante uma fiscalização, fiscais do DF tenham encontrado alimentos com
prazo de validade expirado na geladeira de um restaurante. Diante da ocorrência,
lavraram auto de infração, aplicaram multa e apreenderam esses alimentos. Com base na
situação hipotética apresentada, julgue o item subsecutivo:
Diante do risco à saúde da população, as mercadorias com prazo de validade expirado
poderão ser imediatamente apreendidas, mesmo antes da abertura de processo administrativo
e sem prévio contraditório do proprietário do estabelecimento.
Certo ( ) Errado ( )

QUESTÕES COMENTADAS
1. O poder de polícia administrativa, que incide sobre as atividades, os bens e os próprios
indivíduos, tem caráter eminentemente repressivo.

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Errado.
O poder de polícia tem caráter repressivo e também preventivo. A exemplo, as
licenças concedidas no exercício do poder de polícia, licença concedida pela Vigilância
Sanitária.

2. A multa, como sanção resultante do exercício do poder de polícia administrativa, não


possui a característica da autoexecutoriedade.
Certo.
Em regra, os atos de polícia são dotados de autoexecutoriedade com exceção
da multa decorrente do poder de polícia, sob pena de lesão à ampla defesa e ao
contraditório.

3. 3. É atributo do poder de polícia a autoexecutoriedade, fazendo possível à Administração


executar as próprias decisões, sem necessidade de recorrer ao Poder Judiciário.
Certo.
Com exceção da multa decorrente do poder de polícia, os atos de polícia são
dotados de autoexcutoriedade.

4. 4. Considere que durante uma fiscalização, fiscais do DF tenham encontrado alimentos


com prazo de validade expirado na geladeira de um restaurante. Diante da ocorrência,
lavraram auto de infração, aplicaram multa e apreenderam esses alimentos. Com base na
situação hipotética apresentada, julgue o item subsecutivo:
Diante do risco à saúde da população, as mercadorias com prazo de validade expirado poderão
ser imediatamente apreendidas, mesmo antes da abertura de processo administrativo e sem prévio
contraditório do proprietário do estabelecimento.

Certo.
Investido no poder de polícia os agentes possuem prerrogativas de apreender
mercadorias, fechar estabelecimentos, tudo embasado na autoexecutoriedade.
O fato de não nos depararmos com processo administrativo prévio não invalida
o ato de polícia. A autoexecutoriedade encontra previsão em lei, podendo ainda o
agente público utilizar-se dela em situações emergenciais. Muito cuidado com um
ponto, o contraditório nos atos de polícia é diferido ou postergado.

GABARITO
1. Errado
2. Certo
3. Certo
4. Certo

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