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PENAL IV

CRIMES CONTRA A FAMILIA 2.

 Art. 241 – REGISTRO DE NASCIMENTO INEXISTENTE


Objetividade Jurídica: Protege o estado de filiação pois a legislação tutela que
todo nascimento ocorrido no território nacional deve ser registrado em cartório
competente.
Objeto Material: registro civil no qual foi inscrito o nascimento.
Núcleo do tipo: promover, no sentido de provocar ou requerer o registro de
parto inexistente. Considera-se inexistente o nascimento quando, não houve, ou
quando, o feto foi expulso morto.
Sujeito Ativo: qualquer pessoa (com possibilidade de concurso de pessoas tanto
na coautoria quanto na participação)
Sujeito Passivo: é o estado e as pessoas que foram enganadas pelo falso registro.
Elemento Subjetivo: o dolo (não admite forma culposa)
Consumação: consuma-se o crime com a efetiva inscrição no registro civil do
nascimento inexistente.
Tentativa: sendo um crime plurissubsistente, é possível a tentativa.

 Art. 242 – PARTO SUPOSTO, SUPRESSÃO OU ALTERAÇÃO DO DIREITO INERENTE


AO ESTADO CIVIL DE RECÉM-NASCIDO.
Objetividade Jurídica: tutelar o estado de filiação e regularidade do registro civil.
Objeto material: registro ou o recém-nascido, dependendo da conduta.
Núcleo do tipo: dar parto alheio como próprio (atribuir a si a maternidade do
filho alheio, não sendo necessário o registro civil); registrar como seu o filho de
outrem; ocultar recém-nascido, suprimindo ou alterando o direito inerente ao
estado civil e suprimir recém-nascido, suprimindo ou alterando direito inerente
ao estado civil.
Sujeito Ativo: na conduta “dar parto alheio como próprio”, o sujeito ativo só
poderá ser a mulher, mas se admite a coautoria e a participação, inclusive da mãe
biológica.
Sujeito Passivo: é o estado, mediante, pessoa prejudicada.
Elemento Subjetivo: o dolo, não admitindo forma culposa.
Consumação: dar parto alheio como próprio se consuma com a suposição do
parto, com a troca da criança que nasceu morta por outra. Registrar como seu o
filho de outrem se consuma com a inscrição no registro civil. Nas outras
modalidades a consumação ocorre quando efetivamente se faz a supressão ou
alteração do estado civil do recém-nascido.
Tentativa: é possível em todas as condutas, por se tratar de crime
plurissubsistente.
Parágrafo único. Figura Privilegiada e Perdão Judicial: Se o crime for praticado
por motivo de nobreza, o juiz tem a opção de aplicar pena reduzida ou deixar de
aplicar a pena. (Exemplo: Casal que registra como seu, criança recém-nascida que
fora deixado em uma lixeira por sua mãe biológica, que é drogada e moradora de
rua.)

 Art. 243 – SONEGAÇÃO DE ESTADO DE FILIAÇÃO

Objetividade Jurídica: tutela o estado de filiação


Objeto Material: é criança ou adolescente, filho próprio ou alheio, deixado em
asilo ou instituição de assistência.
Núcleo do tipo: deixar no sentido de abandonar o menor de idade, ocultando-lhe
a filiação ou atribuindo-lhe outra, com o fim de prejudicar o direito inerente ao
estado civil.
Sujeito Ativo: pode ser praticado por qualquer pessoa, não apenas os
ascendentes. O tipo penal não exige a relação de parentesco entre a pessoa
abandonada e aquele que pratica a conduta.
Sujeito Passivo: é o estado, e a pessoa abandonada.
Elemento Subjetivo: o dolo, acrescido do especial fim de agir, consciente do
prejuízo ao direito inerente ao estado civil do filho próprio ou alheio abandonado.
Consumação: com o abandono do menor de idade em asilo de expostos ou
instituição de assistência, com a consequente ocultação ou alteração do estado
de filiação, mesmo que não se alcance o objetivo de prejudicar direito inerente á
filiação. Crime formal.
Tentativa: por se tratar de crime plurissubsistente, admitindo o fracionamento da
conduta.

 Art. 244 – ABANDONO MATERIAL


Objetividade Jurídica: tutela a assistência familiar, ou seja, à necessidade
material de seus membros.
Objeto Material: renda, pensão ou outro auxílio.
Núcleo do tipo: deixar de prover; faltar o pagamento; deixar de socorrer.
Sujeito Ativo: cônjuges; pais; ascendentes (avós, bisavós) sendo de parte de pai e
mãe; o descentes maiores de 18 anos.
Sujeito Passivo: são os cônjuges, o filho menor de 18 anos ou inapto para o
trabalho, o ascendente inválido ou o ascendente maior de 60 anos, se
dependente de assistência material, bem como descendentes ou ascendentes
gravemente enfermo, sem importar o grau de parentesco em linha reta.
Elemento Subjetivo: dolo, não admitindo a forma culposa.
Consumação: consuma-se no momento em que o agente, deixa de assegurar os
recursos necessários, ou falta de pagamento da pensão alimentícia, ou deixa de
socorrer descendente ou ascendente gravemente enfermo. Não se exige o
efetivo prejuízo da vítima por se tratar de crime formal.
Tentativa: não admite fora tentada pois se trata de crime unissubsistente, que
impossibilita o fracionamento.
Parágrafo Único, Figuras Equiparadas: é considerado o abandono material
quando o agente, ilude a vítima para não pagar a pensão alimentícia.
 Art. 245 – ENTREGA DE FILHO MENOR A PESSOA INIDONEA.

Objetividade Jurídica: tutela a assistência familiar, relativamente aos cuidados


dos pais aos filhos menores de 18 anos.
Objeto Material: menor de 18 anos
Núcleos do tipo: entregar no sentido de deixar o filho menor aos cuidados de
pessoa que sabe ou deveria saber ser inidônea representando perigo moral ou
material ao menor.
Sujeito Ativo: somente os pais do menor de idade.
Sujeito Passivo: menor de 18 anos
Consumação: consuma-se no momento em que o menor é entregue a pessoa
inidônea e que sua companhia acarrete perigo.
Tentativa: é admissível.

 Art. 246 – ABANDONO INTELECTUAL

Objetividade Jurídica: tutela a assistência familiar ao ensino obrigatório do filho


menor em idade escolar.
Objeto Material: é a instrução primária do filho menor em idade escolar.
Núcleos do tipo: é a expressão deixar de prover no sentido de não efetuar a
matricula do filho em idade escolar em estabelecimento de instituição primaria
ou impedir que o filho frequente o estabelecimento de ensino fundamental.
Sujeito Ativo: os pais do filho em idade escolar.
Sujeito Passivo: é o filho menor em idade escolar, necessitado de instrução
primária.
Elemento Subjetivo: é o dolo, não admitindo a forma culposa.
Consumação: consuma-se no momento em que os pais, agindo com dolo, deixam
de efetuar a matrícula do filho em idade escolar até o dia do término do prazo de
matrícula. Ou então, consuma-se o crime quando, por livre vontade dos pais, o
filho é impedido de frequentar o estabelecimento de ensino.
Tentativa: não se admite tentativa.

 Art. 247 – ABANDONO MORAL

Objetividade Jurídica: tutela a assistência familiar, relativamente à educação e a


formação moral do menor.
Objeto Material: é a pessoa menor de 18 anos, sujeita ao poder familiar, à guarda
ou vigilância do responsável.
Núcleos do tipo: é permitir, que pode ser por ação ou omissão, no sentido de
consentir e deixar que o menor de 18 anos realize qualquer das condutas dos
incisos I a IV do artigo.
Sujeito Ativo: é o titular do poder familiar ou pessoa responsável pela guarda ou
vigilância do menor.
Sujeito Passivo: é o menor de 18 anos submetido ao poder familiar ou a guarda
de alguém.
Elemento Subjetivo: é o dolo, não admitindo forma culposa.
Tentativa: é possível quando o crime é praticado mediante ação, pois sendo um
crime plurissubsistente permite o seu fracionamento em atos.

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