Objetividade Jurídica: Protege o estado de filiação pois a legislação tutela que todo nascimento ocorrido no território nacional deve ser registrado em cartório competente. Objeto Material: registro civil no qual foi inscrito o nascimento. Núcleo do tipo: promover, no sentido de provocar ou requerer o registro de parto inexistente. Considera-se inexistente o nascimento quando, não houve, ou quando, o feto foi expulso morto. Sujeito Ativo: qualquer pessoa (com possibilidade de concurso de pessoas tanto na coautoria quanto na participação) Sujeito Passivo: é o estado e as pessoas que foram enganadas pelo falso registro. Elemento Subjetivo: o dolo (não admite forma culposa) Consumação: consuma-se o crime com a efetiva inscrição no registro civil do nascimento inexistente. Tentativa: sendo um crime plurissubsistente, é possível a tentativa.
Art. 242 – PARTO SUPOSTO, SUPRESSÃO OU ALTERAÇÃO DO DIREITO INERENTE
AO ESTADO CIVIL DE RECÉM-NASCIDO. Objetividade Jurídica: tutelar o estado de filiação e regularidade do registro civil. Objeto material: registro ou o recém-nascido, dependendo da conduta. Núcleo do tipo: dar parto alheio como próprio (atribuir a si a maternidade do filho alheio, não sendo necessário o registro civil); registrar como seu o filho de outrem; ocultar recém-nascido, suprimindo ou alterando o direito inerente ao estado civil e suprimir recém-nascido, suprimindo ou alterando direito inerente ao estado civil. Sujeito Ativo: na conduta “dar parto alheio como próprio”, o sujeito ativo só poderá ser a mulher, mas se admite a coautoria e a participação, inclusive da mãe biológica. Sujeito Passivo: é o estado, mediante, pessoa prejudicada. Elemento Subjetivo: o dolo, não admitindo forma culposa. Consumação: dar parto alheio como próprio se consuma com a suposição do parto, com a troca da criança que nasceu morta por outra. Registrar como seu o filho de outrem se consuma com a inscrição no registro civil. Nas outras modalidades a consumação ocorre quando efetivamente se faz a supressão ou alteração do estado civil do recém-nascido. Tentativa: é possível em todas as condutas, por se tratar de crime plurissubsistente. Parágrafo único. Figura Privilegiada e Perdão Judicial: Se o crime for praticado por motivo de nobreza, o juiz tem a opção de aplicar pena reduzida ou deixar de aplicar a pena. (Exemplo: Casal que registra como seu, criança recém-nascida que fora deixado em uma lixeira por sua mãe biológica, que é drogada e moradora de rua.)
Art. 243 – SONEGAÇÃO DE ESTADO DE FILIAÇÃO
Objetividade Jurídica: tutela o estado de filiação
Objeto Material: é criança ou adolescente, filho próprio ou alheio, deixado em asilo ou instituição de assistência. Núcleo do tipo: deixar no sentido de abandonar o menor de idade, ocultando-lhe a filiação ou atribuindo-lhe outra, com o fim de prejudicar o direito inerente ao estado civil. Sujeito Ativo: pode ser praticado por qualquer pessoa, não apenas os ascendentes. O tipo penal não exige a relação de parentesco entre a pessoa abandonada e aquele que pratica a conduta. Sujeito Passivo: é o estado, e a pessoa abandonada. Elemento Subjetivo: o dolo, acrescido do especial fim de agir, consciente do prejuízo ao direito inerente ao estado civil do filho próprio ou alheio abandonado. Consumação: com o abandono do menor de idade em asilo de expostos ou instituição de assistência, com a consequente ocultação ou alteração do estado de filiação, mesmo que não se alcance o objetivo de prejudicar direito inerente á filiação. Crime formal. Tentativa: por se tratar de crime plurissubsistente, admitindo o fracionamento da conduta.
Art. 244 – ABANDONO MATERIAL
Objetividade Jurídica: tutela a assistência familiar, ou seja, à necessidade material de seus membros. Objeto Material: renda, pensão ou outro auxílio. Núcleo do tipo: deixar de prover; faltar o pagamento; deixar de socorrer. Sujeito Ativo: cônjuges; pais; ascendentes (avós, bisavós) sendo de parte de pai e mãe; o descentes maiores de 18 anos. Sujeito Passivo: são os cônjuges, o filho menor de 18 anos ou inapto para o trabalho, o ascendente inválido ou o ascendente maior de 60 anos, se dependente de assistência material, bem como descendentes ou ascendentes gravemente enfermo, sem importar o grau de parentesco em linha reta. Elemento Subjetivo: dolo, não admitindo a forma culposa. Consumação: consuma-se no momento em que o agente, deixa de assegurar os recursos necessários, ou falta de pagamento da pensão alimentícia, ou deixa de socorrer descendente ou ascendente gravemente enfermo. Não se exige o efetivo prejuízo da vítima por se tratar de crime formal. Tentativa: não admite fora tentada pois se trata de crime unissubsistente, que impossibilita o fracionamento. Parágrafo Único, Figuras Equiparadas: é considerado o abandono material quando o agente, ilude a vítima para não pagar a pensão alimentícia. Art. 245 – ENTREGA DE FILHO MENOR A PESSOA INIDONEA.
Objetividade Jurídica: tutela a assistência familiar, relativamente aos cuidados
dos pais aos filhos menores de 18 anos. Objeto Material: menor de 18 anos Núcleos do tipo: entregar no sentido de deixar o filho menor aos cuidados de pessoa que sabe ou deveria saber ser inidônea representando perigo moral ou material ao menor. Sujeito Ativo: somente os pais do menor de idade. Sujeito Passivo: menor de 18 anos Consumação: consuma-se no momento em que o menor é entregue a pessoa inidônea e que sua companhia acarrete perigo. Tentativa: é admissível.
Art. 246 – ABANDONO INTELECTUAL
Objetividade Jurídica: tutela a assistência familiar ao ensino obrigatório do filho
menor em idade escolar. Objeto Material: é a instrução primária do filho menor em idade escolar. Núcleos do tipo: é a expressão deixar de prover no sentido de não efetuar a matricula do filho em idade escolar em estabelecimento de instituição primaria ou impedir que o filho frequente o estabelecimento de ensino fundamental. Sujeito Ativo: os pais do filho em idade escolar. Sujeito Passivo: é o filho menor em idade escolar, necessitado de instrução primária. Elemento Subjetivo: é o dolo, não admitindo a forma culposa. Consumação: consuma-se no momento em que os pais, agindo com dolo, deixam de efetuar a matrícula do filho em idade escolar até o dia do término do prazo de matrícula. Ou então, consuma-se o crime quando, por livre vontade dos pais, o filho é impedido de frequentar o estabelecimento de ensino. Tentativa: não se admite tentativa.
Art. 247 – ABANDONO MORAL
Objetividade Jurídica: tutela a assistência familiar, relativamente à educação e a
formação moral do menor. Objeto Material: é a pessoa menor de 18 anos, sujeita ao poder familiar, à guarda ou vigilância do responsável. Núcleos do tipo: é permitir, que pode ser por ação ou omissão, no sentido de consentir e deixar que o menor de 18 anos realize qualquer das condutas dos incisos I a IV do artigo. Sujeito Ativo: é o titular do poder familiar ou pessoa responsável pela guarda ou vigilância do menor. Sujeito Passivo: é o menor de 18 anos submetido ao poder familiar ou a guarda de alguém. Elemento Subjetivo: é o dolo, não admitindo forma culposa. Tentativa: é possível quando o crime é praticado mediante ação, pois sendo um crime plurissubsistente permite o seu fracionamento em atos.