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VITÓRIA
2020
PAULA BOLZAN
VITÓRIA
2020
1. INTRODUÇÃO
Dos pacientes que desenvolvem distúrbios na pele, estima-se que cerca de um terço
sofrem de problemas emocionais e psicológicos, na maioria das vezes é devido ao
aspecto das lesões, por permanecerem visíveis, problema esse que afeta o
relacionamento pessoal, social e profissional do paciente ao se relacionar com outras
pessoas, sendo necessária uma preocupação maior na avaliação dos fatores que
influenciam nas alterações que afetam à qualidade de vida desses pacientes (MASCENA,
2016).
2. ATIVOS DESPIGMENTANTES
Envelhecer faz parte da nossa história, no entanto ter alguns cuidados básicos, como uma
vida saudável, ingestão de líquidos e hidratação, podem adiar as rugas. Ao se falar de
prevenção ou tratamento do envelhecimento cutâneo, podemos citar o uso do ácido
hialurônico (AH) para o rejuvenescimento facial, no qual reflete na diminuição da
elasticidade da pele, o que origina flacidez e as rugas (PERRICONE, 2001).
Ácido Hialurônico (AH) é uma molécula carregada negativamente e, por isso, possui uma
alta capacidade de ligar-se a molécula de água formando um bloco coeso com grande
força para preencher as rugas (LIU, et al., 2011). É componente de importantes líquidos
do corpo, como, por exemplo, o líquido sinovial, que tem a função de lubrificar as
articulações sinoviais, e o humor vítreo, líquido viscoso que atua na manutenção da forma
esférica do olho, vale ressaltar que a maior parte do AH no organismo está situada na
pele, conferindo volume, sustentação, hidratação e elasticidade a mesma (BANSAL, et
al.,2010; NOBLE et al., 2011).
A quantidade de ácido hialurônico diminui com a idade, o que pode contribuir para a
formação de rugas e a diminuição da elasticidade da pele (KIM et al., 2006).
4. ATIVOS ANTIOXIDANTES
Esta vitamina interrompe a formação dos radicais livres envolvidos na peroxidação lipídica
por doar seu hidrogênio lábil, convertendoos a uma forma menos perigosa, de fraca ou
nenhuma toxicidade, protegendo os lipídios e fosfolipídios da membrana contra a
oxidação (Buchli, 2002; Duarte, 2003). A vitamina E, portanto, é usada topicamente para
proteger as membranas celulares da peroxidação lipídica e é também, com frequência,
empregada em produtos pós-sol, devido a sua ação calmante, reduzindo queimaduras ou
eritemas causados pela exposição da pele às radiações UV (BUCHLI, 2002; MAIBACH et
al., 2008).
A coenzima Q10 (CoQ10) possui várias funções bioquímicas nas células, sendo a
principal aquela exercida pela sua forma quinona, a qual transfere elétrons na cadeia de
transporte de elétrons mitocondrial dos complexos I e II para o complexo III, processo
durante o qual prótons são bombeados para o espaço intermembranar gerando assim um
gradiente eletroquímico transmembrana usado na fosforilação oxidativa. A forma quinol da
CoQ10 age como um potente antioxidante na membrana mitocondrial interna. Ela inibe a
lipoperoxidação, ou por apresentar um efeito sequestrante de radicais livres, ou reduzindo
o radical α-tocoferoxil a α-tocoferol (SILVA et al., 2015).
5. ATIVO ANTI-ACNE
A acne vulgar é uma desordem crônica pilossebácea causada por descamação anormal
do epitélio folicular. Isso leva à obstrução do canal pilossebáceo, resultando em
inflamação e subsequentemente a formação de pápulas, pústulas, nódulos, comedões e
cicatrizes. A atividade excessiva das glândulas sebáceas e o bloqueio nos dutos leva à
formação de comedões que mais tarde inflamam, pelo crescimento anormal da bactéria
Propionibacterium acnes (AL-TALIB et al., 2017). A acne é causada por múltiplos fatores e
que leva ao aparecimento de vários tipos de lesões. No entanto, Ribeiro (2010) sugere
que apenas 10 a 20% dos portadores de acne precisam de tratamento medicamentoso,
que divide-se em interno (via oral) e externo(via tópica).
O peeling de ácido salicílico é a escolha para o tratamento da acne ativa, devido ao seu
alto poder comedolítico e efeito sebostático, promovendo descamação da parte superior
das camadas lipídicas do estrato córneo por meio da sua capacidade de dissolver o
cimento intercelular, reduzindo assim a adesão dos corneócitos. Devido à sua
lipofilicidade, apresenta uma melhor penetração na unidade pilossebácea; além disso, as
camadas mais externas da pele possuem grandes concentrações lipídicas, o que permite
que o ácido salicílico aja e promova a remoção das células mortas (BAUMANN et al.,
2009).
6. ATIVO LIPOLÍTICO
Uma das maiores preocupações estéticas das mulheres é com a gordura localizada,
tecnicamente conhecida como lipodistrofia. Desta forma elas recorrem a dietas, atividade
física com o intuito de melhorar o contorno corporal e reduzir medidas, no entanto em
algumas regiões do corpo a gordura é de difícil diminuição, sendo assim indicados
tratamentos estéticos que auxiliarão na queima e diminuição destas gorduras localizadas
(MACHADO et.al,2017)
Nossa pele é composta por três camadas sendo a mais profunda composta por tecido
adiposo responsável pelo equilíbrio térmico e para gasto enérgico durante as atividades,
ela é composto por células adiposas onde, em seu interior, possui triglicerídeos no qual
são obtidos em parte através da alimentação (KRUPEK,2012). A Formação de gordura
localizada esta relacionada ao numero, local de células adiposas, idade, sexo,
alimentação, sedentarismo, fatores genéticos (MACHADO et.al ,2017).Para que o
adipócito seja diminuído ou eliminado é necessário ocorrer o processo de lipólise onde
através de estimulo químico a enzima adenilciclase converte ATP em AMPc para ser
gasto no organismo em consequência eliminado(CARVALHO; VILAS BOAS,2009).
O tecido adiposo é um tecido conjuntivo frouxo, tendo como principal componente celular
o adipócito, uma célula derivada de fibroblastos, que é especializada em armazenar o
excedente de calorias na forma de triacilglicerol. Além da importante função de ser o
principal reservatório de energia do organismo, o tecido adiposo também sustenta e
protege diversos órgãos, atua como isolante térmico e secreta muitas citocinas que
modulam diversas funções (FONSECA-ALANIZ et al., 2006).
A cafeína, da família das metilxantinas, é utilizada como ativo lipolítico devido seu efeito
inibidor da fosfodiasterase, enzima responsável pela formação de gordura nas células,
age na quebra dos triglicerídeos dentro dos adipócitos, sendo assim utilizado em
tratamentos estéticos (CARVALHO et al., 2009)
Quando ingerida, sua ação lipolítica se deve à movimentação dos ácidos graxos livres dos
tecidos ou estoques intramusculares. Age também como competidor dos receptores de
adenosina, elevando os níveis de AMPc, que ativa as lipases hormônios sensíveis,
promovendo a lipólise (MELLO et al., 2007).
As formulações que contém cafeína são bem toleradas pela população. Diversos estudos
feitos, concluíram que os cremes com cafeína são bem toleradas pelas pessoas que
fazem o seu uso, mas que o risco de reações deve ser considerado, devido ocorrências
de reações alérgicas (RAMALHO et al., 2006).
7. CONCLUSÃO
Com este trabalho, pude concluir que existem ativos que ajudam na melhora de vários
tipos de afecções e que agem de maneiras diferentes. No mesmo, foi apresentado o ácido
kójico que inibe a enzima tirosinase e interrompe a formação da melalina, ajudando na
prevenção de melasmas; O ácido hilaruônico, uma substância que além de formar um gel
e fazer preenchimento para amenizar rugas, estimula a produção de colágeno; Temos a
vitamina E e a coenzima Q10 que ajudam na prevenção do envelhecimento, neutralizando
os radicais livres que são um das principais causas do envelhecimento da pele; O ácido
salicílico é utilizado no combate a acne pois possui ação queratolítica, que deixa a pele
mais fina, antimicrobiana, que ajuda a diminuir a invasão de bactérias e fungos, também
proporciona uma ação seborreguladora, que age no controle da oleosidade, além do seu
poder anti-inflamatório; E o trabalho foi finalizado com um ativo lipolítico chamado cafeína,
onde ela age inibindo a enzima fosfodiasterase que é responsável pela síntese de
lipídeos, além de acelerar o metabolismo, aumentando a quebra de gordura.
Pude observar também que um único ativo pode ter mais de uma função e podemos
juntar mais de um ativo para se obter melhores resultados.
8. REFERÊNCIAS
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Revisão Sistemática. Id on Line Multidisciplinary and Psycology Journal, Vitória da
Conquista, v.11, n. 35, p.100-115, 2017.
BANSAL, J.; KEDIGE, S. D.; ANAND, S. Hyaluronic acid: a promising mediator for
periodontal regeneration. Indian Journal Of Dental Research, India, n. 21, p.575-578,
2010.
BUCHLI, L. Radicais livres e antioxidantes. Cosmetics & Toiletries, São Paulo, v. 14, n.
2, p. 54-57, mar./abr. 2002.
FASIH, S., ARIF, A.B. Salicylic acid peeling in the treatment of Facial acne vulgaris.
Pak J Physiol, v.12, n.4, 2016.
JHA, A.K.; XU, X.; DUNCAN, R.L.; JIA, X. Controlling the adhesion and differentiation
of mesenchymal stem cells using hyaluronic acid-based, doubly crosslinked
networks. Biomaterials, v. 32, p. 24662578, 2011.
LIU, L.; LIU, Y.; LI, J.; DU, G.; CHEN, J. Microbial production of hyaluronic acid:
current state, challenges, and perspectives. Microbial Cell Factories v.10:99, 2011.
MAIBACH, H. I.; ZHAI, H. Antioxidante inibe eritema por UV, in vivo, em Humanos.
Cosmetics & Toiletries, São Paulo, v. 20, n.4, p. 44-47, jul./ago. 2008.
MELLO, D.; KUNZLER, D. K.; FARAH, M. A cafeína e seu efeito ergogênico. Revista
Brasileira de Nutrição Esportiva, v. 1, n. 2, p. 30-37, 2007.
OLIVEIRA, J. M. Fundamentos dos radicais livres. Cosmetics & Toiletries, São Paulo, v.
14, n. 2, p. 40-45, mar./abr. 2002.
RIVITTI, E.A.; SAMPAIO, S.A.P. Dermatologia. 3.ed. São Paulo: Artes Médicas, 2007.