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Este mecanismo é diferente do da revisão dos tratados, pois processa-se no interior do sistema
institucional da união. A revisão exige a intervenção constituintes dos estados membros.
3 mecanismos:
• Unidade de sentido dos tratados
o Limite: autonomia institucional e procedimental de cada tratado (artigo 40º TUE) –
sabemos que há uma divisão fundamental das áreas de ação da união, no TUE e
no TFUE, a única regulada no TUE é a PESC (porque não se trata de um domínio
totalmente integrado) e então o artigo 40º estabelece o limite ao tribunal para
não pretender influenciar o artigo da PESC com um regime mais integrador que se
possa extrair do TFUE.
• O princípio das competências implícitas
o Extrai das suas competências internas as competências externas da união.
o Artigo 3º, nº2 TFUE
o Ideia de preempção – quando a união exerce uma competência partilhada, e é
corretamente exercida, esvazia a capacidade de atuação do estado. – artigo 2º,
nº2 TFUE
• Competências subsidiárias
o Artigo 352º TFUE (base jurídica subsidiária ou complementar):
▪ Quando o tratado não prevê os poderes de ação para a união realizar as
suas funções é possível que, de acordo com este artigo, o Conselho dote a
união dos poderes de ação necessários – pode ser razão para a expansão
dos poderes da união – tem havido alguma contenção por parte do
conselho para usar este artigo, porque os estados fazem questão que este
artigo seja usado com cautela. Caso as instituições não encontrem uma
base clara para agir, usam este artigo como base subsidiária; caso
encontrem uma base mas não completa usam este artigo como base
complementar.
▪ A sua aplicação depende da verificação de requisitos procedimentais e
substantivos
▪ Perigos: em particular, o desvio para uma revisão simplificada camuflada
dos tratados
NOTA1: o TJUE tem exigido o respeito pelos seguintes limites: respeito pela “constituição
comunitária” e impossibilidade de se recorrer ao artigo 352º TFUE para fundamentar um “salto
qualitativo de integração” (ex.: Parecer 2/94 de março de 1996)
NOTA2: travões: artigo 352º, nº2 a 4; artigo 353º TFUE; Declarações 41 e 42
NOTA3: domínios onde está excluída a possibilidade de harmonização: 195, nº2 TFUE
PROCEDIMENTO DE REVISÃO DOS TRATADOS
• O artigo 48º introduz uma novidade, distingue um processo ordinário (mais solene) de um
processo mais solene de revisão. O processo ordinário culmina naquele que é o
procedimento normal do direito internacional – a assinatura do tratado e sujeição a
aprovação por todos os EM, e os tratados de revisão só entram em vigor quando
ratificados por todos os EM.
• Procedimento ordinário – artigo 48º, nº 1 a 5, TUE
• Procedimentos simplificados – artigo 48º, nº6 a 7 TUE
o Relação com a parte III do TFUE (artigos 26º-197º) que desenvolve todos os
domínios ação da união europeia, delimitados no artigo 4º, 5º e 6º do TFUE
apto a conferir aos particulares uma certeza acerca dos seus direitos e obrigações, isto acontece
quando o ato necessita de medidas de execução, sem as quais os particulares não podem exercer
os seus direitos – diz-se que não tem efeito imediato. Hierarquia: atos legislativos, atos delegados,
atos de execução. Aqui o ato tem aplicabilidade direta, mas não tem aplicabilidade/efeitos
imediatos. O efeito direto é quando o particular já está na posse de todos os elementos normativos
que lhes permite exercer os direitos e obrigações, junto dos tribunais nacionais.
DIRETIVA
NATUREZA
• É também um ato juridicamente vinculativo, e ao contrario do regulamento não
encontramos equivalente no direito interno – é uma técnica de legislação indireta, em si
não é de índole alterar a situação jurídica dos particulares.
• É um elemento de harmonização/aproximação de legislações e não de uniformização
como o regulamento
• Tem como destinatários os estados que são obrigados a transpor através de atos
nacionais de alcance geral – têm de ter natureza legislativa. Portugal – artigo 112º CRP -
transpostas por lei, DL ou DLR. A situação normal que a diretiva venha a afetar os
particulares depois da diretiva ser transposta, a diretiva tende a esgotar-se apenas como
objeto de interpretação do direito nacional.
CARACTERISTICAS
• Numa primeira fase não têm caracter geral, pois aplicam-se apenas aos estados. Por regra
aplicam-se a todos os estados, mas pode acontecer aplicar-se a um conjunto especifico de
estados ou estado.
• Obriga os estados quando aos objetivos a alcançar, mas dá liberdade de escolha da forma
e dos meios – não tem aplicabilidade imediata (mas tem aplicabilidade direta: 297º, e
portanto, em principio também não tem efeito direto*, pois tem de ser transposta
• É a diretiva que determina o prazo para transpor (260º, nº3 TFUE) – no fim desse prazo
têm de enviar à comissão os meios que utilizaram, a simples fata desta comunicação leva a
uma ação por incumprimento célere. No decurso do prazo de transposição nem os estados
nem os particulares estão em incumprimento, no entanto os estados não podem adotar
legislação nacional que contrarie o sentido da diretiva.
• *A diretiva por principio não tem efeito direto, é necessária transposição. Esta situação
alterou-se porque: muitas vezes os estados não cumpriam os prazos, ou não
compreendendo o alcance da diretiva transpunham apenas parcialmente. Isto levou a que
as instituições, para ajudar a este processo de transposição, começassem a adotar
diretivas mais especificas. E a partir de ceto momento começou a ser fácil para o particular
entender o direito de que se tratava.
tribunal não tem admitido “efeito vertical invertido” – o estado enquanto não transpõe a diretiva
não pode exigir o cumprimento dos particulares de uma diretiva que não transpôs.
Atenuantes para a recusa de efeito direto horizontal:
1) Conceito amplo de estado – enquanto poder publico, enquanto empresário, enquanto
empregador e ainda, de acordo com o acórdão Foster, que se pode considerar estado
empresas de capital misto ou privadas em que o estado exerça poderes exorbitantes nessa
empresa, como o controlo do conceito de administração, ou quando a própria empresa
pode exercer poderes de império que não estão ao alcance de uma empresa normal – isto
pode levar a grandes injustiças.
2) Princípios de interpretação conforme – este principio determina que sempre que num
contexto horizontal um particular invoca um direito de uma diretiva contra outro
particular, e o juiz nacional não poder aplicar a diretiva porque não esta transposta, mas
sempre que houver direito nacional antigo que vá de encontro com a diretiva, deve
interpretar o direito nacional adequando à diretiva, há uma obrigação de interpretação
conforme – formalmente não é a diretiva que se aplica, mas aplica-se o direito nacional
devidamente interpretado ao encontro da diretiva. Se não há direito nacional não há
interpretação. Acórdão Marleasing.
a. Limites: quando não há direito nacional aplicável e quando criar ou quando a
interpretação agravar responsabilidade penal que o direito nacional não
estabelece há um limite à interpretação conforme.
3) Responsabilidade civil extracontratual do estado – o tribunal veio fortalecer o direito dos
particulares relativamente a diretivas não transpostas que crie prejuízo avaliável
pecuniariamente ao particular (nexo de causalidade entre a não transposição e um
prejuízo do particular) neste caso o particular pode exigir ao estado uma indeminização:
seja resultante do incumprimento do legislador, da falta de reenvio do juiz ou
incumprimento do estado administração – daí a lei nº 67/2007 que estabelece o regime
geral de indeminização para estes casos. Acórdão de Francovish – quando o direito é
preciso, mas não é incondicional colocou-se uma ação de responsabilidade extracontratual
do estado. Alargou a responsabilidade a outras situações.
4) Princípios gerais de direito da U.E. (efeito indireto) – quando numa determinada situação
há uma diretiva que não foi transposta dentro do prazo, e que não pode ser aplicada
horizontalmente, mas caso constitua aplicação de normas de tratado com efeito direto, ou
sempre que a diretiva desenvolver direitos protegidos por princípios gerais da união
europeia, o juiz não deve aplicar a diretiva no contexto horizontal, mas deve proteger os
particulares sempre que o âmbito da diretiva for abrangido por normas do tratado com
efeito direito ou por princípios gerais de direito. O facto do estado não transpor uma
diretiva que desenvolve o principio da não discriminação p.ex. não impede que o juiz
nacional deva aplicar a proteger o direito deste que já fosse protegido pelo próprio tratado
ou pelos PGDUE.
DECISÃO
NATUREZA
• Ato juridicamente vinculativo
• No passado tinha destinatário concreto e individualizado, mas com o decorrer do tempo
começou a ser utilizada como ato legislativo. Aplica-se a uma situação concreta, mas a uma
amplitude de destinatários – caracteristas normativas.
CARACTERÍSTICAS:
• Obrigatória em todos os seus elementos
• Destinatários eventualmente individualizados
• Aplicabilidade direta
• Aplicabilidade imediata, por regra
• Reunidas estas condições tem efeito direito vertical ou horizontal
ATOS JURIDICOS NÃO VINCULATIVOS DA UNIÃO – 288º TFUE
• Recomendação – normalmente dirige-se para o exterior, dirigidos aos EM, não só
vinculativas mas podem produzir efeitos jurídicos, através da pressão que podem fazer a
um estado com a publicação da recomendação caso o estado não cumpra – 121º, nº4 e
128º/8 TFUE
• Parecer – ato interno que na maioria da vezes eta associado ao exercício do poder
legislativo, é comum exigir-se a consulta das instituições da união e ate de outros
organismos, o pedido é obrigatório mas não é vinculativo, em regra.
o Exceção: quando é pedido parecer ao tribunal relativamente ao projeto de acordo
de um tratado internacional (260º, nº11)
• Convenções internacionais – não são direito originário, incluem-se no direito derivado e
têm valor superior aos regulamentos, diretivas e decisões, senão teriamos violação
internacional de um dever ou obrigação por parte do direito da união europeia
(cont. fontes)
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Primado versus “invalidação” ou “preempção” (Ex: o art. 2.º, n.º 2, TFUE): conflitos entre o direito
nacional e o direito derivado – alguma doutrina entende que o p do primado só se desenvolve na
relação do direito nacional e direito derivado, quando ao direito derivado seria uma questão de
preempção.
3) PRINCÍPIO DO EFEITO DIRETO:
a. Efeito direto ou simplesmente ‘invocabilidade’ – o tribunal hoje utiliza este
principio num sentido de invocabilidade. A invocabilidade no sentido restrito
corresponde ao efeito direto, é aquilo que a doutrina chamava a invocabilidade de
substituição do direito nacional pelo direito da união. Quando esta substituição
não ´s possível, o DUE pode ser invocada para outros efeitos: interpretação, para
invocar princípios gerais de direito, etc.
b. Fundamentos:
i. art. 288.º;
ii. indiretamente o art. 267.º e o princípio do primado;
iii. a contrario, os arts 258.º-260.º - ação por incumprimento, tem a ver no
sentido negativo, os particulares não podem invocar ações por
incumprimento contra o estado, os acórdãos nestas situações não
resolvem as questões especificas do particular, se não resolve ações
individuais o efeito direto completa esta questão.
iv. acórdão Van Gend en Loos, de 1963 – reconheceu a uma norma de um
tratado efeito direto.
c. Critérios gerais: o direito reclamado pelo particular tem de resultar de uma
disposição europeia “incondicional” (que não esteja ependente de nenhum
procedimento para que o direito possa ser exercido) e “suficientemente precisa”
(norma prescritiva)
d. Distinção entre efeito direto ‘vertical’ (relação de supra-infra ordenação) e efeito
direto ‘horizontal’ (relações jurídicas entre iguais).
e. Âmbito do efeito direto:
i. Tratados institutivos: efeito direto ‘completo’ ou ‘limitado’; disposições
sem efeito direto
ii. Regulamentos: efeito direto por excelência - efeito direto completo
(artigo 288, TFUE)
iii. Diretivas: em certas condições, têm efeito direto vertical
iv. Decisões: em certas condições, podem ter efeito direto vertical ou
horizontal
v. Convenções internacionais: eventual efeito direto das suas disposições;
condições
Quadro de RESUMO
As fontes do direito da União Europeia
As fontes do direito da União Europeia são três, a saber, as fontes primárias, as fontes
derivadas e as fontes de direito subsidiário.
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As fontes derivadas são constituídas por elementos do direito baseados nos tratados.
Tanto o direito derivado unilateral como o direito convencional fazem parte do direito
derivado.
As fontes subsidiárias são formadas por elementos do direito que os tratados não
prevêem. Trata-se da jurisprudência do Tribunal de Justiça, do direito internacional e
dos princípios gerais de direito.
As fontes do direito da União Europeia (UE) são três: as fontes primárias, as fontes
derivadas e as fontes subsidiárias.
As fontes de direito primário
As fontes primárias, ou direito primário, resultam principalmente dos tratados
“fundadores”, ou seja, o Tratado da UE e o Tratado sobre o Funcionamento da UE.
Estes tratados enunciam a repartição de competências entre a União e os Estados-
Membros e estabelecem os poderes das instituições europeias. Determinam assim o
quadro jurídico no âmbito do qual as instituições da UE aplicam as políticas europeias.
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