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ACQA – Disciplina: 929001 - LÍNGUA PORTUGUESA: MORFOSSINTAXE

Curso: Licenciatura em letras – Universidade de Uberaba


Aluno: Jorge Rodolfo Lima, RA: 1135049

Enunciado: Analise a música de Tom Jobim, "Águas de Março", e dê uma sugestão de atividade em
que a canção possa ser utilizada em um trabalho com artigos definidos e indefinidos.

ÁGUAS DE MARÇO
Tom Jobim É um peixe, é um gesto, é uma prata brilhando
É a luz da manhã, é o tijolo chegando
É pau, é pedra, é o fim do caminho É a lenha, é o dia, é o fim da picada
É um resto de toco, é um pouco sozinho É a garrafa de cana, o estilhaço na estrada
É um caco de vidro, é a vida, é o sol
É a noite, é a morte, é um laço, é o anzol É o projeto da casa, é o corpo na cama
É o carro enguiçado, é a lama, é a lama
É peroba do campo, é o nó da madeira É um passo, é uma ponte, é um sapo, é uma rã
Caingá, candeia, é o Matita Pereira É um resto de mato, na luz da manhã
É madeira de vento, tombo da ribanceira
É o mistério profundo, é o queira ou não queira São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração
É o vento ventando, é o fim da ladeira
É a viga, é o vão, festa da cumeeira É uma cobra, é um pau, é João, é José
É a chuva chovendo, é conversa ribeira É um espinho na mão, é um corte no pé
Das águas de março, é o fim da canseira
São as águas de março fechando o verão
É o pé, é o chão, é a marcha estradeira É a promessa de vida no teu coração
Passarinho na mão, pedra de atiradeira
É uma ave no céu, é uma ave no chão É pau, é pedra, é o fim do caminho
É um regato, é uma fonte, é um pedaço de pão É um resto de toco, é um pouco sozinho
É um passo, é uma ponte, é um sapo, é uma rã
É o fundo do poço, é o fim do caminho É um belo horizonte, é uma febre terçã
No rosto o desgosto, é um pouco sozinho
É um estrepe, é um prego, é uma ponta, é um ponto São as águas de março fechando o verão
É um pingo pingando, é uma conta é um conto É a promessa de vida no teu coração

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A canção
“Águas de Março” foi composta por Tom Jobim em março de 1972, está entre as canções mais
famosas da Música Popular Brasileira. Foi gravada pela primeira vez também em 1972, no lado A de
um compacto simples (disco com apenas duas canções) cujo lado B marcou a estreia de João Bosco.
Mas o sucesso comercial veio com a famosa gravação de Tom Jobim com Elis Regina, no álbum Elis &
Tom, de 1974 1.
O título faz referência às chuvas de março e abril que são as últimas chuvas de verão nos
trópicos do hemisfério sul, particularmente na região da Mata Atlântica, antes do início do período seco
do outono e inverno.
De acordo com alguns relatos, a canção foi composta em um momento difícil na vida do autor.
Após ter sofrido perseguição política, Tom Jobim enfrentava problemas de saúde e problemas em sua
vida pessoal e dúvidas sobre sua carreira musical 1. Ainda de acordo com a Wikipedia 1, o próprio Tom
Jobim disse, em entrevista à revista Playboy, em 1988, que bebia muito, na época em que compôs da
canção: "o médico disse que eu ia morrer de cirrose. 'É um resto de toco, é um pouco sozinho'(…)".
Apesar do verso É a garrafa de cana, o estilhaço na estrada, não parece que o compositor tenha parado
de beber após este episódio.
Há, na letra da canção, diversas referências a problemas (o carro enguiçado, tombo da
ribanceira, estrepe, fim do caminho), além de elementos que aludem ao meio rural (como pau, pedra,
lenha), a reforma ou construção de uma casa (como o projeto da casa, tijolo chegando, viga, festa da
cumeeira a) e sentimentos/sensações (como em no rosto, o desgosto, o corpo na cama, o fim da
canseira, uma febre terçã) e é perpassada por referências à natureza (por exemplo: peroba do campo,
caingá 3, um sapo, uma rã). Naturalmente, não faltam referências à água, além do título (um regato,
uma fonte, a chuva chovendo).
As referências à natureza são abundantes na obra de Tom Jobim e estão particularmente
presentes nesta canção, cuja composição se iniciou em seu sítio no interior do Estado do Rio de
Janeiro.
A letra é muito rica em imagens visuais e tem características de fluxo de consciência 1,3, uma
técnica de composição escrita em que o autor coloca elementos que lhe ocorrem de modo mais ou
menos espontâneo entremeados por um raciocínio lógico subjacente, representando a linha de
pensamento de um personagem ou do próprio autor. Qualquer narrativa que dali se extraia sai das
imagens, não é explicitada em uma estrutura narrativa formal. Por outro lado, o ritmo suave e repetitivo
da melodia, que também apresenta um ciclo que volta ao início, reforça as repetições intencionais da
letra e traz a impressão de um fluxo contínuo de som, em que cada elemento resulta naturalmente no
a - Festa da cumeeira refere-se às festa tradicionalmente oferecida à família, amigos, vizinhos e, em especial, aos
trabalhadores de uma construção, quando o telhado de uma construção está pronto (e, portanto, já há uma cumeeira) 2.
Com o tempo, a expressão passou a representar também a festa de inauguração de uma casa nova. Este verso reforça a
ideia de renovação e de reunião com amigos nessa renovação.

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elemento seguinte, numa cadeia que poderia ser infinita. O fundo do poço / o fim do caminho, talvez
expressões da indefinição da vida pessoal do autor no momento, estão ao mesmo tempo em harmonia e
em contraste com a luz da manhã e, principalmente, com o refrão, inescapavelmente esperançoso,
talvez apesar da disposição do próprio autor naquele momento: São as águas de março fechando o
verão / É a promessa de vida no teu coração.
A canção, tanto em sua melodia quanto em sua letra, está repleta de contrastes harmoniosos e
esta harmonia surge com este fluxo de consciência do autor já na primeira estrofe: É um resto de toco,
é um pouco sozinho / É um caco de vidro, é a vida, é o sol / É a noite, é a morte, é um laço, é o anzol
(solidão, vida, morte) para, na estrofe seguinte referir-se ao Matita Pererab, que representa, ao mesmo
tempo, o folclore nacional e uma percepção mística da realidade (É o mistério profundo, é o queira ou
não queira) e voltar a uma referência à morte como coisa natural e não necessariamente solitária, mas
como parte do fluxo da vida em É a chuva chovendo, é conversa ribeira / Das águas de março, é o fim
da canseira. Esses contrastes permeiam toda a letra e é desnecessário (e seria enfadonho para o leitor)
citar todas as oposições e contrastes que decidi chamar de “harmônicos” aqui, já que não parecem criar
oposição conceitual antagônica entre si e, mais do que isso, inserem-se perfeitamente no fluxo do texto
e da melodia.
Houve, por volta das décadas de 1980 e 1990, uma “lenda urbana” que dizia que a canção
contaria os problemas e desapontamentos enfrentados pelo autor na reforma (ou construção) de uma
casa de campo ou em um sítio, em que tudo servia de desculpa para que os pedreiros responsáveis pela
obra não fizessem (ou não pudessem fazer) o serviço. Ou chovia demais (“as águas de março”) e havia
muita lama, ou o carro enguiçava, ou o tijolo não chegava, ou o local era mal-assombrado com o Matita
Perêra. Na elaboração deste trabalho, não foi encontrado apoio ou evidência que sustente essa história
apócrifa para a canção. Contudo, a decisão de incluí-la tem por objetivo mostrar uma outra leitura
possível da letra. Embora mais “rasa” e, portanto, menos interessante no geral, esta leitura é
perfeitamente plausível e não exclui a leitura mais profunda, assim como não é de todo improvável que,
de fato, houvesse alguma obra no sítio do autor ou em seus arredores, quando ele começou a compor a
canção.
Embora seja discutível se letras de música são obras literárias, discussão que foge ao escopo
deste texto, esta canção é um exemplo de “valor” como obra de arte e o será também se for considerada
no sentido literário. O ritmo de leitura dos versos, a melodia e as imagens, com seus contrastes suaves e
crescentes contribuem todos para a construção do sentido da canção, do mais “evidente” ao mais
subjetivo, nos sentimentos/sensações que evoca. Embora tenha sido vertida para vários outros idiomas
(para o inglês, pelo próprio Tom Jobim) o sucesso da canção em países em que não se fala português
parece não ter dependido de haver letra no idioma do ouvinte. A melodia da canção, assim como sua
poesia, além de harmoniosas entre si, também têm vida própria e autonomia de expressão.
b - Matita Perêra, ou Matinta Perê, é uma personagem do folclore brasileiro. Para alguns , é outro nome do Saci Pererê 5,6
para outros, a antropomorfização de uma espécie de pássaro o noturno, na forma de uma mulher velha 6,7. No contexto da
canção, composta no Rio de Janeiro, parece mais provável que o nome se refira ao Saci. Matita Perê é também o nome de
outro álbum, posterior, de Tom Jobim.

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Proposta de atividade
Idealmente, esta atividade deveria ser realizada de modo integrado com a aula de música, a fim
de explorar o contexto histórico musical da canção e a estrutura da melodia.
Tomando por base a canção “Águas de Março”, é possível imaginar diversas possibilidades de
atividades de língua portuguesa. Especificamente, a canção parece interessante para se trabalhar o uso
de artigos definidos, indefinidos e as instâncias em que não se devem usar artigos.
Para muitos alunos dos ensinos fundamental e médio de hoje em dia, esta canção pode aparecer
como uma novidade, em uma hipótese otimista, ou como “música velha”, numa hipótese menos
otimista. Independente disso, deve ser possível fazer um trabalho interessante com ela, dada sua
riqueza de imagens e sua característica de fluxo de consciência, que pode servir como estímulo para
que crianças e adolescentes exercitem o uso do idioma de modo lúdico e, idealmente, sem perceberem
que “estão estudando”.
O trabalho do professor é muito facilitado e terá resultados melhores e mais expressivos se os
alunos não apenas “acharem interessante” o que viram em aula, mas tiverem a iniciativa própria de
tentar aplicar o que praticaram em aula em outros contextos fora de aula. Isso é muito mais possível
quando se usam abordagens de natureza procedural do que quando se trabalha de modo “conteudista”.
Disciplinas como língua portuguesa, língua estrangeira, matemática e ciências em geral permitem
abordagens procedurais de modo bastante natural e esta proposta de atividade se baseia neste
pressuposto.
Em conformidade com a natureza do texto (e, confesso, numa tentativa de contagiar a atividade
com o “valor artístico” da canção) a proposta inclui não denominar a atividade como um “conteúdo”.
Portanto, não será uma “atividade para trabalhar artigos definidos e indefinidos”, mas uma atividade de
leitura e interpretação da canção, seguida de uma atividade de produção de textos próprios pelos
alunos.

Objetivos
O objetivo principal da atividade é trabalhar interpretação de textos com características de fluxo
de consciência 2 e de textos ricos em imagens, com foco especial de levar os alunos a prestarem
atenção ao uso (ou não) de artigos definidos e indefinidos como elementos de construção dessas
imagens. Ao final da atividade, os alunos serão estimulados a escreverem suas descrições de um
momento ou evento (e.g.: festividade, evento cultural ou familiar, uma estação do ano), de um local que
tenha algum significado especial para eles. Assim, além do trabalho prático com um conceito
subjacente, busca-se um exercício de afetividade do estudante com o próprio idioma.

O que se espera
Ao final da atividade, os alunos deverão ser capazes de expressar suas percepções de locais,
eventos ou circunstâncias com suas próprias palavras, usando ou não a estrutura de fluxo de

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consciência, e utilizando os artigos, ou deixando de utilizá-los, de modo intencional para o propósito de
sua escrita.

Avaliação/consolidação da atividade
Não se trata, aqui, de dar “uma nota” ao aluno, mas avaliar os resultados da atividade (avaliação
da atividade em si) e de ajudar os alunos a desenvolverem a sua autopercepção do uso do idioma
(consolidação). Para tanto, serão realizados dois exercícios que serão avaliados:

• exercício de interpretação de uma passagem da canção, não trabalhada em aula, e

• exercício em que o aluno deverá produzir seu próprio texto descritivo.

O primeiro exercício consistirá em fornecer ao aluno as seguintes passagens da letra da


canção:
É o pé, é o chão, é a marcha
estradeira Passarinho na mão, pedra
de atiradeira É uma ave no céu, é
uma ave no chão
O aluno deverá responder as seguintes perguntas com base nestes três versos:

1. Por que você acha que o autor diz o pé, é o chão, é a marcha estradeira (usando “o
pé” “a mão”, “a marcha”), mas Passarinho na mão, pedra de atiradeira (e não “o
passarinho” e nem “a pedra”)?
2. Por que você acha que ele diz É uma ave no céu, é uma ave no chão e não “a ave
no céu” e “a ave no chão”?
3. Tente reescrever a passagem trocando os artigos “o” e “a” por “um” e “uma”.
Depois tente reescrevê-la omitindo os artigos e inserindo artigos onde não há
(como em Passarinho na mão…). Que diferenças você nota no sentido das frases?
4. Como você relaciona É uma ave no céu, é uma ave no chão com Passarinho na
mão, pedra de atiradeira. Você acha que esta sequência conta uma história? Qual?

Para avaliação deste primeiro exercício, será usada a seguinte “rubrica”c, que será entregue
junto com as questões e explicada aos alunos, para que saibam o que se espera deles (e do exercício):

c - Do inglês rubric, representando um tipo de “checklist” para avaliação de trabalhos escolares ou acadêmicos, dando,
assim, clareza e transparência aos critérios e objetivos da avaliação e do próprio trabalho. O uso deste instrumento permite
que o aluno seja também capaz de avaliar o próprio trabalho e estimar o quanto atingiu ou se aproximou dos objetivos
propostos.

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Resultado Critério / Alcance dos objetivos
Não fez o exercício
0
Não participou da atividade
nulo
Não demonstrou compreensão alguma do texto.
Mostrou compreensão parcial do texto.
1
Não demonstrou compreensão do contexto além das palavras isoladas.
compreensão
Não percebeu as diferenças entre a frases originais e as frases modificadas (Q 3).
superficial
Não foi capaz de articular as passagens entre si (Q 4).
Mostrou compreensão geral do texto.
2
Demonstrou alguma compreensão do contexto além das palavras isoladas.
compreensão
Percebeu algumas diferenças entre a frases originais e as frases modificadas (Q 3).
parcial
Foi parcialmente capaz de articular as passagens entre si (Q 4).
Mostrou compreensão geral do texto e do contexto das perguntas.
3
Demonstrou a compreensão geral o texto, além das palavras isoladas
compreensão
Percebeu aalgumas diferenças entre a frases originais e as frases modificadas (Q 3).
geral
Foi capaz de articular as passagens entre si (Q 4).
4 Mostrou compreensão geral do texto e do contexto das perguntas.
compreensão Demonstrou uma leitura pessoal / particular do texto
geral e leitura Percebeu as diferenças entre a frases originais e as frases modificadas (Q 3).
pessoal Foi capaz de articular as passagens entre si (Q 4).

O segundo exercício consistirá na produção de um texto breve pelo aluno, em que este
deverá descrever sua percepção de um local, evento ou momento de um momento ou evento (e.g.:
festividade, evento cultural ou familiar, uma estação do ano), de um local que considere interessante
ou especial por qualquer motivo. Não será preciso explicar o motivo, a intenção é que seja algo que
o aluno queira/ache que vale a pena descrever. Na medida do possível, a atividade deve ser mais do
que apenas “uma tarefa”, mas algo que o aluno de fato tenha vontade de fazer.
Para avaliação deste segundo exercício, será usada a seguinte “rubrica”, que será explicada
aos alunos na proposta da atividade, para que saibam o que se espera deles (e da atividade):

Resultado Critério / Alcance dos objetivos


Não fez a atividade.
0
Texto incompreensível ou que não consiste em uma descrição.
nulo
Plágio.
1
Texto pouco claro ou confuso.
texto pouco claro
2
texto claro, mas Texto escrito com períodos não articulados entre si.
não articulado
3
Texto com alguns períodos articulados entre si, ou predominância de períodos com
texto parcialmente
articulação parcial entre si
articulado
4
texto claro e Texto com períodos claramente articulados entre si.
articulados

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Descrição da Atividade

Introdução
Em uma breve conversa com o grupo, conta-se parte da história desta canção, do seu autor e,
no caso de se integrar a atividade com as aulas de música, resgatar o que foi tratado lá.
Como ponto de partida, pode-se também contar a anedota da obra na casa de campo e discutir
algum outro aspecto da canção, relacionado ao interesse dos alunos, supondo que o professor conheça
a turma. Talvez falar da “Matita Pereira”, e perguntar se eles entendem o que são “as águas de março”
que “fecham o verão”.
Pergunta-se quantos alunos conhecem a canção e se tem alguma opinião a respeito.
Em seguida, entrega-se aos alunos a letra da música.

Lê-se a letra junto com os alunos (ou pede-se que se alternem na leitura) esclarecendo-
se o vocabulário e alguns aspectos de significado da letra. Essa etapa pode ser mais ou menos
longa, dependendo do interesse demonstrado pelos alunos e da necessidade/possibilidade de
aprofundamento da análise da letra. A intenção é não entediar os alunos com uma análise que se
torne desinteressante para eles e tampouco inibir sua curiosidade e vontade de discutir e
interpretar o texto, incluindo os aspectos da cultura popular (como o Matita Perêra, a Festa da
Cumeeira).
Dependendo dos recursos disponíveis, mostra-se o vídeo da canção (recomendo muito a
versão em vídeo do dueto da Elis Regina com o Tom Jobim 8) ou toca-se a canção para os alunos.
Em uma abordagem geral da poesia da letra, explica-se brevemente aos alunos o conceito de
“fluxo de consciência” e mostra-se como ele se aplica a este caso, discutindo-se uma ou duas
passagens características. Aproveita-se para mostrar como este tipo de estrutura se presta para a
poesia, porque permite um ritmo sincopado, com facilidade para a produção de frases de tamanhos e
ritmos semelhantes.
Escolhem-se algumas estrofes (a quantidade depende de conhecer a turma e saber estimar
quanto tempo conseguem manter a atenção). O ideal é não se usar a estrofe sobre a qual se baseia o
primeiro exercício. Então, faz-se, junto com os alunos, uma interpretação de cada uma delas,
internamente e no contexto do texto como um todo. Dá-se ênfase no uso (e no não-uso) dos artigos,
mostra-se como as frases ficariam se este uso fosse modificado e que consequências isso teria tanto
para o ritmo do poema (métrica, ritmo, etc) quanto para o significado das frases. Mostra-se
(idealmente “sem dissertar a respeito”, mas com exemplos e pedindo exemplos aos alunos) que o
uso dos artigos pode alterar o sentido do texto e que este uso deve ser consciente e intencional.

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Após essa discussão pode-se tocar novamente a canção para os alunos e aplicam-se os
exercícios, explicando o que se espera deles e como será a avaliação, tanto do resultado quanto
da atividade em si.
A intenção é que esta atividade dure entre 60 e 90 minutos. Contudo, dependendo do
interesse despertado nos alunos, pode exigir até duas horas-aula consecutivas (dependendo da
duração da hora-aula, isso pode variar entre 80 e 100 minutos) ou talvez um pouco mais, mas deve
ser feita em um único encontro.

Notas e Referências

1. Wikipedia, 2019. Águas de Março. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Águas_de_Março


(Acesso: 10.set.2019)
2. Manzano, J.H. 2017. Festa da Cumeeira (no blogue Brasil de Longe). Disponível em:
https://brasildelonge.com/2017/10/08/festa-da-cumeeira/ (Acesso: 10.set.2019)
3. Wikipedia, 2019. Fluxo de Consciência. Disponível em:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Fluxo_de_consciência (Acesso: 10.set.2019)
4. De acordo com o Dicionário Informal, Caingá é o nome popular da espécie arbórea Moldenhauera
floribunda, da família Fabaceae, presente na Mata Atlântica, especialmente nos Estados de São paulo
e Rio de janeiro. Dicionário Informal, disponível em: https://www.dicionarioinformal.com.br/caingá/
(Acesso: 10.set.2019)
5. Wikipedia, 2019. Saci. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Saci (Acesso: 10.set.2019)
6. No Amazonas é assim (website) 2013. A lenda da Matinta Perera. Disponível em
https://noamazonaseassim.com/a-lenda-da-matinta-perera/ (Acesso: 10.set.2019)
7. Só história (Website) 2019. Matinta Perera - Lendas e Mitos. Disponível em
https://www.sohistoria.com.br/lendasemitos/matinta/ (Acesso: 10.set.2019)
8. Dentre os vídeos disponíveis online com este dueto, destacam-se dois, o professor pode inclusive
optar por mostrar um no início e o outro na segunda vez, o que talvez torne a aula um pouco mais
dinâmica. Estes e outros vídeos com esta canção estão disponíveis na plataforma Youtube:
https://www.youtube.com/watch?v=srfP2JlH6ls e https://www.youtube.com/watch?v=94f7YVCsvuo
(Acesso: 10.set.2019)

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