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2010-2011
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO
ADMINISTRAÇÃO E GESTÃO ESCOLAR
TRABALHO INDIVIDUAL
O Formando
27 de Julho de 2010
Índice
Índice ………………………………………………………………………………. i
Lista de quadros ……………………………………………………………………. iii
Introdução ………………………………………………………………………….. 1
1ª Parte - Enquadramento Conceptual ……………………………………………... 2
Capítulo I …………………………………………………………………………... 2
1. Autonomia ………………………………………………………………………. 2
2. Autonomia de Escolas …………………………………………………………... 3
Capítulo II ………………………………………………………………………….. 5
1. Aspectos legais ………………………………………………………………….. 5
2ª Parte – Estudo Empírico ………………………………………………………… 9
Capítulo III – Metodologia ………………………………………………………… 9
1. Natureza do Estudo ……………………………………………………………… 9
2. Campo de Estudo ………………………………………………………………... 10
3. Sujeito de Estudo ………………………………………………………………... 10
4. Objectivos do Estudo ……………………………………………………………. 10
5. Questão de Pesquisa …………………………………………………………….. 11
6. Procedimentos Metodológicos …………………………………………………... 11
6.1. De Recolha de Dados ………………………………………………………….. 11
6.2. De Tratamento de Dados ……………………………………………………… 12
Capítulo IV – Apresentação, Análise e Interpretação de Dados …………………… 14
1. Conceito de autonomia ………………………………………………………….. 15
2. Benefícios da autonomia ………………………………………………………… 15
3. Contrato de autonomia …………………………………………………………... 17
4. Efeitos do contrato de autonomia no combate ao abandono escolar ……………. 18
5. Efeitos do contrato de autonomia na melhoria dos resultados académicos dos
alunos ………………………………………………………………………………. 19
6. Divulgação das medidas contempladas no contrato de autonomia,
nomeadamente aos Encarregados de Educação ……………………………………. 21
7. Implementação do contrato de autonomia ………………………………………. 22
8. Benefícios para o agrupamento …………………………………………………. 25
9. Intenção de renovação do contrato de autonomia ……………………………….. 27
i
10. Alterações a efectuar ao contrato de autonomia, aquando da sua renovação ….. 27
Conclusão ………………………………………………………………………….. 28
Considerações finais ……………………………………………………………….. 30
Bibliografia ………………………………………………………………………… 30
Anexos ……………………………………………………………………………... 33
Anexo I - Guião de entrevista ……………………………………………………… 33
Anexo II - Protocolo da entrevista realizada ………………………………………. 35
Anexo III – Primeiro tratamento dos dados da entrevista …………………………. 45
Anexo IV – Pré-categorização dos dados da entrevista ……………………………. 51
Anexo V - Categorização dos dados da entrevista ………………………………… 58
ii
Lista de quadros
iii
Introdução
1
1.ª Parte – Enquadramento Conceptual
Capítulo I
1. Autonomia
2
Assim, a autonomia pressupõe que se seja capaz de identificar, e assim, se diferenciar
dos outros. Mas esta capacidade de diferenciação só é possível na inter-relação com os
outros. “Quanto mais são as trocas de energia, informação e matéria que um sistema
estabelece com o ‘meio’, maior é a sua riqueza, a sua complexidade, as possibilidades
de construção da autonomia.” (p. 132).
2. Autonomia de escolas
Muitos autores têm escrito sobre autonomia de escolas. Para Macedo (1991: p.
131), a autonomia da escola não é algo adquirido, mas sim algo que se
vai construindo na inter-relação, pois só assim a escola vai criando a sua própria
identidade. Entrando, também, no conceito de autonomia de escolas, Barroso (1995)
observa que este envolve duas dimensões: a jurídico-administrativa, e a socio-
organizacional. A primeira dimensão corresponde à competência que os órgãos
próprios da escola detêm para decidir sobre matérias nas áreas administrativa,
pedagógica, e financeira. Na segunda dimensão “a autonomia consiste no jogo de
dependências e interdependências que uma organização estabelece com o seu meio e
que definem sua identidade.” (Barroso, 1995: p. 3). A autonomia da escola pressupõe,
assim, uma concepção da escola como tendo uma identidade própria onde os diversos
actores interagem entre si. Se é verdade que existe um sistema, são contudo os
diversos actores que interagem na escola que, com as suas possibilidades de escolha,
alteram e criam novas regras, ou seja, também contribuem para a alteração do sistema.
Barroso (1996, 1997), diferencia “autonomia decretada” de “autonomia construída”.
Para ele, é no conceito de autonomia construída que reside a possibilidade de as escolas,
enquanto organizações sociais, mudarem as suas estruturas e as suas práticas, no
respeito por grandes princípios nacionais (comuns ao sistema público nacional de
ensino) e no respeito das suas especificidades locais. O mesmo afasta-se claramente
duma visão estreita que reduz a autonomia das escolas à sua dimensão jurídico-
administrativa. Para os defensores deste ponto de vista (autonomia decretada), a
autonomia existe pelo simples facto de serem decretadas as competências que são
transferidas da administração central e regional para as escolas. Na verdade, como a
experiência tem demonstrado, este tipo de normativos, ainda que consagrassem do
ponto de vista formal-legal a "autonomia da escola" em domínios mais ou menos
3
amplos, foram, por si só, insuficientes para instituírem formas de autogoverno nas
escolas (essência da própria autonomia). Por isso, o desenvolvimento de uma política de
reforço da autonomia das escolas, mais do que "regulamentar" o seu exercício, deve
criar as condições para que ela seja "construída", em cada escola, de acordo com as suas
especificidades locais e no respeito pelos princípios e objectivos que enformam o
sistema público nacional de ensino.
Importa, ainda, ter presente que a "autonomia da escola" resulta sempre da
confluência de várias lógicas e interesses (políticos, gestionários, profissionais e
pedagógicos) que é preciso saber gerir, integrar e negociar. A autonomia da escola não é
a autonomia dos professores, ou a autonomia dos pais, ou a autonomia dos gestores.
Uma das principais medidas da política educativa do Ministério da Educação
traduziu-se, em 1998, na publicação do Regime de Autonomia, Administração e Gestão
dos Estabelecimentos da Educação Pré - Escolar e dos Ensinos Básico e Secundário,
anexo ao Decreto-Lei nº115-A/98 de 04 de Maio. O Regime de Autonomia previsto
neste diploma, logo no seu preâmbulo, definia os princípios do novo quadro da
autonomia das escolas e a descentralização de competências, dos quais se destacavam
três desses princípios:
4
assegurar uma efectiva igualdade de oportunidades e a correcção das
desigualdades existentes".
Capítulo II
1. Aspectos legais
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Dez anos após, o Governo publica o Decreto-lei n.º 75/2008, de 22 de Abril,
que, hoje em dia é o diploma que rege a organização das escolas em Portugal. No seu
preâmbulo, é assumida a “necessidade de revisão do regime jurídico da autonomia,
administração e gestão das escolas no sentido do reforço da participação das famílias e
comunidades na direcção estratégica dos estabelecimentos de ensino e no favorecimento
da constituição de lideranças fortes”. Com este diploma, pretende-se ainda “reforçar a
autonomia e a capacidade de intervenção dos órgãos de direcção das escolas para
reforçar a eficácia da execução das medidas de política educativa e da prestação do
serviço público de educação” (Preâmbulo).
É instituído um órgão de direcção estratégica (conselho geral) em que têm
representação o pessoal docente e não docente, os pais e encarregados de educação (e
também os alunos, no caso dos adultos e do ensino secundário), as autarquias e a
comunidade local, nomeadamente representantes de instituições, organizações e
actividades económicas, sociais, culturais e científicas. É este que aprova “as regras
fundamentais de funcionamento da escola (regulamento interno), as decisões
estratégicas e de planeamento (projecto educativo, plano de actividades) e o
acompanhamento da sua concretização (relatório anual de actividades). Além disso, é-
lhe atribuída a capacidade de eleger e destituir o director, que por conseguinte lhe tem
de prestar contas.
A gestão administrativa, financeira e pedagógica passa a ser função de um órgão
unipessoal, centrado na pessoa do director a quem, apesar de coadjuvado por um
subdirector e um pequeno número de adjuntos, serão assacadas as responsabilidades
pela prestação do serviço público de educação e pela gestão dos recursos públicos
postos à sua disposição.
Como foi referido anteriormente, o Decreto-lei n.º 75/2008 tem, também, como
objectivo principal, o reforço da autonomia das escolas. No entanto, no seu preâmbulo,
ressalva que “convém considerar que a autonomia constitui não um princípio abstracto
ou um valor absoluto, mas um valor instrumental, o que significa que do reforço da
autonomia das escolas tem de resultar uma melhoria do serviço público de educação. É
necessário, por conseguinte, criar as condições para que isso se possa verificar,
conferindo maior capacidade de intervenção ao órgão de gestão e administração, o
director, e instituindo um regime de avaliação e de prestação de contas. A maior
autonomia tem de corresponder maior responsabilidade.” Essa autonomia é facultada
8
através da possibilidade que é dada às escolas de criarem as suas próprias estruturas de
orientação pedagógica e de as fazerem representar nos respectivos conselhos
pedagógicos. Neste domínio, o diploma apenas “estabelece um enquadramento legal
mínimo, determinando apenas a criação de algumas estruturas de coordenação de 1.º
nível (departamentos curriculares) com assento no conselho pedagógico e de
acompanhamento dos alunos (conselhos e directores de turma) ” (Preâmbulo).
Quanto à possibilidade de transferência de competências, o regime jurídico
aprovado pelo presente decreto-lei mantém o princípio da contratualização da
autonomia, estabelecendo os princípios fundamentais, mas flexibilizando e deixando
para regulamentação posterior os procedimentos administrativos. A associação entre a
transferência de competências e a avaliação externa da capacidade da escola para o seu
exercício constitui um princípio fundamental.
1. Natureza do estudo
9
profundidade”. Será do tipo individual (entrevistador e entrevistado), de natureza
semidirectiva, no sentido em que, de acordo com Quivy e Campenhoudt (1998, p.192),
“não é inteiramente aberta nem encaminhada por um grande número de perguntas
precisas”.
2. Campo de estudo
Este estudo foi realizado num Agrupamento Vertical de Escolas do Algarve que,
se encontra em processo de implementação de um contrato de autonomia, celebrado
entre o mesmo e o Ministério da Educação, em 2007. É composto por uma escola
E.B.2,3, quatro escolas E.B.1, dois jardins-de-infância e uma antiga escola E.B.1,
entretanto reaberta, para funcionamento de um curso PIEFF.
3. Sujeito de estudo
4. Objectivos do estudo
10
• Identificar medidas aplicadas e os seus efeitos no combate do abandono escolar e
quanto à melhoria dos resultados académicos dos alunos;
• Identificar propostas de melhoria do contrato de autonomia.
5. Questão de pesquisa
6. Procedimentos metodológicos
6.1. De recolha de dados
11
Coutinho et all. (2009) referem como dados primários àqueles que a própria
investigação produz, por exemplo, os dados recolhidos através da aplicação de uma
entrevista ou questionário. Os dados secundários são definidos como as informações já
produzidas que o investigador recolhe, ou seja, não há a influência do investigador
sobre a fonte de informação. Assim, os autores enfatizam que todo o acto de
investigação é necessário pensar sobre as formas de recolher as informações que a
própria investigação vai proporcionando ou de recolher informação já produzida.
Quivy & Campenhoudt (1992: 201) utilizam o termo “recolha de dados
preexistentes”, onde se pode enquadrar a análise documental. Estes, referem que o
investigador pode recolher dados para estudá-los por si próprios ou para encontrar
informações úteis para estudar outros objectos. Estes documentos podem ser
manuscritos, impressos ou audiovisuais, oficias ou públicos, privados ou de algum
organismo, contendo texto ou números.
Enquadrada nos diversos paradigmas de investigação - qualitativo, quantitativo e
misto -, segundo Quivy & Campenhoudt (1992), a análise de documentos é
especialmente importante na análise de (i) fenómenos macro sociais, demográficos e
socioenonómicos; (ii) mudanças sociais e do desenvolvimento histórico; (iii) mudanças
a nível organizacional; e (iv) ideologias, sistemas de valores e da cultura.
No caso concreto do presente estudo, o processo iniciou-se com a elaboração do
guião da entrevista /(ANEXO I), que serviu de base à entrevista propriamente dita. Com
o guião elaborado, a pessoa a entrevistar foi contactada e esclarecida sobre todos os
aspectos que rodeavam o estudo. Acedendo em colaborar, procedeu-se, então à
marcação da entrevista que, dias mais tarde teve lugar, na escola sede do agrupamento
em que a mesma lecciona.
Efectuada a entrevista, gravada com a autorização da entrevistada, a mesma foi
transcrita e, posteriormente, apresentada, já em texto, à mesma, sob a forma de
protocolo (ANEXO II), para que a validasse, para posterior tratamento de dados.
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A análise de conteúdo é um instrumento que permite o investigador estudar o
comportamento humano de forma indirecta, através da análise das suas comunicações.
Geralmente são analisados os conteúdos escritos de uma comunicação, mas, por
exemplo, uma imagem ou um som podem ser foco de uma análise de conteúdo
(Fraenkel & Wallen, 2008). Periódicos, artigos, filmes, músicas, grafitti, fotos, objectos
de artesanato, enfim, uma série de espécies de comunicações que reflectem o
comportamento humano pode ser alvo de uma análise de conteúdo.
Genericamente Denscombe (1998) caracteriza este instrumento como um
recurso que ajuda o investigador a analisar o conteúdo de documentos, podendo ser
aplicado em qualquer conteúdo de comunicação, reproduzida através de escrita, som ou
imagem.
Focado sobre os objectivos do estudo e do quadro de referência teórico, a
Análise de Conteúdo é realizada através de uma série de etapas. Com base nos autores
Bardin (2004), Carmo & Ferreira (1998) e Pardal & Correia (1995), estabelece-se as
seguintes fases:
1. Definição de categorias para separar os dados observáveis;
2. Definição de unidades de análise;
3. Distribuição das unidades de análise pelas categorias anteriormente
estabelecidas;
4. Interpretação dos resultados obtidos nas perspectivas qualitativas e/ou
quantitativas.
Assim, após leitura flutuante do protocolo da entrevista, foi efectuado o primeiro
tratamento da entrevista (ANEXO III), onde foram retiradas todas as questões e
deixadas apenas as respostas com a informação considerada necessária para a
prossecução dos objectivos do presente estudo.
Em seguida, foi efectuada a pré-categorização dos dados da entrevista, de forma
a dividir a informação constante no primeiro tratamento da entrevista em unidades de
sentido (ANEXO IV).
Posteriormente, foi efectuada a categorização dos dados da entrevista (ANEXO
V) e respectiva grelha, abaixo apresentada (Quadro 1), de maneira a enquadrar toda a
informação em unidades de sentido que correspondessem e fossem ao encontro dos
objectivos definidos no presente estudo.
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Quadro 1 – Grelha de categorização dos dados da entrevista
1.2.1. Organização da
escola
1.2.4. Áreas
disciplinares/alunos
2.1.1. Participação
2. Contrato de autonomia 2.1. Processo de elaboração
2.1.2. Procedimentos
3.1.1. Influência
3.1. Abandono escolar
3.1.2. Medidas
3.2.3. Divulgação
5.1.1. A manter
5. Alterações ao contrato de
5.1. Sugestão de medidas
autonomia
5.1.2. A integrar
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1. Conceito de autonomia
(…) a autonomia numa escola, portanto, é, a meu ver (…) o poder que é dado pelo
Ministério da Educação às escolas em determinados campos. (…)
(…) nomeadamente no campo (…) pedagógico (…)
(…) a nível administrativo
(…) financeiro (…)
(…) de organização (…)
(…) e de estratégias a adoptar dentro do Agrupamento. (…)
2. Benefícios da autonomia
[Se a autonomia, em termos genéricos, é boa para a escola] É assim: para mim é
um pouco complicado responder a isso… eu vou-te explicar porquê… (…)
(…) eu dou aulas há quinze anos… (…)
(…) já havia muitas coisas que se faziam nesta escola que não se faziam noutras
(…)
(…) o contrato de autonomia, realmente, veio a permitir-nos fazer uma série de
15
coisas (…)
(…) não consigo distinguir muito bem o que é que nós estamos a fazer actualmente
que, realmente, é a proposta do contrato de autonomia, ou que tem a ver com a
própria legislação em vigor (…) Tenho, às vezes, uma certa dificuldade em
perceber realmente (…) essa diferença.
(…) esta escola sempre foi um pouco diferente e sempre andou muito à frente (…)
Claro que o contrato de autonomia oficializou (…) aquilo que nós já pretendíamos
fazer (…)
(…) De resto, vejo isto com muito bons olhos. (…)
De resto, parece-me que estamos no bom caminho.
(…) acho que o contrato de autonomia (...) embora vá tocar em vários campos, mas
o campo principal e que pretende o grande objectivo, é melhorar o insucesso escolar
dos alunos (…)
(…) fazer com que eles continuem na escola, portanto, também melhorar o
abandono escolar (…) que eles não abandonem tanto.
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O combate ao insucesso e ao abandono escolar são, como se pode constatar
pelas afirmações da entrevistada, os principais objectivos do contrato de autonomia,
apesar de as medidas previstas no mesmo abarcarem várias áreas do funcionamento da
escola.
3. Contrato de autonomia
(…) eu não sei como é que o contrato de autonomia foi desenvolvido noutros
Agrupamentos e noutras escolas (…) Mas eu sei que aqui foi um trabalho
extremamente partilhado.
Partilhado entre quem? (…) entre vários elementos da comunidade educativa (…)
tentámos, acho eu, por aquilo que me apercebi, quem estava a elaborar o contrato,
tentou (…) ir a vários sítios, a realidades diferentes, para em primeiro lugar perceberem
como é que as coisas funcionavam nos outros sítios (…)
(…) depois cá dentro, todas as decisões que eram propostas eram sempre muito
discutidas e muito debatidas.
Os departamentos, por sua vez, emitiam o seu parecer (…) Que, às vezes, não era em
consenso com aquilo que se propunha.
Logo, subia (…) E depois estou a falar do meu departamento, (…) que já somos
muitos, não é?... Já são muitas pessoas, que já existem muitas opiniões divergentes…
Com os outros departamentos todos, quando nos voltávamos a juntar, novamente uma
discussão, porque mais uma vez, todos os departamentos, nem todos tavam de acordo
(…)
(…) Isto é muito complicado de gerir (…) daí o nosso nono contrato de autonomia (…)
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Nona proposta…
[Tipo de apoios prestados aos alunos] (…) eu acho que (…) também devido ao
contrato de autonomia e das condições que nós temos de gerir tudo isto, tem-se feito
um excelente trabalho relativamente ao apoio a dar aos alunos. (…)
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(…) os alunos neste Agrupamento são extremamente apoiados. Eles têm apoios a tudo.
(…)
(…) nós também tínhamos muitos alunos a abandonar a escola, sem lhes poder dar
uma, outra, uma opção. (…) neste momento, temos sempre uma saída para o aluno.
(…)
[Se o contrato de autonomia está a ter repercussões nos resultados académicos dos
alunos] (…) continuo no Conselho Pedagógico e nós fazemos a monitorização de todo
o processo de avaliação.
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(…) por vezes, pode-se pensar que nós estamos a facilitar (…) E não estamos (…) de
forma nenhuma.
(…) alterámos os critérios de progressão, nesta escola são diferentes das outras, à
excepção do nono ano.
(...) Porque eu acho que não é importante o aluno passar com muito boas notas, quando
isso, depois, não corresponde, realmente, às suas capacidades, ou seja, o aluno chega a
uma secundária, passou com excelentes notas, porque (…) o ensino foi mais
facilitador, mas depois não tem ferramentas (…) destreza suficiente, não leva
competências para se aguentar numa secundária (…)
(…) aqui, acho que somos rigorosos, aumentámos o rigor, muito a nível das disciplinas
mais importantes, portanto, Língua Portuguesa e Matemática, mas também noutras
disciplinas.
(…) os Conselhos de Ano desenvolveram todos os esforços e mais alguns para que o
aluno progrida. Se ele não progride, ou é porque ele realmente não tem competências,
então é bom que ele as volte (…) a ter (…) A desenvolver, para as adquirir (…) de uma
forma sólida e eficaz, ou então (…) fica retido, pronto. (…)
Neste ponto, esclarece-se qual e de que modo é feita a divulgação das medidas
contempladas no contrato de autonomia, mais concretamente aos encarregados de
educação dos alunos que frequentam o agrupamento. As informações contidas no
quadro seguinte (Quadro 10) contribuirão para isso.
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Pela leitura dos dados constantes no quadro acima (Quadro 10), percebe-se que
há um esforço do agrupamento na tentativa de que os encarregados de educação sejam
parte integrante no processo de ensino-aprendizagem dos alunos. A divulgação, sob
diversos meios (Web, Boletim Informativo), das medidas tomadas no contrato de
autonomia é uma realidade, procurando esclarecer os encarregados de educação sobre as
mesmas, para que estes compreendam o grau de exigência implícito em todo o processo
e possam decidir se é o que pretendem para os seus educandos, cabendo-lhes, depois,
tomar a decisão sobre a continuidade, ou não, dos mesmos no agrupamento.
(…) têm dificuldades na língua Portuguesa, então têm o apoio na Língua Portuguesa
(…)
22
(…) eles têm uma dificuldade na Matemática, eles têm o apoio na Matemática (…)
(…) as assessorias que começaram a ser feitas este ano directamente com outro
professor dentro da sala de aula e que surtiram bastante efeito (…)
(…) esta disciplina surgiu para abrir um pouco mais os horizontes dos nossos alunos e
lhes dar uma perspectiva de futuro para além daquelas áreas que eles conhecem (…)
(…) a área artística era uma área muito apagada e neste momento nós temos alunos a
chegar ao nono ano (…) A escolher a área de Artes (…) e não temos um nem dois (…)
Temos às vezes quatro, cinco, seis (…) Já tivemos aqui oito alunos, num ano, a
escolher a área de Artes. (…)
(…) acho que é um trabalho em que o professor sente um enorme prazer (...) E eu,
realmente, gosto imenso do trabalho que faço (…
Acho que também (…) houve um grande reforço na área da educação pela Arte, ao
nível de um Pré-escolar e de um Primeiro Ciclo e que englobe tudo, a nível de TIC, a
nível também físico-motor (…)
(…) também sinto que houve um grande reforço a nível de Educação Musical (…)
Portanto, eu acho que todo esse reforço, todo esse trabalho (…) só foi possível devido
ao contrato de autonomia.
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Como grande alteração que o contrato de autonomia permitiu implementar,
salienta a criação de uma disciplina nova, por si leccionada (Artes) que, sendo um sonho
antigo, concretizou-se por força da existência do contrato de autonomia e, segundo a
entrevistada, permitiu aos alunos abrir os seus horizontes, dando-lhe bastante prazer no
trabalho que está a desenvolver.
Noutras medidas previstas no contrato de autonomia, é, também, de salientar a
existência de um reforço noutras disciplinas, nomeadamente a Educação Musical e TIC,
em todos os ciclos de ensino que o agrupamento engloba.
(…) Podemos realmente escolher um professor que cá teve e que trabalhou e que já
conhece (…)
Da contratação do pessoal docente. (…) nós, todos os anos, estarmos a fazer um
trabalho de sensibilização.
(…) quem vem de outra realidade chega aqui e isto é um choque. (…) Porquê? Porque
o grau de exigência é muito maior. E não há dúvida nenhuma disso (…)
Há muitas escolas que trabalham tanto, se calhar, como nós, mas aqui trabalha-se
muito. (…)
(…) Mas também não sinto que seja um trabalho em que as pessoas se sintam assim tão
revoltadas, ou tão descontentes. Não! (…)
Temos situações pontuais, mas isso acontece em todo o lado (…) Pessoas que não se
encaixam e é normal, porque todos nós somos diferentes (…)
[Alterações e respectivos benefícios que o contrato de autonomia trouxe ao dia-a-dia
da escola, ao nível dos recursos humanos, nomeadamente na contratação do pessoal
não docente] Havia uma coisa que me incomodava imenso e que eu todos os anos (…)
apontava como aspecto negativo (…) que era a limpeza da escola. Este ano houve
melhorias. (…)
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(…) Acho que foi possível contratarmos uma equipa de limpeza (…) conseguiu-se
gerir as verbas de forma a arranjar dinheiro para isso, porque isso, realmente era um
aspecto muito importante. (…)
(…) Uma coisa que me continua a preocupar imenso e que eu acho que ainda não
resolvemos é precisamente a segurança, na escola, quanto a funcionários. (…)
(…) Não temos funcionários para vigiar, para cuidar dos alunos (…) nos intervalos e
não só… não temos funcionários. (…)
(…) temos uma sala TEACCH, que conseguimos mantê-la, em parte devido ao
contrato de autonomia, mas continuamos a não ter as condições ideais. Porque ter um
autista dentro de uma sala de aula sem uma pessoa para o acompanhar, a pessoa em
quem ele confia, é complicado. É complicado para o aluno, que não evolui; é
complicado para os colegas que também, em parte, são um pouco prejudicados. Esta é
uma das grandes realidades. Isso, se calhar, para mim, são os aspectos mais negativos.
(…)
[Confronto entre aspectos positivos e aspectos negativas do contrato de autonomia]
Mas é assim: eu tenho falado só em aspectos positivos do contrato de autonomia. Não
quer dizer que eu concorde com todos eles (…)
(…) muito sinceramente, existem aspectos mais negativos (…)
(…) mas eu, no todo, tenho mesmo que fazer um balanço positivo. Porque eu só
consigo ver coisas boas. Não sei se é porque eu sou optimista (…)
(…) mas existem situações pontuais [não positivas] (…)
A análise deste quadro (Quadro 13) permite aferir que, segundo a entrevistada,
os recursos humanos assumem um elevado grau de importância no funcionamento do
agrupamento e na implementação do contrato de autonomia, salientando a necessidade
de fixação do corpo docente, pois, refere, não é fácil estar, todos os anos, a sensibilizar e
enquadrar um professor que chega de novo, sobre todas as medidas constantes no
mesmo. Apesar de essa integração e adaptação não ser, em alguns aspectos, simples,
evidencia o facto de apenas um ou outro professor não a conseguir, considerando isso
normal.
Ainda a nível dos recursos humanos, a entrevistada refere que, no âmbito do
pessoal não docente, as considerações já não podem ser tão favoráveis. Apesar de,
segundo a mesma, a limpeza da escola – uma preocupação sua há muito tempo – ter
26
melhorado, continua a haver um défice de pessoal auxiliar, que acaba por se traduzir em
falta de segurança e vigilância na escola.
Salienta a existência no agrupamento de uma sala TEACCH (Unidade de ensino
Estruturado, que presta apoio a crianças com autismo) que continua a não ter as
condições ideais, por falta desses mesmos auxiliares.
(…) temos feito pequenos reajustes daquilo que achamos que está bem ou não está
bem, devido à nossa reflexão.
[Que medidas não previstas, mas que considere importantes, sugere para a consecução
dos objectivos a que o contrato se propõe] (…) o que é que eu faria? Em primeiro
lugar, quando chegarmos ao final desta etapa (…) vai ser feita uma avaliação (…)
todos os anos temos avaliado (…) todos os anos temos monotorizado o trabalho que
temos feito (…)
(…) temos mesmo que fazer um balanço destes anos todos: aspectos positivos e
aspectos negativos. (…)
27
(…) É assim: iria manter os aspectos que foram extremamente positivos (…) e iria
pegar nos aspectos negativos e iria arranjar forma de os tentar incluir no contrato (…)
quais aspectos? Estes que eu acabei de falar (...)
(…) De resto, mantinha o que nós temos, fazendo pequenos reajustes naquilo que
correu menos bem (…)
Neste quadro (Quadro 16), são especificadas as áreas mais deficitárias que
seriam alvo de integração de medidas no próximo contrato de autonomia, de forma a
combatê-las. Essas medidas centram-se, essencialmente, na necessidade de contratação
de pessoal não docente, se possível, nos mesmos moldes com que é efectuada a do
pessoal docente e na limpeza da escola.
Conclusão
Relativamente ao âmbito deste estudo, pode-se inferir que é cada vez mais
importante a aposta na autonomia das escolas, seja através da utilização de instrumentos
tais como os contratos de autonomia, seja de qualquer outra forma. A necessidade de
adaptação das escolas ao meio em que se inserem é grande e o objecto deste estudo,
como se pode verificar através da análise dos quadros do capítulo IV é um exemplo em
como se podem implementar medidas que vão ao encontro das necessidades de todos os
intervenientes no processo de ensino dos alunos.
Se autonomia significa mais apoio aos alunos, alteração do currículo,
cumprimento integral do serviço lectivo, traduzido em melhores resultados académicos
28
e menor abandono escolar, como foi verificado neste estudo, então, a mesma deve ser
não só implementada, mas também reforçada.
Neste estudo, fica bem patente a importância a forma como as medidas
implementadas através do contrato de autonomia têm sido benéficas para a prossecução
dos principais objectivos a que o mesmo se propõe. Aliado à melhoria dos resultados
escolares dos alunos e à redução do abandono escolar, está um corpo docente motivado
e mobilizado em torno do contrato de autonomia que, no fundo, representa todo um
modo de funcionamento do agrupamento.
De referir que um contrato de autonomia não se constrói com meia dúzia de
pessoas fechadas num gabinete. São as comunidades envolventes e todas as pessoas que
as constituem que formam os agrupamentos e o seu espírito e o contrato de autonomia
deve ser um instrumento em que todas elas se revejam e abracem como parte integrante
do mesmo que são. O facto de, neste agrupamento em particular, todo o processo de
elaboração do contrato ter sido partilhado, contribui para que a motivação de quem, no
seu dia-a-dia, implementa as medidas constantes no mesmo seja uma realidade. A forma
como a divulgação das medidas é feita à comunidade envolvente, seja através da página
Web do agrupamento, ou de qualquer outra forma, também contribui para que os
encarregados de educação compreendam um pouco melhor que autonomia significa
mais rigor, responsabilidade e prestação de contas e que, com isso, quem tem a ganhar
são os seus educandos.
Apesar de serem muitos os aspectos positivos enunciados neste estudo, o facto
de existir um contrato de autonomia neste agrupamento não significa que está tudo bem.
Continuam a existir aspectos a melhorar e, num sistema educativo em que muitos
pensam e aplicam ideias, sem deixar amadurecer as presentes, é muito difícil estabilizar.
Pode-se considerar que os contratos de autonomia são um instrumento essencial na
busca dessa estabilização e que, no final do período de vigência de cada um deles, após
uma avaliação séria, ponderada e consistente, possam ser efectuados ajustes para
preencher lacunas que os anteriores não conseguiram colmatar.
Para concluir, saliente-se que, devido ao facto de o sujeito de estudo ser uma
docente de um grupo disciplinar específico, naturalmente, as conclusões que se podem
retirar deste estudo incidem, predominantemente nessa área, que é a das artes. Pode-se,
então concluir que o agrupamento onde a docente lecciona aproveitou a celebração de
um contrato de autonomia para efectuar um reforço nessa área, em todos os ciclos de
29
ensino. Seria, por isso, interessante, estender este estudo a outras áreas disciplinares,
com o objectivo de aferir sob que forma as medidas implementadas no contrato de
autonomia afectam as restantes áreas.
Considerações finais
Bibliografia
30
BARROSO, J. (1995) A administração escolar reflexões em confronto (mesa redonda),
In Macedo, B., A administração escolar reflexões em confronto (mesa redonda),
Inovação, 8, pp. 7-40.
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Tinto: Asa.
32
Web consultada:
Legislação consultada
Anexos
Objectivos gerais:
BLOCO A
BLOCO B
Conceito de - Conhecer como é - Solicitar ao entrevistado que defina autonomia e se, 5 min
autonomia representado o conceito de na sua opinião, a considera benéfica para as escolas.
autoonomia de escola.
BLOCO C
Processo - Conhecer o processo que - Questionar o entrevistado sobre a forma como 5 min
conducente ao conduziu à elaboração do decorreu todo o processo de elaboração do contrato
contrato de contrato de autonomia, da de autonomia do seu agrupamento e o seu papel no
autonomia. avaliação externa à sua mesmo.
assinatura.
BLOCO D
34
Anexo II - Protocolo da entrevista realizada
Entrevistada: Bom-dia.
Entrevistador: Muito bem, Então é assim: eu vou… antes de mais nada quero garantir
o anonimato e a confidencialidade deste, desta entrevista… hã… no trabalho não
constará o teu nome… hã… no entanto, se desejares, ou se não colocares algum… se
desejares que seja referido o teu nome, basta dizê-lo que eu o farei. Hã… entretanto,
peço-te autorização para gravar a entrevista, não é?
Portanto, esta entrevista está dividida em cinco blocos. Vamos passar agora ao bloco B,
onde, portanto, o que eu te peço é que, dentro do teu… portanto… dos teus
conhecimentos que tens e da experiência que já tens aqui no Agrupamento…hã … que
me definas, na tua opinião, o que é que consideras ser a autonomia numa escola.
Entrevistador: Mm…
35
Entrevistada: … nomeadamente no campo da… no campo pedagógico, a nível
administrativo, financeiro… hã… de organização e de estratégias a adoptar dentro do
Agrupamento.
Entrevistador: Mm… hã… então dentro dessa autonomia, tendo a experiência que
tens, já, de… estamos com o terceiro ano de contrato… hã… achas que é benéfica para
as escolas? Assim, de uma forma geral… não peço, não peço que te cinjas… hã… só a
este agrupamento.
Entrevistador: Mm…
Entrevistada: Foi uma fase muito complicada. Foi uma fase muito dolorosa mesmo,
aqui no Agrupamento. Hã… muito trabalho… e muito trabalho porquê? Porque, hã, eu
não sei como é que o contrato de autonomia foi desenvolvido noutros Agrupamentos e
noutras escolas, não é? Mas eu sei que aqui foi um trabalho extremamente partilhado.
Partilhado entre quem? Entre… entre vários elementos da comunidade educativa… e
não só…portanto, tentámos, acho eu, por aquilo que me apercebi, quem estava a
elaborar o contrato, tentou, hã, ir a vários sítios, a realidades diferentes, para em
primeiro lugar perceberem como é que as coisas funcionavam nos outros sítios…depois
cá dentro, todas as decisões que eram propostas eram sempre muito discutidas e muito
debatidas. E claro que isto é um processo muito complicado. Porquê? Porque vinha do
Conselho Pedagógico, ou vinha da própria equipa que estava a elaborar o contrato de
autonomia e descia aos departamentos. Os departamentos, por sua vez, emitiam o seu
parecer, não é? Que, às vezes, não era em consenso com aquilo que se propunha.
Entrevistador: Claro…
Entrevistada: …Logo, subia, não é?... E depois estou a falar do meu departamento, que
já, que já somos muitos, não é?... Já são muitas pessoas, que já existem muitas opiniões
divergentes…
37
Entrevistador: Ok. Pronto. Hã… então já percebi o teu papel no… na aut… no
decorrer da elaboração do contrato. Agora o que eu te perguntava era: tendo
conhecimento do… e… também…tiveste que trabalhar muito e tinhas que ter um
conhecimento, além de seres professora neste Agrupamento apanhaste a parte de…
apanhaste um ano em que eras presidente do Conselho Pedagógico, não é?...e tinhas que
estar dentro de todas as medidas que estão… que estamos a implementar no contrato de
autonomia. Portanto, conhecendo tu essas medidas, portanto, e os efeitos que elas
podem ter, portanto, o que é que tu achas que… qual será o grau de eficácia delas…o
que é que tu consideras que é o grau de eficácia delas em relação à diminuição da taxa
de abandono escolar, no Agrupamento, mesmo dos resultados, na melhoria dos
resultados dos miúdos.
Entrevistada: Olha, eu senti que… eu sinto e tenho essa noção precisa porque
continuo, apesar de não ser presidente do Conselho Pedagógico, continuo no Conselho
Pedagógico e nós fazemos a monotorização de todo o processo de avaliação, não é?
Logo, fazemos tratamento estatístico de todos os dados relativos à avaliação e
conseguimo-nos aperceber que realmente está a haver uma evolução, mas o estar a
haver uma evolução, um aumento do sucesso escolar, do sucesso pleno por aluno, o… o
menor… como é que eu hei-de dizer?... haver menos abandono escolar, hã… eu acho
que, por vezes, pode-se pensar que nós estamos a facilitar… não é? E não estamos… de
forma nenhuma. O facto de estarmos a aumentar não tem a ver com o facto de estarmos
a ser menos exigentes. Antes pelo contrário. Porquê? Porque nós alterámos os critérios
de progressão, nesta escola são diferentes das outras, à excepção do nono ano. Logo
isso, não é?... Os alunos aqui têm, têm que trabalhar mais, não é?
Entrevistada:… benéficos.
Entrevistador: Ok.
Entrevistada: Porque eu acho que não é importante o aluno passar com muito boas
notas, quando isso, depois, não corresponde, realmente, às suas capacidades, ou seja, o
aluno chega a uma secundária, passou com excelentes notas, porque, hã, o ensino foi
mais facilitador, mas depois não tem ferramentas, não tem, hã, destreza suficiente, não
38
leva competências para se aguentar numa secundária, não é? E nós, aqui, acho que
somos rigorosos, aumentámos o rigor, muito a nível das disciplinas mais importantes,
portanto, Língua Portuguesa e Matemática, mas também noutras disciplinas. Porque
este Agrupamento, hã… hã… pronto, eu sou de uma área completamente diferente, não
é?
Entrevistador: Mmm.
Entrevistador: Não se trata de abandono escolar, nesta situação, mas achas que esses
critérios hã, de progressão, hã, do teu ponto de vista, achas que são… hã… poderão ser
uma…uma das… uma causa para os alunos saírem deste Agrupamento e irem para
outros?
Entrevistada: Não não não. De modo nenhum. Inicialmente, achei que isso poderia vir a
acontecer. Só que eu acho que, hã, também se tem feito um excelente trabalho, isso
também devido ao contrato de autonomia e das condições que nós temos de gerir tudo
isto, tem-se feito um excelente trabalho relativamente ao apoio a dar aos alunos.
Portanto, os alunos neste Agrupamento são extremamente apoiados. Eles têm apoios a
tudo. Eles têm o reforço na língua… nós não exigimos apenas que eles melhorassem, ou
não, não começámos a ser exigentes sem dar condições. Nós demos ferramentas de
trabalho, ou seja, eles têm hipótese de… têm dificuldades na língua Portuguesa, então
39
têm o apoio na Língua Portuguesa; eles têm uma dificuldade na Matemática, eles têm o
apoio na Matemática, não é? Portanto, tudo isto com o Plano da Leitura, com as
assessorias que começaram a ser feitas este ano directamente com outro professor
dentro da sala de aula e que surtiram bastante efeito, portanto, exigimos sim, mas
também demos. E, para além disso, temos feito também, uma excelente sensibilização a
nível de encarregados de educação. Como? Em primeiro lugar, os encarregados de
educação estão plenamente conscientes dos critérios de progressão, dos critérios de
avaliação, dos instrumentos de avaliação, porque nós… eu acho que o processo aqui
nesta escola, todo ele, é muito transparente, não é? Nós publicitamos na página da
escola, nós temos o Boletim Informativo que sai regularmente, hã, em cada período e
que dá essas informações aos encarregados de educação, portanto, só o encarregado de
educação, que esteja, que não esteja bem informado é que, hã, pode dizer que nós aqui
somos exigentes, ou queira mudar o seu educando para outra escola, porque de resto não
me parece, de todo, que… deves ter tido uma ou outra situação dessas, mas é assim: nós
não podemos mandar na vontade dos pais.
Entrevistador: Claro.
Entrevistada: É a vontade deles que prevalece e há pais que tão pouco, tão-se pouco
importando se o filho realmente sai com competências adquiridas, ou se chumba. Eles
são, eles não querem é que o filho reprove, não é?... Fique retido. Portanto, eles querem
é que ele passe, independentemente de ter competências ou não. E nós, não é isso que
nós pretendemos. O aluno aqui passa se tiver competências. Porque, se não tiver, fica
mesmo retido, não é? Porque os Conselhos de Ano desenvolveram todos os esforços e
mais alguns para que o aluno progrida. Se ele não progride, ou é porque ele realmente
não tem competências, então é bom que ele as volte a…a ter, não é?... A desenvolver,
para as adquirir, hã, de uma forma sólida e eficaz, ou então, hã, fica, fica, fica retido,
pronto. Não vale a pena passar só por passar.
Entrevistada: Sem sombra de dúvida. Porquê? Porque nós também tínhamos muitos
alunos a abandonar a escola, sem lhes poder dar uma, outra, uma opção. E nós, neste
momento, temos sempre uma saída para o aluno. Ou neste Agrupamento, ou noutro,
temos sempre, que são as ofertas formativas, não é? Essas ofertas, realmente, eu acho
que, essas são excelentes. Embora os encarregados de educação, por vezes, hã, tenham
uma noção errada do que é… do que são os CEFs, os Percursos Alternativos, mas, para
mim, são uma mais-valia para um aluno. Um aluno poder fazer um… uma
40
profissionalização, tirar um curso, fazer um estágio e ter oportunidade de ficar, hã, logo
a trabalhar na, na, portanto, no sítio onde fez o estágio, não é?... Na empresa onde fez o
estágio, eu acho que isso, nos dias de hoje, é, é ouro sobre azul. Mas mesmo.
Entrevistada: Eu, a primeira questão, não consegui, a primeira, o primeiro ponto que
focaste, contrato de autonomia dentro da sala de aula.
Entrevistador: Sim.
Entrevistada: Não quer dizer que eu concorde com todos eles, não é?
Entrevistador: Num balanço podes falar a nível dos positivos como dos negativos.
Entrevistador: Mas podemos partir daqui a bocadinho para essas. Só queria que agora
então que me falasses a nível do Agrupamento. Portanto, falaste a nível da tua
disciplina, mais concretamente, agora, benefícios decorrentes do contrato de autonomia
a nível do Agrupamento. O que é que sentiste?
Entrevistada: Da contratação do pessoal docente. Porque não é fácil, hã, nós, todos os
anos, estarmos a fazer um trabalho de sensibilização. Porque quem vem de outra
realidade chega aqui e isto é um choque. Apanha um choque. Porquê? Porque o grau de
exigência é muito maior. E não há dúvida nenhuma disso, não é? Há muitas escolas que
trabalham tanto, se calhar, como nós, mas aqui trabalha-se muito. Hã… Mas também
não sinto que seja um trabalho em que as pessoas se sintam assim tão revoltadas, ou tão
descontentes. Não! Temos situações pontuais, mas isso acontece em todo o lado, não é?
Pessoas que não se encaixam e é normal, porque todos nós somos diferentes…hã…
relativamente, hã, à continuidade do pessoal docente, relativamente às aulas previstas e
dadas: eu acho que isso para nós…isso foi um passo muito à frente. E não se
conseguiu… é… começámos a trabalhar, não é?... hã… com alguma antecedência, mas
42
cada vez acho que está mais enraizado e já fazemos isto… noutra escola, se calhar, é um
choque, também… quem vem doutra escola, não consegue perceber logo inicialmente…
tem alguma dificuldade em perceber quais os benefícios de ter que repor aulas e trocar e
tudo isso, mas chega ao final do ano, o… uma percentagem extremamente elevada já
está convencida e consegue ver os benefícios disso, não é? E são muitos, são muitos.
Nós conseguimos cumprir com as aulas que se prevêem… conseguir cumpri-la na
totalidade, acho que é uma mais-valia. Para a escola, para os alunos e para nós,
enquanto docentes que não precisamos de recorrer a outras estratégias. Acho que
reforçámos muito os apoios aos alunos. Temos tomado medidas nesse sentido. Havia
uma coisa que me incomodava imenso e que eu todos os anos dizia, que apontava como
aspecto negativo, na reflexão que era a limpeza da escola. Este ano houve melhorias.
Acho que foi possível contratarmos uma equipa de limpeza, não sei como, porque…
hã… conseguiu-se gerir as verbas de forma a arranjar dinheiro para isso, porque isso,
realmente era um aspecto muito importante. Uma coisa que me continua a preocupar
imenso e que eu acho que ainda não resolvemos é precisamente a segurança, na escola,
quanto a funcionários. Não temos funcionários para vigiar, para cuidar dos alunos nos
tempos, nos intervalos e não só… não temos funcionários. Não tínhamos para
limpeza… isso tentou ser resolvido um pouco com uma equipa de limpeza, mas
continuamos a ter um problema a nível de funcionários, porque eu vejo que há escolas,
por aquilo que eu sei, têm menos funcionários e nós aqui não temos auxiliares de
educação, praticamente… temos uma sala TEACCH, que conseguimos mantê-la, em
parte devido ao contrato de autonomia, mas continuamos a não ter as condições ideais.
Porque ter um autista dentro de uma sala de aula sem uma pessoa para o acompanhar, a
pessoa em quem ele confia, é complicado. É complicado para o aluno, que não evolui; é
complicado para os colegas que também, em parte, são um pouco prejudicados. Esta é
uma das grandes realidades. Isso, se calhar, para mim, são os aspectos mais negativos.
De resto, vejo isto com muito bons olhos.
Entrevistada: Ora bem. É assim: eu… o que é que eu faria? Em primeiro lugar, quando
chegarmos ao final desta etapa, não é?... vai ser feita uma avaliação… hã… todos os
anos temos avaliado… todos os anos temos monotorizado o trabalho que temos feito,
mas realmente, quando chegarmos ao final do ano temos mesmo que fazer um balanço
destes anos todos: aspectos positivos e aspectos negativos. É assim: iria manter os
aspectos que foram extremamente positivos, não é?... e iria pegar nos aspectos negativos
43
e iria arranjar forma de os tentar incluir no contrato, não é?... E… e quais aspectos?
Estes que eu acabei de falar, não é?... Relativamente ao nível do pessoal auxiliar:
arranjar medidas, ou através da parte financeira, não é?... Ou através dos recursos, não
é?... Tal como nós conseguimos recrutar pessoal docente, consegui-lo fazer através do
pessoal auxiliar, não sei, digo eu e pronto e continuar a haver alguma, alguma verba
para investir na manutenção e na limpeza dos espaços escolares que eu, para mim, é
extremamente importante. Acho que é o brio de uma escola, é também o seu aspecto,
hã… Estético. Relativamente à parte estética, não é? De resto, mantinha o que nós
temos, fazendo pequenos reajustes naquilo que correu menos bem, não é? De resto,
parece-me que estamos no bom caminho.
Entrevistada: De nada.
Entrevistador: Pronto…
Entrevistador: Quero também deixar aqui registado que quando, quando terminar esta
fase deste trabalho, eu vou-te enviar um exemplar, tá bem?
Entrevistador: Depois, mais lá para a frente, quando terminar o grande trabalho final,
depois também te envio já com os entrevistados, está bem?
44
Anexo III – Primeiro tratamento dos dados da entrevista
[Se a autonomia, em termos genéricos, é boa para a escola e] Sinto que nós estamos
muito à frente (…) estamos mais organizados e fazemos coisas que eu acho que são
extremamente benéficas para os alunos (…) principalmente para os alunos (…) acho
que o contrato de autonomia (...) embora vá tocar em vários campos, mas o campo
principal e que pretende o grande objectivo, é melhorar o insucesso escolar dos alunos,
(…) fazer com que eles continuem na escola, portanto, também melhorar o abandono
escolar (…) que eles não abandonem tanto.
(…) eu entrei no contrato de autonomia (…) já havia muitas coisas que se faziam nesta
escola que não se faziam noutras (…) pelo que eu me apercebia (…) o contrato de
autonomia, realmente, veio a permitir-nos fazer uma série de coisas (…) não consigo
distinguir muito bem o que é que nós estamos a fazer actualmente que, realmente, é a
proposta do contrato de autonomia, ou que tem a ver com a própria legislação em vigor
(…) Tenho, às vezes, uma certa dificuldade em perceber realmente (…) essa diferença
(…) porque esta escola sempre foi um pouco diferente e sempre andou muito à frente
(…) Claro que o contrato de autonomia oficializou (…) aquilo que nós já pretendíamos
fazer (…)
45
(…) Logo, subia (…) E depois estou a falar do meu departamento, (…) que já somos
muitos, não é?... Já são muitas pessoas, que já existem muitas opiniões divergentes…
(…) Com os outros departamentos todos, quando nos voltávamos a juntar, novamente
uma discussão, porque mais uma vez, todos os departamentos, nem todos tavam de
acordo (…) E depois, cada um tenta ver sempre a sua parte (…) A que lhe interessa
mais, como é óbvio (…) Isto é muito complicado de gerir (…) daí o nosso nono
contrato de autonomia (…) Nona proposta…
[Se o contrato de autonomia está a ter repercussões nos resultados académicos dos
alunos] (…) continuo no Conselho Pedagógico e nós fazemos a monotorização de todo
o processo de avaliação (…) fazemos tratamento estatístico de todos os dados relativos
à avaliação e conseguimo-nos aperceber que realmente está a haver uma evolução, mas
o estar a haver uma evolução, um aumento do sucesso escolar, do sucesso pleno por
aluno (...) haver menos abandono escolar (…) por vezes, pode-se pensar que nós
estamos a facilitar (…) E não estamos (…) de forma nenhuma. O facto de estarmos a
aumentar não tem a ver com o facto de estarmos a ser menos exigentes. Antes pelo
contrário. Porquê?
(…) benéficos.
Mais apertados.
Porque eu acho que não é importante o aluno passar com muito boas notas, quando isso,
depois, não corresponde, realmente, às suas capacidades, ou seja, o aluno chega a uma
secundária, passou com excelentes notas, porque (…) o ensino foi mais facilitador, mas
depois não tem ferramentas (…) destreza suficiente, não leva competências para se
aguentar numa secundária (…) aqui, acho que somos rigorosos, aumentámos o rigor,
muito a nível das disciplinas mais importantes, portanto, Língua Portuguesa e
Matemática, mas também noutras disciplinas.
[Tipo de apoios prestados aos alunos] (…) eu acho que, hã, também se tem feito um
excelente trabalho, isso também devido ao contrato de autonomia e das condições que
nós temos de gerir tudo isto, tem-se feito um excelente trabalho relativamente ao apoio
a dar aos alunos. Portanto, os alunos neste Agrupamento são extremamente apoiados.
Eles têm apoios a tudo. Eles têm o reforço na língua (…) nós não exigimos apenas que
eles melhorassem (…) não começámos a ser exigentes sem dar condições. Nós demos
ferramentas de trabalho, ou seja, eles têm hipótese (…) têm dificuldades na língua
Portuguesa, então têm o apoio na Língua Portuguesa; eles têm uma dificuldade na
Matemática, eles têm o apoio na Matemática, não é? Portanto, tudo isto com o Plano da
Leitura, com as assessorias que começaram a ser feitas este ano directamente com outro
professor dentro da sala de aula e que surtiram bastante efeito, portanto, exigimos sim,
mas também demos.
É a vontade deles que prevalece e há pais que (…) tão-se pouco importando se o filho
realmente sai com competências adquiridas, ou se chumba. (…) eles não querem é que o
filho reprove. Portanto, eles querem é que ele passe, independentemente de ter
competências ou não. E nós, não é isso que nós pretendemos. O aluno aqui passa se
tiver competências. Porque, se não tiver, fica mesmo retido (…) os Conselhos de Ano
desenvolveram todos os esforços e mais alguns para que o aluno progrida. Se ele não
progride, ou é porque ele realmente não tem competências, então é bom que ele as volte
(…) a ter (…) A desenvolver, para as adquirir (…) de uma forma sólida e eficaz, ou
então (…) fica retido, pronto. Não vale a pena passar só por passar.
47
(…) nós também tínhamos muitos alunos a abandonar a escola, sem lhes poder dar uma,
outra, uma opção. (…) neste momento, temos sempre uma saída para o aluno.
(…) muito sinceramente, existem aspectos mais negativos, mas eu, no todo, tenho
mesmo que fazer um balanço positivo. Porque eu só consigo ver coisas boas. Não sei se
é porque eu sou optimista, mas (…) existem situações pontuais que não são tão…
[Que medidas não previstas, mas que considere importantes, sugere para a consecução
dos objectivos a que o contrato se propõe] (…) o que é que eu faria? Em primeiro lugar,
quando chegarmos ao final desta etapa (…) vai ser feita uma avaliação (…) todos os
anos temos avaliado (…) todos os anos temos monotorizado o trabalho que temos feito,
mas realmente, quando chegarmos ao final do ano temos mesmo que fazer um balanço
destes anos todos: aspectos positivos e aspectos negativos. É assim: iria manter os
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aspectos que foram extremamente positivos (…) e iria pegar nos aspectos negativos e
iria arranjar forma de os tentar incluir no contrato (…) e quais aspectos? Estes que eu
acabei de falar (...) Relativamente ao nível do pessoal auxiliar: arranjar medidas, ou
através da parte financeira (…) Ou através dos recursos (…) Tal como nós conseguimos
recrutar pessoal docente, consegui-lo fazer através do pessoal auxiliar (…) digo eu e
pronto e continuar a haver alguma, alguma verba para investir na manutenção e na
limpeza dos espaços escolares que (…) para mim, é extremamente importante. (…) De
resto, mantinha o que nós temos, fazendo pequenos reajustes naquilo que correu menos
bem (…) De resto, parece-me que estamos no bom caminho.
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Anexo IV – Pré-categorização dos dados da entrevista
1. (…) a autonomia numa escola, portanto, é, a meu ver (…) o poder que é dado pelo
Ministério da Educação às escolas em determinados campos. (…)
7. [Se a autonomia, em termos genéricos, é boa para a escola] É assim: para mim é um
pouco complicado responder a isso… eu vou-te explicar porquê… (…)
9. Sinto que nós estamos muito à frente (…) estamos mais organizados e fazemos coisas
que eu acho que são extremamente benéficas para os alunos (…) principalmente para os
alunos (…)
10. (…) acho que o contrato de autonomia (...) embora vá tocar em vários campos, mas
o campo principal e que pretende o grande objectivo, é melhorar o insucesso escolar dos
alunos (…)
11. (…) fazer com que eles continuem na escola, portanto, também melhorar o
abandono escolar (…) que eles não abandonem tanto.
12. (…) já havia muitas coisas que se faziam nesta escola que não se faziam noutras
(…)
13. (…) o contrato de autonomia, realmente, veio a permitir-nos fazer uma série de
coisas (…)
14. (…) não consigo distinguir muito bem o que é que nós estamos a fazer actualmente
que, realmente, é a proposta do contrato de autonomia, ou que tem a ver com a própria
legislação em vigor (…) Tenho, às vezes, uma certa dificuldade em perceber realmente
(…) essa diferença
15. (…) esta escola sempre foi um pouco diferente e sempre andou muito à frente (…)
Claro que o contrato de autonomia oficializou (…) aquilo que nós já pretendíamos fazer
(…)
18. (…) eu não sei como é que o contrato de autonomia foi desenvolvido noutros
Agrupamentos e noutras escolas (…) Mas eu sei que aqui foi um trabalho extremamente
partilhado.
19. Partilhado entre quem? (…) entre vários elementos da comunidade educativa (…)
tentámos, acho eu, por aquilo que me apercebi, quem estava a elaborar o contrato,
tentou (…) ir a vários sítios, a realidades diferentes, para em primeiro lugar perceberem
como é que as coisas funcionavam nos outros sítios (…)
20. (…) depois cá dentro, todas as decisões que eram propostas eram sempre muito
discutidas e muito debatidas.
22. Porque vinha do Conselho Pedagógico, ou vinha da própria equipa que estava a
elaborar o contrato de autonomia e descia aos departamentos.
23. Os departamentos, por sua vez, emitiam o seu parecer (…) Que, às vezes, não era
em consenso com aquilo que se propunha.
24. Logo, subia (…) E depois estou a falar do meu departamento, (…) que já somos
muitos, não é?... Já são muitas pessoas, que já existem muitas opiniões divergentes…
25. Com os outros departamentos todos, quando nos voltávamos a juntar, novamente
uma discussão, porque mais uma vez, todos os departamentos, nem todos tavam de
acordo (…)
27. (…) Isto é muito complicado de gerir (…) daí o nosso nono contrato de autonomia
(…) Nona proposta…
28. [Se o contrato de autonomia está a ter repercussões nos resultados académicos dos
alunos] (…) continuo no Conselho Pedagógico e nós fazemos a monotorização de todo
o processo de avaliação
31. (…) por vezes, pode-se pensar que nós estamos a facilitar (…) E não estamos (…)
de forma nenhuma.
32. (…) alterámos os critérios de progressão, nesta escola são diferentes das outras, à
excepção do nono ano.
52
33. (...) Os alunos aqui têm, têm que trabalhar mais (…)
36. (...) Porque eu acho que não é importante o aluno passar com muito boas notas,
quando isso, depois, não corresponde, realmente, às suas capacidades, ou seja, o aluno
chega a uma secundária, passou com excelentes notas, porque (…) o ensino foi mais
facilitador, mas depois não tem ferramentas (…) destreza suficiente, não leva
competências para se aguentar numa secundária (…)
37. (…) aqui, acho que somos rigorosos, aumentámos o rigor, muito a nível das
disciplinas mais importantes, portanto, Língua Portuguesa e Matemática, mas também
noutras disciplinas.
41. (…) Portanto, conseguimos, realmente, reforçar essas áreas a nível do Pré-escolar,
do Primeiro Ciclo e do Terceiro Ciclo, com a introdução da disciplina nova. (…)
42. [Tipo de apoios prestados aos alunos] (…) eu acho que (…) também devido ao
contrato de autonomia e das condições que nós temos de gerir tudo isto, tem-se feito um
excelente trabalho relativamente ao apoio a dar aos alunos. (…)
43. (…) os alunos neste Agrupamento são extremamente apoiados. Eles têm apoios a
tudo. (…)
45. (…) nós não exigimos apenas que eles melhorassem (…)
46. (…) não começámos a ser exigentes sem dar condições. (…)
49. (…) eles têm uma dificuldade na Matemática, eles têm o apoio na Matemática (…)
51. (…) as assessorias que começaram a ser feitas este ano directamente com outro
professor dentro da sala de aula e que surtiram bastante efeito (…)
54. (…) estão plenamente conscientes dos critérios de progressão, dos critérios de
avaliação, dos instrumentos de avaliação (…)
55. (…) o processo aqui nesta escola, todo ele, é muito transparente (…)
57. (…) temos o Boletim Informativo que sai regularmente (…) em cada período e que
dá essas informações aos encarregados de educação (…)
58. (…) só o encarregado de educação (…) que não esteja bem informado é que (…)
pode dizer que nós aqui somos exigentes, ou queira mudar o seu educando para outra
escola, porque de resto não me parece, de todo (…)
59. (…) mas é assim: nós não podemos mandar na vontade dos pais. É a vontade deles
que prevalece (…)
60. (…) e há pais que (…) tão-se pouco importando se o filho realmente sai com
competências adquiridas, ou se chumba. (…) eles não querem é que o filho reprove.
(…)
61. (…) eles querem é que ele passe, independentemente de ter competências ou não.
(…)
62. (…) não é isso que nós pretendemos. O aluno aqui passa se tiver competências. (…)
se não tiver, fica mesmo retido (…)
63. (…) os Conselhos de Ano desenvolveram todos os esforços e mais alguns para que
o aluno progrida. Se ele não progride, ou é porque ele realmente não tem competências,
então é bom que ele as volte (…) a ter (…) A desenvolver, para as adquirir (…) de uma
forma sólida e eficaz, ou então (…) fica retido, pronto. (…)
67. (…) esta disciplina surgiu para abrir um pouco mais os horizontes dos nossos alunos
e lhes dar uma perspectiva de futuro para além daquelas áreas que eles conhecem (…)
68. (…) a área artística era uma área muito apagada e neste momento nós temos alunos
a chegar ao nono ano (…) A escolher a área de Artes (…) e não temos um nem dois
(…) Temos às vezes quatro, cinco, seis (…) Já tivemos aqui oito alunos, num ano, a
escolher a área de Artes. (…)
69. (…) acho que é um trabalho em que o professor sente um enorme prazer (...) E eu,
realmente, gosto imenso do trabalho que faço (…)
70. Acho que também (…) houve um grande reforço na área da educação pela Arte, ao
nível de um Pré-escolar e de um Primeiro Ciclo e que englobe tudo, a nível de TIC, a
nível também físico-motor (…)
71. (…) também sinto que houve um grande reforço a nível de Educação Musical (…)
79. (…) temos feito pequenos reajustes daquilo que achamos que está bem ou não está
bem, devido à nossa reflexão.
72. Portanto, eu acho que todo esse reforço, todo esse trabalho (…) só foi possível
devido ao contrato de autonomia.
75. (…) mas eu, no todo, tenho mesmo que fazer um balanço positivo. Porque eu só
consigo ver coisas boas. Não sei se é porque eu sou optimista (…)
79. Da contratação do pessoal docente. (…) nós, todos os anos, estarmos a fazer um
trabalho de sensibilização.
80. (…) quem vem de outra realidade chega aqui e isto é um choque. (…) Porquê?
Porque o grau de exigência é muito maior. E não há dúvida nenhuma disso (…)
81. Há muitas escolas que trabalham tanto, se calhar, como nós, mas aqui trabalha-se
muito. (…)
82. (…) Mas também não sinto que seja um trabalho em que as pessoas se sintam assim
tão revoltadas, ou tão descontentes. Não! (…)
83. Temos situações pontuais, mas isso acontece em todo o lado (…) Pessoas que não se
encaixam e é normal, porque todos nós somos diferentes (…)
85. (…) noutra escola, se calhar, é um choque (…) quem vem doutra escola, não
consegue perceber logo inicialmente (…) tem alguma dificuldade em perceber quais os
benefícios de ter que repor aulas e trocar e tudo isso, mas chega ao final do ano (…)
uma percentagem extremamente elevada já está convencida e consegue ver os
benefícios disso (…)
86. (…) Nós conseguimos cumprir com as aulas que se prevêem (…) conseguir cumpri-
la na totalidade, acho que é uma mais-valia. Para a escola, para os alunos e para nós,
enquanto docentes que não precisamos de recorrer a outras estratégias.
87. Acho que reforçámos muito os apoios aos alunos. Temos tomado medidas nesse
sentido.
89. (…) Acho que foi possível contratarmos uma equipa de limpeza (…) conseguiu-se
gerir as verbas de forma a arranjar dinheiro para isso, porque isso, realmente era um
aspecto muito importante. (…)
90. (…) Uma coisa que me continua a preocupar imenso e que eu acho que ainda não
resolvemos é precisamente a segurança, na escola, quanto a funcionários. (…)
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91. (…) Não temos funcionários para vigiar, para cuidar dos alunos (…) nos intervalos
e não só… não temos funcionários. (…)
92. (…) temos uma sala TEACCH, que conseguimos mantê-la, em parte devido ao
contrato de autonomia, mas continuamos a não ter as condições ideais. Porque ter um
autista dentro de uma sala de aula sem uma pessoa para o acompanhar, a pessoa em
quem ele confia, é complicado. É complicado para o aluno, que não evolui; é
complicado para os colegas que também, em parte, são um pouco prejudicados. Esta é
uma das grandes realidades. Isso, se calhar, para mim, são os aspectos mais negativos.
(…)
93. (…) De resto, vejo isto com muito bons olhos. (…)
94. [Se renovaria, ou não, o contrato de autonomia] Renovaria. Sem sombra de dúvida.
95. [Que medidas não previstas, mas que considere importantes, sugere para a
consecução dos objectivos a que o contrato se propõe] (…) o que é que eu faria? Em
primeiro lugar, quando chegarmos ao final desta etapa (…) vai ser feita uma avaliação
(…) todos os anos temos avaliado (…) todos os anos temos monotorizado o trabalho
que temos feito (…)
96. (…) temos mesmo que fazer um balanço destes anos todos: aspectos positivos e
aspectos negativos. (…)
97. (…) É assim: iria manter os aspectos que foram extremamente positivos (…) e iria
pegar nos aspectos negativos e iria arranjar forma de os tentar incluir no contrato (…)
quais aspectos? Estes que eu acabei de falar (...)
99. (…) continuar a haver alguma, alguma verba para investir na manutenção e na
limpeza dos espaços escolares que (…) para mim, é extremamente importante. (…)
100. (…) De resto, mantinha o que nós temos, fazendo pequenos reajustes naquilo que
correu menos bem (…)
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Anexo V - Categorização dos dados da entrevista
1. AUTONOMIA
1.1. CONCEITO DE AUTONOMIA
1.1.1. DEFINIÇÃO
(…) fazer com que eles continuem na escola, portanto, também melhorar o abandono
escolar (engano do entrevistado) (…)
(…) fazemos coisas que eu acho que são extremamente benéficas para os alunos (…)
principalmente para os alunos (…)
(…) o contrato de autonomia oficializou (…) aquilo que nós já pretendíamos fazer (…)
(…) havia necessidade, também, de se investir na área da educação pela arte, porque
contribui muito para o desenvolvimento da personalidade dos alunos, do bem-estar
deles e, no nosso contrato de autonomia, conseguimos isso (…)
(…) devido ao contrato de autonomia (…) tem-se feito um excelente trabalho
relativamente ao apoio a dar aos alunos (…)
(…) muito sinceramente, existem aspectos mais negativos, mas eu, no todo, tenho
mesmo que fazer um balanço positivo. Porque eu só consigo ver coisas boas (…)
2. CONTRATO DE AUTONOMIA
2.1. PROCESSO DE ELABORAÇÃO
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2.1.1. PARTICIPAÇÃO
2.1.2. PROCEDIMENTOS
(…) quem estava a elaborar o contrato tentou ir a vários sítios, a realidades diferentes,
para em primeiro lugar perceberem como é que as coisas funcionavam nos outros sítios
(…) todas as decisões que eram propostas eram sempre muito discutidas e muito
debatidas. (…) vinha do Conselho Pedagógico, ou vinha da própria equipa que estava a
elaborar o contrato de autonomia e descia aos departamentos. Os departamentos (…)
emitiam o seu parecer (…) às vezes, não era em consenso com aquilo que se propunha
(…) são muitas pessoas (…) muitas opiniões divergentes (…) nem todos estavam de
acordo (…) cada um tenta ver sempre a sua parte (…) A que lhe interessa mais (…) Isto
é muito complicado de gerir…daí o nosso nono contrato de autonomia (…) Nona
proposta (…)
3.1.2. MEDIDAS
(…) devido ao contrato de autonomia e das condições que nós temos de gerir tudo isto,
tem-se feito um excelente trabalho relativamente ao apoio a dar aos alunos. (…) os
alunos neste Agrupamento são extremamente apoiados. Eles têm apoios a tudo.
(…) tínhamos muitos alunos a abandonar a escola, sem lhes poder dar (…) uma opção
(…) neste momento, temos sempre uma saída para o aluno (…)
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(…) está a haver uma evolução (…) um aumento do sucesso escolar, do sucesso pleno
por aluno (…)
3.2.2. MEDIDAS
Alterámos os critérios de progressão, nesta escola são diferentes das outras, à excepção
do nono ano. Os alunos aqui têm, têm que trabalhar mais (…)
(…) aqui, acho que somos rigorosos, aumentámos o rigor, muito a nível das disciplinas
mais importantes, portanto, Língua Portuguesa e Matemática, mas também noutras
disciplinas.
(…) não é importante o aluno passar com muito boas notas, quando isso (…) não
corresponde, realmente, às suas capacidades, ou seja, o aluno chega a uma secundária,
passou com excelentes notas, porque (…) o ensino foi mais facilitador, mas depois não
tem ferramentas (…) não leva competências para se aguentar numa secundária (…) nós,
aqui, acho que somos rigorosos, aumentámos o rigor (…)
3.2.3. DIVULGAÇÃO
(…) relativamente às aulas previstas e dadas (…) isso foi um passo muito à frente (…)
quem vem doutra escola, não consegue perceber logo inicialmente (…) tem alguma
dificuldade em perceber quais os benefícios de ter que repor aulas e trocar (…) mas
chega ao final do ano, (…) uma percentagem extremamente elevada já está convencida
e consegue ver os benefícios disso (…) Nós conseguimos cumprir com as aulas que se
prevêem… conseguir cumpri-las na totalidade, acho que é uma mais-valia. Para a
escola, para os alunos e para nós, enquanto docentes que não precisamos de recorrer a
outras estratégias. Acho que reforçámos muito os apoios aos alunos.
[Sugestão de medidas não previstas, mas que considere importantes para a consecução
dos objectivos a que o contrato se propõe]
(…) iria manter os aspectos que foram extremamente positivos (…) mantinha o que nós
temos, fazendo pequenos reajustes naquilo que correu menos bem (…)
5.1.2. A INTEGRAR
(…) pegar nos aspectos negativos (…) arranjar forma de os tentar incluir no contrato
(…) Relativamente ao nível do pessoal auxiliar: arranjar medidas (…) Tal como nós
conseguimos recrutar pessoal docente (…) haver alguma, alguma verba para investir na
manutenção e na limpeza dos espaços escolares (…)
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