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do Trabalho
Material Teórico
Ergonomia no trabalho
Revisão Textual:
Prof.ª Dr.ª Rosemary Toffoli
Ergonomia no trabalho
• Introdução à unidade
O conteúdo desta unidade foi elaborado de maneira a propiciar sua participação efetiva nas
atividades.
Leia o conteúdo sugerido, procure se aprofundar no conteúdo complementar com artigos,
vídeos e filmes.
Essa dinâmica vai colocá-lo no caminho da construção do seu próprio conhecimento. Esse
é o único caminho no sentido de obter não somente informações “regulamentares”, mais
obter sim, a “ampliação do tamanho do seu mundo” que é verdadeiramente emancipadora.
Participe dos fóruns. O compartilhamento de informações e de pontos de vista é de grande
valia na construção e consolidação do seu conhecimento além de ser, incondicionalmente,
um exercício de cidadania e democracia!
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Como o curso está estruturado
• Os assuntos abordados nas unidades estão apresentados de forma tão objetiva
quanto possível. Seus tópicos mais importantes estão enfatizados por elementos
gráficos.
• Todas as lições apresentam:
• um texto introdutório dando uma ideia geral da matéria que será enfocada;
• seções expositivas, dividindo didaticamente a matéria em temas ordenados;
• exercícios de fixação de aprendizagem.
Atenção
Para um bom aproveitamento do curso, leia o material teórico atentamente antes de realizar as
atividades. É importante também respeitar os prazos estabelecidos no cronograma.
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Contextualização
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Unidade: Ergonomia no trabalho
1. Introdução à unidade
• ISO 9001 – todas as operações da cadeia produtiva atendiam aos pré-requisitos da norma
(inclusive projeto);
• ISO 9002 – todas as operações da cadeia produtiva atendiam aos pré-requisitos da norma
(exceto projeto);
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• ISO 9003 – garantia da qualidade na inspeção final.
Em 1994 houve uma revisão nas normas ISO 9000. Nessa época a indústria automobilística
mundial vivia um cenário em que cada região era precedida por um sistema:
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Unidade: Ergonomia no trabalho
ISO série 14.000 – Gestão Ambiental: A ISO 14.001 é uma norma de, relativamente, simples
aplicação, mas, em um dos seus requisitos, pede-se que siga as legislações ambientais vigentes
no local da unidade a ser certificada. No caso do Brasil são mais de 80.000 leis relacionadas ao
meio ambiente. Deve-se considerar também a hierarquia das leis: municipal, estadual e federal
que, em muitos casos, são divergentes. Deve ser aplicada a lei mais rígida independentemente
da hierarquia das leis. A norma consiste basicamente em três pontos:
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Você Sabia ?
CURIOSIDADE: Hoje, o país que mais certifica a norma ISO 14.001 (gestão ambiental) e
a ISO 50.000 (gestão de energia) é o Japão.
Existem outras normas que não pertencem à família ISO, mas são igualmente certificáveis:
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Unidade: Ergonomia no trabalho
Sugere-se que “Gestão da ergonomia” seja um processo maior a ser implantado em fases:
Sugere-se ainda que a implantação da primeira fase, denominada “Início do Processo”, seja
feita a partir dos 5 pilares:
2º Pilar – Treinamentos;
Deve-se promover uma reunião inicial com a alta administração e líderes de todas as áreas
relacionadas à saúde do trabalhador, cujo objetivo deve ser: criar a consciência da importância
da ergonomia na alta administração, e esta deve dar seu apoio em todas as fases do processo. A
reunião deve, também, mostrar à alta administração um resumo e a estrutura do projeto e custo
benefício dessa iniciativa.
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Fig. 1 e 2 – Histórico de dor de uma organização.
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Unidade: Ergonomia no trabalho
2º Pilar – Treinamentos
Atender e entender quadros álgicos, identificando possíveis fatores causais, detectando áreas
e movimentos críticos a serem trabalhados pelo comitê. Médico do trabalho deve acompanhar
as reuniões do comitê ajudando em análises ergonômicas e em estabelecimento de ações
prioritárias.
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99 Líder de ergonomia: Encarregado de assumir problemas de natureza ergonômica de cada
setor deve ter um perfil criativo e comunicativo.
99 Representante dos funcionários: Deve ser indicado pela chefia, ter interesse nas condições
de trabalho, ser capar de identificar problemas ergonômicos e ser um “Porta voz”, além de poder
selecionar em cada projeto o auxílio de um funcionário do setor.
99 Secretário Executivo do Comitê: Ocupa uma função estratégica e deve ter um bom senso de
organização. Verificar, antes da reunião, se a sala está pronta e os materiais necessários disponíveis.
Tomar nota das discussões utilizando uma folha de evolução do processo de ergonomia.
99 Ata da reunião: Determinar: data, horário de início e término, local e itens a serem discutidos. A
pauta da próxima reunião deve ser elaborada e fixada em quadro de avisos. As atas das reuniões
devem ser distribuídas, e registro com problemas de acompanhamento deve ser mantido. Deve
ser tomado como base o plano de ação desenvolvido. Dever ser mantido o foco durante as
reuniões.
99 Integrantes complementares: Escolher um representante ligado a área com maiores
problemas ergonômicos, identificando problemas junto aos integrantes da CIPA.
99 Profissionais de saúde e segurança: Devem, obrigatoriamente, participar das reuniões do
comitê, mesmo não sendo integrantes efetivos.
99 Engenheiros de diversas áreas: Experiência em projetos e “re-projetos” devem participar das
soluções.
99 Consultor de ergonomia: interno ou externo.
O ciclo de melhoria dos processos de atuação, propriamente dito, pode ser feito em 6 passos:
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Unidade: Ergonomia no trabalho
99 Análise organizacional;
99 Análise do posto de trabalho;
99 Análise da postura do trabalhador;
99 Análise do ambiente físico;
99 Classificação de nível de ação.
Discussão do grupo – solução mais eficiente. Procurar obter, em média, 3 soluções criativas.
Consultar fornecedores e solicitar a opinião de supervisores. Deve ser considerado: custos,
materiais, tempo e treinamento.
Postos de testes – linha piloto: Cronometrar ciclo, colher opinião dos trabalhadores, adaptações
necessárias e registro de implementação.
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V. Documentar as soluções:
Riscos, recomendações, planos de ação, evolução das medidas adotadas e validação dos
funcionários sobre a solução adotada.
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Unidade: Ergonomia no trabalho
V. Auditoria periódica:
99Aspectos levantados: Registro de entrada de processos, análise ergonômica, periodicidade
de reuniões do Comitê, presença dos membros às reuniões, oficialização das mudanças dos
membros do Comitê, análise dos problemas em categorias, verificação e acompanhamento.
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99Periodicamente deve haver prestação de contas, à Alta Administração, com relação a alterações
em produtividade, redução de afastamentos, redução de processos judiciais e redução de custos.
99O “funcionamento” do Comitê de ergonomia muito se assemelha a um sistema de gestão,
conforme já citado anteriormente.
O OHSAS – Occupational health and safety assessment series - é uma norma britânica
reconhecida internacionalmente.
A OHSAS 18.001 é uma norma de requisitos (chamada Especificação) que é utilizada para
auditar e certificar os Sistemas de Gestão da Saúde e Segurança do Trabalho.
A OHSAS pode ser implantada independente de a empresa ter ou não outro sistema.
Entretanto, se ela tiver um sistema de gestão ISO 9001 e/ou 14001, a experiência tem mostrado
que a implantação da OHSAS é consideravelmente mais fácil.
A integração dos sistemas de gestão – qualidade, ambiental, segurança e saúde ocupacional
são denominados SISTEMA DE GESTÃO INTEGRADO (SIG) para resultados eficazes.
A fim de promover uma análise ergonômica adequada e técnica do posto de trabalho, são
utilizadas as ferramentas auxiliares aplicadas à ergonomia.
Essas ferramentas têm como características:
99 Fácil aplicação;
99 Rapidez em obtenção de resultados;
99 Resultado objetivo;
99 Reconhecimento internacional;
99 Uso para identificação de funções de maior risco;
99 Estudo comparativo após melhorias;
99 Efeito judicial;
99 Comercial.
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Unidade: Ergonomia no trabalho
e que para avaliar esta adaptação cabe às organizações realizar análise ergonômica do trabalho,
não deixa claro ou não sugere metodologias para estas avaliações de riscos ergonômicos. No
manual de aplicação da norma regulamentadora de número 17 (MINISTÉRIO DO TRABALHO,
2002), também não define ou orienta quanto aos métodos a serem utilizados para avaliação dos
riscos ergonômicos das atividades ocupacionais, citando apenas a equação do National Institute
for Occupational Safety and Health – NIOSH, órgão do governo americano que desenvolveu
uma equação que permite calcular qual seria o limite recomendável para levantamento e
transporte manual de peso, levando-se em conta alguns fatores específicos.
Existem muitos métodos de análise de riscos ergonômicos encontrados na literatura disponível,
delineados para determinar e quantificar a exposição a fatores de risco devido à sobrecarga
biomecânica dos membros superiores. Entre eles, destaca-se aqueles que evidenciam de forma
qualitativa a presença de características ocupacionais que podem levar o “avaliador” em direção
à possível presença de um risco, aqueles que, por outro lado, na base de checklist, permitem
um rápido enquadramento do problema e aqueles mais complexos que podem caracterizar a
multifatoriedade da exposição. Não existem métodos de avaliação de risco que podem atender
completamente todos os critérios, apesar disso, alguns deles se apresentam mais completos em
sua formulação. Nesse cenário abordaremos alguns dos métodos aplicados à ergonomia:
99 Niosh;
99 Rula;
99 Reba;
99 Questionário Nórdico.
Questionário Nórdico.
Fig. 7 – Métodos aplicados à ergonomia – www.ergolândia.com.br
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a) Rula
Método de estudo desenvolvido para ser usado em investigações ergonômicas de postos de
trabalho onde existe a possibilidade de desenvolvimento de LER/DORT EM MEMBROS
SUPERIORES.
O método RULA avalia: postura, atividade muscular e força.
Segundo Pavani e Quelhas (2006), o método RULA (Rapid Upper-limb assessment) é um
instrumento ágil e veloz que permite obter uma avaliação da sobrecarga biomecânica dos
membros superiores e do pescoço, em uma tarefa ocupacional. Como os próprios autores,
McAtamney and Corlett (1993), enfatizam, este método deve ser utilizado em um contexto de
avaliação ergonômica geral. Essa afirmação parece evidente pelo fato de que o output principal
do método é aquele de identificar a necessidade de uma análise mais profunda do risco com
outros métodos, portanto, é um instrumento de investigação genérica como o de outros checklist.
O determinante de risco ergonômico nesse método é representado pelas posturas assumidas
pelos trabalhadores, na jornada de trabalho. As posturas avaliadas são as adotadas pelos
membros superiores, o pescoço, o tronco e os membros inferiores. A avaliação de risco é feita a
partir de uma observação sistemática dos ciclos de trabalho, pontuando as posturas, frequência
e força dentro de uma escala que varia de 1 (um), correspondente ao intervalo de movimento
ou postura de trabalho onde o fator de risco correlato é mínimo, até ao valor 9 (nove) onde o
fator de risco correlato é máximo. Esta pontuação é fundamentada na literatura especializada
em biomecânica ocupacional.
b) Reba
É usado para Avaliar a exposição dos trabalhadores a fatores de risco.
Segundo Pavani e Quelhas (2006), o método REBA (Rapid Entire Boby Assessment) foi
desenvolvido por Hignett and McAtamney (2000) para estimar o risco de desordens corporais a
que os trabalhadores estão expostos. As técnicas que se utiliza para realizar uma análise postural
têm duas características que são a sensibilidade e a generalidade. Uma alta generalidade quer
dizer que é aplicável em muitos casos, mas provavelmente tenha uma baixa sensibilidade, que
quer dizer que os resultados que se obtenham podem ser pobres em detalhes. Porém as técnicas
com alta sensibilidade, em que é necessária uma informação muito precisa sobre os parâmetros
específicos que se medem, parecem ter uma aplicação bastante limitada.
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Unidade: Ergonomia no trabalho
O método REBA é uma ferramenta para avaliar a quantidade de posturas forçadas nas
tarefas onde é manipulado pessoas ou qualquer tipo de carga animada, apresentando uma
grande similaridade com o método RULA, e como este, é dirigido às análises dos membros
superiores e a trabalhos onde se realizam movimentos repetitivos. Este método inclui fatores de
carga postural dinâmicos e estáticos, na interação pessoa-carga, e um conceito denominado de
“a gravidade assistida” para a manutenção da postura dos membros superiores; isso quer dizer
que é obtido a ajuda da gravidade para manter a postura do braço onde é mais custoso manter
o braço levantado do que tê-lo pendurado para baixo. Ele foi concebido inicialmente para ser
aplicado nas análises de posturas forçadas adotadas pelo pessoal da área médica e hospitalar
como auxiliares de enfermagem, fisioterapeutas etc.
A avaliação de risco também é feita a partir de uma observação sistemática dos ciclos de
trabalho, pontuando as posturas do tronco, pescoço, pernas, carga, braços, antebraços e punhos
em tabelas específicas para cada grupo. Após a pontuação de cada grupo é obtido a pontuação
final, que é comparada com uma tabela de níveis de risco e ação em escala que varia de 0
(zero), correspondente ao intervalo de movimento ou postura de trabalho aceitável e que não
necessita de melhorias na atividade, até ao valor 4 (quatro) onde o fator de risco é considerado
muito alto sendo necessário atuação imediata.
c) NIOSH
Em 1981, nos Estados Unidos, sob iniciativa do National Institute for Ocupational Safety
and Health – NIOSH, patrocinou-se o desenvolvimento de um método para determinar a carga
máxima a ser manuseada e movimentada manualmente numa atividade de trabalho.
O método Niosh foi revisto em 1991, sendo proposto o limite de peso recomendado (LPR) e
o Índice de levantamento (IL).
Ao determinar o LPR e o IL, estima-se o risco de lesão naquela situação, naquele posto de
trabalho.
Deve-se respeitar o peso que uma pessoa possa levantar em situação de trabalho, onde, 90%
dos homens e, no mínimo, 75% das mulheres o façam sem lesão.
Assume que, tarefas de levantamento e de abaixamento de pesos têm idêntico potencial para
causar lesões lombares.
Cálculo:
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Unidade: Ergonomia no trabalho
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Fig. 10, 11, 12, 13, 14, 15, 16, 17 – Esquema gráfico das variáveis do método Niosh – www.ergolância.com.br
d) Questionário Nórdico
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Unidade: Ergonomia no trabalho
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Material Complementar
Com o objetivo de consolidar as informações obtidas nesse ambiente, sugiro que façam uso
do seguinte material:
Explore
Pense
Depois de ler o material e informar-se
sobre o assunto, vamos pôr em prática
esses conhecimentos nas atividades!
Bom trabalho!
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Unidade: Ergonomia no trabalho
Referências
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Anotações
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www.cruzeirodosulvirtual.com.br
Campus Liberdade
Rua Galvão Bueno, 868
CEP 01506-000
São Paulo SP Brasil
Tel: (55 11) 3385-3000