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FUNDAMENTOS DA Instituto
ARTE NA
EDUCAÇÃO Zayn
Coordenação Geral
Ana Lúcia Moreira de Jesus
Gerência Administrativa
Marco Antônio Gonçalves
Professor-autor
M.ª Jéssica de Freitas Lopes
Carmópolis de Minas – MG
CEP: 35.534-000
contato@institutozayn.com.br
Herbert Read
Organização do conteúdo:
Prof.ª M.ª Jéssica de Freitas Lopes
Carga Horária:
EMENTA
OBJETIVOS
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
1. A arte na contemporaneidade;
-Leitura Complementar;
-Referências.
1- A arte na contemporaneidade
abstratos, mas transforma tudo isso em algo concreto: cores, tintas, traços, gestos,
palavras (VILLAÇA, 2014).
As ideias podem ser transgredidas de várias formas, artísticas ou não. Mas a arte
é, sem dúvidas, um excelente exercício de liberdade, uma vez que cada obra de arte
cria suas próprias regras no exato momento em que se constrói. Neste caso, amplia-
se o poder criador do espectador, que completa a obra que aprecia, com suas próprias
referencias (VILLAÇA, 2014).
LEITURA COMPLEMENTAR
1 INTRODUÇÃO
Ciências ou História, por muito tempo assim entendida e desenvolvida nas escolas,
mas como uma área específica.
Há uma série de aspectos relevantes que nos leva a identificar a Arte na
educação como uma questão a ser mais discutida no meio acadêmico. Duarte Júnior
(1991) classifica a Arte através de três dimensões: a sociocultural, que aponta o
pensamento artístico como causa da preservação da cultura de um determinado grupo
social num determinado tempo; a dimensão currículo-escolar, na qual a arte como
área específica leva o aluno a estabelecer conexões com outras disciplinas do
currículo - a Geografia e a História, por exemplo; e a dimensão psicológica, que
observa a educação em arte como promotora de um pensamento capaz de fazer com
que o indivíduo possa relacionar-se com outros levando em conta uma maior
afetividade, além do desenvolvimento da criatividade.
Durante muitos anos se reproduziu um ensino pautado no modelo de uma
sociedade capitalista, onde o objetivo principal é o consumo em série e o lucro por
parte de um grupo bem reduzido da sociedade, e nesse contexto, a escola serviu de
reprodutora deste sistema, onde a formação do ser só tem ênfase no âmbito
profissional, deixando de lado a formação pessoal, artística e, enquanto cidadão, a
sua integridade. Verifica-se ainda, que temos traços cada vez mais fortes deste
ensino, e que este está gerando certa “crise de identidade cultural”.
No Brasil, a Lei de Diretrizes e Bases para a Educação Nacional - LDB nº
9.394/96 no Artigo 26, inciso 2º, estabelece a obrigatoriedade do Ensino de Arte na
Educação Básica, que compreende a Educação Infantil, o Ensino Fundamental e o
Ensino Médio, legitimando a Arte enquanto Área Curricular. Os Parâmetros
Curriculares Nacionais – PCN, para as séries iniciais do Ensino Fundamental, volume
06, relativo à área Curricular Arte, apontam a educação em Arte como forma de
propiciar o desenvolvimento do pensamento artístico, além de proporcionar, a muitos
indivíduos, uma relação afetiva com o meio em que vivem. Os PCN também
apresentam a Arte como uma das possibilidades de valorização do ser humano
através de suas diferentes formas de manifestação, porém, percebemos que no
contexto atual do ensino, uma série de elementos compromete o desenvolvimento
efetivo do que está previsto nos textos oficiais.
A Arte é uma das possibilidades que tem o educando de relacionar-se com o
meio social de forma mais prazerosa. Isso já foi constatado por projetos sociais que
visam a integração do indivíduo à sociedade, como os projetos Axé e Ilê-aiê em
gostos estéticos ligados à beleza e, apesar dos gostos diferirem de povo para povo,
isso não nega a veracidade da universalização da Arte.
A Arte é concebida de acordo com os principais períodos da humanidade, já
que é tratada de forma distinta em cada época, designando estilos próprios que
correspondem a diferentes momentos históricos.
Desde a Pré-História o homem já produzia Arte, porém, pelo fato de só termos
registros a partir do surgimento da escrita, muitas civilizações foram desconsideradas
em suas produções artísticas, que só foram reveladas mais tarde através de
descobertas arqueológicas.
O período cristão-primitivo, por volta dos séculos III e IV, ocupa posição de
destaque no que tange a conciliação das formas clássicas em seus ideais. A arte
carolíngia dos séculos VIII e IX, durante o império de Carlos Magno, dá vida a formas
antigas e tardias, puramente abstratas. E é considerado um estilo internacional.
A Arte Otoniana que predominou nos séculos XI e XII, caracteriza-se por um
estilo rígido e monumental de origem expressionista. O estilo Romântico
predominante nesses séculos representou um rompimento quase que completo com
os modelos antigos.
O estilo Gótico que se estabeleceu entre os séculos XII e XV, era dotado de
maior dinamismo, conferia maior importância à percepção do espaço. Logo após têm-
se no estilo Renascentista a experiência que o artista trazia do mundo exterior.
A Arte Barroca dos séculos XVII e XVIII substitui o equilíbrio renascentista e o
Renascimento Neoclássico, verificado por volta de 1800, teve todo o aspecto de um
movimento natimorto, pois durante esse período a arquitetura original deixou de ser
praticada.
Observa-se que o homem da era industrial não alcança um estilo próprio, tendo
apenas na pintura avanços significativos. No que diz respeito à esfera educacional, os
avanços não foram notórios. Só a partir do século XIX, inicia-se a formação do
profissional em arte através de instituições de ensino, tendo como marco principal no
Brasil a criação da Academia de Belas-Artes no Rio de Janeiro, a partir daí, a
educação escolar em arte vem sendo marcada pelas várias tendências pedagógicas
que permeiam o ensino no Brasil, dentre as quais ressaltamos: a Pedagogia
Tradicional, a Pedagogia da Escola Nova e a Pedagogia Tecnicista.
Pensar numa educação com Arte, é antes de tudo, pensar numa educação que
dê ao aluno a chance de poder desenvolver seu potencial de criação, de produção,
de execução de suas atividades. Neste momento, a escola entra como uma espécie
de elo entre o que a sociedade propaga e o desejo do aluno em poder desenvolver
atividades que suas vontades e seus sonhos, representem suas fantasias.
A escola é o espaço das discussões sobre direitos e deveres, e de reflexão da
realidade. É também a dimensão social das manifestações artísticas, que constitui
uma das funções importantes do ensino da Arte, como propagado nos PCN. Ele
aprende com isso, que existem povos, costumes, religiões, modos de produção e
criação diferentes dos dele, elementos que o ajuda a compreender melhor o outro
para uma convivência com as diferenças. Parte daí, uma consciência tanto de
preservação dos patrimônios culturais, ambientais e o respeito pela diversidade.
O século XX foi o período em que as pessoas, destaque para o Brasil, puderam
falar e produzir da forma que realmente achavam interessante, muitos dados puderam
ser trazidos para a área pedagógica, que de posse das análises realizadas, chegasse
a conclusões de que o ensino da Arte é de fundamental importância para o
desenvolvimento da criança. No tocante às áreas que as Artes podem diretamente
influenciar, estão a antropologia, a filosofia, a psicologia, a psicopedagogia e as
tendências modernas de crítica da Arte, partindo de princípios que valorizam o ensino
das artes plásticas, da dança, da música e do teatro, denominado “Movimento da
Educação através da Arte”, fundamentado nas ideias do filósofo inglês Herbert Read,
movimento que teve como manifestação mais conhecida a tendência da “livre
expressão”.
O século XX foi também o período em que se pôde refletir sobre qual o lugar
das artes na educação. Depois de muita discussão, chega-se a conclusão de que a
educação em arte é importante na formação do indivíduo. Em 1971, a Lei de Diretrizes
e Bases da Educação Nacional, LDB nº 5.692, que institui o ensino profissionalizante,
a Arte é incluída como Educação Artística no currículo escolar. A Arte neste momento
é vista como uma atividade educativa e não como uma matéria. Mesmo assim, é
percebido um avanço considerável, pois parte de pressupostos inovadores e,
principalmente no que tange à formação do indivíduo, ela ocupa papel
importantíssimo. Contudo, o desenvolvimento efetivo da Educação Artística nas
escolas, deixou muito a desejar, visto que a falta de professores com formação
específica em Artes Plásticas, Educação Musical e Artes Cênicas não era suficiente
para atender as necessidades da época, o que pode ser observado ainda nos nossos
dias.
Em 1988, com as discussões sobre a promulgação da Constituição Federal do
Brasil, a Lei de Diretrizes e Bases para a Educação Nacional, que seria sancionada
apenas em 20 de dezembro de 1996, traria, mais uma vez o ensino de Arte como alvo
de críticas e manifestações. Uma das versões do novo documento legal, apresentava
a proposta da não obrigatoriedade da Arte nos currículos escolares. Com a Lei nº
9.394/96, a Arte passa a ser considerada área obrigatória na Educação Básica4. O
Artigo 26, § 2º é claro ao afirmar: “O ensino da arte constituirá componente curricular
obrigatório, nos diversos níveis da educação básica, de forma a promover o
desenvolvimento cultural dos alunos”.
O supracitado artigo da LDB, em vigência desde 1996, torna obrigatório o
ensino da Arte na Educação Básica, contudo a situação, em termos de condições
mínimas para que a legislação seja de fato cumprida, ainda se constitui num grande
obstáculo na maioria das unidades escolares do país.
Vale ressaltar que o documento oficial deixa claro que, devido ao fato de o
professor das séries iniciais não ter uma formação específica na área, não se faz
diferenciação dos conteúdos por ciclo, ou série, cabendo ao professor promover uma
variação nas modalidades artísticas que serão trabalhadas.
Fusari (1992, p. 69) ao tratar sobre a seleção de conteúdos em Arte e,
principalmente da postura do professor, evidencia que “para desenvolver um bom
trabalho de Arte o professor precisa descobrir quais são os interesses, vivências,
linguagens, modos de conhecimento de arte e práticas de vida de seus alunos”. Esses
conhecimentos imprescindíveis para a prática pedagógica, serão a base na
construção dos pilares para uma educação em Arte.
3) Finalmente, e como uma terceira condição, o aluno deve ter uma determinada
atitude ou disposição favorável para aprender de maneira significativa, isto é, para
relacionar o que aprende com o que já sabe.
um modo próprio de dar sentido à experiência humana, levando o aluno a ampliar sua
sensibilidade, percepção e imaginação, bem como favorece o relacionar-se
criadoramente com as outras áreas do conhecimento.
Um aluno que teve a sua competência artística bem trabalhada e/ou explorada,
será capaz de perceber sua realidade cotidiana mais vivamente, podendo criar
condições para conquistar uma finalidade de vida melhor, ou seja, dará funcionalidade
ao que aprende.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante disso, vale sugerir que a partir do exposto, se repense sobre o ensino
de Artes e tudo o que ela pode proporcionar em termos de reparos e perdas na
Educação Nacional, em especial na educação pública.
Para promover a re-significação do Ensino de Arte é necessário antes,
promover mudanças na forma através da qual o currículo é proposto dentro das
escolas. Para tanto, deve-se buscar uma aprendizagem na qual o aluno considere o
objeto de estudo como algo significativo e importante para a sua vida, pautada numa
aprendizagem que traga significados para o mesmo. De modo que o discente possa
intervir de forma crítica e consciente e possa fazer análises do que vê, do que sente,
do que lhe é imposto - a educação tão sonhada pelos docentes. É uma tarefa árdua,
repensar o currículo que atualmente é posto em prática.
Sempre fez parte dos discursos de um sociólogo por natureza chamado
Chorão, vocalista do grupo de rock nacional, Charlie Brown Júnior, o pensamento “pra
que educação, saúde e dinheiro se um povo sem cultura, doente e pobre é mais fácil
de ser manipulado?”.
Por isso é imprescindível aos gestores escolares, professores, e
coordenadores, que são os principais responsáveis por construir ambientes de
integração social e cultural e que têm o poder de promover a formação dos novos
músicos, atores, artistas plásticos e coreógrafos, através do que deve ser de
conhecimento de todos estes profissionais da educação: a participação na construção
da proposta pedagógica da sua escola. Se a Lei determina, cada escola pode fazer
suas mudanças, visando a melhoria do ensino por parte do professor e da
aprendizagem por parte do aluno.
MATERIAL COMPLEMENTAR:
https://www.youtube.com/watch?v=KZLGHP8nFp0.
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Referências