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FUNDAMENTOS DA ARTE NA EDUCAÇÃO

FUNDAMENTOS DA Instituto
ARTE NA
EDUCAÇÃO Zayn

Fundamentos da Arte na Educação


Equipe de Elaboração
Instituto Mineiro de Formação Continuada

Coordenação Geral
Ana Lúcia Moreira de Jesus

Gerência Administrativa
Marco Antônio Gonçalves

Professor-autor
M.ª Jéssica de Freitas Lopes

Coordenação de Design Instrucional do Material Didático


Eliana Antonia de Marques

Diagramação e Projeto Gráfico


Cláudio Henrique Gonçalves
ZAYN –Instituto Mineiro de Formação
Continuada
Revisão
Ana Lúcia Moreira de Jesus

Travessa Antônio Olinto, 33 – Centro

Carmópolis de Minas – MG

CEP: 35.534-000

TEL: (31) 9 8844-2523

contato@institutozayn.com.br

Fundamentos da Arte na Educação


Apresentação

Bem vindo à Instituição de Ensino a Distância e a disciplina Fundamentos da


Arte na Educação.
Ter um diploma de graduação nos dias atuais é essencial para um
bom currículo e visualizar boas oportunidades no mercado de trabalho, além da
possibilidade de estudar sobre algo que gosta e trabalhar nisso.
Com as novas portas que a tecnologia abre todos os dias, tornou-se
possível estudar e ter uma faculdade sem precisar sair de casa com a educação
a distância.
Cada vez mais universidades estão adotando a graduação em EAD
e, com isso, ampliam as possibilidades de aprendizado para quem quer estudar,
mas antes não tinha meios para fazê-lo. O número de cursos EAD disponíveis
cresce a cada ano no Brasil.
O ensino a distância pode ser a melhor opção de graduação para
quem precisa conciliar os estudos ao trabalho e não tem meios de se deslocar a
um campus durante o dia.
Torna possível ao aluno fazer seu próprio horário de estudos e
encaixar as aulas nos períodos livres que tiver durante o dia, sem a necessidade
de separar um espaço fixo e contínuo no dia para estudar, como acontece nas
graduações convencionais e presenciais.
Por conta das multiplataformas de acesso à web que estão
disponíveis hoje, o estudo também pode ser feito em dispositivos móveis
enquanto o aluno está se deslocando de um lugar para o outro.
Com a possibilidade de estudar em casa, o ensino a distância também
tem sido escolhido por muitos brasileiros que estão sem estudar há alguns anos
e querem retomar a graduação.
No EAD, o aluno tem acesso a fóruns com outros colegas de turma,
professores e orientadores de prontidão para tirarem qualquer dúvida que possa
surgir.
Essa dinamicidade permite que alunos mais tímidos mantenham mais
contato com professores e colegas, já que a interação virtual é mais fácil do que
a presencial.
Um excelente estudo!

Fundamentos da Arte na Educação


A arte está profundamente envolvida
no processo real de percepção,
pensamento e acção corporal. Não é
tanto um princípio orientador a ser
aplicado à vida, mas um mecanismo
orientador que só pode ser ignorado
por nossa conta e risco.

Herbert Read

Fundamentos da Arte na Educação


EMENTA: CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
Na disciplina Fundamentos da Arte na -Introdução: Relações entre a arte e a
Educação, será estudado relações educação;
entre a arte e a educação; a arte na 1. A arte na contemporaneidade;
contemporaneidade; algumas 2. Algumas funções da arte;
funções da arte; a arte no contexto da 3. Arte e liberdade de expressão;
liberdade de expressão. -Leitura Complementar;
-Referências.

Organização do conteúdo:
Prof.ª M.ª Jéssica de Freitas Lopes

Fundamentos da Arte na Educação


CARACTERIZAÇÃO DA DISCIPLINA
Curso:
Disciplina: FUNDAMENTOS DA ARTE NA EDUCAÇÃO

Carga Horária:

EMENTA

Na disciplina Fundamentos da Arte na Educação, será estudado relações entre


a arte e a educação; a arte na contemporaneidade; algumas funções da arte; a
arte no contexto da liberdade de expressão.

OBJETIVOS

Refletir sobre a arte no contexto da Educação.

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

-Introdução: Relações entre a arte e a educação;

1. A arte na contemporaneidade;

2. Algumas funções da arte;

3. Arte e liberdade de expressão;

-Leitura Complementar;

-Referências.

Fundamentos da Arte na Educação


SUMÁRIO

Introdução: Relações entre a arte e a educação 07


1. A arte na contemporaneidade 08
2. Algumas funções da arte 09
3. Arte e liberdade de expressão 10
Leitura Complementar 12
Referências 24

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FUNDAMENTOS DA ARTE NA EDUCAÇÃO/ O TEATRO NA EDUCAÇÃO

Introdução: Relações entre a arte e a educação

A arte é de fundamental importância no contexto educacional, ela passa a ser


primordial para o processo de aprendizagem.

As práticas artísticas atuais vêm mostrando a heterogeneidade das sociedades e


do mundo contemporâneo, as suas preocupações e prioridades, as suas inquietações,
os desafios que se traduzem em significativos fatores de reflexão e problematização,
buscando uma progressiva otimização de uma nova postura do cidadão, construtiva
e integradora (OLIVEIRA, 2016).

É preciso considerar que as propostas sobre a relação entre arte e educação,


consensuais até há pouco tempo, não satisfazem mais as expetativas de uma
educação que enfrenta a heterogeneidade do saber, da sensibilidade e da experiência
contemporânea. Assim, os princípios pedagógicos até agora hegemônicos, que
informavam sobre as concepções e práticas da arte na educação, demonstram-se
insatisfatórios (OLIVEIRA, 2016).

A arte continua a ter um espaço limitado e circunscrito no contexto dos sistemas


educativos e esta inquietação faz-nos refletir e, simultaneamente, problematizar sobre
o papel da formação inicial de professores na sociedade contemporânea em constante
transformação e esclarecer qual a concepção e as práticas de arte que suportam esta
proposição. Trata-se, acima de tudo, de pensar as questões educativas com base na
atualidade, da qual somos contemporâneos, pois ela determina em grande parte o
que somos, pensamos e fazemos hoje, mesmo que insuficiente para dar conta da
indeterminação da experiência contemporânea (OLIVEIRA, 2016).

A educação já não significa apenas o conjunto de normas pedagógicas tendentes


ao desenvolvimento das aptidões naturais do indivíduo que se orientam segundo os
padrões e ideais de determinada sociedade, onde os hábitos, costumes e valores de
uma comunidade são transferidos de uma geração para a geração seguinte. Hoje
entende-se a educação como um conceito mutante que parte de uma complexidade

Fundamentos da Arte na Educação


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de verdades apresentadas pelo mundo contemporâneo e que visa preparar o


estudante para a sua integração na sociedade. Parte das expetativas depositadas
pela sociedade na educação relacionam-se com a tentativa de encontrar soluções
para os desafios e problemas no contexto da contemporaneidade (OLIVEIRA, 2016).

1- A arte na contemporaneidade

Caraterizada por uma forte componente estética e ética, a arte contemporânea


apresenta uma pluralidade e complexidade de propostas artísticas onde não existe
uma filosofia globalizadora ou um discurso uniformizador que a circunscreva a
determinadas diretrizes orientadoras apontando uma determinada direção. Pelo
contrário, surge associada à abertura, à diferença, à multiplicidade de meios e
processos criativos e liberdade de experimentação (EFLAND, FREENDMAN e
STUHR, 2003, apud OLIVEIRA, 2016).

Centrada na experiência individual de cada artista, a arte contemporânea


expressa, relata e atualiza e dá visibilidade a acontecimentos, a preocupações,
emitindo o seu juízo de valor ou alertando-nos através de críticas, “ousando” chamar
a atenção do público para o mundo real, num relato aberto a múltiplas interpretações,
promovendo uma maior integração entre as manifestações artísticas e as experiências
vitais (EFLAND, FREENDMAN e STUHR, 2003, apud OLIVEIRA, 2016).

Existe grande necessidade de se pensar a arte na formação inicial dos professores


no horizonte dos novos desafios contemporâneos, da (re)orientação dos seus
pressupostos, o que implica uma nova atitude de ensino, com a utilização de novas
abordagens e estratégias de intervenção pedagógica. Para tal, procedeu-se a esta
investigação que teve como objetivos desenhar e implementar um programa
pedagógico na formação inicial dos professores, assente na arte contemporânea, que
concorra para o desempenho do perfil profissional dos estudantes e identificar um
referencial de competências adquiridas pelos mesmos que permita a aquisição de um
conjunto de conhecimentos científicos, mas também a apropriação de saberes
profissionais e sociais que permitam a integração na vida social, bem como a
capacidade de permanente atualização (SANTOS, 2004, apud OLIVEIRA, 2016).

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2- Algumas funções da arte

Fonte: Imagem retirada da internet

A arte apresenta uma função que poderíamos chamar de conhecimento, de


‘aprendizagem’. Seu domínio é o do não-racional, do indizível, da sensibilidade:
domínio sem fronteiras nítidas, muito diferente do mundo da ciência, da lógica, da
teoria. Domínio fecundo, pois nosso contato com a arte nos transforma. Porque o
objeto artístico traz em si, habilmente organizados, os meios de despertar em nós, em
nossas emoções e razão, reações culturalmente ricas, que aguçam os instrumentos
dos quais nos servimos para apreender o mundo que nos rodeia. Entre a
complexidade do mundo e a complexidade da arte existe uma grande afinidade (COLI,
1995, apud VILLAÇA, 2014).

Existe relação entre abstração e concretude na obra artística. Há quem acredite


que a arte trabalha com abstração. Na realidade a arte trabalha com concretude. Lida,
sim, com todos os tipos de ideias, sensações, emoções, crenças e outros conceitos

Fundamentos da Arte na Educação


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abstratos, mas transforma tudo isso em algo concreto: cores, tintas, traços, gestos,
palavras (VILLAÇA, 2014).

Várias são as razões que levam à construção de um produto artístico: inspiração,


ideia, encomenda externa, dentre outras. No entanto, ele expressará a percepção de
mundo do artista que o criou e será percebido de forma particular por cada espectador.
Cabe aqui uma observação importante acerca do uso da arte com fins educacionais.
Se expressamos nossa percepção de mundo, estão inclusos nessa percepção
elementos que, muitas vezes, não tínhamos a intenção de expor ou nem sabíamos
que possuíamos. Isso inclui mitos, preconceitos, crenças (VILLAÇA, 2014).

Há necessidade de conhecimento da técnica, a importância da constante


autorreflexão. Como orientações práticas, sugerimos a busca por olhares externos,
que possam dar feedbacks acerca da obra artística e o uso de referências oficiais, tais
como leis, tratados, obras atualizadas sobre o assunto, consulta a estudiosos dos
temas. É importante ressaltar que, muitas vezes, o objetivo não é expor as ideias
pessoais, mas discutir conteúdos específicos e informações precisas (VILLAÇA,
2014).

3- Arte e liberdade de expressão

A liberdade que a arte possui de inverter, deslocar, resignificar confere a ela um


caráter transgressor, necessário dentre outras coisas, para questionar valores pré-
estabelecidos da sociedade. É interessante, para quem trabalha com educação,
conhecer a importância do deseducar. Levando-se em conta que educação se dá com
base nos valores de determinada sociedade em determinada época, não é difícil listar
valores antes considerados oficiais e atualmente questionados. Na época da
escravidão, por exemplo, as pessoas eram educadas para serem escravistas ou
escravos (VILLAÇA, 2014).

As ideias podem ser transgredidas de várias formas, artísticas ou não. Mas a arte
é, sem dúvidas, um excelente exercício de liberdade, uma vez que cada obra de arte

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cria suas próprias regras no exato momento em que se constrói. Neste caso, amplia-
se o poder criador do espectador, que completa a obra que aprecia, com suas próprias
referencias (VILLAÇA, 2014).

Fonte: Imagem retirada da internet

Lembremos da diversidade de linguagens existentes no campo das artes: Música,


Teatro, Dança, Circo, Artes plásticas (pintura, escultura, xilogravura etc), Cinema,
Fotografia, Literatura, Rádio, Vídeo... Cada uma dessas linguagens se desdobra em
subdivisões, estilos, linhas, estéticas (VILLAÇA, 2014).

LEITURA COMPLEMENTAR

Fundamentos da Arte na Educação


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ENSINO DE ARTE: CONTRIBUIÇÕES PARA UMA APRENDIZAGEM


SIGNIFICATIVA

Vanderléia Santos de Jesus Nascimento

1 INTRODUÇÃO

O século XXI demanda das sociedades contemporâneas, competências


específicas para que estas possam acompanhar a constante evolução ocorrida nos
mais diversos setores: tecnológico, educacional e artístico, entre outros, o que exige
dos indivíduos, enquanto atores sociais, a necessidade do desenvolvimento de
habilidades, e dentre elas as artísticas.
Observa-se que a Arte vem sendo tratada, na maioria das escolas brasileiras,
como suporte para as demais disciplinas que compõe o quadro curricular, fato que
acaba negando o seu caráter específico enquanto área do conhecimento humano.
Fusari (1992, p. 16) suscita o seguinte questionamento: “que importância é esta que
se está dando à Arte e faz com que ela tenha um espaço também na Educação em
geral e escolar?” e propõe que “o fundamental é entender que a arte se constitui de
modos específicos da atividade criativa dos seres humanos”. Depreende-se que a
capacidade de criar é intrínseca ao homem, porém, ao longo da história da educação,
esta área do conhecimento humano não vem sendo reconhecida como tal. Assim, faz-
se necessário que o Ensino de Arte seja discutido dentro das especificidades
inerentes à sua área.
Através deste trabalho, que tem como título Ensino de Artes: contribuições para
uma aprendizagem significativa, pretende-se propor uma reflexão sobre a promoção
de uma recíproca integração das atividades artísticas às demais atividades escolares,
nas séries iniciais do ensino fundamental. Ao fazer referência a tal integração, tem-se
o intuito de chamar a atenção para o entendimento de que a Arte não deve auxiliar
apenas as outras áreas curriculares como Língua Portuguesa, Matemática, Geografia,

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Ciências ou História, por muito tempo assim entendida e desenvolvida nas escolas,
mas como uma área específica.
Há uma série de aspectos relevantes que nos leva a identificar a Arte na
educação como uma questão a ser mais discutida no meio acadêmico. Duarte Júnior
(1991) classifica a Arte através de três dimensões: a sociocultural, que aponta o
pensamento artístico como causa da preservação da cultura de um determinado grupo
social num determinado tempo; a dimensão currículo-escolar, na qual a arte como
área específica leva o aluno a estabelecer conexões com outras disciplinas do
currículo - a Geografia e a História, por exemplo; e a dimensão psicológica, que
observa a educação em arte como promotora de um pensamento capaz de fazer com
que o indivíduo possa relacionar-se com outros levando em conta uma maior
afetividade, além do desenvolvimento da criatividade.
Durante muitos anos se reproduziu um ensino pautado no modelo de uma
sociedade capitalista, onde o objetivo principal é o consumo em série e o lucro por
parte de um grupo bem reduzido da sociedade, e nesse contexto, a escola serviu de
reprodutora deste sistema, onde a formação do ser só tem ênfase no âmbito
profissional, deixando de lado a formação pessoal, artística e, enquanto cidadão, a
sua integridade. Verifica-se ainda, que temos traços cada vez mais fortes deste
ensino, e que este está gerando certa “crise de identidade cultural”.
No Brasil, a Lei de Diretrizes e Bases para a Educação Nacional - LDB nº
9.394/96 no Artigo 26, inciso 2º, estabelece a obrigatoriedade do Ensino de Arte na
Educação Básica, que compreende a Educação Infantil, o Ensino Fundamental e o
Ensino Médio, legitimando a Arte enquanto Área Curricular. Os Parâmetros
Curriculares Nacionais – PCN, para as séries iniciais do Ensino Fundamental, volume
06, relativo à área Curricular Arte, apontam a educação em Arte como forma de
propiciar o desenvolvimento do pensamento artístico, além de proporcionar, a muitos
indivíduos, uma relação afetiva com o meio em que vivem. Os PCN também
apresentam a Arte como uma das possibilidades de valorização do ser humano
através de suas diferentes formas de manifestação, porém, percebemos que no
contexto atual do ensino, uma série de elementos compromete o desenvolvimento
efetivo do que está previsto nos textos oficiais.
A Arte é uma das possibilidades que tem o educando de relacionar-se com o
meio social de forma mais prazerosa. Isso já foi constatado por projetos sociais que
visam a integração do indivíduo à sociedade, como os projetos Axé e Ilê-aiê em

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Salvador e o Afro-reggae no Rio de Janeiro, dentre outros, que têm conseguido


sucesso inclusive afastando muitas crianças e adolescentes do mundo da
criminalidade. Por outro lado, observa-se que é através das diferentes manifestações
artísticas que se pode valorizar e resgatar elementos da cultura no meio em que o
indivíduo está inserido.
Diante disso, o presente trabalho faz uma análise conceitual acerca da
temática, utilizando como referências as ideias de educadores/pesquisadores como
Ana Mae Barbosa, César Coll, Louis Porcher, João Francisco Duarte Júnior, Maria
Fusari, Sílvio Zamboni e outros, além dos Parâmetros Curriculares Nacionais, que
serviram de base teórica para a concepção sobre o tema focalizado, na busca da
compreensão do mesmo.
Deste modo percebe-se que a Arte deve ser uma conexão entre as crianças
das séries iniciais do Ensino Fundamental e a aprendizagem tão almejada nos
processos pedagógicos, seja no espaço acadêmico, seja dentro da sala de aula.

2 O ENSINO DE ARTE NO BRASIL: BREVE HISTÓRICO

O termo “arte” em muitos momentos da história da humanidade foi usado para


designar tanto trabalhos de intenção histórica, como trabalhos que se referia a
determinados ofícios e ocupações. Segundo Mello (1987, p. 422), “a própria arte era
vista como um setor ou domínio pouco significativo para os estudos etnográficos”, ou
seja, havia assuntos que inquietavam muito as sociedades, como os ligados à
economia e à religião dentre outros, e por este motivo se colocavam num degrau de
prioridade superior. Só a partir do século XIX é que a palavra Arte passou a significar
exclusivamente a criação estética e as “belas-artes”, momento em que o tema passa
a ter mais ênfase a nível educacional.
Sabe-se que é difícil conceituar Arte, mas como é descrita na Enciclopédia
Britânica (2002, p. 81), é imprescindível destacar três aspectos que a caracteriza: a
arte é o produto de um ato criativo; a cada momento, ela corresponde às concepções
ideológicas da sociedade em que aparece. Isso se torna perceptível já que a Arte
surge de acordo com os anseios históricos pelos quais passam cada sociedade. Além
disso, as transformações observadas, sejam no âmbito social, sejam no econômico
ou no cultural, acham-se ligadas ao domínio artístico. A Arte é universal e intrínseca
ao ser humano. Por mais isolada e primitiva que seja uma sociedade, ela apresenta

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gostos estéticos ligados à beleza e, apesar dos gostos diferirem de povo para povo,
isso não nega a veracidade da universalização da Arte.
A Arte é concebida de acordo com os principais períodos da humanidade, já
que é tratada de forma distinta em cada época, designando estilos próprios que
correspondem a diferentes momentos históricos.
Desde a Pré-História o homem já produzia Arte, porém, pelo fato de só termos
registros a partir do surgimento da escrita, muitas civilizações foram desconsideradas
em suas produções artísticas, que só foram reveladas mais tarde através de
descobertas arqueológicas.
O período cristão-primitivo, por volta dos séculos III e IV, ocupa posição de
destaque no que tange a conciliação das formas clássicas em seus ideais. A arte
carolíngia dos séculos VIII e IX, durante o império de Carlos Magno, dá vida a formas
antigas e tardias, puramente abstratas. E é considerado um estilo internacional.
A Arte Otoniana que predominou nos séculos XI e XII, caracteriza-se por um
estilo rígido e monumental de origem expressionista. O estilo Romântico
predominante nesses séculos representou um rompimento quase que completo com
os modelos antigos.
O estilo Gótico que se estabeleceu entre os séculos XII e XV, era dotado de
maior dinamismo, conferia maior importância à percepção do espaço. Logo após têm-
se no estilo Renascentista a experiência que o artista trazia do mundo exterior.
A Arte Barroca dos séculos XVII e XVIII substitui o equilíbrio renascentista e o
Renascimento Neoclássico, verificado por volta de 1800, teve todo o aspecto de um
movimento natimorto, pois durante esse período a arquitetura original deixou de ser
praticada.

Observa-se que o homem da era industrial não alcança um estilo próprio, tendo
apenas na pintura avanços significativos. No que diz respeito à esfera educacional, os
avanços não foram notórios. Só a partir do século XIX, inicia-se a formação do
profissional em arte através de instituições de ensino, tendo como marco principal no
Brasil a criação da Academia de Belas-Artes no Rio de Janeiro, a partir daí, a
educação escolar em arte vem sendo marcada pelas várias tendências pedagógicas
que permeiam o ensino no Brasil, dentre as quais ressaltamos: a Pedagogia
Tradicional, a Pedagogia da Escola Nova e a Pedagogia Tecnicista.

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Na escola tradicional valorizam-se principalmente as habilidades manuais, os


“dons”. O ensino de Arte era voltado essencialmente para o domínio técnico que
visava uma formação prática destinada à qualificação para o mercado de trabalho,
isso para aquelas pessoas das classes desfavorecidas, pois as pessoas com maior
poder aquisitivo eram educadas para desenvolver o gosto apreciativo pelas obras de
arte, além de manter a divisão das classes sociais. A Arte tinha aspecto utilitário e
visava a “preparação do estudante para a vida profissional e para as atividades que
desenvolviam tanto em fábricas quanto em serviços artesanais” (Ferraz & Fusari,
1993, p. 30), e o principal conteúdo estudado era o desenho, devido ao caráter técnico
deste para o mercado de trabalho.
Durante certo período, o ensino de Arte foi fortemente influenciado pelo
movimento da Escola Nova, que surgiu na Europa e nos Estados Unidos no século
XIX, e foi difundido no Brasil a partir de 1930, no qual as atividades voltam-se para o
desenvolvimento natural da criança e as práticas pedagógicas são redimensionadas,
dirigindo toda atenção do processo ensino-aprendizagem, que era centrado no
professor, para o desenvolvimento do aluno. Houve uma mudança brusca da
Pedagogia Tradicional para a Pedagogia Nova, onde o aluno passa a ser responsável
pela busca do seu próprio conhecimento através de experimentos. O ideal da
liberdade de expressão, difundida pelo movimento escolanovista, contribuiu para que
o momento das aulas de Arte fosse visto como um espaço onde tudo era permitido.
Um fato marcante para o desenvolvimento das atividades artísticas no Brasil foi
a “Semana de Arte Moderna de São Paulo” realizada em 1922, importante para a
caracterização do movimento modernista. Vale salientar que até este momento o
trabalho com Arte enfocava muito mais o ensino do desenho, como referido
anteriormente, ignorando praticamente as demais modalidades artísticas.
De acordo com Marques (2001, p. 32) somente no final da década de 1990,
entidades, associações e órgãos governamentais preocuparam-se em incluir outras
linguagens artísticas nas discussões acerca do ensino de Arte.
Entre os anos de 1960 e 1970 surge uma nova tendência pedagógica, a
Pedagogia Tecnicista, época em que o Brasil viveu um momento político conturbado
diante da ditadura militar. Nesse contexto o ensino de Arte passa a ser centrado no
mercado de trabalho, priorizando o ensino de técnicas voltadas para a formação de
mão de obra barata destinada a um mercado tecnológico em expansão. Só a partir da

Fundamentos da Arte na Educação


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década de 1980 é que se percebe uma mobilização profissional em torno do ensino


de Arte de forma institucional no Brasil.
Dentre as propostas mais difundidas no final do século XX, destaca-se a de
Ana Mae Barbosa, que propõe uma “Metodologia Triangular” para o ensino de Arte. A
referida proposta tem por base o “fazer artístico”, a “análise de obras artísticas” e a
“história da arte”, e destaca a Arte como conhecimento que pode ser desenvolvido na
escola, refutando o antigo conceito de Arte como espontaneísmo.

3 A ARTE NA LEGISLAÇÃO BRASILEIRA PARA EDUCAÇÃO

A escola é o espaço destinado ao planejamento, produção e execução de


trabalhos voltados para o desenvolvimento satisfatório das atividades educacionais.
Quando se fala em escola, não se restringe apenas a denominação do espaço físico
que ela possui, mas todo um aparato técnico e pedagógico proporcionado por sua
comunidade, que é composta de professores, coordenador pedagógico, diretor,
alunos e pessoal de apoio, todos os atores que a fazem funcionar.
Para pontuar, ao final de um período de trabalho constante, as atividades
desenvolvidas pelo professor e demais “astros” que integram a escola, uma série de
fatores precisam ser levados em consideração. A escola estabelece suas metas e sua
concepção através de uma proposta pedagógica, visando o sucesso escolar dos
alunos. Para tanto, há a necessidade de se observar nos alunos o que eles têm de
mais diferente. Os fatores que os levarão a uma possível aprendizagem: são as
habilidades e as competências.
Dentre as habilidades e competências que devem ser observadas pelos
professores nos alunos, estão as de cunho artístico. Segundo Aurélio Buarque de
Holanda, Arte “é a capacidade ou atividade humana de criação plástica ou musical;
habilidade de representação; produção; engenho”. Diante disso, os Parâmetros
Curriculares Nacionais (1997, p. 15), logo na apresentação da proposta do volume 6,
das séries iniciais do Ensino Fundamental, destinado à Área Curricular Arte, diz que:

A educação em arte propicia o desenvolvimento do pensamento


artístico, que caracteriza um modo particular de dar sentido às
experiências das pessoas: por meio dele, o aluno amplia a
sensibilidade, a percepção, a reflexão e a imaginação.

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Pensar numa educação com Arte, é antes de tudo, pensar numa educação que
dê ao aluno a chance de poder desenvolver seu potencial de criação, de produção,
de execução de suas atividades. Neste momento, a escola entra como uma espécie
de elo entre o que a sociedade propaga e o desejo do aluno em poder desenvolver
atividades que suas vontades e seus sonhos, representem suas fantasias.
A escola é o espaço das discussões sobre direitos e deveres, e de reflexão da
realidade. É também a dimensão social das manifestações artísticas, que constitui
uma das funções importantes do ensino da Arte, como propagado nos PCN. Ele
aprende com isso, que existem povos, costumes, religiões, modos de produção e
criação diferentes dos dele, elementos que o ajuda a compreender melhor o outro
para uma convivência com as diferenças. Parte daí, uma consciência tanto de
preservação dos patrimônios culturais, ambientais e o respeito pela diversidade.
O século XX foi o período em que as pessoas, destaque para o Brasil, puderam
falar e produzir da forma que realmente achavam interessante, muitos dados puderam
ser trazidos para a área pedagógica, que de posse das análises realizadas, chegasse
a conclusões de que o ensino da Arte é de fundamental importância para o
desenvolvimento da criança. No tocante às áreas que as Artes podem diretamente
influenciar, estão a antropologia, a filosofia, a psicologia, a psicopedagogia e as
tendências modernas de crítica da Arte, partindo de princípios que valorizam o ensino
das artes plásticas, da dança, da música e do teatro, denominado “Movimento da
Educação através da Arte”, fundamentado nas ideias do filósofo inglês Herbert Read,
movimento que teve como manifestação mais conhecida a tendência da “livre
expressão”.
O século XX foi também o período em que se pôde refletir sobre qual o lugar
das artes na educação. Depois de muita discussão, chega-se a conclusão de que a
educação em arte é importante na formação do indivíduo. Em 1971, a Lei de Diretrizes
e Bases da Educação Nacional, LDB nº 5.692, que institui o ensino profissionalizante,
a Arte é incluída como Educação Artística no currículo escolar. A Arte neste momento
é vista como uma atividade educativa e não como uma matéria. Mesmo assim, é
percebido um avanço considerável, pois parte de pressupostos inovadores e,
principalmente no que tange à formação do indivíduo, ela ocupa papel
importantíssimo. Contudo, o desenvolvimento efetivo da Educação Artística nas
escolas, deixou muito a desejar, visto que a falta de professores com formação

Fundamentos da Arte na Educação


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específica em Artes Plásticas, Educação Musical e Artes Cênicas não era suficiente
para atender as necessidades da época, o que pode ser observado ainda nos nossos
dias.
Em 1988, com as discussões sobre a promulgação da Constituição Federal do
Brasil, a Lei de Diretrizes e Bases para a Educação Nacional, que seria sancionada
apenas em 20 de dezembro de 1996, traria, mais uma vez o ensino de Arte como alvo
de críticas e manifestações. Uma das versões do novo documento legal, apresentava
a proposta da não obrigatoriedade da Arte nos currículos escolares. Com a Lei nº
9.394/96, a Arte passa a ser considerada área obrigatória na Educação Básica4. O
Artigo 26, § 2º é claro ao afirmar: “O ensino da arte constituirá componente curricular
obrigatório, nos diversos níveis da educação básica, de forma a promover o
desenvolvimento cultural dos alunos”.
O supracitado artigo da LDB, em vigência desde 1996, torna obrigatório o
ensino da Arte na Educação Básica, contudo a situação, em termos de condições
mínimas para que a legislação seja de fato cumprida, ainda se constitui num grande
obstáculo na maioria das unidades escolares do país.

3.1 - Arte nos PCN

Os Parâmetros Curriculares Nacionais, relativos aos ciclos 1 e 2 da Educação


Básica, no volume 06, apresenta discussões pedagógicas para o campo das Artes.
Afinal qual é o lugar das Artes nas escolas? Existe este lugar? Sabe-se que as
atividades artísticas geralmente aparecem no desenvolvimento das atividades
escolares, como apoio às demais disciplinas no processo ensino aprendizagem, mas
pouca relevância é dada às várias modalidades e formas com as quais cada uma
dessas manifestações se apresenta no campo escolar.

Os Parâmetros Curriculares Nacionais sugerem que o estudo da Área


Curricular Arte se divida em: Música, Artes Visuais, Teatro e Dança. E propõem que
as atividades desenvolvidas possam possibilitar aos alunos, a percepção de que
mesmo ao realizarem uma dramatização ao final de um projeto pedagógico trabalhado
num certo período, esta atividade tem relações com a música, por exemplo, que tem
também suas especificidades, além do que é próprio na prática de dramatizar – os
elementos do teatro.

Fundamentos da Arte na Educação


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Vale ressaltar que o documento oficial deixa claro que, devido ao fato de o
professor das séries iniciais não ter uma formação específica na área, não se faz
diferenciação dos conteúdos por ciclo, ou série, cabendo ao professor promover uma
variação nas modalidades artísticas que serão trabalhadas.
Fusari (1992, p. 69) ao tratar sobre a seleção de conteúdos em Arte e,
principalmente da postura do professor, evidencia que “para desenvolver um bom
trabalho de Arte o professor precisa descobrir quais são os interesses, vivências,
linguagens, modos de conhecimento de arte e práticas de vida de seus alunos”. Esses
conhecimentos imprescindíveis para a prática pedagógica, serão a base na
construção dos pilares para uma educação em Arte.

4 APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA: UMA CONCEPÇÃO DE ENSINO E


APRENDIZAGEM

De acordo com a teoria desenvolvida por David Ausubel, a aprendizagem será


muito mais significativa na medida em que novo material for incorporado às estruturas
de conhecimento de um aluno e este adquira significado para ele a partir da relação
com o seu conhecimento prévio. Ao contrário disso, a aprendizagem será mais
mecânica ou repetitiva, na medida em que produz menos essa incorporação e
atribuição do significado, neste caso, o novo material será armazenado isoladamente
ou por meio de associações arbitrárias na estrutura cognitiva.
A aprendizagem significativa tem vantagens notáveis no desenvolvimento do
aluno, tanto do ponto de vista da lembrança posterior e a utilização do enriquecimento
da estrutura cognitiva do aluno como ponto de vista da lembrança posterior e a
utilização para experimentar novas aprendizagens, fatores que a delimitam como a
aprendizagem mais adequada para ser promovida entre os alunos, podendo deste
modo, conseguir a aprendizagem significativa tanto por meio da descoberta como por
meio da recepção.
Na teoria da aprendizagem significativa há três vantagens essências em
relação à aprendizagem memorística. Em primeiro lugar, o conhecimento que se
adquire é retido e lembrado por mais tempo. Em segundo lugar, aumenta a
capacidade de aprender outros materiais ou conteúdos relacionados de uma maneira
mais fácil, mesmo se a informação original for esquecida. Em terceiro lugar, e uma
vez esquecida a informação, facilita quando a aprendizagem seguinte, à

Fundamentos da Arte na Educação


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“reaprendizagem”, para dizê-lo de outra maneira. A explicação dessas vantagens está


nos processos específicos por meio dos quais se produz a aprendizagem significativa.
A aprendizagem significativa implica, como um processo central, a interação
entre a estrutura cognitiva prévia do aluno e o material ou conteúdo de aprendizagem.
Cool (1996) afirma que a significativa da aprendizagem está muito ligada à
funcionalidade, isto é, a possibilidade de utilizar efetivamente os conhecimentos
aprendidos quando necessário, portanto, quanto maior for o grau de significatividade
da aprendizagem, maior será também a sua funcionalidade.
Ausubel aponta três condições básicas necessárias para que possa haver um
processo de aprendizagem significativo:

1) A significatividade lógica do novo material que é preciso aprender, remete a


estrutura interna deste, que não deve ser nem arbitrária, nem confusa para facilitar o
estabelecimento de relações substanciais com os conhecimentos prévios do aluno;

2) A significatividade psicológica: para que a aprendizagem seja possível, o aluno


deve dispor de uma estrutura cognitiva de conhecimentos prévios pertinentes e
ativados que possa relacionar com o material que deve aprender;

3) Finalmente, e como uma terceira condição, o aluno deve ter uma determinada
atitude ou disposição favorável para aprender de maneira significativa, isto é, para
relacionar o que aprende com o que já sabe.

Dessa forma, os Parâmetros Curriculares Nacionais, volume 06, apontam para


a necessidade do uso de critérios de seleção dos conteúdos de Arte. É necessário
que o professor saiba o que é mais inerente à realidade do seu aluno.
Como afirma Cool (1996, p. 235), a última das condições comentadas para a
aprendizagem significativa “é um toque de atenção sobre o papel decisivo dos
aspectos motivacionais”. Embora o material de aprendizagem seja potencialmente
significativo, lógico e psicológico, o aluno terá uma predisposição para memorizá-lo
repetitivamente, pois demanda menos esforços e é mais simples fazê-lo dessa
maneira.
A aprendizagem significativa tão discutida nos círculos pedagógicos tem uma
forte relação com a Arte, visto que, os PCN apresentam a Arte como propiciadora do
desenvolvimento do pensamento artístico e da percepção estética, que caracterizam

Fundamentos da Arte na Educação


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um modo próprio de dar sentido à experiência humana, levando o aluno a ampliar sua
sensibilidade, percepção e imaginação, bem como favorece o relacionar-se
criadoramente com as outras áreas do conhecimento.
Um aluno que teve a sua competência artística bem trabalhada e/ou explorada,
será capaz de perceber sua realidade cotidiana mais vivamente, podendo criar
condições para conquistar uma finalidade de vida melhor, ou seja, dará funcionalidade
ao que aprende.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Toda e qualquer área do conhecimento humano está impregnada de


concepções ideológicas, históricas, sociais e políticas, que refletem e influenciam o
momento em que cada indivíduo está vivendo. A Arte na educação, como as outras
áreas curriculares, contém no que podemos chamar de currículo oculto5, vários
fatores que exercem influência sobre a sua concepção. A história do ensino de Arte
no Brasil está intrinsecamente ligada às tendências pedagógicas predominantes em
cada época, as quais traduzem uma preocupação especial no que tange a formação
profissional dos alunos, fortemente influenciado pelas demandas oriundas do mercado
de trabalho, que define ao longo do tempo, que o desenvolvimento do aluno está
intimamente ligado ao perfil estabelecido pela sociedade a que pertence.
Assim, pode-se perceber que quando se refere ao Ensino Público, a oferta da
disciplina ainda está restringida a uma ideia de que, o que deve ser ensinado é aquilo
que é exigido para uma formação básica, pautada no que pode ser útil para aqueles
alunos no futuro, enquanto mão de obra a serviço do capitalismo.
Porém a sociedade mudou e junto com ela mudaram os alunos e suas
concepções sobre o ensino. A pedagogia histórico-crítica dos conteúdos aponta para
a discussão da necessidade de o professor estar sempre acompanhando as
mudanças pelas quais passa a sociedade, para que possa intervir nesta através do
que é de praxe dele: o ensino. No entanto, acompanhar as mudanças não é ainda
satisfatório, visto que o professor deve ter metas a serem alcançadas e estas estão
ligadas à aprendizagem do aluno. As metas, segundo a mesma pedagogia, são
observadas, de acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais para todas as
áreas curriculares, inclusive Artes: “aprender a conhecer, a fazer, a ser e a viver com
os outros”.

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Diante disso, vale sugerir que a partir do exposto, se repense sobre o ensino
de Artes e tudo o que ela pode proporcionar em termos de reparos e perdas na
Educação Nacional, em especial na educação pública.
Para promover a re-significação do Ensino de Arte é necessário antes,
promover mudanças na forma através da qual o currículo é proposto dentro das
escolas. Para tanto, deve-se buscar uma aprendizagem na qual o aluno considere o
objeto de estudo como algo significativo e importante para a sua vida, pautada numa
aprendizagem que traga significados para o mesmo. De modo que o discente possa
intervir de forma crítica e consciente e possa fazer análises do que vê, do que sente,
do que lhe é imposto - a educação tão sonhada pelos docentes. É uma tarefa árdua,
repensar o currículo que atualmente é posto em prática.
Sempre fez parte dos discursos de um sociólogo por natureza chamado
Chorão, vocalista do grupo de rock nacional, Charlie Brown Júnior, o pensamento “pra
que educação, saúde e dinheiro se um povo sem cultura, doente e pobre é mais fácil
de ser manipulado?”.
Por isso é imprescindível aos gestores escolares, professores, e
coordenadores, que são os principais responsáveis por construir ambientes de
integração social e cultural e que têm o poder de promover a formação dos novos
músicos, atores, artistas plásticos e coreógrafos, através do que deve ser de
conhecimento de todos estes profissionais da educação: a participação na construção
da proposta pedagógica da sua escola. Se a Lei determina, cada escola pode fazer
suas mudanças, visando a melhoria do ensino por parte do professor e da
aprendizagem por parte do aluno.

Texto disponível em: http://www.funarte.gov.br/encontro/wp-


content/uploads/2013/04/artigo-para-submiss%C3%A3o-pela-
funarte_Vanderl%C3%A9ia-Santos.pdf.

MATERIAL COMPLEMENTAR:

VÍDEO: Os benefícios da arte na educação.

https://www.youtube.com/watch?v=KZLGHP8nFp0.
___________________________________________________________________

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Referências

OLIVEIRA, Mónica. Arte e educação: um diálogo em tempo de mudança. Revista de


Educação Ciência e Tecnologia, Canoas, v.5, n.2, 2016. Disponível em:
https://periodicos.ifrs.edu.br/index.php/tear/article/viewFile/2023/1507. Acesso em 09
de novembro de 2017.

VILLAÇA, Iara de Carvalho. Arte-educação: a arte como metodologia educativa. Cairu


em Revista. Jul/Ago 2014.

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