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“O RO devolve ao tribunal de segunda instância todas as questões recorridas, de direito e de fato. (...) Ao
apreciar o apelo interposto, o tribunal deve reconhecer, mesmo sem provocação, pressupostos e
prejudiciais que independem de requerimento da parte (artigo 337, CPC), como é o caso da competência
absoluta, das condições da ação, da coisa julgada, da litispendência e da prescrição, além dos
pressupostos do recurso (...)”. (Valentin Carrion, 2017).
“(...) O RO é o recurso clássico, por excelência, para impugnar as decisões finais desfavoráveis no âmbito
da processualística laboral, já que, por meio dele, torna-se possível submeter ao juízo ad quem o reexame
das matérias de fato e de direito apreciadas pelo juízo a quo. Trata-se, portanto, de recurso de larga
utilização pelas partes no cotidiano forense trabalhista, mormente para atacar, em regra, as sentenças
terminativas ou definitivas proferidas pelos órgãos de primeiro grau da jurisdição trabalhista no processo
de conhecimento”. (Carlos Henrique Bezerra Leite, 2018).
Além das sentenças definitivas, no processo do trabalho é cabível o Recurso Ordinário da sentença
terminativa que:
- Indefere a petição inicial, seja por inépcia ou qualquer outro vício (artigo 485, I, CPC);
- Resolve o processo por causa de sua paralisação por mais de um ano, em razão da negligência das
partes (art. 485, II, CPC);
- Resolve o processo em virtude do não atendimento, pelo autor, de despacho que determinou que
promovesse os atos e diligências a seu cargo, ficando abandonada a causa por mais de 30 dias (art.
485, III, CPC);
- Resolve o processo por ausência dos pressupostos de constituição e desenvolvimento válido e regular
do processo (art. 485, IV, CPC);
- Resolve o processo por carência da ação, em função da ausência de interesse de agir ou legitimidade
da parte (art. 485, VI, CPC);
Combinando o artigo 895,II, CLT com o artigo 225 do Regimento Interno do TST (RITST), tem-se que é
cabível RO para o TST das decisões definitivas e terminativas dos TRT´s, em processo de sua competência
originária, quer nos dissídios individuais, quer nos dissídios coletivos, proferidas em:
- Ação cautelar;
- Agravo regimental;
- Ação rescisória;
- Dissídio coletivo;
- Habeas corpus;
- Habeas data;
- Mandado de segurança.
Consoante Carlos Henrique Bezerra Leite (2018, p. 1092) “não cabe RO de sentença proferida em sede
de processo submetido ao procedimento sumário, também chamado de causas de alçada, pois, a nosso
ver, o recurso cabível em tal decisão de única instância é o Recurso Extraordinário, desde que a
sentença viole literal e frontalmente a Constituição Federal”.