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DIVISÃO DE ENGENHARIA

CURSO:ENGENHARIA DE MINAS

NÍVEL: 2ᵒ ANO

TURMA: EM B, DIURNO

CADEIRA: TOPOGRAFIA I

TEMA: MÉTODOS TOPOGRÁFICOS PARA O CÁLCULO DE ÁREA E VOLUMES

Discente:

Alexandre Justino Nhanombe

Docente:

Eng. Adelson Assado

Tete, Maio de 2020


Métodos Topográficos para o Cálculo de Área e Volumes

Índice
Introdução........................................................................................................................................4

Objectivos........................................................................................................................................5

Geral................................................................................................................................................5

Específicos.......................................................................................................................................5

Metodologia.....................................................................................................................................6

Cálculo de área................................................................................................................................9

Processos Analíticos......................................................................................................................10

Fórmula de Gauss..........................................................................................................................10

Método de Bezout..........................................................................................................................12

Método de poncelet........................................................................................................................12

Método de Simpson.......................................................................................................................12

Processos Computacionais.............................................................................................................13

Processos Gráficos.........................................................................................................................14

Transformação geométrica............................................................................................................14

Faixas de igual espessura...............................................................................................................14

Divisão de quadrículas...................................................................................................................15

Figuras geométricas equivalentes..................................................................................................15

Processos Mecânicos.....................................................................................................................15

Planímetro......................................................................................................................................15

Cálculo de volume.........................................................................................................................18

Método Seções Transversais..........................................................................................................18

Método Média Ponderada..............................................................................................................18

Conclusão......................................................................................................................................20

Referências bibliográficas..............................................................................................................21

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Métodos Topográficos para o Cálculo de Área e Volumes

Anexos...........................................................................................................................................22

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Introdução
No trabalho de mineração ocorre uma grande movimentação de produtos, que são as pilhas de
minério removidas para entrarem no estoque ou para atender ao mercado. Controlar a
movimentação dos estoques de produtos é uma necessidade. Para que se possa quantificar o
volume de material que se desloca, é fundamental que seja feito o levantamento topográfico
dessas pilhas com precisão. O que ocorre é que nem sempre o cálculo resultante desse
levantamento é tão preciso quanto necessário. O presente trabalho trata do cálculo de área e de
volume com a utilização do software Topograph obtendo-se o volume de terra a escavar e aterrar
entre o terreno natural e um plano projectado ou entre dois planos paralelos de cotas definidas. O
Sistema TOPOGRAPH 98 é um moderno e completo sistema para processamento de dados
topográficos que executa as seguintes tarefas: armazena dados levantados em campo, manual ou
electronicamente; processa cálculos topográficos; mostra dados calculados graficamente e emite
relatórios dos dados de campo e dos cálculos efetuados.

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Objectivos

Geral
 Conhecer os métodos usados para o cálculo da área e do volume.

Específicos
 Saber caracterizar os métodos para o cálculo da área e do volume;
 Identificar a fórmula utilizada no programa;
 Saber calcular qualquer exercícios usando as formulas presentes.

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Metodologia
Para a prossecução dos objectivos acima mencionados consistiram na obtenção de informações
através de documentos em formato electrónico do tipo PDF e informações da internet referentes
ao tema em estudo.

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Métodos Topográficos para o Cálculo de Área e Volumes

O levantamento topográfico é realizado por meio da medição dos pontos notáveis, ou seja, onde
existem variações dos mesmos pares coordenados amarrados ao sistema de coordenadas. Assim
se obtém a descrição do terreno no local onde houve a deposição de um referido material. Para
efectuar esse tipo de levantamento são necessários, além de equipamentos e softwares
específicos para realização do cálculo de volume, profissionais treinados e qualificados para
executá-lo, de modo a se obter um resultado o mais preciso possível.

Após o término do processamento dos dados no TOPOGRAPH é visualizada uma janela é


mostrada com o resultado final do cálculo. Os volumes podem ser calculados com base na malha
triangular ou na malha rectangular e ambas as opções funcionam de forma semelhante. A
diferença está no método de cálculo do volume, utilizado para cada caso. Para quaisquer das
opções será necessário que a malha triangular tenha sido gerada pelas Curvas de Nível.

O método utilizado para o cálculo do volume de corte e de aterro de uma área rectangular de um
terreno em relação a um plano horizontal é o somatório dos volumes de prismas de base
triangular. Para a obtenção desses prismas, cada triângulo da malha triangular deverá ser
verificado.

Ao informar a área rectangular sobre a qual será calculado o volume, os triângulos gerados pelas
Curvas de Nível poderão se posicionar de três diferentes maneiras em relação à referida área. Se
todos os vértices do triângulo estiverem dentro da área rectangular, a projecção desse triângulo
no plano de referência será a base do prisma sobre o qual será calculado o volume e se um ou
dois dos vértices do triângulo estiverem fora da área rectangular, a parte do triângulo que estiver
dentro dessa área poderá ser dividida em vários triângulos. Cada um desses novos triângulos será
tratado como no caso acima.

No caso em que todos os vértices do triângulo estiverem fora da área rectangular, esse triângulo
será desconsiderado no cálculo do volume. Os triângulos resultantes da verificação feita acima
poderão se posicionar em relação ao plano de referência de três maneiras diferentes. Se todos os
vértices do triângulo estiverem acima do plano de referência, será definido um prisma triangular
cujas bases serão o próprio triângulo e sua projecção no plano de referência. O volume desse
prisma será acrescentado no volume de corte do terreno e se todos os vértices do triângulo

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estiverem abaixo do plano de referência, será definido um prisma triangular cujas bases serão o
próprio triângulo e sua projecção no plano de referência. O volume desse prisma será
acrescentado no volume de aterro do terreno.

Se o plano de referência interceptar o triângulo, poderão ocorrer dois casos: um vértice


posicionado acima do plano de referência e dois vértices abaixo ou vice-versa. Nos dois casos
serão dois prismas, um de base triangular e outro de base quadrangular. No primeiro caso, o
volume do prisma de base triangular será somado ao volume de corte do terreno e o volume do
prisma de base quadrangular será somado ao volume de aterro do terreno. No segundo caso será
feito o inverso, ou seja, o volume do prisma de base triangular será somado ao volume de aterro
do terreno e o volume do prisma de base quadrangular será somado ao volume de corte do
terreno.

O método utilizado será semelhante ao usado no cálculo de volume pela malha triangular. Ao
invés de utilizar a malha triangular, será usada a malha retangular. Cada retângulo será dividido
em dois triângulos e, para cada um desses triângulos será aplicado o método de Cálculo para a
Malha Triangular.

No cálculo do volume usando a malha retangular, somente serão levados em conta os retângulos
que tiverem pelos menos três de seus vértices no interior da malha triangular.

Os volumes das pilhas foram calculados separadamente, conforme a metodologia descrita acima.

A figura abaixo mostra os sólidos gerados a partir da triangulação da medição das pilhas de
Produtos bem como as curvas de nível das mesmas.

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            Fonte: CSN – Companhia Siderúrgica Nacional

Cálculo de área
As áreas topográficas são projecções horizontais das obras projetadas e executadas pela
engenharia.

Processos de Cálculo

1. Analíticos;
2. Computacionais;
3. Gráficos;
4. Mecânicos.

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1. Processos Analíticos
Foram os primeiros métodos desenvolvidos para o cálculo de área de poligonais. São baseados
em fórmulas matemáticas, limitantes da figura.

1. Fórmula de Gauss;
2. Método de Bezout;
3. Método de Poncelet;
4. Método de Simpson.

1.2 Fórmula de Gauss


(Áreas delimitadas por poligonais regulares: triângulos, trapézios, etc)

Baseia-se na soma e subtracção da área de trapézios formados pelos vértices e projecções sobre
os eixos N, E.

Essa operação pode ser expressa por diferentes equações, como a equação a seguir, que utiliza a
propriedade distributiva.

n n
S=0,5×
( ∑ N i × E i−∑ Ei × N i +1
i=1 i=1
)
Exemplo: Base dos trapézios no eixo “E”

S = 0,5 x [ (E2-E1) x (N1+N2)

+ (E3-E2) x (N3+N2)
+ (E4-E3) x (N4+N3)
+ (E5-E4) x (N5+N4)
+ (E1-E5) x (N1+N5)] (uma das formas da formula de Gauss)

Exemplo:

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i.Preencher a tabela (matriz), com os valores das coordenadas adoptando um sentido, horário ou
anti-horário.

ii.Proceder com a multiplicação N x E (X x Y) da seguinte forma:

- |XA YA|

- |XB YB|

+ |XC YC|

+ |XA YA|

iii.A área da figura do exemplo (triângulo), será determinada pela equação de Gauss:

SABC = 0,5× (Y A X B +Y B X C +Y C XA – YB X B - Y A XB – YA XC )

Y A X B+Y B X C +Y C X A Y B X B−Y A X B – Y A X C
-
∑1 ∑2

SABC=0,5 × ( ∑ 1−∑ 2 ) ou S ABC =


∑ 1−∑ 2
2

O valor da area deve ser sempre positivo, se negative, multiplique po -1.

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1.3 Método de Bezout


(Áreas que se delimitam por poligonais irregulares)

Para n qualquer (par ou ímpar) esse método interpreta a curva com uma série de trapézios de
altura d.

y 0 + y n n−1
s=d ×
( 2
+∑ y i
i=1
)
Onde: ∑ yi= y 1+ y 2+ y3 …(internos)

1.4 Método de poncelet


(Áreas que se delimitam por poligonais irregulares)

Para n par, interpreta a curva como uma sériede trapézios de altura 2d.

s=d × ¿

Onde: Σyi = y1 + y3 + y5 + ...+ yn - 1 (Ímpares)

1.5Método de Simpson
(Áreas que se delimitam por poligonais irregulares)

Para n par, interpreta a curva como uma série de trechos de parábola de base 2d, e calcula-se a
área por integração

d
S= × ( y 0 + y n +2 × ∑ y p + 4 × ∑ yi )
3

Onde: Σyp= y2 + y4 + y6 + ...+ yn – 2 (pares)

Σyi= y1 + y3 + y5 + ...+ yn – 1 (Ímpare)

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2. Processos Computacionais
A partir de uma mesa digitalizadora acoplada a um computador que disponha de um editor de
desenho

(AutoCAD ou similar), fornece-se as coordenadas (x,y) de pelo menos dois pontos. O cursor
passa a fornecer coordenadas reais

O programa utiliza a fórmula de Gauss, já que o contorno da figura é na realidade uma poligonal
de muitos lados.

Software CAD e Software GIS

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3. Processos Gráficos
Transformação geométrica;

Faixas de igual espessura;

Divisão de quadrículas;

Figuras geométricas equivalentes.

3.1 Transformação geométrica


Consiste em transformar as poligonais regulares em um triângulo de área equivalente.

Para recordar: teorema de Heron para determinar a área de qualquer triângulo.

s∆ =√ p × ( p−a ) × ( p−b ) ×( p−c)

a+ b+c
Onde: p= . a,b,c os catetos do triângulo
2

3.2 Faixas de igual espessura


(Áreas que se delimitam por poligonais irregulares)

Consiste em efectuar a divisão da figura em faixas de espessura constante (e), medindo-se as


larguras (li) dessas faixas.

S=e . ∑ l i
i

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3.3 Divisão de quadrículas


(Áreas que se delimitam por poligonais irregulares)

Consiste na contagem directa dos quadrados multiplicados pela área deles. Pode-se utilizar
milímetro para facilitar a tarefa.

s=∑ A i
I

3.4 Figuras geométricas equivalentes


(Áreas que se delimitam por poligonais irregulares)

Consiste em dividir a área em figuras geométricas equivalentes: rectângulos, Triângulos e


trapézios, de modo a compensar as áreas que ficaram dentro e fora da figura geométrica.

Só para lembrar

4. Processos Mecânicos

4.1 Planímetro
O planímetro é um equipamento que possui dois braços articulados com um pólo numa
extremidade, que deve permanecer fixo, e um cursor na outra, devendo percorrer todo o contorno
da área, retornando ao ponto inicial.

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Métodos Topográficos para o Cálculo de Área e Volumes

Um tambor giratório no mesmo braço do cursor, situado na extremidade oposta, faz girar um
ponteiro sobre o círculo de leitura. Pode-se demonstrar que o giro do tambor, e portanto a
diferença de leituras, é proporcional à área envolvida pelo contorno percorrido.

 Sempre em superfície plana;


 O pólo deve ser fixado dentro ou fora da figura a medir, dependendo do seu tamanho;
 As hastes devem ser dispostas de maneira a formar um ângulo recto entre si, assim, é
possível verificar se o traçador contornará a figura facilmente;
 O aparelho deve ser zerado no início da medição;
 Percorre-se o contorno da figura com o traçador, no sentido horário, voltando ao ponto de
partida;
 Faz-se a leitura do tambor (aparelho mecânico), ou, a leitura no visor (aparelho
electrónico).

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S=k ׿

S – área

Lf – leitura final

Li – leitura inicial

k – constante do aparelho

Para determinar o valor de k, sugere-se planimetrar n vezes uma área S conhecida

y 0 + y n n−1
S= D× ( 2
+∑ y i
i =1
)

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II. Cálculo de volume

1. Método Seções Transversais


V = [( A1 + A2 ) / 2 ] x D

Onde: A1 e A2 = Áreas

D = Distância

2. Método Média Ponderada.


Consiste em balancear o volume de corte e aterro, ocorrendo o mínimo possível de desperdício
de material. Deve-se nesse método definir primeiramente os pesos de cada ponto, podendo ser
peso 1 ao 4, dependendo da área de influência do ponto.

Definido os pesos segue os seguintes passos:

1º Cálculo da cota de passagem (Cota média): somando separadamente as cotas de cada peso e
multiplica-se pelo seu peso e logo após soma-se todos os resultados e divide pela somatória
algébrica dos pesos.

Cp=
∑ Cota × Peso
∑ Peso

2º Utiliza-se o método das seções transversais para calcular cada seção, utilizando como
referência a cota de passagem (Platô) e as cotas levantadas em campo (Terreno Natural).

(BM +bm)× h
A=
2

3º Método Cota imposta em área regular.

Quando se tem um valor para a cota de projecto para o empreendimento, se calcula o volume
pelo produto da área da base pela média das alturas das arestas.

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V =Q . ( Z1 + Z 2+ Z 3 +Z 4 ) /4

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Conclusão
O levantamento topográfico é um procedimento fundamental quando se trata de conhecer o
terreno onde vai ser realizada uma obra, ou ainda se esse terreno for utilizado para outros fins
como, por exemplo, a pesquisa geológica ou a exploração mineral. No que se refere
especificamente ao cálculo de volume das pilhas de minério, conclui-se que esse cálculo permite
um controle eficaz sobre a movimentação desse material. Assim, seja para se garantir o uso
adequado e seguro de um terreno, seja para assegurar o bom andamento de uma empresa, no caso
o de mineração, o levantamento topográfico se configura como indispensável.

Referências bibliográficas
 Manual Topografia Basica_VNF (Vinícius Nogueira Fróes);
 Manual Cálculo de Áreas (Renato de Oliveira Fernandes);
 https://www.google.com/search?q=exercicios+topogr%C3%A1ficos+para+o+c
%C3%A1lculo+de+
%C3%A1rea+e+volumes&oq=&aqs=chrome.2.69i59l8.442827346j0j7&sourceid=chrom
e&ie=UTF-8
 https://www.google.com/search?q=m%C3%A9todos+topogr%C3%A1ficos+para+o+c
%C3%A1lculo+de+

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hrome&ie=UTF-8

Anexos
Calcular o volume entre duas superfícies verticais, sabendo que : A1 = 8,76 m² A2 = 10,62 m²
d = 10 m

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Métodos Topográficos para o Cálculo de Área e Volumes

Dados: Formula Resolução

A1 = 8,76 m² V = ( A1 + A2 ) x D V =( A1+ A2) × D

A2 = 10,62 m² V =(8,76 m2 +10,62m2 )×10

d = 10 m V =19,38 × 10

V =193,8 m3

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