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All content following this page was uploaded by Adriano Mesquita Soares on 30 June 2016.
1. Introdução
O setor de extração e beneficiamento de madeira está inserido em um contexto de competição
acirrada, onde como resposta às exigências do mercado, as indústrias do setor vivem um
processo de reorganização, adequando processos e incorporando novas tecnologias, visando
assim ganhos de competitividade.
Atualmente as corporações vêm sofrendo grandes transformações, exigindo mudanças rápidas
num cenário empresarial cada vez mais competitivo. Com esta visão muitas organizações
estão aperfeiçoando suas estratégias, investindo em conhecimento, habilidades e
competências, aumentando assim o capital intelectual, que é o fator humano detentor do
conhecimento, que, com facilidade adapta-se constantemente a evolução dos novos sistemas
de gestão. (FIALHO et al 2007; CHIAVENATO, 2008; NETO et al., 2011).
Nessa linha de raciocínio, a Gestão do Conhecimento (GC) se apresenta como uma possível
ferramenta para o aperfeiçoamento e estruturação da organização, que pode melhorar a sua
interação com o fluxo de informações correntes na sua rotina, bem como estimular o
aprendizado organizacional. Embora seja uma prática emergente, a GC é uma ferramenta
estratégica que busca captar, criar, sistematizar e utilizar um recurso intangível e de difícil
imitação: o conhecimento, cuja propriedade deixa de ser de alguns privilegiados e passa a se
constituir como uma ferramenta de negócio comum a todos os profissionais da organizaçã0.
Neste contexto, o presente artigo busca identificar de que forma ocorre o processo de GC em
duas empresas de grande porte do setor madeireiro, seguindo as sete dimensões propostas por
Terra (2001).
2. Gestão do Conhecimento: principais abordagens
A gestão do conhecimento vem ganhando destaque entre as organizações devido à
necessidade de diferenciação nos mercados competitivos, onde sua implantação coordenada
torna-se uma vantagem organizacional. Nesse sentido, segundo Nonaka e Takeuchi (1997, p.
10) “O conhecimento deve ser construído por si mesmo, muitas vezes exigindo uma interação
intensiva entre os membros da organização”.
Conforme exposto por Fairchild (2002), a gestão do conhecimento é um conjunto de
transferência de valor ao capital intelectual, estando assim diretamente relacionada à geração,
inovação, aquisição, organização e aplicação de conhecimentos. Já para Angeloni (2002) a
gestão do conhecimento é um conjunto de processos que governa a criação, a disseminação e
a utilização de conhecimento no âmbito das organizações.
Para que a construção de conhecimento exista é necessário um relacionamento sinérgico entre
o conhecimento tácito e o explícito e a elaboração de processos sociais que possibilitem a
criação de novos conhecimentos por meio da conversão do conhecimento tácito em
conhecimento explícito (NONAKA; TAKEUCHI, 1997, p. 82-83). “Empresas criadoras de
conhecimento, seriam, pois, aquelas que criam, sistematicamente, novos conhecimentos,
disseminam-nos pela organização inteira e, rapidamente, os incorporam as novas tecnologias
e produtos” (TERRA, 2001, p. 78).
Nesse sentido, verifica-se várias abordagens conceituais sobre a Gestão do Conhecimento
(GC), onde alguns autores como Hansen, Nohria, Tierney (1999) citam a existência da GC
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desde muitos anos. Para outros autores, conforme descrito na Figura 1, a GC está centrada na
criação de conhecimento, compartilhamento de conhecimento, e aplicação do conhecimento.
Figura 1 – Abordagens conceituais
Hedlund (1994) Aquisição de conhecimento, armazenamento de conhecimento,
transferência de conhecimento, aplicação do conhecimento, proteção do
conhecimento.
Moresi (2001) Conjunto de atividades que busca desenvolver e controlar todo tipo de
conhecimento em uma organização visando à utilização na consecução
de seus objetivos.
Terra (2001) “Um esforço para fazer com que o conhecimento de uma organização
esteja disponível para aqueles que dele necessitem dentro dela, quando
isso se faça necessário, onde isso se faça necessário e na forma como se
faça necessário, com o objetivo de aumentar o desempenho humano e
organizacional”.
Gartner Group (2004) apud É uma disciplina que promove, com visão integrada, o gerenciamento e o
Castro (2005) compartilhamento de todo o ativo de informação possuído pela empresa,
em documentos, pessoas, a expertise e as experiências táticas individuais
dos trabalhadores.
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O modelo apresentado por Terra (2001, p. 89-199) estabelece as sete dimensões da gestão do
conhecimento que propõe um papel central da gestão das organizações para a criação de
condições propícias ao compartilhamento e criação do conhecimento (Figura 2):
Figura 2 – Sete dimensões da Gestão do Conhecimento
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uso constante de equipes temporárias com grande autonomia, dedicadas a projetos inovadores,
cerca de 64% deles afirmam reunirem-se frequentemente com a finalidade de adaptarem-se ao
ambiente competitivo, com dificuldades na agilidade do processo decisório com o mínimo de
burocracia.
Tabela 3 – Estrutura organizacional
Concordam Discordam Neutro
3. Estrutura organizacional.
Qtde % Qtde % Qtde %
3.1. Realizam-se, com freqüência reuniões informais, fora do local de trabalho, para a
13 36% 14 39% 9 25%
realização de brainstormings.
3.2. Os layout’s são conducentes às trocas informais de informações (uso de espaços
8 22% 12 33% 16 44%
abertos e salas de reunião). São poucos os símbolos de status e hierárquicos.
3.3. Há um uso constante de equipes multidisciplinares e formais que se sobrepõem à
12 33% 7 19% 17 47%
estrutura formal tradicional e hierárquica.
3.4. Há um uso constante de equipes adhoc ou temporárias, com grande autonomia,
13 36% 8 22% 15 42%
totalmente dedicadas a projetos inovadores.
3.5. Pequenas reorganizações ocorrem com freqüência, de forma natural, para se adaptar
23 64% 2 6% 11 31%
às demandas do ambiente competitivo.
3.6. As decisões são tomadas no nível mais baixo possível. O processo decisório é ágil; a
7 19% 16 44% 13 36%
burocracia é mínima.
Fonte: Os autores (2013)
5.4. Administração de recursos humanos
Observa-se na Tabela 4, que existe um rigor no processo de seleção, buscando-se diversidade
e aumento da criatividade por meio do recrutamento, com planejamento de carreira
procurando-se dotar os funcionários de diferentes perspectivas e experiências com escopo das
responsabilidades dos cargos e sua abrangência. Investe-se em treinamentos com o propósito
do desenvolvimento profissional e pessoal, que levam ao autodesenvolvimento e ao
aprendizado pela ampliação dos contatos e interações com outras pessoas de dentro e fora da
empresa. O treinamento está associado às necessidades da área imediata de trabalho do
funcionário. O turnover é baixo neste seguimento industrial, e a evolução dos salários está
associada, principalmente, à aquisição de competências e não ao cargo ocupado, não existem
esquemas de premiação e de pagamentos associados ao desempenho da equipe, participação
nos lucros esquemas de participação societária envolvendo a maior parte dos funcionários.
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1ª Dimensão
1.2. A macro estratégica da empresa é comunicada, amplamente, para todos os níveis
organizacionais?
1.3. A alta administração estabelece, freqüentemente, metas desafiadoras em um sentido
de urgência para a mudança da realidade em direção a uma visão estabelecida?
2. Cultura e valores organizacionais
2.1. A missão e os valores da empresa são promovidos, de forma consistente, por atos
simbólicos e ações?
2.2. Há um elevado sentimento de confiança entre empresa e funcionários, existem de
maneira geral, um grande orgulho em trabalhar para a empresa?
2ª Dimensão
3.5. Pequenas reorganizações ocorrem com freqüência, de forma natural, para se adaptar
3ª
4.6 Estimula-se o aprendizado pela ampliação dos contatos e interações com outras
pessoas de dentro e fora da empresa?
4.7 O treinamento está associado às necessidades da área imediata de trabalho do
funcionário e /ou às necessidades estratégicas da empresa?
4.8 Há um baixo turnover (número de pessoas que se demitem ou são demitidas) na
empresa em comparação a outra empresas do mesmo setor?
5. Sistemas de Informação
5.1 A comunicação é eficiente em todos os sentidos (de cima para baixo, de baixo para
5ª Dimensão
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Este estudo teve como principais contribuições elencar alguns conceitos da gestão do
conhecimento, identificando através do modelo de Terra (2001) quais seriam as dimensões e
práticas efetivamente usadas em duas empresas de extração e beneficiamento de madeira da
região dos Campos Gerais, centro-sul do Estado do Paraná.
De acordo com o modelo de Terra (2001), dentre as sete dimensões, destacam-se três delas
que precisam ser trabalhadas para que contemplem o modelo apresentado pelo autor, sendo:
fatores estratégicos e o papel da alta administração; cultura e valores organizacionais e
estrutura organizacional.
Para que estas dimensões possam comtemplar o modelo de Terra (2011), necessita-se que
haja uma melhor distribuição de responsabilidades descentralizando a tomada de decisão,
estimulando a experimentação, e valorização de novas idéias, facilitando o processo decisório
e aumentando a agilidade através da minimização da burocracia.
Cumpre ressaltar que os conceitos apresentados são de relevante importância para se entender
a verdadeira natureza da GC junto às organizações. Todavia, as teorizações e evidências
apresentadas não têm a pretensão de serem conclusivas, mas estimular pesquisas futuras.
7. Referências
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Disponível em: <http://revistas.utfpr.edu.br/pg/index.php/revistagi/article/view/725/766>. Acesso em: 30 mar.
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