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Universidade de São Paulo

Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”


Casa do Produtor Rural

Poda de
Árvores Frutíferas
João Alexio Scarpare Filho
Ricardo Bordignon Medina
Simone Rodrigues da Silva
Casa do Produtor Rural - CPR
Av. Pádua Dias, 11 - Cx. Postal 9 • CEP 13418-900 - Piracicaba, SP
cprural@esalq.usp.br

Comissão de Cultura e Extensão Universitára


Prof. Dr. Rubens Angulo Filho Presidente
Prof. Dr. Luiz Gustavo Nussio Vice-presidente

Serviço de Cultura e Extensão Universitária


Maria de Fátima Durrer Chefe Administrativo

Coordenação editorial Fabiana Marchi de Abreu


Marcela Matavelli

Foto capa Paulo Soares


Layout de capa José Adilson Milanêz
Editoração eletrônica Maria Clarete Sarkis Hyppolito
Impressão ESALQ/USP - Serviço de Produções Gráficas
Tiragem 2000 exemplares • 1ª Impressão (2011)

Exemplares desta publicação podem ser adquiridos na:


Casa do Produtor Rural
Av. Pádua Dias, 11 • Bairro Agronomia • Piracicaba, SP • 13418-900
Fone: (19) 3429-4178/ 3429-4200 • cprural@esalq.usp.br

Distribuição Gratuita • Proibida a comercialização

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação


DIVISÃO DE BIBLIOTECA - ESALQ/USP

Scarpare Filho, João Alexio


Poda de árvores frutíferas / João Alexio Scarpare Filho, Ricardo Bordignon Medina e Simone
Rodrigues da Silva. - - Piracicaba: USP/ESALQ/Casa do Produtor Rural, 2011.
54 p. : il.

Bibliografia.
ISBN:978-85-86481-19-2

1. Árvores frutíferas 2. Frutas 3. Poda I. Medina, R. B. II. Silva, S. R. da. III. Título

CDD 634
S285p
João Alexio Scarpare Filho1
Ricardo Bordignon Medina2
Simone Rodrigues da Silva3

1
Professor Associado - Departamento de Produção Vegetal - ESALQ/USP
2
Aluno de Graduação em Engenharia Agronômica - ESALQ/USP
3
Professora Doutora - Departamento de Produção Vegetal - ESALQ/USP

Poda de
Árvores Frutíferas
Piracicaba
2011
Agradecimentos
À Pró-reitoria de Cultura e Extensão Universitária
Ao Programa Aprender com Cultura e Extensão
À Casa do Produtor Rural
Aos Produtores Rurais Benedito Portronieri, Engº Agrº Francisco Yamashita
e Ademir Jonas
À Engenheira Agrônoma Lena Kitahara

Apoio
Fundo de Fomento às Iniciativas de Cultura e Extensão da Pró-reitoria de
Cultura e Extensão Universitária
Índice
Introdução 07
Aspectos básicos da fisiologia e
morfologia das plantas 08
Conceito de poda e características
das plantas não podadas 11
Objetivos da poda 13
Tipos de poda 14
Poda de formação 14
Poda de frutificação ou produção 15
Poda de limpeza 15

Outras denominações da poda 16


De acordo com a época em que é realizada 16
• Poda de inverno (ou poda seca) 16
• Poda de verão (ou poda verde) 17
De acordo com a intensidade da poda 17
• Poda drástica 18
• Poda de renovação 18

Operações da poda 20
Supressão e encurtamento de ramos 20
Desbrota 21
Esladroamento 21
Desfolha 21
Desponte 21
Desnetamento 22
Raleio de frutos ou desbaste 22
Raleio de flores e botões florais 23
Operações complementares à poda 25
Arqueamento de ramos 25
Anelamentos 26
Incisões 26
Torção de ramos 26
Principais erros cometidos na prática da poda 27
Ferramentas utilizadas na poda 28
Formas de condução das plantas 30
Formas livres 30
• Vaso 31
• Taça 31
• Líder central 32
• Guia modificada 32
• Condução em forma de “Y” ou “V” 32
Formas apoiadas 33
• Latada, caramanchão ou pérgola 33
• Espaldeira 33
• Manjedoura 34
Exemplos práticos de poda 35
Poda em videira 36
Condução em espaldeira 36
Condução em latada 40

Poda em goiabeira 43
Poda em figueira 46
Poda em caquizeiro 49
Bibliografia consultada 49
Poda de árvores frutíferas 07

Introdução
A história da poda das plantas é de animal ou por evento natural, ti-
tão antiga quanto a da humanida- nham um desenvolvimento singu-
de e nos leva a um passado dis- lar, diferente das plantas não po-
tante e a curiosos fatos. Relatos dadas. Posteriormente, procurando
antigos da Grécia nos indicam ser imitar tais eventos, o homem pas-
um asno, e suas dentadas em ra- sou a fazer uso de tesouras e fa-
mos os “inventores” da poda. Ou- cas, estabelecendo assim a práti-
tras versões indicam serem ove- ca da poda, sendo que cada povo
lhas e cabras as responsáveis pela desenvolveu em sua diversidade
descoberta. Há quem diga também de plantas, um estilo próprio de
que foram eventos naturais como realizar a poda. Há relatos do uso
chuvas de granizo que naturalmen- da poda inclusive na Bíblia: “Eu
te “podaram” os ramos. A partir de sou a verdadeira videira e meu Pai
observações no campo, os agricul- o viticultor. Toda vara em mim que
tores da época puderam notar que não dá fruto ele corta; e toda vara que
as plantas que apresentavam os dá frutos, ele limpa para que dê mais
ramos cortados, seja por mordida abundante”. – João, 15:1-2.
08 Poda de árvores frutíferas

Aspectos básicos da fisiologia e


morfologia das plantas
Para a boa prática da poda, é impor- A seiva elaborada é utilizada nos pro-
tante conhecer alguns princípios bási- cessos vitais de crescimento e frutifi-
cos de fisiologia e morfologia das plan- cação. O crescimento vegetativo das
tas. A poda irá influenciar de forma plantas, de ramos e folhas é propor-
marcante algumas funções como cres- cional ao crescimento de suas raízes.
cimento, absorção de água e nutrien- A medida que a planta cresce, aumen-
tes, entre outras. ta o número de ramos e folhas, e con-
O desenvolvimento da planta ocorre sequentemente a fotossíntese e, com
pela retirada de água e sais minerais do isso, há maior produção de seiva ela-
solo através de suas raízes. Essa seiva borada. Quando a planta acumula re-
(bruta) é transportada até as folhas onde serva suficiente, entra em frutificação,
é transformada em seiva elaborada pelo reduzindo seu crescimento e direcio-
processo da fotossíntese. Outra parte nando a seiva para a formação dos fru-
da água retirada do solo é utilizada na tos. Parte dessa reserva é armazena-
respiração realizada nas folhas. da em outros órgãos, como as raízes.
Poda de árvores frutíferas 09
Após a colheita, a planta volta a cres- • Ramos que sofreram poda drás-
cer normalmente, aumentando seus tica apresentam maior vigor;
ramos e folhas ao mesmo tempo em • A redução da área foliar pode de-
que aumenta suas raízes. Quando as bilitar a planta;
reservas são novamente acumuladas, • A circulação da seiva é mais inten-
uma nova frutificação ocorre. sa em ramos retos e verticais;
Um dos princípios fisiológicos funda- • Ramos posicionados verticalmen-
mentais é que o excesso de crescimen- te propiciam o crescimento vege-
to vegetativo reduz a quantidade de tativo, enquanto que ramos hori-
frutos e o excesso de frutos reduz a zontais favorecem as gemas re-
qualidade dos mesmos, ou seja, exis- produtivas;
te uma relação inversa entre vigor e • Quando ocorre menor circula-
produtividade. ção de seiva, há maior acúmulo
Outros princípios fisiológicos da de reservas nos ramos, favore-
poda são citados na literatura: cendo a formação de gemas flo-
• Os ramos geralmente apresentam ríferas;
dominância apical; • As podas variam com a espécie, a
• O vigor dos brotos depende de sua finalidade e a idade da planta.
posição e quantidade no ramo; Com relação à morfologia, deve-se ter
• Há uma relação direta entre o de- conhecimento básico da classificação
senvolvimento da copa e do siste- das gemas quanto às suas funções.
ma radicular. O equilíbrio entre es- Gemas são estruturas meristemá-
tes, afeta o vigor e a longevidade; ticas fundamentais das plantas, pois
• As condições de clima e solo afe- dão origem a todas as estruturas da
tam o vigor e a fertilidade das ge- parte aérea.
mas; Para a prática de poda é interes-
• Ramos que recebem mais luz são sante conhecer a classificação das
mais produtivos e apresentam gemas com relação às suas funções,
maior circulação de seiva; que são: vegetativa, florífera e mis-
• Há espécies que frutificam em ra- ta. Denomina-se gema vegetativa
mos do ano e outra em ramos de aquela que se desenvolve e forma ra-
um ou mais anos; mos, folhas e outras estruturas, sem
• A poda drástica retarda a frutifi- formar flores. A gema florífera,
cação, pois exige crescimento ve- quando se desenvolve, forma uma
getativo que é antagônico às fun- flor ou inflorescência e a gema mis-
ções reprodutivas; ta é aquela que se desenvolve e for-
10 Poda de árvores frutíferas
ma ramos que trazem botões florais terminam se as mesmas produzirão
(Figuras 1e 2). em ramos do ano ou em ramos do ano
Os tipos de gemas das plantas, de- anterior.
João A. Scarpare Filho (ESALQ/LPV)

a b

Vegetativa Florífera

Florífera

Figura 1 - Gemas de pessegueiro, que produz em ramos do ano anterior, antes (a) e após a
brotação (b)
João A. Scarpare Filho (ESALQ/LPV)

Figura 2 - Gema mista de videira, que produz em ramos do ano, antes e após a brotação
Poda de árvores frutíferas 11

Conceito de Poda e Características


das plantas não podadas
A palavra “poda” vem do latim putare, copa é mais denso e sombreado,
que significa limpar, cortar, desbastar, com mais ramos secos, o que dificul-
derramar. No conceito fitotécnico, ou ta os tratos culturais e tratamentos
seja, na arte de cultivar plantas, a poda fitossanitários (Figura 3).
é considerada uma técnica cultural uti- Irregularidade da produção: ge-
lizada para alterar o desenvolvimento ralmente as plantas não podadas,
natural da planta. após se desenvolverem e acumula-
Se a poda é uma técnica cultural rem reservas, apresentam uma abun-
que altera o desenvolvimento das dante frutificação. Os frutos são em
plantas, devemos saber quais as ca- maior número, porém de menor ta-
racterísticas que um podador deseja manho. Além disso, os frutos se lo-
alterar nas plantas: calizam na periferia da copa, muitas
A forma: uma planta não podada, vezes em lugares pouco acessíveis,
em condições naturais apresenta dificultando e encarecendo a colhei-
grande volume de copa. O interior da ta. Desta maneira, após a colheita, o
12 Poda de árvores frutíferas
crescimento da nova parte vegetativa muito comum em plantas frutíferas de
é pequeno, havendo pouco acúmulo “fundo de quintal”.
de reservas, fazendo com que a próxi- A literatura específica indica diversos
ma frutificação seja debilitada. Estes objetivos para a realização da poda. Re-
ciclos alternados de produção é o que sumidamente, pode-se agrupá-los em
chamamos de alternância de safras. É três objetivos gerais explicados a seguir.
Paulo Soares (ESALQ/ACOM)

Figura 3 - Planta de lichieira não podada


Poda de árvores frutíferas 13

Objetivos da poda
• Alterar a forma natural da planta:
Importante: não se enquadram
modificar a arquitetura da planta a
como podas fitotécnicas as
fim de torná-la de menor porte, pro- que são realizadas com outros
porcionando melhor iluminação e o b j e t i v o s . P o r e x e mp l o , n a
arejamento no interior da copa; arborização urbana as podas
que são realizadas com o ob-
• Regularizar a produção: obter pro- jetivo de evitar que ramos en-
duções regulares anualmente, com trem em contato com a rede
frutos de boa qualidade; elétrica, embora necessárias,
• Manter a forma, a sanidade e o não devem ser consideradas
como uma poda fitotécnica.
vigor da planta: é realizada princi-
palmente após a colheita em plan- De acordo com os objetivos apresen-
tas adultas para controlar seu vi- tados é possível denominar os tipos de
gor e sanidade. poda.
14 Poda de árvores frutíferas

Tipos de poda
O ato de podar, manual ou mecani- denominada de poda de frutificação.
camente consiste em operações sim- Se o objetivo é manter as estruturas
ples que se resumem em cortes de básicas e a sanidade da planta, é cha-
partes das plantas como caules, ra- mada de poda de limpeza.
mos, folhas, raízes, flores e frutos.
Porém, a finalidade com que a poda é Poda de Formação
executada irá diferenciar uma poda da A poda de formação tem o objetivo
outra, dando às operações diferentes de formar uma boa estrutura de copa,
nomes. A denominação principal da deixando-a simétrica e arejada, o que
poda se dá de acordo com o objetivo facilita os tratos culturais e garante uma
que se procura alcançar: maior resistência a tombamentos e
Quando a poda é realizada com o ob- quebras de galhos. É realizada nos
jetivo de formar a estrutura da planta, é primeiros anos após o plantio (de três
denominada de poda de formação. a quatro anos, dependendo da espé-
Quando executada com o objetivo de cie) e neste período deve-se priorizar
obter uma frutificação regular, com fru- o desenvolvimento vegetativo, evitan-
tos maiores e bem desenvolvidos, é do que a planta entre em produção.
Poda de árvores frutíferas 15
Poda de Frutificação ou tos que atendem as exigências de
Produção mercado.
Consiste na retirada do excesso de
ramos produtivos para obter o equi- Poda de Limpeza
líbrio entre vegetação e frutificação, É realizada principalmente na fase
evitando alternâncias de safras. É re- de repouso fisiológico das plantas e
alizada durante a fase produtiva das após a poda de frutificação. Nesta
plantas. operação são retirados o excesso de
Deve-se ressaltar que esta poda ramos, que estejam mal posiciona-
não aumenta a produção de frutos, dos, fracos, excessivamente vigoro-
mas regulariza a produção, com fru- sos ou contaminados.
16 Poda de árvores frutíferas

Outras denominações da poda


É bom ressaltar que esses tipos de folhas e bastante lignificadas, com ramos
poda (formação, frutificação e limpe- lenhosos, é denominada de poda seca
za) podem receber outras denomina- ou de inverno (Figura 4).
ções de acordo com a época e inten-
sidade em que são executadas.
João A. Scarpare Filho (ESALQ/LPV)

De acordo com a época em que


é realizada
Poda de inverno (ou poda seca)
Nas plantas de clima temperado, como
pêssego, uva, entre outras, que são
caducifólias, ou seja, que perdem suas fo-
lhas no outono, executa-se tanto a poda
de limpeza como a de frutificação no in-
verno e início de primavera. Como nes-
sa época as plantas se apresentam sem Figura 4 - Poda de inverno em pessegueiro
Poda de árvores frutíferas 17
Poda de verão (ou poda verde) deslocar a época de colheita (Figura 5).
É realizada durante o período de
desenvolvimento vegetativo, quando De acordo com a intensidade da
as plantas se apresentam totalmente poda
enfolhadas. Esta forma de poda é im- As podas mais intensas são reali-
portante e complementa a poda de in- zadas com os objetivos de reformar
verno, pois permite uma seleção mais e renovar a estrutura e partes da
criteriosa dos ramos, facilitando a pe- planta. As denominações que esse
netração de luz e canalizando as ener- tipo de poda recebe na literatura são
gias para os ramos remanescentes, subjetivas e varia de acordo com a
melhorando a qualidade dos frutos. espécie que está sendo podada. Te-
Compreende as operações de esla- mos por exemplo, a recepa em videi-
droamento, desponte, desbrota, des- ra, o esqueletamento em pesseguei-
folha, incisão e anelamento, desbaste ro, poda drástica em figueira.
e desnetamento. Para melhor compreensão, classi-
Também pode ser realizada a poda ficaremos as podas com base na in-
verde com o objetivo de produção. Esta tensidade de execução em apenas
técnica é utilizada em diversas frutíferas, dois tipos: poda drástica e poda de
como uva e goiaba com a finalidade de renovação.
João A. Scarpare Filho (ESALQ/LPV)

Figura 5 - Poda verde em videira


18 Poda de árvores frutíferas
Poda drástica Poda de renovação
A poda drástica deve ser consi- A poda de renovação da copa
derada quando parte da arquitetura deve ser considerada quando o ob-
principal da planta, como tronco e ra- jetivo é refazer parte da copa, porém,
mos primários, são cortados com a sem alterar a arquitetura principal da
finalidade de serem reformados e planta. Exemplos de pessegueiro e
renovados. Exemplos de goiabeira e goiabeira são mostrados nas Figuras
videira são mostrados nas Figuras 6 8 e 9.
e 7.
João A. Scarpare Filho (ESALQ/LPV)
João A. Scarpare Filho (ESALQ/LPV)

Figura 6 - Poda drástica em goiabeira


João A. Scarpare Filho (ESALQ/LPV)

Figura 8 - Poda de renovação (esqueletamento) em


pessegueiro conduzido em líder central

Independente da denominação que


receba de acordo com a intensidade ou
Figura 7 - Poda drástica (recepa) em videira época de realização, é importante que
Poda de árvores frutíferas 19
sejam definidos claramente os objetivos cer muito bem a morfologia e fisiologia
da poda. Vale ressaltar que cada espé- da planta, além de ter boa prática, para
cie possui suas particularidades, épocas executar as operações da maneira mais
corretas de poda, e que é preciso conhe- correta e assim obter bons resultados.
Simone R. da Silva (ESALQ/LPV)

Figura 9 - Poda de renovação em goiabeira


20 Poda de árvores frutíferas

Operações da poda
Supressão e encurtamento de
Paulo Soares (ESALQ/ACOM)

ramos
A supressão consiste na eliminação
total de ramos, enquanto o encurta-
mento consiste na eliminação de par-
tes dos mesmos (Figuras 10 e 11).
Paulo Soares (ESALQ/ACOM)

Figura 10 - Supressão de ramos em atemóia Figura 11 - Encurtamento de ramos em atemóia


Poda de árvores frutíferas 21
Desbrota Esladroamento
É a retirada de brotos novos impro- Consiste na retirada dos ramos
dutivos ou em excesso, que se de- chamados ladrões. Estes ramos são
senvolvem às custas das reservas, vigorosos e provocam desequilíbrio
em detrimento ao crescimento e à nutricional na planta, pois os mesmos
frutificação. É comum esta prática na competem por nutrientes, espaço e
condução de plantas após a poda luz com os ramos de produção.
principal (Figura 12).
Desfolha
João A. Scarpare Filho (ESALQ/LPV)

É a remoção de folhas para favo-


recer a iluminação e o arejamento
das flores e frutos, eliminando focos
de doenças e pragas e melhorando
a coloração dos frutos de pera, maçã,
ameixa, kiwi, entre outras. Esta ope-
ração deve ser feita com cuidado,
pois o desfolhamento excessivo pre-
judica o desenvolvimento da planta,
visto que a folha é a responsável pela
fotossíntese. As folhas próximas aos
frutos são as responsáveis pela sua
proteção e nutrição e proporcionam
melhor qualidade, desde que não
haja contato entre ambos.

Desponte
Consiste num simples encurta-
mento da ponta do ramo, onde se
encontra o meristema apical, de
modo que o ramo diminua seu cres-
cimento, favorecendo o desenvol-
vimento dos frutos. Essa operação
também pode ser utilizada para for-
çar o desenvolvimento de ramos in-
feriores, ou brotações laterais quan-
Figura 12 - Desbrota em figueira do necessárias.
22 Poda de árvores frutíferas
Desnetamento O resultado do raleio depende da
É uma poda verde aplicada às vi- época em que é realizado. Essa
deiras que consiste em eliminar os prática dependerá dos custos e be-
ramos vegetativos chamados ne- nefícios econômicos esperados e
tos, que nascem lateralmente do pode ser manual, mecânica e quí-
ramo principal (Figura 13). mica.
O raleio manual é o mais eficien-
João A. Scarpare Filho (ESALQ/LPV)

te, pois permite uma seleção cri-


teriosa dos frutos a serem desbas-
tados, porém é o mais demorado,
exigindo maior esforço do poda-
dor. O raleio mecânico utiliza equi-
pamentos como varas de borracha
ou madeira, máquinas vibratórias,
sendo empregado muitas vezes
como um pré-desbaste rápido
para depois ser complementado
com o raleio manual, que é mais
seletivo.
O raleio químico é utilizado para
reduzir o tempo e os custos da ope-
ração pela aplicação de produtos
que derrubam flores ou frutos. É
importante considerar a época cer-
Figura 13 - Desnetamento em videira
ta e dose correta do produto para
fazer a aplicação. Devido à irregu-
Raleio de frutos ou desbaste laridade em sua eficiência é utili-
Consiste em eliminar certa quantida- zado em alguns casos específicos,
de de frutos da planta, quando ainda necessitando de um complemento
se encontram imaturos, visando o equi- com raleio manual.
líbrio da produção e a melhoria da qua- Em geral, o raleio de frutos é uma
lidade dos frutos remanescentes como operação demorada e de elevado
tamanho, cor e sabor. Elimina-se pre- custo, porém, seus benefícios em
ferencialmente frutos machucados, fruticultura geralmente compensam
atacados por pragas, defeituosos, mal e justificam a sua realização (Figu-
posicionados e pequenos. ra 14).
Poda de árvores frutíferas 23
João A. Scarpare Filho (ESALQ/LPV)

a b

Figura 14 - Raleio de bagas em videira (a); pessegueiro sem raleio (b) e com raleio de frutos (c)

Raleio de flores e botões mais cedo possível, ainda na fase de


florais botão floral, mas em grandes áreas de
É a redução da quantidade de flores e produção é economicamente inviável,
botões florais na planta, para evitar a for- pois não há como prever a fixação de
mação de frutos em excesso. Recomen- frutos, razão pela qual o produtor prefe-
da-se que essa operação seja feita o re optar pelo raleio de frutos (Figura 15).
24 Poda de árvores frutíferas
Paulo Soares (ESALQ/ACOM)

Figura 15 - Raleio de botões florais com pente em videira


Poda de árvores frutíferas 25

Operações
complementares à poda
Arqueamento de ramos
É a prática que altera a posição nor- tar que ramos em posição vertical, fa-
mal dos ramos principais, inclinando-os vorecem a vegetação da planta e ra-
em relação ao solo. Tem como objeti- mos inclinados favorecem a frutifica-
vo melhorar a aeração e iluminação ção. Há diversas maneiras de arquear
interna da copa. É interessante ressal- os ramos (Figuras 16 e 17).
João A. Scarpare Filho (ESALQ/LPV)
João A. Scarpare Filho (ESALQ/LPV)

Figura 16 - Arqueamento de ramos em macieira Figura 17 - Arqueamento de ramos em pessegueiro


26 Poda de árvores frutíferas
Anelamentos

Divulgação
a
É a remoção de um anel bem fino
em ramos contendo frutos, com a
finalidade de acumular a seiva ela-
borada na parte superior do ramo.
Essa técnica é realizada no início
da maturação para melhorar a fi-
xação, tamanho, coloração e sabor
dos frutos (Figura 18 a, b). Deve
ser feita com moderação, pois uma b
série de interrupções de seiva po-
derá causar um enfraquecimento
da planta. Para que essa técnica
seja eficiente em sua aplicação, é
necessário que ocorra a cicatriza-
ção do anel, após o efeito deseja-
do (Figura 18 c).
João A. Scarpare Filho (ESALQ/LPV)

Incisões
A incisão é realizada acima de
uma gema e tem o objetivo de que-
brar a dominância apical e fazer
com que esa gema brote. A domi-
nância é quebrada pela interrupção
do fluxo de auxinas que são sinte-
tizadas nos ápices dos ramos e d
translocam-se para as raízes das
plantas (Figura 18 d).

Torção de ramos
Consiste numa ligeira torção dos ra-
mos durante o período vegetativo, com
o objetivo de quebrar a dominância apical
Figura 18 - Anelamentos (a) (b); anelamento
e assim estimular as brotações laterais. cicatrizado (c); incisão (d)
Poda de árvores frutíferas 27

Principais erros cometidos na


prática da poda
Na poda de formação, os erros voltar a fazê-la de forma severa em
mais comuns são: realizar a poda an- anos subsequentes, podendo re-
tecipada de ramos que nascem no sultar em alternância de safras,
tronco, impedindo seu engrossamen- pelo esgotamento das reservas e
to e expondo-o à luz; formar uma copa pelo crescimento vegetativo inten-
muito alta que dificulta os tratos cultu- so, levando à uma redução da pro-
rais e a colheita; deixar numerosos ra- dutividade. Outro erro é a elimina-
mos principais e permitir a produção ção exagerada de ramos no inte-
na fase de formação da planta. rior ou na base da planta, prejudi-
Na poda de frutificação, o erro cando a produção e expondo os ra-
mais comum é deixar de realizar mos secundários à insolação inten-
essa poda durante vários anos e sa que causa escaldadura.
28 Poda de árvores frutíferas

Ferramentas utilizadas na poda


São utilizadas diversas ferramentas mais alongados, possibilitando o corte
na execução das diferentes modalida- de ramos mais grossos devido à força
des de poda tais como: tesouras pe- da alavanca. Nas partes mais altas da
quena e grande, tesoura pneumática, planta a poda deve ser feita com o au-
canivete, serrote, machado, foice, ser- xílio de uma escada. É aconselhável
ra, escada, entre outros. que ela tenha três pontos de apoio para
As tesouras pequenas podem ser maior estabilidade e que seja fabricada
manuseadas apenas com uma mão e com material leve, para facilitar o trans-
cortam ramos de diâmetro reduzido. porte. Há também tesouras elétricas e
Para realizar o corte, a contra lâmina pneumáticas, viáveis em grandes pro-
deve ser apoiada no ramo que irá ser priedades, pois reduzem o tempo de
podado e a lâmina cortante deve ir de poda.
encontro ao ramo. Desta maneira, não Quando o diâmetro do ramo não
há compressão ou esmagamento da permitir o corte pela tesoura grande,
parte do ramo mantida na planta. As é necessário a utilização de um
tesouras maiores são manuseadas serrote pequeno que possua uma
com as duas mãos e possuem cabos forma curva para facilitar a poda nas
Poda de árvores frutíferas 29
ramificações, com todos os dentes na correto do equipamento, é neces-
mesma altura, a fim de que o corte sário que ele esteja em boas con-
seja limpo e o esforço reduzido. dições de uso, com lâminas afia-
Independentemente da ferramen- das e sem folga entre as facas para
ta utilizada, é aconselhável que que seja utilizado sem interrupções
seja fabricada com um material e obter cortes mais lisos e com me-
leve, para reduzir o peso, diminuir nos esforço. É sempre indicado se-
o tempo da operação e aumentar a guir as recomendações técnicas
eficiência do trabalho. Para o uso dos fabricantes e distribuidores.
30 Poda de árvores frutíferas

Formas de condução das plantas


As frutíferas podem ser conduzidas racujazeiros, kiwizeiros são exemplos
em formas livres e apoiadas, levando de espécies conduzidas em forma
em consideração a espécie, varieda- apoiada.
de e região.
A forma livre é a mais encontrada Formas livres
em pomares, em que a planta é condu- Vaso
zida na forma de árvore ou arbusto, A planta conduzida nesta forma,
sustentada pelo seu próprio tronco possui um tronco baixo, em torno de
como a mangueira, laranjeira, pitan- 0,5 m onde se inserem de 3 a 6 ra-
gueira, entre outras. Os sistemas de mos principais, também chamados
condução mais utilizados são em vaso, de pernadas que deverão estar bem
taça, líder central, guia modificada, em distribuídos, equidistantes, vigorosos
formas de “Y” ou “V”. e não devem estar inseridos no mes-
Na condução em forma apoiada, a mo ponto. As pernadas são condu-
planta é sustentada por um tutor, ou zidas com inclinação de mais ou
por uma estrutura de apoio, como as menos 45o em relação ao solo. Nas
espaldeiras e latadas. As videiras, ma- pernadas se inserem os ramos de
Poda de árvores frutíferas 31
produção que deverão ser podados Taça
anualmente. A forma de taça difere da forma de
O sistema de condução em vaso vaso no ângulo de inclinação das
é utilizado para caquizeiro, pesse- pernadas, que ficam com cerca de 30o
gueiro, figueira, ameixeira, maciei- em relação ao solo. A taça é mais aber-
ra, pereira, marmeleiro, entre outras. ta, propicia maior exposição das
Tem a vantagem de formar uma copa pernadas aos raios solares, o que faz
mais arejada, com maior penetra- este sistema de condução ser pouco uti-
ção de luz, facilitando os tratos cul- lizado para as nossas condições tropi-
turais, pulverizações e colheita (Fi- cais, que favorecem as escaldaduras de-
gura 19). vido à intensa insolação (Figura 20).
João A. Scarpare Filho (ESALQ/LPV)

Figura 19 - Condução do pessegueiro em vaso


Simone R. da Silva (ESALQ/LPV)

Figura 20 - Condução de goiabeira em taça


32 Poda de árvores frutíferas
Líder Central espontâneas de crescimento das árvo-
Neste tipo de condução, a planta é res com o tronco se prolongando até aci-
mantida com um ramo principal de ma das pernadas principais formadas.
crescimento vertical, e dele partem di- Para tal, após a poda de formação, na
versos ramos laterais, onde serão ob- altura de meio metro, deixa-se além das
tidos os frutos, assim como numa plan- brotações laterais para formação das
ta de café. Este sistema é uma alter- pernadas, uma brotação vertical para
nativa para quem deseja ter facilidade prolongamento do líder. O mesmo pro-
com a poda, pois basta realizar um cedimento é então repetido nesse líder
esqueletamento na planta para que os nos próximos anos, resultando na for-
ramos de produção sejam renovados. mação da planta (Figura 22).
Esse sistema é muito apropriado para
Ricardo Alfredo Kluge (ESALQ/LCB)

macieiras e pereiras. (Figura 21).


João A. Scarpare Filho (ESALQ/LPV)

Figura 22 - Pessegueiro conduzido em guia


modificada

Condução em forma de “Y” ou “V”


Figura 21 - Macieira conduzida em líder central Este sistema é uma variação da
condução em vaso, pois a planta
Guia Modificada também se desenvolve sem um tron-
Este sistema é uma mistura da con- co central de crescimento vertical,
dução em líder central e em vaso, onde deixando-se apenas duas pernadas
são conservadas as características opostas uma à outra (Figura 23).
Poda de árvores frutíferas 33
luminosidade intensa, pois os frutos se
João A. Scarpare Filho (ESALQ/LPV)

desenvolvem abaixo da folhagem da


planta, fazendo com que as frutas, a
exemplo das bagas das uvas, fiquem
protegidas contra queimaduras. O
acesso aos frutos facilita o manuseio,
a colheita e melhora a eficiência de
aplicação de produtos fitossanitários.
Entretanto, neste sistema a desbrota
deve ser criteriosa, deixando o dossel
raleado com o objetivo de favorecer a
penetração de luz. O ambiente da la-
tada com maior sombreamento, umi-
dade e menor ventilação propicia um
microclima favorável ao ataque de
pragas e doenças, prejudica a quali-
Figura 23 - Formação de pessegueiro em “Y” dade dos frutos e prolonga o ciclo de
produção.
Formas apoiadas
Latada, caramanchão ou
João A. Scarpare Filho (ESALQ/LPV)

pérgola
A planta é conduzida de modo que
a copa se desenvolva horizontalmen-
te, em uma estrutura de arames apoia-
dos sobre mourões fincados no solo.
A altura desses mourões pode variar
de 1,8 a 2,0 metros, e o material deve
ser de madeira ou concreto. Este tipo
de condução é indicado para plantas Figura 24 - Videira conduzida em latada

trepadeiras de maior valor comercial,


pois é uma instalação de custo eleva- Espaldeira
do, sendo utilizado principalmente em Nesse sistema, a planta é conduzida
uvas finas, kiwi e maracujá doce (Fi- verticalmente, apoiada em uma estru-
gura 24). tura similar a uma cerca. O investimen-
A condução da cultura em latada é to em estrutura, com o uso de arames
bastante indicada para regiões com e mourões é menor do que na latada.
34 Poda de árvores frutíferas
Inicialmente, são colocados postes É um sistema que permite boa
reforçados nas extremidades da ventilação, além de uma boa pene-
espaldeira (chamados de cabeceiras), tração dos raios solares, melhoran-
podendo estes ser de madeira ou do a qualidade dos frutos. Nesse sis-
concreto enterrados numa profundi- tema, a produtividade depende da
dade de aproximadamente 40 cm. Di- densidade de plantio, e não da pro-
vide-se o intervalo entre as cabecei- dução por planta, visto que indivi-
ras e colocam-se os mourões secun- dualmente, a planta não terá muitos
dários, ou internos. Recomenda-se frutos, pois sua copa é limitada no ta-
um mourão secundário a cada 4 a manho.
6 m. Os mourões podem ter as mes-
mas características dos descritos Manjedoura
para a latada, porém devem ser en- É uma forma de condução deriva-
terrados cerca de 20 cm, ficando 1,80 da da espaldeira. Consiste em con-
m acima do nível do solo (Figura 25). duzir o braço da videira da mesma
forma que em espaldeira, a um metro
João A. Scarpare Filho (ESALQ/LPV)

do solo. Os ramos de produção são


conduzidos inclinados e amarrados
em fios de arames que estão inseri-
dos em travessas em forma de “V”.
É utilizado tanto para uvas de poda
curta como de poda longa (Figura 26).
Simone R. da Silva (ESALQ/LPV)

Figura 25 - Videira conduzida em espaldeira

A espaldeira pode ser formada com


um ou mais fios de arame, dependen-
do da espécie que será conduzida.
O primeiro situa-se a 1m do solo, o
segundo a 40 cm do primeiro e o ter-
ceiro a 30 cm do segundo. Figura 26 - Videira conduzida em manjedoura
Poda de árvores frutíferas 35

Exemplos práticos de poda


A importância da poda varia conforme Seguem exemplos práticos de poda
a espécie, sendo decisiva para videira, em algumas espécies frutíferas de im-
goiabeira, figueira, pessegueiro, atemóia; portância econômica, que variam
relativa em macieira, pereira, caquizeiro, quanto ao destino do produto final, con-
oliveira e de menor importância nos dução a ser utilizada, espaçamento, re-
citros, nogueira-pecã, entre outras. gião de cultivo, entre outros fatores.
Paulo Soares (ESALQ/ACOM)

Planta de atemóia não podada (à esquerda) e podada (à direita)


36 Poda de árvores frutíferas

Poda em videira
A videira é uma planta tipicamente Geralmente, videiras de vigor médio
de clima mediterrâneo, mas de gran- recebem a poda curta, pois as gemas
de adaptabilidade nas mais variadas férteis se localizam na base dos ra-
regiões. Seu fruto é apreciado tanto mos que se desenvolveram no ano
in natura como para a produção de vi- anterior e são conduzidas em espal-
nhos e sucos. Por se tratar de uma deiras. É o caso das cultivares Niaga-
planta trepadeira, a videira necessita ra Rosada, Isabel e a maioria das
de suporte para seu desenvolvimento, uvas de vinho. Nas videiras mais vi-
como as espaldeiras e latadas, já des- gorosas faz-se a poda longa, pois
critas anteriormente. as gemas férteis se localizam geral-
As videiras possuem gemas vege- mente a partir da quinta gema, no
tativas e mistas. As gemas mistas são ramo que cresceu no ano anterior e
as que trazem os cachos de uva após são conduzidas em latadas.
sua brotação, e por isso são chama-
das de gemas férteis. A quantidade e Condução em espaldeira
distribuição destas gemas nos ramos O plantio direto no campo pode ser
variam de cultivar para cultivar. feito com mudas previamente enxerta-
Poda de árvores frutíferas 37
das ou com porta enxertos, ou “cavalos”. Cada brotação do enxerto é
Esses últimos se desenvolvem duran- conduzida sobre o primeiro fio de ara-
te um ano e após esse período serão me e amarrada de forma a guiar seu
enxertados. A formação das plantas crescimento horizontalmente, forman-
ocorrerá entre o primeiro e segundo do os braços (Figuras 29 e 30).
ano após a enxertia. A condução é fei-

João A. Scarpare Filho (ESALQ/LPV)


ta selecionando-se duas brotações do
enxerto (Figura 27) e conduzindo-as até
o primeiro fio de arame (Figura 28).
João A. Scarpare Filho (ESALQ/LPV)

Figura 29 - Inclinação dos brotos no primeiro fio


de arame
João A. Scarpare Filho (ESALQ/LPV)

Figura 27 - Brotações selecionadas do enxerto


João A. Scarpare Filho (ESALQ/LPV)

Figura 30 - Detalhe da condução das brotações


do enxerto, uma para cada lado do
fio de arame

O crescimento de cada braço é


conduzido até que atinja o braço da
Figura 28 - Condução dos brotos até o primeiro
fio de arame planta ao lado, ou seja, até a meta-
38 Poda de árvores frutíferas
de do espaçamento entre plantas, Após a formação da planta, anual-
quando são então despontados, in- mente será realizada a poda de
terrompendo o crescimento hori- frutificação. A primeira poda de pro-
zontal e forçando a brotação de dução será executada no neto (Figu-
suas gemas laterais. Estas brota- ra 32 e 33) forçando a brotação da
ções (netos) formarão as varas de gema mista (fértil) que está localiza-
produção, que crescem vertical- da no braço. Esse broto trará cachos
mente, sendo tutoradas e amarra- iniciando assim, a primeira produção.
das nos dois arames superiores
(Figura 31). Em Niagara Rosada João A. Scarpare Filho (ESALQ/LPV) Peciolo
recomenda-se deixar quatro varas foliar

por braço, no espaçamento de 2,0


x 1,0 metro. Neto
João A. Scarpare Filho (ESALQ/LPV)

Gema fértil

Figura 32 - Detalhe da posição onde será


realizada a primeira poda de
f r u t if i ca ç ã o , su p r i m in d o o
ramo neto para brotação da
gema fértil inserida no braço
João A. Scarpare Filho (ESALQ/LPV)

Neto podado
Figura 31 - Videira formada com os netos
amarrados nos arames supe-
riores

O tempo para formação da plan-


ta pode variar, dependendo do vi-
gor da cultivar, fertilidade do solo Figura 33 - Detalhe da poda do neto e
brotação da gema fértil inse-
e do clima da região. rida no braço
Poda de árvores frutíferas 39
A poda de produção nos anos ção de brotos (Figuras 36, 37, 38),
subsequentes será realizada na pri- gavinhas e retirada dos netos e no
meira gema (poda curta) dos ramos inverno, com a eliminação de ramos
que produziram no ano anterior (Figu- fracos ou excessivamente vigorosos,
ra 34 a, b). bem como de partes da planta ata-
cadas por pragas ou doenças. A exe-
João A. Scarpare Filho (ESALQ/LPV)

a cução das técnicas culturais são es-


senciais para manter a planta com
equilíbrio nutricional e com produ-
João A. Scarpare Filho (ESALQ/LPV) ções regulares (Figura 39).

Próxima poda

Figura 35 - Aspecto da poda de produção


João A. Scarpare Filho (ESALQ/LPV)

Figura 34 - Indicação da localização da poda


de frutificação após a colheita (a)
e ramo já podado com a nova
brotação do ano seguinte (b)

Após a poda de frutificação (Figu-


ra 35), inicia-se a poda de limpeza
que é realizada no período de desen-
Figura 36 - Videira antes da desbrotra
volvimento vegetativo com a elimina-
40 Poda de árvores frutíferas
Condução em latada
João A. Scarpare Filho (ESALQ/LPV)

Videiras mais vigorosas recebem a


poda longa, pois a posição das ge-
mas férteis pode variar de acordo
com o clima, cultivares e porta-enxer-
to utilizado. Em regiões mais quen-
tes, geralmente as gemas férteis lo-
calizam-se a partir da décima gema
e nas regiões mais amenas, como o
Sudeste do Brasil, se localizam a
partir da quinta gema, no ramo que
cresceu no ano anterior.
Para a formação em latada, a vi-
deira deve ser conduzida vertical-
mente em um único ramo, até ultra-
Figura 37 - Ramo selecionado com inflorescência passar os fios de arame, que estão
dispostos horizontalmente sobre os
João A. Scarpare Filho (ESALQ/LPV)

mourões (Figura 40).


João A. Scarpare Filho (ESALQ/LPV)

Figura 38 - Aspecto da videira brotada


João A. Scarpare Filho (ESALQ/LPV)

Figura 40 -Tutoramento de um único ramo até


Figura 39 - Videira formada em produção atingir os fios de arame
Poda de árvores frutíferas 41
Esse ramo é podado para forçar as

João A. Scarpare Filho (ESALQ/LPV)


brotações laterais, das quais apenas
duas serão selecionadas para formar
os braços. O crescimento de cada
braço é conduzido até que atinja o
braço da planta ao lado, ou seja, até
a metade do espaçamento entre
plantas, quando são despontados, in-
terrompendo o crescimento horizon-
tal e forçando a brotação de suas Figura 42 - Videira em latada antes da poda de
produção
gemas laterais (netos). Estas brota-
João A. Scarpare Filho (ESALQ/LPV)

ções formarão as varas de produção,


que ao crescerem, serão amarradas
nos fios de arame. Pela forma adqui-
rida da planta, também é chamada
de formação em “espinha de peixe”
(Figura 41). O tempo de formação é
em média de 3 anos.
João A. Scarpare Filho (ESALQ/LPV)

Figura 43 - Poda curta para formar novos ramos


e poda longa para produção
João A. Scarpare Filho (ESALQ/LPV)

Figura 41 - Videira formada em “espinha de


peixe”
Figura 44 - Brotação da videira após poda de
A poda de produção nos anos subse- produção

quentes será realizada da quinta à dé- Em videiras, recomenda-se a apli-


cima gema dos ramos (poda longa), cação, após a poda de produção, de
que produziram no ano anterior, de- biorreguladores (regulador de cres-
pendendo do vigor da cultivar e clima cimento) para regular e uniformizar
da região (Figuras 42, 43, 44, 45, 46). a brotação.
42 Poda de árvores frutíferas
João A. Scarpare Filho (ESALQ/LPV)

João A. Scarpare Filho (ESALQ/LPV)


Figura 45 - Detalhe da brotação com inflo- Figura 46 - Videira em produção conduzida em
rescência latada
Poda de árvores frutíferas 43

Poda em goiabeira
Nativa da América Tropical, a goia- o mercado de fruta fresca. Os frutos
beira é uma planta vigorosa, produ- que serão destinados à mesa reque-
tiva, com cultivares de polpa branca, rem maior exigência em qualidade
amarela e vermelha. como tamanho, forma, coloração, in-
A goiabeira possui gemas mistas e tegridade da casca quando compara-
vegetativas. As mistas são abundan- dos aos destinados para indústria, a
tes e estão distribuídas por toda a plan- qual prioriza volume de produção.
ta, sendo responsáveis pelo desenvol- A formação da goiabeira, cujos fru-
vimento da flor e fruto. Tanto a poda tos serão comercializados como fru-
longa como a curta irá trazer brotações ta fresca, é feita em vaso ou taça,
com frutos, embora a poda menos in- com copa baixa (Figura 47). Após o
tensa favoreça a formação de flores e plantio da muda e seu estabeleci-
a mais intensa favoreça o crescimento mento, a goiabeira é podada à uma
vegetativo. altura de aproximadamente 50 cm,
A prática da poda em goiabeira de- quando seu tronco apresentar aspec-
penderá do destino final da fruta que to lenhoso e coloração castanha. De
poderá seguir para a indústria ou para todas as brotações, selecionam-se
44 Poda de árvores frutíferas
quatro ramos equidistantes, que saí- tal, os ramos da planta que frutifica-
rem de diferentes alturas do tronco ram são podados todos ao mesmo
os quais formarão as pernadas prin- tempo, deixando-se apenas um ramo
cipais e uma copa horizontalmente pulmão por planta com a finalidade
disposta, de porte baixo. de manter a fotossíntese, uniformizar
a brotação e garantir maior produção
dos ramos frutíferos (Figura 48).
Simone R. da Silva (ESALQ/LPV)

Quando inicia-se as primeiras


brotações, é feita a supressão do
ramo pulmão em todas as plantas.
Após o término da poda, recomen-
da-se fazer a pulverização das plan-
tas com calda sulfocálcica para man-
ter a sanidade das mesmas.
Simone R. da Silva (ESALQ/LPV)

Figura 47 - Planta adulta de goiabeira conduzida


em vaso

Das pernadas brotarão vários ra-


mos onde ocorrerá a frutificação.
Após cada produção, faz-se a poda
de frutificação que consiste no en-
curtamento dos ramos que já produ-
ziram, visto que a goiabeira frutifica
Figura 48 - Poda de frutificação em goiabeira
em ramos que estão em crescimen- deixando-se ramo “pulmão”
to, ou seja, em ramos do ano. Essa
poda deve ser realizada com cuida- No sistema escalonado ou contí-
do, pois ramos vigorosos, se poda- nuo, a poda é realizada por planta e
dos muito curtos, originarão ramos por área. No primeiro caso, os ramos
vegetativos, enquanto que ramos são podados em épocas diferentes
pouco vigorosos, quando podados na mesma planta, o que resulta várias
longos, originarão brotação fraca e brotações e frutos maduros ao longo
debilitada. do ano. O segundo caso é o escalo-
O encurtamento dos ramos pode namento por área, onde as árvores
ser escalonado ou total. Na poda to- recebem uma poda total, porém cada
Poda de árvores frutíferas 45
talhão é podado em época diferente. Posteriormente os frutos em núme-
Deste modo a produção ocorre ao lon- ro desejado deverão ser protegidos
go do ano em função das diferentes com sacos de papel manteiga (Figu-
áreas podadas em diferentes épocas. ra 49) ou mesmo com sacos feitos
Algumas práticas favorecem a ma- de resma de papel. O ensacamento
nutenção das estruturas e da sani- melhora a aparência dos frutos, pois
dade das plantas de goiabeira, tais evita ocorrência de manchas, ata-
como: a retirada de ramos quebra- ques de pragas como mosca das fru-
dos, doentes, mortos, atacados por tas, besouro amarelo, gorgulho en-
pragas e doenças. Eliminam-se tam- tre outras e não permite a contami-
bém os ramos que crescem vertical- nação da casca dos frutos por defen-
mente (ramos vegetativos, sem pro- sivos agrícolas.
dução); ramos que se cruzam e os
Simone R. da Silva (ESALQ/LPV)

que crescem para baixo ou para o


centro da copa.
Para a obtenção de frutos maiores e
com melhor aparência, é necessário que
se faça o desbaste e ensacamento de
frutos. O desbaste evita a competição
entre os frutos por fotoassimilados e luz.
Procura-se deixar dois frutos por ramo,
eliminando-se o restante. Em plantas Figura 49 - Frutos de goiaba ensacados
mais velhas, que apresentam poucos ra-
mos frutíferos, este número deverá ser De uma forma geral os cortes resul-
maior, deixando-se três a quatro frutos tantes das podas devem ser lisos e in-
por ramo. O ideal é que a planta tenha clinados e a região podada ser pulve-
de 600 a 800 frutos. O desbaste deverá rizada com produto a base de cobre
ser feito quando os frutos atingirem de para evitar a entrada de patógenos
2,5 a 3,0 cm de diâmetro. causadores de doenças.
46 Poda de árvores frutíferas

Poda em figueira
A cultivar mais plantada no Brasil é a deixando-se apenas três radialmente dis-
“Roxo de Valinhos”, que frutifica nos ra- postas, que irão formar as pernadas (Fi-
mos novos em crescimento, ou seja, nos gura 50). Ao crescerem, estas pernadas
“ramos do ano”. A necessidade da poda já produzirão alguns frutos.
em figueira está relacionada principal-
João A. Scarpare Filho (ESALQ/LPV)

mente ao seu hábito de frutificação e


também ao combate às principais pra-
gas e doenças da cultura.
A muda ou estaca enraizada no cam-
po deve ser conduzida com apenas uma
brotação, a qual formará o tronco princi-
pal da planta. Como o objetivo é formar
uma planta baixa, faz-se a poda dessa
haste única a uma altura de aproxima-
damente 40 cm do solo que irá promo-
ver o crescimento de novas brotações
Figura 50 - Formação das três pernadas iniciais
laterais que deverão ser selecionadas, da figueira
Poda de árvores frutíferas 47
No inverno seguinte ao plantio, mente proporcional ao número de
cada uma das três pernadas sele- ramos por planta.
cionadas no ano anterior, será poda- Depois da formação da planta, o que
da, deixando-se apenas “tocos” com ocorre no terceiro ano, os ramos for-
10 a 15 cm de comprimento cada. mados sobre as pernadas iniciais de-
Com o surgimento dos novos brotos, verão ser anualmente podados curtos,
faz-se então a desbrota e seleção de deixando-se apenas 10 a 15 cm, onde
pelo menos dois brotos em cada um irá ocorrer as novas brotações. O figo
dos “tocos”. Considerando que ini- se desenvolve nas axilas das folhas e
cialmente foram deixadas três perna- como o ramo continua a crescer, no-
das, e que agora temos duas brota- vas folhas e novos figos irão surgir. Por-
ções em cada um dos três tocos de tanto, têm-se no mesmo ramo frutos ma-
10 a 15 cm, tem-se então um total duros nas partes mais baixas, enquanto
de seis ramos na planta. No inverno nas partes mais altas, figos ainda bem
seguinte, cada um dos seis ramos pequenos, no início do seu desenvolvi-
será novamente podado, a aproxima- mento.
damente 10- 15 cm da inserção. Des- Esse tipo de poda, denominado pela
ta maneira, quando a planta emitir intensidade, de poda drástica (Figura
novas brotações, mais uma vez 51 a, b) por remover a maior parte da
serão selecionadas apenas duas copa da planta anualmente, contribui
brotações por ramo, resultando na para o controle da broca-dos-ramos
formação de uma planta adulta (ou broca-da-figueira) e da ferrugem
com 12 ramos. Quando a produção das folhas. Desta forma, ao mesmo
de figo for destinada à indústria, o tempo em que é feita a poda de
número de ramos por planta pode frutificação para renovação dos ra-
ser bem maior, pois o que interes- mos produtivos, é feita a manutenção
sa ao produtor é a quantidade de da sanidade da planta, também cha-
frutos por planta, e não frutos com mada de poda de limpeza. Após a
boa aparência e tamanho, como é prática da poda recomenda-se pincelar
o caso dos frutos destinados à o local da incisão com pasta bordalesa
mesa. Portanto, deve-se ressaltar ou outro produto, para proteger a plan-
que o tamanho do figo é inversa- ta contra a infecção de patógenos.
48 Poda de árvores frutíferas
João A. Scarpare Filho (ESALQ/LPV)

a b

Figura 51 - Poda drástica em figueiras (a) e figueira em desenvolvimento após a poda drástica (b)
Poda de árvores frutíferas 49

Poda em caquizeiro
O caquizeiro é uma planta subtro-
João A. Scarpare Filho (ESALQ/LPV)

pical de origem asiática, que se adap-


tou bem às condições brasileiras apre-
sentando boa frutificação e frutos apre-
ciados basicamente no mercado in
natura. A planta requer poucas podas
quando comparadas, por exemplo,
com as videiras. A não frutificação de
um caquizeiro está mais relacionada
com adubação deficiente; variedade
pouco produtiva; plantio em locais com
condição climática inadequada, com
inverno muito quente; do que propria-
mente pela prática ou não da poda.
Utiliza-se a poda principalmente para
formar a planta de caquizeiro em sis-
Figura 52 - Formação do caquizeiro em siste-
tema de vaso (Figura 52). ma de vaso
50 Poda de árvores frutíferas
Nesse sistema, a planta é compos- tifica em ramos do ano, que brotam
ta por um tronco único, do qual saem das gemas mistas que estão na ponta
três ou quatro pernadas principais, ra- dos ramos que cresceram no ano an-
dialmente dispostas no tronco e a di- terior. Desta forma, a poda de frutifi-
ferentes alturas do solo. Normalmen- cação fica restrita à retirada de ramos
te, a primeira pernada se encontra a em excesso, mal posicionados, doen-
50 cm do solo, enquanto a última, a tes, com a eliminação de mais de 50%
1,0 m. Os demais ramos que brotarem dos ramos que já produziram frutos.
do tronco principal são eliminados. No
inverno seguinte, enquanto as plantas João A. Scarpare Filho (ESALQ/LPV) a
encontram-se ainda dormentes e sem
folhas as pernadas são encurtadas a
30 cm, para favorecer brotações vigo-
rosas.
Depois de encurtadas, as pernadas
deverão ser arqueadas. Para isso,
deve-se fincar estacas de madeira in-
clinadas a 45 o no solo, amarrar as b
pernadas com uma corda e prendê-las
às estacas, puxando-as para formar
um ângulo de 30o. Para evitar ferimen-
tos da corda nos ramos, é recomen-
dável colocar uma borracha na parte
da corda amarrada à planta. A planta
deve ser mantida arqueada por apro-
ximadamente quatro meses, deixan-
Figura 53 - Plantas adultas de caquizeiro não
do-se apenas as brotações das gemas podadas (a) e podadas (b)
nas extremidades do ramo, eliminan-
do-se as demais. Após a queda natural dos frutos no
O caquizeiro possui gemas vegeta- início da frutificação, faz-se o raleio
tivas e mistas. As gemas vegetativas de frutos, retirando os muito peque-
localizam-se na base dos ramos, en- nos, que estiverem próximos uns dos
quanto as mistas na ponta dos ramos. outros, atacados por pragas e doen-
Portanto, na poda de produção (Figu- ças e os voltados para cima. Como
ra 53) não se deve realizar o encurta- nas outras frutíferas, é importante
mento dos ramos, pois o caquizeiro fru- pincelar o local podado com pasta
Poda de árvores frutíferas 51
bordalesa para evitar a entrada de de cianamida hidrogenada em solu-
patógenos na planta. ções de 2 a 4% mais 1% de óleo mi-
Quando a produção da planta for neral (apenas nas regiões mais quen-
muito grande com risco de quebra de tes) em aplicações dirigidas para as
ramos, recomenda-se o escoramento gemas produtivas, em meados do in-
desses ramos com bambu ou outro tipo verno. É importante lembrar que a
de estaca que contenha uma forquilha aplicação deverá ser feita quando a
na ponta que ficará sob o ramo (Figu- temperatura estiver por volta de
ra 54). Outra forma de escoramento é 18oC, pois não é eficiente em tem-
amarrar um ramo fraco em outro mais peraturas inferiores a esta. Tempe-
forte através de arames e braçadeiras. raturas muito elevadas também po-
Após a poda, faz-se as aplicações dem queimar as gemas.
João A. Scarpare Filho (ESALQ/LPV)

Figura 54 - Ramos de caquizeiro em produção escorados com bambu


52 Poda de árvores frutíferas

Bibliografia consultada
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