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CRIOULA
REINADO
Relatório
Etnopoético
| Edital
Spcine +
TV Cultura
Maranha Filmes
Rua Simão Álvares, 784 - Casa 2
ola@maranha.com.br | +55 11 98163 6189
Por anastácio
Direção de Arte
2017
Crioula Reinado
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Este é um documento de pesquisa sistematizada para realização do
projeto. O conteúdo é de propriedade da equipe, que internamente se
organizou de forma coletiva e livre, copyleft, copyfight.
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Canção de crioulos
(Abel Silva)
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_ A sombra do invisível
_ Visita ao ancestral
_ Tradição Oral
△ troca de experiências
▼ d
ivulgação de informações importantes
△ preservação da sabedoria
▼ t
estemunho transmitido de uma geração para outra
△ Palavras (Criam) Coisas
▼ p
ilar de crenças e valores transmitidos pela tradição
△ previne inversões éticas e o desrespeito ao legado
ancestral
▼ a
tualização constante, exercício vivo, interativo
△ visual, mímico, imaginativo e encantatório
▼ t
ransmitido através do exemplo
△ visa solidificação dos laços e garante discernimento do
lugar de pertença do indivíduo, sua filiação identitária,
permitindo-lhe uma visão de si mesmo e do outro, com o mínimo de
conflitos
▼ o
ferece dados de uma Registro de memória
△ apontaidentidade ou marcos de: território; ofícios; modos
de fazer; formas de expressão
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_ Tambor de Crioula
_ Caixa do Divino
“ Quando chega pra coroação o Sol entra pela porta e a lua pela
janela, cadê a dona da casa? Quero falar com ela.”
“Dona da casa me dê licença ou não quero entrar pela casa com todo
meu batalhão” (versos entoados por Dalva)
Pelo que foi estudado sobre o congado, noto várias semelhança entre
as duas manifestações, dentre eles posso citar: a corte, o caráter
teatral dividido em atos, personagens, representações do imperial,
figurinos, mastro, marcha. Me parece uma festa belíssima.
_ Tambor de Mina
△ tambor
▼ g
iro
△ transe
▼ g
ifluxoro
△ cosmos
▼ o
ntológico
△ cosmos
▼ o
ntológico
△ cosmos
▼ o
ntológico
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_ A Memória do Corpo
A Dança
(explicado
por um homem mais velho. Me disse como. Me
mostrou. Não eram passos, mas
a instância do músculo. Uma posição
para mim mesmo: mover-se.
Duncan
dizia de dança. Seus poemas
cheios do que há tanto queríamos
que fosses. Uma
dança. E todas as suas palavras
saíam dali. Que havia
alguma elegância brilhante
que a carne triste do corpo
fazia. Algum gesto, que
se nos tornássemos, por um instante intenso
nos transformaria
em criaturas de ritmo.
(Amiri Baraka)
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_ Rituais
▼ M
omentos de reforçar laços de solidariedade, reciprocidade
Pimpim recordou uma visão que havia tido na noite anterior, uma
pulseira repleta de laços havia selado um passeio ao passado , e
bastava voltar no tempo para encontrar no rastro de goiabas deixada
por povos antigos o caminho para a origem; concluindo: Vamos ao
sítio velho! Buru concordou, e seu corpo se fundiu ao bicho verde,
Buru agora era o próprio bicho verde, se incubindo de guardar a
memória da travessia no centro de seus olhos.
_ Griots
▼ Dona Dalva
Filha de santo, cozinheira, caixeira,
coureira, benzedeira, curandeira, carrega
consigo as tradições ancestrais e a
missão de seguir transmitindo aos mais
jovens. Possui grande sabedoria, e gosta
de testar pra entender as intenções de
quem aproxima. Facilidade em identificar
postura e personalidade das pessoas,
sentimentos e sensações, tempera comida e
emoções. Muitos quilombolas que
encontraram os caminhos da vida foram iniciados por Dona Dalva, seu
olhar clínico aponta a missão da trajetória do corpo. Na luta é
incansável e sagaz, não mede palavras e não tem medo de
autoridades, ela é a autoridade, sua cor é força. Carrega consigo
um batalhão seja de nove cozinheiras ou caixeiras, sabe o tempo do
fogo e do fazer. Guarda no fundo do peito a memória das
dificuldades do povo negro. O prazer em cozinhar para muitos parece
também um prazer em saciar a fome de muitos.
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▼ Seu Louro
Matuto do mato, vivido e viajado, bicho solto sem regra e com
postura. Tem fé nas pessoas e fé no amor, segundo ele “tudo que é
feito com amor fortalece”. Muito seguro por onde passa, a todo
momento está ensinando, chegou na oficina com um ramo de olho da
pindoba dizendo “cheguei pra minha oficina”, trazendo a compreensão
do espaço de troca e necessidade de passar o conhecimento da
própria comunidade adiante. Toca tambor 3 dias se necessário, mas
sua responsabilidade é com o seu dom, e em manter viva a cultura do
tambor e os laços que o tambor cria. Tem a clareza da missão
terrena do tambor, sabe do seu poder espiritual, mas se encarrega
do terreno, em usar o tambor como ferramenta de encontro, diálogo,
diversão, movimento, desabafo, carinho. Tem humor perspicaz e
muitas vezes ensina indicando a controvérsia.
▼ Seu Chicocó
Curandeiro, benzedor, recebeu a missão através do sonho, aprende
com o sonho, vive através do sonho e consegue extrair dele sua
sabedoria. Carrega consigo a medicina da mata, sua casa é
ambulatório e farmácia da região. Apesar de sinalizar as
dificuldades financeiras para fazer medicina alternativa, sente
pesar em não poder atender uma pessoa. Mesmo com conhecimento
enorme de inúmeras receitas e ingredientes de remédios para
diversas doenças, reforça a importância da fé para o remédio fazer
efeito. Acreditar na cura é o caminho para a cura, e Sr. Chicocó é
um guia nesse caminho.
▼ Mãe Severina
Mãe de santo, caixeira, costureira e conselheira, firme, destemida,
determinada e organizada. Mãe Severina quando criança acompanhava
os avós benzendo, e tempo depois sentiu o chamado de guia
espiritual. Firma o ponto de força espiritual ancestral da região e
trabalha diariamente no tráfego dessas energias. Guarda o
conhecimento de matriz africana da mina e seus desdobramentos com a
vinda ao Brasil. Entende o sincretismo e faz esse cruzamento com
naturalidade, sabe como pisar em cada lugar e como erguer e manter
um ponto de luz. Sabedoria ritualística, dos procedimentos e
fazeres de cada tipo de ritual destinado a um santo, guia ou
caboclo. Tem pulso firme com os jovens que estão iniciando a
corrente, e transmite a seriedade do que faz.
▼ Anacleta
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▼ Sr. Jovêncio
Agricultor, caçador, é uma chama que esquenta e afina a pele do
tambor. Iniciou muitos no tambor ao longo de sua vida, inclusive
Sr. Lusitano. Muito performático, conversa com o corpo, ensina com
o corpo, constrói cena claras com os gestos e gosta de explicar
algo demonstrando ou com um causo contado em espiral. Sua vida
pulsa junto com o tambor, dele se aguarda versos de vivência
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_ O Olhar Quilombola
Este tópico foi escrito por último mas ele percorre todo o ensaio,
a luta e a resistência está no ensaio, porque a luta e resistência
está com o povo negro quilombola. O que temos até então é o sonho
de um filme foda, uma comunidade e pessoas pelas quais passamos a
amar, potenciais agrícolas e culturais, conteúdo e memória do
quilombo em foto, 360, vídeos, áudios, e um mapa. Até então, talvez
pelo ir e vir na pista de asfalto que corta a comunidade, me
ocorreu a seguinte questão: Será que apontar Santa Rosa dos Pretos
no Mapa do maranhão, e entregar um mapa da riqueza cultural do
território na mão deles, está no caminho?
Referências Bibliográficas
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vida