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ABSTRACT
The civil construction sub-section is looking for alternatives to reduce the wastes in
materials and components used in its production. Inside of this focus, the present work
seeks to analyse the causes of identified loses in the stonemasons of works researched in
Paraíba and Pernambuco States in what it refers to the structure services of armed
concrete.
It seeks to adjust such loses in the classification adopted by groups of similar research that
act in the south area of the country and, to show that small measures in the procedures or
execution technology provoke significant improvements in the level of loses.
1.INTRODUÇÃO
Nesta linha situa-se o projeto “Alternativas para a Redução do Desperdício de Materiais nos
Canteiros de Obras” que visa obter informações consistentes sobre o assunto e subsidiar
políticas de melhoria contínua do setor. Para alcançar tal fim, elaborou-se uma metodologia
para coleta e avaliação das informações sobre o consumo de materiais e componentes em
obra, a qual vem sofrendo um processo constante de aperfeiçoamento contínuo ao longo de
sua aplicação.
O objetivo desse artigo é apresentar a análise qualitativa das perdas identificadas nos
canteiros de obras pesquisadas nos Estados da Paraíba e Pernambuco no que se refere aos
serviços de estrutura de concreto armado. Procura-se enquadrar tais perdas na classificação
adotada pelo grupo de pesquisa do Rio Grande do Sul e mostrar que pequenas medidas nos
procedimentos ou tecnologia de execução provocam melhorias significativas no nível de
perdas. Por fim, faz-se algumas considerações como contribuição para a melhoria da
qualidade e produtividade do setor, relacionado a minimização de perdas.
A análise dos resultados, obtidos nas planilhas estruturadas para coleta de dados, seguiu a
ordem natural do processo de confecção dos componentes estruturais das obras
pesquisadas, quais sejam: materiais, equipamentos utilizados, dosagem, transporte e
lançamento, observando ainda questões relativas ao planejamento e organização da
produção, abrangendo aspectos tais como: logística, organização do posto de trabalho,
procedimentos de execução e controle e o processo de execução propriamente dito. Vale
salientar que foi atribuído um código para as nove obras pesquisadas, visando preservar o
sigilo das informações obtidas, assim tem-se: BR004, BR043, BR047, BR048, BR054,
BR062, BR074, BR081, BR088 e BR099.
AREIA
BRITA
A maioria das obras pesquisadas, cerca de 60%, fazem uso do Cimento Portland Composto
com Pozolana (CP II-Z), 20% com cimento Portland composto com filler (CPII-F) e, no
caso da obra BR099 inclui-se o Cimento Portland Resistente a Sulfatos (CPII-Z RS). Em
todas as obras pesquisadas este material foi usado nos serviços de: estrutura de concreto,
revestimento interno e externo, contrapiso e alvenaria. Constatou-se que o controle da
qualidade do cimento é embrionário em todas as obras pesquisadas, ou seja, não se dispõe
de procedimentos sistematizados para o controle da quantidade no recebimento, limitando-
se a contagem dos sacos recebidos e rasgados. Além do que, não é realizada nenhum tipo
de verificação ou algum ensaio nas obras para aceitação do cimento, tais como: resistência à
compressão, finura e pega.
Quanto ao descarrego e armazenagem do cimento, contatou-se em todas as obras que
existe local de recebimento predefinido nos canteiros. Os sacos de cimento são retirados do
caminhão e transportados manualmente ou em carrinhos de mão convencionais, até o
depósito coberto e fechado, onde são estocados em pilhas de até 10 sacos, com
espaçamento lateral entre os sacos e as paredes. O acesso ao estoque é restrito, permitindo
um maior controle de saída dos materiais. Todas as obras utilizam estrados de madeira
como proteção à umidade do piso. O transporte do cimento para a betoneira é feito em
carrinho de mão convencional, ou seja, não utilizam carrinhos projetados especificamente
para esse fim.
É importante ressaltar que as obras que obtiveram menores perdas não só em relação ao
cimento, mas também correspondentes a areia e brita, foram as que adotaram sistemas
racionalizados de estruturas de concreto, no caso, uso de blocos em EPS e treliças pre-
fabricadas; bem como laje tipo cogumelo e premoldadas, nervuras com blocos pre-
moldados de concreto. Além disso, na obra BR088, onde se mediu a menor perda para a
cimento, da ordem de 0,9% da quantidade total de cimento tomado como referência, havia
um controle rigoroso de utilização dos sacos de cimento por idade, tal qual o sistema PEPS,
onde o primeiro que entra é o primeiro que sai.
AÇO EM VERGALHÕES
Com relação ao aço em vergalhões, verificou-se que não são feitos ensaios de controle de
recebimento, limitando-se apenas a observação dos aspectos quantitativos como bitolas e
quantidade, em metro linear, do material enviado à obra. Nenhuma das obras pesquisadas
realiza qualquer controle tecnológico e pesagem ou conferência das relações
peso/bitola/metragem, o que impediu a determinação da perda proveniente do
desbitolamento. O aço em bitola superior a 5.0 mm é comprado em vergalhões de 12m,
assim, como as obras pesquisadas não utilizam programas computacionais para
racionalização dos cortes, existe sempre sobra deste, sendo, conseqüentemente, o principal
responsável pelas perdas observadas, de valor mediano de 4,53%. A maior perda obtida foi
da ordem de 9,9%, decorrente da alteração na altura dos pavimentos em relação ao
projetado, ocorrida somente na fase de construção.
SERVIÇO MATERIAIS n. Obras PERDAS(%)
media Min. Max Mediana
Prod. de concreto Areia 04 36,54 14,00 72,4 29,86
Brita 04 10,28 2,34 16,9 11,60
Cimento 04 11,47 0,90 17,9 10,44
Lançam. de concreto Concreto usinado 06 4,63 0,00 11,8 4,20
prod. armadura aço em vergalhão 05 4,53 -3,80 9,9 4,65
TABELA 1: Perdas de materiais em estruturas de concreto armado
EQUIPAMENTOS/TRANSPORTE
PRODUÇÃO
O concreto usinado foi utilizado em todas as obras, e na maioria delas para a concretagem
das vigas e lajes, sendo produzido concreto na obra, em alguns casos, apenas para serviços
de fundação e pilares. Vale ressaltar que das obras pesquisadas 50% usam sistema
racionalizado nas lajes: 30% com treliças metálicas e blocos em EPS, 10% do tipo
cogumelo e 10% com nervura e blocos premoldados.
Tal qual os serviços analisados anteriormente, neste também não há procedimentos
padronizados de execução e controle e os cuidados para a preparação das vigas e lajes antes
do lançamento do concreto usinado são os mesmos do produzido em obra.
Verificou-se que, durante o lançamento e adensamento do concreto usinado, tem-se o
cuidado de não lançar o mesmo em pontos isolados da fôrma. Para garantir a espessura da
laje, 10% das obras pesquisadas utiliza gabaritos de madeira espaçados entre si por distância
em torno de 2m, e entre as mesmas são executadas mestras de concretagem; 30% utiliza
pedaço de ferro gabaritado e 60% faz uso das próprias nervuras ou vigotas treliçadas,
distante entre si de 2,5m por toda a extensão da laje, colocadas transversalmente ao sentido
da concretagem. Os resultados das medições de perdas demonstraram que esse ultimo
procedimento era o que levava a menores variações na espessura da laje, minimizando,
consequentemente, o nível de perdas, apesar de não ter sido a de menor índice de perdas
porque os blocos de EPS não foram posicionados perfeitamente ajustados aos trilhos,
provocando maior consumo de concreto devido ao deslocamento dos blocos ou
afundamento dos mesmos.
Utilizou-se em cerca de 90% das obras pesquisadas para acabamento da laje o rolo
assentador de agregado tipo” rollergug”e nas demais a desempenadeira de cabo longo tipo
“bull float”.
Pode-se sintetizar que as principais perdas encontradas nas obras pesquisadas enquadram-
se, segundo a classificação de perdas adotada por Formoso et alli(1998;6) em:
As perdas referentes ao processo de trabalho não foram medidas, daí não podermos fazer
análises de perdas por espera e movimentos desnecessários por parte dos trabalhadores.
5.BIBLIOGRAFIA