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VOLUME I
Coordenação:
Isabelle Vidal Giannini
Regina Pollo Müller
Sônia Lorenz
Maio de 2011
PBA DO COMPONENTE INDÍGENA DA UHE BELO MONTE- PROGRAMA MÉDIO XINGU
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SUMARIO
VOLUME I
SUMARIO 2
1. CARACTERIZAÇÃO GERAL DO EMPREENDIMENTO 21
1.1. Informações Gerais 21
1.1.1. Nome do Empreendimento 21
1.1.2. Localização do Empreendimento 21
1.1.3. Dados do Empreendedor 23
1.2. Caracterização do Empreendimento 23
1.2.1. Arranjo Geral do Projeto 23
1.2.2. Justificativa de Mudanças no Projeto Inicial 23
1.3. Planejamento da Construção 38
1.3.1. Planejamento do Canteiro de Obras 39
1.3.2. Planejamento Construtivo 40
1.3.3. Fases de Construção e Montagem 41
1.3.4. Cronograma Físico 43
2. CARACTERIZAÇÃO GERAL DO PROGRAMA MÉDIO XINGU 50
2.1. Introdução 50
2.2. Justificativa 51
2.3. Atendimento a Requisitos Legais 52
2.4. Objetivo Geral 52
2.5. Objetivos Específicos 52
2.6. Procedimentos Metodológicos 53
3. PLANO DE GESTÃO DO PBA-CI/PMX 68
3.1. Introdução e justificativas 68
3.2. Objetivos do Plano de Gestão do PBA-CI/PMX 70
3.2.1. Objetivo geral do Plano de Gestão do PBA-CI/PMX 71
3.2.2. Objetivos específicos do Plano de Gestão do PBA-CI/PMX 71
3.2.3. Diretrizes básicas 71
3.3. Componentes do Plano de Gestão do PBA-CI/PMX 72
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VOLUME II
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VOLUME III
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VOLUME IV
Anexo 8 Mapa com localização das aldeias e respectivas lideranças indígenas que
participaram da oficina de trabalho.
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Índice Figuras
Figura 12: Abertura dos ouriços para seleção das castanhas. 590
Figura 14: Seleção das castanhas dispostas sobre mesa de secagem. 592
Figura 17: Detalhe interno do modelo de caixa para criação de Melipona flavolineata. 686
Figura 20: Bomba à vácuo e recipiente com mel, pronto para comercialização. 688
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Figura 22: Colheita de frutos maduros com a utilização do instrumento podão. 717
Figura 23: Cutelo utilizado na quebra do cacau e remoção das sementes. 718
Figura 29: Tipiti - utensílio usado para prensagem da massa de mandioca. 736
Índice Tabelas
Tabela 1: Alterações do Arranjo Geral e de Premissas do Projeto 22
Tabela 7: Áreas de Intervenção para Implantação dos Canteiros dos Sítios Pimental e
39
Belo Monte
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Tabela 10: Quadro sinóptico de impactos na saúde das populações indígenas na Área
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de Influência da AHE BM
16
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Programas do PBA-CI/PMX
Siglas e Abreviações
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A UHE BM será construída no rio Xingu, nos municípios de Altamira e Vitória do Xingu, no
Estado do Pará, sendo que uma pequena parcela do Reservatório do Xingu afetará
diretamente áreas do município de Brasil Novo (Figura 1).
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Norte Energia S.A. (NESA), CNPJ 12.300.288/0001-07; CTF 5. 074.556, com sede em Brasília
– DF no endereço: SCN Quadra 04, Bloco B, Salas 904 e 1004 – Centro Empresarial Varig -
CEP: 70714-900.
O arranjo geral deste Empreendimento se configura por um reservatório com dois setores: o do
Xingu, na calha do rio, e outro fora da calha, situado na margem esquerda do rio. O trecho do
rio Xingu, ao longo da VGX, com 100km de extensão, será submetido, durante a operação do
Empreendimento, a um regime de restrições de vazão determinado por um hidrograma
ecológico, o Trecho de Vazão Reduzida (TVR). A UHE BM apresentará sítios de obras, desde
as obras do barramento propriamente dito do rio Xingu, no Sítio Pimental, até o Sítio Belo
Monte, onde será construída a Casa de Força Principal.
No Sítio Belo Monte, situado em Vitória do Xingu, serão construídos a Casa de Força e a
Tomada de Água Principais e o Canal de Fuga, e no Sítio Pimental, situado nos municípios de
Vitória do Xingu e Altamira, serão construídos o barramento principal do rio Xingu, o
Vertedouro e a Tomada de Água e Casa de Força Complementares.
O arranjo geral definido nos Estudos de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental da UHE
BM sofreram alterações, sendo as principais expostas resumidamente a seguir, na Tabela 1 e
na Figura 2.
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Figura 2: Comparação entre os Arranjos Gerais dos Estudos de Viabilidade e do Projeto Básico de Engenharia.
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Caso, em dado mês, a vazão afluente seja inferior à prescrita para os hidrogramas A e B,
deve ser mantida no TVR vazão igual à afluente;
A vazão instantânea no mês de outubro no TVR não poderá ser inferior a 700m³/s, exceto
se a vazão afluente o for;
Nos meses de ascensão do hidrograma, a vazão instantânea no TVR não deverá ser
inferior à vazão média prescrita para o mês anterior, exceto caso a vazão afluente o seja;
Nos meses de recessão do hidrograma, a vazão instantânea no TVR não deverá ser
inferior à vazão média prescrita para o mês seguinte, exceto caso a vazão afluente o seja.
Hidrograma Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
A 1100 1600 2500 4000 1800 1200 1000 900 750 700 800 900
B 1100 1600 4000 8000 4000 2000 1200 900 750 700 800 900
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1 - Hidrograma ecológico
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Condicionante
UHE Belo Monte
2.1 aplicada ao cronograma da UHE BM (PBA)
Atividade Garimpeira
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
ATIVIDADE
3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4
das Frentes de Garimpo
s
dos Trabalhadores
m a Atividade Garimpeira
nto da Evolução dos
erários na Região da Volta
da Atividade Garimpeira na
a Grande
os Órgãos de Controle
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Para conhecimento mais detalhado das condições atuais de navegabilidade no rio Bacajá,
serão realizadas 4 campanhas junto aos Xikrin residentes em 5 aldeias da TI Trincheira Bacajá,
em período de cheia, vazante, seca e enchente, com os seguintes objetivos:
Caracterizar as condições de escoamento da produção e uso do rio Bacajá pelos Xikrin nos
deslocamentos internos a TI, para a VGX e Altamira;
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O Cronograma das atividades de monitoramento sazonal e reavaliação periódica das variáveis monitoradas repetir-se-à:
Nos anos 6 e 7 (dois primeiros ciclos hidrológicos de aplicação do Hidrograma B).
Nos anos 9 e 10 (dois primeiros ciclos hidrológicos de aplicação do Hidrograma de Consenso).
Nos anos 13 e 14 (dois últimos ciclos hidrológicos do período de monitoramento de 6 anos – condicionante 2.1).
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PBA DO COMPONENTE INDÍGENA DA UHE BELO MONTE- PROGRAMA MÉDIO XINGU
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3 - Transposição de embarcações
Durante a construção das estruturas do Sítio Pimental, quando já não for possível navegar pelo
rio Xingu, deverá ser colocado em prática um procedimento provisório de transposição de
embarcações. Este constará de 2 atracadouros, sendo um a montante e outro a jusante do
barramento, situados na margem direita do rio Xingu e localizados fora das áreas de segurança
das obras e dos trechos do rio onde ocorrerão aumentos das velocidades.
Eles serão formados por rampas direcionadas para o rio e escavadas no terreno natural. Uma
carreta tipo prancha, que disporá de carretilha para puxar a embarcação, fará o translado das
embarcações e ficará fazendo o trajeto entre os dois atracadouros, durante a luz do dia,
através de uma via de ligação a ser aberta (Figura 4).
A embarcação será fixada em uma carreta, dimensionada para carga de 5.000Kgf, que correrá
sobre trilhos da via permanente, içada por guincho ligado por cabo de aço até o sistema de
elevação motorizado, instalado na casa de máquinas. O cabo de aço, quando totalmente
desenvolvido ao longo da via, ficará apoiado em roletes de eixo horizontal, nos trechos de
mudança vertical e por roletes de eixo vertical, nos trechos de curvas horizontais. Após passar
pelo aparelho de mudança de via, o conjunto carreta/embarcação será baixado em segurança
pelo mesmo sistema motorizado até o lado oposto do içamento (Figura 5).
Para tanto se propôs as seguintes atividades associadas ao cronograma da Obra (Tabela 5):
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PBA DO COMPONENTE INDÍGENA DA UHE BELO MONTE- PROGRAMA MÉDIO XINGU
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Notas: 1) Considerou-se, a princípio, a implementação no período de vazante e estiagem de ações para fazer frente aos impactos detectados relativos à navegabilidade e ao escoamento da produção, em especial aquelas ações que impliquem em intervenções de engenharia.
2) Conforme explicitado anteriormente, considerou-se a implementação do Projeto em tela por um período de até 3 (três) anos após a entrada em operação comercial de todas as dezoito unidades geradoras da Casa de Força Principal. Após esse período, e com base, em especial, no último relatório consolidado elaborado, deverão ser analisados os resultados para verificar a necessidade de continuidade do
Projeto.
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Número Estimado de
Tipos de Número de travessias entre montante e
Embarcação embarcações jusante do Barramento da
UHE BM *
Barcos de Madeira de 0,10 a 3t 150 15/dia
Barcos de Madeira de 4,0 a 15t 23 3/dia
Voadeiras 30 10/dia
Balsas 5 1/semana
Canoas de Um Pau Só 30 5/dia*
Catráias 20 2/semana*
Barco de Ferro 1 1/semana
* Números estimados que serão consolidados a partir do resultado final da pesquisa em andamento.
Fonte: Relatório parcial/LEME - março de 2011.
O relatório não evidencia as embarcações que circulam no rio Bacajá e no rio Xingu sem
que haja necessariamente a transposição do Sítio Pimental. E, tais dados são
importantes para se definir a continuidade das atividades sociopolíticas e econômicas
da população ribeirinha, indígena ou não, e avaliar se no decorrer do processo de
construção e operação do Empreendimento haverá mudanças significativas nas
relações destas comunidades.
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Em ata de reunião do Workshop PBA UHE BM, datada de 28/02/2011, ficou estabelecido que
no âmbito do Projeto de Monitoramento do Dispositivo de Transposição de Embarcações e do
Projeto de Monitoramento da Navegabilidade e Condições de Escoamento da Produção, o
empreendedor deverá “Apresentar cronograma de entrega dos projetos de transposição de
embarcações provisório e definitivo. Contemplar um plano preliminar de contingência.
Especificar que as ações mitigadoras devam ser feitas à medida que se identifique os
problemas do sistema de transposição. Realizar reuniões de avaliação do mecanismo, sendo
que nos primeiros seis meses essa freqüência deverá ser mensal. Serão incorporadas
atividades de discussão freqüente que não, necessariamente, precisam ser por meio de
reuniões. Foi recomendada, ainda, a elaboração de uma proposta para integrar todas as
formas de comunicação. Foi sugerido que seja considerada de forma integrada essa gestão em
conjunto com o Plano de Comunicação. Apresentar justificativas técnicas para o funcionamento
do mecanismo de transposição apenas no período do dia – excluindo o período da noite.
Apresentar soluções para aqueles que porventura necessitem de transitar no rio Xingu durante
a noite”.
Planejamento
Construção
Enchimento
Operação
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Implantação das obras principais – Sítio Pimental, Sítio Belo Monte, canais e diques,
dispositivos de transposição de peixes, dispositivos para transposição de pequenas
embarcações.
Áreas de estoque de solo e madeira (uma no Sítio Pimental e outra do Sítio Belo Monte);
Linha de Transmissão (LT) de 69kV para suprimento de energia elétrica aos canteiros
industriais e acampamentos das obras, contemplando a faixa de servidão desta LT. A
referida LT fará a interligação da Subestação Altamira (atualmente em operação) com os
Sítios Belo Monte e Pimental; e
Para execução das obras foi prevista a construção de 4 canteiros principais e 4 alojamentos
nos sítios definidos, a saber:
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A Tabela 7 apresenta as áreas de intervenção para os canteiros dos Sítios Pimental e Belo
Monte.
Tabela 7: Áreas de Intervenção para Implantação dos Canteiros dos Sítios Pimental e Belo
Monte
No PBA Geral os períodos mais propícios para execução de determinados serviços foram
estabelecidos da seguinte forma:
nas demais atividades: foi prevista a execução de serviços nos meses de chuva com um
índice de produção de cerca de 50 a 85% do normal;
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para a escavação de rocha desse canal, todo material escavado, até a distância de
transporte de 10,5km, será reaproveitado como proteção de talude e transição nos diques;
na escavação do Canal de Fuga da Casa de Força Principal, grande parte do material será
reaproveitado na seção da Barragem do Santo Antônio. Do restante, parte irá para estoque
intermediário e parte será utilizado como agregado de concreto;
O histograma de lançamento e/ou compactação de aterro está previsto para seguir uma
distribuição de acordo com o regime de chuvas da região e com a trabalhabilidade do material
terroso.
Dos sítios que compõem as obras da UHE BM, apenas o Sítio Pimental está situado na calha
do rio Xingu. Para as atividades de construção deste sítio será necessário o desvio do rio,
previsto para ser feito em 2 fases principais.
Na primeira fase, com duração de 34 meses após a emissão da ordem de serviço, o rio
escoará pelos canais à direita da Ilha da Serra, e, nesta fase, serão construídas as estruturas
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Com o Canal Central ensecado, terão início as atividades para a execução das estruturas
do Vertedouro, Barragem de Concreto e Casa de Força Complementar compreendendo:
esgotamento, escavações, Canais de Aproximação e de Restituição, tratamentos de
fundação, concretagem e montagem eletromecânica;
Para a construção da Barragem Lateral Esquerda, entre a Ilha do Forno e a Ilha Pimental,
poder-se-á optar pela execução no primeiro período seco paralelamente com o
ensecamento do Canal Central, ou no segundo período seco, juntamente com outras
atividades de construção;
Durante a segunda fase, o rio passará a escoar através dos 12 vãos do Vertedouro executados
na primeira fase, permitindo assim a execução das obras da Barragem do Canal Direito.
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Para o início das obras do Reservatório Intermediário, incluindo o trecho de jusante do Canal
de Derivação, será necessária a execução de 30km de novos acessos e de melhorias em
outros 12km existentes, a partir da rodovia Transamazônica, à altura do Sítio Belo Monte e por
melhorias no Travessão 27.
O Canal de Derivação foi dividido em 8 trechos que serão executados de forma consecutiva,
mas independentes. As áreas de disposição dos botaforas estarão localizadas nos vales dos
igarapés e está planejada a execução de um sistema secundário de canais e pequenos
vertedouros para conduzir, de forma controlada, as vazões dos igarapés cortados e as vazões
devido a chuvas, para o leito do rio Xingu e para o leito dos igarapés na área do Paquiçamba.
Para a primeira Unidade Geradora entrar em operação comercial é previsto 61 meses após a
emissão da ordem de serviço.
Início das instalações dos canteiros (intervenções iniciais): final do 3º trimestre do ano
“zero” do cronograma;
Entrada em geração da última (6ª) unidade da Casa de Força Complementar: final do último
trimestre do ano VI;
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Em ata de reunião PBA Belo Monte – workshop, datada de 01 de março de 2011, sugeriu-se os
seguintes encaminhamentos gerais ao PBA Geral e que pode levar à necessidade de
atualizações posteriores no contexto do que está sendo elencado neste documento:
Rever e reapresentar todos os cronogramas dos projetos utilizando-se uma base única com
os marcos do cronograma físico da obra a fim de integrá-los, facilitando a compreensão das
etapas de execução de cada projeto frente à obra;
Desta forma, após a definição do cronograma físico da obra será necessário que sejam
verificados, revistos e apresentados os cronogramas atualizados dos projetos componentes do
PBA-CI/PMX e o plano de gestão dos mesmos, de forma integrada e estratégica, sendo essa a
primeira atividade a ser executada pelo PMX se a LI for emitida.
Para a elaboração deste documento, toma-se como base o cronograma físico para a
implantação da UHE BM apresentado no PBA Geral, datado de setembro de 2010.
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2.1. Introdução
Os Programas constitutivos deste PMX, ora apresentados e detalhados, foram elaborados por
uma equipe multidisciplinar de consultores, de acordo com os eixos temáticos estabelecidos a
partir do estudo que a coordenação geral realizou sobre o EIA/RIMA, volume 35, no tocante a
responder as demandas indicados na conclusão do mesmo.
1
Contrato de concessão de uso de bem público para geração de energia elétrica, no. 01- 2010- MME-
UHE BM (processo n°. 48500.003805/2010-81)
2
Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e respectivo Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) elaborados pelo
consórcio Eletrobrás/Eletronorte, Andrade Gutierrez, Camargo Correa e Odebrecht, através da Leme
Engenharia, cabendo às empresas Themag Engenharia e Gerenciamento Ltda., Engevix Engenharia
S.A. e Intertechne Consultores Associados S/C Ltda. a responsabilidade técnica pelos Estudos
Etnoecológicos referente ao AHE BM,contidos no vol. 35 do EIA/RIMA.
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2.2. Justificativa
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Artigo 225º Da CF promulgada em 1988 – “Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente
equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao
poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras
gerações”.
Artigo 2º da Lei Federal nº. 6.938, de 31 de agosto de 1981 que estabelece que a Política
Nacional do Meio Ambiente tenha como objetivo “a preservação,melhoria e recuperação da
qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar, no país, condições de
desenvolvimento socioeconômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção da
dignidade da vida humana”.
Artigo 10º, Parágrafo 1º da Lei Federal nº. 6.938, de 31 de agosto de 1981 e Resolução
CONAMA nº 006/86 que dispõe sobre a concessão da LP.
Condição específica de validade 2.28 da LP nº. 342/2010/IBAMA que esclarece que a FUNAI
deverá se manifestar quanto à aprovação dos programas voltados aos indígenas e
cumprimento das demais condições elencadas no Parecer Técnico no. 21/CMAM/CGPIMA-
FUNAI.
O PBA-CI/PMX visa apresentar as soluções técnicas e ações para mitigar e/ou compensar
impactos ambientais das obras de implantação e respectiva operação do Empreendimento, de
acordo com o que determina a referida LP, Parecer Técnico Conclusivo nº.
001/2010/DILIC/IBAMA/MMA e Parecer Técnico nº. 21/CMAM/CGPIMA-FUNAI.
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apresentar um Plano de ação, definindo para cada atividade, suas ações, metas,
indicadores, público alvo, prazos, responsáveis, interfaces com outros programas ou
projetos do PBA Geral do processo de licenciamento;
Inicialmente foram analisados todos os materiais disponíveis para a formulação preliminar dos
programas específicos, preparação das atividades de campo e visitas a instituições envolvidas
na implementação do PMX, bem como a definição das suas ações e princípios gerais.
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mais distantes das obras do Empreendimento, seja com relação ao tempo de contato com a
sociedade nacional.
Outra base para elaboração dos programas foi a análise de sinergia com planos e programas
para a região do Xingu, elaborado por Carmen Figueiredo para o PBA-CI/PMX (Anexo 1).
TI Apyterewa/Parakanã
Aldeias Xingu e Kwaray apya (Raio de Sol): garantia de que as ações sejam realizadas no
período de 35 anos, evitando sua interrupção; urgência na melhoria das condições de
oferecimento da educação nas aldeias com o aumento do número de salas de aula e de
professores; considerar as práticas existentes (pesca, criação de galinhas e roça) quanto às
atividades produtivas; urgência no apoio contra ameaças de morte por posseiros.
Aldeia Paratatin: os mais velhos enfatizaram a produção de urucum com relação às atividades
produtivas; urgência na construção de poço para abastecimento de água potável;
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Observação: na aldeia Juruãti foram realizadas duas reuniões, pois um grupo está se mudando
para uma nova aldeia (Ta’akati). Na reunião com este grupo enfatizaram a produção de
urucum, cacau e mel para comercialização.
Aldeia Ipixuna: solicitação de Casa do Índio exclusiva para os Araweté, pois não fazem uso de
bebida alcoólica de origem externa, diferentemente das demais etnias e têm medo dos Kayapó
com bordunas; Museu exclusivo para os Araweté;
TI Koatinemo/Asuriní do Xingu
TI Kararaô/Kararaô
Questionamento quanto à remoção de pacientes por via fluvial na época da seca, apontando –
se necessidade de remoção aérea; urgência nas medidas de controle da incidência do inseto
transmissor da malária, em grande quantidade atualmente na aldeia; importância de se fazer
intercâmbios com outras aldeias kayapó para realizar intercâmbio com os professores e os
próprios índios sobre educação indígena; solicitação de melhora na qualidade e quantidade
da merenda escolar; solicitação de aprendizado no uso da “internet”; primeira oficina do
Programa de Patrimônio Cultural Material e Imaterial (PPC) deverá ser de confecção de arco e
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flecha; questionamento sobre a permissão para a venda de objetos de arte indígena que
contenham pena de aves, como flecha e capacete; solicitação de placa de luz solar para
geração de energia; não desejam pista de pouso para evitar assédio à aldeia; solicitação de
garantia no PBA de manutenção de embarcações e de combustível; remuneração dos índios
que atuarem no Programa de Comunicação Social; capacitação para obtenção de carteira de
motorista; compra de um veículo de uso coletivo da aldeia que ficaria baseado em Altamira
para dar suporte aos índios que estiverem na cidade para resolver problemas da aldeia,
atendimento de saúde ou para o escoamento da produção; inclusão de construção de casas no
PBA porque tanto a palha quanto a madeira encontram-se muito distantes da aldeia, e às
vezes precisam usar barco para buscar esses recursos; instalação de 3 orelhões, pois é
perigoso fazer denúncias via rádio, onde várias pessoas podem ouvir a freqüência; queixa da
demora de se dar início aos projetos e solicitação de garantia de que o PBA apresentado seja
implementado na íntegra.
TI Arara/Arara
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PBA DO COMPONENTE INDÍGENA DA UHE BELO MONTE- PROGRAMA MÉDIO XINGU
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TI Xipaya/Xipaya
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PBA DO COMPONENTE INDÍGENA DA UHE BELO MONTE- PROGRAMA MÉDIO XINGU
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AldeiaTukayá: solicitação de que no PISI, a borrifação contra insetos fique a cargo de cada
aldeia, não dependendo da vinda de pessoal de fora; relato de vários casos de malária entre os
habitantes da aldeia; inclusão de plantio e beneficiamento da pimenta do reino, café e
produção de medicamentos com ervas medicinais – as “garrafadas” no Programa de Atividades
Produtivas (PAP).
TI Kuruaya/Kuruaya
AI Juruna do Km 17/Juruna
- não está sendo respeitada a lei e não foi realizada a Oitiva Indígena;
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PBA DO COMPONENTE INDÍGENA DA UHE BELO MONTE- PROGRAMA MÉDIO XINGU
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- os projetos emergenciais que estão paralisados devem ser iniciados antes de se discutir o
PBA-CI;
- o território indígena deve ser assegurado antes de se discutir o PBA-CI, com relato de que a
antropóloga Maria Elisa Guedes retornaria em 20/05 para dar continuidade a este processo;
- PBA-CI foi elaborado por uma equipe não escolhida pela comunidade;
- os programas de Saúde e Educação contêm ações que são obrigações do Estado e não do
empreendedor.
Nesta comunidade também foi exigida remuneração dos operadores de rádio do PCI do
Empreendimento e abertura de mais frequências para comunicação com o PIX.
TI Paquiçamba/Juruna
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PBA DO COMPONENTE INDÍGENA DA UHE BELO MONTE- PROGRAMA MÉDIO XINGU
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Aldeia Muratu: relato pela comunidade de que na seca não é possível sair da aldeia de
“rabeta”, barco pequeno, pois o canal em frente perde a navegabilidade; exigência de que se
garanta o acesso terrestre à aldeia; exigência de Postos de Vigilância na estrada; relato da
inviabilidade de transposição de barcos através de caminhão, pois as embarcações não
resistirão a duas viagens; relato da prática cotidiana de deslocamento por família o que deverá
se tornar impossível devido ao transito de várias embarcações, transpondo ao mesmo tempo o
barramento do Sítio Pimental; garantia de revisão dos limites da TI Paquiçamba até o
reservatório do Xingu, incluindo também os locais das aldeias antigas e ilhas no rio Xingu;
garantia de água potável através de um poço artesiano; geração de energia elétrica através do
“Programa Luz Para Todos” ou geração de energia alternativa; necessidade de remuneração
durante o período de instalação da obra ou até que a comunidade consiga gerar renda através
dos projetos de atividades produtivas pois alega-se perda de renda familiar, baseada
exclusivamente no comércio de peixes (ornamentais e consumo); reclamação quanto ao rádio
instalado pelo Programa de Comunicação Social pois apresenta falha no funcionamento e se
encontra em local não adequado para sua instalação/funcionamento; demanda de ajuda de
custo para os operadores do rádio e responsáveis pela transmissão da comunicação relativa
ao Empreendimento; participação como mão de obra remunerada na execução do PMX.
TI Terrãwangã/Arara do Maia
Solicitação de um estudo sobre indenização por danos causados à comunidade por m³ de água
da vazão reduzida; garantia de acesso terrestre às demais localidades com condições de ir e
vir com liberdade; pista de pouso para remoção de doentes graves; reprovação da proposta
atual de transposição do barramento Pimental e solicitação de nova proposta pela NESA que
seja adequada; pronunciamento de seu Leôncio, cacique mais velho da comunidade de que
“até agora somos libertos, com a hidrelétrica seremos controlados sem poder ir e vir quando
quisermos”; inclusão de “Saberes Tradicionais” (imateriais) no PPC; início do Projeto de
educação profissionalizante com um curso de corte e costura para as mulheres capacitando-
as para a geração de renda; projeto de Inclusão Digital (com internet e telefone rural); inclusão
de construção de nova aldeia com habitações, posto de saúde, escola, alojamento para os
técnicos não – índios, casa do rádio e de inclusão digital, casa de reunião, energia alternativa,
poço artesiano e caixas d´água no PIE; barcos adequados à navegabilidade do TVR e
veículos adequados à acessibilidade via terrestre; ressarcimento do Seguro Defesa (dado aos
pescadores associados à colônia de pesca durante o período da desova quando é proibido
pescar) caso a atividade de pesca seja alterada por conta da vazão reduzida no rio Xingu;
capacitação para vigilância territorial, intercâmbio com outras etnias atingidas pela UHE BM;
agilização pela FUNAI junto ao DNIT para elaboração do PBA da BR 230, salientando que os
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PBA DO COMPONENTE INDÍGENA DA UHE BELO MONTE- PROGRAMA MÉDIO XINGU
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dois processos (asfaltamento da BR 230 e instalação da UHE BM) devem andar juntos, pois
estão interligados.
TI Trincheira Bacajá/Xikrin
Aldeia Pytótkô: relato de preocupações com relação ao rio Bacajá e rio Xingu assim como
com a transposição do barramento do Sítio Pimental; o cacique Onça solicita que as ações de
melhoria para a comunidade venham antes de a barragem ser construída; solicitação de
abertura de acesso terrestre até a aldeia e pista de avião para os casos emergenciais;
exigência de cumprimento das obrigações por parte da NESA para se estabelecer
relacionamento adequado com a comunidade; solicitação de sala informatizada para instalação
e uso de computadores; Inclusão Digital e acesso à internet; solicitação de telefones e pára-
raios na aldeia; remuneração do operador do rádio instalado pelo Programa de Comunicação
Social do Empreendimento.
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PBA DO COMPONENTE INDÍGENA DA UHE BELO MONTE- PROGRAMA MÉDIO XINGU
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Aldeia Mrotidjam: preocupação com a navegabilidade do rio Bacajá e do rio Xingu, com a
transposição do barramento Pimental e com as conseqüências de um ressecamento para a
ictiofauna e outras espécies e para alimentação dos índios; solicitação de que sejam
finalizados os estudos complementares do rio Bacajá e garantia do monitoramento durante as
fases de instalação e operação do Empreendimento; manutenção imediata do acesso terrestre;
garantia de execução das propostas de infraestrutura (energia para todos sem o pagamento de
contas), de melhoria na educação, com a implantação da 5ª a 9ª série nas aldeias e de
fortalecimento dos postos de saúde nas aldeias; necessidade de discussão com a equipe de
saúde e todas as aldeias da TI Trincheira Bacajá para decidir a localização do Pólo base de
saúde; solicitação da presença do Presidente da NESA nas aldeias; solicitação de participação,
através do comitê indígena, do ato de assinatura do Convênio.
A partir do estudo dos Estudos Etnoecológicos do EIA/RIMA, volume 35, AHE BM, foram
estabelecidos Eixos temáticos que compreendem ações cujo objetivo é o de mitigar e/ou
compensar os impactos socioambientais decorrentes da implantação do Empreendimento.
Esta sistematização permitiu determinar os especialistas a serem contratados para a
formulação dos programas e projetos integrantes de cada Eixo.
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PBA DO COMPONENTE INDÍGENA DA UHE BELO MONTE- PROGRAMA MÉDIO XINGU
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Eixo Relacional
Este Eixo compõe-se de um conjunto de programas que trabalham com a interface entre os
povos indígenas e a sociedade nacional, como são exemplos as ações que resguardam os
direitos indígenas, criação de associações e cooperativas, o monitoramento da execução dos
programas do PMX, capacitação para participação em conselhos e comitês, além de um
Programa de Comunicação específico.
O trabalho inaugural do Eixo Relacional será a definição da proposta de gestão do PMX, com
estatura para regular sua implantação e executá-lo. Este Eixo compreende 2 programas:
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PBA DO COMPONENTE INDÍGENA DA UHE BELO MONTE- PROGRAMA MÉDIO XINGU
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Eixo Territorial
A magnitude dos impactos causados pelo fluxo migratório esperado na região, em torno de
96.000 pessoas, por si só requer que os processos de regularização e desintrusão das TIs
ocorram antes da instalação das obras principais, dado a fragilidade das TIs da VGX, e das
demais TIs que já vivem processos invasivos de grande porte, como é o caso das TIs
Apyterewa, Cachoeira Seca e Arara da VGX.
Quanto ao Programa de Aquisição e Ampliação de TIs proposto inicialmente neste Eixo, devido
à emergência das ações, no caso da AI Juruna do Km 17, o empreendedor já contratou os
estudos necessários para sua realização. No caso da TI Paquiçamba, encontra-se em
andamento um acordo entre FUNAI e NESA para a colaboração desta última em fornecer
subsídios para a revisão dos limites da TI, sob responsabilidade do órgão indigenista.
Desse modo, este Eixo no presente PBA-CI/PMX é o Programa Gestão Territorial Indígena
(PGTI), monitoramento, vigilância e recuperação das fronteiras e entorno de TIs.
Propôs-se implantar este Programa de forma articulada com os Eixos Socioeconômico Cultural
e Ambiental, com ênfase na participação das comunidades indígenas.
Eixo Ambiental
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PBA DO COMPONENTE INDÍGENA DA UHE BELO MONTE- PROGRAMA MÉDIO XINGU
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Por outro lado, o Programa deverá propor e detalhar mecanismos e ações de prevenção e
medidas de monitoria e controle ambiental. As ações de acompanhamento, monitoramento e
supervisão deste Programa devem ser norteadas pela antecipação de possíveis tendências
adversas e é uma proposta de consultoria independente de acompanhamento, voltada para
manter informados os índios e o Comitê Gestor sobre as ações da LEME Engenharia e/ou
empresa responsável pela execução dos programas ambientais do meio físico e biótico.
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PBA DO COMPONENTE INDÍGENA DA UHE BELO MONTE- PROGRAMA MÉDIO XINGU
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Para a elaboração deste Programa foram ainda cadastradas as famílias indígenas moradoras
ribeirinhas entre Altamira e a Cachoeira do Jabuti e complementadas as genealogias das
principais famílias indígenas/etnia em Altamira e VGX, realizadas pelos estudos do EIA/RIMA
(Anexo 3).
Este Programa, baseado em análise e estudo das reivindicações dos índios de Altamira, bem
como dos demais povos indígenas atingidos pela construção e enchimento dos reservatórios e
pelo ressecamento do rio Xingu na VGX, visa apresentar metodologia de elaboração de
propostas de realocação/remanejamento da população indígena diretamente atingida.
O Programa Integrado de Saúde Indígena visa mitigar os graves impactos sobre a saúde das
comunidades indígenas causados, dentre outros fatores, pelo grande afluxo populacional à
região de Altamira. Desse modo, na área de saúde, o Programa propõe ações estratégicas de
apoio aos prestadores de serviço de atenção à saúde dos povos indígenas da Área de
Influência do Empreendimento e à Secretaria de Saúde Indígena e seus conveniados e
parceiros. Trata-se de ações coordenadas de medicina preventiva e atenção à saúde primária,
secundária e terciária, fortalecimento da medicina tradicional indígena e valorização de seus
conhecimentos e práticas tradicionais.
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PBA DO COMPONENTE INDÍGENA DA UHE BELO MONTE- PROGRAMA MÉDIO XINGU
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O Plano de Gestão do PBA-CI/PMX (PG) foi definido de forma complementar aos Eixos
Temáticos do PMX, procurando contemplar o conjunto de complexidades (territorial,
sociocultural, institucional e temática) inseridas no processo de implementação do mesmo.
Este Programa trata dos elementos necessários para que seja definida a instituição
implementadora do PMX, de acordo com condicionantes do parecer n°. 21 da FUNAI e
LP/IBAMA, bem como a estrutura de governança indígena.
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PBA DO COMPONENTE INDÍGENA DA UHE BELO MONTE- PROGRAMA MÉDIO XINGU
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O presente documento tem por objetivo sistematizar uma proposta para o PG, voltado para a
implementação do Programa Médio Xingu, uma das condicionantes do processo de
licenciamento do Empreendimento UHE BM.
O PG é definido de forma complementar aos Eixos Temáticos do PMX, que incluem todas as
ações necessárias para mitigar e /ou compensar os impactos socioambientais decorrentes da
implantação da UHE BM. Foram definidos os seguintes Eixos Temáticos: Relacional,
Territorial, Socioeconômico e Ambiental.
Enquanto nos Eixos Temáticos serão definidas as ações e atividades específicas para cada
área, assim como as equipes técnicas e projetos necessários, o PG imprime, necessariamente,
de uma visão mais global, procurando definir como e por quem deve ser articulado e executado
o conjunto global destas atividades.
Complexidade territorial: Em primeiro lugar, o PMX possui uma vasta abrangência em termos
territoriais, pois são onze TIs e uma AI (totalizando 26 aldeias) que no seu conjunto somam
5.121.452ha de áreas descontínuas, entremeadas por região cuja pressão territorial e por
exploração de recursos naturais tende a crescer com a implementação da UHE BM. A maior
parte das TIs está localizada em região de difícil acesso, com precária infraestrutura de
comunicação e transporte. O PMX abrange ainda os índios moradores da cidade de Altamira e
da VGX.
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PBA DO COMPONENTE INDÍGENA DA UHE BELO MONTE- PROGRAMA MÉDIO XINGU
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Complexidade temática: Além de todos os aspectos acima indicados, o PMX ainda deverá
lidar e executar ações dentro de uma ampla diversidade temática, tais como saúde, educação,
gestão e proteção territorial, sustentabilidade, etc.
Neste sentido, considerando todo este amplo conjunto de complexidades, fica evidente a
necessidade de estabelecer claramente as diretrizes e premissas para a implementação do
Programa, o que constitui o objetivo deste PG.
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PBA DO COMPONENTE INDÍGENA DA UHE BELO MONTE- PROGRAMA MÉDIO XINGU
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- que esta complexidade requer uma instituição com forte capacidade e experiência de gestão;
- que dificilmente a FUNAI poderia assumir a execução do PMX, dadas suas especificidades
institucionais e procedimentos administrativos e burocráticos;
- que o vulto dos impactos a serem gerados pela UHE BM sobre os povos indígenas implica no
caráter de urgência através do qual o PMX precisa ser operacionalizado;
- que a NESA já está implementando o Plano Emergencial acordado com a FUNAI, através de
pessoal especializado inserido em seus quadros institucionais;
- que é viável que a NESA incremente a sua já criada Superintendência de Assuntos Indígenas
para assimilar a execução do programa;
- que a participação dos povos indígenas nas decisões estratégicas do PMX será garantida
com sua presença neste Conselho Deliberativo;
- que com o passar do tempo, de acordo com o andamento das atividades e evolução da
caracterização institucional da região, as definições sobre o arranjo de gestão do PMX podem
ser revistas;
Conclui-se que a instância executora do PMX mais adequada e viável é a própria NESA.
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PBA DO COMPONENTE INDÍGENA DA UHE BELO MONTE- PROGRAMA MÉDIO XINGU
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O objetivo geral do PG, que está sendo aqui apresentado, é proporcionar os elementos
necessários para que seja definido o processo de gestão para a implementação do PMX a ser
executado pela NESA. Este Plano apresenta as premissas necessárias para sua gestão, de
forma independente dos demais programas que a empresa executará em vista do processo de
licenciamento da UHE BM, de modo a atender a condicionante imposta pela FUNAI, já
mencionada, e representa o detalhamento da forma de atuação da instância específica que
ficará responsável pela execução e acompanhamento do PMX.
Para que se garanta a consolidação das diretrizes gerais, a serem contempladas pela
instituição implementadora do PMX no seu processo de gestão, é necessário estabelecer
premissas básicas que se configuram como os objetivos específicos deste PG:
A seguir são elencadas diretrizes básicas importantes tanto para a consolidação do PG como
para a gestão do PMX:
- a NESA é a principal responsável pelo cumprimento das condicionantes relativas aos povos
indígenas afetados pelo Empreendimento UHE BM, atuando como a “Agência Implementadora”
do PMX;
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PBA DO COMPONENTE INDÍGENA DA UHE BELO MONTE- PROGRAMA MÉDIO XINGU
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- a NESA deve proporcionar os recursos necessários para que seja garantida a estrutura,
pessoal qualificado e recursos suficientes para a realização das inúmeras atividades a serem
definidas em cada um dos componentes dos Eixos Temáticos e no PG;
- para a condução das atividades do PG, poderão ser realizadas parcerias estratégicas,
convênios, tratados e outros instrumentos de colaboração institucional, visando a mesma
finalidade descrita, ou seja, potencializar e aprimorar a execução do PMX;
- as ações previstas no PMX não devem substituir a ação das instituições governamentais, no
que for responsabilidade do Estado para com povos indígenas, mas atuar de forma
complementar e estratégica.
Existem alguns elementos que devem ser contemplados para que os objetivos do PMX sejam
alcançados e as diretrizes atendidas. O principal é garantir que todo o processo de gestão seja
contemplado, incluindo os processos de tomada de decisão (deliberativos), implementação das
ações e projetos (executivo), acompanhamento e monitoramento do andamento das atividades
e verificação do atendimento aos objetivos gerais. Neste sentido, serão apresentados os
seguintes elementos:
- Arranjo de gestão;
- Instâncias deliberativas
- Instâncias executivas e
- Instâncias de acompanhamento.
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PBA DO COMPONENTE INDÍGENA DA UHE BELO MONTE- PROGRAMA MÉDIO XINGU
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No arranjo de gestão são definidas as diversas partes envolvidas, qual sua participação e
responsabilidade no processo. Este arranjo visa garantir que todos os interesses e
perspectivas dos entes envolvidos com o PMX (NESA, Povos indígenas e FUNAI) sejam
contemplados no processo de tomada de decisão e execução das atividades.
NESA: Responsável principal pela consolidação e manutenção financeira do PMX, assim como
pela operacionalização de sua agência/instância interna que o implementará. Em termos do
arranjo interno, recomenda-se que o PMX seja alocado na Superintendência de Assuntos
Indígenas (SAI) da NESSA, cujo responsável será o interlocutor entre a Coordenação
Executiva do PMX (locada em Altamira, como se verá adiante) e a direção da empresa, e o
orçamento anual do PMX comporá o orçamento geral da SAI;
Povos indígenas do Médio Xingu: São os principais beneficiários do PMX, tendo em vista
que serão impactados pela UHE BM. Considerando os princípios do etnodesenvolvimento e da
valorização do protagonismo indígena, os povos indígenas envolvidos no PMX devem
participar ativamente, observadas suas especificidades étnicas e culturais, de todo o processo
decisório e acompanhar de perto a execução das ações do Programa. Esta participação pode
ser vista como uma oportunidade de fortalecimento de sua organização e articulação política,
desafio a ser enfrentado pelo componente fortalecimento institucional.
FUNAI: Órgão indigenista oficial, que articula a política nacional voltada para os povos
indígenas, é o responsável pela orientação e acompanhamento de todas as atividades
concernentes ao PMX. Deve participar integralmente do processo decisório do PMX, da co-
execução de algumas das suas ações e do acompanhamento destas ações. A partir de sua
reestruturação, a FUNAI tem reorganizado os processos de planejamento e decisão nas
aldeias e gerências regionais, e está em vias de oficializar o Comitê Regional da Coordenação
Regional de Altamira, instância criada na nova estrutura do órgão e onde se discutirá a política
do órgão para a região, com a participação plena dos índios. A execução do Programa deve
aproveitar e potencializar este Comitê, evitando criar estruturas paralelas de decisão.
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PBA DO COMPONENTE INDÍGENA DA UHE BELO MONTE- PROGRAMA MÉDIO XINGU
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Para a execução do complexo e amplo conjunto de atividades previstas nos programas dos
Eixos Temáticos do PMX, a NESA deverá compor um corpo técnico e administrativo específico,
capacitado, suficientemente dimensionado e locado em Altamira. Esta equipe profissional
deverá estar dedicada em regime permanente e integral às atividades do PMX e poderá contar
com assessorias e consultorias específicas, quando necessário. A definição da estrutura
organizacional desta instância executiva na NESA deve considerar alguns pontos básicos:
- Primar pelo diálogo próximo com as comunidades indígenas e com os órgãos legalmente
instituídos para atender tais comunidades e também com outros entes (governamentais ou
não) que atuam no Médio Xingu;
- Contemplar as áreas temáticas das atividades definidas para o PMX (correspondentes aos
Eixos Temáticos);
- Não execução pelo PMX de ações de obrigação do Estado (saúde, educação, saneamento
básico), mas apoio à ações complementares, de modo que os serviços do Estado possam ser
potencializados para a melhoraria de sua qualidade;
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PBA DO COMPONENTE INDÍGENA DA UHE BELO MONTE- PROGRAMA MÉDIO XINGU
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Coordenador geral: Responsável geral pela execução das ações previstas para o PMX dentro
da NESA. É quem coordenará toda a equipe e ficará responsável pela interlocução externa
com as instituições relevantes, bem como com o Conselho Deliberativo. Deve ser elaborado
Termo de Referência para sua contratação, cuja escolha deve ser realizada pelo Conselho
Deliberativo do PMX. Preferencialmente este cargo deverá ser ocupado por um antropólogo-
indigenista com trabalhos na região.
Apoio administrativo geral (secretaria, etc): Apoio geral para o processo administrativo,
incluindo redação de documentos, organização de agenda, contatos telefônicos, pequenos
serviços no comércio, levantamento de preços etc. Pode ser exercido por uma secretária e
um auxiliar administrativo.
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PBA DO COMPONENTE INDÍGENA DA UHE BELO MONTE- PROGRAMA MÉDIO XINGU
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Coordenação técnica: Para a execução das atividades e projetos previstos pelo PMX,
deverão ser contratados Assistentes Técnicos, responsáveis pelos diversos Eixos
temáticos. Estes assistentes, que devem ser especialistas nas áreas de trabalho,
trabalharão sob a supervisão e orientação geral de um coordenador técnico. Além disso,
em cada uma das áreas temáticas, existe um conjunto de articulações institucionais (com
FUNAI, instituições de ensino, saúde, assistência técnica) que precisa ser assumido pelas
coordenações técnicas. Abaixo, sugere-se a forma de organização e otimização dos Eixos
temáticos em torno de algumas coordenações técnicas.
a) Educação e cultura;
b) Saúde e saneamento;
c) Gestão territorial
d) Sustentabilidade
f) Infraestrutura
g) Supervisão Ambiental
h) Realocação
A base para a execução das atividades por parte da Coordenação Executiva serão as tratativas
estabelecidas no documento do PMX. Este documento dará a orientação geral em termos de
objetivos, metas, resultados e atividades a serem trabalhados.
Um destes instrumentos poderá ser o Plano de Metas Quinquenal, que detalha para o
período de 5 anos, as atividades, metas e projetos que devem ser realizados.
Estes Planos de Trabalho devem ser elaborados em conjunto com representantes indígenas e
articulados com as instituições locais, devendo ser submetido ao Conselho Deliberativo do
Programa para aprovação, como se verá adiante.
Com base neste Plano, a instituição também deverá elaborar Relatórios Financeiros
(mensais) e Relatórios Técnicos (trimestrais), em formatos padrões a serem sugeridos pela
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Parte da execução das ações previstas pelo PMX podem, eventualmente, ser compartilhadas
com organizações indígenas, através de convênios específicos entre estas e a NESA. Estes
convênios deverão ser parte integrante do Fortalecimento Institucional / Eixo Relacional e
atender a demandas específicas dos povos indígenas envolvidos no PBA-CI/PMX. Esta
“terceirização”, entretanto, não exime a NESA pelas responsabilidades das ações.
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PBA DO COMPONENTE INDÍGENA DA UHE BELO MONTE- PROGRAMA MÉDIO XINGU
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Plenárias Comunitárias:
As Plenárias Comunitárias deverão ser realizadas em cada uma das aldeias existentes nas TIs
afetadas pela UHE BM, além dos moradores da VGX e cidade de Altamira.
Além disso, também deve haver momentos em que se reúnam as diversas aldeias de uma
mesma TI, para apresentação de demandas conjuntas para o território como um todo ou para
se eleger representantes da TI para conselhos maiores (deliberativo, etc), com o devido
acompanhamento da Coordenação Geral. Por fim, como o sistema de assistência às aldeias
da região está todo organizado através de “Rotas” (calhas dos rios), também devem ser
garantidas as condições necessárias para que as comunidades e povos indígenas de uma
mesma rota se reúnam e deliberem sobre assuntos coletivos.
Todo este processo decisório deve ser financeiramente suportado pela NESA/PMX, mas pode,
e deve, servir de base para o planejamento, controle social e discussão com outras instituições
(SESAI, Governo do Estado, prefeituras, etc).
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A periodicidade ideal para as plenárias é semestral, sendo uma reunião anual de avaliação e
planejamento, ao final do ano, e outra de avaliação preliminar e eventuais correções, no meio
do ano. Porém, é provável que no início deva ocorrer um número maior de Plenárias, para
consolidar o processo de implementação do Programa, assim como realizar eventuais ajustes
aos arranjos previstos.
Por fim, é nestas Plenárias que, com base no diagnóstico do período anterior, as comunidades
estabelecerão as diretrizes e prioridades de ação em cada uma das linhas temáticas,
fornecendo subsídios para que as coordenações técnicas possam elaborar os Planos de
Trabalho Anuais para o período posterior. Cabe salientar a importância da utilização de
metodologia e abordagem adequadas à realidade das comunidades indígenas.
Este deve ser a instância decisória central do PMX, integrado por representantes das aldeias
indígenas de todos os povos indígenas contemplados no PBA-CI/PMX, NESA e FUNAI. O
representante da FUNAI será indicado pelo presidente do órgão e da NESA será o
Coordenador Geral do PMX.
aprovar os Planos de Trabalho Anuais, com base nas diretrizes estabelecidas nas
Plenárias;
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Comitê Indígena:
O critério também deve ser o de representantes por cada uma das aldeias da região
(atualmente 26 aldeias), além de representantes das famílias indígenas moradoras de Altamira,
da VGX e do trecho entre Altamira e a Cachoeira do Jabuti. Os representantes indígenas
devem ser indicados pelas Plenárias Comunitárias e é para elas que devem prestar contas.
Podem ter um caráter rotativo, ou seja, dependendo da deliberação das Plenárias, o
representante no Comitê pode ser alterado a qualquer momento.
Outras Instâncias:
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NESA
Equipe
técnica
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A base deste sistema deve ser proporcionada pela orientação estratégica mais ampla do PMX,
proporcionada por sua Matriz Lógica, bem como seus objetivos gerais e metas e indicadores
para cada um dos Eixos Temáticos - Programas.
Este sistema, baseado nas premissas do monitoramento participativo, deve aliar qualidade no
acompanhamento, mas ao mesmo tempo ser apropriado e factível.
- relatórios financeiros mensais padronizados, com regras claras para a aplicação dos
recursos;
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A execução do PMX implicará na realização de uma vasta gama de atividades, assim como na
movimentação de um expressivo volume de recursos, o que demandará um sistema de
gerenciamento administrativo e financeiro complexo e eficiente.
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3.4.1. Cenários
Exemplo do PTA:
Aldeia Paquiçamba – Linha Temática Educação e Cultura – Ações - ... construção de xxm2 de
classes escolares – custos mão-de-obra e materiais.
Aldeia Koatinemo – Linha Temática Educação e Cultura – Ações - ... construção de xxm2 de
classes escolares – custos mão-de-obra e materiais.
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PBA DO COMPONENTE INDÍGENA DA UHE BELO MONTE- PROGRAMA MÉDIO XINGU
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Outro ponto importante é definir um grande aporte inicial de recursos para o PMX, por parte da
NESA, garantindo seu funcionamento por pelo menos 5 anos. Isso dará maior tranqüilidade à
Coordenação Executiva, funcionamento das atividades programdas e consolidação do PMX.
Gilberto Azanha
Antropólogo, M.Sc.
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PBA DO COMPONENTE INDÍGENA DA UHE BELO MONTE- PROGRAMA MÉDIO XINGU
_____________________________________________________________________________________________
Nesse sentido, ”sugeriu-se a formação de uma Comissão Gestora dos Planos Indígenas,
formada tão logo a LP seja emitida, com vistas a viabilizar a execução das condicionantes da
FUNAI e do IBAMA. A comissão terá como finalidade apoiar e acompanhar o andamento do
planejamento, a implementação dos programas e projetos propostos para a população
indígena, bem como acompanhar e realizar o monitoramento dos programas estabelecidos.
Terá o poder de interferir, por ocasião da identificação de problemas, especialmente no que se
refere à não execução, execução parcial das atividades propostas e necessidade de
readequação de atividades ou projetos. Será composta por representantes indígenas,
empreendedor, FUNAI e pela Coordenação Técnica, tendo assim caráter consultivo e
deliberativo”.
Ainda, no mesmo Parecer 21, a FUNAI recomenda criar um Comitê Gestor Indígena para
controle e monitoramento das ações referentes aos Programas, que inclua mecanismos de
acompanhamento, preferencialmente nas TIs, além de treinamento e capacitação, com ampla
participação das comunidades (pg. 97).
Nesta perspectiva, o PBA-CI/PMX prevê um PFI e Direitos Indígenas destinado aos índios que
vivem nas áreas de influência da UHE BM, como uma de suas prioridades. Este plano inclui 2
programas:
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Além das formas tradicionais de organização e tomada de decisões, que devem ser
dinamizadas com reuniões e assembléias para acompanhar e avaliar ações relativas ao PBA e
outros financiadores, cabe às organizações indígenas um importante papel na implementação
da participação indígena no Comitê Gestor Indígena, no acompanhamento, execução e gestão
de atividades de geração de renda, processos de diagnóstico e planejamento da gestão do
território e participação em instâncias consultivas ou deliberativas de políticas fundamentais
como educação e saúde, entre outras. São estas organizações, através dos membros eleitos
pela comunidade, que fazem “a ponte” entre as culturas indígenas e não indígena, tornando
acessível a seus pares, os códigos da chamada sociedade envolvente e, ainda, tornam
compreensível a seus interlocutores governamentais e privados, o modo de pensar e a vontade
do povo a quem representam.
É reconhecida a fragilidade organizacional e política formal nas TIs a serem impactadas pela
UHE BM. No que diz respeito às associações indígenas, em alguns casos, estas foram criadas
sem sequer ter-se definido seu propósito. No estudo recente “Análise de Sinergia com Plano e
Programas para a Região do Xingu” foram mapeadas 15 associações indígenas, sendo que
apenas 2 se encontram com documentação regular, 4 não possuem os registros necessários,
funcionando informalmente, 7 estão inadimplentes e de 2 não foram obtidas informações neste
sentido.
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De forma geral, no Brasil as associações indígenas acumulam os múltiplos papéis, tais como:
reivindicação e participação em conselhos consultivos e deliberativos de políticas públicas;
gestão de projetos financiados por órgãos governamentais e privados (preservação ambiental,
revitalização da cultura tradicional, atividades produtivas, etc); interlocução com diferentes
atores que de alguma forma se relacionam com os povos indígenas ou impactam seus
territórios (incluindo grandes Empreendimentos como estradas, usinas hidrelétricas, LT, etc).
Para desempenhar seu papel à contento, as associações devem estar legalizadas e com
condições operacionais e políticas, de acordo com o estabelecido no Código Civil. Uma
associação não é somente uma sede e uma licença de funcionamento. Ainda é preciso
identificar e formar lideranças e quadros intermediários para atender a diferentes funções.
Para empreender ações no sentido de garantir direitos em uma situação adversa é preciso
desenvolver capacidades de avaliar o contexto de forma crítica e criativa, de escolher parcerias
e criar habilidades para decisões, de promover a sinergia na TI e de articulação com outras TIs.
Tanto a associação como a cooperativa são organizações coletivas, de forma que o fomento
de processos participativos com toda a comunidade ou comunidades precisa ser orientado
para ser eficaz. Se eficaz, contribui ainda, para diminuir o distanciamento cultural, tornando
tais organizações mais orgânicas e menos estranhas a esses povos.
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Este Programa conta com plano inicial de atividades e uma previsão orçamentária de 5 anos,
devendo ter continuidade após esse período, uma vez que a dinâmica da organização social,
política e econômica destes povos exigirá aprimoramento constante de suas organizações, que
enfrentarão, a cada momento, desafios diferentes e mais complexos, necessitando de estrutura
física, material, organizacional e administrativa condizente.
Ao final deste primeiro período, após avaliação dos resultados alcançados, deverão ser
encaminhados processos participativos de planejamento para a etapa seguinte, conforme
descrito no item metodologia.
4.2. Objetivos
2. Favorecer a articulação nas aldeias ou TIs, VGX e Altamira, para manter ativa a
interlocução com o Comitê Indígena;
5. Fortalecer a participação dos povos indígenas nos conselhos de políticas públicas (saúde,
educação, UCs, etc.);
6. Construir, de forma participativa, os Planos de Vida dos povos indígenas em suas terras, na
VGX e em Altamira;
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11. Fomentar parcerias com órgãos governamentais e organizações da sociedade civil para a
consecução de objetivos comuns;
4.3. Metodologia
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tradições de cada povo. Isso permite às organizações tradicionais uma dinâmica, uma
agilidade e uma flexibilidade próprias. As decisões são tomadas de forma coletiva ou por meio
de acordos entre os subgrupos que compõem o povo.“ É preciso, no máximo possível,
incorporar esses mecanismos tradicionais às novas formas de organização para que estas
façam sentido e funcionem efetivamente para esses povos.
As reuniões serão feitas pelo técnico do Programa com os representantes indígenas do Comitê
Indígena do PMX. Será apresentado e explicado o PBA-CI/PMX e o funcionamento do Comitê
Indígena para orientar os participantes indígenas quanto à forma de acompanhar e intervir,
quando necessário, na implementação do Programa. Sendo representantes de seus povos,
devem fazer o papel de “tradutores” para os seus pares, sobre o que vem sendo discutido no
Comitê e, ao mesmo tempo, para o Comitê, levando a forma de pensar e os desejos de suas
comunidades.
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Ação: Reuniões por aldeia, Altamira e VGX para explicar o PBA e o funcionamento
do Comitê e definir como a comunidade vai monitorar e opinar na implementação
dos Programas
Para que os integrantes do Comitê Indígena sejam de fato representantes de seus povos, os
técnicos do Programa deverão ser facilitadores do processo de articulação em que as
comunidades recebam e discutam as informações sobre a implementação do PBA e, sua
avaliação chegue ao Comitê. O número de participantes e mecanismos de participação
deverão ser definidos de acordo com a tradição de cada povo ou outra maneira indicada pelas
lideranças tradicionais de cada comunidade. Por isso, o papel dos técnicos não é o de levar
uma forma de organização pronta e exógena, mas partindo da organização tradicional de cada
povo, ajudá-los a criar ou utilizar seus mecanismos próprios de participação.
Os técnicos do Programa deverão pesquisar junto aos demais Programas do PMX, órgãos
governamentais e mesmo às lideranças indígenas, sobre os Conselhos de políticas públicas
que os indígenas têm assento ou tem direito a ter e não estão participando por
desconhecimento ou negação do direito por parte do órgão ou instância de governo. A
participação em Conselhos é uma forma privilegiada de controle social, intervenção e
reivindicação de políticas públicas. Sempre que necessário, os indígenas devem ser alertados
sobre a importância dessa participação de forma qualificada.
Ação: Oficinas por TI, Altamira e VGX sobre o funcionamento do Estado Brasileiro
e os Conselhos em que os índios têm assento
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As reuniões serão feitas por um técnico do Programa e técnicos de outros Programas que
tratam especificamente da política pública em questão, quando for o caso, e com os
representantes indígenas de cada Conselho. Serão apresentados e debatidos a legislação
específica e o regimento interno do Conselho para que os indígenas possam participar, de
forma qualificada, acompanhando e intervindo, quando necessário, na implementação e/ou
melhoria do serviço. Sendo representantes de seus povos, devem fazer o papel de
“tradutores” para os seus pares do que vem sendo discutido no Comitê e, ao mesmo tempo,
para o Comitê, levando a forma de pensar e os desejos de suas comunidades.
Ação: Favorecer a articulação nas TIs, Altamira e VGX para manter ativa a
interlocução com os Conselhos
Para que os integrantes dos Conselhos sejam de fato representantes de seus povos, os
técnicos do Programa deverão ser facilitadores de um processo de articulação em que as
comunidades recebam e discutam as informações sobre a implementação das referidas
políticas públicas e que sua avaliação chegue até os Conselhos. O número de participantes e
os mecanismos de participação deverão ser definidos de acordo com a tradição de cada povo
ou outra maneira indicada pelas lideranças tradicionais de cada comunidade ou povo. Por
isso, o papel dos técnicos não é o de levar uma forma de organização pronta e exógena, mas
partindo da organização tradicional de cada povo, ajudá-los a criar ou utilizar seus mecanismos
próprios de participação.
O processo de elaboração dos Planos de Vida de cada TI, Altamira e VGX deverá ser iniciado
após a conclusão dos diagnósticos etnoambientais pelo PGTI. Os técnicos do Programa
deverão articular, em cada aldeia, a realização da oficina, que serão moderadas por um
especialista. Os aspectos a serem contemplados devem ser definidos pelos próprios indígenas
que, de forma participativa, apresentarão sua perspectiva futura e estratégias de como atingí-
la. Técnicos de outros Programas do PBA deverão participar do processo de planejamento e
elaboração dos Planos de Vida, que contemplarão as temáticas dos diferentes Programas,
contribuindo para os debates e sistematização. Os participantes serão definidos, conforme o
costume e tradição local, em acordo com as lideranças. Cada oficina terá a duração de 2 dias,
com 16 horas de trabalho.
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Ação: Seminários por TI, VGX e Altamira para a validação do Plano de Vida
Elaborados os Planos de Vida de cada aldeia ou localidade, um oficina em cada TI, Altamira e
VGX deverá ser realizada para consolidar e validar o referido Plano. Também os seminários
deverão contar com a participação ativa de técnicos dos demais Programas do PMX. O Plano
de Vida resultará na base para o planejamento das atividades futuras de cada comunidade.
Cada seminário deverá ter a duração de 2 dias, com 16 horas de trabalho. O número de
participantes será definido em conjunto com o especialista, utilizando critérios próprios de cada
povo.
Ação: Visitas a cada uma das 15 Associações existentes (10 formalizadas e 5 não
formalizadas) para análise documental e conversa com as lideranças
Esta será a primeira atividade da rotina que os técnicos do Programa terão nas Associações,
em seu processo de fortalecimento. Depois de feitos contatos preliminares, se reunirão com os
dirigentes de cada organização, em sua sede ou outro local onde estejam os documentos da
Associação para fazer sua análise e identificar pendências cartoriais ou com órgãos fiscais e
trabalhistas. Deverão também fazer um breve diagnóstico da situação organizacional da
Associação: atuação dos dirigentes, organização da equipe interna, procedimentos
administrativos, funcionamento do Conselho Fiscal, quando houver, regularidade de reuniões
da Diretoria, Conselho e associados, práticas de diagnóstico, planejamento, avaliação e
prestação de contas, uma vez que práticas de deliberação coletiva e prestação de contas para
a comunidade devem fazem parte da essência deste tipo de organização. Este breve
diagnóstico documental e organizacional será o ponto de partida para as atividades futuras de
assessoria a serem executadas pela equipe de técnicos. A equipe local da FUNAI, integrantes
da Coordenação Técnica Local de Etnodesenvolvimento e Gestão Ambiental da Coordenação
Regional-PA, sediada em Altamira, já iniciou o trabalho de regularização fiscal de algumas
Associações. Devem ser consultados os passos dados e planejar em conjunto os passos
seguintes, de forma a otimizar os esforços do PMX e do órgão indigenista.
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Ação: Uma oficina em cada TI, na VGX e para os moradores de Altamira sobre
aspectos legais e organizacionais de Associações e Cooperativas
Boa parte das TIs, além dos moradores em Altamira, possui pelo menos uma Associação. Em
alguns casos existe a perspectiva de criação de cooperativas como forma de viabilizar
atividades produtivas. É imperioso que essas formas de organização sejam bem conhecidas
antes da decisão pela sua criação. É comum que Associações sejam criadas sem que a sua
natureza e funcionamento sejam adequadamente explicados. As oficinas, a serem facilitadas
por especialistas, com apoio e participação dos técnicos do Programa, terão a importância de
melhorar a compreensão dos associados e dirigentes das Associações existentes e tornar mais
claros e qualificados os processos de criação de novas organizações. Os participantes
deverão ser em número não maior que 30 pessoas, escolhidas a partir de critérios próprios de
cada aldeia ou povo. A duração será de 3 dias e 24 horas de trabalho.
Esta oficina será voltada aos dirigentes e funcionários das Associações, para lideranças e
jovens que julguem importante a formação para assumir futuros postos em suas organizações.
Durante os contatos preliminares para agendar as oficinas, os técnicos do Programa devem
aproveitar para alertar as lideranças e comunidades, sobre a importância estratégica do
diagnóstico e planejamento participativo, antes da elaboção de projetos e realização das
ações. Este contato preliminar sensibiliza e facilita a logística. A oficina será estruturada em 3
momentos: diagnóstico (identificação de potenciais e problemas); planejamento (programação
do futuro com base no presente) e captação de recursos (atração; conquista com trabalho e
esforço). Serão apresentadas e praticadas ferramentas de Diagnóstico Rápido Participativo,
que podem ser apropriadas com relativa facilidade e executadas sem grandes despesas por
pessoas das comunidades. No que se refere ao planejamento, deve-se fazer um exercício de
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reflexão, com base do resultado do Diagnóstico, para definir as prioridades, limites e potenciais
da organização para implementar as propostas e, se as atividades realmente vão levar aos
resultados esperados. Sobre a captação de recursos deve-se sensibilizar os participantes que
não é somente o dinheiro que se constitui em recursos para realizar planos e projetos, sendo
que antes de buscar financiamento, devem considerar: a) o levantamento dos recursos
próprios da comunidade, já existentes e que pode ser gerados pela comunidade, com
criatividade (ex.: pequenas mensalidades pagas pelos associados, em especial os
assalariados, etc.); b) a realização de parcerias com outras organizações que apoiam a causa
indígena e podem oferecer recursos, muitas vezes não financeiros; c) os financiamentos serão
necessários para custear o que falta. O número de participantes não deverá exceder 30 em
cada oficina e sua duração será de 5 dias, perfazendo 40 horas.
Voltada também para os dirigentes e funcionários das Associações, lideranças e jovens, deve
preferencialmente contemplar o mesmo grupo participante da oficina anterior, de maneira a
constituir um grupo de gestores com uma formação sobre os vários aspectos relevantes deste
tipo de organização. Deverá ser baseada em metodologias participativas e apresentar
atividades práticas, pautadas no cotidiano das Associações. Muito se fala da importância da
gestão para as Associações, mas na prática, pouco tempo (da parte de lideranças e dirigentes)
e recursos (da parte de financiadores) se dedica à esta atividade, muitas vezes invisível, mas
fundamental para a sustentabilidade das Associações e Cooperativas, como também para o
sucesso de Empreendimentos comunitários produtivos, culturais ou outros. Desse modo, nos
contatos preliminares para agendar as oficinas, os técnicos do Programa devem sensibilizar as
lideranças e comunidades sobre a importância da gestão para que se alcance a
sustentabilidade das organizações, projetos e Empreendimentos, criando as condições para a
construção da autonomia dessas organizações. Nas Associações é necessário que o gestor
esteja preparado para orientar e acompanhar a gestão dos recursos humanos, materiais e
financeiros e ter total transparência sobre as atividades realizadas e os recursos utilizados,
sendo um administrador dos recursos da Associação e um representante da sua comunidade e
não o dono da Associação. Práticas de deliberação coletiva e prestação de contas à
comunidade devem ser mantidas e valorizadas. Executar um projeto, considerando todo o seu
ciclo e de forma participativa com a comunidade, é um grande aprendizado de diagnóstico,
planejamento, negociação, gestão, discussão e decisão comunitária, além do relacionamento
com técnicos, organizações apoiadoras e financiadoras, que propicia um fortalecimento da
comunidade, das lideranças e da própria Associação e capacitação prática dos gestores
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indígenas. O número de participantes não deverá exceder 30 em cada oficina e sua duração
será de 5 dias, perfazendo 40 horas.
Devem ser valorizadas, sempre que possível, as formas tradicionais de tomada de decisão e de
organização para a execução de atividades. O conhecimento do Código Civil, no que se refere
a constituição e funcionamento das associações é fundamental para que se possa conciliar as
exigências para a criação e funcionamento das associações, estranhas à cultura indígena, das
quais não se pode fugir, com um formato para deliberação, gestão e funcionamento da
Associação baseado na cultura tradicional. Assim, os próprios associados saberão como fazê-
la funcionar, pois tais processos serão análogos ao modo tradicional de organização e ação.
O número de reuniões, sua duração e de participantes será de acordo com cada grupo
envolvido, uma vez que é fundamental que as deliberações sejam tomadas após exaustivo
esclarecimento e discussão entre os participantes.
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Neste sentido, a duração limitada de cada consultoria contribui para que não seja criada uma
dependência em relação à sua atuação.
Este trabalho deverá ser feito dentro da rotina de funcionamento das Associações e
direcionados às pessoas diretamente envolvidas com a atividade em questão, quando se tratar
de ações relacionadas aos processos administrativos ou organizacionais internos das
Associações. O mesmo procedimento deve ser adotado quando se tratar de atividades a
serem desenvolvidas nas aldeias para aprimorar a participação dos associados.
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Em vários lugares do Brasil a criação desses espaços tem trazido grandes avanços na gestão
compartilhada de municípios ou regiões, precedidos por negociações entre os diferentes atores
sociais, provocando uma aproximação entre setores conflitantes e garantindo uma
continuidade das políticas públicas. Na estrutura organizacional em rede - horizontal – todos
têm o mesmo poder de decisão. Não há dirigentes nem dirigidos, ou os que mandam mais e
os que mandam menos. Todos têm o mesmo nível de responsabilidade, que se transforma em
co-responsabilidade, na realização dos objetivos da rede. Os técnicos do Programa devem
estimular as lideranças indígenas sobre a importância desta estratégia, viabilizar os contatos
necessários e moderar ao menos os primeiros encontros. Deverão ser feitas reuniões
bimestrais com a presença de 1 técnico e uma liderança indígena de cada TI.
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Os planos também têm um ciclo de vida. Na última etapa é avaliado se o projeto mudou a
realidade como havia sido planejado. A nova realidade trazida por esse conjunto de ações
mostra outros problemas a serem resolvidos e conquistas a serem feitas, o que dará origem a
um novo processo, a um novo Ciclo de Vida do Plano. Além disso, a própria evolução do
Empreendimento pode apresentar novos desafios. Esses elementos serão a matéria prima
para se construir o PMX dos próximos 5 anos.
Os Planos de Vida, elaborados de forma participativa, deverão orientar esses próximos passos.
Os técnicos do Programa deverão articular a realização dessas oficinas junto às lideranças
indígenas e moderar a sua realização. O número de pessoas será definido pelas lideranças de
cada aldeia. A sua duração também será definida com as lideranças. Técnicos de todos os
programas participarão da organização e execução desta ação.
Ação: Encontro com lideranças das aldeias, VGX e Altamira para a validação do
Plano
Dois representantes das aldeias, de Altamira e VGX se reunirão durante 3 dias para apresentar
seus respectivos planejamentos para que sejam consolidados e validados, sob a moderação
dos técnicos do Programa e com a presença da Coordenação geral e dos Coordenadores dos
Programas. Dessa forma, será elaborada uma estratégia regional, que contemplará também
as particularidades e anseios das diferentes comunidades.
Monitoramento e Avaliação
Os técnicos contratados para os cursos e oficinas apresentarão seus relatórios logo após a
realização dos mesmos. Os técnicos do Programa apresentarão à Coordenação, relatórios
mensais relatando as atividades realizadas e os resultados alcançados. Durante a realização das
atividades, os técnicos deverão avaliar, de forma contínua, o andamento e os resultados
alcançados, em conjunto com os indígenas participantes, de forma a orientar os passos da
sequência. Com base nos relatórios, o Coordenador do Programa deverá orientar os técnicos
quanto à estratégia de trabalho a ser adotada e os resultados alcançados, tendo em vista as
metas estabelecidas.
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O Coordenador do Programa deverá verificar in loco o andamento dos trabalhos, pelo menos uma
vez/ano em cada TI, Altamira e VGX, acompanhando o trabalho dos técnicos, conversando com
dirigentes das organizações, lideranças e instituições parceiras.
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Atividade:Participação em Conselhos
Responsáveis pelas ações Interface com
outros
Prazo/etapa do
Público Programas
Ações Metas Indicadores Empreendimen Equipe Técnica
Alvo Parceiros e/ou Projetos
to (empreendedor) do PMX e
PBA
Identificar os Todos os Conselhos Porcentagem Lideranças 5 primeiros anos PFI. FUNAI. Programas de
Conselhos que tem identificados. de Conselhos e a partir da LI. Saúde e
representantes Identificados. conselheiro Educação.
indígenas. s indígenas.
Oficinas por TI, Comunidades indígenas Número de A critério 5 primeiros anos PFI. FUNAI. Programas de
Altamira e VGX esclarecidas sobre o comunidades das a partir da LI. Saúde e
sobre o funcionamento do Estado indígenas lideranças Educação.
funcionamento do Brasileiro, a inserção dos capacitadas. indígenas.
Estado Brasileiro e Conselhos nessa estrutura e
os Conselhos em como os índios podem
que os índios tem participar da implementação
assento. de políticas públicas.
Reuniões para Todos os Conselheiros Participação e Integrantes 5 primeiros anos PFI. FUNAI. Programas de
capacitar os capacitados. interferência indígenas a partir da LI. Saúde e
integrantes dos dos Educação.
indígenas para conselheiros na Conselhos.
participação implementação
qualificada nos de políticas
Conselhos. públicas.
Favorecer a As 26 aldeias, moradores de Participação e A critério 5 primeiros PFI. FUNAI. Programas de
articulação nas TIs, Altamira e da VGX interferência das anos a partir da Saúde e
Altamira e VGX para articulados, acompanhando e das lideranças LI. Educação.
manter ativa a interferindo na comunidades na indígenas.
interlocução com os implementação das políticas implementação
Conselhos. públicas na região. de políticas
públicas.
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Reuniões com lideranças Associações ou Porcentagem de A critério das 5 primeiros anos PFI. FUNAI.
e comunidade para a Cooperativas demandas por lideranças a partir da LI.
definição de objetivos e demandadas criação de indígenas.
estrutura de pelas Associações e
funcionamento, comunidades Cooperativas
elaboração de estatuto, indígenas criadas atendidas.
realização de assembléia e regularizadas.
e legalização de
Associações e
Cooperativas
demandadas pelos povos
indígenas.
Consultorias de 5 dias Associações e Número de Dirigentes e 5 primeiros anos PFI.
para cada Associação e Cooperativas Associações e funcionários a partir da LI.
suas comunidades a cada funcionando com Cooperativas das
2 meses. maior eficiência, desenvolvendo Associações
eficácia e atividades, atingindo e
transparência. objetivos, com associados,
funcionamento conforme o
regular de seus caso.
órgãos deliberativos
e consultivos e com
compromissos em
dia.
Aluguel ou compra de Todas as Número de Dirigentes e 5 primeiros anos PFI.
sede, equipamentos e Associações com associações com funcionários a partir da LI.
materiais para estrutura física, estrutura física, das
funcionamento das equipamentos e equipamentos e Associações
Associações, definidos materiais materiais adequados e lideranças
em conjunto com os adequados ao ao seu
dirigentes da Associação. seu funcionamento.
funcionamento.
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Elementos de custo
Atividade: Coordenação
Ação Recursos humanos Recursos Materiais/Serviço de terceiro Construção
Civil
Coordenador do Programa, Sênior, com nível superior
Monitoramento in loco das na área de humanas ou administração, com amplo 10 passagens aéreas para Altamira.
atividades desenvolvidas pelo conhecimento e experiência em desenvolvimento 65 deslocamentos para as TIs, e VGX.
Programa. institucional e comunitário, em especial com povos Alimentação para 200 dias.
indígenas, durante toda a execução do Programa.
100 passagens aéreas para São Paulo.
Reuniões com a equipe para 200 diárias de hospedagem.
monitoramento e avaliação. 200 diárias de alimentação.
Local para as 10 reuniões, 2 dias cada.
Elementos de custo
Atividade: Participação no Comitê Indígena do PMX
Ação Recursos humanos Recursos Materiais/Serviço de terceiro Construção
Civil
Deslocamento dos conselheiros para Altamira.
10 técnicos, júnior, com nível superior na área de Cópias resumidas do PMX e material sobre o
Reuniões com os conselheiros humanas ou administração, com conhecimento e funcionamento do Comitê Indígena.
indígenas para explicar o PBA, experiência em desenvolvimento institucional e Materiais (papel, caneta, papel craft, pincéis
o funcionamento do Comitê comunitário, em especial com povos indígenas, por 20 atômicos).
Indígena e como acompanhar a dias/mês em campo, para o desenvolvimento das 10 Lap tops e 10 Data Shows (a serem utilizados
implementação dos Programas. atividades junto às organizações e comunidades nas diversas reuniões e oficinas).
indígenas, durante toda a execução do Programa. Hospedagem.
Alimentação.
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Elementos de custo
Atividade: Participação em Conselhos
Ação Recursos humanos Recursos Materiais/Serviço de terceiro Construção
Civil
10 técnicos, júnior, com nível superior na área de
humanas ou administração, com conhecimento e
Identificar os Conselhos experiência em desenvolvimento institucional e
que tem representantes comunitário, em especial com povos indígenas, por
indígenas. 20 dias/mês em campo, para o desenvolvimento das
atividades junto às organizações e comunidades
indígenas, durante toda a execução do Programa.
1 técnico júnior com nível superior na área de
humanas, preferencialmente sociologia ou ciências
políticas, com amplo conhecimento sobre a estrutura
13 deslocamentos do especialista e um dos técnicos
e funcionamento do Estado Brasileiro, políticas
da equipe para as TIs e VGX.
Oficinas por TI, Altamira e públicas e controle social para as oficinas sobre este
tema. Cópias de materiais de consulta e trabalho a serem
VGX sobre funcionamento indicados pelo facilitador.
do Estado Brasileiro e os 10 técnicos, júnior, com nível superior na área de
Conselhos em que os Materiais (papel, caneta, papel craft, pincéis
humanas ou administração, com conhecimento e atômicos).
índios tem assento. experiência em desenvolvimento institucional e
Alimentação para os técnicos e participantes da
comunitário, em especial com povos indígenas, por
oficina (2 dias cada).
20 dias/mês em campo, para o desenvolvimento das
atividades junto às organizações e comunidades
indígenas, durante toda a execução do Programa.
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10 técnicos, júnior, com nível superior na área de Deslocamento dos conselheiros para Altamira.
humanas ou administração, com conhecimento e Cópias de materiais de consulta e trabalho sobre as
Reuniões para capacitar os
experiência em desenvolvimento institucional e políticas públicas e regimentos dos conselhos.
integrantes indígenas para
comunitário, em especial com povos indígenas, por
participar, de forma Materiais (papel, caneta, papel craft, pincéis
20 dias/mês em campo, para o desenvolvimento das
qualificada, dos Conselhos. atômicos).
atividades junto às organizações e comunidades
indígenas, durante toda a execução do Programa. Hospedagem e alimentação.
10 técnicos, júnior, com nível superior na área de 65 deslocamentos dos técnicos para as aldeias e
humanas ou administração, com conhecimento e VGX.
Favorecer a articulação nas Cópias de materiais de consulta e trabalho sobre as
experiência em desenvolvimento institucional e
TIs, Altamira e VGX para políticas públicas e regimentos dos Conselhos.
comunitário, em especial com povos indígenas, por
manter ativa a interlocução
20 dias/mês em campo, para o desenvolvimento das Materiais (papel, caneta, papel craft, pincéis
com os Conselhos.
atividades junto às organizações e comunidades atômicos).
indígenas, durante toda a execução do Programa. Alimentação para os técnicos.
Elementos de custo
Atividade: Elaboração participativa do Plano de Vida
Ação Recursos humanos Recursos Materiais/Serviço de terceiro Construção
Civil
10 técnicos, júnior, com nível superior na área de 26 deslocamentos dos técnicos para as aldeias e
humanas ou administração, com conhecimento e VGX.
Oficinas por aldeia, na VGX
experiência em desenvolvimento institucional e
e em Altamira para a Materiais (papel, caneta, papel craft, pincéis
comunitário, em especial com povos indígenas, por
elaboração participativa do atômicos).
20 dias/mês em campo, para o desenvolvimento das
Plano de Vida. Alimentação para os técnicos e participantes (2 dias
atividades junto às organizações e comunidades
indígenas, durante toda a execução do Programa. em cada local).
10 técnicos, júnior, com nível superior na área de
humanas ou administração, com conhecimento e 13 deslocamentos dos técnicos para as TIs e VGX.
Seminários por TI, VGX e experiência em desenvolvimento institucional e Materiais (papel, caneta, papel craft, pincéis
Altamira para a validação comunitário, em especial com povos indígenas, por atômicos).
do Plano de Vida. 20 dias/mês em campo, para o desenvolvimento das Alimentação para os técnicos e participantes (2 dias
atividades junto às organizações e comunidades em cada local).
indígenas, durante toda a execução do Programa.
112
PBA DO COMPONENTE INDÍGENA DA UHE BELO MONTE- PROGRAMA MÉDIO XINGU
_____________________________________________________________________________________________
Elementos de custo
Atividade: Diagnóstico e regularização das Associações existentes
Ação Recursos humanos Recursos Materiais/Serviço de terceiro Construção
Civil
10 técnicos, júnior, com nível superior na área de
Visitas a cada uma das 15
humanas ou administração, com conhecimento e
Associações existentes (10 13 deslocamentos dos técnicos para as
experiência em desenvolvimento institucional e
formalizadas e 5 não aldeias e VGX.
comunitário, em especial com povos indígenas, por
formalizadas) para análise
20 dias/mês em campo, para o desenvolvimento das Alimentação para os técnicos.
documental e conversa com as
atividades junto às organizações e comunidades
lideranças.
indígenas, durante toda a execução do Programa.
10 técnicos, júnior, com nível superior na área de
humanas ou administração, com conhecimento e
experiência em desenvolvimento institucional e Deslocamento das lideranças para
Reuniões com as lideranças, comunitário, em especial com povos indígenas, por Altamira.
contador e órgãos oficiais e 20 dias/mês em campo, para o desenvolvimento das Hospedagem.
encaminhamento dos atividades junto às organizações e comunidades
processos de regularização Alimentação.
indígenas, durante toda a execução do Programa. Pagamento de taxas, multas e outras
legal das Associações.
despesas para a regularização.
Contratação de escritório de contabilidade para as
Associações que não os tiver.
113
PBA DO COMPONENTE INDÍGENA DA UHE BELO MONTE- PROGRAMA MÉDIO XINGU
_____________________________________________________________________________________________
Elementos de custo
Atividade: Fortalecimento/criação de Associações e Cooperativas
Ação Recursos humanos Recursos Materiais/Serviço de Construção
terceiro Civil
Uma oficina em cada TI, na VGX e 10 técnicos, júnior, com nível superior na área de 13 deslocamentos dos técnicos para as
para os moradores de Altamira humanas ou administração, com conhecimento e TIs e VGX.
sobre aspectos legais e experiência em desenvolvimento institucional e Cópias de materiais para consulta e
organizacionais de Associações e comunitário, em especial com povos indígenas, por trabalho.
Cooperativas. 20 dias/mês em campo, para o desenvolvimento das Materiais (papel, caneta, papel craft,
atividades junto às organizações e comunidades pincéis atômicos).
indígenas, durante toda a execução do Programa.
Alimentação para os técnicos e
participantes (3 dias em cada local).
Uma oficina em cada Associação Um técnico júnior, com nível superior na área de
sobre diagnóstico, planejamento e humanas ou administração, com conhecimento e 13 deslocamentos dos técnicos para as
captação de recursos. experiência em processos de diagnóstico e TIs e VGX.
planejamento comunitários para as oficinas sobre
este tema. Cópias de materiais para consulta e
trabalho.
Materiais (papel, caneta, papel craft,
Um técnico júnior, com nível superior na área de pincéis atômicos).
humanas ou administração, com conhecimento e
experiência em captação de recursos, incluindo Alimentação para os técnicos e
elaboração de projetos, para as oficinas sobre este participantes (5 dias em cada local).
tema.
Uma oficina em cada Associação 13 deslocamento dos técnicos para as
sobre gestão de Associações, TIs e VGX.
projetos e Empreendimentos Um técnico com nível superior na área de humanas Cópias de materiais para consulta e
comunitários. ou administração, com conhecimento e experiência trabalho.
em gestão administrativa e financeira de
Associações, Cooperativas e Empreendimentos Materiais (papel, caneta, papel craft,
comunitários, para as oficinas sobre este tema. pincéis atômicos).
Alimentação para os técnicos e
participantes (5 dias em cada local).
114
PBA DO COMPONENTE INDÍGENA DA UHE BELO MONTE- PROGRAMA MÉDIO XINGU
_____________________________________________________________________________________________
115
PBA DO COMPONENTE INDÍGENA DA UHE BELO MONTE- PROGRAMA MÉDIO XINGU
_____________________________________________________________________________________________
Elementos de custo
Atividade: Criação de espaços públicos socioambientais
Ação Recursos humanos Recursos Materiais/Serviço de Construção
terceiro Civil
Reuniões para formação e funcionamento 10 técnicos, júnior, com nível superior na área de 480 deslocamento dos técnicos
de espaços públicos de articulação das humanas ou administração, com conhecimento e lideranças para as cidades.
organizações da sociedade civil, incluindo experiência em desenvolvimento institucional e 480 diárias de alimentação.
as indígenas, órgãos do governo e comunitário, em especial com povos indígenas, por
iniciativa privada, em cada cidade da 20 dias/mês em campo, para o desenvolvimento
região, para discussão e definição de das atividades junto às organizações e
ações conjuntas de desenvolvimento comunidades indígenas, durante toda a execução
sustentável. do Programa.
Elementos de custo
Atividade: Planejamento da continuidade do PMX
Ação Recursos humanos Recursos Materiais/Serviço de terceiro Construção
Civil
13 deslocamento dos técnicos para as TIs e VGX
Cópias de materiais para consulta e trabalho
Oficinas por aldeia, VGX e Altamira para
planejamento da continuidade do PMX. Materiais (papel, caneta, papel craft, pincéis
atômicos)
Equipe de técnicos já citada na Alimentação para os técnicos e participantes
atividade anterior Deslocamento de 50 lideranças para Altamira.
Encontro com lideranças das aldeias, Cópias de materiais para consulta e trabalho.
VGX e Altamira para a validação do Materiais (papel, caneta, papel craft, pincéis
plano atômicos).
186 diárias (hospedagem/alimentação)
116
PBA DO COMPONENTE INDÍGENA DA UHE BELO MONTE- PROGRAMA MÉDIO XINGU
_____________________________________________________________________________________________
4.7. Cronograma
PROJETO
Ano/Semestre
Atividades Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano XX
1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2
Atividade: Participação no Comitê Indígena do PMX
Reuniões com os conselheiros indígenas para explicar o
PBA, o funcionamento do Comitê Indígena e como
acompanhar a implementação dos Programas.
Reuniões por aldeia, Altamira e VGX para explicar o PBA e o
funcionamento do Comitê e definir como a comunidade vai
monitorar e opinar na implementação dos Programas.
Atividade: Participação em Conselhos
Identificar os Conselhos que tem representantes indígenas.
Oficinas por TI, Altamira e VGX sobre funcionamento do
Estado Brasileiro e os Conselhos em que os índios tem
assento.
Reuniões para capacitar os integrantes indígenas para
participar, de forma qualificada, dos Conselhos.
Favorecer a articulação nas TIs, Altamira e VGX para manter
ativa a interlocução com os Conselhos.
Atividade: Elaboração participativa do Plano de Vida
Oficinas por aldeia, na VGX e Altamira para a elaboração
participativa do Plano de Vida.
Seminários por TI, VGX e Altamira para a validação do Plano
de Vida.
117
PBA DO COMPONENTE INDÍGENA DA UHE BELO MONTE- PROGRAMA MÉDIO XINGU
_____________________________________________________________________________________________
118
PBA DO COMPONENTE INDÍGENA DA UHE BELO MONTE- PROGRAMA MÉDIO XINGU
_____________________________________________________________________________________________
119
PBA DO COMPONENTE INDÍGENA DA UHE BELO MONTE- PROGRAMA MÉDIO XINGU
_____________________________________________________________________________________________
José Strabeli
Cientista Social
Hilda Fadiga
Estatística e Cientista Social
120
PROGRAMA MÉDIO XINGU - PBA DO COMPONENTE INDÍGENA DA UHE BELO MONTE
_____________________________________________________________________________________________
A AAR da UHE BM compreende uma região onde estão localizadas 11 TIs e 1 AI, além dos
índios de Altamira e da VGX. Desta maneira, as populações indígenas da região estarão
sujeitas, ao longo de todo o ciclo de vida do Empreendimento, aos seus impactos diretos e
indiretos.
3
Os referidos Programas são: PISI, PEEI, PFI, PGTI, PIE, PAP, PPC, PSA, PG, PRR, PCI e o presente
PCNI.
121
PBA DO COMPONENTE INDÍGENA DA UHE BELO MONTE- PROGRAMA MÉDIO XINGU
_____________________________________________________________________________________________
Inserido em tal contexto, o presente Programa, tem como premissa a informação e orientação
da nova comunidade que conviverá na região Xinguana quanto aos possíveis impactos
conseqüentes das singularidades culturais a que serão expostos os povos indígenas com a
chegada da população migrante e trabalhadores da UHE BM na região, além do convívio
intenso com os técnicos que implementarão os programas compensatórios. Como exemplo,
riscos por exposição a vícios sociais (álcool e jogos), doenças infectocontagiosas, escassez de
recursos naturais e conflitos interétnicos nas áreas ocupadas, dentre outros
5.2. Objetivos
122
PBA DO COMPONENTE INDÍGENA DA UHE BELO MONTE- PROGRAMA MÉDIO XINGU
_____________________________________________________________________________________________
Prevenir conflitos, contribuindo com o bom andamento social e econômico das obras do
Empreendimento e com a convivência pacífica entre a população indígena e não
indígena.
5.3. Metodologia
5.3.1. Público-Alvo
População Migrante
Este Programa deverá atuar de maneira mais pontual com esse contingente populacional pela
informação acerca dos principais aspectos sociais, econômicos, políticos e culturais dos povos
indígenas da região.
Mão-de-Obra contratada
Desse modo, é prevista a formação de 18.6974 pessoas, ao longo dos 3 primeiros anos de
implantação do Empreendimento, conforme demonstrado a seguir.
Nível/Ano 1 2 3 Total
N1 2.095 2839 1049 5.983
N2 2.946 3993 1475 8.414
N3 753 1020 377 2150
N4 524 710 262 1496
N5 144 195 72 411
N6 85 115 43 243
Total Anual 6.547 8872 3278 18.697
4
O número total de 18.697 pessoas a passar pelo Curso de Introdução à Temática Indígena pode sofrer
acréscimo de até 9.233 formações em função da estimativa de Rotatividade Anual de Empregados, bem
como acréscimo ainda não definido, em função de técnicos de trabalhos de campo que possivelmente
terão contato direto com povos indígenas.
123
PBA DO COMPONENTE INDÍGENA DA UHE BELO MONTE- PROGRAMA MÉDIO XINGU
_____________________________________________________________________________________________
Para fins da formação prevista neste Programa será necessária a formação relativa aos
aspectos indigenistas para todos os níveis profissionais da mão-de-obra absorvida pelo
Empreendimento (N1 a N6). Serão trabalhadas, com este público-alvo, além da formação
presencial em sala de aula (descrita a seguir), também as informações de caráter mais pontual
pela distribuição de cartilhas.
Técnicos do PBA-CI/PMX
Este Programa deverá atuar de maneira mais pontual com a equipe técnica envolvida
diretamente na implementação dos programas previstos no PBA-CI/PMX, uma vez que estes
terão contato direto e permanente com os indígenas dentro e fora das TIs devendo, portanto,
receber treinamento diferenciado e específico sobre normas de conduta na interação com os
indígenas, especificidades culturais de cada etnia e do tema e projeto a ser desenvolvido por
cada técnico.
5
O conteúdo programático poderá sofrer alterações conforme adequação ao cronograma dos cursos de
segurança básica no trabalho e comportamento ambiental.
124
PBA DO COMPONENTE INDÍGENA DA UHE BELO MONTE- PROGRAMA MÉDIO XINGU
_____________________________________________________________________________________________
Módulo 1
Atividade/Aula Descrição
Trabalhar conceitos básicos, tais como o conceito de
cultura, diversidade sócio-cultural, dinâmica cultural,
identidade étnica, etnicidade, tradicionalidade,
Interculturalidade etnocentrismo, evolucionismo, etc. para então realizar
uma auto-reflexão sobre a diversidade cultural e a
relação estabelecida com comunidades tradicionais
diversas.
Panorama geral e sintético sobre as principais linhas de
pesquisa, abordagens e temas importantes para a
Antropologia Elementar Antropologia: organização social, parentesco,
etnoconhecimento, contato interétnico, relação com o
meio.
Panorama geral sobre os povos indígenas brasileiros:
população, diversidade étnica, situação fundiária,
Povos Indígenas
diversidade histórica e política. Breve comparação com a
situação de outros países.
Apresentar os povos indígenas com os quais a UHE
Povos Indígenas na Área de Abrangência da UHE Belo Monte Belo Monte se relaciona e estabelecer relações com a
apresentação geral feita anteriormente.
Módulo 2
Atividade/Aula Descrição
Apresentar e discutir principais direitos garantidos aos
Direitos Indígenas povos indígenas a nível nacional e Internacional
(Declaração da ONU, Convenção 169 da OIT etc).
125
PBA DO COMPONENTE INDÍGENA DA UHE BELO MONTE- PROGRAMA MÉDIO XINGU
_____________________________________________________________________________________________
Módulo 3
Atividade/Aula Descrição
Apresentar, numa perspectiva histórica, a
relação entre povos indígenas brasileiros e a
exploração econômica do território brasileiro e
Relação entre Povos indígenas e o Desenvolvimento seus recursos. Apresentar e discutir os
paradigmas do desenvolvimento,
desenvolvimento sustentável e
etnodesenvolvimento.
Discutir, na perspectiva das demandas indígenas
e políticas públicas, os principais temas e
questões importantes para os povos indígenas
Temáticas e desafios contemporâneos dos Povos
brasileiros como a garantia fundiária, educação
indígenas
escolar diferenciada, saúde específica, gestão
territorial indígena, fortalecimento institucional,
protagonismo político, etc.
Apresentar e discutir, na lógica do “mercado de
projetos” o envolvimento entre povos e
Gestão de Projetos organizações indígenas, bem como seus
principais desafios. Apresentar casos concretos
de programas de apoio e projetos indígenas.
Módulo 4
Atividade/Aula Descrição
Numa perspectiva histórica, apresentar as tensões e os
conflitos entre o setor privado e povos indígenas, bem
como, apresentar as novas conjunturas de aproximação
Histórico das relações
e articulação e os desafios e oportunidades colocadas.
Discutir tanto impactos de empreendimentos como
“parcerias” comerciais.
Ressalta-se que tal conteúdo poderá sofrer alterações ou ainda vários níveis de detalhamentos
e aprofundamentos em função das características de cada público alvo, escolaridade e
conhecimento prévio do assunto.
126
PBA DO COMPONENTE INDÍGENA DA UHE BELO MONTE- PROGRAMA MÉDIO XINGU
_____________________________________________________________________________________________
Conforme já mencionado previamente, deverá ser elaborado material informativo acerca dos
principais aspectos relacionados aos povos indígenas da região. O material informativo deverá
ser confeccionado em formato de cartilha e deverá atender aos dois públicos-alvo foco deste
Programa (população migrante e mão-de-obra contratada pelo Empreendimento -
trabalhadores e técnicos do PBA-CI/PMX).
Esclarecimento da questão dos direitos adquiridos pelos povos indígenas sobre suas
terras e recursos naturais;
127
PBA DO COMPONENTE INDÍGENA DA UHE BELO MONTE- PROGRAMA MÉDIO XINGU
_____________________________________________________________________________________________
Para o presente Programa será utilizada a mesma estrutura física proposta para os Centros de
Capacitação do Programa de Capacitação de Mão-de-obra, sendo que os módulos de
Comunicação serão também componentes das atividades de cursos propostos pela
Capacitação.
No que se refere às bases legais e normativas que norteiam os objetivos específicos deste
Programa, e que, de alguma forma poderão ser abordadas no Curso de Introdução a Temática
Indígena, destacam-se:
Pacto Internacional dos direitos econômicos, sociais, e culturais – ONU, Decreto nº 591
de 06 de julho de 1992;
128
PBA DO COMPONENTE INDÍGENA DA UHE BELO MONTE- PROGRAMA MÉDIO XINGU
_____________________________________________________________________________________________
129
PROGRAMA MÉDIO XINGU - PBA DO COMPONENTE INDÍGENA DA UHE BELO MONTE
_____________________________________________________________________________________________
130
PBA DO COMPONENTE INDÍGENA DA UHE BELO MONTE- PROGRAMA MÉDIO XINGU
_____________________________________________________________________________________________
A partir do 2º ano
Formar 100% da mão- /1º semestre da
de-obra absorvida pelo execução do PBA-
Empreendimento. CI/PMX.
Início dos cursos
de formação. Formar 100% dos A continuidade /
técnicos especializados reestruturação da
na implementação do ação será
Programas de:
PBA-CI/PMX. avaliada
Capacitação da
anualmente.
mão-de-obra,
Indicador de serviço: PISI
Aplicação de PEEI
questionário mensal PFI
e amostral junto às
Avaliar e monitorar os A partir do 1º ano PGTI
chefias imediatas da
resultados obtidos nos /2º semestre da PAP
mão-de-obra
Cursos de Introdução a execução do PBA-
absorvida pelo PPC
Temática Indígena. CI/PMX.
Empreendimento.
Avaliação e PSA
Elaboração de relatório Realização
Monitoramento. Indicador de PRR
semestral de minimamente
processo:
acompanhamento e durante os 3 PCI.
proposição de Percepção qualitativa primeiros anos da
mudanças no Programa, junto às lideranças execução do PBA-
caso necessário. indígenas quanto ao CI/PMX.
relacionamento com
os trabalhadores e
migrantes oriundos
da UHEM.
131
PBA DO COMPONENTE INDÍGENA DA UHE BELO MONTE- PROGRAMA MÉDIO XINGU
_____________________________________________________________________________________________
132
PBA DO COMPONENTE INDÍGENA DA UHE BELO MONTE- PROGRAMA MÉDIO XINGU
_____________________________________________________________________________________________
Avaliar e monitorar os
A partir do 1º ano
resultados obtidos junto
/2º semestre da
a prestação de
execução do PBA-
informação sobre a
CI/PMX.
temática indígena à
Avaliação e população migrante de
Realização
monitoramento. modo geral. Elaboração
minimamente
de relatórios semestrais
durante os 3
de acompanhamento e
primeiros anos da
proposição de
execução do PBA-
mudanças no Programa,
CI/PMX.
caso necessário.
133
PBA DO COMPONENTE INDÍGENA DA UHE BELO MONTE- PROGRAMA MÉDIO XINGU
_____________________________________________________________________________________________
Elementos de custo
134
PBA DO COMPONENTE INDÍGENA DA UHE BELO MONTE- PROGRAMA MÉDIO XINGU
_____________________________________________________________________________________________
Coordenador do Programa, especialista Sênior (alocado 18.697 kits para o curso (apostilas
minimamente durante os 3 primeiros anos do PBA-CI/PMX). didáticas, caderneta, lápis, borracha e
caneta esferográfica).
2 Consultores Plenos – Antropólogos/Indigenistas
Locação de sala e material didático para
(alocados minimamente durante os 3 primeiros anos do PBA-
elaboração de cursos para os técnicos
CI/PMX).
Execução dos cursos especializados do PBA-CI/PMX.
presenciais. 10 Consultores Plenos – Educadores
Transporte aéreo: 1 viagem para todos os
(alocados minimamente durante os 3 primeiros anos do PBA- técnicos, coordenadores, educadores e
CI/PMX). antropólogos - passagem ida/volta, origem
Profissionais contratados pelo empreendedor, minimamente desconhecida-Altamira.
pelos 3 primeiros anos, moradores em Altamira ou outras Estadia/alimentação na cidade: 1 visita x 7
cidades-base do curso. dias = XX diárias.
Coordenador do Programa, especialista Sênior (alocado
minimamente durante os 3 primeiros anos do PBA-CI/PMX).
2 Consultores Plenos – Antropólogos/Indigenistas
(alocados minimamente durante os 3 primeiros anos do PBA-
Serviços de edição e impressão gráfica de
CI/PMX).
Avaliação e questionários e certificados.
Monitoramento 10 Consultores Plenos – Educadores
18.697 questionários de avaliação e
(alocados minimamente durante os 3 primeiros anos do PBA- certificados de conclusão do curso.
CI/PMX).
Profissionais contratados pelo empreendedor, minimamente
durante os 3 primeiros anos, moradores em Altamira ou
outras cidades-base do curso.
135
PBA DO COMPONENTE INDÍGENA DA UHE BELO MONTE- PROGRAMA MÉDIO XINGU
_____________________________________________________________________________________________
Elementos de custo
Atividade: Aumento do acesso a informações
Recursos Materiais / Construção
Atividade Recursos Humanos
Serviço de terceiros Civil
Coordenador do Programa, especialista Sênior (alocado
Elaboração e Serviços gráficos de edição e impressão
minimamente durante os 3 primeiros anos do PBA-CI/PMX).
impressão de de todo o material.
material didático e 2 Consultores Plenos – Antropólogos/Indigenistas. Durante 30 dias.
informativo. (95.000 cartilhas)
2 Consultores Plenos – Educadores durante 30 dias.
Transporte aéreo: 3 viagens = 3
passagens ida/volta, origem
Estabelecimento de Coordenador do Programa, especialista Sênior (alocado desconhecida-Altamira.
parcerias. minimamente durante os 3 primeiros anos do PBA-CI/PMX).
Estadia/alimentação na cidade: 3 visitas x
10 dias = 30 diárias.
Distribuição de Prevendo utilização de mão-de-obra já alocada para o Programa de
material informativo. Capacitação de mão-de-obra da UHE BM.
Coordenador do Programa, especialista Sênior (alocado
Divulgação de minimamente durante os 3 primeiros anos do PBA-CI/PMX. Profissional contratado pelo
informação oral (via empreendedor, minimamente pelos 3
mídia radiofônica). Consultor Pleno – Comunicador (alocado minimamente durante os 3 primeiros anos, morador em Altamira.
primeiros anos do PBA-CI/PMX).
Coordenador do Programa, especialista Sênior (alocado
minimamente durante os 3 primeiros anos do PBA-CI/PMX).
2 Consultores Plenos – Antropólogos/Indigenistas (alocados
minimamente durante os 3 primeiros anos do PBA-CI/PMX). Serviços de edição e impressão de
Avaliação e questionários e certificados em gráfica.
Monitoramento. 10 Consultores Plenos – Educadores (alocados minimamente
durante os 3 primeiros anos do PBA-CI/PMX. 18.697 questionários de avaliação.
Profissionais contratados pelo empreendedor, minimamente pelos 3
primeiros anos, moradores em Altamira ou outras cidades-base do
curso.
136
PROGRAMA MÉDIO XINGU - PBA DO COMPONENTE INDÍGENA DA UHE BELO MONTE
_____________________________________________________________________________________________
5.7. Cronograma
O cronograma físico apresentado a seguir foi elaborado a partir do início previsto para os
cursos que serão fornecidos pelo empreendedor no âmbito do Programa de Capacitação de
Mão-de-obra, apresentado no PBA Geral (setembro de 2010). Dessa maneira, o mês de
agosto de 2011 será o mês zero para o início dos Cursos de Introdução à Temática Indígena,
devendo este Programa, portanto, ter o seu início imediato no mês de maio de 2011. Mesmo o
cronograma tendo sido feito com base nos 5 primeiros anos de implantação do
Empreendimento, o Programa deverá ter abrangência minimamente durante os 10 anos
previstos de implantação e ser reavaliado quanto à continuidade durante a operação/vida útil
do Empreendimento. A cada ano de execução do Programa, este deverá ser reavaliado para
adequações a serem incorporadas ao período seguinte.
137
PBA DO COMPONENTE INDÍGENA DA UHE BELO MONTE- PROGRAMA MÉDIO XINGU
_____________________________________________________________________________________________
2011 (detalhado mensal) 2012 (trimestral) 2013 (trimestral) 2014 (trimestral) 2015 (trimestral)
ATIVIDADE
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4
Ajuste de cronograma: Programa de Capciatação de Mão de Obra
Distribuição de cartilhas
Avaliação de Monitoramento
II III IV V VI VII
Etapas Construtivas
II Início das Instalações dos Canteiros
III Final da estapa de instalação dos canteiros
IV Desvio do Rio pelo vertedouro
V Início do enchimento do reservatório do Rio Xingu
VI Início da geração na casa de força complementar
VII Início do enchimento do reservatório intermediário
138
PBA DO COMPONENTE INDÍGENA DA UHE BELO MONTE- PROGRAMA MÉDIO XINGU
_____________________________________________________________________________________________
139
PBA DO COMPONENTE INDÍGENA DA UHE BELO MONTE- PROGRAMA MÉDIO XINGU
_____________________________________________________________________________________________
6.1. Introdução
O Empreendimento UHE BM, a ser implantado no Pará, na região da VGX, tem sua Área de
Influência sobre os municípios de Altamira, Vitória do Xingu, Senador José Porfírio, Porto de
Moz, Gurupá, Anapu, Pacajá, Brasil Novo, Medicilândia, Uruará e Placas (PATRICIO et al.,
2009).
A Área de Abrangência Regional (AAR), que compreende toda a Bacia Hidrográfica do Xingu,
totaliza cerca de 51 milhões de hectares, abrangendo 35 municípios dos estados do Mato
Grosso e do Pará, 21 TIs, 24 povos indígenas e 10 UCs. A região desta Bacia na qual se
localizam as TIs contempladas pelo Componente Indígena do PBA é conhecida como Médio
Xingu, na qual se encontra o chamado Corredor de Sociobiodiversidade Xingu, com extensão
de 28 milhões de hectares de áreas protegidas (PATRICIO et al., 2009; JUNQUEIRA;
GRUPIONI, 2010).
O mosaico etnográfico que caracteriza o Médio Xingu, também conhecido como “grande
província multiétnica” (PDRS Xingu, 2011) é, conforme descreveu Nimuendaju (apud
CORBISIER et al., 2009), composto por povos canoeiros, os Juruna e Xipaya; povos do centro
da floresta, os Kuruaya, Arara e Assurini; e povos das savanas que eventualmente invadem a
zona de floresta, os Kayapó do Norte, da família linguística Jê, a qual pertencem os Kararaô e
os Xikrin e, por fim, os Araweté, desconhecidos à época dos estudos6. Esses povos habitam
atualmente a AI Juruna do Km 17 e as TIs Paquiçamba, Arara da VGX, Trincheira Bacajá,
Apyterewa, Koatinemo, Araweté/Igarapé Ipixuna, Kararaô, Arara, Cachoeira Seca, Xipaya e
Kuruaya, cujos territórios totalizam aproximadamente 5,47 milhões de hectares, nos municípios
de Altamira, Brasil Novo, Medicilândia, Uruará, Vitória do Xingu, São Félix do Xingu, Senador
José Porfírio, Anapu e Placas.
A dinâmica de ocupação da região, que até o momento teve sua expressão máxima na rodovia
BR-230, a Transamazônica, se caracteriza por um processo negativo de grilagem de terras
públicas, abertura de estradas clandestinas, exploração predatória dos recursos naturais e
penetração da pecuária, facilitada pelo desmatamento e pelas estradas abertas pelos
madeireiros. Como principais conseqüências estão o acirramento dos conflitos fundiários; a
especulação imobiliária; a concentração fundiária e de renda; o desrespeito à legislação
ambiental, principalmente no que tange à manutenção das Áreas de Preservação Permanente
6
Os povos Arupaí e Tacunyape, que também habitavam a região na ocasião dos estudos, foram extintos
(CORBISIER et al., 2009).
140
PBA DO COMPONENTE INDÍGENA DA UHE BELO MONTE- PROGRAMA MÉDIO XINGU
_____________________________________________________________________________________________
(APPs) e de Reserva Legal (RL) nos imóveis rurais; a expansão das áreas ocupadas por
pastagens; o agravamento de endemias, propiciado pelo desmatamento; e a invasão de terras
ocupadas pela população ribeirinha (MENEZES et al., 2009).
Especificamente com relação aos impactos que o adensamento populacional na região pode
provocar no modo de vida indígena, o EIA do AHE BM - Volume 35 e o Parecer Técnico no 21
destacam:
7
Nas TIs Arara da Volta Grande do Xingu, Cachoeira Seca, Arara, Araweté/Igarapé Ipixuna e Apyterewa
e no entorno da TI Trincheira Bacajá, Paquiçamba, e AI Juruna do Km 17.
141
PBA DO COMPONENTE INDÍGENA DA UHE BELO MONTE- PROGRAMA MÉDIO XINGU
_____________________________________________________________________________________________
A redução das espécies e populações de fauna, que induzirão alterações nos padrões e
áreas de caça e pesca na Área de Influência da UHE BM e acirramento de conflitos
entre os povos que dela se utilizam, tornando-se necessário o estabelecimento de
acordos para garantir o compartilhamento desses recursos de subsistência (VIEIRA et
al., 2009a e PATRÍCIO et al., 2009).
Com relação à cadeia de impactos físico e bióticos decorrentes da redução da vazão do rio
Xingu na VGX e adjacências, o EIA do AHE BM - Volume 35 Tomo 3 (PATRICIO et al., 2009)
detalha que:
A umidade dos solos marginais aos rios se reduzirá e, por conseqüência, também a das
matas ciliares dos rios Xingu, Bacajá e Bacajaí e das ilhas que sofrem inundação parcial,
podendo causar severas alterações na composição florística;
As alterações nas praias poderão afetar as áreas de desova dos tracajás e também
acarretar no aumento da predação desta espécie, podendo comprometer seu ciclo
reprodutivo;
142
PBA DO COMPONENTE INDÍGENA DA UHE BELO MONTE- PROGRAMA MÉDIO XINGU
_____________________________________________________________________________________________
O efeito de remanso irá se reduzir nas imediações da foz dos tributários do rio Xingu
(Bacajá e Bacajaí) e será prejudicial para a piracema.
O que se anuncia, portanto, por conta da drástica redução do volume de água é a alteração na
composição das espécies da fauna e da flora na região da VGX, comprometendo a
manutenção da base alimentar dos povos que ali habitam. Isso, somado aos impactos
decorrentes do adensamento populacional, pode acarretar profundas alterações nos modos de
vida destes povos indígenas.
Visando mitigar e/ou compensar os impactos provocados pela UHE BM e apoiar os povos
indígenas no enfrentamento dos desafios impostos neste novo arranjo sociopolítico, econômico
e ambiental da região e também das TIs, o EIA do AHE BM Volume 35 (VIEIRA et al., 2009a;
PATRÍCIO et al., 2009; VIEIRA et al., 2009b; GIANNINI et al., 2009 e MULLER et al., 2009) e o
Parecer Técnico nº 21 (MENEZES et al., 2009) apontam uma série de recomendações
relacionadas à gestão dos territórios indígenas e dos recursos naturais importantes para estes
povos.
O Programa Gestão Territorial Indígena (PGTI) deve atender a estas recomendações, mais
especificamente ao compilado de Planos, Programas e Projetos a seguir:
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PBA DO COMPONENTE INDÍGENA DA UHE BELO MONTE- PROGRAMA MÉDIO XINGU
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PBA DO COMPONENTE INDÍGENA DA UHE BELO MONTE- PROGRAMA MÉDIO XINGU
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A estratégia do Programa parte do pressuposto que a gestão territorial deve contribuir para a
proteção dos territórios e das condições ambientais necessárias à sobrevivência física e
cultural e ao bem-estar das comunidades indígenas, não se restringindo à área interna
delimitada pelo perímetro da TI, mas atuando também sobre o seu entorno e sobre as
atividades externas que promovem impactos nas condições de vida da população indígena
(VERDUM, 2006). Assume-se, como TIs a definição disposta no Art. 23, §1º da CF, que
estabelece que:
são terras tradicionalmente ocupadas pelos índios as por eles habitadas em caráter
permanente, as utilizadas para suas atividades produtivas, as imprescindíveis à
preservação dos recursos ambientais necessários a seu bem-estar e as necessárias a
sua reprodução física e cultural, segundo seus usos, costumes e tradições.
Considerando que o território indígena ultrapassa as fronteiras temporais e físicas das TIs
(SALGADO, 2007), a gestão territorial indígena deve ser ampla e representa um grande
desafio, para o qual é necessária a construção de novos mecanismos de diálogo e de ação
que, para serem eficazes, devem funcionar em diversas escalas, abrangendo desde as ações
locais até articulações internacionais (MILLER, 2008).
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PBA DO COMPONENTE INDÍGENA DA UHE BELO MONTE- PROGRAMA MÉDIO XINGU
_____________________________________________________________________________________________
Este Programa foi estruturado a partir de uma perspectiva multiescalar, que envolve da aldeia
ao contexto político nacional; integrada, já que os projetos constroem resultados
complementares; participativa, considerando as comunidades indígenas como co-gestoras do
Programa; e intercientífica, integrando os saberes tradicionais e ocidentais.
Para concretizar esta estratégia de ação, este Programa apresenta 3 projetos com abordagens
complementares: “Planejamento Territorial e Gestão Socioambiental Compartilhada”,
“Monitoramento Territorial” e “Conservação Territorial”. Será desenvolvido em longo prazo,
sendo realizado desde a fase de instalação do Empreendimento até o fim de sua operação.
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PBA DO COMPONENTE INDÍGENA DA UHE BELO MONTE- PROGRAMA MÉDIO XINGU
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Garantir aos povos indígenas do Médio Xingu as condições para a gestão plena de seus
territórios frente aos impactos decorrentes da UHE BM.
Lei nº 4.771 de 1965 - Institui o novo Código Florestal, que regula o uso da vegetação
nativa em propriedades rurais.
Lei nº 6.938 de 1981 - Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e
mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências.
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PBA DO COMPONENTE INDÍGENA DA UHE BELO MONTE- PROGRAMA MÉDIO XINGU
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Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000 - Regulamenta o art. 225, § 1o, incisos I, II, III e VII
da CF, institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC) e
dá outras providências.
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PBA DO COMPONENTE INDÍGENA DA UHE BELO MONTE- PROGRAMA MÉDIO XINGU
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6.4. Projetos
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PBA DO COMPONENTE INDÍGENA DA UHE BELO MONTE- PROGRAMA MÉDIO XINGU
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A história dos povos indígenas do Médio Xingu vem sendo marcada, desde o começo do
século XVII, por um contínuo processo de perda de territórios, declínio demográfico,
assimilação forçada pela sociedade envolvente ou fuga para os interflúvios e cabeceiras dos
seus principais rios e afluentes.
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PBA DO COMPONENTE INDÍGENA DA UHE BELO MONTE- PROGRAMA MÉDIO XINGU
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PBA DO COMPONENTE INDÍGENA DA UHE BELO MONTE- PROGRAMA MÉDIO XINGU
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da bacia do rio Bacajá (GIANNINI et al., 2009); (ii) apoiar na constituição de UC ligando as TIs
Paquiçamba, Arara da VGX e Trincheira Bacajá, incluindo ambientes aquáticos existentes
entre elas, em um corredor de biodiversidade, podendo priorizar a recuperação de matas
ciliares (PATRÍCIO et al., 2009); (iii) elaborar projetos de proteção ao meio ambiente das TIs
buscando parcerias com Órgãos Federais, Estaduais, Municipais e entidades ligadas à questão
(GIANNINI et al., 2009); (iv) apoiar a discussão referente à criação do Corredor Fluvial da VGX,
englobando as áreas de uso fluvial dos Juruna da TI Paquiçamba, dos Arara da TI VGX, dos
Xipaya e Kuruaya dispersos pela VGX e dos ribeirinhos; (v) apoiar a criação de um comitê
indígena da bacia hidrográfica do rio Xingu (VIEIRA et al., 2009a); (vi) estabelecer restrições de
uso nas áreas do entorno da TI Arara, evitando a instalação e crescimento de loteamentos e
outras formas de ocupação (PATRÍCIO et al., 2009); (vii) promover a criação de áreas de caça
às margens do Bacajá; (viii) apoiar a criação de faixa de UC do lado esquerdo do rio Bacajaí
para proteção da “zona de amortecimento” nesta região (CMAM/CGPIMA-FUNAI, 2009;
VIEIRA et al., 2009a) e; (ix) buscar formas, junto a outros atores locais, para incentivar a
recomposição da mata ciliar dos rios e igarapés (GIANNINI et al., 2009).
Além das 3 atividades acima descritas, integra este projeto também a atividade da
coordenação geral do PGTI. Por ser o projeto Planejamento territorial e gestão socioambiental
compartilhada o mais abrangente do PGTI, em termos do número e complexidade de ações, a
coordenação geral do programa entrea como uma de suas atividades, embora seja referente a
todos os projetos que compõem o Programa.
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PBA DO COMPONENTE INDÍGENA DA UHE BELO MONTE- PROGRAMA MÉDIO XINGU
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6.4.1.2 Objetivos
Objetivo Geral
Apoiar as estratégias comunitárias de gestão territorial das TIs do Médio Xingu e colaborar
para a gestão socioambiental compartilhada entre TIs, vizinhos e UCs, fortalecendo a
conservação etnoambiental frente às pressões ocasionadas pela UHE BM.
Objetivos Específicos
Possibilitar o acesso dos povos indígenas aos novos referenciais sobre gestão de TIs
para que possam criar planos de uso sustentável dos territórios e garantir a qualidade
de vida das gerações futuras;
Possibilitar aos povos indígenas o exercício da gestão territorial por meio de
mecanismos “híbridos” - indígenas e não indígenas - de diagnóstico, zoneamento,
monitoramento e avaliação dos métodos, processos e resultados;
Promover a troca de experiências e o diálogo entre indígenas, parceiros institucionais e
atores locais para o exercício da gestão compartilhada dos territórios;
Acompanhar e influenciar políticas públicas de ordenamento territorial, adequação
socioambiental e outras que interfiram no uso e na ocupação do solo no entorno das TIs
ou que possam prevenir e minimizar impactos aos territórios indígenas;
Estabelecer arranjos institucionais e políticos para a viabilização da gestão territorial
indígena;
Coordenar as equipes e os consultores, gerir o Programa Gestão Territorial Indígena e
promover sua integração com todos os programas do PMX.
6.4.1.3 Metodologia
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PBA DO COMPONENTE INDÍGENA DA UHE BELO MONTE- PROGRAMA MÉDIO XINGU
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Ainda, a atividade “Governança Indígena das Relações Locais”, propõe a aproximação com os
diferentes segmentos sociais do entorno, com as diversas iniciativas regionais no âmbito da
gestão territorial, e com os propósitos de conservação das UCs da região.
Diversos povos indígenas na Amazônia vêm percebendo a importância de uma gestão ampla
e, apoiados por instituições indigenistas não governamentais, vêm ampliando suas estratégias
de articulação com o entorno, que se dividem em duas frentes: a aproximação técnica, a troca
de experiências locais e a articulação política.
A aproximação local se dá pelo diálogo e pela troca de idéias com os vizinhos e com as
autoridades, por meio de intercâmbios de experiências em desenvolvimento sustentável, ações
de conscientização e mobilização em temas socioambientais e encontros de lideranças
(JUNQUEIRA; GRUPIONI, 2010). Uma proposta que merece destaque é o Centro Yorenka
Ãtame, criado pelo povo Ashaninka com o objetivo de exportar os seus conhecimentos e sua
experiência em governança ambiental para fora dos limites da TI Ashaninka do Rio Amônia
(JUNQUEIRA; GRUPIONI, 2010).
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PBA DO COMPONENTE INDÍGENA DA UHE BELO MONTE- PROGRAMA MÉDIO XINGU
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Estas experiências são referências positivas, cujas bases poderão ser seguidas na atuação do
Programa Gestão Territorial Indígena.
Estas duas atividades serão realizadas por uma equipe de 12 profissionais plenos, sendo 1
para cada uma das 11 TIs e 1 para a AI Juruna do Km 17. Estes profissionais deverão ter
formação superior e preferencialmente com experiência com povos indígenas. Assim que
contratados, participarão de um treinamento com consultores especializados – indigenistas e
antropólogos – para tomarem conhecimento sobre a configuração sociopolítico-econômica do
Médio Xingu e as questões prioritárias de cada território.
Além das ações diretas com os povos indígenas, para se atingir os objetivos da gestão
territorial indígena deve-se promover também a articulação técnica e política em escalas
regional e nacional. As ações de articulação estão contempladas dentro da atividade Arranjos
institucionais e políticos para a gestão socioambiental compartilhada. O responsável por esta
atividade será um profissional sênior com formação superior e, preferencialmente, pós-
graduação, com experiência mínima de cinco anos em conservação ambiental, políticas
públicas e extensão rural, bem como em elaboração e gestão de projetos. Este profissional
deverá ser um bom articulador e possuir conhecimento sobre o contexto sociopolítico e
econômico da região do Médio Xingu. O coordenador geral do Programa Gestão Territorial
Indígena deverá apoiar este profissional sênior nas ações de articulação.
Todas as ações deste Programa foram planejadas a partir das especificidades de cada TI,
levando em consideração seus contextos interno e externo, o grau de vulnerabilidade, o nível
de relação de seu povo com a sociedade mais abrangente e a fluência em português. A
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PBA DO COMPONENTE INDÍGENA DA UHE BELO MONTE- PROGRAMA MÉDIO XINGU
_____________________________________________________________________________________________
coordenação será responsável por garantir que: (i) a implementação das ações do Programa
considere as especificidades de cada povo e aldeia; (ii) a participação indígena seja efetiva em
todas as etapas, do planejamento das ações à avaliação dos resultados; (iii) o calendário
sazonal de cada povo seja respeitado pela equipe; (iv) os indígenas não sejam
sobrecarregados pelo excesso de atividades e (v) os objetivos do Programa e o plano de
trabalho sejam pactuados com cada aldeia.
O Programa Gestão Territorial Indígena é composto por 11 atividades e 41 ações, que deverão
mobilizar os 16 membros do Programa: a equipe de campo, composta por 12 profissionais
plenos, sendo um para cada uma das 11 TIs e um da AI Juruna do Km 17; o profissional sênior
da articulação política e a equipe de geoprocessamento, que contém um profissional pleno e
dois profissionais juniores. Além das equipes fixas, serão contratados diversos consultores
para atenderem às atividades do projeto “Conservação Territorial” e a algumas ações do
presente projeto e do projeto “Monitoramento Territorial”.
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PBA DO COMPONENTE INDÍGENA DA UHE BELO MONTE- PROGRAMA MÉDIO XINGU
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entorno e toda a articulação necessária para a realização das atividades e ações. Sua função
estará mais relacionada com a implementação das atividades previstas no projeto, o
cumprimento dos seus objetivos, o monitoramento de toda a gestão do projeto, financeira e
técnica.
A Coordenação geral deverá elaborar o Termo de Referência para seleção dos profissionais e
dos consultores do projeto, contendo em linhas gerais, as características do PMX no contexto
da UHE BM, os objetivos e ações relacionadas em cada projeto do PGTI. Também deverá
organizar e executar o processo de seleção dos consultores, em análises curriculares e
entrevistas dos candidatos.
No que tange à gestão geral do Programa, o Coordenador Geral deve: (i) manter a integração
do Programa Gestão Territorial Indígena com os outros programas do PMX; (ii) estabelecer
parcerias para viabilizar o desenvolvimento ou a ampliação das atividades do Programa, como
a “Formação de brigada indígena”; (iii) captar recursos financeiros complementares aos
recursos do empreendedor; (iv) contribuir na agenda de articulação do profissional sênior
responsável pela atividade “Arranjos institucionais e políticos para a gestão socioambiental
compartilhada”; (v) manter espaço permanente de diálogo com instituições e atores locais e
regionais e estimular a integração de ações semelhantes, visando a otimização do uso dos
recursos humanos e financeiros e a potencialização dos resultados do Programa e (vi)
acompanhar discussões de temas que se relacionam com gestão territorial indígena, como o
pagamento por serviços ambientais.
Articular todas estas ações de maneira que os objetivos sejam atendidos e as atividades
realizadas conforme o cronograma de execução demandará um grande esforço de
coordenação, tanto de comunicação como para os entendimentos múltiplos que deverão ser
consolidados, principalmente entre as comunidades indígenas e as equipes técnica de campo.
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PBA DO COMPONENTE INDÍGENA DA UHE BELO MONTE- PROGRAMA MÉDIO XINGU
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Para tanto, deverão ser realizadas reuniões semestrais em todas as aldeias das 11 TIs e na AI,
com o objetivo de aprofundar o conhecimento sobre a realidade local, as carências e
potencialidades de cada área.
Visando agilizar o fluxo de informações dos projetos e ações entre os profissionais da equipe, a
Coordenação do PGTI deverá criar um sistema de monitoramento das atividades realizadas,
visando prioritariamente a comunicação com as comunidades indígenas e interlocutores do
projeto, tanto nas TIs quanto do entorno. Este deverá ser um dos principais desafios no que se
relacionam com o envolvimento ativo das comunidades indígenas. Neste aspecto, quanto
maior a rapidez de acesso aos dados gerados com o desenvolvimento do projeto, mais ágil
será também o processo de organização e sistematização destas atividades e ações, que
deverão alimentar o BD do PGTI. Esta será uma das principais ferramentas para o
acompanhamento do cumprimento de objetivos do Programa e avaliação crítica de indicadores
de resultados do PGTI.
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PBA DO COMPONENTE INDÍGENA DA UHE BELO MONTE- PROGRAMA MÉDIO XINGU
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Periodicamente deverão ser realizadas reuniões com os povos indígenas nas TIs com objetivo
de capturar suas impressões sobre o andamento das atividades, bem como a apreensão dos
resultados e propostas de melhorias ou adequações no modo como as ações vem sendo
realizadas. Também se considera o planejamento de ações e a organização das equipes
locais que deverão participar ativamente do projeto. Será fundamental proporcionar estes
espaços de diálogo e entendimento, a fim de flexibilizar cronogramas e formas de ações para o
desenvolvimento das atividades.
Esta atividade parte de um olhar de dentro das TIs, para os recursos disponíveis e seus usos
pelos indígenas, construído nas atividades de diagnóstico do projeto “Monitoramento
Territorial”, e de um olhar para fora, aprofundando a compreensão da ocupação do território e
do diagnóstico do entorno, para a explicitação das vulnerabilidades presentes e vindouras e a
definição ou reformulação de estratégias de gestão do território frente aos desafios
identificados nesta realidade. Novos subsídios procuram fortalecer esta síntese, como o
acesso a experiências de outros povos que já vivenciaram realidades parecidas.
8
Gestão colaborativa dos recursos naturais – ações que se realizam com a anuência prévia da
comunidade ao projeto, a qual cria espaços de diálogo entre pesquisadores e comunidades em um
processo de valorização e empoderamento destas, para a tomada de decisões (ver SOUZA et al., 2007).
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PBA DO COMPONENTE INDÍGENA DA UHE BELO MONTE- PROGRAMA MÉDIO XINGU
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Será necessário um esforço constante para que os povos indígenas consigam se apropriar do
desenvolvimento das ações e contribuir para a readequação das atividades seguintes.
Serão realizadas oficinas anuais em cada aldeia, no início de cada ano de execução do PMX,
com o objetivo de planejar as ações do ano de acordo com as prioridades e demandas das
comunidades frente às pressões e desafios territoriais e, a partir do 2º ano, avaliar as
atividades realizadas pelo PGTI no ano anterior.
A partir do Ano 2, a elaboração dos planos de trabalho irá partir dos resultados identificados na
ação seguinte. Será reeditada a oficina, onde deverão analisar as atividades desenvolvidas e
estratégias utilizadas, os resultados obtidos e as expectativas de continuidade ou ajustes
necessários ao novo plano de trabalho do PGTI. Estas Oficinas ocorrerão anualmente em
cada uma das 26 aldeias, entre os Anos 1 e 5, com duração de 5 dias e participação de 25
pessoas cada, sempre no primeiro semestre.
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PBA DO COMPONENTE INDÍGENA DA UHE BELO MONTE- PROGRAMA MÉDIO XINGU
_____________________________________________________________________________________________
Essa estratégia deverá tornar perceptíveis as vulnerabilidades dos territórios, bem como suas
potencialidades e oportunidades para superação de adversidades, definir mecanismos de
controle social sobre os acordos e preparar o etnozoneamento e plano de uso sustentável a ser
consolidado na etapa seguinte do processo de gestão territorial, a ação de Consolidação do
etnozoneamento e plano de uso sustentável.
As oficinas serão realizadas no primeiro semestre de cada ano a partir do Ano 2 de execução
do PMX, durante a fase de construção da usina, e deverão permanecer anualmente nas fases
de enchimento e operação da usina, dada a importância do acompanhamento comunitário das
informações dos monitoramentos ambientais. Ocorrerão em cada uma das 26 aldeias, com
duração de 4 dias e participação de 25 pessoas em cada.
tem como objetivo definir as melhores formas de utilização de seu ambiente, a fim de,
juntamente com os estudos etnoecológicos, apontar os locais de acesso interno e
externo, guaritas de segurança, portos, aldeias, roças, pastos, pesca, piracemas,
caça, coleta, áreas não manejadas ou de descanso (praias dos tracajás, reprodução
das caças, matrizes vegetais para reprodução e alimento da fauna, entre outras),
objetivando à disponibilidade dos recursos ao longo do tempo. A quantificação dos
recursos (estoques produtivos das espécies potenciais) e a definição dos locais mais
adequados para cada atividade produtiva subsidiarão a elaboração do Plano de Uso
dos Recursos Naturais existentes na área indígena.
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PBA DO COMPONENTE INDÍGENA DA UHE BELO MONTE- PROGRAMA MÉDIO XINGU
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Junto com o etnozoneamento será elaborado o plano de uso sustentável dos recursos,
compreendendo acordos sobre as formas de usos e as regras comunitárias de extrativismo da
flora e fauna. Após toda a comunidade ter se envolvido em ampla formulação dos caminhos
para enfrentamento dos desafios propostos, grupos de trabalho eleitos pelas comunidades
serão orientados a elaborar os planos de trabalho e capacitados para implementá-los.
Essas orientações estão programadas nos outros projetos e ações do PGTI e procurarão dar
conta de questões como: o etnomonitoramento de áreas vulneráveis; o combate a incêndios; a
recuperação de áreas degradadas e matas ciliares; o manejo de recursos naturais prioritários;
e a articulação com o entorno. Esta última será detalhada na atividade Governança indígena
das relações locais, componente deste projeto.
A dinamização demográfica e econômica do entorno das TIs prevista na esteira dos impactos
da UHE BM irá impor aos povos indígenas desafios de gestão territorial para os quais terão de
elaborar respostas em curtos espaços de tempo. Desta forma, deverá ser-lhes garantida a
troca de experiências e o acesso a novos referenciais junto a povos com experiências
reconhecidas na proposição de alternativas frente a pressões das fronteiras econômicas
nacionais. Para isso, estão previstos 2 tipos de intercâmbios entre povos indígenas, os
coletivos e os específicos, que deverão facilitar a análise de modelos eficientes de gestão
territorial indígena, fornecer parâmetros para o enfrentamento dos novos desafios e subsidiar a
reformulação das estratégias de gestão territorial indígena.
Para isso, buscam o diálogo e a negociação sobre os usos e concepções acerca dos territórios
para estabelecer acordos interétnicos, mediar os conflitos territoriais já existentes e prevenir a
evolução de novos embates, previstos em um cenário de estreitamento de relações entre
indígenas e não indígenas.
O incremento demográfico causado pela UHE BM aumenta estas disputas, dada a crescente
demanda econômica regional. Considerando que estes conflitos fundiários se constituem
como ameaças concretas à integridade dos ambientes das TIs, se justifica uma ação
preventiva e paliativa frente a este cenário de conflitos.
Além destes diálogos com grupos sociais localizados na região, se propõe também a
aproximação entre indígenas e instituições para o avanço de formulações sobre a gestão dos
territórios. No mosaico da ocupação regional, algumas TIs fazem fronteiras com unidades
administradas por instituições como o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária
(INCRA) e o Instituto Chico Mendes (ICMBio), entre outras. Devem ser promovidos espaços
transparentes de diálogo interétnico e interinstitucional para a solução de questões que
demandem e fortaleçam posições institucionais com influência sobre a gestão dos TIs.
Por último, se propõe a promoção da gestão compartilhada de TIs limítrofes, localizadas nos
eixos dos rios Iriri (Kuruaya, Xipaya, Cachoeira Seca, Arara e Kararaô), Xingu (Apyterewa,
Araweté/Igarapé Ipixuna e Koatinemo) e Bacajá (Trincheira Bacajá, Arara da VGX,
Paquiçamba), agregando-se ao último grupo, a AI Juruna do Km 17, pela proximidade.
Propõe-se a aproximação das lideranças em torno da discussão de desafios territoriais e
oportunidades comuns, e de estratégias consensualizadas para a gestão de blocos de TIs. Tal
ação complementa as demais atividades no sentido de fortalecer o controle e gestão indígena
sobre seus territórios. Além dos objetivos específicos à que responde, estará também
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PBA DO COMPONENTE INDÍGENA DA UHE BELO MONTE- PROGRAMA MÉDIO XINGU
_____________________________________________________________________________________________
construindo articulações que contribuirão para discussões futuras sobre a conservação e uso
dos ambientes no médio e longo prazo.
Por meio de recursos visuais como desenhos, fotografias e vídeos, pretende-se construir
entendimento sobre a complexidade da colonização do Médio Xingu, como passo necessário
para a compreensão das pressões previstas sobre os territórios indígenas para após o início
das obras da UHE BM. Sugere-se, entre outros temas pertinentes à realidade de cada
território, abordar os ciclos econômicos, as grandes obras de infraestrutura, fontes e formas de
produção de energia, e a legislação territorial e ambiental vigente.
Etnodiagnóstico do entorno
Partindo dos conhecimentos construídos na ação anterior, esta ação visa identificar com as
comunidades a situação socioambiental do entorno das TIs, levantando aspectos relacionados:
ao estado de conservação ou degradação dos ambientes; às atividades econômicas
desenvolvidas e aos grupos sociais presentes. Estas informações, somadas à análise do
levantamento fundiário realizado pelo projeto “Monitoramento Territorial” poderão ser
empregadas na construção de um mapa de relações dos indígenas com o entorno. Uma das
técnicas mais empregadas neste tipo de levantamento é o “Diagrama de Venn”, que é uma das
técnicas de Diagnóstico Rural Participativo (Participatory Rural Appraisal) (CHAMBERS, 1994).
O diagrama permite mapear as relações e também enfatizar a intensidade destas.
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PBA DO COMPONENTE INDÍGENA DA UHE BELO MONTE- PROGRAMA MÉDIO XINGU
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realizadas oficinas preparatórias com duração de cerca de 5 dias, para instrumentalização dos
indígenas no uso de GPS, na leitura cartográfica e na produção de registros visuais e escritos.
Este conjunto de informações permitirá identificar os atores que de alguma forma influenciam
ou determinam a gestão indígena sobre o território e/ou seus recursos, e a situação qualitativa
destas relações. O foco será a identificação das relações sobre as quais o projeto possa
propor facilitações ou intervenções de forma a fortalecer os indígenas na garantia de seus
direitos territoriais e ambientais.
O mapeamento das relações interétnicas será objeto de 2 oficinas de cerca de 5 dias, que
serão realizadas no segundo semestre do 1º e 4º anos do PMX.
Dentre as TIs afetadas pela UHE BM, algumas delas possuem territórios contíguos,
compartilhando ambientes e longas faixas de fronteira. Dessa forma, para a proteção e gestão
efetiva destes blocos é imprescindível a integração entre estas comunidades, no sentido de
discutir os desafios e oportunidades comuns, além de socializar posições e estratégias. Tal
proposta visa integrar ações indígenas de gestão territorial e fortalecer os grupos indígenas
vizinhos frente a pressões comuns a que seus territórios se expõem no novo contexto regional.
Serão promovidos, a partir do 2º ano do PMX, encontros anuais entre as lideranças indígenas
de áreas vizinhas, sendo 3 encontros para cada rota - Iriri, Xingu e Bacajá - após a discussão
com cada comunidade sobre as possíveis pautas, potencialidades e desafios dos encontros.
Poderão também ser aproveitadas ocasiões de festas ou outros eventos para troca de
experiências e palestras de interesse comum, identificadas previamente pelos profissionais
plenos junto aos povos indígenas, desenvolvendo temas focais para a aproximação entre as
comunidades. Essas palestras poderão ser proferidas por indígenas que acumularam
experiência nos temas propostos ou por consultores plenos não indígenas.
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PBA DO COMPONENTE INDÍGENA DA UHE BELO MONTE- PROGRAMA MÉDIO XINGU
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Espaço de interlocução com diferentes atores sociais, com interesses diversos e por vezes
conflituosos, com os quais os indígenas mantenham relações, especialmente os vizinhos que
fazem limites com as TIs - e que, portanto, são corresponsáveis pela fronteira - e os que
influenciam a gestão de seus territórios, como os assentamentos e os ribeirinhos - com os
quais os indígenas compartilham recursos -, entre diversos outros.
Embora tenha o objetivo pragmático de facilitação da governança indígena nas relações locais,
esta ação visa também colaborar com a criação futura de articulações mais abrangentes e
sólidas, como redes e comitês regionais, cuja criação já está sendo discutida na região.
Esta atividade será realizada pelo profissional sênior responsável pela agenda de articulação
do “Programa gestão territorial indígena” e visa promover a aproximação e a integração do
Programa com os fóruns, instituições e redes locais e acompanhar as políticas públicas que
interferem direta ou indiretamente sobre os povos indígenas, seus territórios e os recursos
hídricos essenciais a estes povos. Para tanto, são previstas 3 ações:
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PBA DO COMPONENTE INDÍGENA DA UHE BELO MONTE- PROGRAMA MÉDIO XINGU
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A região do Médio Xingu é caracterizada por diversas ONGs que atuam com objetivos e ações
semelhantes aos deste Programa, podendo-se destacar: a Fundação Viver Produzir e
Preservar (FVPP), o Instituto de Pesquisas da Amazônia (IPAM) e o Instituto Socioambiental
(ISA). Estas e outras instituições regionais vêm, nos últimos anos, buscando uma maior
cooperação e integração técnica e um destes espaços é a Rede Terra do Meio. Esta Rede,
composta pelas instituições supra citadas e por órgãos do governo, como a FUNAI, o Ministério
Público (MP) e o ICMBio, tem como objetivos a comunicação sobre os projetos em andamento
nas diversas áreas protegidas da Terra do Meio e no entorno, o alinhamento de ações
realizadas, o intercâmbio de práticas e a conseqüente otimização de recursos humanos e
técnicos aplicados na região.
Propõe-se na presente ação que este Programa venha somar-se a esta e a outras iniciativas
na região voltadas à governança e à conservação territorial e ambiental, visando formar, ou
potencializar, um sistema de atores de entidades públicas e privadas que produzirão e
compartilharão informações qualitativas e quantitativas a respeito do espaço social e territorial
do Médio Xingu e aspectos técnicos de projetos de promoção da qualidade de vida ou da
sustentabilidade das populações locais. Deve-se buscar descobrir e encorajar as
potencialidades humanas, técnicas e científicas como forma de desenvolver processos que
promovam a geração e a integração de informações e a gestão socioambiental compartilhada
na região do Médio Xingu.
Esse plano estratégico deverá ser discutido com os atores regionais nos fóruns existentes de
maneira a responder as demandas e consensos por eles formulados. E, a partir de então, o
profissional sênior do Programa deverá promover uma ampla mobilização em busca de
recursos humanos, materiais e financeiros para viabilizá-lo.
Dentro do plano, o profissional sênior deverá contemplar: o incentivo a ações integradas entre
diferentes atores e instituições no corredor de TIs e UCs do Médio Xingu; o apoio à viabilização
do Comitê de Bacia Hidrográfica do Xingu e o estabelecimento de parcerias com instituições do
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PBA DO COMPONENTE INDÍGENA DA UHE BELO MONTE- PROGRAMA MÉDIO XINGU
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governo ou ONGs que realizem projetos que possam reduzir as pressões sobre as TIs e os
recursos naturais do entorno ou combater os incêndios florestais.
No 1º ano será realizado o mapeamento das redes, no segundo será formulado o plano
estratégico e no Ano 3 será feita a articulação e mobilização para viabilização do plano. Nos
anos subseqüentes o plano será implementado.
O Pará foi o estado que mais desmatou nos anos de 2009 e 2010 e, dois dos municípios da
região do Médio Xingu - São Feliz do Xingu e Altamira - foram os campões de desmatamento
na Amazônia em 2010 (GLOBO AMAZÔNIA, 2010). Esta região é marcada por grandes
conflitos fundiários (CMAM/CGPIMA-FUNAI, 2009; PDRS Xingu, 2011), pela falta de
regularização fundiária – menos de 40% das propriedades estão cadastradas - e por uma
economia baseada nas atividades agrícola e pecuária de baixa produtividade, com crescente
pressão sobre a floresta (PDRS Xingu, 2011).
Conforme apontado no EIA do AHE BM - Volume 28, a atuação do Estado nessa região é
ambígua com relação ao uso insustentável dos recursos naturais na região, pois ao mesmo
tempo em que promove ações que incentivam o processo de uso e ocupação da região, realiza
ações de controle dos seus efeitos, dificultando a previsão dos seus impactos sobre a AII do
AHE BM (LEME, 2009):
O cenário político, contudo, vem se tornando cada vez mais favorável. Nos últimos anos, e
especialmente após o Decreto nº 6.321 de 2007, vêm crescendo as iniciativas governamentais
que visam à redução do desmatamento e a regularização fundiária e ambiental na Amazônia
Legal. Entre estas iniciativas pode-se citar: o Plano de Ação para a Prevenção e Controle do
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Desmatamento na Amazônia Legal9; a criação do Fundo Amazônia; a Rota Verde (MDA, 2011);
o Boi Guardião 10 (PDRS Xingu, 2011); os programas BNDES Florestal e Compensação
Florestal (MARCOVITCH, 2011); e o projeto Municípios Verdes (GUIMARÃES et al., 2011).
O profissional sênior deverá identificar estas e outras oportunidades nas políticas públicas para
a implementação de ações de manutenção ou recuperação dos ecossistemas terrestres e
aquáticos – entre elas as ações de restauração de matas ciliares – e para o estabelecimento
de mosaicos e/ou corredores ecológicos, UCs e zonas de amortecimento – ou faixa de
segurança etnoambiental - e serviços ambientais apontados no EIA.
A identificação das oportunidades será realizada no 1º ano de execução do PMX, por meio do
levantamento, presencial e em fontes secundárias, junto a órgãos dos governos municipais e
estadual responsáveis pelas políticas socioambientais e indigenistas e da identificação dos
9
Entre seus objetivos estão ações de criação de novas UCs, homologação de TIs e criação de redes de
pesquisa em gestão ambiental na Amazônia.
10
Elaborado pelo MAPA e o governo estadual, este programa tem como proposta, o desmatamento zero
e o controle do rebanho em tempo real.
11
Até o início de 2011, 75 municípios paraenses tinham assinado o Termo de Compromisso com o
governo do estado e o Ministério Público Federal (DIÁRIO DO PARÁ, 2011).
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estudos diagnósticos e dos planos, programas, políticas e projetos existentes. Com base neste
levantamento e nestes estudos deverá ser elaborado o mapeamento de desafios e
oportunidades, que integrará o plano estratégico de atuação política, a ser elaborado no
segundo ano do PMX.
A partir de então, o profissional sênior deverá continuar sua agenda de articulação política.
Nesta, deverão constar ações já identificadas, entre elas: (i) apoiar a viabilização do Comitê de
Bacia Hidrográfica do Xingu; (ii) acompanhar as políticas públicas de ordenamento territorial e
adequação socioambiental que interferem no uso e ocupação do solo no entorno das TIs, como
o Planejamento territorial participativo do “Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável
(PDRS) do Xingu; a “Política Municipal de Meio Ambiente de Altamira” e (iii) estimular o
envolvimento de todos os municípios abrangidos pelas TIs do Médio Xingu 12 no projeto
Municípios Verdes.
A princípio, pensa-se abordar temas e ações previamente indicados no EIA, tais como: zonas
12
Altamira, Brasil Novo, Medicilândia, Uruará, Vitória do Xingu, São Félix do Xingu, Senador José
Porfírio, Anapu e Placas.
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O seminário deverá contar com a participação de cerca de 300 pessoas entre as equipes do
PMX, profissionais dos setores público e privado e representantes indígenas. Será planejado
pela equipe técnica do Programa e contará com a participação de consultores especializados
para as palestras e elaboração dos documentos de apoio. Além disso, para o período do
evento, serão contratados assessores pontuais para logística, mediação, relatoria e gravação
em vídeo.
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Etapas de
construção,
Consolidação do enchimento e Profissionais
Consolidação do etnozoneamento das TIs. Etnozoneamento produzido em operação. plenos das TIs.
etnozoneamento Consolidação dos planos cada TI. Comunidades 1º semestre do Consultores do Projetos PGTI.
e plano de uso de uso sustentável dos Deliberações dos planos de indígenas. Ano 4 de PGTI. PAP.
sustentável. recursos e ocupação das uso sustentável das TIs. execução do PBA- Consultor
TIs. CI/PMX, ciclos pleno.
trienais, enquanto
operar a usina.
Associações
Relatórios dos intercâmbios. Lideranças indígenas do
indígenas do Profissionais PIX e do
Conhecimento de modelos Registros em vídeo e plenos das TIs. Acre.
PMX.
exitosos de gestão fotografias das atividades Etapa de
territorial indígena. Povos/ Relator. Organizações
Intercâmbios de desenvolvidas. construção.
lideranças Técnico indigenistas, Projetos do PGTI.
referência em Estabelecimento de Novas experiências 2º semestre dos
indígenas do audiovisual ISA e
gestão territorial parâmetros para gestão implantadas nas aldeias (ao Anos 2, 3 e 4 de
PIX. indígena. Comissão Pró PAP, PFI e PPC.
indígena. territorial indígena. final do projeto). execução do
Troca de experiências
Povos/ PBA-CI/PMX. Prestadores de Índio do Acre.
Novas estratégias de proteção lideranças FUNAI; MMA;
entre povos indígenas. serviços
implementadas nos territórios indígenas do MJ; MDS;
indígenas.
(ao final do projeto). Acre. MDA; MINC;
MCT e outros.
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Organizações
públicas e civis Coordenadores
Análise dos impactos que atuam no Etapas de geral do PGTI.
meio construção e Profissional
socioambientais
sofridos no período, na socioambiental. operação. sênior da
Seminário região de abrangência Relatório do evento. Profissionais 2º semestre do agenda de Organizações
para da UHE BM. Registro em vídeo do evento. da área Ano 5 de articulação do parceiras Projetos do PGTI
avaliação dos socioambiental. execução do PGTI. e programas do
Construção de Relação de participantes. vinculadas ao
impactos da PMX e a cada Relator. PMX.
estratégias coletivas p/ Agenda do PGTI repactuada. Lideranças PGTI/PMX.
UHE BM. 5 anos, durante
minimizar ou compensar indígenas. Consultores
toda a
os impactos da UHE Comunidades operação da especializados.
BM. atingidas pelos usina. Consultores
impactos da junior.
UHE BM.
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Elementos de custo
Atividade: Coordenação do Programa de Gestão Territorial Indígena
Construção
Ação Recursos Humanos Recursos materiais / serviços de terceiros
civil
1 profissional sênior com
formação superior,
preferencialmente em,
antropologia ou ciências Materiais de consumo e Equipamentos:
sociais, com pós-graduação, - 10 kits de material de papelaria – R$300,00x10
preferencialmente sensu - Material de trabalho dos 16 profissionais da equipe PGTI:
stricto, e experiência em - 16 notebooks com processador corel 2 Duo, 2.10GHz, 4GB Memoria Ram, HD 320GB,
coordenação de projetos e em sistema operacional 64 Bits, Leitor/gravador DVD, placa de vídeo 512MB.
ações de gestão territorial ou - 13 Câmeras fotográficas com GPS integrado, mínimo 8 Mega Pixels, fonte de energia
ambiental em TIs e que Baterias recarregáveis, memória interna mínima 26 MB.
possua no mínimo 5 anos de - 3 câmeras fotográficas digitais mínimo de 8 Megapixels, fonte de baterias recarregáveis
trabalho em áreas indígenas. e memória interna mínima de 26 MB.
1 profissional sênior com - 13 Aparelhos de GPS a prova d´agua, com 1000 Waypoints, modo TRckBack, mínimo
Seleção e 250 trilhas com mínimo de 50 pontos cada.
formação superior,
treinamento - 16 HDs externos com capacidade mínima de 500 GB.
preferencialmente em ciências
das - 13 gravadores de áudio digitais compactos de 2 canais.
naturais, com pós-graduação
equipes - 1 Filmadora HDD com tela LCD e baterias recarregáveis com cartão de memória de no
preferencialmente sensu
stricto, e experiência em mínimo 5 GB.
coordenação de projetos e em - 12 carrinhos de mão para transporte de caixas e equipamentos.
ações de gestão territorial ou Serviços de Terceiros:
ambiental em TIs e que - 16 Ajuda de Custo para aquisição de material de campo (R$400,00 cada).
possua no mínimo 5 anos de - Impressão colorida de sulfite A4: 1000 páginas.
trabalho em áreas indígenas. - Impressão de fotos coloridas tamanho 10 x 15 cm: 25 fotos.
- 15 dias de trabalho de 1 - Impressão de mapas colorida A3: 75 páginas.
Consultor Sênior em Deslocamentos e Transportes:
Antropologia e experiência em - 1 Passagem aérea origem do consultor/ Altamira/ origem do consultor.
trabalho indigenista na região
abrangida pelo PBA para
capacitação inicial.
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Elementos de custo
Atividade: Planejamento territorial indígena
Construção
Ação Recursos Humanos Recursos materiais / serviços de terceiros
civil
Materiais de Consumo e Equipamentos:
- 125 kits de material de apoio/limpeza – R$ 150,00x125
- 125 kits de material de escritório – R$ 300,00x125
- 125 kits de material de pesca – R$ 400,00x125
- alimentos das comunidades: 625 dias para 25 pessoas
- alimentos da cidade: 625 dias para 25 pessoas
- 35 DVDs 4 GB
- 12 profissionais plenos com Serviços de Terceiros:
nível universitário, especialista - 625 diárias de cozinheira
em conservação da natureza, - Impressão colorida de sulfite A4: 1800 páginas
Elaboração - Impressão de fotos coloridas tamanho 10 x 15 cm: 625 fotos
experiência de dois anos com
dos planos - Impressão de mapas colorida A3: 700 páginas
políticas públicas e extensão
de trabalho e
rural e preferivelmente com Deslocamentos e Transportes:
avaliação de
conhecimento sobre Trechos fluviais: - 5x Altamira / TIs Xipaya e Kuruaya / Altamira
resultados.
comunidades indígenas e com - 5x Altamira / TI Cachoeira Seca / Altamira
disponibilidade para residir em - 5x Altamira / TI Arara / Altamira
Altamira. - 5x Altamira / TI Kararaô / Altamira
- 5x Altamira / TI Apyterewa / Altamira
- 5x Altamira / TI Araweté/Igarapé Ipixuna / Altamira
- 5x Altamira / TI Koatinemo / Altamira
- 5x Altamira / TI Paquiçamba / Altamira
- 5x Altamira / TI Arara da VGX / Altamira
- 10x Altamira / TI Trincheira Bacajá / Altamira
Trecho Terrestre: 5x Altamira / AI Juruna do KM 17 / Altamira
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Elementos de custo
Governança indígena das relações locais
Construção
Ação Recursos Humanos Recursos materiais / serviços de terceiros
civil
Materiais de Consumo e Equipamentos:
- 25 kits de material de apoio/limpeza – R$150,00x25
- 25 kits de material de escritório - R$300,00x25
- 25 kits de material de pesca – R$400,00x25
- 25 DVD´s 4 GB
Oficinas sobre a Serviços de Terceiros:
- O profissional pleno de
ocupação territorial - 25 mapas com mosaico de imagens de satélite impresso (2,5m x 2,0m)
cada TI.
regional. - alimentos das comunidades - 125 dias para 25 pessoas
- alimentos da cidade - 125 dias para 25 pessoas
- 125 diárias de cozinheira
- Impressão colorida de sulfite A4: 1000 páginas
- Impressão de fotos coloridas tamanho 10 x 15 cm: 250 fotos
- Impressão de mapas colorida A3: 250 páginas
Materiais de Consumo e Equipamentos:
- 50 kits de material de apoio/limpeza – R$150,00x50
- 50 kits de material de escritório - R$300,00x50
- 50 kits de material de pesca – R$400,00x50
- 25 DVD´s de 4 GB
- Serviços de Terceiros:
- 50 mapas com mosaico de imagens de satélite impresso (2,5m x 2,0m)
- Impressão colorida de sulfite A4: 1000 páginas
- Impressão de fotos coloridas tamanho 10 x 15 cm: 250 fotos
Etnodiagnóstico do - O profissional pleno de
- Impressão de mapas colorida A3: 250 páginas
entorno cada TI.
- alimentos das comunidades: 250 dias para 25 pessoas
- alimentos da cidade: 250 dias para 25 pessoas
- 250 diárias de cozinheira
Deslocamentos e Transportes:
Trechos fluviais:- 2x Altamira / TI´s Xipaya e Kuruaya / Altamira
- 2x Altamira / TI Cachoeira Seca / Altamira
- 2x Altamira / TI Arara / Altamira
- 2x Altamira / TI Kararaô / Altamira
- 2x Altamira / TI Apyterewa / Altamira
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Elementos de custo
Arranjos institucionais e políticos para a gestão socioambiental compartilhada
Construção
Ação Recursos Humanos Recursos materiais / serviços de terceiros
civil
Materiais de Consumo e Equipamentos:
- 10 kits de material de escritório – R$300,00x10
Um profissional senior com - 250 DVD´s 4 GB
formação superior e, Serviços de Terceiros:
preferencialmente, pós- - Impressão colorida de sulfite A4: 7500 páginas
Aproximação
graduação, com experiência - Impressão de fotos coloridas tamanho 10 x 15 cm: 1000 fotos
técnica e
mínima de cinco anos em - Impressão de mapas colorida A3: 500 páginas
fortalecimento de
políticas públicas e conservação - Hospedagem em São Felix do Xingu – 1 pessoa 180 dias
redes e fóruns.
ambiental, com habilidade para - Hospedagem em Senador José Porfírio – 1 pessoa 180 dias
articulação e disponibilidade para - alimentação em São Felix do Xingu e Sem. José Porfírio–1 pessoa/360 dias
residir em Altamira. Deslocamentos e Transportes:
- 60 X Altamira / São Félix do Xingu / Altamira
- 60 X Altamira / Senador José Porfírio / Altamira
Materiais de Consumo e Equipamentos:
- 250 DVD´s 4 GB
Serviços de Terceiros:
- Impressão colorida de sulfite A4: 7500 páginas
Articulação e apoio - Impressão de fotos coloridas tamanho 10 x 15 cm: 1000 fotos
estratégico ao - O profissional sênior da - Impressão de mapas colorida A3: 500 páginas
poder público articulação política. - Hospedagem em São Felix do Xingu – 1 pessoa 180 dias
local. - Hospedagem em Senador José Porfírio – 1 pessoa 180 dias
- alimentação em S. Felix do Xingu e Sem. J. Porfírio – 1 pessoa 360 dias
Deslocamentos e Transportes:
Trechos terrestres mensais: - 60 X Altamira / São Félix do Xingu / Altamira
- 60 X Altamira / Senador José Porfírio / Altamira
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- Profissional sênior da
articulação política
- Coordenação PGTI
- Profissionais plenos de cada TI Materiais de Consumo e Equipamentos:
- 5 dias de trabalho de 20 - 10 kits de material de escritório – R$300,00x10
consultores senior com a função - 50 DVD´s 4 GB
de palestrantes e mediadores das Serviços de Terceiros:
mesas do seminário, com - Alimentação da Cidade: 5 dias para 24 indígenas
experiência reconhecida em - Hospedagem em Altamira: 5 pernoites para 24 indígenas / 5 pernoites para
gestão pública, antropologia, 10 consultores sênior
conflitos fundiários, indigenismo, - Locação de local para realização de seminário, com capacidade para 300
recuperação de área degradadas, pessoas, por 5 dias
impactos de Empreendimentos, - Serviço de Buffet – Água, café e lanche leve, por 5 dias, para 300 pessoas
entre outros. - Aluguel de datashow por 5 dias
(10 consultores locais e 10 de - Impressão de boletim informativo sobre conclusões do seminário para
outras localidades) circular na região: 1000 cópias
Seminário para - 8 dias de trabalho de 2 - Impressão de 300 convites
avaliação dos consultores júnior com - Impressão colorida de sulfite A4: 8000 páginas
impactos da AHE experiência em registro - Impressão de Banner
BM. audiovisual e edição de imagens - Impressão de fotos coloridas tamanho 10 x 15 cm: 1000 fotos
- 4 dias de trabalho de consultor - Impressão colorida A3: 600 páginas
júnior com experiência em Deslocamentos e Transportes:
diagramação gráfica Trechos fluviais: - TI Kuruaya / Altamira / TI Kuruaya
- 90 dias de consultor júnior com (trazendo 2 representantes de cada TI da Rota Iriri)
experiência em secretariado, com - TI Trincheira Bacajá / Altamira / TI Trincheira Bacajá
a função de assessorar o (Trazendo 2 representantes de cada TI da Rota Bacajá)
consultor da atividade 3 na - TI Apyterewa / Altamira / TI Apyterewa
organização e produção do (Trazendo 2 representantes de cada TI da Rota Xingu)
seminário. Trechos aéreos: 10x local de origem dos 10 consultores máster / Altamira /
- 3 Consultores júnior, 30 dias de local de origem dos 10 consultores máster
trabalho cada, com experiência Trechos terrestres: TI Juruna do km 17 / Altamira / TI Juruna do km 17
em produção de eventos e (trazendo 2 representantes Juruna)
mobilização, com a função de
atuar na logística da produção do
seminário.
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_____________________________________________________________________________________________
6.4.1.7 Cronograma
194
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Os recursos naturais advindos de todas as fisionomias florestais, tanto das áreas de terra firme
quanto das ilhas fluviais existentes no leito do rio Xingu, são extremamente importantes para os
povos indígenas da região do Médio Xingu, que os utilizam de forma diversificada para coleta
de frutos, sementes, madeira, lenha e palhas, entre outros (VIEIRA et al., 2009a; PATRÍCIO et
al., 2009; VIEIRA et al., 2009b; GIANNINI et al., 2009).
Visando garantir a manutenção da integridade dos territórios e dos recursos necessários para
os povos indígenas, o presente projeto deverá monitorar todas as transformações
socioambientais acarretadas pelo Empreendimento dentro das TIs e no seu entorno, nas
diversas fases da implantação do Empreendimento (Planejamento, Construção e Operação).
Além dos impactos previstos no EIA, o projeto deve monitorar aqueles que não tenham sido
devidamente dimensionados, especialmente os relacionados à grande perda da biodiversidade
e de recursos para os povos indígenas da VGX, que podem afetar sua alimentação e sua
economia (VIEIRA et al., 2009a).
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_____________________________________________________________________________________________
O diagnóstico e o acompanhamento remoto do uso do solo das TIs são demandados pelo EIA
do AHE BM Volume 35 Tomos 2, 5 e 6, por meio dos projetos denominados “Programa de
monitoramento das fronteiras” (MULLER et al., 2009), “Programa de Proteção Ambiental e
Fiscalização dos Limites” – especificamente a atividade “Contribuir para o controle e
fiscalização dos limites, de forma preventiva, da TI Trincheira Bacajá por meio do
processamento de imagens de satélite” (GIANNINI et al., 2009) e do “Projeto de monitoramento
com vistas ao estabelecimento do marco zero e indicadores ambientais” (VIEIRA et al., 2009a).
A partir dos diagnósticos etnoecológicos previstos nas ações deste projeto, espera-se construir
parâmetros, considerando alguns indicadores ambientais de referência, que serão empregados
em ações de outros projetos, como para a restauração de áreas degradadas e de matas
ciliares no interior das TIs e em seus entornos. Estes indicadores seriam identificados junto
com os povos indígenas a partir de seus conhecimentos a respeito das alterações dos
territórios provocadas pelos impactos do Empreendimento nos seus recursos e ambientes.
A atividade “Monitoramento remoto das TIs e do entorno” está relacionada diretamente a uma
das linhas de ação da PNGATI (SCHMIDT et al., 2010) para implementar e melhorar a gestão
territorial e ambiental das TIs, que refere-se à proteção territorial e ambiental em TIs otimizadas
13
pelo uso de sistema de monitoramento em tempo real e pelo apoio de indígenas
13
O monitoramento de focos de calor ocorre de forma muito próxima ao que usualmente denomina-se
“monitoramento em tempo real”, porém atividades de monitoramento de mudanças no uso do solo são
realizadas em períodos de tempo determinados (mensais, semestrais, anuais), pois os procedimentos de
196
PBA DO COMPONENTE INDÍGENA DA UHE BELO MONTE- PROGRAMA MÉDIO XINGU
_____________________________________________________________________________________________
Visando contemplar esta linha de ação e atender à demanda do EIA do AHE BM Volume 35
Tomos 2, 3 e 5 (VIEIRA et al., 2009a; PATRÍCIO et al., 2009; GIANNINI et al., 2009) por
capacitação técnica para os indígenas, o projeto prevê a capacitação de um profissional
indígena júnior para auxiliar no monitoramento de focos de calor e na manutenção do BD.
Por fim, salienta-se que este projeto foi idealizado em consonância com um dos objetivos da
PNGATI (SCHIMIDT et al., 2010) que visa:
aquisição (as imagens tem diferentes resoluções temporais), pré-processamento, classificação e edição
de imagens de satélite não permitem o chamado “monitoramento em tempo real”.
197
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_____________________________________________________________________________________________
6.4.2.2 Objetivos
Objetivo Geral
Objetivos Específicos
6.4.2.3 Metodologia
198
PBA DO COMPONENTE INDÍGENA DA UHE BELO MONTE- PROGRAMA MÉDIO XINGU
_____________________________________________________________________________________________
A realização desta atividade deverá oferecer uma importante ferramenta para intercâmbio de
informações e acompanhamento do cumprimento das metas pelas equipes que compõem o
PBA-CI/PMX. A divulgação das informações via criação de um portal na internet, também é
essencial para dar transparência ao processo, colocando a sociedade a par dos impactos
positivos e negativos da obra e dos programas do PBA-CI/PMX.
As ações descritas a seguir deverão ser desenvolvidas, em um primeiro momento, por meio de
um prestador de serviços, que será responsável pela construção do BD e a criação do portal na
internet. Nesta fase, já deverá ser contratado um profissional pleno que será responsável pela
coordenação da ação destinada a selecionar os temas que deverão compor o BD, atualização
e disponibilização dos dados no banco. A última ação, a publicação apresentando os
resultados prevê a contratação de um consultor.
Primeiramente deverá ser realizada a seleção dos temas que irão compor o BD a partir das
necessidades apontadas pelos diagnósticos do EIA (e outras verificadas pelas equipes) com
vistas a subsidiar a implantação e o monitoramento dos projetos propostos pelo PBA-CI/PMX.
Esta reunião poderá ser seguida de discussões, via correio eletrônico, para dirimir possíveis
pendências verificadas. A empresa prestadora de serviços deverá trabalhar visando encontrar
a melhor forma de atender às demandas estabelecidas pelos coordenadores do PBA-CI/PMX.
199
PBA DO COMPONENTE INDÍGENA DA UHE BELO MONTE- PROGRAMA MÉDIO XINGU
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Entretanto, este BD não deverá organizar apenas dados geoespaciais, sendo capaz de
disponibilizar também dados tabulares, mapas no formato PDF, cartas imagens, relatórios,
dados em KML para visualização em Google Earth (além de outros formatos vetoriais), banco
de fotos, dentre outros produtos. Ou seja, o Arquivo de Mapas não somente terá a função de
servir informações espaciais, mas será utilizado como um banco de catalogação de metadados
do PBA-CI/PMX (LATUF; PAIVA, 2009).
200
PBA DO COMPONENTE INDÍGENA DA UHE BELO MONTE- PROGRAMA MÉDIO XINGU
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O nível de acesso mais abrangente dos dados deverá ocorrer por meio da criação de um portal
na internet. Este portal deverá ser interativo tendo como fundo imagens disponíveis no Google
Earth, e opção de camadas de sobreposição de dados vetoriais para visualização espacial dos
fenômenos. Cada feição espacial deve ser acompanhada de tabelas de atributos com as
informações relativas relacionadas. Como exemplo, cada polígono de TI deve conter todas as
informações relacionadas a ela, tais como, nome, municípios onde está inserida, grupos
étnicos, população, situação e etapa de regularização, título, documento (registro SPU,
memorando, portaria), data do documento, perímetro, área, etc.
Deverá conter também gráficos e tabelas elaborados por meio da análise evolutiva dos dados,
como, por exemplo, escolaridade, registros de doenças, população, desmatamento, detecção
de focos de calor, área recuperadas, etc.
Os dados vetoriais, tabelas de atributos e documentos como mapas e relatórios em formato pdf
deverão ser disponibilizados para download, para todos os usuários da rede mundial de
computadores14.
A criação do BD e do portal deverá ser realizada por meio de uma empresa de prestação de
serviços contratada para estas duas finalidades. Deverá ser firmado também um contrato de
suporte técnico para manutenção e atualização do BD e do portal durante todo o período de
operação da UHE BM.
14
Exemplos deste tipo de portal podem ser observados nos seguintes endereços eletrônicos:
http://siscom.ibama.gov.br/geoserver/www/sisfogo.html;
http://www2.sipam.gov.br/geonetwork/srv/br/main.home; http://www.imazongeo.org.br/imazongeo.php;
http://sigma.cptec.inpe.br/queimadas/.
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PBA DO COMPONENTE INDÍGENA DA UHE BELO MONTE- PROGRAMA MÉDIO XINGU
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No primeiro nível deverão ser inseridas informações de interesse geral, como evolução dos
níveis de educação, população, desmatamentos, incêndios florestais e áreas recuperadas.
Será disponível para usuários da rede mundial de computadores por meio do portal
previamente criado.
O segundo e terceiro níveis também deverão ser disponibilizados no próprio portal, por meio de
uma área interna. Para tanto, todos os integrantes do PBA-CI/PMX deverão ser cadastrados e
receber uma senha com diferentes níveis de acesso. Os dados internos que não possuam
restrição, como os relatórios internos e trabalhos não concluídos, entre outros, serão
disponibilizados para todos os integrantes do PBA-CI/PMX, configurando o segundo nível de
acesso. O terceiro, com restrições, será composto de informações consideradas sigilosas pelos
povos indígenas e a estes dados terão acesso apenas profissionais e consultores (indígenas
ou não) cujo trabalho esteja diretamente ligado.
Os dados deverão ser atualizados e disponibilizados pelo profissional pleno, que contará com o
auxílio do profissional indígena júnior.
No quinto ano de execução do PBA-CI/PMX será editada uma publicação que apresentará: os
resultados consolidados dos diversos monitoramentos realizados pelos projetos do PBA-
CI/PMX; os dados selecionados pelos Coordenadores dos Programas do PBA-CI/PMX e os
principais resultados do “Seminário de Avaliação dos Impactos da UHE BM”, que será
executado pelo Projeto Planejamento Territorial e Gestão Socioambiental Compartilhada.
Deverão ser impressos 1.000 exemplares da publicação que serão entregues para os
participantes do seminário, as comunidades indígenas e as instituições parceiras. A publicação
deverá ser disponibilizada também em formato digital no Portal.
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PBA DO COMPONENTE INDÍGENA DA UHE BELO MONTE- PROGRAMA MÉDIO XINGU
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O diagnóstico remoto inicial das TIs deverá ocorrer no 1º ano de construção da usina e visa
estabelecer o marco zero (T zero) da situação das TIs e do entorno. O levantamento fundiário
será realizado no 1º ano, por meio de levantamento de dados secundários - realizados pela
mesma equipe da elaboração do BD e por um consultor, que deverá ser contratado para o 2º
ano da ação, quando estão previstas atividades de campo. Estas ações visam alcançar os
objetivos específicos e serão realizadas para todas as TIs do Médio Xingu e seus entornos.
A 3ª, 4ª e 5ª ações também serão desenvolvidas em todas as TIs e AI, entretanto, em função
do grande número de TIs inseridas no projeto e da complexidade logística que envolverá toda a
estratégia do PGTI, as ações deverão ser iniciadas de modo diferenciado para cada TI. Esta
distinção será apresentada na descrição metodológica das atividades e ações, conforme cada
caso. Os principais critérios de seleção das TIs para início imediato de atividades referem-se
ao grau de vulnerabilidade que esta estaria sujeita no decorrer das etapas de construção da
obra e à carência de informações relacionadas à caracterização ambiental.
A estratégia geral foi desenhada para os 5 primeiros anos do PBA-CI/PMX, que coincidem com
a etapa de construção da UHE BM. Entretanto, a partir do 5º ano as atividades e ações devem
ser replanejadas, junto com os povos indígenas, e reestruturadas e ampliadas, estendendo-se
para toda a fase de operação da UHE BM.
Todas as atividades e ações deverão ser precedidas de reuniões com as comunidades levando
informações de maneira acessível e procurando considerar suas contribuições, tanto na fase
de planejamento como para o desenvolvimento das ações. A cada nova atividade, ou
programação de oficina a ser realizada, deverão ocorrer reuniões de planejamento com a
comunidade, onde deverá ser definida a forma como as atividades deverão acontecer, bem
como a indicação dos participantes conforme suas atribuições para melhor contribuir com o
projeto de monitoramento ambiental.
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PBA DO COMPONENTE INDÍGENA DA UHE BELO MONTE- PROGRAMA MÉDIO XINGU
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O grupo que estará envolvido diretamente com o desenvolvimento das atividades e ações
previstas no projeto será aqui identificado como “grupo dos agentes realizadores”. Estes
deverão demonstrar interesse e comprometimento com a estratégia do projeto e serão
indicados pelas próprias comunidades.
Entre as atividades iniciais do projeto, foram previstas ações que visam estudar a situação dos
ambientes e a disponibilidade dos principais recursos naturais, relevantes para os povos
indígenas. A isto, agrega-se também o reconhecimento dos recursos e tipos de ambientes
localizados no entorno destas TIs, que embora sejam utilizados por estas populações, poderão
encontrar-se em situações de risco de extinção local ou regional pelos impactos advindos com
o Empreendimento.
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PBA DO COMPONENTE INDÍGENA DA UHE BELO MONTE- PROGRAMA MÉDIO XINGU
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Esta Zona de Influência Regional nas TIs contempla todas as ameaças e impactos às TIs do
Médio Xingu apontadas no EIA.
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PBA DO COMPONENTE INDÍGENA DA UHE BELO MONTE- PROGRAMA MÉDIO XINGU
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O diagnóstico deverá ser realizado a partir da aquisição, composição colorida (RGB), registro e
classificação automática de imagens do sensor Advanced Visible and Near-Infrared
Radiometer – Type 2 (AVNIR-2) a bordo do satélite Advanced Land Observing Satellite
(ALOS).
A aquisição das imagens deve ocorrer em época seca, quando a cobertura de nuvens é
reduzida. No caso da imagem (do sensor AVNIR-2) apresentar cobertura de nuvens, os
procedimentos deverão ser realizados com imagens de outra data (do mesmo ano) ou de outro
sensor de média resolução espacial (Landsat, Cbers, Resourcesat ou outra imagem de média
resolução disponível gratuitamente pelo Instituto de Pesquisas Espaciais - INPE), de forma que
a classe nuvem seja totalmente eliminada.
O registro das imagens deve utilizar como referência o mosaico de imagens ETM+/Landsat-7
ortorretificadas (Geocover) disponibilizado pela NASA em formato Mrsid. O erro médio
quadrático (RMS) dos pontos de cada imagem deve ser menor que um pixel.
Após classificação automática de cada cena, deverá ser realizada uma edição matricial, onde
possíveis confusões geradas na classificação (ex. áreas de pedrais e bancos de areia
confundidas com desmatamentos) sejam detectadas e corrigidas. Esta edição deve ser
realizada na escala 1:50.000, compatível com a escala final de apresentação (1:100.000).
Nesta edição, dois parâmetros deverão ser usados para auxiliar no esclarecimento das
dúvidas: 1. Forma – em geral feições naturais não apresentam formas geométricas, que são
usualmente atribuídas a feições antrópicas ligadas a desmatamentos; 2. Temporalidade - a
comparação com imagens de anos anteriores (com mais de 15 anos de diferença) também é
um bom parâmetro, uma vez que feições geradas por ação antrópica tendem a apresentar uma
maior dinâmica espacial. Por exemplo, os pedrais permanecem sem alteração, enquanto
desmatamentos sofrem avanços e recuos (áreas de regeneração) constantes.
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PBA DO COMPONENTE INDÍGENA DA UHE BELO MONTE- PROGRAMA MÉDIO XINGU
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procedimento é importante para que nenhuma área deixe de ser considerada na classificação.
Os sobrevôos deverão ocorrer somente sobre as áreas das TIs e entorno imediato (até 10km
de buffer). A partir das informações coletadas serão reeditadas as áreas cujas dúvidas foram
checadas.
Por fim, as classes de desmatamento (solo exposto, agricultura, pasto), vegetação degradada
(por fogo ou exploração madeireira seletiva), vegetação secundária (capoeira) e estradas
deverão ser usadas para geração de mapas (por TIs ou grupo de TIs vizinhas) na escala
aproximada de 1:100.000 (variável conforme tamanho da TI). Nesta etapa os polígonos
classificados como nuvens deverão ser substituídos pelo uso encontrado na outra imagem, do
mesmo ano, classificada. Deverá ser produzido também um mapa da “Zona de Influência
Regional nas TIs” em formato A0 (em escala 1:500.000).
Esses mapas deverão conter os mosaicos das imagens selecionadas (que apresentarem
menor cobertura de nuvens) como fundo. Os vetores de uso do solo antrópico deverão ser
inseridos, bem como limites municipais, das TIs, UCs e assentamentos, e informações pontuais
como sedes de municípios e aldeias.
A partir de então será possível gerar estatísticas com as porcentagens de cada tipo de uso nas
TIs e entorno. Os mapas, arquivos vetoriais e relatórios estatísticos deverão ser inseridos no
BD.
A equipe responsável por esta ação será composta por um profissional pleno (responsável
também pela execução da 1ª e 3ª atividades) e um profissional júnior especialista em
geoprocessamento.
A ação deverá ser iniciada pelo levantamento dos dados disponíveis nos órgãos oficiais ligados
à regularização fundiária para toda a “Zona de Influência Regional nas TIs”. As instituições
mais relevantes são: Instituto de Terras do Pará (ITERPA), Empresa de Assistência Técnica e
Extensão Rural do Estado do Pará (EMATER), Secretaria do Meio Ambiente do Estado do
Pará (SEMA-PA), INCRA - Regional do Pará e Gerência Regional do Patrimônio da União do
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PBA DO COMPONENTE INDÍGENA DA UHE BELO MONTE- PROGRAMA MÉDIO XINGU
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Estado do Pará (GRPU-PA). Deve incluir também a consulta ao SIG da Amazônia, que está
sendo produzido pelo “Programa Terra Legal” do MDA.
O levantamento de dados secundários deve ser realizado por pesquisas via internet e contatos
por meio telefônico ou de correio eletrônico. Estão previstas também duas visitas às sedes
desses órgãos, na cidade de Belém, visando o contato pessoal com as instituições e acertos
necessários para firmar parcerias.
No início do 2º ano será feita uma análise, baseada nos levantamentos realizados até então,
das mudanças verificadas no entorno e das demandas dos grupos indígenas a fim de levantar
as áreas prioritárias (mais vulneráveis) para realização de georrefenciamento de imóveis rurais.
Além das coordenadas das propriedades deverão ser levantados também outros dados, das
tais como, nome da fazenda, proprietário e atividades produtivas. Esse levantamento deve
priorizar as áreas limítrofes às TIs cujos proprietários são co-responsáveis pela fronteira.
O calendário sazonal permitirá aos consultores entender a distribuição das atividades anuais
que são desenvolvidas por todos os povos e os marcadores de tempo relacionados com estas,
como as atividades de subsistência, o calendário festivo, os calendários celestes que regem
épocas de coleta de recursos, os ciclos anuais de disponibilidade de recursos naturais e as
principais atividades culturais.
Sua construção deve ser feita em grupos focais, divididos por classe etária e gênero.
Será por meio desta ação que a equipe espera caracterizar os sistemas locais de uso, manejo
e conservação de recursos, além de proporcionar a construção de conceitos relacionados aos
indicadores ambientais de referência, segundo a lógica local. Os resultados do calendário
permitirão que os profissionais técnicos de todos os programas pertencentes ao PBA-CI/PMX
possam planejar suas atividades de forma a não concorrer com atividades tradicionais
importantes.
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PBA DO COMPONENTE INDÍGENA DA UHE BELO MONTE- PROGRAMA MÉDIO XINGU
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O projeto também pretende promover formas para acessar técnicas e conceitos relacionados a
estas alterações ambientais, de maneira que os próprios indígenas estejam mais preparados
para avaliarem estas mudanças segundo seus próprios indicadores, proporcionando análises e
soluções mais próximas da realidade local.
As oficinas de calendário sazonal deverão acontecer em todas as aldeias das 11 TIs, além da
AI Juruna do Km 17, que hoje totalizam 26 aldeias: TI Apyterewa, TI Koatinemo, TI
Araweté/Igarapé Ipixuna, TI Kararaô, TI Cachoeira Seca, TI Arara, TI Paquiçamba, TI
Trincheira Bacajá, TI Arara da VGX, TI Xipaya e TI Kuruaya. As ações estão previstas para
acontecerem a partir do 1º semestre do 1º ano, com a duração prevista para 10 dias de oficina
em cada uma delas. As informações deverão ser registradas em áudio digital durante o
processo de levantamento e, posteriormente, em relatório técnico, cujas informações deverão
ser integradas ao BD do PBA-CI/PMX.
Os levantamentos socioeconômicos deverão ser realizados pelo profissional pleno de cada TI,
que poderá ter ajuda de alguns indígenas, como professores ou agentes de saúde, de
preferência que sejam alfabetizados, além de conhecerem a realidade local, facilitando o
contato com a comunidade. Entre as informações a serem levantadas nas aldeias das TIs,
estão previstas: (i) o censo populacional; (ii) a identificação das lideranças políticas, religiosas e
espirituais, como caciques, chefes de grupos de trabalho, pajés, raizeiros e membros das
associações; (iii) os representantes de conselhos, Agentes Indígenas de Saúde (AIS), Agentes
Indígenas de Saneamento Ambiental (AISAM), entre outros; (iv) a presença de escolas, dos
PPs e a situação dos alfabetizados (informações a serem levantadas junto à equipe do PEEI
do PBA-CI/PMX); (v) a infraestrutura e os equipamentos disponíveis nas aldeias (incluindo
estruturas físicas, transporte, comunicação, veículos, máquinas, barcos e motores), a ser
levantada junto aos profissionais da equipe do PIE do PBA-CI/PMX; (vi) as fontes de renda
(assalariados, aposentados, bolsistas, comercialização de produtos, entre outros); e (vii) os
projetos em andamento.
Valerá também identificar quais produtos são importantes para os diferentes povos/aldeias, e
quais são ainda utilizados no sistema de trocas locais. Outras informações mais
antropológicas poderão ser incorporadas e atualizadas ao longo do tempo, como a relação
entre os solteiros e casados, as regras de casamento, situação lingüística atual, aspectos de
sua organização social, regras de residência, grupos locais, relações de afinidade parentesco e
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PBA DO COMPONENTE INDÍGENA DA UHE BELO MONTE- PROGRAMA MÉDIO XINGU
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Esta ação visa realizar a caracterização preliminar os territórios indígenas, de modo a obter
dados que deverão subsidiar todas as ações de monitoramento. Ela se divide em 2 etapas: a
oficina de etnomapeamento e a oficina de construção e sistematização de indicadores.
O etnomapeamento das TIs será realizado com o apoio das comunidades, cujo objetivo está
em definir áreas de uso tradicional, áreas de uso potencial, locais com fragilidade ambiental e
sítios sagrados e históricos, entre outros aspectos que serão identificados previamente com as
outras equipes do PBA-CI/PMX e juntamente aos povos indígenas. O método de
etnomapeamento permitirá conhecer os principais tipos de ambientes no sistema de
classificação dos povos indígenas em relação a seus territórios. Num primeiro momento
deverão ser construídos mapas mentais, elaborados pelos agentes realizadores que deverão
participar das oficinas. Este mapa deverá ilustrar as impressões dos indígenas sobre o seu
território, partindo de seus próprios referenciais geográficos. Num segundo momento, os
ambientes já identificados no mapa mental deverão ser localizados e plotados em mosaico de
imagens de satélite, com escala variável de acordo com o tamanho de cada TI, impressos em
tamanho 2,5m x 2,0m. Neste grande mapa, além das informações levantadas no mapa mental,
deverão ser registradas todas as informações que os indígenas conseguirem apontar sobre
seus territórios, seguindo a toponímia na língua indígena.
Além da identificação destes tipos de ambientes, deverão ser levantados os principais recursos
por eles utilizados, a situação de abundância, raridade ou vulnerabilidade. Os levantamentos
de recursos prioritários deverão respeitar as formas de organização social dos povos das TIs,
considerando-as no planejamento junto com a comunidade. Deverão ser consideradas para a
realização desta ação, as formas de estruturas organizativas já existentes na comunidade.
Como exemplo, os alunos de escolas locais, a organização de grupos de jovens que
correspondam com suas expectativas por formação técnica em manejo de recursos naturais,
entre outras, dependendo das particularidades das TIs e aldeias correspondentes. Espera-se
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O etnomapeamento não se encerrará nesta primeira fase dos levantamentos, mas deverá
incorporar novas informações sobre ambientes e recursos durante os levantamentos da
vegetação, de caça e da pesca, que deverão acontecer nas etapas subseqüentes.
[...] representações que codificam processos e que guiam sociedades humanas em suas
inúmeras interações com o meio natural. Estas desenvolveram diversas estruturas e
conteúdos; complexidade, versatilidade e pragmatismo, e padrões distintos de
interpretação ancorada em visões de mundo específicas. Pode ser, portanto, empírico e
objetivo, sagrado e intuitivo. O concreto e o espiritual, co-existem lado a lado, de maneira
complementar, enriquecendo suas interpretações.
Será a partir destes indicadores que as mudanças no ambiente poderão ser identificadas, bem
como a forma como os indígenas usam e se relacionam com o território, nas diferentes fases
do Empreendimento. Estes dados deverão ser utilizados para os monitoramentos previstos
nas atividades posteriores.
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O monitoramento remoto das TIs e do entorno será realizado por meio de 3 ações, sendo que
a primeira deve ser iniciada no início do 2º ano (seguido da conclusão da primeira ação) e deve
ser concluída após 6 meses (um ano e meio após início da execução do PBA-CI/PMX. A
segunda também deve ser iniciada após o término do diagnóstico remoto inicial e deve
estender-se para todo o período de operação da usina. A terceira ação deve ser implementada
no 1º ano e deve permanecer ocorrendo por toda a operação da usina.
Esta atividade deverá ser realizada pelo profissional pleno (responsável também pelas
atividades de Sistematização e disponibilização de informações sobre as TIs e o entorno; e
Caracterização das TIs e do entorno), por um profissional júnior em geoprocessamento, que
auxiliará a execução da ação de Monitoramento do uso e da ocupação do solo (mesmo que irá
executar a ação de diagnóstico inicial do uso do solo), e por um profissional indígena júnior
(treinado pelo profissional pleno) que será responsável pela execução da ação Monitoramento
dos focos de calor (o mesmo que deverá auxiliar na ação de Atualização e disponibilização das
informações).
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A Faixa de Segurança Etnoambiental não deverá ser proposta como um buffer regular ao redor
das TIs, mas como um polígono irregular que deverá levar em consideração os limites
encontrados após a análise criteriosa das potencialidades e fragilidades que circundam as TIs.
Como exemplo, a faixa deve seguir os limites do divisor de águas no caso de bacias
hidrográficas cujos rios são importantes para determinadas aldeias, como o rio Bacajá, por
exemplo.
Esta análise deverá ser feita por meio da realização de uma reunião com os Coordenadores de
todos os projetos do PBA-CI/PMX, para que as informações levantadas neste 1º ano de
execução do PBA-CI/PMX sejam levadas em conta na definição desta faixa.
Esses relatórios e mapas deverão ser enviados, via internet, a todos os Coordenadores dos
Programas que compõem o PBA-CI/PMX, como também para órgãos governamentais como
FUNAI, IBAMA, entre outros e o empreendedor NESA, apresentando as mudanças detectadas
para verificação e controle de atividades que estejam impactando negativamente as TIs. Os
impactos positivos, especialmente os resultantes de projetos de restauração de áreas
degradadas e de matas ciliares, também serão apontados nos relatórios. Estes relatórios
serão inseridos no BD e disponibilizados no portal (incluindo mapas interativos da evolução do
uso do solo).
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As áreas de nascentes e matas ciliares (tanto no interior das TIs como no entorno) são
consideradas locais prioritários para o monitoramento, devendo ser detalhadas nos relatórios
por meio de representações em escalas maiores, em áreas consideradas críticas, e de análises
estatísticas separadas (por exemplo: porcentagem de desmatamento em APPs no ano X). A
equipe do Projeto de Conservação Territorial do PGTI deve receber informações específicas
relacionadas a essas áreas. Por outro lado, poderão auxiliar esta parte do monitoramento com
dados georreferenciados coletados em campo.
Os profissionais responsáveis por esta ação deverão também dar suporte à equipe do PSA
através da elaboração de mapas para expedições a sítios históricos e trabalhos de campo de
coleta de recursos. Após as expedições os dados levantados deverão ser utilizados como
informações auxiliares ao monitoramento remoto e incorporados ao BD.
O monitoramento do uso e ocupação do solo deve contar também com a análise dos dados do
sistema “Detecção de Desmatamento em Tempo Real” (DETER) produzido pelo INPE. Esse
programa foi desenvolvido de forma a apresentar uma maior frequência temporal, embora as
imagens utilizadas como base tenham resolução espacial baixa. Desta maneira, ocorrências
de novos desmatamentos podem ser visualizadas mensalmente, porém somente grandes
áreas são detectadas pelos sensores utilizados (DPI/INPE, 2011):
O DETER é um levantamento rápido feito mensalmente pelo INPE desde maio de 2004,
com dados do sensor MODIS do satélite Terra/Aqua e do Sensor WFI do satélite CBERS,
de resolução espacial de 250m. O DETER foi desenvolvido como um sistema de alerta
para suporte à fiscalização e controle de desmatamento. Por esta razão o DETER
mapeia tanto áreas de corte raso quanto áreas em processo de desmatamento por
degradação florestal”
Com auxílio deste programa (DETER) a ocorrência de grandes desmatamentos poderá ser
identificada e notificada aos órgãos competentes como o IBAMA/ICMBio e a Secretaria de
Meio Ambiente do Estado do Pará.
Outros programas que monitoram a Amazônia também devem ser considerados nas análises
de avanço do desmatamento, como o Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), produzido
pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (IMAZON) e o Programa de
Monitoramento de Áreas Especiais (ProAE) desenvolvido pelo Sistema de Proteção da
Amazônia (SIPAM).
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- Queimada: A queimada é uma antiga prática agropastoril ou florestal que utiliza o fogo de
forma controlada para viabilizar a agricultura ou renovar as pastagens [...] (Prevfogo/IBAMA,
2011).
- Incêndio Florestal: É o fogo sem controle que incide sobre qualquer forma de vegetação,
podendo tanto ser provocado pelo homem quanto por uma causa natural, como raios, por
exemplo (Prevfogo/IBAMA, 2011).
- Focos de Calor: A expressão focos de calor é utilizada para interpretar o registro de calor na
superfície do solo pelo sensor AVHRR, que viaja a bordo do satélite NOAA15. Esse sensor
capta e registra qualquer temperatura acima de 47ºC, portanto não é necessariamente um foco
de fogo ou incêndio (Prevfogo/IBAMA, 2011). Os focos de calor deverão ser serão
monitorados em todas as TIs e Faixa de Segurança Etnoambiental, a partir de relatórios
diários, disponibilizados pelo Centro de Prevenção de Tempo e Estudos Climáticos do Instituto
de Pesquisas Espaciais (CPTEC/INPE, 2011).
Os relatórios são enviados via e-mail, após cadastro, diariamente e sem qualquer custo.
Estes relatórios serão analisados imediatamente após o recebimento (que pode ocorrer mais
de uma vez por dia), por um profissional indígena júnior, que será responsável pelo
acionamento das Brigadas Indígenas de Incêndio (nas TIs onde serão implantadas), IBAMA
(PrevFogo) ou Corpo de Bombeiros a cada detecção de foco de calor no interior ou Faixa de
Segurança Etnoambiental das TIs. Esta ação dará suporte à atividade de controle de incêndios
do projeto de Conservação Ambiental.
No 1º ano, enquanto a Faixa de Segurança Etnoambiental não tiver sido definida, a ação deve
ser realizada em toda a “Zona de Influência Regional nas TIs”, posteriormente deve se
restringir às TIs e Faixa de Segurança Etnoambiental.
O profissional indígena júnior que irá auxiliar a atualização e disponibilização dos dados no BD
deverá ser treinado pelo profissional pleno também para desenvolver esta ação.
15
O Sistema de monitoramento de focos de calor do INPE dispõe de dados dos satélites GOES, MSG,
NOAA, AQUA e TERRA.
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Nesta etapa do projeto, as ações visam monitorar a situação dos ambientes e a disponibilidade
dos principais recursos naturais relevantes para os povos indígenas, aferindo as alterações nos
recursos naturais, e indicando a necessidade de intervenções, sobretudo a partir das
modificações causadas ao ambiente e suas conseqüências nas fases posteriores à construção
do Empreendimento.
Deverão ser revistos os indicadores ambientais de referência de modo que estes possam ser
traduzidos a uma linguagem acessível para o entendimento dos participantes das oficinas.
Somente desta maneira o método permitirá um envolvimento ativo e consciente em todo este
processo.
Deverão ocorrer ações de modo distinto, entre as TIs da região do Médio Xingu. Esta distinção
está relacionada principalmente com o nível de impacto, entre as que deverão ser diretamente
afetadas pelo Empreendimento e aquelas que serão também influenciadas, mas de maneira
indireta. Este procedimento também se justifica pela falta de diagnósticos realizados em
profundidade nos EIAs de algumas TIs, nas quais deverão ser previstos levantamentos mais
completos numa primeira fase, incluindo caracterização de sistemas e de recursos naturais.
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nesta segunda etapa pretende-se retomar os dados obtidos, para que os indicadores
ambientais sejam consolidados e possam ser considerados nas oficinas de monitoramento.
Serão necessárias estas duas etapas para a obtenção de dados confiáveis e precisos,
próximos da realidade dos povos indígenas das TIs.
De forma geral as oficinas preparatórias deverão se realizar a partir do 2º ano, com algumas
diferenças entre TIs, segundo o nível de aprofundamento dos levantamentos previstos nos
EIAs, conforme já descrito, além de prioridades estabelecidas pela equipe, baseadas nos
estudos de impactos, que podem variar para cada um dos quatro temas já indicados. As
oficinas de monitoramento, que seriam uma continuidade das preparatórias, também serão
realizadas de forma diferenciada para as mesmas TIs, devendo ser iniciadas a partir do 3º ano.
Um maior detalhamento destas etapas e as TIs nas quais as oficinas deverão se desenvolver
será apresentado a seguir, na descrição metodológica para cada um destes temas.
Esta metodologia foi desenhada para os 5 primeiros anos do PBA-CI/PMX e as ações aqui
descritas deverão ocorrer a partir do 2º ano. Entretanto, recomenda-se que, a partir do 5º ano,
as atividades e ações de monitoramento sejam avaliadas com os povos indígenas das TIs,
prevendo a sua readequação, caso necessário, podendo se estender para toda a fase de
operação da UHE BM.
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A partir dos dados de etnomapeamento e dos indicadores ambientais obtidos nas etapas
anteriores, e que serão sistematizados e representados em mapas de vegetação segundo a
classificação indígena, deverão ser realizadas visitas aos principais ambientes reconhecidos, e
dar-se início aos levantamentos de recursos prioritários.
Nestes ambientes selecionados, deverão ser marcados alguns indivíduos destas espécies,
sendo georreferenciados e localizados em mapa. Entre os resultados dos inventários de
ocorrência de recursos naturais nas TIs, espera-se quantificar os estoques das espécies
potenciais, ou de uso dos povos indígenas. No planejamento destas atividades serão
considerados os piques utilizados pelas comunidades indígenas para a coleta de recursos na
mata.
Este esforço para identificar estes recursos “chave” poderá ser compartilhado com as
atividades de coleta e manejo de sementes florestais para a sua multiplicação em outras áreas,
seja para a recuperação ou enriquecimento, em consonância com as atividades previstas no
Projeto Conservação Territorial. Esta seria complementar ao Programa Gestão Territorial
Indígena, além de também ter interface com o Programa Atividades Produtivas.
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pedagógico e formativo para vegetação e deverão prever épocas de cheia, vazante, seca e
enchente do rio, obtendo uma amostragem representativa da floração e frutificação dos
recursos em diferentes épocas do ano.
A partir do 3º ano até o 5º ano do PBA-CI/PMX deverão ser realizadas outras 10 oficinas
anuais de monitoramento das fisionomias de vegetação, com duração de 10 dias, para as
mesmas TIs, totalizando 30 para os três anos. Estas deverão seguir a mesma ordem, sendo 5
oficinas no 1º semestre, nas TIs Paquiçamba, TI Arara da VGX, em uma aldeia da TI Trincheira
Bacajá e na AI dos Juruna do Km 17. Para o 2º semestre, mais 5 oficinas na TI Trincheira
Bacajá.
O levantamento do sistema agrícola deverá subsidiar ações para a segurança alimentar e visa
principalmente caracterizar as etapas, as práticas e técnicas relacionadas ao manejo das
roças. No monitoramento do sistema agrícola, deverá ser realizado um levantamento anual
das novas roças, sendo caracterizados os tipos de solo, a manutenção dos recursos cultivados
(tipo varietal/espécie), bem como a manutenção da agrodiversidade pelas famílias produtoras
em cada aldeia. Será importante avaliar qual o percentual de alimentos providos por estas
roças e o quanto provém de recursos externos, na dieta anual das famílias. Além disto,
acompanhar os fluxos de transmissão de conhecimentos sobre os plantios, os usos dos
recursos na culinária e a manutenção destas variedades cultivadas será também parte desta
estratégia.
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PBA DO COMPONENTE INDÍGENA DA UHE BELO MONTE- PROGRAMA MÉDIO XINGU
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Monitoramento da caça
A relação dos povos indígenas com a atividade de caça será caracterizada pela realização de
oficinas preparatórias, em diferentes épocas do ano, segundo a elaboração do calendário
sazonal, durante as épocas de cheia, vazante, seca e enchente do rio, obtendo uma
amostragem representativa da atividade de caça e da disponibilidade de animais nestas
diferentes épocas do ano.
Para os levantamentos do sistema de caça e dos censos, descritos a seguir, deverão participar
principalmente os caçadores, visto que esta atividade está mais relacionada ao universo
masculino. No entanto, de maneira complementar, serão realizados levantamentos nas casas
das famílias, para a amostragem dos animais caçados por época/ano. Nesta fase, a
participação das mulheres será importante, pois são elas que preparam os alimentos. Espera-
se um universo amostral de casas que seja representativo para as aldeias de cada TI,
conforme as suas especificidades, atendendo os métodos já utilizados no EIA (VIEIRA et al.,
2009a; PATRÍCIO et al., 2009).
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(vi) os usos medicinais, ritual, alimentar e comercial também deverão ser considerados nos
levantamentos.
Para os levantamentos da abundância relativa aos mamíferos de hábitos diurnos caçados nas
TIs, deverá ser utilizado o método de transecção linear, entrevistas semi-estruturadas e o
rastreamento de vestígios nas trilhas utilizadas dentro da TI e, quando necessário, nas áreas
do entorno.
Esta ação está dividida em diferentes fases, visto a carência de informações em determinadas
TIs:
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Serão 17 oficinas para 17 aldeias no 1º semestre e mais 17 oficinas para o 2º semestre, nas
mesmas TIs, sendo TI Koatinemo, TI Araweté/Igarapé Ipixuna, TI Kararaô, TI Arara da VGX, TI
Paquiçamba, TI Trincheira Bacajá, AI Juruna do Km 17.
Método Qualitativo: (i) Área de uso dos caçadores: Terra Firme e Ilhas; (ii) O calendário
ecológico da caça elaborada pelos povos indígenas das TIs da região do Médio Xingu; (iii)
Usos e importância da fauna para diversos fins; (iv) Segurança alimentar e restrições ao
consumo; (v) Estratégias de caça; (vi) Cadeias tróficas a partir do conhecimento tradicional; (vii)
Considerações gerais sobre a fauna das TIs e suas imediações e os principais impactos
relacionados.
Método Quantitativo: (i) Censo da fauna terrestre em trilha marcada (estação seca e estação
chuvosa); (ii) Quantidade estimada da caça abatida em algumas famílias indígenas
amostradas.
Os monitoramentos relativos à caça deverão ser realizados em 5 TIs da região do Médio Xingu,
sendo 1 Oficina de Monitoramento da Caça nas TI Apyterewa, TI Cachoeira Seca, TI Arara, TI
Xipaya e TI Kuruaya. Estas deverão ser realizadas em épocas alternadas, sendo no 1º
semestre no Ano 3, 2º semestre o Ano 4 e 1º semestre do 5º ano.
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Serão realizadas Oficinas de Monitoramento da caça para as outras 7 TIs, somente a partir do
4º ano, perfazendo somente 2 anos de monitoramento (Anos 4 e 5). As seguintes TIs serão
monitoradas de modo alternado, sendo 17 aldeias no 2º semestre do Ano 4 - TI Koatinemo, TI
Araweté/Igarapé Ipixuna, TI Kararaô, TI Arara da VGX, TI Paquiçamba, TI Trincheira Bacajá, AI
Juruna do Km 17 e novamente monitoradas no 1º semestre do 5º ano.
Entre as ações previstas para nas oficinas de monitoramento das atividades de caça e a
disponibilidade de animais nas cinco TIs, estão:
(i) Realizar oficinas de monitoramento através de censos de mamíferos terrestres que habitam
as florestas na região de uso dos povos indígenas das TIs;
(ii) Monitoramento das áreas específicas de florestas de terra firme, planícies aluviais, ilhas e
pedrais utilizadas pelos indígenas para fins de caça;
(iii) Monitorar a caça que chega às casas das famílias, durante períodos amostrais
estabelecidos.
Monitoramento da pesca
A relação dos povos indígenas com a pesca será caracterizada por meio de parâmetros
biológicos obtidos por diagnósticos realizados com a participação de um consultor técnico
especializado em levantamentos de ictiofauna e sistemas de pesca tradicional. Esta ação será
realizada em todas as TIs da região do Médio Xingu e deverá considerar participação das
comunidades locais, com seus conhecimentos tradicionais, utilizando-se de ferramentas
teóricas e metodológicas que caracterizam os levantamentos etnobiológicos, a respeito dos
recursos naturais e aquáticos.
(i) conhecer as principais formas de interação entre os habitantes das TIs e os ambientes
aquáticos do local;
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De início, em cada aldeia, deverá ser realizado um planejamento das atividades, assim como a
organização dos índios pescadores que deverão participar da captura e identificação regional
dos peixes. Deverão ser consideradas as informações obtidas nas ações anteriores, como do
etnomapeamento e dos indicadores ambientais de referência. Estas informações serão
complementadas com dados mais acurados, elaborando-se um mapa da área de pesca, com
as ilhas, grotas, canais, furos, entre outros. Todos os pontos de pesca considerados de uso
pelos pescadores indígenas das TIs serão identificados em mapa, sendo anotadas as
coordenadas geográficas e outras informações, com vistas a compor o BD sobre os pontos de
pesca das TIs.
A partir da caracterização dos ambientes pesqueiros deverão ser selecionados os lugares mais
importantes para o início dos levantamentos, como nas margens dos rios, furos, nas ilhas,
“remansos” e/ou “barragens” dos igarapés. Deverão ser percorridas as áreas mais
freqüentadas por pescadores, tanto aquelas localizadas próximas, como aquelas mais
distantes da aldeia, onde deverão ser realizados os levantamentos da ictiofauna e das áreas de
uso tradicional.
A partir de atividades de pesca monitorada, será feita a identificação dos peixes, a medição do
peso (g), comprimento total (cm), sendo fotografados posteriormente. Todas as informações
biológicas e ambientais observadas serão preenchidas no caderno de campo e formulário
específico, segundo os levantamentos já previstos no EIA (VIEIRA et al., 2009a; PATRÍCIO et
al., 2009). Estas informações deverão ser organizadas em um guia de identificação de peixes
locais, reunindo todos os dados por espécie, com a identificação, dados etnoecológicos,
fotografias, aspectos do uso e alimentação.
É importante também destacar que, nos arredores da região da VGX, são encontradas várias
espécies consideradas endêmicas. Como exemplo o acari zebra (Loricariidae), e o pacu
capivara (Characidae), que já são consideradas espécies ameaçadas (SEMA, 2008; IBAMA,
2008 apud VIEIRA et al., 2009a). Os levantamentos com os pescadores deverão obter
registros sobre estas espécies endêmicas.
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Para esta caracterização inicial do sistema de pesca e a identificação dos tipos de peixes,
serão realizadas duas oficinas preparatórias, com a duração de 10 dias cada. Estas deverão
se realizar em 11 TIs e na AI Juruna do km 17, sendo 25 oficinas em 25 aldeias a cada
semestre, totalizando 50 oficinas no 2º ano. As oficinas acontecerão na TI Koatinemo, TI
Araweté/Igarapé Ipixuna, TI Apyterewa, TI Kararaô, TI Cachoeira Seca, TI Arara, TI Kuruaya, TI
Xipaya, TI Arara da VGX, TI Paquiçamba, TI Trincheira Bacajá.
Na AI Juruna do Km 17, por não haver rio piscoso, deverá ser realizada uma avaliação das
alternativas de criação de peixes.
Deverá ser organizado novamente o grupo focal de diferentes faixas etárias, para participar das
oficinas de monitoramento das atividades de pesca e da disponibilidade de peixes nos rios das
TIs. Entre os temas abordados nestas oficinas de monitoramento, deverão ser considerados a
construção de estratégias de monitoramento de ictiofauna, indicadores ambientais, estudos de
estrutura populacional, composição específica, distribuição e abundância da ictiofauna nos
trechos do rio que abrangem as TIs.
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(i) Monitorar as áreas de uso da comunidade indígena identificadas pelo etnozoneamento e/ou
“corredor fluvial” (cf. proposta de estudo para sua viabilidade), levando em conta a seleção de
áreas “controle”, principalmente de reprodução, alimentação e locais de desenvolvimento de
jovens da ictiofauna;
(iii) Monitorar a pesca nas áreas identificadas pelo etnozoneamento e/ou corredor fluvial;
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Atividades acessadas
pelos participantes. 1 oficina de calendário
Elaboração do sazonal. Grupos focais O
Sistemas locais 10 dias / Todos os
calendário por gênero e profissional
caracterizados e 2 oficinas de avaliação e Ano 1 - 1º Programas do
sazonal das etário das 11 pleno de
indicadores ambientais indicadores ambientais semestre. PMX.
TIs. TIs e 1 AI. cada TI.
identificados. realizadas em 11 TIs e 1 AI.
11 TIs e 1 AI.
Realização de
diagnóstico Dados socioeconômicos Jovens O
1 Oficina socioeconômica 10 dias /
socioeconô- levantados para as alfabetizados e profissional
realizada para 11 TIs e 1 Ano 1 - 1º
mico e de aldeias das 11 TIs e 1 comunidade pleno de
AI. semestre.
infraestrutura AI. em geral. cada TI.
das aldeias.
Ambientes identificados
e delimitados. 15 dias /
25 Oficinas de Grupo focal
Levantamen- Ano 1 - 1º e PAP;
Recursos naturais etnomapeamento etário, jovens
to participativo 2º 1050 diárias Projeto de
localizados e realizadas; e
dos recursos e semestres. de consultor Conservação
sistematizados. 25 oficinas de indicadores conhecedores
ambientes 10 dias / pleno. Territorial do
Conceitos construídos e ambientais realizada em 25 indígenas das
prioritários. Ano 2 - 1º PGTI.
referenciados no sistema aldeias de 11 TIs e 1 AI 11 TIs e 1 AI
semestre.
local.
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Elementos de custo
Atividade: Sistematização e disponibilização de informações sobre as TIs e o entorno
Ação Recursos humanos Recursos Materiais/Serviços de terceiros Construção
Civil
1 profissional pleno: formação em geografia,
engenharia cartográfica ou áreas afins.
Serviços de Terceiros:
Conhecimentos avançados em sensoriamento
Seleção dos temas 70 diárias
remoto, geoprocessamento e levantamento
para o BD. fundiário. Deslocamentos e Transportes:
10 trechos aéreos SP/Altamira/SP
Todos os coordenadores dos programas do
PBA-CI/PMX.
Materiais de Consumo e Equipamentos:
1 profissional pleno: formação em geografia, 1 Servidor de BD
engenharia cartográfica ou áreas afins. 1Servidor de Imagens
Criação do BD. Conhecimentos avançados em sensoriamento Serviços de Terceiros:
remoto, geoprocessamento e levantamento Contratação de empresa de geotecnologias para criar o BD
fundiário. Contratação de suporte técnico para manutenção e
atualização do BD durante 5 anos
Materiais de Consumo e Equipamentos:
Mesmo material que a ação “Criação do BD”
Serviços de Terceiros:
Criação de Portal na Contratação de empresa de geotecnologias para criar o Portal
internet. Contratação de suporte técnico para manutenção e
atualização Portal durante 5 anos
* a empresa contratada para criar e dar suporte técnico ao BD e ao
Portal deve ser a mesma, pois os sistemas devem ser interligados.
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Elementos de custo
Atividade: Caracterização das TIs e do entorno
Ação Recursos humanos Recursos Materiais/Serviços de terceiros Constru-
ção Civil
Materiais de Consumo e Equipamentos:
1 kit de material de escritório
2 computadores Desktop com configuração mínima:
1 profissional pleno: formação Memória: 4GB DDR2
em geografia, engenharia
Hard disk: 1TB
cartográfica ou áreas afins.
Conhecimentos avançados em Drives: DVD-RW
sensoriamento remoto, Rede: 10/100 mbits
Realização do geoprocessamento e Monitor LCD 23" Widescreen e Teclado: PS2 ABNT II padrão
diagnóstico levantamento fundiário. Mouse: óptico com padrão PS/2, 2 botões com scroll
inicial do uso
do solo. 1 profissional júnior: formação Sistema operacional: Windows 7
em geografia, engenharia 2 licenças de Programas de Processamento de Imagens de Satélite (PDI) (sugestão
cartográfica ou áreas afins. ERDAS IMAGINE ou ENVI)
Conhecimento nas áreas de 2 licenças de programas de geração de mapas (SIGs) (sugestão ArcGIs – ArcInfo)
sensoriamento remoto e 58 cenas de imagens do Sensor AVNIR-2 (Satélite ALOS)
geoprocessamento.
2 estabilzadores e 2 filtros de linha
Serviços de Terceiros:
Contratação de 15h de sobrevôos para validação da classificação
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Elementos de custo
Atividade: Monitoramento remoto das TIs e do entorno
Constru-
Ação Recursos humanos Recursos Materiais/Serviços de terceiros
ção Civil
Serviços de Terceiros:
Definição da faixa de - 35 diárias
Mesma equipe da ação “Seleção dos
segurança
temas que deverão compor o BD” Deslocamentos e Transportes:
etnoambiental.
- 5 trechos aéreos SP/Altamira/SP
Materiais de Consumo e Equipamentos:
Mesmo material que a ação “Elaboração de diagnóstico inicial (T
zero) do uso do solo das TIs e entorno”
Mesma equipe da ação “Elaboração de
Monitoramento do uso e - 1 plotter para impressão de mapas em tamanho A0
diagnóstico inicial (T zero) do uso do
da ocupação do solo. - 20 bobinas de papel sulfite para plotter A0
solo das TIs e entorno”.
- 2 bobinas de papel glossy para plotter A0
- 20 cartuchos de tinta preta para plotter
- 20 kits de cartuchos coloridos para plotter
Monitoramento dos Mesma equipe da ação Materiais de Consumo e Equipamentos:
focos de calor. “Disponibilização das informações”. Mesmo material que a ação “Disponibilização das informações”
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Elementos de custo
Atividade: Monitoramento participativo dos recursos e ambientes prioritários
Constru-
Ação Recursos humanos Recursos Materiais/Serviços de terceiros
ção Civil
10 Oficinas Preparatórias
Materiais de Consumo e Equipamentos:
-10 kits de materiais de apoio e limpeza – R$150,00x10;
-10 kits de papelaria e escritório – R$300,00x10;
-10 kits de materiais de pesca – R$400,00x10;
- 24 EPIs (botas de borracha, meias, facão, lima, lanterna);
-alimentos das comunidades para 70 dias para 10 pessoas por dia;
-alimentos das comunidades para 30 dias para envolvimento de mais 30 pessoas;
-alimentos da cidade para 70 dias com 10 pessoas por dia.
Serviços de terceiros:
Oficinas Preparatórias: -70 diárias de 1 pescador e 1 cozinheira;
4 consultores pleno / 30 dias; -30 diárias 4 pescadores e 4 cozinheiras;.
2 consultor pleno / 30 dias; *AI Juruna do Km 17 não tem peixe, prever frango;
2 consultor pleno / 15 dias. -30 diárias de 1 gerente.
Monitoramento das Consultor pleno com Deslocamentos e Transportes:
fisionomias de especialização em taxonomia Trecho aéreo: - 8x SP/Altamira/SP;
vegetação. botânica de campo e um Frete terrestre: - 2x Altamira/AI Juruna do Km 17/Altamira;
consultor pleno com a Trecho fluvial:
especialização em - 2x Altamira - TI Koatinemo (1 aldeia) – Altamira;
levantamentos etnoecológicos - 2x Altamira - TI Araweté/Igarapé Ipixuna (deslocamentoa 5 aldeias) – Altamira;
e sistemas de classificação de - 2x Altamira - TI Apyterewa (deslocamento para 2 aldeias) – Altamira;
ambientes. - 2x Altamira - TI Kararaô (1 aldeia) – Altamira;
- 2x Altamira - TI Cachoeira Seca (deslocamento para 2 aldeias) – Altamira;
- 2x Altamira - TI Arara (1 aldeia) – Altamira;
- 2x Altamira - TI Kuruaya (1 aldeia) – Altamira;
- 2x Altamira - TI Xipaya (deslocamento para 2 aldeias) –Altamira;
- 2x Altamira - TI Arara da VGX (1 aldeia) – Altamira;
- 2x Altamira - TI Paquiçamba (deslocamento para 2 aldeias) – Altamira;
- 2x Altamira - TI Trincheira Bacajá (deslocamento para 6 aldeias) – Altamira;
- 2x Altamira - AI Juruna do Km 17 (1 aldeia) – Altamira.
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PBA DO COMPONENTE INDÍGENA DA UHE BELO MONTE- PROGRAMA MÉDIO XINGU
_____________________________________________________________________________________________
10 Oficinas de monitoramento
Materiais de Consumo e Equipamentos: Anos 3 a 5:
-30 kits de materiais de apoio e limpeza – R$150,00x30;
-30 kits de papelaria e escritório – R$300,00x30;
-30 kits de materiais de pesca – R$400,00x30;
- serão utilizados os mesmos EPIs da atividade anterior;
Oficinas de monitoramento -alimentos das comunidades para 210 dias para 10 pessoas por dia;
18 consultores pleno / 30 dias -alimentos das comunidades para 90 dias para envolvimento de mais 30 pessoas;
6 consultor pleno / 15 dias. -alimentos da cidade para 210 dias para 10 pessoas por dia.
Consultor pleno com Serviços de terceiros:
especialização em taxonomia -210 diárias de 1 pescador e 1 cozinheira;
botânica de campo e um -90 diárias 4 pescadores e 4 cozinheiras;
consultor pleno com a *AI Juruna do Km 17 não tem peixe, prever frango;
especialização em -90 diárias de 1 gerente.
levantamentos etnoecológicos
e sistemas de classificação de Deslocamentos e Transportes:
ambientes. Trecho aéreo: - 24x SP/Altamira/SP;
Frete terrestre: - 6x Altamira/AI Juruna do Km 17/Altamira;
Trecho fluvial:
- 6x Altamira - TI Arara da VGX (1 aldeia) – Altamira;
- 6x Altamira - TI Paquiçamba (deslocamento para 2 aldeias) – Altamira;
- 6x Altamira - TI Trincheira Bacajá (deslocamento para 6 aldeias) – Altamira;
- 6x Altamira - AI Juruna do Km 17 (1 aldeia) – Altamira.
50 Oficinas preparatórias
Oficinas preparatórias Materiais de Consumo e Equipamentos:
12 consultores pleno / 60 -50 kits de materiais de apoio e limpeza – R$150,00x50;
dias; -50 kits de papelaria e escritório – R$300,00x50;
1 consultor pleno / 30 dias. -50 kits de materiais de pesca – R$400,00x50;
- 24 EPIs (botas de borracha, meias, facão, lima, lanterna);
Monitoramento do Consultor Pleno com -alimentos das comunidades para 350 dias para 10 pessoas por dia;
sistema agrícola. especialização em sistemas -alimentos das comunidades para 150 dias para mais 30 pessoas da aldeia;
agrícolas tradicionais, -alimentos da cidade para 350 dias para 10 pessoas por dia.
conservação de
agrobiodiversidade, área Serviços de terceiros:
agronômica, biologia ou -350 diárias de 1 pescador e 1 cozinheira;;
engenharia florestal. -50 diárias 4 pescadores e 4 cozinheiras
*AI Juruna do Km 17 não tem peixe, prever carne de frango congelada;
- 50 diárias de 1 gerente.
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_____________________________________________________________________________________________
Deslocamentos e Transportes:
Trecho aéreo: -13x SP/ Altamira/SP;
Frete terrestre: - 3x Altamira/AI Juruna do Km 17/Altamira;
Trechos fluviais:
- 3x Altamira - TI Koatinemo (1 aldeia) – Altamira;
- 3x Altamira - TI Araweté/Igarapé Ipixuna (deslocamento a 5 aldeias) – Altamira;
- 3x Altamira - TI Apyterewa (deslocamento para 2 aldeias) – Altamira;
- 3x Altamira - TI Kararaô (1 aldeia) – Altamira;
- 3x Altamira - TI Cachoeira Seca (deslocamento para 2 aldeias) – Altamira;
- 3x Altamira - TI Arara (1 aldeia) – Altamira;
- 3x Altamira - TI Kuruaya (1 aldeia) – Altamira;
- 3x Altamira - TI Xipaya (deslocamento para 2 aldeias) – Altamira;
- 3x Altamira - TI Arara da VGX (1 aldeia) – Altamira;
- 3x Altamira - TI Paquiçamba (deslocamento para 2 aldeias) – Altamira;
- 3x Altamira - TI Trincheira Bacajá (deslocamento para 6 aldeias) – Altamira;
- 3x Altamira - AI Juruna do Km 17 (1 aldeia) – Altamira.
25 Oficinas de Monitoramento
Materiais de Consumo e Equipamentos: Anos 3 a 5:
-75 kits de materiais de apoio e limpeza – R$150,00x75;
-75 kits de papelaria e escritório – R$300,00x75;
-75 kits de materiais de pesca – R$400,00x75;
Oficina de Monitoramento - serão utilizados os mesmos EPIs da atividade anterior;
18 consultores pleno / 2 -alimentos das comunidades para 525 dias para 5 pessoas/dia;
meses; -alimentos das comunidades para 150 dias para mais 30 pessoas;
3 consultor pleno / 15 dias. -alimentos da para 525 dias para 5 pessoas por dia.
Consultor Pleno com Serviços de terceiros:
especialização em sistemas -525 diárias de 1 pescador e 1 cozinheira;
agrícolas tradicionais, -150 diárias 4 pescadores e 4 cozinheiras;
conservação de *AI Juruna do Km 17 não tem peixe, prever frango;
agrobiodiversidade, área - 150 diárias de 1 gerente.
agronômica, biologia ou
engenharia florestal. Deslocamentos e Transportes:
Trecho aéreo: -21x SP/ Altamira/SP;
Trecho terrestre: - 6x Altamira/AI Juruna do Km 17/Altamira;
Trechos fluviais:
- 6x Altamira - TI Koatinemo (1 aldeia) – Altamira;
- 6x Altamira - TI Araweté/Igarapé Ipixuna (deslocamento a 5 aldeias) – Altamira;
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_____________________________________________________________________________________________
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50 Oficinas preparatórias
Materiais de Consumo e Equipamentos:
-50 kits de materiais de apoio e limpeza – R$ 150,00x50
-50 kits de papelaria e escritório – R$ 300,00x50
-50 kits de materiais de pesca – R$ 400,00x50
-50 kits de materiais de pesca extra para pescadores voluntários das oficinas - R$
400,00x50
- 24 EPIs (botas de borracha, meias, facão, lima, lanterna)
-alimentos das comunidades para 350 dias para 10 pessoas por dia
-alimentos das comunidades para 100 dias para envolvimento de mais 30 pessoas
Oficinas preparatórias -alimentos da cidade para 350 dias para 10 pessoas por dia
12 consultores pleno / 60 dias Serviços de terceiros:
2 consultor pleno / 15 dias -350 diárias de 1 pescador e 1 cozinheira
Consultor Pleno com -100 diárias 4 pescadores e 4 cozinheiras
Monitoramento da especialização em sistemas *AI Km 17 não tem peixe, prever frango
pesca. de pesca tradicionais e - 100 diárias de 1 gerente
levantamento de ictiofauna Deslocamentos e Transportes:
dos rios amazônicos. Área de Trecho aéreo:
engenharia de pesca ou -14x São Paulo/Altamira/São Paulo
biologia Frete terrestre:
- 4x Altamira/Juruna do Km 17/Altamira: (inclui 1 frete para materiais)
Trechos fluviais: (inclui 1 frete para materiais)
- 4x Altamira - TI Koatinemo (1 aldeia) - Altamira
- 4x Altamira - TI Araweté/Igarapé Ipixuna (deslocamento para 5 aldeias) -
Altamira
- 4x Altamira - TI Apyterewa (deslocamento para 2 aldeias) - Altamira
- 4x Altamira - TI Kararaô (1 aldeia) - Altamira
- 4x Altamira - TI Cachoeira Seca (deslocamento para 2 aldeias) - Altamira
- 4x Altamira - TI Arara (1 aldeia) - Altamira
- 4x Altamira - TI Kuruaya (1 aldeia) -
249
PBA DO COMPONENTE INDÍGENA DA UHE BELO MONTE- PROGRAMA MÉDIO XINGU
_____________________________________________________________________________________________
75 Oficinas de monitoramento
Materiais de Consumo e Equipamentos: anos III, IV e V
-75 kits de materiais de apoio e limpeza – R$ 150,00x75
-75 kits de papelaria e escritório – R$ 300,00x75
-75 kits de materiais de pesca – R$ 400,00x75
-75 kits de materiais de pesca extra para pescadores voluntários das oficinas – R$
400,00x75
-alimentos das comunidades para 525 dias para 5 pessoas por dia
-alimentos das comunidades para 150 dias para envolvimento de mais 30 pessoas
-alimentos da para 525 dias para 5 pessoas por dia
250
PBA DO COMPONENTE INDÍGENA DA UHE BELO MONTE- PROGRAMA MÉDIO XINGU
_____________________________________________________________________________________________
6.4.2.7 Cronograma
251
PBA DO COMPONENTE INDÍGENA DA UHE BELO MONTE- PROGRAMA MÉDIO XINGU
_____________________________________________________________________________________________
252
PBA DO COMPONENTE INDÍGENA DA UHE BELO MONTE- PROGRAMA MÉDIO XINGU
_____________________________________________________________________________________________
cobertura florestal e a manutenção do fluxo gênico animal e vegetal, a conservação das matas
ciliares traz vantagens para a sustentabilidade das comunidades indígenas. O resultado da
conservação de matas ciliares propicia a formação de corredores ecológicos por meio da rede
hidrográfica, que pode fortalecer a preservação da biodiversidade, principalmente em áreas
com mosaicos de UCs e TIs como é a região do Médio Xingu (SANDERSON et al., 2006;
TURNER, GARDNER, O‟NEILL, 2001).
Nas cabeceiras dos tributários do rio Bacajá, o possível aumento da pressão sobre os recursos
naturais, principalmente em áreas de mata ciliar, pode provocar efeitos negativos na
regularização da vazão dos cursos d'água, reduzindo a disponibilidade hídrica, elevando níveis
de assoreamento e até podendo levar ao esgotamento hídrico de mananciais (GIANNINI et al.,
2009). Vale destacar que este rio é o formador da principal e maior bacia hidrográfica que
deságua no trecho da VGX (GIANNINI et al., 2009), que poderá sofrer profundas
transformações com o ressecamento deste importante ecossistema (PATRICIO et al., 2009).
Na Area de Influência Direta da UHE BM, duas populações indígenas, os Juruna e os Arara,
podem enfrentar crises hídricas, associadas principalmente à escassez e à poluição da água, o
que pode ser agravado com a alteração da vazão de água da bacia do rio Bacajá. A esse
respeito, o EIA do AHE BM Volume 35 Tomo 5 (GIANNINI et al., 2009) aponta várias
necessidades a serem observadas na elaboração dos projetos, tais como, garantir a qualidade
socioambiental da TI Trincheira Bacajá e a manutenção da qualidade dos recursos hídricos na
região por meio da conservação do rio Bacajá e dos seus formadores da margem direita, além
de prevenir outras ameaças ao ambiente natural, principalmente às matas aluviares. Vale
acrescentar que, as TIs Apyterewa, Araweté/Igarapé Ipixuna, Arara e Cachoeira Seca e a AI
Juruna do Km 17, que possuem alguns igarapés tributários do rio Xingu e do rio Iriri,
apresentam áreas de cabeceiras com nascentes e matas ciliares desmatadas e degradadas.
A campanha “Y‟ Ikatu Xingu” desenvolvida no entorno do Parque Indígena do Xingu (PIX),
contemplando a cabeceira da bacia hidrográfica do rio Xingu no Estado do Mato Grosso, é
apontada no EIA do AHE BM Volume 35 Tomo 5 (GIANNINI et al., 2009) como referência para
as ações de conservação das nascentes do rio Bacajá. Esta campanha teve início em 2004 e
até hoje conseguiu viabilizar a restauração de 438,7ha de florestas em propriedades nas
cidades de Canarana, Querência, Água Boa, Nova Mutum, Gaúcha do Norte e São José do
Xingu. Suas ações articulam-se em 3 linhas: Restauração florestal, Educação agroflorestal e
Planejamento, Gestão e Ordenamento territorial. Por meio da linha transversal Articulações e
parcerias, os animadores da campanha agregam novos parceiros e articulam processos de
mobilização e captação de recursos que viabilizam os trabalhos (Y‟ IKATU XINGU, 2011).
Outra ação vem sendo implementada no município de São Félix do Xingu, município este que
abrange uma parte das cabeceiras dos formadores do rio Bacajá e que lidera o ranking das
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Pela análise do EIA do Volume 35 (PATRICIO et al., 2009; VIEIRA et al., 2009a; VIEIRA et al.,
2009b; GIANNINI et al., 2009; MULLER et al., 2009), percebe-se que as comunidades
indígenas estão desprovidas de apoio institucional, fato que pode anular a capacidade de
contribuírem com os esforços para a mitigação e compensação dos impactos a serem gerados
e/ou ampliados pela UHE BM. Desta maneira, uma parte das atividades e ações deste projeto
visa apoiar, capacitar e instrumentalizar as comunidades indígenas vulneráveis aos impactos
socioambientais.
O presente projeto tem como finalidade mitigar e compensar os impactos socioambientais que
incidem sobre as comunidades indígenas e seus territórios, focando na manutenção dos
recursos naturais importantes para a qualidade de vida dos povos indígenas. Foram
considerados os impactos previstos nas etapas de construção e operação da UHE BM, bem
como as recomendações e os projetos descritos no Volume 35 do EIA do AHE BM e as
condicionantes e considerações do Parecer Técnico no 21 da FUNAI. Os impactos a serem
mitigados são: o aumento populacional e da pressão antrópica sobre os recursos naturais; a
maior possibilidade de invasões e perda de ambientes estratégicos; as transformações no uso
e na ocupação do entorno das TIs; e a vazão reduzida no trecho da VGX e a degradação de
matas ciliares.
Outras atividades recomendadas no EIA fazem parte da estratégia de ação deste projeto:
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6.4.3.2 Objetivos
Objetivo Geral
Promover a manutenção dos recursos naturais e dos serviços ambientais das TIs e garantir
aos seus povos a disponibilidade de recursos prioritários para sua sobrevivência e sua cultura
material.
Objetivos Específicos
6.4.3.3 Metodologia
Como premissa assertiva tem-se que o envolvimento dos indígenas nas atividades do projeto
deve ser norteado pelos princípios apresentados pelo PGTI e pelo documento da PNGATI, que
se encontra em tramitação no Congresso Nacional. Além disso, as ações e os procedimentos
metodológicos para a implementação do presente projeto devem considerar as orientações
descritas nesta metodologia e atender ao Código Florestal Brasileiro e à Resolução CONAMA
no 429, que dispõe sobre as metodologias de recuperação de APPs.
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saber “híbrido” – indígena e não indígena – sobre os recursos naturais trabalhados. Todas as
atividades devem envolver os participantes utilizando linguagem acessível e recorrendo aos
métodos visuais (fotos, mapas, desenhos, quadro negro, etc.). Outro ponto importante é
manter a atenção sobre como o trabalho se insere na comunidade, de forma que os
participantes sejam envolvidos nas ações de uma maneira ativa, desde sua concepção até a
obtenção dos resultados, inclusive tendo o direito de não dar prosseguimento as atividades ou
ações caso assim desejem.
Três atividades e suas respectivas ações foram planejadas e desenhadas para que se
alcancem os objetivos deste Projeto. Para a execução das ações será necessária uma equipe
de técnicos com habilidades e experiência em acessar os conhecimentos tradicionais de forma
participativa, em atividades de restauração ambiental e em extensão rural, sempre com o apoio
do profissional sênior de cada povo indígena. Após a realização das atividades, ações e
oficinas, ao fim de cada semestre, os responsáveis técnicos de cada atividade e do projeto
deverão elaborar um relatório detalhado, que deverá ser encaminhado ao Coordenador do
PGTI para monitorar o desenvolvimento e aferir as metas do presente projeto.
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As oficinas deverão ser realizadas por consultor técnico especialista em realizar diagnósticos
participativos, com o apoio do profissional pleno de cada TI. As ações de recuperação de
recursos prioritários serão realizadas na atividade de restauração de áreas degradadas e
matas ciliares, descrita a seguir.
Esta atividade tem por finalidade capacitar e instrumentalizar as populações indígenas para
que se alcancem parte dos objetivos específicos, dando especial atenção à conservação de
populações mínimas viáveis de espécies chave e/ou prioritárias para as comunidades
indígenas e à conservação de recursos naturais importantes para a cultura material que se
encontram pouco disponíveis ou ameaçados.
Todas as ações previstas dentro desta atividade possuem oficinas de cunho preparatório e
capacitador, exceto a ação “Salvamento e aproveitamento da flora ameaçada”. Nas oficinas
deve-se buscar:
19
Os resultados desta atividade poderão indicar os tipos de ambientes onde ocorrem estas populações,
bem como a sua localização nas TIs e a época em que os recursos importantes florescem e frutificam.
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Vale lembrar que o sucesso desta atividade está vinculado à apropriação dos objetivos e das
técnicas pela comunidade indígena e à presença de uma equipe técnica que acompanhe às
operações de campo para as devidas orientações e readequação dos sistemas de restauração
ambiental. As ações deverão ser realizadas por um consultor pleno em restauração de áreas
degradadas e que tenha experiência com comunidades indígenas, com o apoio do profissional
pleno de cada TI.
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Para a produção de mudas e a implantação dos modelos de restauração, uma parte das
sementes e do material de propagação vegetativa deverá ser fornecido por um grupo facilitador
a ser capacitado ou formado em cada aldeia. Este grupo deverá estar sincronizado com o
grupo de produção de sementes do “Programa Atividades Produtivas”. Muito provavelmente,
uma parte do material para a implantação dos modelos de restauração será de espécies
agrícolas, como a mandioca e a banana, o que justifica a formação de um grupo facilitador que
organize e forneça as estacas, sementes, manivas, plântulas ou brotos para a semeadura
direta ou para a produção de mudas. A estratégia para a formação deste grupo facilitador
deverá considerar as peculiaridades de cada comunidade indígena. Nos povos de família
linguística Jê, a formação de grupos pode funcionar bem, porém entre os da família Tupi-
guarani talvez seja melhor organizar os grupos por família. Também se deve procurar
mobilizar os gêneros e diferentes faixas etárias conforme a organização interna de cada
comunidade. Por exemplo, as mulheres podem ser responsáveis pela coleta e os jovens
controlam o que chega da floresta.
Nesta ação, caso necessário, podem ser formados dois grupos de atores, um para a coleta de
sementes e de material de propagação vegetativa e outro para a produção de mudas, que
devem trabalhar em total sincronia para que não ocorram esforços em vão, por exemplo, a
perda de material de propagação vegetal. O grupo responsável por esta ação deve também
estar sincronizado com o grupo responsável pela ação seguinte, pois deverão fornecer as
sementes e o material de propagação vegetativa em quantidade e qualidade necessárias para
a restauração das áreas selecionadas. Para esta ação estão prevista oficinas específicas de
duração de 6 dias (36h) e com a participação de 10 indígenas.
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A preparação das áreas para restauração pode ser efetuada de duas maneiras, empregando a
técnica tradicional de limpeza de área, que normalmente utiliza fogo, ou a técnica tradicional
adaptada, sem o uso do fogo. A implantação dos modelos de restauração deve ser realizada
considerando o calendário de cultivo agrícola e deve priorizar, de acordo com o proposto pelos
índios, o uso de sementes e estacas, manivas, brotos, plântulas, raízes ou tubérculos. O
processo de planejamento pode ser realizado em uma oficina especifica de 2 dias (12h). O
período de preparo e implantação do modelo de restauração para um hectare de área varia
conforme o número de participantes e o grau de dificuldade de preparação da área. Para fins
de cálculo, no planejamento foi estipulado um total de 12 dias de oficina (72h) em campo para
o preparo e a implantação de um hectare de área restaurada, com a participação de 10
indígenas. Um grupo de atores para esta ação deverá ser formado e instrumentalizado.
Novamente, a estratégia para a formação do grupo deverá considerar as peculiaridades de
cada aldeia indígena.
A partir do 5º ano de execução do PBA-CI/PMX esta ação deverá ser ampliada em todas as TIs
envolvidas nesta atividade. Além disso, caso os impactos a serem gerados pelo empreendedor
impliquem em mais áreas degradadas, esta atividade deve ser expandida para as demais TIs
que quiserem aderir ao projeto.
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O manejo sustentável das áreas restauradas deve ser implementado com vistas às novas
formas de uso e ocupação do solo, ao papel do manejo agrícola no enriquecimento das
capoeiras e à manutenção da matéria orgânica nas áreas restauradas. O emprego do manejo
sustentável deverá servir de base para comparação com as técnicas tradicionais de manejo
das roças. Um grupo de atores para esta ação deverá ser formado e instrumentalizado. Nesta
ação deverá ser realizado o monitoramento qualitativo e quantitativo das áreas restauradas
durante o manejo sustentável, o qual deve integrar os relatórios de andamento. Este
monitoramento consiste em avaliar e analisar as mudanças dos atributos socioambientais
relevantes para os indígenas, como a produção de materiais de consumo (alimento e cultura
material e imaterial), atração da fauna, entre outros. Por aldeia deverão ser realizadas três
oficinas, 1/ano nos últimos 3 anos (vide cronograma), sendo estimados 6 dias (72h) por oficina
para o manejo sustentável das áreas restauradas, com a participação de aproximadamente 10
indígenas.
A “busca de formas, junto a outros atores locais, ao incentivo à recomposição da mata ciliar
dos rios e igarapés tributários do rio Bacajá” é apontada no quadro 7-1 do documento 6365-
EIA-G90-001c da Leme Engenharia Ltda. como particularidade para o componente indígena.
Assim, a ação de restauração de matas ciliares fora das TIs deverá ter como foco a bacia
hidrográfica do rio Bacajá, inicialmente dando prioridade às cabeceiras dos tributários da
margem direita. Já a partir do 5 ano esta ação deve ser ampliada para outras regiões críticas,
bem como para as regiões das TIs Apyterewa, Cachoeira Seca, Araweté/Igarapé Ipixuna e
Arara e AI Juruna do Km 17. Em princípio, esta é uma ação “meio” que buscará apoiar, com
suporte técnico no estabelecimento de parcerias, as ações “fim” de restauração de matas
ciliares na região de abrangência do PBA-CI/PMX. Esta ação deverá ser desenvolvida pelo
profissional sênior do projeto “Planejamento Territorial e Gestão Socioambiental
Compartilhada” responsável pela articulação política com o entorno e por um consultor pleno
especialista em restauração de áreas degradadas e extensão rural.
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para a restauração florestal nos municípios de São Félix do Xingu e Anapu, que englobam as
propriedades rurais com passivo de APPs.
Na segunda etapa, o consultor técnico especialista, junto com o profissional sênior, elabora a
proposta técnica a ser apresentada aos proprietários rurais com passivos de APPs. Esta
proposta deve conter as áreas prioritárias para a restauração, as formas de restauração, os
possíveis incentivos (fiscais, financeiros, etc) e as possibilidades de parcerias para a
restauração.
Na terceira etapa, o profissional sênior apresenta aos proprietários rurais, via reunião em
sindicatos, cooperativas e associações ou em conversas pessoais, a proposta técnica. Os
proprietários rurais que aceitarem participar recebem a visita do consultor especialista, que
deverá validar em campo as áreas elencadas para a restauração e os métodos de restauração
a serem empregados, conforme Resolução CONAMA no 429.
Na quarta etapa, o consultor especialista elabora um projeto executivo, que contenha uma
estratégia com inicio, meio e fim, contemplando: as áreas possíveis de serem restauradas, as
fontes de sementes e mudas, os modelos de restauração disponíveis e viáveis, as
responsabilidades dos proprietários rurais e dos parceiros, os custos e o cronograma de
implantação, as linhas de crédito públicas (BNDES e Banco do Brasil) e os incentivos verdes
para a regularização ambiental das propriedades rurais.
Controle de incêndios
O fogo é a principal técnica utilizada pelos povos indígenas para o manejo agrícola, no cultivo
de seus alimentos. A prática de derrubar e queimar é a forma pela qual preparam as novas
áreas de plantio. Com a queima, há uma forte mineralização de toda a biomassa florestal, que
se torna prontamente disponível aos cultivos mais exigentes. Muitas vezes o fogo pode tomar
dimensões inesperadas, trazendo prejuízos para os ambientes, principalmente quando
adentram nas áreas de florestas ou de capoeiras em regeneração. Em alguns casos, estas
capoeiras acabam sendo reutilizadas para o cultivo agrícola em tempo menor do que o
necessário para a recuperação de sua fertilidade. Além disto, estas áreas em regeneração
acabam sendo muitas vezes queimadas por acidentes ou até mesmo de maneira intencional,
limitando ainda mais a disponibilidade de terras férteis nas áreas próximas destas
comunidades. Isto pode colocar em risco muitas das variedades de plantas mais exigentes em
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Este tem sido um dos principais problemas em algumas TIs, visto que as estruturas físicas
edificadas na maioria das aldeias acabam fixando estas populações por um maior tempo nas
proximidades, rompendo um ciclo de restauração de recursos antes estabelecido.
Para os Arara da VGX as capoeiras antigas também são reutilizadas, mas somente quando
atingem estágios mais avançados de regeneração. Segundo dados no EIA do AHE BM
Volume 35 Tomo 3,“as capoeiras quando estão muito novas não pegam fogo direito, tem muito
capim e ramas, ainda são fracas para plantio é preciso que fiquem mais velhas para queimar
direito” (ARARA, 200920).
Alguns impactos foram previstos nas TIs desta região. Segundo dados no EIA do AHE BM
Volume 35 Tomo 2, o fogo tem trazido problemas em outras TIs da região do Médio Xingu,
principalmente quando este é decorrente das roças vizinhas à TI (VIEIRA et al., 2009 a). Na TI
Trincheira Bacajá, conforme o EIA do AHE BM Volume 35 Tomo 5, o Empreendimento
acarretará impactos negativos sobre as aves; devido ao aumento de queimadas e de
desmatamentos (GIANNINI et al., 2009).
Na TI Cachoeira Seca, dados no EIA do AHE BM Volume 35 Tomo 6, afirmam que a presença
de grandes vias de acesso, como a Transamazônica (BR-230), tem contribuído para muitas
das queimadas. Cerca de 85% ocorrem a menos de 25km das estradas e é na faixa de
aproximadamente 100km a partir destas que se concentra a maior parte das derrubadas
(MULLER et al. 2009).
Outros impactos também estão relacionados à TI Paquiçamba, ocasionados pela UHE BM.
Com a diminuição das águas das grotas, a floresta das áreas de inundação ficará mais seca, o
que poderá deixá-la mais suscetível a incêndios, o que atualmente não ocorre dentro da TI.
Em 2008, foram realizados sobrevôos no entorno da TI, onde puderam ser observadas áreas
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Entrevista com Fernando Passos Arara (PATRICIO et al., 2009).
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Os focos de origem dos incêndios muitas vezes se localizam fora das TIs, mas afetam recursos
utilizados pelos indígenas. Um exemplo disso são as queimadas sem controle realizadas por
pescadores nas ilhas da região da VGX, segundo informações obtidas junto aos
representantes indígenas nas reuniões preparatórias do PBA-CI/PMX.
As TIs a serem contempladas com esta atividade são Paquiçamba, Arara da VGX e Apyterewa,
com posterior expansão para as TIs Arara, Trincheira Bacajá e Cachoeira Seca. As ações
deverão ser realizadas por um consultor pleno, especialista em conservação da natureza e que
tenha experiência com comunidades indígenas, com o apoio do profissional pleno de cada TI.
Esta ação em formato de oficina temática com aproximadamente 4 dias de duração (32h) visa
minimizar os danos causados pelo uso do fogo e pode ser realizada com a aldeia toda,
mostrando mapas de focos de calor, levantando com eles os prejuízos causados pelo fogo sem
controle e elaborando acordos comunitários de prevenção do fogo que devem ser seguidos. É
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importante destacar que muitos dos acidentes relacionados às queimadas são originados por
descuidos dos moradores das TIs, principalmente durante a queimada das roças, na coleta de
mel na floresta ou nas batidas de timbó, em lagoas, beira de rios ou ilhas. Muitas vezes isto
também pode ocorrer em decorrência da falta de consciência de determinadas pessoas, que,
por vezes, acabam provocando incêndios de modo intencional.
O primeiro passo será identificar as ocorrências de incêndios nas TIs, recapitulando as causas
e consequências. Em seguida será importante resgatar as técnicas conhecidas para a
prevenção de incêndios, como a forma de proceder as queimadas de roça, as épocas mais
críticas do ano, bem como os demais aspectos em torno desta questão.
Um ano após o estabelecimento dos acordos comunitários de prevenção do fogo deve ser feita
uma avaliação sobre o que tem funcionado ou não, revisando e adequando acordos novos,
reconhecimento de causas e consequências.
Nesta ação deverão ser formadas e instrumentalizadas brigadas de incêndio, por meio de
capacitação técnica e fornecimento de kit básico contendo EPIs como botas, luvas e óculos
protetores – e equipamentos de combate – como bomba costal, motobomba, rastelo, machado,
motosserra, abafador, foice. A formação da brigada de incêndio deverá ser realizada para um
grupo mínimo de 14 pessoas a ser indicado pela comunidade. Para a capacitação da brigada
de incêndio devem ser ministrados uma oficina, de 3 a 5 dias (18 a 30h) no período antes da
seca e um treinamento em campo durante a seca.
O Coordenador do PGTI buscará parcerias para a formação das brigadas indígenas, tanto na
capacitação técnica quanto no fornecimento de equipamentos. Entre as possíveis instituições
parceiras estão o PrevFogo/IBAMA, o Corpo de Bombeiros da região, a empresa Guarany e as
ONGs FVPP e IPAM, que coordenam ações relacionadas ao manejo do fogo. Estas
instituições são consagradas quanto ao controle de incêndio e vêm atuando e estabelecendo
parcerias para combate a incêndios florestais.
Lei nº 7.754 de 14 de abril de 1989 – Estabelece medidas para proteção das florestas
existentes nas nascentes dos rios e dá outras providências.
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Elementos de custo
Atividade: Conservação de recursos naturais chave, prioritários ou estratégicos
Ação Recursos humanos Recursos Materiais/Serviços de terceiros Constru-ção
Civil
Materiais de Consumo e Equipamentos:
- 12 kits de material de apoio/limpeza – R$150,00x12
- 12 kits de material de escritório – R$300,00x12
- 12 kits de material de pesca – R$400,00x12
- alimentos das comunidades para 72 dias e 15 pessoas/dia
Identificação e seleção
- alimentos da cidade para 72 dias e 15 pessoas/dia
de espécies chave e
72 dias em área de um consultor Serviços de Terceiros:
prioritárias.
pleno especialista em diagnósticos - 66 diárias de pescador (na AI Juruna do Km 17 não tem rio piscoso)
participativos com comunidades - 72 diárias de cozinheira
Identificação e seleção
indígenas. Deslocamentos e Transportes:
de ambientes prioritários
Trecho aéreo: - 2 aéreo SP/Altamira/SP
e estratégicos.
Frete terrestre: - Altamira/AI Juruna do Km 17/Altamira
Trecho fluvial:
- 2 x Altamira/TI Paquiçamba/Arara da VGX/Altamira
2 x Altamira/TI Apyterewa/Altamira
2 x Altamira/Ti Cachoeira Seca/Xipaya/Altamira
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Elmentos de custo
Atividade: Restauração de áreas degradadas e matas ciliares
Ação Recursos humanos Recursos Materiais/Serviços de terceiros Construção
Civil
Materiais de Consumo e Equipamentos:
- 12 kits de material de apoio/limpeza – R$150,00x12
- 12 kits de material de escritório – R$300,00x12
- 12 kits de material de pesca – R$400,00x12
- alimentos das comunidades para 144 dias e 15 pessoas/dia
144 dias em área de um - alimentos da cidade para 144 dias e 15 pessoas/dia
Identificação das
consultor Pleno especialista Serviços de Terceiros:
estratégias de
em restauração de áreas - 132 diárias de pescador
plantio, manejo e
degradadas e que tenha - 144 diárias de cozinheira
restauração
experiência com Deslocamentos e Transportes:
ambiental.
comunidades indígenas. Trecho aéreo: - 3 x SP/Altamira/SP
Frete terrestre: - Altamira – AI Juruna do Km 17
Trecho fluvial:
- Altamira – TIs Paquiçamba e Arara da VGX
- Altamira – TI Apyterewa
- Altamira – TIs Cachoeira Seca e Xipaya
Materiais de Consumo e Equipamentos:
- 12 kits de material de coleta de sementes que contenha pelo menos:
3 tesouras de poda, 3 facões (16” – 530mm), 1 podão de 9m, 3 mochilas de 40l, 3
EPIs (calçados, luvas, roupas), 3 peneiras, 2 lonas de 3mx3m, 5 tambores de 20l
216 dias em área (3 etapas próprios para armazenamento de sementes beneficiadas
de 72 dias cada) de um - 12 kits para produção de mudas que contenha pelo menos:
Coleta de material 1 caixa d‟água de 310l, 2 regadores, 3000 saquinhos de mudas de 1l, 4 baldes de 12l
consultor Pleno especialista
de propagação e - 1 kit de material de apoio/limpeza – R$150,00
em produção de sementes
produção de - 1 kit de material de pesca – R$400,00
e mudas e que tenha
mudas. - alimentos das comunidades para 216 dias e 10 pessoas/dia
experiência com
comunidades indígenas. - alimentos da cidade para 216 dias e 10 pessoas/dia
Serviços de Terceiros:
- 198 diárias de pescador
- 216 diárias de cozinheira
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Deslocamentos e Transportes:
Trecho aéreo: - 3 x SP/Altamira/SP
Trecho fluvial:
- 3 x Altamira – TIs Paquiçamba e Arara da VGX
- 3 x Altamira – TI Apyterewa
- 3 x Altamira – TIs Cachoeira Seca e Xipaya
Frete terrestre: - 3 x Altamira – AI Juruna do Km 17
Frete fluvial:
- 3 x Altamira – TIs Paquiçamba e Arara da VGX
- 3 x Altamira – TI Apyterewa
- 3 x Altamira – TIs Cachoeira Seca e Xipaya
Materiais de Consumo e Equipamentos:
Obs.: Utilizar equipamentos da ação anterior
- alimentos das comunidades para 40 dias e 8 pessoas/dia
- alimentos da cidade para 40 dias e 8 pessoas/dia
60 dias em área de um
Serviços de Terceiros:
consultor pleno especialista
Salvamento e - 60 diárias de pescador
em produção de
aproveitamento da - 60 diárias de cozinheira
sementes/mudas e que
flora ameaçada. Deslocamentos e Transportes:
tenha experiência com
comunidades indígenas. Trecho aéreo: - SP/Altamira/SP
Trecho fluvial:
- Altamira – TIs Paquiçamba, Arara da VGX e Trincheira Bacajá
2 x TIs Paquiçamba, Arara da VGX e Trincheira Bacajá – áreas a serem desmatadas
para os canteiros de obras, canais de derivação e áreas de alagamento da barragem.
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Serviços de Terceiros:
- 198 diárias de pescador
- 216 diárias de cozinheira
Deslocamentos e Transportes:
Trecho aéreo: - 3 x SP/Altamira/SP
Trecho fluvial:
- 3 x Altamira – TIs Paquiçamba e Arara da VGX
- 3 x Altamira – TI Apyterewa
- 3 x Altamira – TIs Cachoeira Seca e Xipaya
Frete terrestre:
- 3 x Altamira – AI Juruna do Km 17
180 dias (3 etapas na região
Incentivo à Deslocamentos e Transportes:
do entorno das TIs) de um
recomposição de Trecho aéreo: - 3 x SP/Altamira/SP
consultor Pleno especialista
matas ciliares fora Frete terrestre:
em restauração de áreas
das TIs. - 3 x 4.000km
degradadas e extensão rural.
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6.4.3.7 Cronograma
As atividades foram planejadas para serem executadas a partir do 2º semestre do 1º ano de implementação do PMX (Ano 1), com intensificação
a partir do 1º semestre do 3º ano, para não sobrecarregar as comunidades indígenas na fase inicial de 0-2 anos.
As atividades de restauração de áreas degradadas e matas ciliares e controle de incêndios deverão ser estendidas por toda a fase de operação
da UHE BM. O calendário sazonal indígena (social, cultural e ambiental) deve ser rigorosamente respeitado.
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Sara Cristófaro
Pedagoga, Mestre em Serviço Social
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7.1. Introdução
A educação escolar indígena, como é atualmente entendida no Brasil, passou a ser prioridade
das ações indigenistas principalmente a partir dos anos 80, quando as escolas indígenas
começam a ser estruturadas com outros objetivos, que não os de civilizar e/ou catequizar tais
comunidades.
Nos anos 90, após a Constituição Federal de 1988 (CF), que garantiu aos povos indígenas a
possibilidade de que as escolas indígenas pudessem utilizar processos próprios de
aprendizagem e suas línguas maternas, muitas organizações governamentais e não
governamentais esboçaram e trabalharam para aprovar uma legislação voltada à
implementação de escolas indígenas específicas e diferenciadas. Assim, começaram a surgir
inúmeras experiências em educação escolar indígena buscando implementar uma relação de
respeito às organizações sócio-políticas e econômicas dos povos indígenas, preconizada então
na CF. Essas experiências alternativas, porém, não conseguiram se firmar como políticas
públicas e, cada vez mais, as escolas indígenas passaram a ser escolas públicas comuns,
sejam estas municipais ou estaduais. Assim, em geral, estas escolas, situadas em TIs, vão até
4ª série, ou 5º ano, ou seja, têm somente a primeira parte do ensino Fundamental e funcionam
de maneira muito parecida com as escolas dos não indígenas.
A educação escolar indígena na região caracteriza-se, como no restante do país, pela oferta do
ensino Fundamental pelos municípios, e o ensino Médio pela Secretaria de Educação do
Estado do Pará (SEDUC-PA), através da Coordenadoria de Educação Indígena. A
municipalização das escolas indígenas de ensino Fundamental dessa região teve início em
2002. Durante este processo, por questões históricas locais, quase todas as escolas indígenas
da região (ao todo 16) ficaram sob jurisdição do município de Altamira; e apenas 2 escolas
estão sob jurisdição dos demais municípios - Vitória do Xingu e Senador José Porfírio.
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O material didático das escolas são os mesmos das escolas não indígenas, com exceção
apenas das escolas Xikrin e Kararaô, que têm algum material bilíngüe, provavelmente
elaborado por missionários evangélicos que trabalham em colaboração com a SEMEC. Para
suprir a necessidade de oferecimento das séries finais do ensino Fundamental, a SEMEC
planeja implantar, a partir deste ano de 2011, o ensino modular, com um calendário escolar
diferenciado por etapas letivas. Além desta iniciativa, em 2009, foram criadas turmas de
Educação de Jovens e Adultos (EJA) em 6 das escolas indígenas (algumas com atividades no
período noturno e outras no período diurno). O mesmo professor é designado para o ensino
para as turmas regulares e do EJA e, a partir dos 14 anos, os alunos podem freqüentar este
curso, sendo que a alfabetização leva 2 anos e faz parte do Programa Brasil Alfabetizado. O
EJA é composto de 4 etapas, com a duração de 1 ano cada uma. Os alunos da região
concluíram, até o momento, apenas a primeira etapa.
É importante ressaltar que a SEMEC atende exclusivamente as escolas das TIs. Desta
maneira, os índios de Altamira buscam as escolas da cidade e os diretores destas levam o
problema para a CEI/SEMEC.
Na região ainda não existe o ensino Médio indígena regular, mas apenas o curso do magistério
indígena, que teve início em 2009 e é realizado por etapas, sendo que os alunos já concluíram
a etapa de nivelamento do ensino Fundamental e são ao todo, 133 alunos, que se dividem em
4 grupos, de acordo com suas etnias. Os alunos irão cursar o 1º ano do ensino Médio na
próxima etapa, prevista para 2011, com uma duração de 15 dias.
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A infraestrutura das escolas também foi mencionada como um problema a ser resolvido com
urgência, sendo que há uma lista elaborada pelos professores de cada escola, elencando a
necessidade de reparos nas construções. Por fim, a alimentação é também objeto de
preocupação. Além destes problemas específicos da região,verifica-se uma questão comum
ao quadro da educação indígena no Brasil referente ao calendário. São problemas que advêm
desta questão quanto às relações administrativas entre as escolas e as secretarias, além de
motivar tensões nas comunidades, pois não há respeito às atividades e especificidades de
cada povo indígena.
Estas são informações relacionadas às escolas atendidas por Altamira. Além destas, há 2
escolas com estudantes indígenas sob responsabilidade de outros municípios, sendo uma na
AI Juruna do Km 17, administrada pelo município de Vitória do Xingu, que atualmente
encontra-se fechada, sendo seus alunos transportados diariamente para uma escola rural no
ramal 20; não há qualquer atendimento diferenciado a estes alunos e sequer o reconhecimento
de que são alunos indígenas. A segunda é a escola da TI Arara da VGX, administrada pelo
município de Senador José Porfírio e criada para atender aos moradores ribeirinhos da região;
trata-se de uma escola agrícola e desse modo, também não segue orientação de educação
diferenciada indígena. É importante ressaltar que há a expectativa, de parte das comunidades
indígenas que não são atendidas pela cidade de Altamira, de passarem para a jurisdição desta,
almejando o reconhecimento como indígenas e o atendimento diferenciado às suas populações
na área de educação.
A Tabela 12, apresentada a seguir, descreve a situação das escolas indígenas da região do
Médio Rio Xingu.
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