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Anthony Weston

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A CONSTRUQAO
I.

_ jr-Ã DO ARGUMENTO
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J'\LEXø'\NÍ)RÍ'Í F'E|ÍTU$J'\ ROSÁ5
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Rcvifião daa Irmlliçãn
SP5 SILVANA VIEIRA
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SUMARIO
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"ÍJ."› l`r=,'I_ur{\'1'¡f «J 2HH'¦, JJ;-rfrrr`rr Mnrh`u_- Iìurh-. .I`|J'.ifvnr .f_1.í|r,_
ÉÉF ' _*-ììu J".rm'|I. ynrrr fr ¡rn1-4-r|-ff .-¿,f,›`¡-,¡,,_

11 fidiqño _'r›r›-r

`l'r.1\1\|\¬.ìo PREmc|o_____ ..... _. . _. IX


›-'|1'.f.\'.-\N1'\IC¡'H_`I`í`{¦_\í,11'4¦P¦š;¦_'€
_ .¬_ IN'1'Ronuc.ão...... . .. ................ . . _. XI
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Ihn.-I.>-.in sin lr.uIuç.ìu
.*¡|-¡r\-rm: Vímnr
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__..*F|\. Amnn¡\.\|\I1.1|\|e|›!u 1-¦iEIu!i.\l I. CUM0 COMPLJR UM f\RGUMENTU CURTO .............. ._ 1
_-1--1 * I rfzflr zìflnrrmìf.-f «Im _'-'.mf-›~
I¦h-\f1_›.ñ\~s gr.ìÍí¢'.¦›i Algumas regras gerais ........................................_ 'I
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'S . -_ Hrfrrrnr ílrran-m1nì|'.-G J'šiH4'm'|I1m
Mrrlfu J'\'1'_\'1rr|r |'{:`f›m¦m A fm J'1mf.›
'l Distinção entre premissas e cenclusão ....... ._ 1
I:4:3:Iì_
T'rmIuç.ìc grá Fi:.1
[Í|--nJLf|› .'\Ír\ä«
2 Apresente suas ideias numa ordem natural. 3
-`-
.` .. I' I'.¦g_in.1(.ìo 3 Parte de premìssas eonfiáveis ______________________ _. 5
Aiøm ir Rui.-.-rfrm` MfrI_~n_›:f.=J.ƒ
”-f'_
4 Soja concreto c conciso ................................ ._ 6
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Dado-i Tnt;›n1.\ci¦\r|.\ís dv (.`.1l:|1:\g.1çI|n 11.1 I'nhlic.l|;.ìu [CI |"] 5 Evite Iìnguagem apelativa ............................ _. 6
Í: ¦(`.ìn\.\r.\ ¦Ir.\»ìI\'ìr.1 nin I_í\-ru, ST', I`¦m:›íII
6 Use sempre os mesrnos termos.... ________ ._ 8
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'L\.'¡-›.In|\, 1\|x1l|¡›n_\'
.›\ \'¡II1~¦ft|L,'.'I|I ¦|n.\r¦\¦\1r\I\'|\Ii\ ,Í ;\|\l[\U|\_\' '¡\-'1-¡[1111 ;1r.1d||Q.`|¡\ 7 Atenha-se a um sentido para cada termo 9
.-\|«'\.|||-!n< Iì'ih»..\ Ru-..|-; r1-\'i-.\\\:|.1 Ir.|d||ç.ìn1-ìi1\-.¦r|.1 Và-|r.\_
-¬¬,,.iIåg . 14-'lu |'.\u||›: I-R11!-\|'.\ '.\-`.\iI M.utin¬1`-||\t---. `_'i\|'I'1_
II. /\r<GU|\-1|21\rros com Exl§M|*r_os_._____ . '13
||II||u u|'|}¦|||.||' .\ |||]uI1n-nik Im' .›|§;¦|||n~||¦-¬
-S3_- un-1¡..,;f..| ¡.1 8 De mais de um exemplo ______________________________ .. 14
;~:;§¿?¡ |H|:r~= --rs-_-<r¬-7x27 nun.:
9 Use exernplos representativos ..................... ._ 16
.šïìf I- |I›¡¦1I"- |{\'h`›r|1.|.'. |.\`›¿¦n.\ _! 1¬'.I~ Im |¦||ul Irlnlu.

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'Íi'rf1F-' 1*- ||fH4'J'.f4I'- ||f|".'-'M r'1-fI'¡¡Í'|' |'4"-'|'J<'mfrI\ 1! '12 A nnaIn¿?,í¿1 ¦'eq1.1er um exenìplo euja seme-
fí¦"|'|rr|'|r «\ÍrrrI'í|I.~¡ l"|I¦II¡'.\' f.`¡fífn:'u J'.f.r.f.-I.
Firm E `|›r:--1'.|'In'Ír':I .H4rrI1'|fUfrI_ _¦_ìI'¦ í¦f_¦_'_'ì HHH firm f'.Hrí1I HI' Ii:-fr-.'.|' I}¬|;1|1=;a sein |)e|'tinente.._.___.._________.____._____..__.__ 28
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T3 Cite as Fontes . 32
VIII. CoMo coM1°o1< UM sus/no imcuusurarwo ....... ._ 77
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¿«_ ¬ 14 Busque tontos abaiizadas._____. ¬¬
JJ
B. Os pontos principais do ensaio ................... __ 77
$2 __ _ B1 Explique a questão ........................... 77
'15 Busque Fontes impareiais 36
'Í' J I
B2 Faça uma afirmação ou proposta clara... 78
.' --_; ' -
t-_-L -.S1'15-_
16 Compare as 38
B3 Desenvolva completamente seus argu-
'1 1?' Ataques pessoais não desqualiliicam uma
-| 'n
mentos ..................................................... .. 79
fonte .............................................................. __ 39

B4 Considere as objeçöes ............................ .. 81
fi*
ii _ v A1<c:UM15N'1Us sonklì CAUSAS _______________________________ ._ 41 B5 Considere alternativas .... ................_. 82
18 Explique de que modo a causa leva ao efeito 43
'L . . __,¿, ._
T9 Proponha a causa mais prováveï ................. .. 45
, IX. Como COMPOR UM Eusmo aRcu1\«isNTi\r1vo ....... ._ 85
lg C. A redação ................................................. 85
20 Nem sempre eventos correlaeionados tem
C1 Siga seu esboço ....................................... ._ 85
fi relação entre 46
I.: .
-¬-«'š_ :. - _
| 2`l |ìvento:¬' co|'|'elaciunados podem ter uma causa
C2 Faça uma il1t'1'oL|L1ção bwve .... ........... ti(1
És, C3 Apresente os argumentos um de cada vez 86
2
_§,_~. . comum ............................... _. 47
C4 Explique, explique, explique ................... .. 88
22 Qualquer um de dois eventos co|'|'e|acio-
C5 Sustento as objeçöes com argumentos 90
_ nados pode causar o outro .......................... .. 49
.›, _ C6 Não afirmo mais do que clemonstrou 91
1-J
1.1-tr. _ 23 As causas podem ser eomplexas 50
fi'-_ " _ ' X. F/\|.¡\C|/\s .............................................................. ._ 93
ARGUMENTOS DEDU'|'1voS U1 ¡JJ
As duas grandes falacias ................................... __ 93
1-_ --
24 Modus posteos ________________________________________________ ._ 54
§ 25 Modus tollcns .......... 56
Algurnas falacias clássicas ........................... _. 96
26 Silogismo hipotético .................................... _. 57 f\|*itNo|cn:A1Je1=1Niç/io ........................... _; .................. _. 103
27 Silogismo disjuntivo ..................................... .. 59 DI. Quando os termos forem obscuros, seja
_;Ííïã-F3_-._' = específico ..................................................... ._ 104
28 Dilema ........................................................... _. 60
29 Reducrio rm' nlisurfirmi .................................... __ 62 D2. Quando os termos forern contestados, tra-
:¦'?-¡' '
30 .f\|'gu|nentos dcdutivos em vainas eta pas 63 balhe a partir dos casos ineontestes .......... _. 106
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-ï?'i':%f _
D3. Não espere que as detiniçöes façam o tra-
ss
_;-1 COMO CUMPUR UM ENS/\|0 ARGUMENMTIVU ....... _. 69
balho dos argumentos ................................ .. 110
ÍSE1- _ A. Como explorar o tema ..................... (19
A1 Explore os argumentos de todos os lados Przoxliuos mssos ............................. .f. ......................... _. 113
-15%*-Í-Í
da questão ............................................... __ 70
íìífia A2 Conteste e deienda as premissas de cada
argumento ............................................... ._ 72
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'.¬== s A3 Repasse e repense os ar_gumcntos E1 me-
':¿`ï.:ls-'fi - 'i¬.Í:¡._,5ÍE.¡_.;.-~f¶.'
dida que sur¡_›_em 74
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Este livro ó uma breve introdução ã arte de escrever e


'§ 1*. '
avaliar argumentos. Atóm-se ao estritamente essencial.
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Tenho constatado que, multas vezes, o que os alunos e es-
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>'2.1t_¿ ='
-If-4' 7.
|
| critores precisam e exatamente de urna lista de lembretes
.Ú e regras, não de longas explicaçòes ìntrodutórias. Assim,
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==f;|¦l_“| diferentcmente da inaioria dos livros-texto sobre redação
-'P-=i.,
5?,-f;=› argumentatìva ou ”pensamento critico”, ele está organi-
:."`.-Fiel
--¡or
; =¬flrï¿.i zado em torno de regras especificas, cxemplificadas e ex-
l plicadas de forma precisa mas, acima de tudo, breve. Não
1l
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e um livro-texto, mas um livro de ›'egms.
É'
-
Descobri, também, que multas vezes os protessores
gostariam de indicar um livre de regras que tratasse a ma-
«-f. _-. 1-t teria de modo que os alunos pudessem consultar e com-
__ az..
_mï'›
preender sozinhos e que, portanto, não interferisse no
-s
tempo 'em sala de aula. Tambem por esse aspecto é im-
- .¦.¬'
portante que seja breve - a ideia é ajudar os estudantes a
escrever um trabalho ou avaliar um argumento -, mas as
-r-=1i'l¬-
Í'¡“i'¦›_
¡, regras devem ser expostas corn suficiente clareza, de tal
-`:z'{"' modo que o professor possa pura c simplcsmente reme-
' 1-iii 1. Ã._z._:.¿«;_.
ter o aluno a regra 6 ou ã regra 16 em vez de escrever toda
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“ïliil-_. i'¬

:fii-
-_'.=.`è`
urna explicação às margens do trabalho de cada um. Breve
¿is mas aul-t`m<›|nn _ esta e a tenue linha que procurei seguir.

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X \ fl t'rmsfr'anìo 'rio arjqroiiwrm


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¿É - Tambem pode ser utilizado em cursos voltados espe- INTRODUQAO


-.=-_ 1
cialmente para a argumentação Devera ser suplementado
iì;-1; _ com exercicios e outros exemplos, mas já existem muitos
Tr- 5 ` textos disponiveis que consistem, em grande parte ou in-
r:`t›':'_Í- 'f - teiramente, em exercicios e exemplos desse tipo. Éstes Lil-
ajsf _
rimos, entretanto, também precisarão ser suplementados
~ com o material que este livro oferece: regras simples
`¬_
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fê-_' para a construção de bons argumentos. É grande o nú-
wi mero de estudantes que sai dos cursos de "pensamiento
_) .
5 si
7 *fl critico” salnendo tão-soinente clerrubar (ou, pelo menos,
“_ ¡
i'fit'iriifƒl`c:rr) determinadas falacias. É muito comum não PARA QU Lt ARG UIvIt2l'~I1'AR?
conse_e,uirem explicar o que, exatamente, está errado, ou
não saberem elaborar seus proprios argumentos. A Iogicar l-la quem pense que argumentar Ó si1nplesn1ente ex-
i|'\l'<_u'1'nal tem |“t'|ai.=¬“ ¿I nl'e¦'e:'t'I': este livrn ti uma [v¦1ta|'i\m poii seus preeoneeitos de forma diferente. Por isso muita
de mostrar isso_ _ gente acha que as a1'gL11¬11entaçñes são desagradáveis ou
»Pr
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-2%'-_
Cornentãrios e críticas são bem-víndos. inúteis. Uma das acepçöes que_os dicionários dão para o
Jr-*iii termo "a|'¡¿L1|ne|1to" e "disputa". Nes:-:e sentido, às vezes
*›1'
'.\-E
.lfl` ;\:v'n lr mv \-VI-:sn mi
I"__fi'¡;' dizemos que duas pessoas "viven-f argumentando": en-
Agosto de 1986
3;-_;_fi frentando-se em pugilato verbal. Isso ó comum. Mas ar-
:tir '-i1». n¡¬»a.:
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-..LH
¡fçmnentar não e exa tamente isso_
_;-ff Nota .l le¦'C\'i¦'.1 mlieãn .1|m'1'ì\'.1|1.\ N<'¦:l<' Iivro, "t1¦'_1',t||i1L'¡*|l¿1t"'¦¦i¡;|1i|'i<'¿| H¡'fr'r*:=r'lftof':f.'J.' t'm.f--
.*'_ ›=`
sf'
1-=.ì-1_f1_ èt Nesta reedição ã passagem do milenio, a mudança
mais digna de nota e o io|'|nato de regras dado ao capitulo
junto de razôes ou prooas que frfminmenraiir msm cof1clusiìe_
Aqui, um argL|mento mio Ó meramente a aiirmação de
eta- das dei'ini<;oes. Uma lo|1ga conversa com o pro|`essor Char- certos pontos de vista, e não é pura e simplesm ente uma
'rn'
5.! '-

i les Kay, da Woli'ord (`olle§.1e, leilor atento r' nrestn' dedi- disputa. Os argumentos são tentativas de fundamentar
l

¦ LW' cado, eonvenceu-me a implementar esta e uma serie de determinados pontos de vista com razöes. Nesse sentido,
. - fl-.
¦.,.._
1'.-"ni xl outras |nudanças.'Muitos exemplos toram atualizados ou alias, argumentar também não inútil; com efeito, e
Âízì ¡Ã aclaradof-:_ O generoso retorno dos Ieitores - numerosos essencial _
i_.I=`E`* .
is@ li demais para cita-los um a um - continua mell¬rorar¬.do este O argumento e essencial, em primeiro lugar, porque
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- <
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opúsculo_ Meus agradeeimentos a todos.
~.
_: iii' .L*l
< Ó uma maneira de tentar descobrir quais pontos de vista
l '¬-_~-
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/\.VV. são melhores que outros_ Nern todos os pontos de vista são
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'.~:`E;,a¦..._
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Main de Éllllll iguais. Algumas conclusöes podem estar Íundamentadas
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1-si¿ _ lntroriação \ Xlll


Xll l xl cn1:.~'l:'m,'flo llo mjrfrrliwrrlo
El-K

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em l¬-oas ra'/.ocs; outros [Gin luml¿1r1*±ent¿1eãt1 bem mais Ini- li assim que poderã convencer outras pessoas: apresen-
'Ei'-ill _1` = _ gil. liorem, muitas vezes, não sabemos diferenciar urna tando as razöes e provas que o convenceram Não é errado
__¬I
-__›_v=f
al. _ ter opiníöes firmes. O erro é não ter nada alem disso.
irriga-
'lläm'-_
.-¡._
coisa da outra. É preciso tentar conhecer os argumentos
-1*..-.
¿.?¿:¬'!| _ _
_ . --¦11._ que apoiam conclusoes diferentes e, em seguida, avaliã-
=.___¡¡¡
r'-tf-"¬!š '_
los para ver até que ponto são realmente consistentes.
Wi'-f ' PARA ENTENDER OS ENSAIOS
Nesse sentido, o argumento e um meio de i1rvt¬sti'ga-
ARGUIVIIÉNTATIVOS
crio. Alguns pensadores e ativistas a|'_e,u|ncnt'arn, pi ir exemplo,
¡Élit- que a criação intensiva de gado para fi ns de corte provoca
imcnso sotirimento aos animals e, portanto, ó injustificada As rçgras de um argumento, portanto, não são arbi-
e imoral_ Estarão cortos? Não podemos responder a isso trárias; tem um objetivo especifico. Mas o estudante (as-
`~: `-ti...
'4-:
com base em opinìoes preconcebidas. O assunto envolve sim como outros autores) nem sempre compreende esse
muitas questoes. Tomos obrigaçñes morais para com as objetivo quando recebe a incumbência de escrever ensaios
_, outros especies, por exemplo, ou somente o sol`riment'o argumentativos - e, se alguém não compreende os obje-
.-1 5-
if-"¦* l-J-.¿
-`f~_r- -_
humano e realmente mau? Ate que ponlo os seres hu- tivos de um trabalho, e improvrivel que se saia bem. Mul-
?? fl.)
si manos podem viver bem sem carne? Alguns vegetarianos tos estudantes, quando se pode que defendam seus pontos
¿__-_ _
1 - _ _;;_-ff
,Q
'-
conseguiram atingir ¡dades muito avan_çadas_ Isso prova de vista sobre alguin tema, produzem elaboradas aƒiram-
que a dieta vegetariana Ó mais saudável? Ou Ó irrelevante çães desses pontos de vista, mas não apresentam, de fate,
4%
quando lembramos que alguns não-vegetarianos também nenhuma justificativa que os tenha levado a crer que seus
'- -M!-1 atingiram idades muito avançadas? (Podemos avançar um pontos de vista estão corretos_
za _ ¿É _
pouco mais perguntando se uma porcentagcm maior de Trata-se de um equivoco natural. No ensino medio,
ïf dá-se ônfase ao aprendizado de temas razoãvelmflnlfl C10-
'›.
5:'J-1 __- '=-_
vegetarianos atinge idade avançada.) Ou sera que pessoas
mais saudãveis tendem a se tornar vegetarianas, e não o finidos e isentos de dúvida. Não é preciso argumentar que
contrãrio? Todas-essas perguntas precisam ser considera- a Constituição dos Estados Unidos prevé a divisão do go-
fi* ' das com atenção, c as respostas não são claras rr priori. verno em trôs poderes ou que Shakespeare escreveu Mat-
X”
-_; _ bctlr. Basta ter o conhecimento desses fatos, e seu trabalho
Argumentar e essencial também por outro motivo.
- -_
.f
_"-.=.l Depois que chegamos a uma conclusão bem fundamen- terá apenas de citã-los. u
_›f: Os estudantes muitas vezes chegam à faculdade es-
¦'_4_i tada em razoes, o argumento a explica e rt'rjfci:r'lc_ Um bom
í 1-É
!¦;,. .
i
argumento não se limita a repetir conclus<"›es_ Em verdade, perando que continue senclo assim_ Mas muitos cursos
| wc
isïir -¦
_____<
5*» . _
¬ ele ofercce razocs e provas para que outras pessoas possarn superiores - sobretudo os que exigem trabalhos escritos ~
_- ._ i

formar suas opinioes por si mesmas_ Se voce estiver con- tem outro objetivo. Sua preocupação ó aƒraninmeirrnçrio de
lrll

-ff-1 _ .
_ 4_¬
vencido de que deveríamos realmente mudar a forma dc nossas crenças; exigem que os alunos questionem suas
:§§,^¬'l
criar e clispor dos animais, por exemplo, terã de se valer de crenças, claborem e defendam suas opiniües_ Os temas
fššl 4a.. .
1+

¡ -ii argumentos para explicar como chegou a essa conclusão. discutidos no ensino superior nem sempre são tão defini-

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n-mln --"- rn 1 -¬ ›-›-› -un-s


-2' '

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'Él-'f _:_ lnirori1rção\XV


_; XIV \ /l crrrrs!i'rn,'rìo tio rrr'_q:om1rlo
1%' -'

dos c certos. Sim, a Constituição preve um governo sub- argumentos longos são muitas vezes elaboraçoes de ar-
*~
¬ r
dividido em tres poderes, mas o Supremo Tribungrl dcug gumentos curtos, ou o encadeamento de uma serie de
_|.¿_¿¡
realmente ter poder de veto sobre os outros clois pode- argumentos curtos_ Se você aprender primeiro a redigír e
res? Sim, Shakespeare escreveu Maclrcrlr, mas qual e o sig- avalìar argumentos curtos, poderá então expandir essa
vt.l --\
9%@ nificado da pcça? Razoes e provas podem ser apresenta- tecnica para escrever ensaios argumentativos
1.” `. das para diferentes respostas_ Espera-se que os alunos Uma terceira razão para começarmos com argumen-
sii'-'
Á-Llfti
.~.'_-,-_ - aprendam a pensar por si proprios, a formar sua propria tos curtos e que eles são o melhor exemplo tanto das
É-iii.- opiníão com responsabilidade. A capacidade de defender formas comuns de argumento como dos erros de argu-
›;fÍi"
.É _ `- _ ¡ aI-¬._¢_:.-;Q_-.`-:¬Í'.` Í'-.T nossos pontos de vista e uma medida dessa aptidão, e por mentação mais frequentes. Nos argumentos longos, e
\ i
11 __ _¬-_
'É' _ _'-_¡.
1 isso os ensaios argumentativos são tão importantes. mais dificil identificar as questöes principais - e os prin-
Corn efeito, como explicam os Capítulos\/II a lX, para cipais problemas. Portanto, ernbora algumas das regras
'-;-i=- 1'edigìr1.n"n bom ensaio argumentativo devemos empregar
"J 1
parecam obvias quando enunciaclas pela p|'imei|'a vez,
os argumentos não so como melo de investigação rms.-: len1bre~sc que voce esta sendo favorecido por um excm-
-:ii.tt _ -` lmrrllem como forma de explicar e defender nossas con- plo simples. Ha regras diffceis de entender mesmo nos ar-
clust`1es_ Devemos preparar-nos para o trabalho exami- gumentos curtos_
II `- nando os argumentos apresentados pelos lados antago- Os Capitulos \f'll,\/lll e IX são dedicados aos ensaios
nicos. lim seguida, o próprio ensaio deverã ser redigido argumentativos_ O CapítuloVll fala do primeiro passe: de-
como um argumento, no qual justificaremos nossas con-
A 'a»as-.-r._.=_-. A.Íf
bruçar-se sobre a questão_ O Capitulo\/lll esboça os prin-
l clusoes e faremos uma avaliação critica dos argumentos
find
cìpais pontos de um ensaio argumentativo, e o Capitu1olX
ä'¿Íi' ' apresentados pelos lados antagonicos
acrescenta regras especificas sobre como escreve-lo. To-
r

n
dos esses capitulos dependem dos Capítulos I aVl, já que

um ensaio argumentativo, fundamentalmente falando,
COMO SE ORGANIZA ESTE LIVRO
'¿
al.,¿.ì,_ I-¿¡'±›-_-'_-5.*
¿ combina e desenvoive os tipos de argumentos curtos dis-
-.-,¢|,"*_ 'L _ _ _'
it Comecamos discutindo argumentos bastante simples cutidos nos Capitulos l aVl. Não vá direto, portanto, para
- 1' os capitulos sobre ensaios argumentativos, mesmo que tc-
e, no final, tratamos dos ensaios argumentativos_
iüg-“fiel
_- Tȃ- nha procurado este livro para ajuda-lo a escrever um en-
Os Capítulos l a VI tratam da redação e da avaliação
de argumentos carros. O argumento ”curto” caracteriza-se saìo_ Ele e pequeno e permite que voce leia na íntegra os
ggghii ` _
por apresentar suas razoes e provas de forma breve, ge- capitulos anteriores aoV"ll; assim, voce terá as ferramcn-
`¬L1-'-}¿<1:_-$.f¢›1.-73*›-fi.:~1"B.'-ILf-ï ralmente cm poucas linhas ou num parágrafo. tas de que precisa para fazer bom uso dos capitulos se-
7'_-L›.._

_ Começamos com argumentos curtos por diversas ra- guintes_ Recomenda-se aos professores abordar os Capí-
:lfiå
_--_» A
:/_oes_ Primeiro, eles são comuns. Na verdade, tão comu ns tulos l a Vi no inicio do período letivo e os CapitulosVll a
5:5'
Í*."¦¿¿-¿ `
'-'-"ft
_¬__¿¡_-=_ -' que fazem parte das conversas do dia-a-dia. Segundo, os lX no momento de preparar os ensaios.
'2-t
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_›,.,._ "
se _
j-1;, -_ XVI \ A coirsfmçao rin ar'_qnrm'r:to

O Capítulo X trata das falacias, dos argumentos cap- , I. COMO COMPOR UM ARGUMENTO CUÉTO
ciosos_ Resume os erros mais comuns discutidos no livro
e termina com uma lista de diversos argumentos capcio-
sos que, de tão tentadores e frequentes, receberam ate
mesmo um nome próprio_ O Apéndice apresenta algu-
l mas regras para elaborar e avaliar definiçöes. ,

. |
'JP'_,

ALC UMAS REGRAS GERAIS

la-_ -- O Capitulo l apresenta algumas regras gerais para a


elaboração de argumentos curtos_ Os Capítulos II aVl dis-
Ls- 'J' - `
;¿!]-us*-ä.'.';_ _
- cutem tipos específicos de argumentos curtos_
-,Hi ¿tj-_
`.¦ E
1. Distinçao entre premìssas e conclusão
I-IE-'|l¿l`,:'§ ` ; '_
É”.-i'i¿ï+:-';'_`a O primeiro passo para se compor um argumento
'_i_X` h-__ _ ` __ perguntar: O que voce quer provar? Qual e a sua conclu-
são? Lembre-se que conclusão e a asserção para a qual
-fjlla _
r=:.-¬
_`s`__, voce está apresentando razôes_ As asserçöes que lhe for-
necem razoes são charnadas prcmissas_
Considere o seguinte gracejo de 'Winston Churchill:
[' + _:_¿-I'_
i.-'.='§_ - Seja otimista. Não adianta muito ser outra coisa.
agp. 1' 1 l

_» l Trata-se de um argumento porque Churchill está


dando uma mzão para o otimismo: sua premissa é que
li-“P -`
"não adianta muito ser outra c0isa"_
'.i_'
A premissa c a conclusão de Churchill são obvias, mas
nem sempre as conclusoes parecem tão obvias antes que
=;--¦!,F
Í!'.i;' -
22;-=.\Í`±I
se evidenciem_ Sherlock Holmes tem de explicar uma de
r >' -
1523 __
A*-.: ..fl
." '2.l;ï-fi†_ suas conclusñes-chave em Tilt*/rrlveirirrre ofSilvcr Blaze [A
-:as -_ -
_,l avcn tura de Silver Blazelt
=¿;_'~=--_ ' '_ -

_*;lF.¬_i ^ '
r
`l_
.¦~1'. , _ _. .. _ -.¬..¬..-..-.¬__--.._...-.¬.--¢-.-r --... . - - H- ._..¬-.-¡--,M-..«.›............._-....-¬..-.¬. .. . . . ..¬¬-r--..-..-..-v.¡¬..-..¬........ ...................,..¬-_-I-_-_. _.- . - -- ---- - ----- ----~--www---------;-~fi¬flH
ai ri.-
Äwï ur
Er" _2'
__-mi .
F
-F1 .=
1
_± _

1:-_: Como compar am argumento carla \ 3


2 \/l reir.-rlrrrçria rio argraacaia
1 Quando tiver terminado de ler o livro, terá ao seu dis-
ii - l-lavia um cachorro nos estãbulos, e, mesmo assim, por uma lista de muitas das diversas formas que os argu-
tdi' `
' ernbora alguém tenha estado la elevado um cavalo, o ani-
mentos podem assumir. Use-as para desenvolver suas
' mal não latiu_ É evidente que o visitante era alguém que o
tg _ cachorro conhecia bem. _. premissas_ Para defender uma generalização, por exem-
_;,, ¡V
.'!=. plo, veja o Capitulo II. Nele, você será lembrado que e pre-
_ .F
Holmes trabalha com duas premissas. Uma e clara: o ciso dar uma serie de exemplos como prernissas, e verá que
¡-1 ' --
.- r _ tipos de exemplos deverão ser buscados. Se a sua conclu-
šfš cachorro não latiu para o visitante. A outra e uma caracte-
são exigir um argumento dedutivo como os que se encon-
ristica dos cães que ele presume que seja do nosso conhe-
train explicados no Capitulo VI, as regras discutidas nesse
cimento: latir na presença de estranhos. Juntas, essas pre-
.L=.¿.__..:¡' capitulo informarão os tipos de premissas de que voce ne-
rnissas inclicam c|ue o visitante não era um desconhecido_
cessita_ Voce talvez tenha que experimentar vãrlos argu-
Quando usamos argumentos como um melo de ia-
mentos diferentes antes de encontrar um que seja eficaz.
vt'stiga(ãti, conforme descrito na lntrodução, ãs vezes é
LL3
__,
.au-._
'sì possível começar apenas com a conclusão que desejamos 2. Apresente suas ideìas mima ordem natural
Pie' _
__\
-.:_v_. _
_,;
dcfcn<.lcr. Antes de mais nada, fornrulc-a claramente. Se
rn ¢_
c voce quiser concordar com Churchill e argumentar que Os argumentos curtos, em geral, são escritos em um
-'-- devemos realmente ser otimistas, diga isso com clareza_ ou dois parãgrafos. Comece pela conclusão seguida das
- 11 ' -
lintão, |_¬ergunt'e a si mesmo que razoes voce tem para razües, ou apresente primeiro as premissas e chegue ã
.n E"._|u
-_
chegar a essa conclusão. Que razoes voce pode oferecer conclusão no final. Seja qual for o caso, organize suas
if?
.-J -'- para provar que devemos ser otimistas? icleias numa sequencia que revele sua linha de raciocinìo
_`-" ;
Voce pode apelar para a autoridade de Churchill: se do modo mais natural para o leitor. Considere este argu-
_ -,-¡ ' - mento curto de liertrand Russell:
-3-_-,¦¿,_ (¬hun'l1ill di?. que di-vr-rnos ser otimistas, quem somos nos
"-ff
__'.¿f_\¦:| para contestar? Esse apelo, porém, não ira leva-lo muito
_ .',¡__
;¡¿ ,E1
Os males (lo mundo dev_cm-se its mazelas mornis
.J ¡
;g¬_. longc, ja que provavelmcnte ha oulras pessoas famosas
1.. .¡;L__I
'
tanto quanto à falta de inteligencia. Mas a raça humana até
I
±-sis.
'A-_r_
_
l
que preconizam o pessimìsmo_Voce tem de pensar a res- hoje não descobriu nenhum metodo de erradicação das
-¿g-:I: ,
peilo com a sua propria cabeca. Porlanl-o, qual e a _-:aa razão mazelas morais_ _. A inteligencia, ao contrario, pode ser fa-
- 'tïrilizì-'-_
if flìif. - - para acreditar que devemos ser otimistas? cilmente aprimorada graças a métodos que são do conhe-
' '§§¿~_'l5
i-É 1 __ ›-_ Talvez voce pense que o otimisrno de mais energia cirncnto de todo educador competente. Portanto, até que se
descubra algurn método para cnsinara virtude, terernos de
¿fis para batalhar pelo sucesso, enquanto os pessimistas se
l l.
si-2% buscar o progresso mediante o aprimoramento da inteli-
sentem derrotados de antemão e nem sequer chegam a gência, e não do adiantamento 1noral_*
_¿,. tentar. Assim, voce terã uma razão principal: os otimistas
r'-:
::ì¬Í2 tem maior probabilidade de exito, de alcançar suas metas. * Skrpticai Essays (1935: reirnpressão, Londres: Allen- e Unwin,
-'- ._1;.=_
-› _
(Talvez tenha sido isso que Churchill quis dizer.) Se for 1vr7),p_127.
!_-J -i¦ \
.t;§'.¡;¿ cssa a sua razão. diga com clarcza_
_ __ .fii-

| 'u
' fïll
r _.-_:,_I,.
r ' *_-l _ I
. _ Í:`¿§T a
-eii. _' _
E115: -

Wai',
Come compar :mi :argumento curro \ 5
."` ,;
gr
_ =1 \.-'l co::.~:fmçiìo do m'_q:m1mIo
,sn , ._
JL __..-
¿Ér ;:_._:_-_ Cada asserção nessa passagem leva naturalmente à sas de que necessita, mas também para organiza-las na
ordem mais natural possível.
.;|¿_1.-2 seguintc. Russell começa apontando as duas causas do
. -;¿§,_'
1r__| _ _ mal no mundo: as "ina'«:elas morais”, no dixer dele, e a
.aii - 3. Parta de premissas confiáveìs
Falta de in tcligC~neia. lïm seguida, afirma que não sabemos
.-Q como corrigir as ”maze1as moraìs", mas sabemos corrigir Por melhor que seja a sua argumentação desde a pre-
1'?.
a falta de inteligencia. Portanto - e observe que a palavra missa até a conclusão, esta será frágil se as premissas fo-
"portanlo" marea claramente a conclusiio dele - o pro- rem frágeis.
Íiïëfil gresso tura de vir pelo aprimoramento da inteligencia.
šãltl '- 'Cada frase desse argumento está exatamente no lugar Ninguóm hoje no mundo esta realmente feliz. Por-
certo. Havia rnuitos lugares errados possíveis. Suponha- tanto, quer parecer que os seres humanos sirnplesmcnte
não l`oram feitos para a felicidade. Por que deveríamos as-
mos que Russell tìvesse escrito isto:
¿És a _
pirar a algo que jamais pocleremos encontrar?
¿_ . Os males do mundo devem-se às ma'/.olas morais
tanto quanto E1 falta de inteligencia. Ate que se descubra A premissa desse argumento é a afirmação de que nin-
___ __,
f iii, ' algurn metodouque ensine a virtude, teremos de buscar o guórn hoje no mundo está realmente feliz. l'-*ergunte a si
.. ¬*=-.----- _.
¡ ¿df
rw
9'--
.__ ~'3
-¬¡CI .-
-' .'-_\:.`,: _ .
progresso mediante o aprimoramento da izileligêricìa, e mesmo se .essa premissa é plausível. Niuguéin hoje no
não do acliantamento moral. A inteligencia pode ser facil- mundo está realmente feliz? No mínimo, tal premissa pre-
1
; mente aprimorada graças a métodos que são do conhe- cisa de uma defesa, e, muito provavelmente, ela simples-
i... «_
._ .
¿. -_ .. .,,_ _ l cimento de todo educador competente. Mas a raça humana
l mente não ó verdadeira. Esse argumento, assim, não Ó ca»
,_ ._.,¡ _. até hoje não descobriu nenhum método de eiradicação das
.. _ _¿ U mazelas morais. paz de mostrar que os seres humanos não foram feitos para
“Pl
:¬¡n. ¡U
-.§†,±_ _. -
_ a felicidade, ou que não devcríamos aspirar a ser felizes.
.._" ¡-
É Trata-se exatamente das mesmas prelnissas e conclu- Äs vezes, é fácil partir de premissas confiáveis. Pode-
seg '.:_II=:
mos ter à mão exemplos bem conhecidos ou autoridades
são, mas a ordern está diferente, e omitiu-se a palavra "por-
iii." bem informadas entre as quais ha um evidente consenso.
tanto” antes da conclusão. Agora, o argumento está imfƒto
;_
Outras vezes, é mais difícil. Se você não estiver seguro da
mais difícil de entender. As premissas não se encadeiam
con Fíabilidade de uma premissa, pode ser necessário fazer
..ji de Forma natural, e ú preciso ler a passagem duas vezes
Él;
_ ¬¬“ nf.-ZUFIWQ4
uma pesquisa eƒou apresentar um argumento curto para
.¬›¢
v¬¿¬.¬ somente para identificar a conclusão. Não espere que seu
___;__¿_1¿___ a premissa em si. (Voltaremos a esse tema nos últimos ca~
Ieitor seja tão paciente.
F='r'¬`:¡ -
';.*-'|¬*s .¦.' pítulos, em especial na Regra A2 do CapítuloVlI.) Se você
Devemos estar preparados para reorganizar nosso ar-
constatar que mio üpossível argumentar adequadamente a
gumento diversas vezes ati' encontrar a ordcm mais na-
partir de sua(s) premissa(s), então, é claro, terá de voltarà
tural. As regras discutidos neste livro deverão ajuda-lo.
:ïåu '
--s estaca zero e tomar outro caminho! I
Você podenì aplica-las não so pain reeoi¬|hecer as pren1i.-¬'-
_Í.'¡¦'š:i¡`â¡*-
*.`:_\r'~ ,i' .-:-
..=-.,.¡-|
. 2_>.; _
'=.".fi-E - '< f
... ..;_,
___. ___¿___

-
ii-
___'-;_- _ _.
_____ _
Como compor um nrguruerite curro \ 7
F1 \,-1 t'o1:.-=irrf;':m rio rtrg:i::u'irtf=

4. Seja concreto e conciso soas defendem uma posição por razöes sérias e sinceras.
Procure entender o ponto de vista delas - tente entende-
:;_±i_'-' Evite termos abstratos, vagos ou genéricos. "Cami- lo de verdad@ - mesmo dìscordando por completo. Uma
sì 4,
21,- - -.-
f'€.=*`: ¬-_' _- -
'_ 111- I_- .`f.:_ `- _ _Í
nliamos durante horas debaixo do sol” é cem vezes roe- pessoa que critica uma nova tecnologia não é a favor de
¡Í I*-2¬¬'ï.. '_
ii- ae-.:'.
~_-1.; -¿.~- lhor do que “Foi um longo período de esforço extenuante”. 'fvoltar para as cavernas", por exemplo, e uma pessoa que
1; \' '
._,_,,, .¿e-=__
";'_1:7¦'-,ffi-'¬,= Seja também conciso. Pedantisrno vazio só faz confundir acredita na evolução não está dizendo que a avó dela era
- -
-__ __
¦ '_\' :-_¦ a todos - até mesmo quem escreve ~ em meio à profusão um macaco. Se você não consegue imaginar como uma
de palavras. pessoa é capaz de sustentar o ponto de vista que você está
atacando, é porque ainda não conseguiu entendô-lo.
šl _ Nfxu: De modo geral, evite toda linguagem cuja única mo-
Els -_ Para aqueles cuja função precipua dizia respeito 21
tivação seia apelar Si emoção. Isso é ”linguagem apelativa”.
es *_ prestação de serviços, difcrentemente das responsabilida-
4:.
des assumidas pelo líder, o padrão mais importante pa|'ec|.*
=-1'-IÍ;-'-:-' -' Depois de ter permitido, de forma tão lamentável, que
_--fs-¢; _;- ter sido urna reação às obrìgaçües invoeadas pelo lider,
¦ ¬|=-¿-¬ L1- _ o transporte ferroviario de passageiros, outrora motivo de
. "\: ':›."2_`-
¡.›,! -.5 1.-_-;;;\__ obrìgaçñes estas concomitantes ao status de membro da
\ 1-1” ' orgulho, eaísse no esouecirnento, os listados Unidos tf-in
comunidade socìetaria e a varias de suas unidades seg-
Ii agora o dever de honra de revitalizá-lol
2'-r.`r'
`.¿__-
mentares_ A analogía moderna mais proxima é o scrviço
r_:¿_; '_~_; _. _
-¬'._::=-
._
±-=:_- ; militar desempenhado pelo cidadão comum, ressalvando-
'*› -
_-~ . ¿T-1
_I`< '-
se o fato de que o lider da burocracia egipcia não preci- lsso foi escrito com a intenção de ser um argumento
fšff _ sava de urna emergencia especial para invocar obrigaçöes em prol da retomada de (mais) transporte de passageiros em
ti legítimas* ferrovias. Mas não se apresenta nada de concreto a favor
Lrâjz
___ _ dessa conclusão, apenas algumas palavras de forte carga
-1' Í 'H i SIM:
emocional - lugares-comuns, inclusive, como os que uti-
,. _ No antigo lìgito, a população eoinum estava sujeila a
:' I . _
ser convocada para trabalhar. lizam os politicos que falam sem pensar. O transporte fer-
roviario de passageiros ”caiu no esquecirncnto" por causa
F
K'-ñä 5. Evite linguagem apelativa de alguma coisa que os "listados Unidos” fizeram ou dei-
-Jik-
2,-»__-Si Í- '
xaram de fazer? O que houve de “lamentável”nisso? Moi-
L- "'-~:I:¬ ' - Não tente promover o seu argumento zombando do tas instituiçöcs “outrora motivo de orgulho”, afinal, se de-
im 1' outro lado ou distorcendo o que ele diz. Em geral, as pes- sagregarn - não temos a obrigação de recuperar todas. O
mi
1' que significa dizer que os Estados Unidos "tem agora o
__,_.__,, ¿U4A-.;_¢r.*J-ršr
“' I-Issa passagein foi retirada de'lì¦|eolt Iâusons, .*>`ucit'r:'c:¦: ljrroirr- dever de honra" de fazer isso? Alguma prornessa foi feita
±¬Í¿If?¢;- tímmry min' Crrrirpuintitft' l'<'n=pn_'tƒr›i's (lìnglewoocl Cliífs, NJ: Prentice c depois quebrada? Quem fcz isso?
Hall, 1\1r¬f›),p_5o, |)e\-oo t-xee|'Ioeaversão relormulatla, t|1.|e se segue, Não duvido de que ha muita coisa a dizer em favor da
1235.11 ' -
:'- a Stanislas Anderski, .“ïm':'.-ri .'ìci¢'rrr:'s as 5m'cc:j1,f (Nova York: St. i\«lartin's revilalizaqão do transporte ft-i'rovia|'io de passageiros, sobre~
r,.:«T¬›
¿rar-I l`n'ss, !'l'FÉl. L`.|pítI.ilo h.
H

'|'5_1§,i_¿¡ ' r ' " _ ^ i | ›-n|¦¬--.›.¡-¡lu--wi -~\¢1:nn-¡lu-Jn


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rs- ;--;:-,_*'
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*-._".L -1;_~
:VE -:_ _'.- -
if-7
'
L1?-'L f.
1^¬_†'Í '
.r-,_.- Como compor :mi mgumcnto corto \ 9
r=
-:l'" 1 S \ fl cnnstniçoa de ar_q¦m:ruio
si
-i
1-; -_ _
1?-_ A segunda versão (“SIM”) é cristalina - porque oY
tudo nessa época em que o custo ecológico e económico
'_ I-il1§`.-“fl-r_-L-_ ' de cada premissa é exatamente o X da seguìnte. OY da
' ` _`*-_¢t_' - das rodovias está se tornando monstruoso. O problema é
primeira é exatamente o X da segunda, oY da segunda é
idíåâe que o argumento não diz isso_ Deixa que a conotação das
exatamente o X da terceira, e assirn por diante. (Volte lá e
'-._-si
_.. ._
~- palavras faça todo o trabalho e, portanto, não faz, em ver-
_¶¬“a¬" ;:-?:-_'_¿_-'- dê uma olhada.) É por isso que o argumento é tão fácil de
E-tt i_.<ïi-_' dade, trabalho ncnhum. Somos deixados exatamentc no
ler e entender: ele forma uma especie de corrente.
2 _' mesmo ponto em que começamos. Quando for a sua vez,
Na primeira versão (”NÃO”), no entanto, oY da pri-
`+,.J H "-__ _ atenha-se aos dados concretos.
_-I -1 _ _
.'¦ ' _
meira premissa é apenas vagamente o X da segunda, oY
I" -,-1
-'_ ,¿:_¡ _ _ da segunda premissa é apenas vagamente o X da terceira,
6. Use sempre os mesmos termos
Íå
'_,_'¿"_
___".
e assìm por diante. Ali, cada X cY está escrito como se o
1
íaiht.-_-gl: _
:_-:'-:
e-:1
-_ _ Os argumentos dependem da conexão cristalina en- autor tivesse consultado um dicionãrio de sinónimos a
-.-_›%Í›f=-_-- -_ -
: -_ -' _ '- tre as premissas e entre as premissas e a conclusão. Por cada passe. “Mais tolerante", na terceira premissa, por
.__ ;1!__._
-.«_« sor.
-si fs.- esse motivo, é fundamental fazer uso de um repertorio exemplo, vem escrito como "mais provável que você aceite
-rs -¿-'-~:-
. -- unificado e coeso de termos para cada ideia_ as outras pessoas e suas práticas sem criticá-las” .na con-
clusão. Desse modo, o argumento perde a obvia conexão
:',ç."|f1i:-31-25-_'__'
NÃO: entre suas partes, responsãvel pela clareza e pela força
'LC -:Í-1." Se estudar outras culturas, vocé se dará conta da di- persuasiva. O autor se exibe, mas o leitor - que não tem o
- l
5 I
L J|
Í"_':
.'__
.
versidade de costumes humanos. Se compreender a diver- privilégio de conhecer a estrutura do argumento desde 0
I¡~¢._ i- I' '
sidade das praticas socìais, questionará os próprios costomes_ principio - fica confuso.
_
Se duvidar da sua maneira de fazer as coisas, se tomará
Ígär
-r _
_`-'.ì-'ri mais tolerante. Portanto, se expandirseu conhcciinento an- 7. Atenha-se a um sentido para cada ter1_no
_"“'É4u: .. __
tropológico, será mais provável que você aceite as outras
;-_,"\'¦Í¬ -"¿: - _ -
pessoas e suas práticas sem critica-las. Alguns argumentos abandonam o sentido de um
/_ 7.
gr.
=¡-=_
_5_¡_¡"
__; -
_ .
termo e adotam outro para fazer valer seu ponto de vista.
1 .
'l":'i›.l%.-_ '~ _ -_; sit-1: Trata-se da clãssica falacia da ainbiguirladc:
_-fi,
7' "s l Se estudar outras culturas, você se dará conta da di-
versidade de costumes humanos. Se compreender a diver- Mulheres e hornens são física e emocionalmente dife-
sidade de costumes humanos, questionara os prúprios cos- rentes. Os sexos, assim, mie são ”iguais", e, portanto, a lei
-;'ìfl_r __ tumes. Se questionar os próprios costumes, se tornarã mais
.ï\¬_. _.- .- %. não deveria partir cio pressuposto de que somos!
_; - _-` tolerante. Portanto, se estudar outras culturas, você se tor-
šfšf-
Li?. `
nara mais tolerante.
¿su _-_ Esse argumento pode parecer plausivcl ã primeira
'sf vista, mas, entre a premissa e a conclusão, houvc alter-
1.13.' ' _ Observe que, nas duas ve1'soes, cada periodo obedece
nância entre dois sentidos muito diferentes do termo
'z>_te-_---=-- . ã forma "Se X, {entãolY"_ Agora, porém, note as diferenças.
›-'I'F1__ '
;,j._.==_«____ _- _
-

:¦.'"*.l_ -_ _ - _- __ _~_--__ _-.;:.¬----;4~=' -'--.f--¬-'-fs---~-----enemrw-1'-›f1--v¶r¬'--¬i*'r'" |--||¬ ----H -r r - ii- - i || m - |-1;; gi - , , ¡- .- ,-1 =._|_. -_;.¡-1? 1 - 1 1-¬ , = .,-.-1-¬.¬›¡-_¡,“_¡ , um B ___ _,_
__ _

.iz _ iF
rr
`L
i

ill \ A coirsirnç.-ro fio m¶._r:r:m'irto


Camo romper nm argmircnte carro \ '11

ifq.
¡H-,= -_ . tante especifico: o comportamento interesseiro, egocên-
"igual". É verdade, os sexos não são fisica nem emocio-
trico, que normalmente chamamos de "egoísta". Na sua
› nalmente "iguais” quando “igual” quer dizer simples-
__, resposta ã objeção de B, A amplia o sentido de "egoísta"
_'-ul' _ mente "idéntico". “lgualda-de" perante a ici, porém, não
i- _-z;-
para incluir comportamentos claramente não-egoístas,
significa "fisica e emocionalmente idénticos”, mas "pos-
' ¦- “' \___'..
1;~:¬¬-.ss-' alargando a definição para abranger quem "só faz o que
ra .*_-'-' suidores dos mesmos direitos e oportunidades”. Refor-
_ L_'1;'¢ ¿ :_-2_ _
quer fazer”. A manteve apenas o termo; mas este perdeu
___ __ mulando-se, portanto, o argumento, a fim de deixar mais
_1_ -:_N1 __ __ seu sentido original.
claros os dois sentidos de "igual", ele ficaria assim:
;;___ - _ '_
:É-:_ ' Uma boa forma de evitar a ambiguidade é definir com
_'-›
Mulheres e hornens não são fisica nem emocional- clareza todos os termos-chave no momento em que eles
_'t'§ '
-Fl- _
-_., :_
Ir |4¿ _ _ mente idénticos. Portanto, mulheres e homens não devem ocorrem pela primeira vez. Então, esforce-se para aplicá-
ter os mesmos direitos e oportunidades. los sempre de acordo com essa definição! 'l`ainl¬¿m ¡_¬o|_ie
'-\1,a92-;,'_ -
_ 1.... .=“.;_--'
.-9 2:-'15 `
-_ -` ser necessário definir termos especiais ou técnicos. Con-
_ ,.†
Essa versão do argumento não incorre na ambigui- sulte o Apéndice para urna discussão sobre o processo e as
= ;-_-rs -
vi
dade do termo "igual", mas ainda não constitui um bom armadilhas das definiçües.
12-1'* ;;:_. argumento; tomos apenas o inadequado argumento ori-
_*¿`»"`ã¡:'-:_' -
.gg-šå ginal, só que dessa vez a inadequação é evidente. Uma
*`_I\F
vez dcsfeita a ambiguidade, fica claro que a conclusão
_ .s __ _ _
do argumento não se apoìa na premissa, nem sequer
,_~.|:'_; guarda relação com ela. Não se apresenta nenhuma ra-
-“ÉL 1
zão para provar que as diferenças físicas e emocionais
:'.1.
L*`~É'_ - :
_ r _.
devem ser levadas em conta quando se trata de direitos
'S121' _
'in-5
_-.-_:¡___-_; _-
`-1.32121 --' -
e oportunidades.
Í-2'1_'± 1: -'
s 'q ~ -`
-i'.<±"
Äs vezes, somos tentados a usar termos equivocos,
1 ¡|
1| tornando ƒmurecisa uma palavra-cliave_ Observe o diálogo
'¬'_---or
_1-_¡;¦;_= -
!i-“ei-_
¿-ti.-' que segue:
_=_. _
_.
'15'-¿L
_ .f\:'1`odo o mundo não passa de um bando de egoístas!
B: Mas, e o João?\/eja como ele é dedicado aos iìlhosl
A: Elc só esta fazendo o que quer fazer - isso continua
sendo egoísmo!

Aqui, o sentido de "egoista" muda entre a primeira


.fr
aI`ir¦n-aeão e a segunda aI`i|'ma<;ão de /\_ Na primeira afir-
macão, entendemos que "egoista" quer dizer algo bas-

l

_|.._ __` _
__ la-_. .- ._

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- II. ARGUMENTOS com exeivtrtos
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Us frrginm-mos com eswmpios apresentam um ou mais


É "", L. exemplos específicos para apoiar urna generallzação.
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- -i ir!!
'rs As mulheres antigamenle se casavam muito ccdo, ]u-
i Iieta, em ltomrn f' ,lm':`r'1'a, de S`nakespeare, não Iinha nem
quatorze anos. Na ldade Média, treze anos era uma ldade
normal para o casamento das judías. E, no imperio Romano,
muitas romanas se casavam com treze anos ou menos.
L' `_ ` J___
,_ _.
te '
I Essc argumento generaiiza a partir de trés exemplos
:ll*
-H*
l -]u1ieta,judias na ldade Media e romanas no lmpério Ro-
mano - para abarcar “muitas” ou a maiorƒrr das mulheres
uf . ;=_'
ff `=*!-_'¬_- ^~E.
de antigamente. Para mostrar a forma desse argumento
1 .
_ Ii.
de modo mais claro, podemos listar as premissas em se-
'* *-_
; gg¡___
¡l--._
parado, com a conclusão na última linha:
si
:ììf
_' 1
7 _' julieta na pega de Shakespeare não tinha nem qua-
¡Ls-=¦_ "
RÑ-*-«_ _ ¦"- torzc anos. _
'_-fìåii. _ judías na ldade Média casavam-se normalmente aos
~-r;._Í.:š- 3Í.-A1.!_'AÍ.
trcze anos.
_ Multas romanas no lmpério Romano casavam-se com
__,¿ treze anos ou menos.
Portanto, muitas mulheres anligamentc se casavam
-_%,til= _ l'
muito ct-do. _

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I. _---_ _

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-Í-
i*-'fi I
É
i 14 \ fl co::str:n,'iio río irr_ei:tm'::to
/lrgifmr-ritos cam eroriptes \ 15
r
iii:
_' Portanto, todos os direitos das mulheres íoram con-
:-4; quistados apos muita luta.
ͬ- n› Organizarei os argumentos cortos desse modo com
i
frequéncia, sempre que for importante visualizar exata-
SIM:
L'- 1- ¿_-'-F mente como eles funcionam.
:H ;.. =; O direito da mulher ao voto só foi conquistado após
t Quando é que premissas dessa natureza são adequa-
sì. É muita luta.
_ rá _ _ -
-ir'-1* .
das para apoiar uma generalização? O direito de a mulher frequentar faculdadcs e univer-
P'-'Í -
¡ __|_,. __f=__-,__
Uma das exigencias, evidentemente, é que os exem- sidades só foi conquistado após muita luta.
__
_ ¿gfi t_.--___
plos sejam corretos_ Lembre-se da Regra 3: Um argu- O direito da mulher a oportunidades de emprego
mento deve partir de prcmissas confiãveisï Se Julieta não iguais so está sendo conquistado apos muita luta.
a
Portanto, todos os direitos das rnulheres só são con-
=.¡__-a _- tivesse por volta de quatorze anos, ou se a maioria das
_ quistados apos muita luta. -
str ' - rnulheres romanas ou judías mio se casasse com treze anos
ou menos, erttão o argumento seria bem mais fraco, e, se
Em uma generalização sobre um repertórìo pequeno
nenhuma das premissas tem fundamento, simplesmente
l
l ri
de coisas, o melhor argumento deverã contemplar todos,
r não existe argumento. Para verificar a correção dos exem-
ou praticamente todos, os exemplos_ Uma generalização
2-..
_ _†_›.¿ Q@-__¡_:__ ' _ plos apresentados numargumento ou encontrar bons
l sobre todos os presidentes americanos desde Kennedy
___ exemplos para formular seu próprìo argumento, pode ser
3:;-_". deverá contempla-los um a um. Do mesmo modo, o ar-
necessário fazer uma pesquisa.
ïf;
EF" Mas suponhamos que os exemplos sejam corretos_
gumento segundo o qual os direitos das mulheres sempre
exigiram muita luta deverá contemplar todos, ou quase
___.st-, : Generalizar a partir deles continua sendo manobra deli-
todos, os direitos mais relevantes.
I”. I

-
.'_<_¬_'_
geri-
cada. O Capítulo ll apresenta uma pequena lista de itens As generalizaçöes sobre repertorios mais vastos de
que ajudam a avaliar argumentos com exemplos - sejam
i_
_ ¿___ coìsas exigem que se escolha uma ”amostragem”. Sem
f§«" ILL. `:> ' próprios ou de terceiros dúvida, não podemos listar todas as mulheres que, anti-
E-fÍ:L_:_-`-Í
É_ .Lil-_-`_\__Í gamente, casaram-se jovens; em vez disso, nosso argu-
-Í._' ` "¦_-2*.- 8. Dê mais de um exemplo
-j__ mento deve apresentar algumas mulheres como exemplos
_-<.

:_I'- ' Pode-se usar às vezes um exemplo isolado para fins das demais O número de exemplos necessários depen-
_-vr -.
åš-_F..` de ilirstraçrio. O exernplo de Julieta, por si só, poderia ser- derá em parte da representatividade dcles, aspecto que
fiiåïã será discutido na Reg-ra 9. Tambérn dependerá em parte
_*.ã¡;|l|; __
_.:__;_'pg_ __ _
vir para dar uma ideia do casamcnto antigo_ Mas os exem-
--mt" plos isolados não forneccm praticamentc nenbuma Erase do tamanho do universo sobre o qual está sendo feita a
- generalização Num universo imcnso, normalmente são
,ia-;¬.í ñ_;¿†. ~Ií para a gencralização É preciso dar mais de um exemplo.
` necessãrios mais exemplos_ A alegação de que a sua ci-
N.:\UI dade tem inúmeras pessoas notáveis exige mais dados
1 .
O direito da mulher ao voto toi conquistado apos concretos do que a afirmação de que, digamos, os seus
¿,z¡¦!_i
`_- 5-', muita luta.
al-_! -
:'.:!i¦~Il

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___:_--_., _.__.______
/lrgumcnios com excmpios \ 17
__?
¿ji .J 1t»\zl constru('iìn rin _-n3_†:om'nto
¦'*\

gg _
'1-l.~r= - Um bom argumento que diga que “a vitória de
miiigos são pessoas notáveis_ Dependendo de quantos
__,.¿,
__.,
amigos voce tiver, até mesmo dois ou trés exempios po- McGraw é certa” exige uma amostragcm representativa
"Q-_-_-:_
-Q
dem ser suficientes para demonstrar que são pessoas no- de toda a população votante. Não é fácil chegar a uma
`_¡:_"Í`__'
ig -~-í-
iã. ..s_ tãveis; mas, a menos que a sua cidade seja minúscula, amostragem desse tipo. As pesquisas de opinião pública,
muitos mais exemplos serão nccessários para demonstrar por exemplo, elaboram suas amostragens com muito cui-
que ela está cheia de pessoas notáveis. dado. Aprenderam do modo mais difícil. Ern 1936, o Lite-
3 _
:taz - rrrry Digest prornoveu a primeira pesquisa de opinião pú-
9. Use exemplos representativos blica de grande escala, prevendo o resultado da corrida
-â ._.-.«L›_ presidencial entre Roosevelt e Landon_ Assim como acon-
-t.'_.~nfl,_"_
'"` Ate' mesmo um número elevado de exemplos pode tece hoje, os nomes foram retirados das listas telefónicas
- ea-_*--=
.±¿›:›. i -- '
|_ _ ¿_-__.__- ;. ._ _ - _ representar mal o universo sobre o qual está sendo feita a e também de cadastros de registro de automéveìs. O nú-
E' É.-_-"-;`.'_" ` ` l
- ›=._='1-NT 1 generalização Um elevado número de exemplos de ro- mero dc pessoas ouvidas sem dúvida não foi insuficiente:
= f--'f'-«_ _ _
,
tu manas, por exemplo, poderia demonstrar muito pouco so-
bre as mulhercs om geral, uma vez que as romanas não
mais de dois mìlhöes de “cédulas” foram contabilizados_
A pesquisa previu a vitoria de Lanclon por arnpla margern.
são necessariamente representativas das mulheres em ou- Roosevelt, porém, venceu sem dificuldade_ Hole, é fácil
tras partes do mundo. O argumento precisa levar em ver o que deu errado. Em 1936, apenas uma parcela se-
conta também mullieres de outras partes do mundo. leta da população possuía telefono e carro. A amostragem
privilegiava fortementc os eleitores ricos da cidade, a
Todo o mundo no meu baino apoia McGraw para pre-
sidente. Portanto, a vitória de McGraw é corta. maior parte dos quais apoiava Landon*.
De lá para ca, as pesquisas melboraram_ Mesmo as-
Esse argumento é fraco porque este ou aquelc bairro sim, hã dúvidas quanto ã representatividade das amos-
raramente representa a população votante como um todo. tragens, sobretudo quando são pequenos. Quase todo o
Um bairro rico pode favorecer um candidato antipãtico mundo hoje tem telefone, isso é certo, mas algumas pes-
para todo o restante da população. Os estudantes nas ci- soas térn mais de um; muitas outras não tém o número
dades universitarias normalmente votam em massa em na lista; alguns números representam toda uma familia
candidatos que tôm descmpenho fraco em outros luga- de eleitores, outros apenas um; algumas pessoas se recu-
res. Além disso, é raro encontrar dados concretos até sam a falar com os pesquisadores; e assim por diante. As-
mesmo sobre as tendencias dentro de um bairro. O uni-
verso de pessoas que pöem placas no jardim e usam ade- * Mildred Parten, Stiwcys, Polls, and Samples (Nova York: Harper
sivos nos carros (e cujos gramados são visiveis das ruas and Row, 1950), pp. 25, 290, 393 -5. Partcn também mostra que a pro»
de maior movimento ou que dirigem eiou estacionam babilidade de a população de baixa ronda receber as "cédulas" era me-
regularmente em lugares expostos) pode perfeitamente nor que entre os ricos c, por isso, era Incnor também a probabilidadc
de que as devolvessem.
representar uma parcela muito pequena do bairro. _
rifi' '¢1.«'.:...-..--I z..-

li-i-;,_ ;-.:f;1_\ ~
Ai»
3 a- _- _ '
_*
-su _ -

11.
Argumentos cam cmvxples \ '19
.--vs . 'l H \ fl cri:rsir“:n_“rio do m'_e:mii':rto

_ - 10. Informação suplementar é fundamental


sim, mesmo anu›st'ragens cuidadosamente sclecionadas
__,¿,_:
-ru- if-¿ff
_J.,.__ __;___ podem não ser representativas. Muitas das mclliores pes- Multas vezes precisamos de iirƒormaçãe saplcmcntar
L' _,¬-
'\ .;='
Í quisas, por cxemplo, erraram fragorosamente nas eleiçoes para poder avaliar um universo de examples.
¿ceder-5' ¬T<É' `°.¦
¡I
-
presiclenciais de 1980.
_ 3- .______
E'-."L'-' __
5
I
¬._.-__:¦:_---
1: A representatividade de toda e qualquer amostragem, Seja mais um cliente da Slapdash Senfiços - já pos-
15TÍ"-
suimos dezenas de clientes inteiramente satisfeitos na sua
assim, é sempre, em alguma medida, incerta_Tenl1a esse
. ` _
rcgião!
1'- Í
t- risco em mente! Procure amostragens que representem a
-___-
.~ totalidade da população sobre a qual é feita a generaliza- A Slapdash pode de fato contar com “dezenas” de
ção. Se vocé quiscr saber quanto tempo as crianças pas-
clientes ”inteira1nente" satisfeitos em sua região - embora
sam em frente ãi TV, não pesquise apenas quem frcquenta
_. :'+ì.~_:;_;'_-_ _.í ;¬ . -_
seja comum fazer esse tipo de alegação sem nada que a
I' '-iš' Er? "
a terceira série primaria na escola pública da sua região_ Se comprove - mas você também precisa saber quantas pes-
' _`3¦-{-;-: _ quiser saber o que as pessoas em outros países pensam so- soas na região experimentaron: a Slapdash. Se mil pessoas
--É'.¡L Sr;-2-i'; ':`_` -
=-al i aíç--7;
-;-^,-1; =:- bre os Estados Unidos, não pergunte apenas aos turistas. a experimentaram e duas dezenas ficaram satisfeitas, en-
{.r.u- ì.$'.:-; I:
'- 7 ig. ››.:,.-_- - Faça a sua pesquisa. Julieta, por exemplo, é uma única
_ -_ _-.lv
_-.-_:¡__ - '__v_.'_±_'
sí? '-_ tão, embora realmente baja “dezenas” de clientes satis-
_" :-.±-". _' inulher. Seria lícito que representasse as nutlheres de sua feitos, a Slapdash satisfaz apenas 2% de seus clientes.
f-;-¬;-±-
época e lugar? Na peca de Shakespeare, por exemplo, a Procure outra empresa.
sa,- mãe de julieta lhe diz: 't
Eis outro exemplo_
-:ta Pois estamos na época de pensar em casamento_ Mais A área do "'|`riãngulo das Bermudas", proxima das
es jovens do que vos, aqui emVerona, senhoras de respei1o,§ã
--sr-. _ Bermudas, ficou famosa porque ali muitos navíos e aviücs
são mães_ Se não me engano, vossa mãe tomci-me com a desapareccram misteriosamente. Houve varias dezenas
mesma idadc em que ainda sois donzela. \
de desaparecimentos somente na última década.
(l _3.(¬9-T3)

-_-_-«_ -
!'f'-"å'_;- Sem dúvida. Mas “varias dezenas” de um total de
1'.affi" .--:
\__-(go-r _-'_ lìssa passagem indica que o casamento de julieta aos l
_*_-E____. quantos navios e aviöes que atrrrucssnram essa região? Vá-
__p_=__ 1 _ quatorzc anos não foi exceção; com efeito, quatorze pa-
_-__|f-,_ rias dezenas ou varias dezenas de milhares? Se apenas
= :fr-4 rece ser inclusive uma id-ade um poueo avançada |_¬ara isso_
- L
varias dezenas dcsapareceram de um total de (digamos)
1'-Í-tä .!_ Ao fonnular um argumento próprio, não se baseie ape-
vinte mil, então a taxa de desaparecimento no Triángulo
se _ nas nos exemplos que lhc ocorrem no momento. Os exem-
s'1.:;r¢!'
¿
:= › ' das Bermudas pode muito bem ser normal ou até mesmo
“tt plos que nos ocorrem assim de súbito serão, provavelmente, l
`¬-f;¦- '
baixa - certamente nada misteriosa.
ri.
tendenciosos. Portanto, procure ler a respcito, rellita com Pense quantas vezes, ao comprar um carro ou esco-
¦_='1_¬¦ calma na aiiiostragein mais aproprìada e adote uma pos- lher uma escola, somos influenciados pelos relatos de al-
cg _ tura honesta procurando esemplos contrarios (i\'c31ra I I).
_!-liïålfi-'
Í¡'i7Íi¦'I`:
¦*_"_'=li
; r--| - '_
__ ~.
2 I*

='1ì¿”ì
'fi
.e Argiiiiicriiris com rxcmplns 't 21
rr." Ztl \ fl constnroìo do it:_\'i:irri'ittfi
_1.,§†;_
- Í-Jin.
,,..__
_'-r-_' ` lossem reprovados após expirado o prazo para sua convo-
guns poucos amigos ou por uma ou duas experiéncias que
cacão, aumentou a taxa de conclusão de curso entre os
§Í;"*ïÍ nos mesmos vivemos: Ouvir falar que a cunhada de al- atletas universitarios. Em muitas escolas, o indice de gra-
`_=ïi_ = guém passou por maus bocados com um Volvo é sufi- duação é superior a 50%.
"I".-_¬.:
=";f¿-'T
-'-›¿ _
ciente para nos demover da ideia de comprar um Volvo -
4 gi -_'__. muito embora a Cousuuter Reports afirme que o Volvo é, Cinquenta por cento, hcin? lmpressionante! Mas essa
cm geral, um automóvel muito confiãvel. Permitimos que
I' I I
t-' -_
v
,i -1
_«.› porcentagem, ã primeira vista tão convincente, não chega
..'l¦ "-#¢b":< -M-_1:. _ -
¡n_n11.1?
. um único exemplo eloquente tenha mais peso que a aná- a cumprir a função que se propöe.
. f~_ ,.r_-_.
lise c a comparação cuidadosas de milhares de fichas de Primeiro, embora o indice de graduação de atletas
rfiïf
conserto_ Richard Nisbett e Lee Ross chamarn esse argu- seja superior a 50% em "muitas" escolas, não é assim em
mento de "pessoa que”*: “Conheço uma pessoa que fu- todas - portanto, essa estatistica pode deixar de fora exa-
:_-_*
__ mou trés maços de cigarro por dia e vivcu até os 'ltltl anos" tamente as escolas mais exploradoras, aquelas que eram
ou ”Conheco uma pessoa qtrc teve um Volvo que só dava motivo de prcocupação_
'ìi' despesa"_ Trata-se quasc sempre de uma fal.:icia_ Con- Segundo, seria útil confrontarmos o indice de gra-
'- _ t.,._
.r . _..-_ forme Nisbett e Ross ressaltam, um carro que só dá des- duação “superior a 50%” com o indice de graduação de
.`;'*`fL'Eì'a€t pesa muda muito pouco as cstatísticas de frequéncia de todos os alunos nas rnesmas ìnstituiçães Se o primeiro for
t__
'1_j
_- reparos. significativamente menor, os atletas ainda cstarão rece-
'_': Assim, para avaliar um repertzirio de e><emplos, é mui- bendo tratnmento injusto. .
¿Ã : "
li* _ tas vezes nccessãrio considerar a _,|'ì'r'r¡tt(tt:'ift com que oeor- l¬`inalmente, e talvez o mais importante, esse argu-
1 :' _
¡it
:_ __ rem_ Do mesmo modo, quando um argumento apresenta mento não aprescnta nenhuma razão para acreditarmos
| -7
1 ___,
_.\' tasas e porcentagcns, a informação suplcmentar que deve que os índices de graduação de atletas universitarios es-
_ ci
J.,- ser obtida é o efímero de esemplos_ O roubo de carros tão de fato melliorrmrlo - porque não é apresentada nenhuma
_ -., __
-_' 11
t'r›ur_u.-onciio com indices anteriores.'talvez t'en'na|nos a im-
I 1. pode ter atitnentodo ein ltltt'It'›, toas, se isso signitlca que
til dois carros foram roubados em vez de apenas um, não pressão de que os índices de graduação dos atletas cram
- F3.
ìfÃf`."_ L _ houve grande nu1dan:;a_ menores; mas, sem conliecer os indices anteriores, é im»
1
_. .-Jl'
¡bl
Eis um último exemplo: possível dizerl
“,=_
_-¢¬,$
|"
Depois daquela época em que algurnas universidades 11. Procure contraexemplos
21.*
.-1
conhecidas como vcrdadciros celcìros de atletas foram acu-
_ __\". .i sadas de explorar seus alunos csportistas, deis-ando que Procure tcstar as generalizaçöes perguntando se ha
contraexemplos.
” Ver l ltmvmt l1tjE'ti'tti'i': 5tttttr'_eíi's foto' h`lir¦:'tt'r::i:t`it_es uƒbr›i'iirlƒriilet:tei:l
A Guerra do Pcloponeso foi causada pelo desejo ate-
`\ tl<`_n¡_;lewoo-.i L`lil`t`s, NI: Prentice l lall, 'l*JSt1l› li. (fl. Na verdade, eles cha- niense de dominar a Grecia.
:Í'-`-||:f- inam esse a¦'_eumento de “liomem que"; eu universalizei a e.\pressão_
É"~.f '_*
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- -- . _. -_ --- __» _ .¬ ____...._._.__.....¿._.¬,_..__..ï..-.›-


-1,.¬i.-._- ._
-1.-A
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.,- :'. 2'.
I- ;*"=Í'

'¡'-*_"”' H
` .¬1__;' .--
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.¬2i*j; /ir_çumo1ms com examples \ 23
;:. _. ' 22 \ A roirshruçño rin fr:'_q:r.I:w1:m

li '
'. 1.-_:
' a Europa, que ernpolgava os poderosos da região, foi o mo-
2' ' ;_=-. As Guerras i\lapoleonicas foram causadas pelo desejo
H tivo para os pactos de defesa mutua e outras intrigas que
de Napoleão de dominar a Europa.
f 1ïi§ì.f- . A Segunda Guerra Mundial foi causada pelo desejo detlagraram por fim a guerra. E os disturbios nacionalis-
ÉÍ '.
. I _. dos fascistas de dominar a Europa. tas, por sua vez, não poderìam ter sido causados por uma
1:-'›', ;.-
-L f
.:¬.:n - _.
PT == .
Assim, em geral, as _e;uerras são eau.-¬'ndas pelo desejo dominação injusta que estìvesse acontecendo naquele
pi,--¿ . . de dominaeão territorial. momento? Aqui, com efeito, você está tentando reinter-
,-¿._ . pretar o crmtmexemplo como mais um example. O que an-
Será, entretanto, que todos as ¿_†oe|-ras são causadas tes era uma crítica à sua conclusão se transforma em mais
it-' pelo deseio de dominaqíio territorial? Ou essa ggeiieiniixa- uma peca a comprtwá-la.Voeê pode lnudar, ou dei)-:ar in-
fãti"
'ler-7%. I tocada, ti torniulo-;ão do conclusão: soja como l'o1',agora
"'_ -.¿-.' - I qíìo vai muito alórn dos exem|:-los que ot`e|'ece?
Com eteito, existem eo|itrae><e11¬ip|os. As |'evo!uçoe:¬', entende melhor a proposiçño e está pre|_mrocIo para res-
et-ãiré” por exemplo, tem causas muito diferentes. As guerras ei- ponder a uma importante objeção.
Íìïf"'> vis também. Tente pensar em eontraexemplos também quando es-
=¡_
Se você for pensar em e<mtrae><emplos para uma §.',e-- tiver avaliando ar¡;umentos apresentados por outras pes-
neralização que queira defender, repense a ¡.;enera!i'/.a¢;ão. soas. Pergunte se as conclusües deiris teriam de ser repen-
Se o argumento acima fosse seu, por exernplo, você po- sadas ou restringidas, se deveriam ser abandonadas por
É.. 21:-_ deria mudar a conclusão para "As guerras entre Estados in- completo, ou se um suposto contrae)-:emplo podcria ser
js -. _ rlepe11n'oites são causadas pelo cieseio de dorninação terri- reeonsiclerado como exemplo. As rnesmas regras que se
torial”. Ate mesmo isso pode ser um exeesso de generali- aplicam aos seus argumentos se aplicam aos argumentos
zação, mas, pelo menos, e mais defensávcl que a Versão de qualquer pessoa. A única diferença é que você mesmo
original. tem a chance de corrigir seus próprios excessos de genc-
1_å'_`¬i
_-1 Outras vezes, você pode por em discussão o suposto ralização.
-J;-15 ¦. _ =
'.“.~=._=±'!r. . eontraexemplo. A Primeira Guerra Mundial, alguém po-
fs j.;_-ff,--.
_ ¿__,_¿.
.= ff-ff":" i deria objetar, parece ter sido causada não pelo deseio de
12-.,a`-I--` , dominação territorial, mas por uma rede de pactos de
-._r.-1 H,
defesa mutua e outras intrigas políticas, pela inquietação
das altas classes europeias, pelos disturbios nacionalistas
F” .' _' na Europa Oriental, e assim por diante. Diante desse
`:--<'?*'._ _'
exemplo, voce poderío, evidentemente, desistir por com-
=-ãlull - ' pleto da sua proposição ou enfraquece-la ainda mais.O1.|-
¿ag .
;_,›2' .
i
225.@. i tro modo de reagir, porein, e argumentar que o suposto
eontraexeinplo na verdade corrobora a §¿,e|1eraìi:¿acão. .f\l`i-
2;, _
`-¿fs f ._ '.
-_¬-.=.
--¿Wi - nal (voce poderia argumentar), o desejo de dominio sobre
-.í;'.=yL_ - |
;--_-9 ' '_
Í='*.-|ii'¡
-`.`<|| I
.1:.'=--;','
|_\.¿¡=.-I» ,-¬r,.¬.¬,._._.......,¬f,¬-«-_-›--__..¬_-¬-...-,,._._.-..... .- _ _.. .. .---_.-.-.-_ ...-....-.-H-.-.....¬_._,¬...,¢-_
_ __ ,.,,.,.,_,.,.,,.,.....-.¬.-
1-1==.'¬'.'!` -- - -~-~¬ -------¬-----~ -- ---|-¬...---.-,¬|-.---.............-._ ... . ~ ¬ - - ..._¬¬..._...,............¡_--.---›-.....=-- '
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HI. ARGUMENTOS PoR ANALOGIA
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Existe urna exceção à Regra 8 (”Dê mais de um exam-
plo”}. Os nrgumeiites por mmlagin, em vez cie oferecem vá-
rios exemplos para t`undamentar uma g¿enei'a1i1aat;ão, par-
tem de um caso ou exemplo especifico para Falar de outro
.- ›
,gs
;1«±. _-
-__-
exemplo, ponderando que, porque os dois são semelhan-
Lf c
tes sob muitos aspectos, também são semelhantes sob um
aspecto mais especitìco. '
'.'3`.»-1; |
Por exemplo, eìs como um médico argumenta que to-
"-=s'\-- '
tg '› `
dos deveriam fazer check-¿tp regularmente:
__ ||
3"" ,I
As pessoas levam o carro para a manutenção e revisão
completa a intervalos de alguns meses sem reclamar. Por
'1
I que não teriam o mesmo cuidado com o próprio corpo?*
--.-:if
,_ ›
-*_ .
äín'
¿É ,

i I Esse argumento parte do principio de que fazer check-


f:Í\- np reg;.1larmente Ó semeflirmtr' a levar o carro para a ma-
Í.ì=,='
._¢ -4.I1s nutenção periódica. Os carros precisam desse tipo de
.ui
atenção - do contrario, problemas mais serios podem se
instalar. Ora, diz o dr. Beary, nossos corpos também são
assim.
sia;
'32
.H-:H
.ƒfi
= *` l)r_ john lìeary ill, citado em "News You Can Use", U.S. News
g-,I-¿_ mm' World Rf›porr, ll de agostt=de1*JS6,|a.ú1.

1-.1.1
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__¬ -_ /lr_<.;1oim:|fos por mmlegia \ 27


2o \ A ronsfrnoìo de frijgrtirivima
'$1 -` 5
As pessoas sabem que devem levar o carro para a ma- Nordvvell afirma que tem tanto "direito" sobre a Italia
¿gg
__*
_ nutenção e um ciieck-:.fp periodicos (senão, podem se ins- quanto Colombo tinha sobre a América. Mas, 6 claro,
L_
__¡`
_ talar problemas mais serios). Nordwell não tem nenhum direito sobre a Italia. Portanto,
O corpo humano é semeliimrte a um carro (porque o Colombo não tinha nenhum direito sobre a América.
_,.¿. corpo humano também pode apresentar problemas se não
-tt '_
É-'E'-" |'o|' examinado periodicamente)_
-_ Portanto, as pessoas também devem se subrneter a
Nordvvell não tem nenhum direito de reclamar a ltá-
-ta=
_? - lia para outro povo, menos ainda "por direito de descubri-
.l- 1. ._ \ i check-ups e ”mam1tençñes“ periódicas. mento" (uma vez que a Italia é habitada ha seculos por seu
Ã'-ii-F2'
ar-~_-__-,_
jr. - Lï-_ '
- prúpriti povt 1),
j .,:.11 Note o italieo na palavra "semelhante” na segunda A pretensão de Colombo sobre a Aiiiérìea ”po1'direito
_-1-'. ¡Í-_=; ›_ _ de descobrimento" 6 s¢'meUm.'1tr à prctensño de Nordwell
premissa. Quando um argumento enfatiza a semelhança
¿ ¿Él entre dois Ca:-ros, nìuito provavelme|¬| te trata -se de uni ar- sobre a llalia (a /\n¬uÍ~riea lannbeln era Iinbitada por povos
Q Ñ; "I
nativos havia sc'-culos).
L1: _.
_. '1, _
gumen to por analogía. Portanto, Colombo não tinha nenhum direito de re-
'1, sf - . Eis aqui um exernplo mais complexo. clamar a America para outro povo, menos ainda "por di-
.rn --
reito de descobrimento".
.¬`*` -- -E5 111' ` Ontem, em Roma, Adam Nordwell, chefe da tribo in-
.H ¦_ä:¿¡:_.
,- nf __ . d igena dos chippewa, pro tagonizou uma cena inl-ercssante_
Como deve ser feita a avalìação dos argumentos por
Ao descer do avião, vindo da California, paramentado da
'-I'É-?_'j"7f
cabeça aos pes segundo os costumes tribaìga, Nortìwqll analogia?
¡ Í- -¬ li- Ã,
__.¿¿`-;-.^-" anunciou em nome dos povos indigenas americanos que A primeira premissa de um argumento por analogía
._
1 taz uma afirmação sobre o exemplo oferecido como ana-
||. :.
'*-.gh
3 \ i estava tomando posse da Italia "por direito de descobri-
i -' ,
mento", a exemplo do que fez Cristóvão Colombo com a logia. Lembre-se da Regra 3: certifique-se de que se trata
-s. ,t .- i1 America. "Eu proclamo este dia o dia do descobrimento da de uma premissa verdadeira É verdade, por exemplo, que

1'. ='=_'{ Italia", disse Nordwell. "Que direito tinha Colombo de des-
-1-› .-; '_ i os carros precisam de manutenção e checapes regulares
¿il-2':
.»_~_ _ I cobrir a América quando ela já era habitada havia milhares
- de anos? O mesmo direito que eu tenho, hoje, de vir a Ita- para impedir que problemas serios se ìnstalem, e ó ver-
É'j-*li
lia e proclamar a descoberta do seu país”. ` clade que Adam Nordvvell não podia reclamar a ltália para
_-_-¡gq _ _ _

.-'.".á'
. '
os chippewa_ '
.EW
:<ɦ,',,"1 __
Nordvvcll quer dizer que a sua ”descoberta" da Italia Nos argumentos por analogia, a segunda premissa
`v?.~.<_ -
.rm é seruellmiite ã "descoberta" da América, feita por Co- afirma que o exemplo da primeira premissa é scmelhante
lombo, em pelo menos um aspecto importante: tanto ao exemplo a respeito do qual o argumento tira sua con-
t
Nordwell como Colombo reivindicaram lerras que la eram clusão. A avaliação dessa premissa Ó mais difícil, e pede
habitadas por povos nativos havia sóculos_ Sendo assim, uma regra só para ela.
5;§«Í†"¡ ¬
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12. A analogía requer um exemplo Nordwell dá a entender, porém, que essas diferenças
,_¿,,-¿_¿_:,._ '_-_
-_-i:=-; _- `- cuja semelhança seja pertinente não são pertinentes para sua analogia Ele quer simples-
iffrì- _."-
_¿:§_ -, mente nos lembrar que não faz sentido reivindicar uma
_ _ -;¿¡1'
-::F¿-¡_=iJ;_ _?
_
As analogías nao exigem que o exernpto U†'¢;1-GL-it-10 terra já habitada por um povo. Não importa se o territo-
-__!};- _._
.ft-:,_j¬_ < como análogo seja c.rotamr.fite igual ao exemplo da con- rio é conhecido dos estudantes do mundo inteiro, nem o
--x Í _";
clusão. Afinal, o corpo humano não Ó igualzinho a um modo graças ao qual o ”descobridor” chegou lá. A con-
___ carro. Somos feitos de carne e osso, não de metal, dura- duta mais adequada teria sido procurar estabelecer rela-
_ ,,.B-'t_ 2 mos mais, e assim por diante. A analogía exige que a se-
: cöes diplomáticas, como tentariamos fazer hoje se 0
_ melhança soja pe."†im'ute. O material de que são feilos os territorio e o povo italiano tivessem acabado de ser des-
--_-1:.-
'~_-~1: '-_' 1-;_ carros nada tem a ver com aquilo que o dr. Beary pretende
'¬-'if-Í* `›i`\' --I: :_ ' cobertos. Esse é o ponte de Nordwell, e, entendida dessa
f
¬_. 21.
-¦:'-I'-r 'L : dizer; o argumento dele trata da manutenção de sistemas
- at:-t _
_ maneira, a analogía dele resulta num bom argumento.
af `¢`(¬.
complexos_ Existe um famoso argumento que lança mão de uma
`l nl ,Y .J
Uma diferença pertinente entre nosso corpo e os car- analogia para tentar defender a existência do Criador. Po-
= = _ '- =,»_›_-'_=-_- 1 ros e que o corpo humano não precisa de “manutenção” demos inferìr a existencia do Criador a partir da ordem e
xa
1-- __ r periódica cio mesmo modo que os carros. Estes precisam
que cortas pecas sejam trocadas ou reabastecidas com flui-
da beleza do mundo, alega esse argumento, assim como
podemos inferir a exìstôncia do arquiteto ou do carpin-
dos: troca de óleo, troca das bombas ou da transmissão, teiro quando vemos uma casa bela e bem construida.
F Í'-2"*
coisas desse tipo. O corpo humano não. A rcposição de Posto na forma de premissa e conclusão:
.r;¡;'f
'°=.i1.= _ pecas ou de fluidos Ó muito mais rara e envolve cirurgias
_'f'¡f,
t. *--
.*1 "S5 _ ou transt`ustÍies de sangue, e não “manutençoes” periodi- Toda casa bela e bem construida tem seus "constru-
IF Ji
Iv É'

a
_
cas_ Não obstante, provavelmente Ó verdade que precisa- tores”: projetistas e arquitetos inteligentes.
Ã
mos de checapes periodicos - do contrario, podemos de- O mundo e scmrllmfitc a uma casa bela c bem cons-
;. . __
_- .s '_ senvolver problemas de saúdc sem nos darmos conta. t1"uida_
' ì9.'›|I¦
Portanto, o mundo também tem de ter um "constru-
Portanto, a analogía do módico e apenas parcialmente
tor": um Projetista c um Arquiteto inteligente, Deus.
bem-sucedida_ No que diz respeito 51 ”tnai1utem;ão", a
'-¢¬..- ,\_. ._¿1t' ›=¬I_- __:-__¿-¡_-¿___- analogía e canhestra, mas convincente com respeito ao
:_~¿_»;-'ä'.__';¿-¿._sr.
._;.; Nesse caso, também, não e preciso apresentar outros
¿ -'.
. .'Í
checape_
_t.-. ;†_¿
-str- '
exemplos; o aigtiinento deseja enfatizar a semelhança en-
Do mesmo modo, a ltrilia do sóculo XX Ó diferente da
tre o mundo e im: exemplo: as casas.
_____:
-És_., Í _ América do sóculo XV. Qualquer alnno do seculo XX sabe
-¿ati?
Porem, não Ó tão claro assim que o mundo tenha se-
ï=_`f¿f:ï - da existencia da ltãlia, por exemplo, enquanto grande
melhaneas pertinentes com uma casa. Sabemos muita coisa
parte do mundo do seeulo XV desconliecia a América.
sobre a origem das casas. l\/las as casas fazem porte da na-
1'-ÉL?-2,? Nordwell não ti um exploradol', e um avião comercial não
_ hitem *%_||\t-mo-:,:-l'|~|lv;|o1<-lite,muito|¬o1|:-or-iolwe:1estru-
'-'=-till | Í' ti Hrilllri r\-'ltH'Í:l,

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Iitl \ .fl ronsƒriroio de fin_†:om'::lo
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_=_-,.,-
\ J,-
_ '-Q-:_ _
IV. Aaouivaawros DE Auroramos _
3; tura da natureza como um todo, ou sobre quais podem ser
_ ,_ -23- _
_..
suas causas. David Hume se debruçou sobre esse argu-
- _=."_;,-'í-
mento em seus Diálogos sobre fr f'f'ir`gr*.-iii mmrml, e perguntou:
il 1' ;
5 -I ._¬`|:
._ -. ._ Conslituirá uma pm' da nalureza regra para o
ft .';?- _ todo?__. Pensemos na imensidão do passo que damos
-'u-12; _ I t]'L1{'IÑl,'l¦`| t_`Íll'l"lP<Í'I|`(ll`l`l('*2¬ U |›,|l`ll\'L`I'§-il! Il |.¦l`f`IL`l CÍIHH L', Llfffiäíl HL"
_± 1.- _
:J: meihança entre alguns aspectos, inliramos uma seme-
..¦-12 '
__...-_..
ig. lhanca entre suas causas... Sera que uma desproporção tão
G 1' _
grande não ilnpede toda eompa|'a¦;ão e toda inI'ere1¬u_`ia?*

__+.`_,¿
7' - *_:`;` Ninguóm pode, por experiôneìa dìreta, tornar-se mn
._'
ft.` .Lg _ . U mundo dillwe de uma casa pelo metros <'n\L|m.1s
especialista em todas as coisas. Não podemos degustar
pecto: a casa faz parte de um todo maior - o mundo -,
"¬=_¿ .I -,-_-¿_- ¦ todos os vinhos do mundo para saber qual 6 o melhor.
i E? .-1 .- enquanto o mundo em si (o universo) ó maior que tudo.
Não podemos saber como foi, de fato, o iulgamento de
Assim, Hume diz que o universo não tem semelhança per-
t-M” 1- :'r_'.'_*. .
Sócrates. É improvável que saibamos, sem intermediarios,
I: _
tinente com uma casa. As casas, de !`ato, sugcrem a exis-
o que está acontecendo na cíimara cios deputados, no Sri
- Ã -._.; ' tencia de "construtores" fora delas mesmas, mas, até onde
Lanka ou no espaço sideral. Para isso, dependemos de ter-
Iig ›¬ sabemos, o universo como um todo pode conter em si
ceiros - pessoas, instituicöes, obras de referencia, que go-
.L` mesmo sua propria causa. lìssa analogía, portanto, resulta
'fi
zam de condiçües mais favorriveis para nos dizer boa parte
num argumento canbestro. Provavelmente, sera preciso
do que precisamos saber a respeito do mundo. Precisamos
alguin outro tipo de argumento para que se po:-:sa inferir
'¬<.'ig..`“ _ _ de algo que se chama argtmrento de mttoridadc.
a existôncia de Deus a partir da natureza do mundo.
!-.' -'_'il- =:'.- 1
ff." ,\-
. Xufuma fonte especializada) dizY_
:'_,'-_å'=§ _ _ Porta n to,Y E- verdad eiro_

Por exemplo:

Meu amigo Marcos diz que os vinhos gregos são os


f.- _
R1 melhores do mundo.
Portanto, os vinhos gregos são os melhores do mundo.
1-; ¡ _i--Í
if?
;. r I... ,_
Mas confiar em terceìros pode ser arriscado. Todos
1
i lì.1\'id l l1|11ie,H:}ilo_t;ms t_`o:io'i'.'::`n_\; NfmrmiRrligrort1217711; reini- tem seus vieses_ Supostas autoridades podem nos induzir
-'.'f_-'_¬| `
L`:“.§fr,, _ `
..¡g.à\:¦¿. ` t_ pressño, lndianripolis: l laekell Publishing Company, llìtštll, Parte ll.
› ¿ _:'
'céïå'
,_1,-=. -- _. `-_
_ -Ãlåëìl fl: Í.
--'as
- ___.. ._--___..... -.__.__.____._¬ ___ ......_....._._.........r¬,...¬-___..- . - --¬----¬-_--_-----_-_-._...__.-..-.¬..__ - - ---_-.-.--_--;--¬--¬|›-----~'~¬r-'¬ ' -1 " " '=¬¬¬¬¬v-›^- ¬ |¬| « - :--=-------¬---1 -››--*-=- -› - - -~------\¬'=~ ›-- 1 --¬'-\-*--------v-fl-I›--'Q
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e. 1-
-;› -
"` ¡I _.:--~
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/lrgritiietiƒos ¿lr rmforirlorfc \ 33
32 \ fl ro:istr:n_'›io iio oi;ernm'.-:lo
=1@
'_š'i_f~'_=~'t†~*i ~t
šr sim:
a erro, ou podem elas proprias estar enganadas, ou po- Carol Beckwìth, em "Níger's Wodaabe” (National Geo-
_§',ï_._, dem ter deixado passar em branco partes importantes do gimiliic 164, n'I 4 [outubro de 1983]: 483-509), relata que
:fi-
..!±¡Li
"_:f-t_- quadro geral_ Mais uma vez, temos de observar uma lista entre os povos fulas do oeste africano, tais como os wo-
ik" _ daabe, maquiagem e vestuario são, basicamente, assunto
de pre-requisitos que todo bom argumento cie au toridacle
de l'ioiTIern.
_=¡
precisa satisfazer.
“It Â
__-' §fr'¦_ 1_-_
.¡ __ 13. Cite as fontes Os estilos de citação variam - pode ser necessário um
sr -I
. 'ti-;*_.-,
' manual de estilo para encontrar a forma adequada aos
...ir-
As afirmaçoes factuais que não contam com outra seus objetivos -, porérn toclas incluem as mesmas infor-
'ut' I
forma de defesa podem ser Iundainentadas fazendo-se re- maçöes básicas: o suficiente para que as pessoas possam
ferencia às fontes api¬opriadas_ Algumas afirmaçöes factuais, encontrar a fonte sozinhas sem dificu1dade_
."?`¿
;§¦“-'\. Ó claro, são tão obvias que não precisam de nenhuma fun-
ii
” \:- _
_.. clamentação_ Normalmente, não ó necessãrio provar que a 14. Busque fontes abalizadas
-.v
'_
É :I-'_ __ populacão dos Estados Unidos ó de mais de 200 milhoes As fontes devem ser quolificadas para fazer as afirma-
T?.-`:_`
I-›-Í ou que julieta amava Romeu. Entrctanto, para citar o nú- çöes que fazem. O Census Bureau está qualificado para fa-
_ _-:of-1.-;
_,__;__.__1
F ii-r mero exato da população dos Estados Unidos ou, digamos, zer afinnaçöes sobre a demografía americana. Mecánicos
“I ¿.`f::
7-'_~Íì.-_ a atual taxa de crescimento populacional, ri preciso, sim, de automóveis estão qualificados para discutir os méritos
recorrer a uma fonte. Do mesmo modo, ao afirmar que de diversas marcas de carro; médicos estão qualificados
r
¿gt
julieta tinha apenas quatorze anos, devemos citar algu- para tratar de assuntos de medicina, assim como ecologis-
%;%.¿ mas linhas de Shakespeare que confirmem essa afirmação tas para falar dos efeitos da poluição sobre o meio am-
¦:l'-Í5 biente; e assim por diante. Essas fontes são qualificadas
Ni-\( ll
'g _»-_ porque possuem a formação e a informação apropriadas.
Uma vez, li que existem culturas nas quais maquia-
'ft Quando a formação ou a informação de uma autori-
gern e vestuario são, basicamente, assunto de homem.
É-ir dade não forem suficientemente claras, o argumento de-
,_ _ Se o tema em pauta for até que ponto homens emu-
verã explica-las de maneira sucinta. Por exemplo, talvez
-Tvšx
seia necessãrio estender o argumento citado na Regra 13:
“Ã lheres adotam, em todo lugar cio mundo, os mesmos pa-
_-1'
»_:`;4l!,
`¿Í.__-Í-I|._ peis sexuais vigentes nos Estados Unidos, esse ci um Carol Beckwith, em "Niger's Wodaabe” (Natfoimi Gea-
I___,i'-J`.~=r_, exemplo pertinente: um caso digno de nota ein que os pa- ginpliir 164, rr? 4 [outubro de 1983]: 483-509), relata que
siii póis sexuais são diferentes. tvlas, provavelmente, não se entre os povos iulas do oeste africano, tais como os wo-
H:
11;'
` '*I¦ _ trata do tipo de diferença que voce conbeceu pessoal- daabe, maquiagem e vestuario são, basicamente, assunto
F .
de l1omcm_ Beckwith e um colega antropólogo viveram
mente. lìira que o argumento prevaleça, Ó preciso procu- com os wodaabe durante dois anos e obsenfaram muitas
.I 1
rar a fonte, verifica-la e cita-la.
__
JF ¦
¬ se
rn-_=.
!¦_-'\¿=
J.
É;__i§;l
L¬--tr
f._ ã.'l"
1'-¿l
Z 7 ¿ff _;¡--e'r¬,--¬ -_- †-_-v -(Jr.-_*"'ij G _ _. _|†'-.- .if -'-:rTi-'--- -- -- -- -1;---_†. . _ ---- --_---=| -_¡ -- _._....1.¦1_TI,:,r....-..-_._._...._.........,...__._¬____.._ _ __ _. ___.. I_ _ ' in
¬
3 Jl ` I

1
-“'_\2-_*

-L
3*- ._
¡_ Argiiiiiciitos de aiileridnde \ 35
'lil _ 3-'l \ A coiistritçiìo rio iirgiiiiit-:iio

i-ass'"51
se .=! ='='~I tanto, as aulas da Topheavy raramente prornovcm uma
gg daneas para as quais os homens se preparavam mediante
troca livre c entusiástica de ideias.
iii lonffo
s trabalho de adorno, inturas faciais e bran Q uea-
mento dos dentes_ (O artigo dela também traz muitas fo-
tografias.) As mulheres wodaabe observam, comentam e Nesse caso, os alunos são as fontes mais abalizadas.
'tii
f ' escolhem os parcciros pela beleza - o que, para esscs ho- Note que as autoridades em determinado assunto
mens, é algo natural. “Nossa beleza faz as mulheres nos não tëm necessariamente base para falar sobre todos os
_ quererem”, um deles dir.. assuntos a respeito dos quais emitem opinião.
Einstein era pacifista; portanto, o pacifismo deve estar
Uma pessoa que viveu com os wodaabe durante dois
eorreto. _
_L _ _ ._ anos está realmente qualifieacla para descrever seus liaibi-
_, ;¬-.`- _ tos e costumes. Observe que, além disso, a pesquisadora /\ genialidade de Finstein na Iisica não taz dele um
_
,_ _ l
cita as palavras deles -- pois Ó claro que, em última ins- goiiio ein filosofia política.
-31*- Í" .. _ . . .
_ tancia, as melhores autoridades sobre as praticas vvoclaabe As vezes, ú claro, teinos de confiar em autoridades
são os proprios wodaabe. cujo conhccimento é melhor que o nosso, embora não
Uma fonte abaiizada não precisa se encaixar no nosso seja perfeito. Por exemplo, os governos ou outras fontes
' estereotipo de “autoridade” ~ e uma pessoa que se en- às vezes tentam restringir nosso acesso à informacão so-
j` Caixe ein nosso estereotipo de autoridade pode nem ser bre o que está acontecendo numa zona de guerra ou num
uma fonte abalizada_ julgamento po1ítico.A melhor informação que podemos
1'? ' obter pode ser fragmentária - por intermédio de organi-
I ¡IE '_ '_
¦\'Ãt'II
. ¬ I' .
zaçöes internacionais de direitos humanos como a Anistia
O reitor Bernard, da Faculdade 'iopheavv, disse aos Internacional, por exernplo. Se você precisa da interme~
___-giš __ '
- país e reporteros hoje que as aulas da'l"oplieavy promovem
i-;_1=;; -¿_ rr -_-_ _ .. _ _ _ diação de uma autoridade cujo conhecimento é imper-
.ni-¬f;..=__ uma troca livre e entusiastica de ideias. Portanto, as aulas
de'liiplieavv realmente promovein uma troca livre e entu-
feito, não faça de conta que esse problema não existe.
'=¡;ï-"_r"t= :Í:-ff' ..
_-
. . . _' .
siastiea de ideias. Deixe que seus leitores ou ouvintes decidam se urna au-
jšåfiig
1-. ' .“ _- toridade imperfeita é melhor do que ncnhuma
O reitor de uma faculdade pode nao saber quase nada Finalmente, cuidado com supostas autoridades que
pff,1*: - do que acontece nas salas de aula. alegam saber aquilo que não haveria como saber. Se um
-,-1.''_~.-;'.=~L_=i
'_=-" '¦.
_ livro afirma ter sido "escrito como se o autor fosse uma
\` '_ sn-1: mosquinha pousada na parede da sala mais vigiada do
_ A tabulaçao das avaliaçoes dos cursos leitas pelos cs l°entãgono"“`, você poderã, com razão, supor que esse
film I I tudantes nos últimos tros anos, elaborada por um comité
de eertiticacão, mostra que apenas 5% do total responde-
* Propaganda na New York 'Hiiirs lšoriir Rwirw, 9 de dezembro de
..\ ram "Sim" quando se perguntou se as aulas da lìipheavv"
?'i ll
` -t`i_v_- _ __ 1984, p_ 3.
promoviam uma troca livre e entiisizistica de ideias_ Por-
_lï¡.i=¦
1:.--tar.
›¡ ›i_--¦- _
-,sn-¡_
-'I
I __-:|_<iÉl| _ ._ - __ ~7 - - - 74±¢_,,_¬,.¦,.,,..,.__...._ .._......;.......-- -- -_ .--- ...--.-. -..._-› _.-----4 ------- -~¶.¬”,,“1f†*
_ __ _¬_ :__ ___ _ Í-_ ___ f _-~-_Í..._¬,__- _ -¬ __ -------_í›----›------~i-i¦-¬----------*'-- ._ "'_!'!_*-'P --'¬--Fri-'_;2iI*-*-'f' 'I'---¬¬_¢'Tt§. Y " "" rr-1 _ _
Í'-¡-1". _

= -Í I--` _

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H

___
¿gi _ _
/tr_q1mit›mes ríe axftaridndc \ 37
1,; _ 3h \ A n=ii_<li'noì:r rio m'_\_frui:wtfo
ias
1.

_-,il -Ii-'.~ -~ . países que ele apoia ou combate. Não se limite a grupos
Íilåãè -ÃÍ*-“f”" livro esta repleto de conjecturas, tofocas, boatos e outras
-sr, que são partidarios de um dos lados de um importante de-
._:;_'¿,__ . .
inforinaçoes não contiáveis (a não ser, é claro, que o au-
bate público para obter a informação mais rigorosa sobre
;;_|._ -_ __
tor re-aline|1te_,›'ì›s:=t' uma niosquinha pousada na parede de
esse tema. Não se limite ao fabricante de um produto para
ae»
uma das salas mais vigiadas do Pentágono). Do mesmo
FE'- obter a melhor iníormação acerca desse produto.
Í-ii* modo, os inoralistas religiosos declaram muitas vezes que
certas práticas são erradas porque contrarias 21 vontade de N.r'\UI
E _
i
t
Deus. Poderíamos responder a isso dizendo que as pes- Os anúncios das pilhas Energizer alegam que a Ener-
;. 12:-_-“_-_
_ ` L :_ soas deveriam ter um pouco mais de cuidado ao por pa- gizer e consíderavelmente melhor que as outras pilhas.
1' '¿_-_-_ .:'
3-___" ;§ -__' lavras na boca de Deus. Não e facil identificar a vontade Porlanto, a Energizcer e consideravellnente melhor que as
1-
-
divina, e, se Deus tala tão baixinho, é fácil confundir sua outras pilhas_
:_r
_,,¡ ___ _
"voz mansa e delicada” com nossas pn'›pn`as visoes pessoais_
' -Fry _
__ f _ _ _
. As fontes devem ser imparciais. As melhores infor-
wi ..
.¬:'- 15. Busque fontes imparcìais maçöes sobre produtos comercìais vôm de revistas inde~
Í-É"
ì_-"``1l_* ¡`_-_¡y¡-ej". -ïåfirå.
'-ï¬':- ` -
pendentes dirigidas ao consumidor e dos órgãos encarre-
›.
_"ff
' f±~za-
_ Normalmente, as pessoas que tem mais a perder gados de testá-los, porque não estão associaclos a nenhum
'É'«"^¡1-Ó".
-_ I». '\`r..;¿_`;:-
'
i numa disputa não são as melhores fontes de informação fabricante e devem satisfação aos consumidores, que es-
f .r ' sobre o assunto em pauta. Ãs vezes, elas podem até
_ peram a iriformação mais precisa possívei.
mesmo não falar a verdade. A pessoa acusada num pro-
Li.1 cesso criminal é considerada inocente até que se prove SIM;
*sì
-1-1 _- sua culpa, mas dificilmente acreditaremos por completo A revista Corisumer Reports testou uma serie de pilhas,
na sua alegação de inocencia sem a contirmação de teste- em praticamente todas as situaçöes de uso, e não descobriu
=;s `f ':- - ` díferenças significativas entre elas (ver "Who Sells the Best
a1 1' rnunhas imparciais_ Porem, até mesmo a disposição de
in-._-' Cel]s?", Cmisrmier Reports, dezembro de 1999, pp. 51-3).
_-;¬'¬'~*J-i.-1¡.':-_
I . uma pessoa de dizer a verdade, tal como ela a ve, pode ser
157' Portanto, a Energizer não é consideravelmente melhor que
- insuficiente. A verdade, mesmo do ponto de vista de uma as outras pilhas_
FET
pessoa sincera, pode ser tendenciosa_ Tendemos a ver o
/sr'-_ que esperamos ver: observamos, lembramos e passa mos
:IE -_ `
Do mesmo modo, prestadores de senfiços autónomos
¿L 1 odian te as infonnaqoes que apoiain nosso ponto de vista,
if
'¬ 1
e mecánicos são fontes relativamente imparciais de infor-
mas não temos a mesma motivação quando os indicios
il¡'.§`«?;s-
si 'Í mação. Uma organização como a Anistia Internacional e
è-.-|_.. '_'I_ _ - apontam para o lado oposto. uma fonte imparcial sobre a situação dos direitos huma-
Não se limite, portanto, ao disctlrso do p¦'esidente se
nos em outros paises, porque não apoia nern combate um
o assunto e a eficacia das políticas adotadas em sua ad-
governo específico. Em assuntos de política, desde que as
'-;_-;, -¡:
Ii, ministraqão. Não se limite ao ¿_¬_overno como melhor fonte
"l'§.f"iIá '- discordãncias girern basicamente em torno de estatisticas.
-fiar . de in!"or1nacão sobre a sit-uação dos direitiis humanos em ›

lë!':¦|"!'l i

=;'.t¦=“§ _"-. P f r | 'f_I


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..,.,.,..¬....._.».-
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4:4.- /lrgxiiwrxlos de rmforíflndcl 39
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1
*i:ir 33 \ fl o›:1smiçf`:o¦lmi:;emi:w|lo
_'¿\f`}._¬_
-
$15;- plo, e, em principio, não e dificil verificá-la. Mas, quando
procure os iirgãos governamentais independentes, como
2-;›¡-,~___
-' ; os assuntos são mais complexos e abstratos, ó mais dificil
aqtleles respolwstìveis pelos censos, ou estudos acudeini-
« -.at_' encontrar autoridades que concordem. Quando se trata
4 cos, ou outras fontes autónomas.
1-' -¿_ __; -_ de questöes filosóficas, nem sempre é fácil citar alguém
¿E _ Certifique-se de que a fonte e realmente independente
F: ' ¿'15 '- como especialista incontestável. Aristóteles discordava de
¿S*_ e não apenas um grupo de in teresse que se esconde atrás
_ -`\
__¡š_†:._ _ Platão, Hegel de I<ant_Vocô pode, portanto, usar es argu-
__"__`ä de um nome que parece independente. Procure saber
mentos deles, mas nenhum filósofo se deixará convencer
_ -`.'å:_
'-5911. 1
quem a financia; consulte suas outras publicaçöes; verifi-
se você se limitar a repetir as conclusöes de outro filósofo.
que o teor do relatório ou livro citado. No mínimo, tente
.ts -
i '.F-'¡!. confirmar por si mesmo toda afirmação factual citada de 17. Ataques ¡aesseaìs não
. _ _
"* _, urna Fon te possivelmente tendenciosa. Bons a|'g|_m1enl'os
F -H-:-1.--' *___ clesqualìfìcam uma fonte .
T' ea;-_=-¬.: _
. _ _-
citam suas fontes (Regra 13); consulte-as. Certi1`ique-se de
'_
¡'sï+'r=ï"-- -
-;†nf_~í-^ - .
` que a informação esteia citada corretamente e não esteja Supostas autoridades podem ser desqualìficaclas se
"*-à __ .n'- -'J . -
deslocada de contexto, e verifique se não ha outras infor- não forem abalizaclas, ìmparciais, ou se não l-iouver um
.....i_t_____
_
:_
K -
-
.,

maçoes que poderiam ter a ver com o assunto. So então mínimo de consenso entre elas. Mas outros tipos de ata-
t
,i Í-' voce poderá citar essas fontes. ' que contra autoridades não são legítimos.
Fi São as chamadas falacias ad homfaem: ataques contra
1'. fl|
16. Compare as fontes
5:@¿__¬, |
a pessoa da autoridade, e não contra suas qualificaçöes es-
¡
Í- É»`
1?' Quando os especialistas discordam, você nao pode pecificas para fazer proposiçöes acerca da questäo_ Se al-
. --¡_ __
___'
5-19» 1.

confiar em ncnhum deles isoladamente_ Antes de citar guém descarta uma suposta autoridade simplesmente
-ÍÉ->< _ .---
uma pessoa ou instituição como autoridade, procure ter porque não gesta da pessoa - não gesta de fundamenta-
certeza de que outras pessoas ou organizaçoes igualmente listas, ou de japoneses, ou de lesbicas, ou de gente rica,
- _

qualificadas e imparciais concordam com ela. Um dos ou seja la do que for -, está provavelmente cometendo esse
Jqíìq
pontos fortes dos relatorios da Anistia internacional, por erro_ l\'orn¬›aln1ente, nacionalidade, religião, preferíìncìa
'P T
*?~'†'il
¿L-_ _ sexual etc. não tem relação algurna com a autoridade de
' '.,_ - exemplo, e que eles normalmente são corroborados por
relatorios de out1'asorganizaçöes independentes que mo- determinada pessoa para falar sobre questöes factuais es-
Í'-... - nitoran1 os direitos lnnnanos. (Repetimos, eles muitas ve- pecificas dentro de uma area de especialidade.
;§?.'¦ _ _
èl .
zes ronƒlftam com os relatorios eovernainentais, mas os
1;-ag. ..i
governos raramente são tão imparciais_) NÃI 1:
Não e surpresa que Car1Saganafirrne que a vida ó
T_`”:irì“ As autoridades conver¡c_eni principalmente sobre ques-
possivcl em Marte - afinal, todos sabem que ele é ateo.
s _ töes factuais específicas. Que os homens wodaabe dedi- Não acredite nisso nem por um segundo.
cam p_rande parte de seu tempo ã pintura do rosto e ao
vestu'.i|'io e uma a|`irma±;;io factual especifica, por exein-
I'-1*." l

. --¬-_ _
v†,P._.?¬_.-,h.. -.¬
__ .-,..__.. _ _ .___
..;';㧿- -- _
Iaìn. -C-`-'-Í'~'_.'

,___._ _ __› :

-_
'rr
ållt
-lll \ fl mrislrnoìo rio rri;e:tinrofo
.il 1-

:1. +1
1`_; Sagan foi astrónomo e projetìsta de sondas interpla- V. ARGUMENTOS soma; c/«usas -
_ netárias e pesquisou profundamente a questão da vida em
__: _ 5% _- Marte. Embora também tenha participado do debate pú-
Éf blico sobre rcligião e ciencia, não ha motivo para acredi-
;-1.1'
sf. = tar que seus pontos de vista sobre religião influenciaram
Ís,-' -
_± .,." a±"-re-_
__; 4
' ¿-†,f:¬¦1. seu discernimento cientifico a respeito da vida marciana_
Se a conclusão a que ele chegou não lhe agrada, limite-
___
se a criticã-la de forma direta_
1

-¬--e
A-¿.-

_»- Frio provoca resfriado? Vitamina C evita resfriado? A


› vida sexual ativa e regular diminui a longevidade (como as
ÍÉ`1F_ì_ -
i pessoas acreditavam no passado) ou a aumenta (como
ia. algumas pessoas aereditam hoje), ou não faz nenhuma
_
2.'
.(__ _.'-
<.. diferença para a expectativa de vida? E os exercícìos regu-
_ ¬.|¦ -É-' -' lares? E o que faz com que algumas pessoas tenharn men-
-f
talidade mais aberta? sejam brilhantes? tenham insônia?
11 ~ filiem-se a esse ou ãquele partido?
Todas essas perguntas dizem respeito a causas e seus
lil
Ã
“11-
ti
,›1

te
-11€
respectivos efeitos ~ o que causa o que. Trata-se de.per-
guntas vìtais_ Se forem bons efeitos, vamos querer fo-
1.-'=|
I-jtåf' menta-los; se forem maus efeitos, vamos querer evita-los.
:até: '-
\'_¿'.*i_ ¿_ '_ . Äs vezes, temes de descobrir quem ou o que causou algo
si
para dar o devido crédito ou responsabilizar o culpado.
Fai 'I ›L-_
2- f,¿___¬,
'"`1-f
¡.21 Outras vezes, fazemos isso apenas para entender melhor
_? ¦_1:__-:_ - '
la
P' 1.1.
o mundo.
A prova que fundamenta uma afirrnação a respeito
de causas é, normalmente, uma correlação entre dois
-_; 1-1- eventos ou tipos de eventos. Suponhamos, por exemplo,
___* _ii? que você se pergunte por que alguns de seus amigos têm
-..¬L.\r
12;-f--te _ mentalidade mais aberta que outros_Vocô conversa com
Ltfià -
_5`. _.
eles e descobre que a maioria dos que tem mentalidade
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133-f*
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5 se -
1
Argrrrirrflrtas sobre causas \ 43
42 \ si conslmnìn «lo m3.;:ai:r'afo
-#5'
--
;¬'l« __ surpreendentes que nos mesmos vìvemos, ou no que sa-
mais aberta leem muito - estão sempre lendo jornais,
' “ ¬ EÍ1 _ bemos de nossos amigos, ou em nosso conhecimento de
-5 .:'l`;_`_ _`_
ten. obras literárias, e assim por diante -, ao contrario da maio-
' historia. Esses argumentos são muitas vezes especulati-
ria dos que tem visão mais estreita_Voce constata, em ou-
vos a mas isso também acontece com os argumentos mais
`å”_'›;-Éfii-›-'R '__,i
›_,' tras palavras, que existe uma correlação entre ler bastante
formais, utilizados por medicos e psicólogos. As vezes, e
--S1-_..-1 :'._-_--__- - e ter mentalidade aberta. Assim, uma vez que a leitura pa-
muito difícil saber o que causa o que. Este capitulo apre-
`\- R
rece estar corrclncionaah com uma mentalidade aberta,
'iv.3' senta diversas regras para argumentos sobre causas e for-

1; _ .;¿~
_ pode-se concluir que ler com frequencia leva a uma men-
:r_'_' ' nece uma serie de lembretes sobre as armadilhas que
talidade aberta.
_'¬°_`5_ _ podemos encontrar ao passar da correlação para a causa.
':_ Os argumentos que partem de uma correlação para
';±`._- _ cliegai' ã causa encontrara amplo elnprego na medicina e
18. Ešcplìque de que modo a cansa leva ao efeìto
ͬ.'
;›- -2 nas ciencias socials. Para saber se um cafe da manhã com-
pleto melhora a saúde, os medicos fazem um estudo para Quando raciocinamos que A causa B, normalmente
._'E11 ='__,=,t_
“I~_=f*¿:f descobrir se as pessoas que normalmente ingerem um acreditamos não só que A e B estão correlacionados, mas
se _ ;-¬-
-=-'-'s'- '._f*i=f:;- cafe da manhã completo vivem mais tem po do que aque- também que “faz sentido" que A cause B. Sendo assim,
se-:_=_:ï1_
=_?§ì§fÍ~'_ H
vw Lx
las que não o fazem_ Para descobrir se a leitura realmente bons argumentos não se lìmitam a apelar para a correla-
tende a formar pessoas com mentalidade mais aberta, um ção entre A e B: eles também explicara por que faz sentido
l psicólogo pode desenvolver um teste para verificar esse que A cause B.
-kit
- -'_f -_*,`¢='g'_-__`.
=f.a_ _-I'.?Í?__j
¬
tipo de mentalidade e uma pesquisa sobre habitos de lei-
_-_,_,_s - -
_¿- _¦_
._s¬
-11.
._
tura, distribuir os testes para uma amostragern represen- Nao:
-QE;
-_:§_v- -_ _ _ tativa da população e, então, averiguar se uma proporr;ão A maior parte de meus amigos de mentalidade aberta
Liìiå. ¬ _-__
_¬Lj1_':,'i \._- maior dos leitores habituais tem também mentalidade é culta; a maior parte de meus amigos de mentalidade me-
*l=i'?_É=I_1
.__g¿;§.g¡_ ___]¡'-_. _ mais aberta. nos aberta não e. Ler, portanto, leva a uma mentalidade
"L-.-.-
If, i_=_-<-;f--
- =L_1._1f._~_--_ aberta.
;$›¡r
-_ -'_-H.. Esse tipo de teste formal geralmente entra em nossa
='==_`IëE:_ã›-'_='- ~-
'H' - ÍI=` 7.
'D- 1* ¡lo 1 argumentacão como um argumento de autoridade: con- sim:
-_; - fiamos na autoridade das pessoas que realizaram os tes- A maior parte de meus amigos de mentalidade aberta
"-_?`ìli_l: ' _
_@-_'›i=ï '
:=¿.'-"_ '
tes, consultando seu currículo e seus colegas de profissão e culta; a maior parte de meus amigos de mentalidade me-
para nos certificar de que são abalizadas e imparciais_ No nos aberta não e. Parece provável que quanto mais lemos
|==_-r- = .- - mais deparamos com ideias novas e instìgantes, ideias que
ii-T¿._~,
";-1.1
_ entanto, ainda temos a obrigação de ler esses estudos de-
*_~†' 3".¬'=~1-.'-- -iI--.
\'.=¬l'i- nos deìxam menos seguros de nós mesmos. Ler também
..1.o'P_¿l -- - tidamente_ procurando fazer deles a melhor avaliação
possivcl_ nos retira de nosso mundinho cotidiano e nos mostra como
a vida pode ser diversificada e multifacetada Ler, portanto,
ië l - Nossos a|'¿_rurne|1_tos pessoais sobre as causas nor-
leva a uma mentalidade aberta.
__»
____af
_¡;¿¬_¦-É.*_›-_\_|_*,_|= __
_ ají malmente lançam mão de exemplos selecionados com
§mEì'_?4'É-"`-'
_ ,-›;

menos cuidado. l"odemos argumentar com base em casos
-fl; I '_ I
É-_-' Ãi=i '_ 5.
____-L1l__-
i'- Í'i
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--'.:- ~_l ¬
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_- * ~|-us., _L ¬__ r 1: :_ _ -
_ ___†-¬¬;-_-~ -7,",-_ --.- .-. . _-......_,_,__.,__.,..,.....¬..-._,_._._ ,______ ___ '“¬I'l"" _ ~'*^¬ _ _____ -- _ v_--~_ ----¢'_
~q-¦'g-¬---v--- ------'- 1_r f--\-u›-..--.......-.-.¬-.¡.¡,¡.-.-¬!......-._-..._...¬.... aa _ _ ..,. .....-_....._-›.....;¬¢_.¬ ___ ¬-¬.-. ~ -»_
_

ik \'-

nl-r /trgmncnfos sobre causas \ 45


-'l=l \ /l coi:_›¦tr:ir_-m rio fnga:irc:1fr›
±ï_ .-_ _
¡ r-
†'_¿ '¬ 19. Proponha a causa mais provável -
_ ip.-,f Í_1;,'_-_ _
Esse argumento poderia ser mais especifico, mas,
1” "_" Í' ^'
te _ mesmo assim, consegue estabelecer algumas ligaçees im- A maioria dos acontecimentos tem muitas causas
portantes entre causa e efeito_ possíveis. Portanto, não basta detectar uma única causa; e
Os argumentos mais formais e estatisticos ~ como os preciso ir além e mostrar que aquela é a causa mais pro-
que se utilizam na medicina, por exemplo - também de- vrívct É possível que oTriângu1o das Bermudas seja real-
í
5- _
vem procurar estabelecer ligaçöes entre as causas c os mente povoado por seres sobrenaturais que protegem
_¿,_ ._ efeitos postulados. Os médicos não se contentam com da- seus dominios da invasão dos humanos. É possfvel. Mas a
-Zeit"-'
¿_å,_¬_ _ __ dos concretos que simplesmente demonstram que um explicação sobrenatural é profundamente improvável
;<?
_ r`-\|
¡___ 'fl-=__ café da manhã completo esta correlacionado com uma comparada a outras explicaçöes provãveis para o desapa-
.'_¦r¦fÃ'* *I-_ _-
:.-;-_ boa saúde; eles também querem saber por que o café da recimento de navios e aviües: tempestades tropicais, com-
-ga: EÃÉÉQ
Í 5;'.'f_«'. manhã completo melhora a saúde_ portamento imprevisto dos ventos e correntes marinhas,
f _f'-_ ' -€ï'É<_`-
'_ ._ ' 4:;
e assim por diante (isso se existe realmente algo de estra-
-:`¬f' _. Os doutores N. B. Belloc e L. Breslow, respectivamente nho no'1l't€t|1¡;\,1lodusBermudas - lumbre-se da Regra IU).
if, 71'- _
do Laboratorio de População Humana do Departamento
;_ f. 5"? Somente quando essas explicaçöes corriqueiras são insu-
de Saúde Pública da Califórnia e do Departamento de Me-
`¿' -1 - _ __'
dicina Social e Preventiva da UCLA, monitoraram 7.000 ficientes para dar conta dos fatos e que devemos começar
ie” _ ¬ adultos durante cinco anos e meio, relacionando expecta- a pensar em hipóteses alternativas.
«É tiva de vida e saúde a certos habitos de saúde básicos. Eles Do mesmo modo, é possível que as pessoas acabem
..________
.-st descobriram que o café da manhã completo está correla- desenvolvendo uma mentalidade mais aberta, ou pelo
__-zi..-¡ _ cionado com urna maior expectativa de vida. (Ver Belloc e menos mais tolerante, simplesmente porque se cansararn
í ets
_,___=t -_
_ Breslow, "The Relation of Physical l-lcalth Status and
de discutir. Talvez elas queiram apenas ”dei:-(ar que cesse
Health Practices", Prcocntitfr Medicine 1 [agosto de 1972]:
U _
-'lftìrï É';-tr
¬ \"¡f_

.›_ .___-_¡,.__1 _.š__¿'_ ,__ __ 409-21.) Parece provãvcl que as pessoas que ingerem um a longa contenda"*. É possívcl. Mas também sabemos que
_ --_:"-4g-nc_'-f:"'_"_ ' café da manhã completo obtem mais nutrientes necessa- não são muitas as pessoas que se comportam desse modo.
¬.¿_;†.l1 __ _ __
._'fi:--
Í
rios que as pessoas que não tomam cafe da manhã ou pas- A maioria dos que tem opiniöes dogmãticas aferra-se a
*fi-fs
I-:_*:rì-É

'92'
.Á-E5! '
--I

sam a manhã ã base de algo mais leve c de café-.'l`ambém elas; para eles, é doloroso demais ver os outros tomando
é provãvel que, se o corpo começar o dia com uma boa re-
o caminho errado. Portanto, parece mais provável que as
\I¬ [_-. ›; _-- _
.-._-v1-_;
_”. '!'f\!-I H: -
feição, ele irã metabolizar as refcicöes posteriores de modo
«-
4 mais eficaz. Assim, parece provãvel que a ingestão de um pessoas que acabam ficando mais tolerantes tenham real-
df
ff" fT.`.'-`
733 I Í:
café da manhã completo rnelhore a saúde. mente desenvolvido uma mentalidade mais aberta, e a lei-
¡ff TÍ" tura se sustenta como uma causa provavcl_ `
f-§I”~'_Í
Observe que esse argumento não so explica de que
is2-fa'-_. - modo uma causa pode conduzir a um efeito, como tam- ”" "Let the long contentìon cease", verso do poema Tlic Last Word
asa _ _
1
bém cita a fonte e explica por que ela é abalizada_ IA última palavral, do poeta iiiglês Mattliew Arnold (1822-1888).
(1\l.I.lU'l`.l

if:-1
.$313 ___ 7*--_-iq;
*tr
';`;_-'_¡¿u-_-q~q:†¬¬__ ;.:_¬___---†.;_ ::-; ___- ~_;¬._..,..,}_ _____-¡¢-_----- -__--
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11 .-,__-_

«ia Í3
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Argnmcrltos sobre cansris \ 47
11- =lo l fl con_~¦lr'Ht'tio :fo m“_e:tiiir'nirI

t' tr
Como saber qual explicacão é a mais provãvel? Eis as drãgeas não tenham tido nada a ver com isso. Talvez
4 `=:~¡
1 "17 uma regra de ouro: prefira expiicaçees compatíveis com eu estivesse muito cansado e tenha ingerido as drágeas
«É
: 1..¬'-___
“$1 nossas crenças mais bem estabelecidas_ As ciencias natu- pouco antes de cair no sono naturalmente.
A-_\¿¡
A dra_ Hartshorne poderia ter a chance de se defen-
›-ï rais estão firmemente assentadas; assim também nossa
nt. der na justiça.Teríamos de fazer um experimento contro-
1
¡L compreensão geral sobre como são as pessoas. É claro
lado, com um grupo de pessoas que tomasse as clrãgeas c
que, mesmo assim, a explìcação que parece mais provável
¿ts
'Y
outro que não tomasse nada. Se a maioria das pessoas que
; +,_¿_T-. pode se revelar equivocada. Mas temos de começar de al-
ë;".:€ tomassem as pílulas adormecesse mais rápido que as pes-
.'_|-_-_
_›.v¿f,,f_ gum ponte. Crenças firmemente assentadas são o ponro
í ,-L¬¡_-__ soas que não tomassem nada, isso poderia significar que
.w
_ “___ de partida menos duvidoso de que podemos dispor. as drúgeas tem, realmente, nl¦.*,um valor medicinal. Mus
_if_._,._.
'ab As vezes, são necesstlrias provas adiclonais para que
_'i,"i _ uma mera correlação, por si niesma, não n'elt'r't.IH`1m uma
j_F¡-__
uma explicação seja aceita com confiam;a_ Devemos bus- relação de causa e efeito_ O sobe-e-desee das saias na
_ .~,_r|_> -__¡¿»-;.,'
_ ._›,_4¬ _¿__,_. car mais provas quando diversas explicaçñes ”naturais”, moda feminina manteve durante anos correlação com o
-=!!§=`§`\.3?-Í; 1' -_
-:EÉ
--__ _ ,_ '\ porém con flitantes, se aplicarem às provas jã disponíveis_
lr Í'=-'a._. i sobe~e-desee da Média industrial Dow jones, mas quem
1?,-"~Ã'«,-fis - As Regras 20 a 23 explicam alguns dos tipos mais comuns
2- ¡iia '_ - `
; _. >:¬. :'.:';..='É-_-'_-.
- acredita que uma coisa causa a outra? O mundo é sim-
__ -.,___ de conflitos entre explicaçöes plesmente cheio de coincidencias.
i¡;¿_ .
És -
1'¬.
-_,_ ¬ .bc_ 20. Nem sempre eventos correlacionados
2"- 21. Eventos correlacionados
1.,__
--u tem relação entre si podem ter uma causa comum
= *ita
'tai
fm '
¿__ ` Algumas correlaçües não passam de coincidencia. Algumas correlaçöes não constituem relaçöes entre
- _
_- 'tor causa e efeito, mas representam dois efeitos de alguma
L tv. _- -_ Dez minutos depois que tomci as clrãgeas contra in-
outra causa. É perfeitamente possível, por exemplo, que
sônia da dra. Hartshorne, caí em sono profundo. Portanto,
' as drãgeas contra insñnia da dra_ llartshorne me fizeram estas duas coisas - ser culto e ter mentalidade aberta - te-
ï_1=..; dormir. nham como causa um terceiro fator: a formação universi-
tária, por exemplo_ Ler bastante, portanto, pode não ser
¦¦i " l`
Giïfëli '
_
Aqui, o fenómeno explicado O meu sono. Como suficiente para uma pessoa desenvolver uma mentalidade
¡fm
meu adormecimento teve correlacao com a ingestão das mais aberta: em vez disso, é a formação universitaria que
2'-ft
drãgeas contra insónia da dra. l-lartshorne, o argumento leva a uma mentalidade mais aberta (talvez por aumentar
'Lt-\.1 _

conclui que a ingestão das drrigeas foi a causa do meu o contato com diferentes pontos de vista) e, além disso,
fis*-'A -.- contribui para que a pessoa se torne mais culta. Pode ser
sono. F,ntretanto, embora seja ;1r1sst'or'l que as drãgeas con-
'Fflws'
necessãrio conversar novamente com seus amigos para
it-te tra insonia da dra_ lrlartshorne tenham me induzido ao
J qt, saber quantos frequentaram uma faculdade!
ìäãätt sono, também posso ter dormido sem a ainda delas_'l`a|vez
22;;-¬t›.:-_ r

.fila
Mt.:
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/irgiriiir-ritos sobre causas \ 49


Ligi-
45 \ .il o=ir_-=tr:it'fio do iriyftiirciriii

sai A televisão está destruindo nossos valores morais. Os


22. Quaiquer um de dois eventos
¿ii ? correlacìonados pode causar o outro
programas de televisão mostram violencia, crueldade e de-
. |'“.'=›.-l|.-' .-
pravação - e olhc a nossa volta! A correlação também não determina a direção da cau-
1-2-lu'
:I'›§_« salidade_ Se A tem correlação com B, A pode ser a causa
iïši.
__,_._ A ideia aqui é que a ”imoralidade" naT\/ causa “ime- de B - mas B também pode ser a causa de A. A mesmis-
'_-'_,'-_!›:'
xr_ -_-s
1"
ralidade” na vida real, Contudo, é no minimo provãvel sima correlação que sugere que aT\f' está destruindo nos-
que tanto a ”imoralidade” televisionada como trmiliém a sos valores morais, por exemplo, também pode indicar
_ ¡›;_¬
-. _-.L
sii ”imoralidade" da vida real tenham origem, isto sim, em que os nossos valores morais estão destruindo a TV. Por-
si-1
_-f_:±¡_=fl causas comuns, mais básicas, como a ruptura dos siste- tanto, de um modo geral, é preciso investigar uma expli-
;¿¡_=(1-_ mas tradicionais de valores, a falta de atividades de Iazer cação alternativa.
T¡1?1
¬_ ,
'<±¡_r'--I
construtivas, e assim por diante. Ou: lìsse problema aleta até mesmo os estudos mais
-=-=-=¬.-
'.`|l',¡"ufI
¿Hal-f'i
avançados sobre correlação_ Os psicólogos podem elabo-
Í-;g'v\.'ii Nos últimos vinte anos, as crianças tem assistido cada rar um teste para avaliar se as pessoas tem mentalidade
vez mais ã'l`\/_ No mesmo período, a pontuação nos exa-
_..,¡1__
_-¿ai-'=;i aberta e fazer uma pesquisa sobre os hábitos de ieitura,
mes vestibulares caiu continuamente. Assistir ã 'IV é no-
-fit'-i
-';*_~ï-¿T distribuí-los para uma amostragem representativa da po-
civo ã inteligencia.
2 Í-TF pulação e verificar se uma proporção extraordinariamente
.:_-.¦:__' elevada de leitores também tem mentalidade aberta. Su-
F ' sf
tii! A ideia é que assistir ã TV é a causa da degradação no
_1_=1:*_-`¡ ponhamos que, de fato, exista urna correlação. Ainda as-
-:Pi-fiää resultado cios vestibulares_ Seria interessante, para inicio
f-'taz sim isso não significa que ler lt-oca uma mentalidade mais
:_,rr i de conversa, se esse argumento explicasse exatamente de
'f_'<"?.*
_ "-'i-=¬`.l aberta. lìssa mentalidade poderia, ela sim, levar ã leitura!
' '_ '|_¦. J
que modo a suposta causa, assistir E1 TV, leva a esse efeito
Afinal, é mais provãvel que pessoas de mentalidade aberta
-fsztïi (Regra 'ib`)_ Seja como for, outras explicaçees podem ser-
se interessem por diferentes iivros e estudos_ Essa é uma
II=L`-'_ã
-':^:' vir tão bem quanto essa. Talvez algo muito diferente ex-
_'|_¦¡'_-;_,==¿
:=='=-1' das razñes pelas quais é importante er-:plicar as |i¡;;1e<"›es
'=ì5¬"*''-en. plique zi queda na pontuacão dos exaines- uma queda n.1
_ entre causa e efeito, Se |_¬udermos estabelecer ligaicoes plan -
11-_›_,-tf qualidade do ensino nas escolas, por exemplo -, o que in-
síveis partindo de A para B, mas não de B para A, o mais
_-=n_
1TÍ'_
dicaria que as duas tendencias correlacionadas não estão provãvel sera que A conduz a B e não o contrario. Se, no
='-'11-_.
es relacionadas (Regra 20). Por outro lado, algumas causas entan to, lì levar a A de modo tão plausivel quanto A leva
Iffiiii comuns podem ter Ievado as pessoas tanto a assistir ã'I`V a Ii, en tão não serti possível determinar a direção da causa
..Lit_-l como tomliéiri a tirar notas mais baixas nos exames. ltapido:
_ ;' ¬_I --pode ser que ela se dirija para ambos os lados.
- -Í4 ! . pense voce mesmo em duas ou tres possibilidades.
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. ._ ..._ .,. .__.__..._.._...¬-.-_- t-----¬-.--_.--._._....--..... ..._......z.¬.-..._._..___._...........
__
tf
/ir_q:f:irr':¦rf1.< sobre crnrsns \ 51
.!
51! '\ A ro:1sf:'iroìo do nr_qrrim'mr:
íiï
--êt-'12
de pensar, poróm com toda certeza também é verdade,
23. As causas podem ser complexas
11;-= conforme ressaita a Regra 22, que uma mentalidade mais
iii ›f«-._ ›.=¬.-. _--_.,_.-¬. ._
:EL
:*_¦:.; De vez ein quando, arguinenta-se que as runs com aberta estimula aigumas pessoas a lerem maìs.Ta1vez, in-
=J¡¦§› gerir um cafe da manhã completo melhore nossa saúcle,
_§=.`;
ušì
taixas de pedestres são mais perigosas do que as ru-as sem
1-,
.,.,.3¿
elas, porque em algumas taixas re¿:;istra-se um elevado mas, talvez, as pessoas saudáveis sejam exatamente aque-
iva;
¦¡Í".' '
..¡¡-L: 1 ias ia propensas a ingerir um ealfú da manhã completo.
. I.
número de acidentes. A explieaqão que se olereee para
*I-;ï~; i:¬'so Ó que tais faixas eriam no pedestre uma falsa sensa--`
1i
Não exaåere em sua eoneliisão. É raro identi1'iear1nos uma
\,H` _
causa riuicn. Os argumentos eausais são importantes por-
ção de segurança, levando-o a correr riseos e, porta nto, se
11' que ide|1ti1'iear nem que seia :mir: eausa pode ser proveí-
Få;
"31-|:
aeidentar. De aeordo com a Regra 22, porem, também de-
loso. O siinpìez-: tato de sabermos que o hábito de tomar
1:11
'Tú vemos considerar a possibilidade de que o vineuio causal
Iflfll'
.air I
um eafe da manhã completo está correlacionado em-11 me-
siga na outra direção. Taìvev. os aeidentes sejam a causa,
[horias oa saiide pode constituir razaão sut`ieienI.e para ado-
por assini di'/.e1', da ['ai><ade|¬edeslres./Xiinol,asIaì>o1s11;`io
tarmos esse hábito.
surgem de modo arbitrzirioz eìas geraimente são coloca-
dasmìdeosacide|1Ies sãomais|'requen!es.I\f1;1::|1ã:1¦1e
if-tt-2
'iïjiå eessaria|nenI;e eliminarão o probiema. Os ìoeais peri¿¿osos
tii-*É
.išixš
.fi 4
_-if?
:--'|,f`¿'|
i podem se tornar menos perìgosos, mas nem por isso se
tornarão seguros de uma hora para outra.
._'¦1»¿±“
'.=.¿_' ¢
inf; Alem disso, Luna vez instalada a taixa de pedestres, e
.-,~_|1
13-' i
tffl-
E4)
Y, provável que aumente o número de pessoas a atravessar a
1
i› ma naquele lugar. Portanto, taz sentido esperar que aumente,
\

e
e não que diminua, o rirímei'o de pessoas que sotrem aciden-
› ..«1 tes nesses loeais, embora o ƒmfio' de acidentes deva dilninuir
'"`.f=."É¡
1 .'=ÄÉ!
Evicientemente, estamos falando de um exemplo com-
_- '¦-.'{.:
=' .:`ÍÉ:.FJ plexo. A ta1sa sensação de segiwança pode e><ereera!g1nna
'E1'
-I..'.='Es
.-212-2! in flueneia, sobretodo se o índice de aeidentes não dimi-
nuir tanto quanto se esperava. Ao mesmo tempo, não de-
;-`.¬¡-.-'=
j
vemos esqueeer que as Faixas de pedestres, em geral, são
:›'¡'*.JT?.“"
L _`¿tÉj postas exatamerite nos locais onde ha maior incidencia de
L-=".-'1
“Í=L...e
-133%
aeidentes. Ora, em se tratando de causas, as opçües nem
-.iz-.F

r ,-': »:<ìr§ sempre são mutuamente exeïudentes; as vezes, a resposta


deve incluir“a1nbas”as opçoes.
~ ¿fUri;
f?-1; Mr.-¡ros easos que dizem respeito a causas são coin-
piexos-.`1`a1\-'e7. o habito de I-._-¡tura expanda a no.~:sa maneira
` -i ¿.21
; -_; sy
_=I'ìÍi;1

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:.'_-;*F5-ÍIÉ
|:`_+ï_._; '
_\_uL1g
r:-1.
_,=_i-_:.,

f.=_›,},
_=.Mi
-+,- 1 Observe este argumento.
j-_”-.çÍF_1

iva' Se não existe o fator acaso no xadrez, então o xadrez


É-¬-';s.,e Ó um jugo de pura hal.\ilidade_
f'å:.ÍE
-1-Í¡'a'*§!.
Não existe o fator acaso no xadre?._
Iii-311
. , _J Portanto, o xadrez ó um jogo de pura habilidade.

Vamos supor, por um momento, que as premissas


desse argumento sejam verdacleìras. Em outras palavras,
admitamos que seia verdade que, se não existe o fator acaso
no xadrez, então o xadrez e um jogo de pura habìlìdade -
_.,~'_.-¡Q-_;-! e admitamos que não existe o fator acaso no ><adrez_ Pode-
;¬ï*¬"«=.=1
hu -4 : mos então concluir, com absoluta segurança, que o xadrez
_-__?-¬&._r [1 ó um jogo de pura habilidade. Não ha como admitir a ve-
'_ ›f._ ,r I
?¿*_?'¿›'.`
"*-›__- . ¦
racidade dessas premissas e negar sua conclusão.
Ã
|..:|=__- ._
Argurnentos desse tipo são chamados de dcdutivos.
`Í}¦=- Ou seia, o argumento dedutivo (quando bem formulado)
é constituido de tal modo que, se as suas premissas forem
-Wi:Ã _ verdadeiras, a conclusão terá de se-lo também. Os argumen-
Y_:ÍF.±±
_§I_=_1;,:,"
f:Í*ÍÃ x
tos dedutivos bem formulados são chamados argumentos
;-5'-'If

'-.L-F1*
z›rílifíos_
11:-J5,ͦ
Os ar§:,umentos dedutivos são diferentes dos que vimos
¡__.
_
"fs
até agora, nos quais nem mesmo um grande número de
-.L-.±_.:.L_-.-f .
-
_¢,-F
f`1-íf'¡|'¦ 1 f- fer- - . -..,..
..-'_jJ;tr¡,..,.,,¡...¡..-..¬-›---›--f›------- _-†----.--..---¬¬_†«-- .-› _ - w ._ _ _,__%_ _
.1l-¡1-Ii-*t

-__,-_-., t
'ïÍïlf¿'
-_ `¡-IQ-rl-1

'srai
Argrmmrros dcdutives \ 55
5-l \ A t'ouslr'nt'rìr'› rio m'_-.;mm'ntrr

,H F_ssa forma ó cbamada de morfus ,uonens ("modo de


†`! i t premissas verdadeira:-2 garante a veracidade da conclusão
1-: - _
;§-T*'. afirmar": /\fir^1na11clo-se p, temos q). Se p representar
-tt- (embora, ãs vezes, possa torna-la bastante 1.nov.ìvel)_ Nos
“Não existe o fator acaso no xadrez” e q representar “O
are,u mentos não-dedutivos, a conclusão ultrapassa inevita-
xadrez Ó um jogo de pura habilidade”, nosso exernplo in-
. |1.,.- _ _
--:
velmen te as premissas ¬ esse e ¡ustamente o pro¡_¬osito de trodutorio 'B ¿E .E
e o .=uor.¬t'zrs gio.-mis (confira].
'_.-ii-i_¡i-"
'_~¬›-"t usarmos ar¦_§un1enl'os baseados em exeinplos, na autoridade Não raro, o arggoinento que se apresenta dessa forma
etc. ja a conclusão de um a1'¦¿,Lunento dedutivo valido se li- ó tão óbvio que não e necessário redigì-lo como um mo-
mita a explicitar o que já se encontra con tido nas premissas. dos _:=om'iis propriamente dito_
Na vida real, e elam, nem set11¡¬1-t» ¡ni-_lr'|1'|u,›; ter t'v.'I'
._'-*'\1-1'2k'-."¦',«"¦
I- ;"'-.
šì'-'-Í; teza absoluta das nossas premissas; por isso, ¿i conclusão Como os otimistas tem maior probabilidade de su-
;-ati ,_ elos ar_i;|.nnentos dedutivos da vida real tem de ser enca- eesso que os ¡\essimistas, devemos ser otimistas.
_ P,_`r. rada com al_i;umas (ãs ve'/.es inuitasll reservas. Não ol¬_¬~
tante, quando encontramos premissas fortes, a forma de- lìsse ;1i'g¿uinentt› poderia ter a seguinte redação:
-Éi.tasïi ïi
-`I¦'¡`3':
dutiva e muito proveitosa. li mesmo quando as premissas
Se os otimistas tem maior probabilidade de sucesso
são incertas, a forma dedutiva e um modo eficaz de or_en-
que os pessimistas, então devemos ser otimistas.
._-.±¦.' uiznr o a1'¡_ƒ,u1net*tto, sobretudo o ensaio tit'p,tii11c~1¬t¿1tivt>_ Os otimistas tem maior probabilidade de sucesso que
¿_-.~'.ìgi1 i
if;'.',,ã
- ._ -,__ Este capítulo apresenta seis formas dedutivas comuns os pessimistas.
`-éflìili
:';ä;= *
TI
com exemplos simples, cada uma numa seção separada. Portanto, devemos ser otimistas.
. ,, B Os Capitulos\/"ll a IX retomaln o seu emprego nos ensaios
- -oi.
=_|¬.__.,.1E argLi11¬tet¬ttati\ftis_ Mas o argumento é perfeitamente claro sem que soja
_'-ëåšì

;-.:r-¡É
preciso redigì-lo dessa forma. Outras vezes, poróm, ó con-
1ï.'E'!'l
-: -..t_ 24. Modus ponens veniente formular devidarnente o ii-mriirs poneris.
Ffštïtl
,I-išpšã
L.-
- -,HE Usando as letras p e q no lugar dos enunciados, a Se a nossa galaxia contem milbües de planetas habi-
'ïäìff-2
Fšfiråed
;\;¿1iE.¿l forma dedutiva válida mais simples e táveis, então e provável que a vida tenha se desenvolvido
.`_`ì'.|:.¡-l
j.-fiñ:
em mais de um planeta.
_:±.=',É' Se [proposição pl, então [proposição ql. Nossa galaxia conferir milhües de planetas habitríveis
_ .__ --_;
1
.2s|;=¬.
{l°roposição p]. Portanto, é provável que a vida tenha se clescnvolvido
J-ålåfi. Portarito, [proposìção ql. em mais de um planeta.
Í"1ï¿i*
' '\-¿I
:'!,';L
.eliäiï
-i:'ͦ_. '
r=»:;--13
-' -1.111 Uu, mais sucintamente: Para desenvolver esse argumento, ú preciso explicar
___;_¿¡L_j._i
- :_*I-'_-if
¡xx . e defender ambas as premissas, e elas exigem argumentos
.. “.. 1
_¿=¿-¡Í Se p. então q. bastante distintos (por quë?). Convem expo-los com cla-
_ . .;|_=¿
p. rexa e separaf_larnente desde o inicio.
.
t l`orIanto, q.
...M
l

1, _-:
_ _ _ .- |
_ _ ,`.|L | . . . . . .. __ _..__....
1,2',-.Í
_! _
I' '."- ¢r.¡¡.n.nø|I-ui-u_¬-,¢-ui--1-›-››~ ----- - -.-.. --¬-H -.-- _ -. ,_ _ _ __ ..¬_,._ ._ __ _, _ W '_
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-›-. 1." . \`
¦.-.-¡,=.¡.¿"=. ,
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.r-I;_ /'.r_t;aim=iiros dr-rfirfivos \ 57
tri".
.¡,. _. ño \ .-l con.-¬'rrri¡'iìo iio ai;-.¦1r:m':iio
'L"*f
=+;:ì'
»ill-
itv!
"B e falso” significa "O cachorro não latiu” e "k é
25. i'vl'on`us ›'oHeirs
falso” representa “Não e verdade que o cachorro não co-
:›_r,_-.: Uma sL`¦~`,`L1|nl'a forma dedutiva valida e o irrrrdiis lolthrs nhecia bem o visitante", ou seja, “O cachorro coirhecírt bem
4;'-¦'l. 0 visitante”,
(”mo_do que nega": Negando-se q, riega-se p):
O astrónomo Fred Hoyle propos um interessante mo-
'--5).!
is'-.i $0 p, Clìifiti Cl. dos toliciis. Parafraseando-o:
q Ó faiso.
Portanto, p e falso. Se o universo fosse infinitamente antigo, todo o hi-
si 'drogônio já teria se extinguido, porque o hidrogënio sem-
pre se eonverte em helio, em qualquer lugar do universo, c
_ /\qI.|i, "q ú falso” 1'ep|'e¦¬'enta apenas a ne¡_f,nção de q,
essa copiversão e um proeesso irreversfvel. Mas, com efeito,
'›*ì'=.ri ou seja, está no lugar da frase "Não e verdade que q”. L) o universo é composto quase inteiramente de hidrogênio.
` "`:1;
_;:'¡_¢¡
_-_¡;:|-:_
«_ L_|
mesmo acontece com “p e falso". Assim, o universo deve ter tido um principio bem definido.
"i r'-
_ 1-färl Lembre-se do argumento de Sherlock Holmes, que
1=¿l*_'fÍi vimos na lìegra 'I: Transcrevendo o argumento de Hoyle em símbolos,
_f:!'.i` ;`_1
-
i-sì
F = .I Í- podemos usar i para representar “O universo Ó infinita-
I-lavia um cachorro nos estãbulos, e, mesmo assim, mente antigo” e 11 para representar “ todo o hidrogênio já
embora alguein tenha estado la e levado um cavalo, o ani- teria se extinguido”.
±1 tt
__., mal não latiu. É eviclente que o visitante era alguein que o
.¿_;¿_r___
;''-ri-_
;ÉLfl. cachorro eonhecia bem... Se i, então h.
ill" _

'ršufìì
h ó falso.
ÄÍÍ-Fi -i O tirgttineiitri de Holmes e um uiofias tolleiis: Portanto, i (1 falso.
'I=E:" {
- -.:'¬'i!!
1. '-_.¬_¬

-->.
Se não conhecesse bem o visitante, o cachorro teria "I-I é faiso” significa "Não é verdade que todo o hi--
-É ;v
¬--.is
¢1 latido. drogênio se extinguiu" (ou “O universo contém hidrogô-
_ !'¦i'¦:
"¦;1`ì U cachorro não latin.
¿lt-
nio”); “i e faiso” significa "Não :E verdade que o universo
l`ortan|o, o cacl1o1'ro colilieeia hem o \-isiiante.
'Í'-Él,
"Lo e intinita|i¬tente ant'ip,o”_ I- Ioyle vai além e desenvolve a
'-:'_~'i
conclusão. Uma vez que o universo não ú infinitamente
Se quisermos escrever esse argumento usando sím-
_=lï'.'_`.=ì antigo, ele diz, deve ter se originado em alguin momento
.Í._Í¿ÍifL1
bolos, podemos usar ic no lu_e_ar de “U caeliorro não liem tlellimlrr.
-.-.¬.:- co|iliet'i.1nnlilolienio\'ir.iI.ui1e"t~l1i\.u.i U rat li-nio
'-.:.|¦`__'
latin". 26. Silogìsmo hipotético
1.;;¡;§1
.=
. ,-_¿_›
'-f~I*=
Se l<, eiìlfin lo. Uma terceira forma dedutiva válida e o silogi'siiio in'-
ïïtl l) LI' [alt-111. _f1r1J'r:fft'r1I '
ynji
,i 'ï _'_“.:'¦:;¬
l'or'|an¦o. k 6 falso.
-'_ì

_ -I;\
¡-1.
_ .¡.r,¦
_ ,_ ,
'J
'Lil'

$1'
: 5).

.___
_, ,
.på fii'_t;|iiiir'iiios rleiiriiioos \ 59
¿ti
t -=

St-5 \ fl consfruo`io iio uigrrmriilri


-;"-J1-i"-~ïš`.
-its gra 18). A conclusão iiga uma causa a um efeito, enquanto
;†.i,: Se p, então q.
'-2.L:›._
Se q, então r.
as premissas cxplicam os estãgios intermediarios.
.
!e'.--
_-¿_-¡;_ l'o1'tanto, se p, então r.
til!!
--ì!É:- 27. Siìogismo disjuntivo
¦¦liif
= ¿___
¦1r_I¡_
Por exemplo: Uma quarta forma dedutiva válida e o siiogismo dis-
_.¡¿1-
úf! -'
:fi
'uf Se estudar outras culturas, você comprcenclerã a di- jniitioo:
versidade dos costumes humanos.
Se compreender a diversidade de costurnes lnimanos, p ou q.
questionará seus pnìprios costumes. p ti t`also.
Portanto, se estudar outras culturas, você questionarã Porta nto, q.
`;:lÉïå os proprios costumes.
Consideremos, por exemplo, o argumento de Ber-
,lar Substituindo as asserçñes que compñem esse argu- trand Russell, que vimos na Regra 2:
mento pelas letras em negrito, temos:
==;--s Ou depositamos nossa esperança de progresso no
Se 1.', enlao c. adiantamenlo moral, ou no aprimoramento da inteligencia.
tt-
. fi- Se e, então q.
Não podemos depositar nossa esperança de progresso
.-f
.fili
us. Portanto, se e, então q. no adiantamento moral.
.¡,; 1 Portanto, temos de depositar nossa esperança de pro-
¡gi-esso no aprimoramento da inteligencia.
ÉÍ'_ _¬,|
t:Z' _ Us silo¦:,'is|nos hipot'et'ieos são válidos para qualquer c

__\ 1.1
nuinero de preinissas, desde que cada premissa obedeea
-¦':i-..,
'|__|
_',.p Mais uma vez, usando as letras em negrito como sim-
' i -Išïi
I ã forma "Se p, então q" e o q de uma premissa seja o p da
1-1'-Iii
bolos, o argumento fica assim:
'._= _'-¦l
1-..t--Ii i
seguin te. Sob a Regra 6, por exempio, analisamos um ar-
=¬;:=¡;-¿l
.'=;=;;2.-| gumento ii luz das duas premissas anteriores, mas tam- rn ou ì.
'1=.Í5ÉÉ bóin de uma terceira: m Ó falso.
: ïflÉ'_i Portanto, i.
Se questionar seus proprios costumes, voce se tornara
'-fifa mais tolerante.
~ Hai um eomplicador. Em português, a palavra “ou”
pode ter dois sentidos. "P ou q” pode significar que um,
/\ partir dessa e das outras duas premissas, e possivel entre p ou q, Ó verdadeiro, e possivelmente ambos. Essa é
concluir de forma valida, por siloggismo hipot(~tiei 1, que "Se a acepção ”inclusiva” da palavra “ou”, aquela normal-H
e, então t”. mente utilizada em logica. As vezes, poróm, usamos "ou
¡|'
Observe que o silo¦_§ismo hipotético ofercce um born num sentido "exclusivo", no qual "p ou q" significa que ou
t- modelo para explicar as li¡_;.iei`ics entre causa e efeilo (Re-
f.
Ii

_|
__ _, _ _ ...,_. ...,. __ ___
l .r _ . _, - -W».--._ ..-_.-......._...-...¬
i .I ...._.».---›-_,,_,..,..__ï..¬..... ¬_-.___............ _ . _ .¬.....¬,¬__..-.-.- . _ .-. ___¬_ __ ___ |____¬__"____ ___ _ _ __'
fi'-.
.trol
¡vii
-=`l1:
Í'.'.sI.=
-ÍAÉ1
»`¦1.
as.
.-¦.-É
¿gy /u;t;mm›iiio±: rlr-rinrivos \ 61
oli ti fl roi:slr'rrçrio do iii;-çifiirriiirr
ì1"-ì
`rÍi;'
___,
Ein logica, o dilema dos fariseus fica assim:
aì=¡f§Í
.¡. .
-,-_-.
p, ou q e verdadeiro, mas mio ambos. "l-Iles virão por terra
.'^.¬\
.=::i:
1-F;
ou por mar”, por exemplo, significa que eles não utiliza- Ou dizemos que o batismo de João era do ceu ou dos
-Í'-fit rão as duas vias ao mesmo tempo. Nesse caso, somos homens.
'\.†J›..[
~s_r|¦-`¦.==1 Se dissermos que era do ceu, seremos acusados de
capazes de inferir que, se vierem de um modo, mio virão
do ou tro. não acreditar nele_
'_I“ë'›__¦ Se dissermos que era dos homens, morreremos ape-
Os silo_e,ismos disjuntivos são válidos independente- drejados por ofender a crença popular nele_
-1-_;L_`å,
mente do sentido em que usamos "ou" (confira). Poróm, Portanto, ou seremos acusados por não acreditar nele
l 1
qualquer outrrr coisa (se houver outra coisa) que possa- oo morreremos apedrejados por ofender a crença popular
yt,-_ rnos inferir de um enunciado como "p ou q” - especial- nele_
5; .¦

'H'fihg,
-Í!
H,“__
fi-ill '
mente o caso em que podemos concluir que q e falso se
também eonheeelnos p -- dependerá do sentido de "ou" 'naduzlndo em simboios:
na premissa "p ou q” específica que estivermos avaliando.
É*-.§§'i`¡ c ou h.
Tenha cuidadol
Se c, entao a.
fšsi-i1
_,...
1;-sì'1-,';¬'<ì: Se h, então m.
.§¿_i 28. Dilema Portanto, a ou m.
_.-fg,-'-ã
'f;~-.ff
-¦4'l.|
Uma quinta forina dedu tiva válida e o dilema:
1:-'i-'_ -:.-¬.¬
-si_._. 1.--(. .
Sendo assim, os fariseus, como era de esperar, prefe-
- 315
efiiïf p ou q. riram simplesmente não dar resposta nenhuma ~ permi-
_-; ,_-ir Se p, então r. tindo que jesus também não lhes respondesse, como era
;¡;!r"
. _1uͧ_ Se q, então s. sua intenção.
fx Portanto, r ou s. Nesse caso, ambas as consequencias são negativas,
-sãtì
¬: _.| _ mas, em outros dilemas, as consequencias podem ser po-
ìilšíe
\-:ra-1
.,_,`-¡_\_ Retoricamente falando, "dilema" e uma escolha en- sitivas, ou simplesmente neutras_
fÍÉL.=§
,_r tre duas opçöes que tem consequencias negativas. Jesus
desafiou os fariseus com um dilema desse tipo quando Ou vamos para o circo, ou vamos patinar.
i_Ä_r›- teve sua autoridade publicamente questionada por eles: Se fonnos para o circo, en tão vamos nos esbaldar.
r'? F*¡-¡¿.»¡¿ Se formos patinar, então também vamos nos esbaldar.
'-ofrr._
fftff
:¡F_;`{-.'
2 .o- Portanto, vamos nos esbaldar.
_ _ 1:. 1
F=':?=;`¦ lìespondeu-ihes ele, "lia também vos farei uma per-
.=.f-1":-`|
gunta; dizei-me, pois: O batismo de João era do een ou dos
',=:_:u¿ã
'fgríš lr hoinens?"/\o que eles arrazoaram entre si: "Se dissermos: 'l`ecnicament'e, a conclusão e "Ou vamos nos esbaldar
.girl
-t 1--1 'do een', ele dir:i:'Por que não crest'es?' Mas, se dissermos: ou vamos nos esbaldar", mas dizer uma vez apenas e o
`-"iìiìt
'Dosl1omens', todo o povo nos apedrejara', pois estão con- bastante.
\'eneidos de que loão era profeta." (laicos 2tl,Íš--(¬)

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1

.fl-et;
.-- J
Étfr
/lrgriiiir-:rios dedutivos \ 63
¿Ep
112 l fl roustrrn,“iir› iio m'_i;irim'iifo

ir Portanto, parece decorrer dai que o Criador do mundo


29. Redirctio url r¡bsiri'dum
também não é perfeito_ Mas qualquer um considerarla essa
conclusão absurda. A única forma de evitar o absurdo, en-
Lima tradicional estrategia dedutiva merece menção
tretanto, é rejeitar a suposição que conduz a ele. Portanto,
especial, embora, rigurosa mente fa-lando, trate-se apenas o mundo não tem um Criador tal como as casas tem.
¢A|| 'i.|
ì'.s\ 11%
¬,,. . de uma versão do iiiorliis rollo-i±=_ li a rerinctin ari rriJsirro'iiiii,
'
Í- ¿Í ou seja, a ”reducão ao absurdo". Os argumentos por rc- Em forma de icdircrio, o argumento fica assim:
dirctfo (ou "prova indireta", como são ãs vezes chamados)
-L-Ti.
. 'F5
estabelecem sua conclusão mostrando que, presumindo- /l serproam1'o:O mundo não tem um Criador como as
'ar
521 e-.isos tem.
:tai -“C U l`0|1¦¦`¿l¦'¡U, fica-se com um resultado absurdo: algo
l*`n'sioHiiido~se e oposfo: U mundo reo: um Criador
rs'- eontraditorlo ou Lolo. Nada mais resta a I'-a:1.er; dlz o ari_',u--
como as casas tem.
.ïiìflfl
3!,gr-.q
-E -1.52 mento, senao aceitar a conclusão. /tigiorieiii'iii^ que, rr prirtir iio presiriiiiifo, tcr:'niiios de ron-
_-.L i clirir: O Criador é imperfeito (porque as casas são imper-
/l ser pi'ovnrio: p. feitas)_
-iifi-š'¬'!
.11-'_-E-1 Piesruiiiiirfo-se o oposto: que p é falso. Mas: Deus não pode ser imperfeito.
__' .¬_š*.ì
__.¿.-¿_¡
,$2 Ar_eiiiiieiitiir que, ri prrrtíri1'o presiiiirirlo, tr'i'i'niiios rie con- Concliiir: O mundo não tem um Criador tal como as
='-ir@-.}
f:ti.'t-t c`fifíf'.' q. casas tem.
Mosirmniie q ejiiiso (roiitmn'i`tririo, lolo,“iii=siirrlo").
_¦`.Í_¦1:1; Com'lro`r: p tem de estar eorreto.
:_!__t. Nem todos acharìam "absurda" a ideia de um Deus
IK

4"*. imperfeito, é claro, mas Hume sabia que os cristãos com


-¡nf Lembre-se do argumento a favor da existencia de uin
-ffir
1*-15;* quem estava discutindo não podiam aceitã-la.
":.»"t Criador, que vimos na Regra 12. As casas tem seus cria-
§__'-.H
--'iii
{.ï<l'.ä_
dores, diz o argu mento, e o mundo é como uma casa - ele 30. Argumentos dedutivos em várìas etapas
__.__.___ü
.-'i ' 1

"¿'.1f|_¡1¦_¿
,. _
também se constitui de ordem e beleza. Assim, propñe a
~. analogía, o mundo também tem de ter um Criador. A Re- Muitos argumentos dedutivos válidos são cambiari-
^-_'-.i¡.r¿
--..¡..¢|,,
_- › .
-51';-¡~.
gra '12 citou David Hume, para quem o mundo não guarda çãcs das formas simples apresentadas nas Reg-ras 24 a 29.
semelhança suficientemente pertinente com uma casa Eis aqui, por exemplo, Sherlock Holmes fazendo uma
-3;?-tr para que a analogía soja bem-sucedida.1\la ParteV de seus dedução simples para esclarecer Watson, ao mesmo
Dirílogns, Hume também propos uma rerlircrio rm' aiisiirduiir tempo que tece comentarios sobre o papel relativo de-
É'-5-Si
dessa analogia. f'arai'raseando-a: sempenhado pela observação e pela dedução_ Holmes
_-=i i¦i¬:†
;_¦;;;ir¡
te-=f.f¬= comentara casualmente que Watson estivera em certa
.-'Il-lr.Í=
___@
-_`_* ¦ .x
Suponhamos que o mundo tenha um Criador, como a agencia dos correios aquela manhã e, além disso, enviara
".¦5i.
l: I-4'-\
casa. Ora, quando as casas não são por-|`¢it;i_i;, fi,-itiernos ti um telegrama durante essa visita. ”Correto!", responde
quem responsabilizar: os marccneiros e pedreiros que a fi- Watson impressionado, “Correto nos dois casos! Mas
zeram. Mas o iiiiimlo também não é totalmente perfeito_
-.;_.-i
_ 11'!
..,-r- ' -u _. ._ --.- -f
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_-.,_......_.-.-.-.-_._...._._...--._ . ... ¬. __.__
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Ar_q:rmw:lo.~' dm':ftívr1s\65
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Hit; h-I Ml ¢'nn.~:f:'noìr› fín lxrgrrrrmrlu
I.¦-11.*
ešfïif
:$51,- carta, ou compr-ou selos ou cartöes, ou rnanclou um tele-
"›-§
1,-¿I l l confesso que não entendo como descobriu i:¬'f¬-o". Hol- gama.
Í-=Í€'¦3
mes responde: 4. Se Watson tivesoe ido aos correìofi para enviar uma
carta, ele a teria escrito hoje de manhã.
H*
lzlexnentar... A ot¬serva=;ão me |no.~=tra que você tem 5.Wats=nn não escreveu nenhuma carta hoje de manhã.
uma pequena mïdoa aver|nelhatla na parte interna -.lo sa- 6. Se Watson tivesse ido aos correios para comprar se-
ìïrët S pato, Logo em frente à /\gência de Correio cla \f\*'ì;;1no|'e los ou cartöes, ele não teria, antes dessa visita, uma gaveta
¿ãfìl Street, a calçacla foi arrancado e a terra ficou à 1¬no.~:t¦'a, num cheia de solos e cartòes.
-='_-.gg
: ;2_-*.15
J
lugar tal que e difícil não pisar nela ao entrar. lìssa terra 7. Watson, antes dessa visita, tinha a gaveta repleta de
._5¡-,r¡
1.--H
:.'f.-\`_==¡
poeasmi uma coloração ave|'1nel|\ada1 peculiar que, até onde e-:L-|o:¬' e carl'ñes.
i..g-._:;¡_-al
f.
sei, não se encontre em nenhurn outro ponlo -.las reclon 8. Portanto, Watson manclou urn telegrama na Agència
22,1..
±';-..
t
dezas. Isso foi o que pude obsewar. O resto e dedução." de Correios e"l`clegral`os da Wigrnore Street hoje de manhã.
[VVat:=on]: “De que nando, então, cleduziu o te|egra:na?"
-.._L:¿gc¿¿-¿gw [Holme:¢]: "Ora, eu sabia muito bem que você não ha-
1.,
_1'Lx »'[\`1 via escrito urna carta; urna vez que estìve sentado à sua Agora, temos: de clesrnembrar o argumento numa sé-
.-oil
.|_,-=¬= frente a manhã inteíra.Tarnbern estou vendo na sua escri- rie de argumentos válidos sol: as formas simples apre-
vaninha aberta, ali adiante, que você tem uma Folha de se~ sentadas nas Regras 24 a 29. Podemos corneçar com um
1€ ri.- los e uma grossa pilha de cartñe:-:-por-ttaìs. Para que, então, silogìsrno hipotético:
_.. -=
'fit
___@ visitarla a agencia de correìo senão para passar um tele-
.-.
2.*¿'
grama? Elìminern-se todos ns dcmais fatores, c o único que 2. Se Watson tem uma pequena nodoa avermelhada
...-..¦-Í,1]
1.55?
restar terá de ser o ven;ladeìro.”* nos sapatos, então ele esteve na Agència de Correios e'l`c-
1-'=a.
-.«;- I
-:--'P
1 -¡..V. lógraíos da Wigmore Street hoje de manhã.
1-¬`.›.1|;'-
51:5-
--.tg-1 Transpondo a declução ele l-lolrnes para premissas 3. Se Watson esteve na Agencia de Corrcìos e'l`elégra-
' r\

mais claras, pocleríamos: ter o seguinte: los da Wigmore Street hoje de manhã, ou enviou uma
- carta, ou con-¡prou solos ou eartíìes, ou manclou um tele-
- ïäfiš
' grama.
l.Wat.~:on tem uma pequena n<'›f.loa avennellìada nos
Hzìpzìtof-1. A. Portanto, se Watson tem uma pequena nódoa aver-
5?.§-¬ '
1-`-inf.:-1
-;+:¬=;¬T 2. Se Wat.~:on tem urna pequena nódoa avermelhada melhada de terra nos sapatos, ou ele enviou uma carta, ou
_.. eomprou Helos ou cartöes, ou rnandou um telegrama na
nos .¬'apal'o±¦, então ele estuve na Agencia de Correios e'li.†-
ríe légrafos da Wigrnnre Street hoje de manhã (porq1.1e so- Agencia de Correios eTe1eg†at'o:4 da Wigmore Street hoje
-:ìëiì
.f.ì§{¦. mente lá cr-:i.~=l'e eszsze tipo de terra averrnellìatla E1 mo_~:lra, de manhã.
num lugar tal que e clìtícll não pisar neln).
5'§#:i§iI 3. Se Watslon esteve na Agencia de Correios e`|`elegra¬ (Usarci /l, B, etc. para reprefšentar as conclusöes dos
¿_, los cla Wigmore Street hoje de manhã, ou envìou uma
-M3
,L argtnnentos saimplef-:, que poclerão, por sua vez, ser 1.1:-:a~
. 217?
-¿_ das como premi±¬':<a.~: para novas concltlsñes.) Corn A e T.
" ,-\. L`nn¿1n lìoyln', 'FM' .\'¡_'¬'l: fï.I'_l`r=ar:' lt `›11nlc¦ì L`i!_\', ¦\'Yi l3ot1l\lL¬.la_\' poclemos aplicar o utnrftr.-1¡›om*H_<:
I Ítïå
S: ['11 _,'1~m1.p1¬. 1?-H.
- 'ULÍ
',:-'|
_ ,-.I !.
'.1..|
i
.
ïlïiï'
š."+
:._¿1'
1.`,.
ftrjrnfrrrcrttos tlcdutívos \ 67
att no \ A i.'o:¡strm_'iìo rio ±rí'_q:r1:m¬rlo
¬;r,.

EF. D. Watson não foi ao correìo para comprar selos ou


-¿lt
-=..-
-;= t
-1;
A. Se Watson tem urna pequena nodoa avermelhada cartües.
.rfiå-'
';r;|l¡r
_¬?,s nos sapatos, ou ele enviou uma carta, ou cornprou selos ou S. Portanto, Watson foi enviar um telegrama na Agên-
"-.¦v-J
¡ffiä cartñes, ou man-:lou1.¦1n telegrama na Agencia de Correìos cra de Correios e Telégrafos da Wìgmore Street hoje de
.-Ãtr-'
| E1
..P1. `.
=-HE' e Telégrafos da Wigmore Street hoje de manhã. manha.
--¿tt.=
_«¬.a¦-'ah
mi-.-'=. 'I . Watson tem uma pequena nodoa avermelhada nos
ft'-.w
`iìI"" sapatos. Essa última in ferôncìa e um silogismo ciisjuntìvo am-
17? l`¬'›. Portanto, ou Watson manelou uma carta, comprou
-fr” pliado. "Eliminem-se todos os demais tatores, e o único
¿xl- solos ou cmtñes, ou envtou um teleggronm na /\¡.;i`1|1cia de que restar teral de ser o ve|'dadel|'o,"
(_`orreios 1-'l`elep,|'aI`os da Wiginore Street hojc de manhïi.
.`-på
.ii
“Et | Duas dessas tres possibilidades podem agora ser des-
¿tt
cartadas, ambas por morlus tollcus.
._. ¿
' EJ.
i 4. Se Watson tivesse ido ao correio para mandar urna
I.3'¬;=ã__
F2.-9 carta, ele teria escrito a carta hoje de manhã,
._.5__
'ë=F.¦

t-¿;_`1' 5. Watson não escreveu nenhuma carta hoje de manhã.


1;".
-s-
1 dt
C. Portanto, Watson não foi ao correio para mandar
. ;
§'J-“ff
--1':
uma carta.

Í".`1"- U1
Í.ï:”_t-.t

o. Se Watson ti\fvsse ido ao com-io para coinprar solos


`.';-¿til
.-1;!¡.\
.`;.' "1 ou ra1't±`u¬s, ele não terio, antes dessa visita. uma ggtm-1.1
-ffiš if-;
cheizt de selos e cartñes.
fit
. :tati F. Watson la tìnha, antes dessa visita, uma gaveta cheia
-;:.'_=;-Lt
=_:›.! de solos <' t'art'ñcs.
'Z -"É lì. I'-trtnnto,\'\1`;|t:=on1\.`1otoi.iorom-lo11.11.11'-\:1'.¡›¦.1|
selos ou cnrtoes.

Fínalincntc, podemos ¡untar tudo:

lš. Un Watson mandoo Luna calla, comprou sr-los ou


cartr`1cs,ouc|wiou um telegrama na f\;¬¿¿-ncia de Correìos c
'l`el('_t;ral'os da Wi¦_¦more Street hoje de manhã.
= . ..
C. Watson não toi ao correìo para mandar uma carta.

-« .fr ' " “"" - -¬~'--¬------›-- --------¬.-›-†.-¬¬-¬~.-.---f---_.....¬....._.¬-


_=;¦,_:¦
11-S-

tiiåi
1-;
¿tfrs U2 \ .-t |'¦=irst:'iroìi1 «lo m;i;¡r:iri-rito
. «_.
¡iufit

i ;-gftr, X. 1?/\1_/tetas
'i.'-"ri N.-'\t\I
`;'-1 .'
1'-›:¬: Concluindo, todas as razñes parecein t`a\-orecer o
et-=!i
§jL..; -¿at.¿ plano de cupons, e nenhuma das obieçoes consegue se
-_i-to" sustent;11“. Ulwininente, os l-`.s1;\dos Unidos deveni .nlotnr
`_¡l¦`;fi`
-:ta: um plano de cupons o mais rapido possivel.
"rita
ri. I
fiitat
_ , ,_
22.5:-i HIM:
afifi Neste ensaio, proeurei provar que os lístailos tlnidos
"`tl'¦|'-
tem pelo menos uma boa razão para adotar o plano de
.-'t- _ cupons. Embora algumas pessoas tenham serias obieçoes
'futltfj
a ele, Ó possivel modificar o sistema de cupons a fim de
1-dl
eonlornii--las.\.¡a|e a pena tentar. l`f:lo`='f.-:_-I siìo n|'¦.~,i¦|1n*ntos enpeioso:-:_ i\/luitas são tuo
;¿±¿=J|
tentadoras, e, portanto, tão f|'equentes, que receberam no-
'liilvez ai segiimla versão exagere na outra cllrei;-ao, mes específicos. Isso pode levar a crer que stio um tópico
mas voce cntendeu. ltaramente será possivel responder novo, E1 parte. Na verdade, porem, chamar algo de falacia
.:1 ._`
adequadamente a todas as objeçües, e, mesmo que voce o não ó senão outra forma de di:/.er que isso viola uma das
faça, novos problemas podem si1|^¦..~_i|'depois. “Vale n pena regras dos bons argurnentos. A falacia da " falsa causa”, por
,_,._, tentar" e a melhor postura. exemplo, e apenas uma conclusão questionável sobre
causa e efeito, e basta consultar o CapítuloV para enten¬
15'»
es
` 'Iii
der do que se trata.
É Para cornpreender a falacia, portanto, e preciso com-
' - ïr=jff,=
preender a regra que está sendo violada. Este capitulo co-
"its l ¬
.'=%~.'-_-tf? meça explicando duas falacias bastante generalizadas fa-
"ìifle-'-¦"
.31-›-'c'
_ ;.a=-.
._-1 zendo referencia a algumas das regras contidas neste livre.
_;,-s F_m seguida, apresentarnos urna breve lista e a explicação
para urna serie de falacias especificas, incluindo os nomes
latinos quando seu oso ó frequente.
'.¡-_-'I-"
I'-¿tg
-':I¦\'_§¿¡ As duas grandes falacias
-|_" -'ii
...=¡ = Uma das tentacöes mais comuns 6 tirar conclusoes a
.asi
''_ F ›:i i'-l
-'it partir de elementos muito escassos. Por exemplo, se o pri-
ar:
meiro lituann que eu conhecer tiver um temperamento
1*-'zi coli'-|'ico, eu posso chegar a conclusão precipitada de que
` 'irt
-¿'f;ë-1
ffšllíär'
F .'¦'-.¡E'

.:'::,¿¬_¡__ __ _ _____..._.._ ._ _ , _;~7- - _
- --_. _
~_~_.¢__.-_- ¬__ .;_7_Y¿¡._.- - - _- _ _. ._.__..._- ¬ _, E __.-.......
...___ _ ___...--» - .¡. .. _...... --._ _ - --__. ..Ji-¬ ......-__...... ¬.,.-_ _ -r _ _ . _ _ . _ .. ...__.._. . ,.._... _,._ .. _ ?....,_._ _ _ ._ .___ .T
;=.j =¿'1
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5 pff
_¦_j¡t=J
;n--_-
:Pg
1.*
ii
.ur Falrícins \ 95
gs
'z _
U4 \ A roirsrrrtoinriof::;q:i1:re:itn
É-fi;
fair l'or exemplo, considere este argumento sobre causas:
¿J
too'ososliti1a|1o:¬'possueintemperanieotoeolerico.fåetnn
~'_l'ëef-.ki
'É!`:,:= navio desaparece no'l`rii`ingulo das låermudas, o Nfitiomil Uma boa forma de evitar o divorcio é fazer amor com
-'fi-;i; l-_`m¡m'rrr declara que a regiao e mal-assoinbrada. lìssa e a
'1-,___
i_;_
H..
frequência, porque os números mostram que os cönjuges
i falacia da ;_{rrici^nlf:rrçrìo por iajornraoio incompleta. que fazem amor com frequôncia raramente pensam em
¿Jin I
*É Note quantas regras expostas nos Capitulos ll a Vi elivóreio.
.= {.¿-J
combatem essa falacia. A llegra S pede mais de um exem-
\¬es_ «L
_-.z , plo: ninguein pode tirar uma conclus-.ìo sobre todo o corpo A vida sexual atìva está cm-relacionada com a manu-
=;
if.-_ .- discente de uma faculdade baseando-se em si mesmo ou tenqão do matrimonio e, portanto, Ó considerada a canso
.,r_ _,
ir; l num colega de alo]amento_ A Negra tt pede exeinplos que (ou rom: causa) da n1ani_|ten<;ño do casamento_ Mas con-
sejam representativos: riingileln pode tirar uma conclusão tinuar casado também pode levar a uma atividade sexual
'FS15-1-' '
'1.2.
_i=,~'t."å sobre todo o corpo discente de uma faeuldade buscando mais frequente. Ou outra coisa (amor, atraçãol) pode ser
se nos amigos que se fez ali, mesmo que sejam muitos. A a causa tanto de uma vida sexual mais frequente como da
- 1 _¿-tg Regra 10 pede ìnformaçño suplementar: se alguem tirar manutenção do casamento. Ou cada uma clessas coisas
É-1,1%
uma conclusão sobre o corpo discente de urna faculdade pode ser a causa da outra. Ou talvez não baja nenhuma
baseando-se numa amostragern de tn`nta pessoas, será pre- relação entre fazer amor e manter o casamentoi
;'f'f;:› _
ciso saber o tamanho do corpo discente (St) alunos? 30 Também ó muito comum negligenciar alternativas
mil?)_ Argumentos baseados em fontes autorizadas podem quando tomamos decisöes Duas ou trës opcöes se desta-
_.|__,
'.'.'!'§
- - _ vu
, ›\,_.- que a mrtorirlarfe não cometa excessos de generali'/.ação: ele cam, e são as únicas que pesamos na balança_ Em seu fa-
'1-¿itiël
l':Ltii'§
-`-}'Í'5-
ou ela tem de possuir as informar;oes e qtialificaçoes que moso ensaio "O exìstencialismo ó um humanismo”, o fi-
1ts;¿!~
¢.¿¿.¿.. _ jtistifiqtiern a opinião citada por voce. A Regra 'l'~J adverte- lósofo jean-Paul Sartre conta a historia de um aluno que,
____:
:: 1-
_¿i' i
l
._-ar
ìtätl
nos para nao presumir que, so porque encontramos uma durante a ocupação nazista da França na Segunda Guerra
-§(:"i_-É' t das causas possíveis para um acontecimento, esta e, de fato, Mundial, teve de escolher entre fazer uma viagem airis-
rr causa. Outras causas podem ser ainda mais provaveis. cada para a Inglaterra para lutar ao lado dos Franceses Li-
1-' Élrlail
f¿'i É"¡ _ Lima segunda falacia comum e r`_«¬†:foi^rt1'eltermrfit=iis. As vres ou ficar com sua mãe em Paris e cuidar dela. Sartre
'~.1- *-
ç-,fltšft
i` Negras 20 a 23 ressaltam que o fato de existir u ma corre- pinta o quadro como se o jovem tivesse ou que arriscar
-_ laçïio entre os aeontecimentos A e B não implica necessa- tudo numa viagem a Inglaterra e, assim, abandonar sua
. '_==;3i:i riamente que A cause li. li poderia causar A; alguma on- mae, ou então comprometer-se integralmente com ela,
Íi"--"'-l
fi 5; _\`
tra coisa poderia causar malo A como lš; A poderia causar al:-rindo mão de toda esperança de combater os nazistas.
-str
_-§ì;;;|';,=|
i l¬`› e li poderia causa r A; ou A e lš podem nem sequer ter re Mas, sem dúvida, havia outras possibilidades lile poderia
_._F¡ laeao entre si. I-Issas e:q.1lie¿u;oc-salternativaspodem ser ter ficado com a mãe e, ainda assim, colaborar com os
ia negligeneiadas se aceitarmos a primeira explicação que Franceses Livres em Paris; ou poderia ter fìcado com a
_~ I nos ocorre. Não tenha pressa; normalmente, existern mãe durante um ano para tentar assegurar o sustento dela
"=¦r muito mais e›<plicaçoes alternativas do que pensamos.
F -'!.tÉ›%
_ oi-
IÍÉ '
-r _ t --..._ ._ _...._.,...,._
- .1!=,¬ir 1 1 _ _ __,~ = f› _ _ _., _ ,_ ,_ _ _ _ _._._..._,,!__.____..._.__._ __
i ' --"¡¦_t".¢.-qu-v-1-.-1...-¬....¬_.-¬--,-.-.__ _.. _ ___ _ _--¬-¬-¬-
Í='ì_'=-ji__
___.
sd
Éfi
:f |¡_
" 'fljl
"-¡-5
'$113
¡LV I-`.-rlricías \ 97
.Ef-'
ììlt *lb \ A cnirsirircrìo do ii›_qiri:ieiiio

e, aos poucos, viabilizar a viagern. Devemos imaginar que *- ari iiiísericorrlíem (apelo ii pieclade):apelarz`-1 piedade
_-'ri-¡il
;-ìïff
.1._f:|_ a mãe dele era totalmente dependente e egoista, ou sera como a1'giime11to para merecer tratamento especial.
-`›_,i_g_
¡Í“_+T-ll
'14-Jl possivel talvez que ela fosse um pouquìnho patriota e, Eu sei que fui reprovado em todas as provas, mas, se
___'-¿É quem sabe, até mesmo autossuficiente? Será que ele che- eu não passar nessa disciplina, terei de repeti-la durante o
se-_ gou a perguntar o que ela queria? Muito provavelmente, verão.\«'oce precisa me deixar passar!
_|9l›-- l
portanto, o estudante tinha outras opçöes_
'åf-'iã A piedade não é sempre um mau argumento, mas é
Tambem nas questöes éticas tendemos a ignorar as
i-!=Í-fi'
--_-¡-.--
alternativas. Ou dizemos que o feto e um ser humano que certamente inapropriado quando se trata de fazer uma
_-¦,';,_;i avaliação objetiva.
-'É-_-ra
1 sai tem os mesmos direitos que eu e voce, ou então que se
J.”
1 trata de um aglomerado de celulas desprovido de signifi-
`:.l=¬Í'¦__ ad popufum: apelar para a ernoçáio das massas; tam-
=:-oi
-fi-`É_§ë`
cado moral_ Ou dizemos que toda forma de exploração de bém, apelar para que alguóm siga o que as rnassas fazem.
«aan

l
.___ __
produtos de origern animal e errada ou que todas as for- “Todo o mundo faz issol”A mi popidioii ú um born exem-
mas atuais de exploração são aceitziveis, e assim por plo de um nina argumento de autoridade: não se oferece
Ii rfi
-'.I|¡¦¦I
diante_ No entanto, Ó evidente que existem outras possi- nenhuma razão para mostrar que " todo o mundo" é uma
7"¦›'J›'-Il
.r-..±
_--_-1 ¿a_
.i i-1:, bilidades_ l`rocure aumentar o nifnnero de e›p<;ñes a con- fonte bem emb-asada ou imparcial.
siderar em vez de estreita-lo!
J¦ì-￱Lï¡ì¬|å'›-421.7.4^- ' afìrmação do consequente: falacia dedutiva com a
Algumas falacias clássicas ll ›rma
-.-1:_':\1 l
-;1;=!.-1 nd lromiucm: atacar a pessoa de uma autoridade em Se p, então q.
r_.*_"x.*
--., f_zi q.
¦ :' 1*"
vez de suas qi1alificaçoes_Ver a Regra "lT. l`i11'ln|1lo, p.
¿ii,
=.¿
.''s:'='|
1.?='.
.Ét›€É rm' fgiiorrmrirrnr (apelo E1 ignorancia): argumentar No enunciado "se p, então q”, p e chamado de "ante-
que urna afirmação e verdadeira apenas porque não foi cendente" e q de ”consequente”_ A segunda premissa em
ifflìil demonstrado que Ó falsa Um exemplo clássico e a se- modus poncas - uma forma válida - afirma o antecedente
'¡'¦'.1"¦
guinte declaração do senador Joseph l\-lcCart-hv, quando (con fifa). Afi rmar o coascrgrrcirtc, porem, gera u ma ferina in -
_.1L¿1?ijë
se exigiu dele uma prova que sustentasse sua acusação de válida. Não 6 porque as premissas são verdadeiras que a
'Í~"±'EtI_ que certa pessoa era comunista: conclusão sera necessariamente verdadeira_ Por exernplo:

.._..¬a Não tenho_n¬iuita iníormação sobre isso, a nao ser a Quando as estradas estão congeladas, o correio atrasa.
-'FF-1 O correio esta atrasado.
`-`.-_L;'=7'_«
_-,51
declaracão genérica da agencia de que não ha nada nos ar-
- _-.al lt irtanio, as est|'atlar¬' e.-:I;`io eointyladas.
-. ."-_'
_ el -É1
qnivos que ne_e_t¦e suas li¦.~_ac(\es eoinnnisias.
1-.i___1±_te
2' 1 -1
_ - si-'
--si |

_,_-_.§?›_¬-_.1_.,_.._, _ ,___ ___ ___. _ _ ___ __


SÍJF

i,
Falrícias \ 9*)
n
.El
\:¬'
.1
*IS \ A r'mist:'iroiri do myriiia-aro
1
Hi:
Um exemplo mais sutil: “lìm vez de se preocupar com o
lìmbora o correio se atrase quando as estradas estão
II?-f seu bolso, vocé seguirá sua consciencia e fará uma doação
iitš,
congeladas, ele também pode se atrasar por outras razñes.
para a nossa cansa?" Ao dizer "não", a pessoa se sente
,_ lïsse argulnento ignora as e:<plicaçocs alternativas.
jiji
_!,_,_=_,,
culpada, independentemente da sua verdadeira razão
=¡ 'ui
'ff'-É
petìção de principio: usar veladarnente a sua con- para não doar; ao dizer “sim”, indepenclentemente da sua
.lšiï
lfäir
cltisïio como premissa.
verdadeira razão para doar, ela se sente enobrecida_ Se
voce quer urna dou±;_`1o, a coisa nmls honesta a t".w,i_-1' e
"_"-iä
-'¦|'
«_ Deus existe porque .assirn esta escrito na lå|'l›]i¿1_ L- _=;._›¡ pedi-la, pura e simplesmente.
'ut
-l' '-
-1
_:¡-¡_
que e verdade porque, alinal de contas, |.)eus escreveu a
Biblia! negação do antecendente: falacia dedutiva da forma
1'-“.†Ã=;'_"-1
,E-,
Isi-- Na forma de premissa e conclusão, esse ¿ri-grrrimnio Se p, então q.
_+-Í
111 ficaria assim: _ p é falso.
"ii
I

_:`r_
1 :E
Portanto, q é falso.
.-4-

_ ;-._
A lìíblia diz a verdade, porque Deus a escreveu.
A Biblia diz que Deus existe. Na asserção “Se p, então q", p é chamado de "ante-
. 'U1
f`_f:±'- Portanto, Deus existe.
cendente” e q de ”consequente”_ A segunda premissa em
râ*fl
.:'i'i
u.J.
iriarius tollcas - uma forma válida - riega o consequente
t' Para defender a afirmação de que a Biblia diz a ver-
(confira)_ Negarorii1tr'cedcirtc, porém, gera urna forma in-
-e
<.¬ dade, o argumentador diz que Deus a escreveu. Mas, ob-
_¬¡E
.- _. válida. Neste tipo de argumento erróneo, não é porque as
viamente, se Deus escreveu a Biblia, Deus existe. Assim,
premissas são verdadeiras que a conclusão será necessa-
__,
esse arg1.1me|¬|to _iii'rssir¡iiìr e:<atament'e aquilo que está ten-
riamente verdadeira. Por exemplo:
_ pj
tando provar.
si .Í -'¬'1 Quando as estradas estão congeladas, o correio atrasa.
f-ft] argumento circular: o mesmo que petìção de prin-
mi As estradas não estão congeladas.
cípio_ Portanto, o correio não está atrasado.
' Íij ad-
_ _i_
.___ pergunta complexa: apresentar uma q1.¦estíio de tal limbora o correio se atrase quando as estradas estão
› ¬_;¢
u
__-_¡=
modo que as pessoas não possam concordar mi discordar ci iniçeladas, ele também pode se atrasar por outras I'a:<:oes_
2-l\'t`i'I HL' t'u¦'Li¦'it':it'|`tt'lt`t` Ctiltì .1l_t',tIIttt1 tttillìt dl'ÍI'I1`t¿Ic'¿_1i|title
I
.ri_¿ lisse argtlmento ignora explicaçñes alternativas.
voce dcseia defendelz Um excmplo simples: “\*'oce ainda é
l
lao egoista quanto era an tes?” Ao responder "sim" oir
an1l-iìguitladez ver l¿r'gi^;1 T.
"nÍ1o". a pessoa se ol¬ri_e,a .1 |'econlie--=-r que era ee-ii.-:ta_
l
i

_ l .,._¿.,.¿,_-¿._..¿¬¿.7._. -,11. ___... ._,_.__ . _ __


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Fmfrícírms \ 101
-4,9..
2.».
'-`¿'i¡
HillKfioiiasuxiçiirrrffim1-çrmifvim
“=_'i_
Í';`=_;'
1,1
”consc|'vaLìor"cu1no"alguú|¬n cum uma visão realista dos
_-.i '1
-;-Ei falsa causa: lcrnm ;:,unúri<:o pum uma conclusfio
-.-= « limites do homc1¬n"_Vcr o Apéndice sobre dcfìniçöcs.
qu-sstionzivcl sobre causa c ci`::il'o_ Parzi cntundci' especifi-
Í! -¦ *_`
=}2'Í carnuntc,¡1m'f¡m'o coiicìiisão ú (supostamuntuì qucs1ion¿i--
:7 p¢'h`!'ío ¡›r:`m.¬ípƒí: pctição de principio cm iatim.
.-'_¿-SPL1.1 voi, vcju ns Rc¦¿,'|'os 2U n 23.
¬¡{ì¿1i
.-='»uJ¡
ÍÍ;”i'ä' snbotagem na fonte: usar lìnguagem apelatìva para
fçâå
=,_!¡.¡¡ falso dilema: rodL1zirasopçños sub co:1siciu:'m;¿io ci
¿TP Llcnc¦¿,ri1' um ;1r§_›,1_1|nc|1['o untus musmo dc mcncìoná-lo.
¿1¦.¬cn¿|s L1Lm:¬', m|.|it¿1s \.¬:7.cs |'n1nl;11111cnlu co|m';irìo.~; -.- En
1`1.1sl'as para :is pessoas cnvolvicias no dilema. Por cxcmplo,
L1.. Svì quo x-ovüs não formn ludihrhdos pola mvin dlizia
firïfs
I :Í “E1
.¿'_
"/\n1út^iL'n: ami.:-n ou dcìxv--zi". F.is aquí um vx›.¬†n¡¬ln m;11f¬¬ dv u-liimsos qm' .1l|1-.In 1131: .¬~.1¡\-_-m|.1|i1 ¿1 m|1\\.~¦'H1Iç.¬iu sv
"..1
' ¬
†¬`_j`~rr"E.
:¬'L|lí1 |'uti1'nL!n-.io t1“±1b±1l|1ud~_~u1n |:slL|d'.1|1l-_-:"Lloinoo uni gundo a qual...
_»..r,-.'
' HÍ LI verso não pode tcrsido criado a pm'ti1'do nada, cie tom de
:š«_F¦. ter sido críacìo por uma i`o|^<;:i vital i|1tu1igcnl'c.._"/\. crìação Mais suiii:
1*???
-i±.«-$5
por uma i'o1'qn vital i11t1:1igu¦'1l'c Ó ai :in.=`m outro possibiii-
z- |. _
15;! dado? Fnisos dilemas muitas vu'/.cs inciL|c|*n lìngungcm Ncnhimwa pessoa scnf¬'aì'a crê que...
aféìiíã npelatìva; c ulus também, Ó cia1`o_ dcsp1'c?_¿1m alt'cr|1a tivas.
¿f;_~§å
¡ms! Imr, vrjqcr _m'o¡:I¿'rI:or (1iI'v1'n|1m¬|1t'<-, "dcpois disso,
ï;1'±`_I
! Iì11¡;ungL'111n|1uI;1lìv¡1:\-'±-|'1~l±-¡;:;1ìï. poiwiìio por c¿1L|s¿\ -_iìsso”): p|':_~sL|mi:' up|'ussud;_11nu11tu ¿1
¿mi
¿$5-LE" causciiidadc basczmcio-se na rncra succf-:são cronológica.
_-É I nou sr*qu:`hrr: tirar uma tonci|.1s-ão que "mio sv su- Mais um lc:-mo miiìto genérico para aqi_1ìioqL|c o Capítulo
¿¿,L1c", ou scju, uma com'1L|:-nio que não ó uma in1'c|'C'|1cio V procura tornar mais preciso. Consuitu o CapítuìoV c tonto
.|¬.}¡
inznaìwl si |.¬111't'ì1' dos vlumvnlos L1ìspon|'\:vi.-¬“.Tcrn1o hus- «_-nL'unLIur por qm', uspuuiiiicaimrntv, um Liutu|'mìnaLIo ¿migu-
'J
limlc ¦¿,u11ú:'ico para um mou ;11';;mnun1o_ 1`1'oc|.n'u «.ìvsm- nw-.~nt'o porvcv prosiimìr :i|¬11-sszidaimciitc a ca1_1s:u;ão.
;É=i;"¿,-“g lwiroquc«:›<nL;1†1u~11tv-:ski vrmdommom“;;L1niv¦11o,
_-¡Í-3; desviar a atenção do assunto: introduzir toma irre-
_'=.;~:嬻 falácia da "pessoa que": ver Rc¡¿1^n '1 U. iuvanto ou s-.¬cundzi1'io, dcsviando desse rnocio :1 atcnção
1144'
_:?ì¡'
.,._-_ _
UI.
do toma principal. Consiste gcraimcntc cm levantar uma
'af-"I
.__-
defìnìção pcrsunsìvzx: «_icñ1¬ii¦“ um lormo du n¬mn-:i1'o quustüo sobre u qmii as pessoas tC~n1 opiniücs bum mm'-
-É.
.1>\. '
' ÍI opaimiiiusmcntu simples L-obj\:liv¿1_ runs, mi vu1'-111-.{u, ape- codus. dc modo quo nín¦__.;uúm su dá conta de que sun
›¦-L-1?;
-IY-ki laliva. Por cxigrnplo, f.\1¬nb1'osu Biurcu, um 'fin' i.1¢'w`E's Hic-
3 atcnção está sendo dcsvìada_ Numa discussão sobre a sc-
-'f.'_l;'.
-wi H`mmr_:¡, Lhclfinu"fó"m1n<›"crcnça sum |m›vns naquiio quo
- _-.iq
-.:.1-PP E
g_L1¦^¿1|1ço LiuLiiiic1'i.*:1tvs|^11:1rcas dr: auto|*m'›vL-I, por cxcmpio,
_ _*-¦ `f_!. uma |¬csson sum ±'onhu:i|¬nunt'o di:/_ nc-31111 dc ;1i;;o qm' mio
?",“==f1-*i|.:' ¿1 qucstiìo sobre quais delas são |'¿ibricnc1as no país é uma
¬ toro p:u'a|=:io". As dcfiniçücs pcrsu;1si\=2|s também podurn
formo Llv ¢|v:¬-\=in1'n ai'vnção_
_ svr [vn«.lvnciosn11101111- i'¿wo1'.ì\f-:is: por uxmnpio, di-1'ini|'
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¡E12 \ A mn.-¬“tr¦:r';ìu do rH'¿;:rr:t¦'1:rr=
'Seršì
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É-fi
APÉNDICE
_|;-_;t!
`1-| falaicìa do espantalho:v;|riralu1'u¦'uma \-'is.`1ovontr.i A1)¦a1=1N|(;.-'xo
ria ¡una=|m'sei.1I';ici[|'e1`ut.i [.1; \-'ei i\'o;-_¦.1;';_
'ÍJ,_:.`_¿
ifÃt_
'¦¦FEi:
ìiomonímìa sutì1“: int-d._1rosentidode uma pakivra
tí- _- *` no meio do a|'¡_*,¬.¦|nent'o pam que a vr n¬|eI1.¦são se mante-
is' *
nlm, apesar da ra-_|ìca1uu:d.¬net1dr-si±.1niI'i-;ado_I\-'imioirru
5°, exeettluda norlnahnentv soh a pre:¬'s¡io de um t'onlr.1--
-`-2¬ ti ex±'|n|¬|o.
' :`-ší-`, i
sa
.I'Í=-i¦
--Hitrå f\.'iì\doest1uio<'~ uma tortura.
ii. Mas e o esludo da a¦'_et|¦ne11t;1ç¿`1=:?Vov='~ndoia esse
Aiguns argumentos exìgem atençïro ao sentido das
assunto! palavras Ãs vezes, podemos não saber o sentido estabe-
1.-211 /\. Horn, isso nao e propriamente estudo. iecìdo de um termo, ou o sentido estabeìeeìdo pode ser
'ͬ'¡=_
'^-»
5 HH
espeeiaiizado_ Se a coneiusão de nosso argumento for que
/\qoi, a homonímìa sutil esta no termo "estudo"_ A “o wejaek e herbívoro”, a primeira tarefa será definir os
r-'33É-3s'
.scìft resposta de A à objeção de B, em verdade, muda o sentido termos empregados, a não ser que estejamos nos cliri~
'›'-'_|
¿aa de ”estudo” para ”estudo que e uma tortura”. A primeira gindo a um eeóiogo a1gonquino*_ Se você encontrar sc-
afir|nar;ão de A permanece verdadeira, mas apenas porque meihante conclusão em outro contexto, a primeira provi-
-'t1"2'ã se tornou banai (“Todo estudo que e uma tortura e uma
”\ I dencia será consultar um dieionário_
^-†`-_¬'! tort1_1ra”)_Veia também a diseussão sobre “egoís-;|no" na
-:H-¬|=,|
-'.~' Outras vezes, um termo pode estar muito em voga e,
Re¿:¿ra T, e o ±\pendiee sobre detiniçoes.
_-_-_;¡;_ï
mesmo assim, não ser muito claro. Diseutìmos o "suici-
dio assìstido”, por exempio, mas nem sempre sabemos ao
;j,=¡“-ii
certo o que isso significa. Para poder argumentar adequa-
._ ¦..~.f
_, ,_
ri' ¡__- E
T.-*-;E._=g damente a respeito, precisamos ter uma aoção consensuat
ï=†J=?;I
aeerca do topico em discussão.
___'¬-fWl`-_.__;
Um outro tipo de definição e necessarío quando o
sentido de um termo e contestado. O que é “droga”, por
2-Í:_5_tì9
. -===f'-._| " "\-\fej;1ek"e o nome algonquìno da marta norte-americana, ani-
1-Eat
-L-ffs mai pareritlo nun a doninha, encontrado na costa [este da America do
* I-Í\]¬¦'e_-¬'¬'.`1oproposta no Iradr|e.ìo l1rasih›i1a da I3rf:1'±*t:'m r:'f':=.f:`of. de Nom-."t1e1'1\ivoros"sãoanimais que eoinem apenas, ou basitmnenle,
H-ìÉ7l`*1
f\rthur Schr ›pen11.\ue¦' t`|ì =|\hooks, 'll1t1_`%ì, onde são disenl ¡dt -s RH t-s1r.1 pl.1nt.1s. Na \'erd.1de, os \veiacksr1.ìos¿ìo i1erl¬1'voro:-a.
_. -'.ͧ;1 Ia3',et11.1s da dira-1|.~.~..`io m.\lirio›¬'.\. (N. do`1`.J
'tgfì
_-5'
I |I.¦¡.
¬- - - - - - -.-.¬.-.-..-..¬-¬..¬.,....,..-.-,....,__.,.,.,..,.,_,.,_
'=|!!¦Í€ -I
¡;'_-I='¿;¬..7............-.__.....-..¬--.-.._...††..fl._.-.. . . .-.¬...,H.-,.¬..«.-..- _ _ _ _ r
-rïìälë
*- - -- “ * __-__._...-....--¬--.__.ï-_._...._._-_.__...p...._-.-.-_í--
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/1. dr;ƒi:it`(rìf1 \ 'LU5
it it]-'I \ /1 ±'r›i:_-:tnr;'r:rI do r:r;\_'rm:.-'fnfrf

exempio? Alcool ú droga? E o tabaco? E se forem? Existe Algumas palavras, portanto, é você que precisa tor-
1 __
uma forma lógica de responder a essas perg¬untas? nar mais exatas. Use termos concretos, precisos, fugindo
si
__~_†ã 1. do que ó vago (Regra 4). Seja específico sem estteitar de-
TT¦',.x¿ DTI. Quando es termos forem obscuros, mais o campo semântico do termo.
1*-¿ra
tft?
-
seja específico
"AIi|¬nentos organicos" sao alimentos produzidos sem
Comece peto dicion.ário_ Uma vizinha minha recebeu fertilizantes nem pesticidas quimicos.
urna advcrtC'ncia do |nstit'ut'o do I*at|'i¦ni`›nio I iist(›|'ico da
¬'-_¿<._,_-"_-¢___-.~_ Detiniçöes como essa trazem à mente uma ideia bas-
cidade por ter instalado no jardim da sua casa uma ma- tante ciara, e E' possívei seguir adiante investigando-a, ou
quete de Faro! de um metro e vinte de altura. Uma porta- veritiicando sua vaiìdade_ Não se esqtleça tambern, (2 ciaro,
±'.-=
ria municipal proibe que estruturas fixas sejam erguidas de rcspcitnr a sua definição ao Iongo de todo o processo de
±-<'¡¬ . na area externa das casas situadas em bairros históricos. argumentaçâio (Regra 7; ver também a falacia da homoní-
Eia foi repreendida diante de uma comìssão do Instituto mia sutil, Capitulo X).
_
e instruida a retirá-ia. Os animos se e><aitara|¬n e o assunto Não use termos apeiativos (Regra 5). Uma das virtu-
`i foi parar nos jornais_ des do dicionário e sua neutralidade. O Wctistcfs define
O i/'v'cÉ1stcr"s saivou a pdtria. Segundo o dicionário, “aborto”, por exemplo, como ”expu1são prematura, 51
.`-'.`::`Jt
urna "estruttlra fixa" Ó algo irremovíveì, fixado a uma cons~ força, do feto dos mamiferos"_Trata-se de uma definição
l't'L1ção, como um anexo permanente ou urna seção estru- neutra, como deve ser. Não cabe ao dicionário decidir se
turaI_ O tarot, contudo, era removívei - estava mais para o aborto e moral ou imoral_ Compare uma definição co-
¿¶ um ornamento de jardim_ Portanto, não era uma "estru- mum apresentada por uma das partes numa discussão
-2-fe
tura t`ixa"; assim, nfio era proihidr 1. sobre o aborto:
._-__
J_._¿._ Quando as questoes ficam mais complicadas, os di-
- a.=.“-É
.tt-rs "Al¬orto" significa ”assassinato de bebes".
ciondrios são menos uteis_ Suas de!`inir;ñes muitas vezes
>›-Tri
F.
_'_-=¿-
otei'ece1n, para cada coisa, sinoni|¬no:¬' as vezes tão im pre- t¬`.ssa detiníçao e apeiativa. Um feto não ó a mesma
š`ï'ïi¿ cisos quanto a palavra que vocfi* está procurando definir. coisa que um bebé, e o termo ”assassinato” atribui injus-
.s
'Jai Us diciontirios tambem podem dar inúmcras det`inicr`›es, tamente intenção indigna a pessoas bem-intencionadas
›-H'
_jHtÍ.
¿..;i_,; de modo que você terti de escoiher entre cias. ii, as vezes, (por mais erradas que cias possam estar aos oihos de
'_'¿¡;¡,v
-.'.'.-ly
.fã.|L_= eles estão simpleslnenle errados_ U if"tf'f'i=.~1!i'i".-: define “doi” quem esc|'eve)_ A afirmação de que por fim a vida de um
Í-"'¡(
=;¬¦ì_ .
- ri. de cabeça" como "uma serisaçtio dolorosa na cabeca feto e com pa nivel a por fim a vida de um bebe e plausivci,
-L;"¦¦
._ 1:”
,Í i-Issa deiinicao H' arnpla demais_ A picada de uina abelha mas cabe ao argumento abairmstrar, e não sim plesmente
`--Ef. ¡›rr'sami`r por definiçao. (Ver tainbem a taiacia da "defini-
ri' ia
ou um corte na testa ou no nariz seria uma se|i:¬“a§cio do-
lorosa na ¦'c_e_i.`1o da -:;i1\ei;a. mas nfio urna dor de r.ii¬.r~i;;r_ çiio persuasi\'a". (`.ap|'tuio X.)
'Í I|`;`.
_-..›_¿
~i
.it¦¡';.'..'§.†'¿~_r'¦\_-"~ -- -¬
lx.. _

*›-'+2'.-2*-F.
>ì(5l~†r '-
'
ltìo \ fl cmistrraguri :le nr;\¦1rii:e:itr› /l rlefi:rf(rìo\1tl7
-ri@-.1_ -'m=;

2 Talvez seja necessario Fazer uma pesquisa_Voce des- sendo empregado. Nesse caso, não basta propor simples-
cobrira, por exemplo, que ”suic1'dio assistido” e permitir mente uma elucidaeao_ É preciso realizar uma forma mais
.ie detida de ar¿;umentação_
que medicos ajudem pacientes conscientes e de posse de
suas faculdades mentais a programar e proceder 51 propria Quando um termo e contestado, e possivel distin-
morte. Não inclui permitir c|ue os medicos ”r_lesliguem” os guir tres grupos de coisas que devem ser levadas em
aparelhos sem o consentimento deles (isso seria uma conta. Um deles inclui as coisas as quais o termo se aplica
ïïfi- -
`ë forma de "eutanasia involuntaria" -- outra cate_e,oria). As com toda ciareza. U sep,|_1ndo reúne as coisas as quais o
iii1 t'eI'|no, com toda clareza, mío se aplica. No meio virão as
,_ _ pessoas podem ter boas razñes para se opor ao suicidio
ݢ. 4
r¦'. coisas cuja situaeão e incerta - incluindo aquelas sobre
assistido assim definido, mas, se a i_|ei`iniq¿`io Hear clara
as quais se está discutindo_ Seu papel e formular uma de-
aga desde o principio, pelo menos as partes adverszirias esta-
finição que
",tši rão tratando sobre a mesma coisa.
/`\s vezes, podemos definir um termo propondo de-
.I U. 1.laclarr todas as coisas que o termo sem dúvida con-
'=-†-Í; terminados testes ou procedimentos que estabeleçam se temple;
_ _ -1
:Y: ele se aplica ou não. A isso da-se o nome de definiçáio opc- 2. Ilrclua todas as coisas que o termo sem dúvida não
mc:`oiml. Por exemplo, a lei do V\f'isconsin exige que todas contemple; e
as reuniñes legislativas sejam abertas ao público. Mas o 3.Trace a lirilm iririis dora possrbel entre uma coisa e
Ä1`~¡ outra, e explique por que a linha deve ser traçada ai, e não
4,] que, cxatamente, essa lei considera uma "reunião”? A cm outro lugar.
3;*
:--r-'-1 propria lei oferece um elegante teste operacional:
I`ä±"
±'¬'¿=`
.,_,¿.__ Por exemplo, pense no que define urna "ave". Exata-
Considerar-se-ri "reunían" todo encontro de legisla-
'i -- E: mente o que e uma ave, afinal? Morcego e ave?
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dores em mimero suticiente para i|¬.1pugnaro andamento
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do proieto sob apreciacão.
Para atender a exigencia número 1, muitas vezes e útil
começar pela categoria geral (reino) a qual pertencem as
l-Íssa detinição e muito estreita para delinir o uso co- coisas que estão sendo definidas. No caso das aves, o
reino natural e o dos animals. Para atender às exigencias
mum da palavra ”reunião". Mas cumpre a contento o ob -
2 e 3, tomos de especificar de que modo as aves diferem
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ã jetivo da lei: evita que os le¡_1,islado|'es tomem decist`›es cru-
-'-.-:'; dos outros animais (a isso se dá o nome de diƒƒcrciitie).
1
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_'¿ ciais longe dos olhos da opinião publica.
ÍL5f'~ÉÍ.¬l Nossa questão, porta nto, e a seguinte; o que, exatarnente,
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'=.“.!"¡. diferencia as aves - tridris as aves e npcurrs as aves - dos
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'-;-_-\ D2. Quando os termos forem contestadas,
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ou tros animals?
_¦_+','¡ì-f trabalhe a partir dos casos incontestes
É mais diticil do que parece. Não podemos usar o voo,
i -;Í'_ïf As vezes, um termo e coatestrmo. Ou seja, as pessoas por exemplo, para tracar a linlia, porque o avestruz e o
1
1 discutem sobre .1 prrìpria |¬e1'ti¦1encia do termo que está piniguim não voain (dc modo que a definieão proposta

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ei' nao cobriria todas as aves, violando a primeira exip,encia), Tambem nao podemos definir "droga" como uma
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i__>, enquanto marìinbondos e mosquitos voam (de modo que substancia ilegni que afeta o corpo c a mente de alguma
a delinicao proposta incluiría seres que não sao aves, vio- forma. lìssa detinição poderia cobrir mais ou menos o
2
lando a segurida exigencia). grupo certo de substancias, mas não atenderia à exigen-
tits.
O que distingue todas as aves, e apenas elas, segrimto cia número 3. Nao explica por que a Iinha deve ser tra-
constatamos, e o fato de terem penas. Os pinguins e o çada nesse ponto. Atinal, parte do objetivo de tentar de-
avestruz tem penas, em bora nao voem f- continuam sendo tinir "=_lro¡:,a" pode muito bem ser a tentativa de decidir
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aves. Mas os insetos nao, e nem (caso voce tenha ticado na quais substancias deoei'ioiir ser legais e quais não! Definir
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dúvida) os niorcegos. "droga" como uma substancia ilegal submete a detiniçño
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Agora, consideremos um caso mais dificil: o que de- a um curto-circuito.
tine uma "dro§_=,'a”? lixperimente isto:
Vamos comecar, novamente, com os casos que sao
ì§'?*i' fora de d1.'¦vida.A heroína, a cocaina e a maconba sao, sem Droga e a substancia usada com o principal objetivo
ati dúvida, d|'o¡__§as. O ar, a agua, a maioria dos alimentos e os de alterar o estado cla mente de um modo específico.
-.ea xampus, sem dúvida, nao são drogas - embora todos se-
iam "sLibstãricias" e "gases", como as drogas, e todos A heroína, a cocaina e a maconha, obviamente, en-
sejam in_-_._§eridos, inalados ou aplicados diretamente no tram nessa detinìção. A coinida, o ar e a agua não - por-
corpo. lìntre os casos incertos estão o tabaco e o aIcool*. que, muito embora tenham efeitos sobre a mente, estes
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Nossa questao, portanto, e a se§:,uinte: alguma des- nao são específicos e não são a razão principal pela qual
cricao _±;eral inclui todos os casos indubitaveis de ”dro¡_=,as" comemos, respiramos e bebemos. Os casos incertos se-
ftšsìfl e exelui todos as substancias que, sem d úvida, nao sao dro- rão, a se§__{uir, atacados com a pergunta: “Sera que o cfeito
gas, tragando uma linha clara entre uma coisa e outra? priiiciiiof e espeofƒico e atua sobre a mente?” Distorçãio da
As “dro_i;as" ja foram definidas -ale mesmo por uma |¬ereepeao e alteracao de liuinor são os aspectos que mais
eoinissfio p|'esii|enci.1l cornosol\sI.i|i¦“i.1:;que .1|el.in1 o nos inleressaoi nos atuais debates sobre "dro;_;as", por-
corpo e a mente de ale;uma torma. Mas essa detiniçao e tanto, essa detinicão da conta do tipo de diferenciação que
ampla demais. lnclui o ar, a agua, a comida, e assim por as pessoas mais ¿_¬'ostariam de Fazer.
l' 1
diante, dei.\ando de atender fi seetimla exip,eneia_ Iìevemos aerescent'ar que as drogas viciam? Talvez
n.`io_ Al¦_;uinas substancias viciam mas nao sao i_lrogas -
" Incertos sob outro aspecto sao sobst.`1nci.i- tooo r .1 .i-¬¡~irin.i. o~¬ certos alimentos, talvez. E se uma substancia que “altera
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a11til\ioiico~,.is vitaminas e os antidepressivos -- o tipo de ¬-r|bst.'1i1eias o estado da mente de algum modo especifico” nao viciar
able! que coliipniiiios ein "il¦':\i1.1ri.\-¬"' e cliainamos de "±li'i\p_.i¬" no sentido
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(como al;.;i_1|'nas pessoas atirmam que e o caso da maco-
ta|'in.iceiilico. i\i.i.- e--¬e- .~.`o › i'i'iirr'ilrf=s -- |1.io"ili'o¦,-,.e."noseiitidi-1n.\|'.il
que e-¬l.1mos _1bo11l.indo. nha, por exemploi? Segue-se dai que ela não e urna
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ti d|'o_i;¿1 einsl. inos defender sua proibieão, seja ela clro¿,;¿1 ou n¿“1o_
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ft” Ou talvez a maconba seja mais parecida com certos
D3. Não espere que as definiçües antidepressivos e estimulantes ~ remedios que (observe)
façam o trabalho dos argumentos também podem ser considerados "drogas" pela dofinição
Í'
As detinieoes aiudam a iii'g¿ii'iiztii' as ideias, a¡_-,rupar l"“'l““*il¿1« 111¿1!¬' Não peclem proibiçao, e sim coi.=tr'oir'.
O alcool, enquanto isso, e uma droga pela definiçao
1€ eoisas afins e ident'il'icar semellianeas e difereneas funda-
...,›
1; proposta. Corn efeito, e a droga mais largamente consti-
Ha.
mcnt'ais_ As vezes, depois que as palavras estao definidas
mida entre todas. Seus danos são enormes: cirrose, clefei-
com clareza, as pessoas podem ate mesmo descubrir que
tos congenitos, mortes no transito e outros mais. Deveria
simplesmente nao discordam a respeito de determinado sofrer restriçees, ou ser proibido? Talvez - embora tam-
assunto. Por si mesmas, porem, as definìçöes raramente
bém baja contra-argumentos. Mais urna vez, essa ques-
decidem as questóes mais difr'ceis_ tão não se resolve pela definíção do alcool como droga.
ff-5-si
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__-¿, *=,1:1'~¡
Procura mos definir "droga", por exemplo, em parte Nesse caso, os tjfi:itos fazem a diferença.
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para decidir que tipo de atitude tomaremos com relaçao Em resumo, as definiçöes contribuem para a clareza,
-:-."1-"
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a certas substancias. Mas essa definição não pode res- mas raramente tomam, por si só, o lugar dos próprios ar-
sir ponder sozinlia a essa questão. Na definição proposta,
ji”.
1)-
gumentos. Elucide seus termos - saiba exatamente qual e
:tii por exemplo, o cafe e uma droga. A cafeína sem cluvida a sua pergainta - mas não espere que a clareza, por si só,
Íïifëi
altera o estado de animo de uma maneira especifica. va responder a ela
Cliega ate mesmo a viciar. i\/las segue-se dai que o cafe
?.1;”_-ì*os
¬_.L.
ffagfm
deva ser proibido? Não ~ porque o efeito e moderado e
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. :-,'._= socialmente positivo para muitas pessoas. li preciso pesar
í-ãšti na balança os beneficios e os danos antes de clie¦_=,ar a
¿'_;t§=
.lar uma conclusao.
A maconlia e uma cl|o¿_f,'¿i pela definiçao proposta. Ffla
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ira deve (continuara) ser proibida? Assim como no caso do
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ei?-'l cafe, e preciso elaborar mais tirgiuiiieiitiis. Algumas pes-
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';"±'i- soas afirmam que o eteito da maconha tambem e mode-
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| rado e socialmente positivo_ Supondo que elas estejam
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certas, seria possivel a r;¿,uinen tar que a maconlia nao de-
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veria ser proibida, mesmo :=i'm'lo uma ”clro¿_;'a” (a exemplo,
._ ..._ lembre-se, do cafe). Outras argumentam que ela tem efei-
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1
tos muito piores e costuina ser uma “porta de ent'mda"
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