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S E:OE ADM I NI S TRA TIVA:CL U B DE ENGENHAR IA
SÉ: DE SOC IA l.: ESCOL A N ACIONA L OE ENGENHA RIA

~ " CURSO DE FROJETOS E EXECUÇÃO DE BARRAGENS DE CONCRETO

UNIDA-DE I - lOª AULA

ASSUNTO :EFEIT00 TÉRMICOS E RETR~ÇÃO TÉIDAICA

EXPOS ITCR.: W,lNDERL.r..


~ GUIM2.~ RÃES CORRÍ:A

COORDENADOR : PROF . FL;"'VIO MIGUEZ DE MELLO D.:, ESCOLA


:DE :SNGE!:~R....RIA DA UFRJ e LUI Z CARLOS
DOiS dANTOS , DA EN"GERI O

"
\

1 - EFEITOS T~1ICOS

1 . 1 - Introdução

As reações de hidratação do cimento são realizadas com des-


preendimento de calor .
Nas estruturas de concreto massa, considerando como tais
aquelas onde o volume prepondera de muito sobre a superfÍcie ex-
posta , o calor gerado pela hidra tação do cimento não é facilmente
dissipado para o exterior em vis ta do concreto ser um mau condu-
tor de calor .
A • ( , -
A consequenc 1a que da1 decorre e a elevaçao da temperatura
no i nterior do concre to atingindo um v a lor máxi~o que é função de
, .
u~a ser1e de fator es .

O posterior esfriamento d o concreto de toda esta estrutura


até atingir a temperatura ambiente conduz a uma diminuição do seu
volume (contração) denominada "retração térmica" .
As estruturas entretanto são vinculadas , existindo portanto
.
uma r estr1çao- . - , na
a' esta deformaçao , o que 1ntroduzira estrutura
- - ..
tensoes de traçao , des1gnac~:5 , .
por "tensoes term1cas" , que se f o- -
rem maiores que a resistência a trnção do concreto em uma dada
i dade , ocasionarão fissuras ou trincas no concreto , comprometendo
a integridade das estruturas, tornando-as menos duráveis , menos
. , .
2mpermeave1s e menos seguras .
Serão aqui discutidas a s noç õe s gerais sobre as caracter ís-
ticas térmic as do concreto e sua retração térmica , apresentando-
se para esta Última as causas que lhe dão origem e os procedimen-
tos a serem adotados , para minimizar ou anular os seus efeitos .
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1. 2 - . Cai·or cie· .Hfdrãtação·-'à·o , Gin1~n""t'o


Quando o cimento Portland entra em contato com a água dese~
volvem- se reações quÍmicas que transformam alguns dos seus compo-
nentes anidros em composto hidratado s , reações estas que se efe-
tuam com liberação de calor, notadamente nas primeiras 48 horas ,
sendo o aluminato tricalcico (C A ) e o silicato tricalcico (c s)
3 3
os compostos anidros que mais cont ribuem para esta liberação de
calor . A finura do cimento influe na velocidade de liberação do
ca lor gerad o pelas reações de hi t ratação , sendo que quanto mais
fino for o cimento maior quantidade de calor é l~uerada no inicio
das reações .
Nos primeiros dias é que ocorre a maior liberação de calor ,
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sendo que após a idade de 7 diaG essa l i ber ação torna- se bastan
te lenta . Existem em uso rotineiro métodos de ensai o para: a de-
terminação de calor de hidratação , tais como o método da di sso-
lução (~BTM C- 186) e o método da garrafa térmica de Langayant • .
O método da dissolução determina o cal or de hidratação so
mente para a idade em que é reali zado o ensaio ao passo qu.e a
garrafa térmica fornece a evolução da geração de calor desde o
instante do lançamen~o 4a água até o final do ensaio , geral men-
t~ b.a··.-i dade ~ de · 7 dias ; a· partir a.a qual a ·geração de calor é ig
s i gni ficante . O método da garrafa térmica permite determinar a-
nali ticamente a evolução adiabática da temperatura no concreto,
sendo portanto um método mais Útil para o estudo das tensões
térmicas do concreto , numa fase preliminar onde não se pode
ainda r e alizar o prÓprio ensaio de elevação adiabáti ca da temp~
, .
ratura no propr~o concreto .
No método da .gar~afa . térmica
. . . são obtidas, a curva de aque -
cimento da argamassa de ensaio e a quantidade de calor liberado
pelo cimento até o instante considerado . Estas duas curvas sao
tra çadas a partir de determinações reali zadas a i ntervalos de
,
tempo pre- estabelecidos.
Com base no calor liberado até 7 di as de idade , os cimen-
tos podem ser classificados em:

- baixo calor de hidrat ação Q ~ 65 cal/g .


- moderado calor de hi dratação
65 cal/g ç- Q < 75 cal/g
- alt o cal or de hi dratação
Q ) 75 cal/g

Os cimentos de alto forno e pozolânicos são classificados


como cimentos de moderado ou bai xo cal or pois nem a escoria e
ne~ a pozolana liberam calor em suas reações .

1 . 3 - Par âmetros Térmicos dos Materiai s

A elevação da temperatura em um bloco de concreto , bem c~


mo a sua di stribuição e evolução no interior dos maciços é fun-
ção de a l gumas caracteristicas tisicas dos materiais que entram
jla composição do concreto, a saber :

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10) CURVA DE AQUECIMENTO

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CURVA DE AQUECirr'íEi:~TO

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o 24 . -- z.m-- 72 96
TEMPO (horas)
CALOR DE HIDRATAÇJ..O DO CIIIIIENTO

a - Condutividade térmica (K) , que é a quant i dade de ·ca -


lor que atravessa a s uper fÍcie de 1 cm2 de um corpo
durante o tenpo de l S8[;tmdo , qu ando existe a una di-
ferença de temperatura de 1°C entre esta superficie e
outra que está d e l a di stante. de 1 cm , sendo expressa
~1 . o -l) ~l ~
por cul . cm • C. · . s •
b - Calor especÍfico (C) , qu e é a quantidade de ·calor.
, . . o
necessar1a para alterar de 1 C a temperatura de l g
-1 o -1
de corpo, sendo expre s sa p or cal . g . C •
c - Difusibilidade térmica (h2 ) é a r el ação entre a cond~
tibilidade térmica de um material e o produto do seu
2
pes o e s pecÍfico pelo seu calor e specÍfico (h = P~C) '
expressa em m2/h , sendo um Índice indicativo de v e lo-

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"

1\. v a r i a~ ãQ d c s t e·s . p a r â me t r os e rr. função da tem p e r a t: u r a •


.para diversos tipos de ·rochas usadas como agregados P2_
~
ra c~ncreto ~ aprescnta~a nos quadros a seguir;

-. . .·..--· .. . ···-- ---·- --·--··- -· --·- ·--- ...


CA LOR ESPECiFICO DOS AGREGADOS DE DI FU SIBILIDADE DOS AGREGADOS DE DI VERSAS
. DIVERSAS NATUREZAS EM FUN.ÇÁO ' DA NATUREZAS EM FUNÇÃO DA TEM~ERATURA
TEMPERATURA ~ -~r ~-·-::.-.-:::::::=.-:.:~~,__... = , ---=- :=:..-: :-:·= :·.-
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Tem peraturo ( °C)


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i. Temperatura ( oc )
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C.P EBC 27/08/79 - Pag . 4 de 23
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10 20 30 40 50 60 70

Te mpen~tura (o c.) .

CO NDlJTIB!LIDADE TÉRMICA DOS AGREGADOS DE.

DIVERSAS NA T UREZAS · EM FUNÇÁQ . DA


T EMPE RATURA --- .,. _ -. -· --·--· --~ -----·
O peso esp e c f fico (p) i ' o pe so do material por unida
d e de v o I um e , e x p r e s ·s o e m ·g I~ m3 •. No q u a d r o a s e g u i r ;
presenta-se val o r es médios pa r a diversos tiros de (JO-

chas .

AG REGA DO PESO ESPEC f FICO (g / cm 3 )

Basalto 2 , 85
Dolo mi to 2 ,8 1
Quar t z i·to 2, 7,0
Calcáreo .. \ .. 2. 7 o
o I

'
Gr a nito ' 2,65
Ri o ! i to 2 , 55
-
Areia Quar tz os a 2,65

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cidade de dissipação do calor .
A diferença observada nas difusibilidades térmicas dos a -
gregados influe consideravelmente no comport amento térmico dos
concretos . Os concretos executados com agregados de maior difu-
sibilidade atingem rapidamente a temperatura máxima mas por ou-
t r o lado dissipam mais rapidamente o calor ger ado , advindo daÍ
quedas bruscas de temperatura no concreto (choque térmico) que
poderá ocasionar tr i ncas a curto prazo em vista do concreto nas
i dades menores ainda não possuir a necessária re sistência a tra
çao para neutra lizar as tensões resultantes destas quedas brus
cas .
No gráfico a seguir apresenta-se como exemplo a evolução
da temperatura de concretos executados com basaltos e quartzi-
tos .
2
QUARTZITO (h2 :: 0 . 139 m /dia)
r---.
0
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-- TEMPERATU-
RA DE EQUI
~
o LÍBRIO -

~
~
TEMPO (dias)
1 . 4 - Parâmetr os Térmicos do Concreto

Os parâmetros térmicos do concreto devem ser de preferên-


cia , determinados em ensaios . Tais parâmetros são os seguintes :
c ondutividade térmica , calor especÍfico , di fusibilidade e eleva-
çao adiabática .
Pode - se entretanto , dete r mi nar analiticamente estes parâm~
tros a partir do conhecimento d os parâmetros t érmicos dos mate-
r i ais componentes e do traço d o concreto em estudo .
A determinação an a lÍtica da condutibi l idade t érmica, do c~
lor especÍfico e do peso especÍfico do· concreto é feit a cons ide-
rando estes v alores como média ponderada dos parâmetros especÍfi
c os de cada materia, componente , adotando-s e como 11 pesos 11 o tra-
ço do concreto .
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Como exemplo, apresenta-se .. a s~guir o cálculo do calor es
pecifico de um determinado concreto : ·

(1) (2)
M.àTERIAL TRAÇO CALOR ESPECÍFICO ( l) X (2)
(Kg/m3) (Kcal /Kg°C)
Cimento 164 0 , 200 32,80
Pozolana 56 0,200 11,20
Areia Natural 417 0 ,175 72 , 98
Areia Artifici a l 74 0 ,180 13,32
Brita 1713 0,180 308,34
Água 129 1 , 000 129 , 00

Total 2553 - ----


567,64

Calor especifico concreto = 5~55~4 = 0 , 222 Kcal/Kg/°C


A difusibilidade do concreto é determinada analiticamente
,
a parti r dos valores obtidos para a condutibilidade teroica , ca
lor especifico e peso especifico do concreto, isto é:

h2 ~
= pxc
Para a determinação analitica da evolução adiabática do
concreto, deve- se dispor , à c ad a intervalo de tempo , do c alor
de·hi dr atação do ci~ento , princi palment e nas primeiras idades
onde ocorre a ~aior parcela desta liberação .
Conhecido o calor de hidratação (rf) em determinado ins-
tante , a eleva ção adiabática da temperatura do concreto naquele
instante é igual à relação entre o calor de hidratação do cimen
to (1f) e a capacidade calorifica do concreto (Ca) , como segue :
g ._ -1t_
a - Ca
A capacidade calorifica do concreto é igual a =
Ca = M. C
onde 11 .M 11 é a massa de concreto que contem lg de cimento e "C 11 é
o calor espe cÍfico do concreto .
Obtem- se M dividi ndo- se o peso especifico do concreto pe-
lo seu consumo de cimento .
Um concreto com calor especifico de 0 , 222 Kcal/Kg/° C, con
sumo de cinent o de 150 Eg/m3 e peso especÍfico de 2 . 350 Kg/m3 ~
cujo cinento lib era até aos 7 dias uma quanti dade de calor de
85 Kcal/Kg , apresenta nesta idad0 uma elevação adiabática de :

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ga 82 = 24 , 5 o c
2{~g X 0, 222

2 - RETRAÇÃO TÉRMICA
2 . 1 - Causas e Efeitos

O calor devido ~ bidrataçio do cimento eleva a temperatura


no interior do concreto a um ni. vel que irá depender das fe.c i lida
des apresentadas para a dissipação deste calor à medida em que o
mesmo vai sendo gerado . No concreto massa , onde torna- se : dif:f.cil
esta dissipação , principalmente no caso de se usar agregados de
baixa difusibilidade , a temperatura do concreto eleva- se em seu
interior praticamente a ni.veis adiabát icos . Al guns especial istas
entre tanto , admitem que esta elevação nio é total mente adiabáti-
ca , h avendo perdas da ordem de 1~5 . ApÓs atingir a temperatu~a
máxima , o que ocorre por volta dos 3 dias de idade , o concreto
começa a se esfriar ao longo do tempo tendendo a temperatura em
seu interior a igualar- se à temperatura média anual . do local ,c og
siderada no caso como a "temperatura de equilÍbrio" .
As temperaturas horárias e as temperaturas médias diárias
ou mensais pouco afetam a temperatura em pontos localizados no
interior do concreto a profundidades acima de 3 a 4 metros .
Por ocasião da elevação da tei!lperatura e posterior e.sfri a -
, . (
mento ate 3 temperatura de equil1br1o, o concreto sofre expansao
-
e retração térmica cujo valor é função do coeficiente. d e expan-
são térmica ( o(.) e da diferença de temperatura observada .
Assim t ,embs :
t-:r· R =oLb. º
Um determinado concr et o por ocasião de sua ruptura apresen
ta uma deformação denominada alongamento de ruptura . Quanto
maior for este alongamento por Traçio menos suscepti.vel de fissu
- , ~
raçao se torna o concreto . Este parametro elastico do concreto
denomina- se "cap.a cidade de a l ongamento" e a tecnologia do concre
~. : ' ~

to procura no estudo das dosagens para os concretos sujeitos a


retração obter o maior alongamento de ruptura possivel .
Valores fatores influem neste i.ndice salientando- se a
fluência , a forma do agregado e o seu diâmetro máximo.
Sempre que tivermos

~ L[; fJ
R At.

o concreto não apresentará fissuras .


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A partir desta condição pode se determinar a queda máxima
de temperatura que o concreto ern uma dada idade poderá suportar
sem trincas , e que será :

L.l G =
&A e
á.,
Durante a evolução da temperatura em determinado ponto do
concreto ao longo do tempo poderão surgir quedas bruscas de te~
per a t ura ( choque térmico ) ou quedas lentas . De um modo geral , c~
mo decorrênci a do processo executivo das estruturas de massa ,
feit as em camada de uma dada espessura e concretadas com um i n-
te rvalo de tempo entre elas , ocorre geralmente uma queda brusca
de temperatura logo após o concreto atingir a temperatura máxi-
ma , principalmente quando o l ance de concretagem é de pequena
espessura . O que agrava a situação é o fato desta queda brusca
dar- se por volta dos 7 dias de idade , quando o concreto possue
pequena capacidade de alongamento .
No estudo preliminar do comportamento do concreto deve- se
determinar a sua capacidade de a longamento aos 7 dias em ensaio
rápido (carregamento de 0 , 2 a 0 , 4 Kg/cm 2 por minuto) e em en-
saio l ent o , onde normalment e o concreto é carregado à razão de
1 KgI cm2 de tensao- de traçao
- por semana .

Acapacidade de a longaoento pode ser estimada a partir


das expressões :
vC = M.
~ R ( para o carregamen t o rap1
' · do )

onde M. R. (mÓdulo de ruptura) e E (mÓdulo de deformação) refere~


se à idade de ensaio .
Para idade de estabilização é proposta a expressao:

6= =
M:. : . .=R-
E
- M. R
+ -2- X S:r
onde
/"_
~f
, . -
e a deformaçao lenta espec1fica .
{

Estes valores de tA
7 e f A .f eL
determinarão as que-
das de temperaturas admissíveis , aos 7 dias e na estabilização .
No gráfico a seguir apresenta- se uma evolução tipica da
temperatura no concreto ao longo do tempo no ponto central de
uma c amada de grande espessura (cerca de 2 , 50 m) .
Apre senta- se também um gráfico que mostra a influência da
a ltura da camada e intervalo de lançamento no valor da tempera-
,
tura maxima no bloco e na queda brusca nas primeiras idades .

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G IVI.AX l ·-f:. --
G i .... _ _ _ _ _ - ---

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-.6 Q- ---- ~ _ -
ADIABÁTICO - _

GL -- - _j,
-,-
j

rv
. J
r ·~~---------------------·
I "'~ 180 TEMPO
-:>
( dias)

O concreto é lançado à terJperatura GL e ganha temperatu-


ra até atingir a Gmax apÓs cerca de 7 dias .
Sofre uma queda brusca de 6 G i e depois esfria- se lenta-
mente até atingir a Geq (temperatura média anual do local ),com
UI!la queda total /). Gf •

No Brasi l não existe muita variação na temperatura média


durante o inverno e o verão. Por esta razão ·· o valor de !J, Gr não
sofr-3 grandes variações durante a operação da barragem.
diferença entre Qmax e GL é a elevação. adiabática
A do
concreto, sendo que alguns c onsidcr~ que esta diferença deva
ser igual a 90% da elevação adiabática , considerando no caso pr~
váveis perdas _de calor pelo concreto.
A temperatura ~áxima admissfvel para o concreto deverá ser
de:
9
máx adm = Q
eq + {). Q ~-
au.u.~ Qeq +

A temperat ura máxim_a para o lançamento do concreto deverá


ser de :
g , Llg ....
ºLmáx max adm adiabatJ.ca

ou, como preconizam alguns:

ºLm'ax = . g max
, ~~
a\..Ull - 0,9 . ~ 9 adiabátice.

O valor de QL a ser considerado é aquele medido na camada


l ogo apÓs o término do seu adensamento .
É preci so l evar em consideração que o concreto ganha
ca-
lor nas operações de mis tura, transporte e lançamento . Este ga-
. ,
nho de cal or e consequentemente, de temperatura , J.ra depender ·
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~

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- Camadas de 200 lO
Camadas · de 1.50 - -- -
o ----"'--~-r----c----,--- --- - o
o 4 a 12 16

Tempo (dias)

EYOLUÇAO DA TEMPERAT UR A DE UM CONCRETO

AO LONGO DO TEMPO EM FUNÇÃO . DA ALTURA

DA CA M ADA E . INTERVALO DE TEMPO DE


I I

CONCRETAGEM E N TRE CAMADAS


. I
- -··- -· . . -·--· ·-· - --~---- ~---··· - ---. · · ·---- ~ - -.- -----· - - .. - ___ _______ _____-- -- ·· ·
i· I
, '
'

..- CPEBC - 27/08/79 F ig . ll de 2 3


·i-
das condições ambientais do local da obra, do tempo gasto no
transporte e lançamento , nos processos e equipamentos adotados e
fundamentalmente na temperatura que o concreto sai da betoneira .
Quanto mais f r io sair o concreto da betoneira mais temperatura
, , ,
podera ganhar ate o t ermi no do adens~~ento no b loco .
De una manoira geral , pode-se estimar o ganho de temperat~
r a como sendo da ordem de 1 ,5 °C , designando-se por "temperatura
de produção 1' do concreto , aquela. na qual e l e sai da betoneira.
Tem- se portanto que:

= GL máx - 1,5 o C
GP máx

2 .2 - ~~áliso das Tensões de Ori gem Térmica

Uma definição mais precisa das condições de lançamento do


concreto massa deve ser feita a partir da análise das ten sões de
origem térmica que surgirão em decorrGncia da retração devida a o
esfriament o do concreto .
Conforme já foi dit o anteriormente, o concreto ao retrair
sofre restriçÕes à esta deforma ção provocadas pe la fundação ou
outros Vlnculos que dao or1gem a tensoes de traçao .
{ N • - -

- - , da expressao
Estas tensoes sao determinadas atraves -
f t = K E d.., b. G

onde :
E : MÓdulo de deformação do concreto
fjQ : Queda de t empera tura
d : Coeficiente de expansão ou contração térmica
K : Coefici ente de restr ição
As tensões serão máximas no concreto quando se tiver o
,
ÓG ,
max
ou quando a restrição à deformação for total , i sto e,
quando K = 1 ..
É muito difÍcil se ter K=l pois as rochas de fundação sao -
geralmente muito f i ssuradas permitindo a l guma deformação do con-
creto sobre elos lançado. No caso de concretos lançados sobre
concretos bastante envelhecidos é possível ter -se K = 1
De qualquer forma , na análise de tensões pode- se conside-
rar que a rocha ofereça restrição t otal à deformação ou então
considerar que esta restrição total se dará a uma profundidade
onde se considsre a rocha como inalterada
Esta profundi0 ~ de pode ser da ordem de 3 , 0m) . Uma posição
nao muito conservadora é aquela que consi der a a restri ção da ro-
CPEBC - 27/08/79 - Pág . l2 de 23
rocha da ordem de 85% a 10~~ ,
dando para K um valo·r médio de
0 , 925.
. ..
. . .. .. ' A restrição da fundação
..... "... '"';:;,....-
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. . '~t.
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' . .. . ~ . . ..... . '.... ,. reduzido nas camadas l ançadas
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"t:-~c • • em pont os de cotas mais distag
. :" ·. o()
o o'.. .· : , ' ·. -· : ··c-
'. -=-~ ~. .. ' . ·. , • -.. - -. tes dela . (No desenho a ci~a , a
, ' · .... '· .. ·-· : -
~-::f9_:::c;;;;{ tensão ft ' é menor que ft) . A
variação da restrição d a ftmd~
ção ao longo da altura de ~
bloco é função da g~ome tria do bloco e de suas dimensõ es .
Pode ser determinada analiticamente ou então , o que seria
mais correto , det er minada a par tir de dados experimentai s , obti
dos nas condições r eais de execução de uma obra .
D. L. Houghton apresenta dados obtidos para a barragem · de
Dworshak , onde chegou- se aos valores.de variação da re striç ão
em funç ão da altura da barr agem , indicados abaixo :

Al tura
.. . da camada sobre a Redução da restrição (%)
,

funda ção
o o
o,1 H 35
0,2 H 70
0,3 H 90
0 , 4- H 95
0,5 H 100

- 2 . 3 - Pqrâ.metros n ecessários · ·para a Análise das Tensões


Termic as

A temperat ura inicial de um concreto é função da t e~peratu


ra em que estão os materiais constituintes antes de seren lança-
d os n a betoneira , do calor especÍ fi co de stes ma teriais e do teor
e~J. que estão presentes na mistura • . A quantidade de calor que o
c oncreto ad.quire durante a mis tura , da ordem de 750 a 1000 Kca l/
cm3 t~bém influe na sua temperatura inicial . Logo apÓs o adens~
mento iniciam-se as reaç ões de hidratação que i r á provocar a ele
v açao da temperatura no concret o .
O valor da temperatura máxima atingida cerca de 1 a 3 dias
, , h

apo s o lançamen to dependera do ritmo de concretagem e dos par am~


,
t ros termicos do c ~rcret o , principalmente a difusibilidade . O
ritmo de concretagem é dado p elo volume d e concreto de cada c am2
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da execut~do sew interrupção e p elo intervalo de tempo decorrido
entre o tér~ino de uma camada e o inÍcio da camada subsequent e .
Este ritmo deve ser planej ado de modo que a temperatura má
xima não atinja a níve is que comprometam a obra .
É de toda conveniência que a elevação .máxima da temperatu-
r a bem como a sua posteri or d issipação sejà ret~~dada para que
o c oncreto adquira suficiente resist.ê ncia para suportar sem trin
cas a queda de temperatura que irá ocorrer .
O cál culo da evolução da temperatur ·a no interi or do·. maciç o
é feito através da aplicação das l eis de Fourier , devidamente
s imp~ificadas para ap l icação aos diversos fo~matos e dimensões ,
às quais, por sua vez condicionam as direções principa is do flu-
xo de calor a obter : unidirecional , bi-di recional e tri-direcio-
nal.
A simplificação da lei de Fourier consiste em esc olhermos
criteriosamente as sub espessuras de cada camada e os i ntervalo-
res de tempo em que se i rá deterninar a evolução da temperatura
ne stas sub camadas . Chamando- se d e ~ X A espessura de cada sub-
camada e de ~ To intervalo de tempo de observação, o cálculo
to rna- se simplificado quando se escolhe /J x .~e Ll t t a is que
ô x2
=2
~t .h
2

(h2 = difusibilidade do concreto)


Geralmente adota- se para ~ to intervalo de 8 horas .
A·evolução das tensões é determinada a partir da evolução
da temperatura .
· Para -o estudo de elevação da temper atura e da evolução das
tensões em um determinado b loc o , deve-se dispor de um Programa
, ,
baseado no metodo dos elementos f initos . Este programa fornecera
dados tanto mais pr ecisos quanto maior precisão for adotada na
- ( . .
determinaçao das ca racter1sticas do concreto e do s eu processo
executivo .
Não é mui to fáci l esta tarefa pois além de muitas das pro-
pri edades d o9 concretos necessários ao Programa serem de dif:f.-
cil determinação , as c ondiç ões reais de execução das obras so-
frem grandes modificaçõe s tanto nos processos executivos como
·nos mcteriais empregados .
Nestas condiç ões o bom senso e a experiência deve prevale-
cer n a fixaç ão dos p~r~etros a serem forn ecido s ao Programa pa-
ra que se tenha uma res posta que possa satisfazer com segurança
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a naioria das condiçõ.e s a serem encontradas no decorrer da obra .
Os parâmetros a serem fornecidos ao Programa de Análise de
- . ,' -
tensoes t ermicas sao as seguintes :
a - Parâmetros da rocha de fundação
M~dulo
de deformação e coeficiente de Poisson
- Resistência à Compressão e tração
- Calor especifico , coeficiente de dilatação térmica ,
condutibilidade térnica
- massa espec~'r·1ca .
b - Dosagem dos Concretos lançados no Bloco
Devem ser consideradas as class es de concretos de
volume ou i mportância significativas para o problema
térmico . Os traços devem ser indicados sob a forma de
7.
consumo de materiais por m? de concreto .
c - Parâmetros Térmicos do Concreto
( . .
- Calor espec1fico
Co0ficiente de Dilatação térmica
~

- Difusibi lidade termica


- Massa especifica (este parâmetro tem influência na
deter@inação da difusibi l idade e capacidade calorifi
c a)
- e levação adiabática
Os parâmetros térmicos do concreto devem ser determ!
nados em ensaios especificas , os quais fornecem os va-
lores de cada par~etro em função da temperatur~. Na
falta destes ensaios pode- se determiná-los analitica-
mente a partir dos parâmetros dos materiais e do traço
ou então adotar valores determi nados para os concretos
de outras obras para os quais usou-se materiais de ca-
racterÍsticas análogas .
A elevaç ão adiabática deve ser determinada ao longo
/
do tempo adotando- se intervalo de te~po de 8 horas ate
a idade de 7 dias . A partir desta idade o intervalo po
derá ser aumentado para 1 dia até a elevação pratica-
mente se estabili zar , o que se dá por volta dos 15
dias .
d - ParâMetros Mecânicos do Concreto
evolução das resistências à compressão e tração (Por
compressão diametral) ao longo do tempo .

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Na determinação destas resistências deverão ser de
preferência adotados corpos de prova de .tamanho que
permito o uso do c~ncreto integraL O concreto peneir~
do pode trazer i nformações não muito preci sas quanto
às caracteristicas dos c oncre tos .
- - -
. -"" . 'a traçao na f l exao ou nodulo
evoluçao da res1stenc1a ,
de ruptura.
Determinada em corpos de prova prismático s (vigas) .
Este ensaio poderá dar informaç ões bem aproximadas
s obre a capac idade de alongamento do concreto, dividi~
do- se a tensão de tração (na flexão) pel o mÓdulo de d~
formação do concreto usando-se extensômetros esta in-
formação será real .
A , •
e - Par ametros Elastic os
evoluç ão do mÓdulo de deformação ao longo do tempo .
Pode ser determinada pelo uso de extensômetros mecâ-
nicos ou extensômetros elétricos embutidos nos corpos
de pr ova .
2.4 - Evoluç ãc;> das Tensões ?-O Longo do Tempo
,
Coa o aumento da t emperatura , o concreto tendera a se ex-
pan.d ir de una grandeza proporcional ao seu coeficiente de di lat.§!
ção térmica . Devido às res triçõe s já menci onadas à esta expansão
surgirão no concreto tensões de compressão . Estas ·tensões, devi-
do ao estado predominantenente plás tico do concreto nas prinei~
ras idades são totalmente r elaxada.s . A medida que o concreto va i
adquirindo c aracterist icas de ~ateri al e l ástico , as tensões de
co:wpress ão pt::.ssa.m a não ser r ela.."'Cadas , existindo natural nente
una certa relaxação devido à deformnção lenta do concreto . Este
estado de conpressão é denominado "compressão elástica" .
Quando a tempera·~. ra começa a baixar , o concr eto passa a
se retrair relaxando o estado de compressão elástica até anular
estas tensões .
Se não tivesse havi do a deformação plástica inicial e o
concreto t ivesse um modul o de deformação c onstante em todas as
idades, não haveria maiores problemas com a r etração térmica
pois o seu efeito viria apenas relaxar a expansão ocasionada pe-
la elevação da temperatura ficando a estrutura praticamente sem
tensões de origem térmica.
Cono existe esta deformação plástica inicial e o modulo de
deformação do concr eto cresce com a idade, apÓs a relaxação das
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tensões de compressão , o prosseguimento da queda de t enperatura
no concreto introduzirá tensões de tração que , se en una deter-
Qinada id~de forem maiores que a resistência à traçâo do concre .
to naquela idade , ocasionaram fissuras no concreto .
No gráfico abaixo apresenta- se a evolução deste fe nomeno
apresentado pelo Engº Bertil Lofquist .

~
o (1) (2)
t~
Ü"
~
COMPRESSÃO TRAÇÃO
H

~
'< ·,,

~
H
~~ ELÁSTICA,.
A:=> / ' PLÁSTICf --
E-!
~~ ~
O>~ ELÁSTICA EXTENSIBILIDADE
:;i~
~
OE-I
Ç-:.1
1
-::::: - - 1
- (3)
Iii PLÁSTICA (4) --
~ 'i'
A
TEMPO
2. 5 - Defor~ação Lenta

Quando se aplica uma tensão no concreto , surge instanta-


neamente una defornação especÍfica ~ , sendo

i= i
onde "f " e, a tensao - do concreto
- e "E" o modulo de deformaçao na
idade da aplicação da tensão .
Mantendo- se constante a tensõ.o "f" ao longo do tempo , ob-
serva- se Q~ aumento da defor~ação, sendo este aumento designado
por "defori:lação l enta 11 , fluência ou creep .
Se ao invés de t en sões aplicarnos ao concreto uma deforma-
çao constante ao longo do te.mpo , a tensão resultante desta defo_E
- ,
~açao tendera a diminuir , denominando- se este fenoaeno de relaxa

çao .
No caso das tensões térmica tanto a fluência co~o a relaxa
ção são efeitos benéficos pois a relaxação ao longo do tempo das
tensões instaladas permitirá que.o concreto suporte quedas maio-
res de temper atura sen tric ar- se .
No caso das deformações foi visto anteriormente que a cap~

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c~dade de de fo roação do concreto para c argas rápi das . é bem menor
que aquela que se observa para un carregamento lento . A deforoa-
ção lenta do concreto é a responsável por esta diferença .
Teruos portanto em um instante "t" o seguinte :

&t = fi + &f
onde
ôt= deformação total
&t = de formação i n stantânea
6T = deformação l8nta
Considerando estas defornações para uma tensão unitária t e
remos :
t-t -....L.+
- E f

expressão ( -i; + f) é extraida da curva de fluência


A ob-
t i da nos ensaios com os c on cre t~s em estudo . Nestes ens~ios de-
termina- se a f l uência ·para carregaQentos nas idades de 3 , 7 , 28 ,
90 e a té 180 dias . Conhecida a ~ur~n de fluência p~ra c ada una
destas idades de c arrégamentoé pode- se obter a curva geral de
fluência para qualquer idade de carr eganento •.
Para a deformação total t correspondente a uma carga uni-
, .
t a rJ.a ter:1o s :
6t = + s
ou Es = _L
~t

Isto é , poderiamos a~~itir que houve um mÓdulo de deforma -


ção Es hipotétic o que deu origem à deformação tota l t naquela
idade , mÓdulo este menor que "E".
Este mÓdulo ap arente , que os anericanos denooi nam
i i sustained r.1odulus " é una f orma indireta de aplicar no concreto

os efeitos da deformação l enta .


Analisando o gráfico de Lofquist observa- se que se for a -
pl icada a fluência logo apÓs o inicio da instalação das tensões
de tração o que se dará em un tery.po "t 11 vari ável em função das
caracteristicas do concreto, da estrutura e dos processos cons -
truti vos adotados , as tensões de tração vão sendo reduzidas à
oedida que ocorrem , a~entando a segurança contra a fissuração .
Esta situação pode ser levada ao Programa de tensões atra-
, - , N (

ves a reduçao do nodulo de defor m.açao a partir da i dade de inJ.-


cio das tens ões de tra ção , mediante a aplicação da curva de flu-
.... .
encJ.a .
CPEBC - 27/08/79 - Pág . 18 de 23
2 . 6 - Te~são Admissível e Fator de Segurança

Para que haja garantia contra a fissuração de origem térni


ca é necessário que e~ todos os instantes s e tenha

ftt ~. ftr

onde
ftt
- ,
= tensao teroica de traçao -
ftr = resis tência à tração do concreto

~ "
Para ter uma segurança à fissuração de origem térmica e
, .
necessar1o que a rela çao -
ftr )
-ç 1

Esta relação acima indica o fator de segurança, (F .R. ) sen


do o seu val or estabelecido pelos PROJETISTAS em função da res -
ponsabilidade da obra e da necessidade maior ou nenor de evitar-
se a ocorrência de trincas térnicas en determinado bloco .
Numa análise de . tensões tér~icas pode se verificar que
a-
pesar das tensões ~áximas de tração ocorrerem na idade de estabi
lização da temperatura é possÍvel que se tenha fatores de segu-
rança nenores eo idade anteriores .
, ,
Devido a este fato e mais conveniente a analise das ten-
sões térmicas ao longo do tempo e não apenas na situação fina l
de estabilização .

2.7 - Con~~ ções · de Lançaoento

A análise de tensões tér~ic as tem por finalidade estabele-


cer às condições de lançamento do concreto, a saber : .
• TeT:.lperatura de lança'IJ.en"bo
• Al tura da camada
• Intervalo de lançamento
A altura da c amada e o intervalo de lançamento do concreto
são condiçõ es estabelecidas no cronograma da obra para atingir-
se determinadas cotas nas datas marco . A altura de camada i rá
t~nbém d epender das disponibilidades de formas do Empreiteiro , h~
vendo no n.omen to uma limi ta.ç ão para o máximo de 2, 50 m.
Resta portanto a defin ição da t enperatura de l ançanento no
Progr ama é feita através de apro x:i uações sucessivas experinentag
do diversas temperaturas de lançaruento até obter- se aq~ela para
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a qual sempre se tenha F.R. naior ou igual ao valor estabeleci-
do no projeto .
, .
Pode-se entretanto traçar-se graflcos abrangentes como o
apresentado a seguir:
Para a obtenção deste gráfi co são estudadas diversas con-
dições viáveis de lançm1ento. Este gráfico torna- se um i nstru-
Qento Útil de controle pois se~pre ocorrem situações ou proble-
- , .
mas na produçno do concreto nas obras que tornam necessarlas mo
dificações nas condições de lançamento pré-estabeleci das.
Através deste gráfico pode- se por exemplo , no caso do au-
mento da t emperatura do concreto mot ivadas por defeitos na cen-
tral de refrigeração, determi nar- se uma redução na espessura da
camada ou uma modificação no L~tervalÓ de lançamento .

2. 8 - ?reduç ão de Concreto Refrigerado

O concreto refrigerado pode ser obtido das seguinte s ma-


neiras:
• Uso de água gelada (geralmente a 5 °0)
• Uso de gelo em escamas
. - ,. . ,
• Refrlgeraçao do agregado graudo em estelra com agua · a
5 °C (a refrigeração do agregado miÚdo e do cinento não
são normal iaente adotadas ).
De um modo-geral, o uso de apenas a água gelada abaixa
pouco a temperatura do concreto, principalmente do concreto ma~
sa , com agregado de 152 mm onde a água unitária é bastante red~
zida . Nestes tipos de concreto, deve- se partir para (a refrige-
ração do graÚdo além do uso da água gelada . Caso não se a tinj a
a tenperatura desejada a solução é o uso de gelo em escamas em
substituição a parte da água de mistura.

2 . 9 - Cont role da Retraç ão Térmica


,
Para se evitar as trincas de origem termica devem ser ado
tados os seguintes procedimentos:
a) Evita r .· que a temperatura náxima do concreto se el eve
muito acima da temperatura média anual do l ocal da
obra. Para tanto é necessário :
• Menor conslli~O de cinento
• Uso de cimento de baixo calor da hidratação
• Uso de materiais pozolânicos

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• Refrigeração do concreto . (função da altura da camada e
intervalo de lançaoento) •

• Uso de forflas metálicas .

b) Evitar as quedas bruscas de temperatura nas idades ini-


ciais .
>

• Obter intervalos de lançamento curtos para camadas de


pequena espessura.

• A temperatura da água de cura deverá éstar prÓxima da


temperatura ·do concreto.

. Curar adequadamente o concreto para que não haja tam-


. b ém nesta época a infl uência significativa da retração
·,:

de secagem.

c) Executar concretos c om maior capacidade de alongamento e


menos suscetivei.s à fissuração •

• Uso de agregado britado e de superficie asperas

• Uso de agregado de baixo · módulo de deformação

• Uso de agregado de di~etro máximo não superior a 76


mm.

• • *

. CPEBC - 27/08/79 - Pág. 21 de 23


.:

REFERtNCI AS BIBLIOGRÁFICAS

1 - SILVEIRA, Antonio F .
As variações de Temperatura nas Barragens
LNEC - Lisboa , 1961 .

2 - ALTIERI , Dalmo
Distribuição de Temperatura em Camadas de Concreto
Biblioteca I PT - São Paulo , 1972 (inédito) .

3 - POLIVKA, Milos
Concrete Studies for Ilha Solt eira Dam
Berkeley , CalifÓrnia , 1968 (inédito) .

4 - HOUGHTON, D. C. - Concrete Strain Capacity Testes -


Economical Construction of Concrete Dams - ASCE -
As ilomar , California, 1972 .
,
5 - CASTRO SOBRINHO, Jose Florentino
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creto de Massa - Centr ais Elétricas de Urubupungá,
S_LA .- CELUSA - São Paul o, 1967 (inédito) .

6 - TOWNSEND , C. L.
Control of Temperature Cracking in Concrete - 62 nd
Annual Conventiona de ACI - Philadelphia , 1966 .

7 - BASÍLIO, Francisco A.
Efeitos do Calor de Hidratação dos Ci mentos nas Bar-
ragens de Concreto - ABCP - 1972 .

8 - VAz·· GUIMARÃES, Fausto e CORR~A, Wanderley G.


Concre t o Refrigerado - Opção Econômica para a Constru
ção da Barragem de Sob radinho - IBRACON - 1974

* * *
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~Z?S>
Í NDI CE
,
Pag .
1 - EFEITOS TÉRM:I COS • •••.•.•••.••••••.•••.••••• • ..••.•. 01

1. 1 -
Introduçao . ................................. . 01
1.2 Calor de Hi dratação do Cimento ••••••••••••••• 01
1. 3 - Parâmet ros Térmicos dos Materi ais ............ 02
1.4 Parâmetros Térmicos do Concreto ••••.•.•••••.• 06

2 - RETRA.ÇÃO TÉRI\4ICA . • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • . • • • • • • 08

2 .1 Causas e Efeitos •••.•••••••••••••••••••.••••• 08


2 . 2 - Análise das Tensões de Origem Térmica ........ 12
2. 3 - Parâaetros Necessári os .para .a .Anál ise das
-
Tensoes T'erm1cas
. •••••••••••••••••.••••.••.••• 13

a - Par âmetros da rocha de fundação •••••••.•• 15


b - Dosa.gens dcs concreto s <l BJJ.çadoa .no ~ lUo~ g •• 15
... ..
c- Parametros Termicos do Concreto •••••••••• 15
d - Par âmetros Mecânicos do Concreto ••••••••• 15
e - Parâmetr os Elásticos ••••••••••••••••••••• 16

2.4 Evo l ução das Tensões ao longo do Tempo ••••••• 16

2. 5 Deforma Lenta •. ........•.•.•...•.....••.•...• 17


2 . 6 - Tensão Admissf vel e Fator de Se~ança •••••• ~ 19
2 . 7 - Condições de Lançamento ...................... 19
2 . 8 - Produção de Concreto Refinado ................ 20

2 . 9 - Controle de Retração Térmi ca................. 20

* * •

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