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Aluno: Denis da Maia RA: 347337313105

Trabalho de Direito Tributário - Direito Constitucional Tributário

Em 2016, foi editada a Lei nº. 13.313 pelo Governo Federal, que criou a
possibilidade de o fisco federal aceitar bens imóveis em dação em pagamento para
quitação de tributos. Por outro lado, em fevereiro de 2018 foi publicado a portaria
PGFN 32/18, regulamentado a matéria. Para saber mais sobre esse assunto acesse
o link que segue: BRASI. Receita Federal. Portaria PGFN nº 32, de 08 de fevereiro
de 2018. Regulamenta o procedimento de dação em pagamento de bem imóvel
para extinção de débitos, de natureza tributária, inscritos em dívida ativa da
união. Pg 32, unidade 3

Regras para a dação em pagamento

O regime de dação em pagamento regulamentado pela portaria PGFN 32/18 se aplica


exclusivamente às dívidas inscritas em Dívida Ativa da União, de natureza tributária,
que podem ser objeto ou não de cobrança judicial.

Ficam vedadas de adesão ao regime as dívidas derivadas do Simples Nacional,


conforme vedação expressa do art. 4º, § 1º, da lei 13.259/16.

A dação em pagamento deve compreender a integralidade do débito objeto de


liquidação, não sendo admitidos pagamentos parciais.

Nos casos em que o bem ofertado não cubra o valor do débito, será oportunizado ao
contribuinte realizar a complementação em dinheiro da diferença entre o valor da
totalidade da dívida e o valor do bem oferecido em pagamento.

Em contrapartida, uma vez possuindo o bem oferecido valor superior ao da dívida


objeto de liquidação, deverá o contribuinte apresentar renúncia expressa, por
instrumento público, ao direito de perceber eventual compensação por parte da União
da diferença a maior que faria jus.

O bem ofertado deve ser livre e desembaraçado de qualquer ônus, e deve estar
obrigatoriamente registrado em nome do contribuinte no Cartório de Registro de
Imóveis competente.

A avaliação do bem será realizada pela Instituição Financeira Oficial em caso de


imóvel urbano – neste caso, a Caixa Econômica Federal -, e pelo INCRA em se
tratando de imóveis rurais. Os custos com a avaliação deverão ser arcados
exclusivamente pelo contribuinte.
Nos casos em que os créditos tributários objeto de liquidação se encontrem
submetidos à discussão judicial, a aceitação da dação em pagamento ficará
condicionada à renúncia expressa por parte do contribuinte aos direitos que se
fundam a ação e, consequentemente, à desistência da demanda.

A desistência da ação, contudo, não exime o autor (contribuinte) de arcar com as


custas processuais e os honorários advocatícios eventualmente devidos em favor da
Procuradoria da Fazenda.

A comprovação da desistência ou renúncia nos autos do requerimento administrativo


ocorrerá mediante a apresentação da 2ª (segunda) via da petição de renúncia ao
direito sobre o qual se funda a ação, protocolada no respectivo Cartório Judicial, ou
cópia da certidão do Cartório que ateste o estado do processo.

Existindo depósitos judiciais para garantia da dívida objeto de liquidação, estes serão
automaticamente convertidos em renda em favor da União, em abatimento do débito,
sendo os valores remanescentes quitados pela dação em pagamento do imóvel
oferecido pelo contribuinte.

A dação em pagamento do imóvel depende de manifestação de interesse da União,


além de anuência prévia da Secretaria do Patrimônio da União e declaração de
disponibilidade orçamentária e financeira do valor envolvido.

O requerimento de dação em pagamento será apresentado perante a unidade da


Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) do domicílio tributário do devedor,
em modelo próprio e instruído com a documentação descrita no art. 5º da portaria
PGFN 32/18, e resultará na abertura de processo administrativo para
acompanhamento do pedido.

Nos termos do art. 7º da portaria PGFN 32/18, a extinção do crédito tributário ficará
condicionada à apresentação dos documentos previstos no art. 5º da referida portaria;
à manifestação favorável da SPU quanto à possibilidade de incorporação do imóvel
ao patrimônio público; à aceitação, pela CGR/PGFN, da proposta de dação em
pagamento; à comprovação da desistência das ações judiciais; e ao recolhimento
integral do valor correspondente à dação e do complemento em dinheiro, se for o
caso.

Na hipótese de a incorporação do imóvel ao patrimônio da União não se


perfectibilizar, a aceitação da dação em pagamento será revogada e seus efeitos,
consequentemente, cancelados.

Regime de pagamento que merece ponderações

Como se verifica, a regulamentação pela PGFN do procedimento da dação em


pagamento de bens imóveis para extinção dos créditos tributários federais surge
como mais uma opção ao contribuinte para saldar seus passivos sem necessariamente
dispor de recursos financeiros em espécie.
Contudo, na análise sobre a viabilidade do procedimento, devem ser levadas em
consideração as seguintes situações:

i) O pagamento a ser realizado deve englobar o valor total atualizado do débito,


sendo que, caso o bem ofertado não seja avaliado em valor suficiente para cobertura
integral da dívida, o contribuinte deverá realizar pagamento complementar em
dinheiro do montante remanescente;

ii) Caso o imóvel ofertado em pagamento tenha valor superior ao débito objeto de
liquidação, o contribuinte terá de renunciar expressamente à diferença a maior que
teria direito a receber da União, por meio de escritura pública.

iii) O custo da avaliação do imóvel a ser dado em pagamento será suportado


exclusivamente pelo contribuinte;

iv) A aceitação da dação em pagamento pela União será condicionada à desistência


das ações judiciais que estiverem em curso para discussão do débito objeto de
parcelamento, e renúncia a todos os direitos em que se fundam as ações.

v) A desistência das ações judiciais para pagamento da dívida por meio da dação em
pagamento não exime o autor (contribuinte) do pagamento das custas processuais e
honorários advocatícios em favor da PGFN.

vi) Em existindo depósitos judiciais como garantia das dívidas objeto de liquidação,
far-se-á a imediata conversão destes em favor da União, servindo o imóvel dado em
pagamento para quitação dos eventuais débitos remanescentes.

vii) Se ao final, por algum motivo, o bem não for incorporado ao patrimônio da
União, a dação em pagamento perderá todos os seus efeitos.

Dessa forma, a regulamentação do instituto da dação em pagamento de imóveis para


os tributos federais, em que pese se apresente em primeiro momento como uma
benesse ao contribuinte, apresenta condições que podem vir a se tornarem
extremamente onerosas, nem sempre se apresentando como uma boa alternativa do
ponto de vista financeiro.

Assim, a decisão pela utilização do regime merece sopesada com especial atenção,
devendo sempre serem levadas em consideração as circunstâncias do caso concreto,
como a situação da dívida e do bem que serão objeto da dação em pagamento, sob
pena de o contribuinte ser induzido a despender um patrimônio consideravelmente a
maior do que o originalmente devido.
Em determinada ação de anulação de débito fiscal é apresentada carta de fiança
bancária para suspender a exigibilidade do crédito tributário, que a fazenda está
cobrando e, ao mesmo tempo, obter certidão fiscal positiva com efeitos de negativa.
Neste caso, a fiança bancária é:

a) Obstáculo para que a fazenda proponha a execução fiscal, permitindo, ainda, a


obtenção da certidão negativa.
b) Autorizadora da suspensão da exigibilidade do crédito tributário desde que
abranja todo o valor envolvido na execução fiscal.
c) Insuficiente para a obtenção da suspensão da exigibilidade do crédito
tributário, porem hábil a obtenção da certidão positiva com efeitos
negativa.
d) Necessária para a suspensão a exigibilidade do crédito tributário, mas não
permite a obtenção de outra certidão que não a positiva.

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