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COLÉGIO DAVINA GASPARINI

BULLYING: UM PROBLEMA SOCIAL GRAVE

Alunos: Kauai Konishi Riccelli

Série: 7ºB

Professor: Carlos Eduardo

Disciplina: Geografia

Setembro/2018
COLÉGIO DAVINA GASPARINI

BULLYING: UM PROBLEMA SOCIAL GRAVE


Trabalho da disciplina
de Geografia referente
ao 3º Bimestre.
RESUMO

É sabido que os comportamentos agressivos e o Bullying afetam a sociedade


em diversos aspectos. Mostra-se inerente a colaboração de todos envolvidos pela
busca de soluções para minimizar os efeitos desses dois fenômenos. A escola deve
assegurar o direito do desenvolvimento integral, tanto em aspectos físicos,
psicológico, intelectual e social, mas tem-se observado a escassez de programas e
estudos relacionados nessa área para identificar, prevenir e combater esses males.

Este tipo de agressão é um problema social grave que aflige crianças e


adolescentes ao redor do mundo. A questão que faz do bullying um problema
extremamente sério é o fato de que ele pode ocorrer nos mais diversos contextos e
ambientes. Os bullies, ou valentões, são tipos de agressores que atacam qualquer
característica da sua vítima (aparência física, um vexame passado em público,
situação financeira, problemas familiares etc.).

Em muitos dos casos, a vítima é surpreendida pela própria insegurança do


agressor, que ataca alguém para não correr o risco de ser atacado por outros. Além
disso, as escolas não são o único cenário no qual os bullies se manifestam. As
universidades, a vizinhança e, até mesmo, a família pode ser um ambiente propício
para a existência de vítimas de bullying.

Nesse sentido o presente trabalho objetivou estudar as diferenças entre os


tipos de agressividade e o fenômeno Bullying, e as reais consequências que estes
podem trazer para a comunidade escolar e a sociedade em geral.
ÍNDICE

1. INTRODUÇÃO.................................................................................................01

2. O QUE É BULLYING.......................................................................................02

3. TIPOS DE
BULLYING......................................................................................02
3.1. Físico ....................................................................................................02
3.2. Verbal....................................................................................................02
3.3. Material .................................................................................................03
3.4. Moral ou
Sentimental.............................................................................03
3.5. Psicológico ...........................................................................................
03
3.6. Sexual.................................................................................................. .
03
3.7. Virtual ou
Cyberbullying.........................................................................04

4. OS PERSONAGENS EM QUESTÃO NO BULLYING E CYBERBULLYING…


04
4.1. Personagem - Vítima ............................................................................04
4.2. Personagem - Agressor .......................................................................
04
4.3. Personagem -
Espectador.....................................................................05

5. BULLYING: COMO COMPREENDER AS VÁRIAS FACES DO


PROBLEMA..05
6. BULLYING: UM PROBLEMA SOCIAL
GRAVE................................................07

7. BULLYING É UM PROBLEMA DE SAÚDE


PÚBLICA.....................................09

8. BULLYING NA ESCOLA ESTÁ LIGADO À MÁ RELAÇÃO


FAMILIAR ...........12

9. CONCLUSÃO..................................................................................................13

10. REFERÊNCIAS..............................................................................................15
INTRODUÇÃO

As escolas e os pais estão atentos a esta palavra, uma prática que ocorre há
muito tempo, porém que, só agora tem ganhado espaço e causado preocupação de
muitas pessoas, inclusive de pesquisadores comportamentais, devido ao grande
prejuízo emocional que ocorre em suas vítimas.

Bullying é um termo da língua inglesa (bully = “valentão”) que se refere a todas


as formas de atitudes agressivas, verbais ou físicas, intencionais e repetitivas, que
ocorrem sem motivação evidente e são exercidas por um ou mais indivíduos,
causando dor e angústia, com o objetivo de intimidar ou agredir outra pessoa sem
ter a possibilidade ou capacidade de se defender, sendo realizadas dentro de uma
relação desigual de forças ou poder.

O bullying é um problema social mundial, podendo ocorrer em praticamente


qualquer contexto no qual as pessoas interajam, tais como escola,
faculdade/universidade, família, mas pode ocorrer também no local de trabalho e
entre vizinhos. Porém sua maior incidência ainda é a escola e entre os
adolescentes.

Sendo assim, este trabalho tem como objetivo discorrer sobre o assunto.

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O QUE É BULLYING

Bullying é uma palavra de origem inglesa que significa “intimidação”. O termo é


uma derivação de bully que, por sua vez, significa “valentão”. Bullying ficou
conhecida, então, como as formas de atitudes agressivas – sejam elas verbais ou
físicas – que acontecem sem aparente razão ou motivação clara. No Brasil, usamos
o termo para designar situações de agressões ou implicâncias intencionais feitas,
constantemente, nas escolas, por um aluno – ou grupo – contra um ou mais colegas.

O bullying, enquanto um problema social trabalhado pela psicopedagogia, pode


ser dividido em duas categorias: o bullying direto – mais comum entre agressores
masculinos – e o bullying indireto – observado com mais frequência entre mulheres
e crianças e caracterizado por um isolamento social da vítima, que teme que as
ameaças sofridas se tornem realidade

TIPOS DE BULLYING

1. Físico

O bullying físico é aquele que, como diz o nome, traz danos físicos para a
vítima. O bully, ou agressor, bate, puxa o cabelo, belisca, morde, prende a pessoa
em algum lugar ou realiza algum outro ato violento por um pequeno motivo ou sem
motivo algum. Como qualquer outro tipo de bullying, ele pode começar na educação
infantil e ir até o ensino médio, piorando no decorrer dos anos, pois o agressor
adquire mais malícia e mais força.

2. Verbal

É o tipo mais comum e mais difícil de ser identificado, pela facilidade com que
as pessoas dizem coisas impensadas. São as famosas piadinhas, gozações,

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apelidos, ameaças e fofocas. A diferença entre este tipo de bullying e a mera
brincadeira é que na brincadeira todos se divertem com a piada, e no bullying, o alvo
da piada sofre. Destaca-se que o sofrimento pela palavra pode doer mais do que
qualquer soco.

3. Material

É o ato de esconder, sujar, rasgar, estragar, jogar em algum local inacessível,


riscar ou danificar os pertences da vítima. Lembrando que o bully quer sempre
mostrar a sua força, e destruir os bens alheios é uma forma de intimidação usada
para tal.

4. Moral ou Sentimental

Este tipo é parecido com o verbal, mas as principais diferenças são que, neste,
não existem as provocações, somente os apelidos, e são coisas que atacam
diretamente o lado emocional da vítima, podendo fazer com que ela se afaste do
convívio normal com as pessoas e enfrente sérios distúrbios, como bulimia,
anorexia, mutilação, entre outros.

5. Psicológico

É uma variação do verbal ou moral. Pode fazer com que a pessoa sempre
pareça culpada, e o bully faz coisas para culpar e prejudicar a vítima, o que pode
acarretar problemas mais sérios, como depressão ou mania de perseguição.

6. Sexual

Este é mais comum quando acontece com meninas. Os principais focos do


agressor são as meninas que se desenvolvem mais rápido ou que são muito
atraentes. Um caso muito comum é quando a vítima está alcoolizada ou, de alguma
forma, indefesa.

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7. Virtual ou Cyberbullying

É uma extensão dos outros tipos, mas virtualmente, o que pode ser feito
através de um perfil anônimo, ou não identificável. Pode ser uma ameaça,
zombação direta com a vítima, fofoca entre um grupo de pessoas para excluir a
pessoa ou alguma armação para um posterior tipo de bullying que ocorrerá
pessoalmente.

OS PERSONAGENS EM QUESTÃO NO BULLYING E CYBERBULLYING

Quando se fala em agressão ou intimidação nos vem à mente duas pessoas,


uma que está no papel de intimidador e outra sendo intimidada. É o que
normalmente as pessoas pensam, pois elas não identificam um terceiro envolvido
que é tão importante quanto os outros: o espectador

 Personagem - Vítima

A vítima de Bullying é aquela que recebe as ações agressivas, sejam elas,


diretas ou indiretas, físicas ou psicológicas, sem tê-las motivado. Esse costuma ser
a pessoa mais frágil, com alguma característica destoante do modelo culturalmente
imposto à sociedade, por exemplo, uso de óculos, alguma deficiência, ser gordo ou
magro, etc. Ou também relacionado à questão emocional, como é o caso da timidez.

 Personagem – Agressor

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O agressor é aquele que, de maneira consciente, persiste em seus atos hostis
sem se importar com o sentimento alheio. É habitualmente, uma pessoa antipática,
arrogante e desagradável.

Algumas pesquisas sugerem que esses personagens vêm de famílias pouco


estruturadas, com pobre relacionamento afetivo entre seus membros, não são
supervisionados pelos pais ou adultos e vivem onde a maneira utilizada para
solucionar os problemas recomenda o comportamento agressivo ou explosivo.

 Personagem – Espectador

O terceiro personagem é o espectador, aquele que presencia as situações de


Bullying e não interfere. No caso do Cyberbullying ele não participa diretamente,
mas participa. São as pessoas que assistem a tudo, a plateia que o agressor precisa
ter para poder aparecer.

BULLYING: COMO COMPREENDER AS VÁRIAS FACES DO PROBLEMA

Em abril de 2011, a discussão sobre bullying se aprofundou bastante no Brasil


após a tragédia ocorrida na Escola Municipal Tasso da Silveira, localizada no bairro
de Realengo, Rio de Janeiro. No dia sete daquele mês, Wellington Menezes de
Oliveira, de 23 anos, entrou armado nas dependências da escola carioca e disparou
contra diversos alunos. No total, 12 pessoas foram mortas naquele dia. Wellington –
ex-aluno da escola – cometeu suicídio em seguida. Dias depois, a polícia encontrou
vários vídeos de Oliveira. Nesses vídeos, o jovem sugere que práticas de bullying
contra ele nos tempos de escola seriam a justificativa do massacre que ele
cometeria. Em um dos vídeos, ele diz: “Que o ocorrido sirva de lição, principalmente
às autoridades escolares, para que descruzem os braços diante de situações em
que alunos são agredidos, humilhados, ridicularizados, desrespeitados”. Como
esperado, ninguém aceitou o passado de Oliveira como vítima de bullying como

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justificativa para o massacre, mas a menção ao tema em seus vídeos fez com que o
debate sobre o assunto se tornasse mais presente na esfera pública.

O que motiva o comportamento agressivo de certos adolescentes ainda não é


algo totalmente conhecido. Muitos educadores, porém, acreditam que o fenômeno
pode estar intimamente associado à maneira como as diferenças no ambiente
escolar são colocadas e enfrentadas por estudantes e educadores. A escola, por
excelência, é a primeira experiência do ser humano com a sociedade não-familiar. É
na escola quase sempre que a criança se depara pela primeira vez com o diferente,
com o assimétrico. Quando este contato não é positivo, pode haver algum dano na
capacidade relacional, ainda mais durante o período da puberdade, quando o jovem
está em pleno processo de consolidação de suas identidades sociais.

Pesquisas ajudam a entender melhor o fenômeno

É preciso dizer, no entanto, que a escola não é a única explicação para o


problema. O bullying também pode estar relacionado a traumas pessoais bastante
específicos, problemas familiares ou ainda a insucessos da criança e do adolescente
ao longo de sua formação. Uma pesquisa da Universidade da Califórnia publicada
no American Sociological Review concluiu que o bullying é praticado como uma
forma de ganhar popularidade, sendo seus principais alvos garotos com status
médio ou alto entre seus colegas. No total, foram ouvidos 3.722 alunos dos últimos
anos do ensino fundamental de três condados da Carolina do Norte. A pesquisa
coincide mais ou menos com o que diz Ana Beatriz Barbosa Silva, autora do livro
“Bullying – mentes perigosas nas escolas”, com mais de 400.000 cópias vendidas no
Brasil. No livro, Ana Beatriz faz um inventário de vários tipos de violência e mostra
como esta prática, também um problema de saúde, está associada à desigualdade
de poder ou também à baixa autoestima.

Os próprios alunos estão mais preocupados com o bullying. Pelo menos é que
aponta um estudo da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo. Entre os meses
de janeiro de 2008 e janeiro de 2010, 20% das dúvidas no Disque-Adolescente eram

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sobre dificuldades de relacionamento na escola por causa do bullying, mais do que
sexualidade (19,2%).

Outra pesquisa recente derrubou um mito: o de que o “bullying” está atrelado a


uma determinada classe social. Quem desmente esse tipo de avaliação é um estudo
apresentado há alguns dias pela UNICEF (Fundo das Nações Unidas pela Infância,
realizado em parceria com a FLACSO (Faculdade Latino-Americana de Ciências
Sociais), na Argentina. De acordo com o trabalho “Clima, conflitos e violência na
escola”, diferentemente do que se imaginava, os estudantes das classes mais
vulneráveis socialmente não são necessariamente os mais violentos nas escolas.
Nas escolas privadas pesquisadas, 13,2% dos alunos disseram que já foram alvos
da crueldade de seus companheiros e 15,1% foram satirizados por alguma
característica física. Já nas públicas da pesquisa, esses números são de 4,3% e
12,9%, respectivamente.

No Brasil, o IBGE preparou uma espécie de “mapa do bullying”. Segundo o


estudo do órgão, Brasília está no primeiro lugar na prática de “Bullying”. 35,6% dos
estudantes entrevistados do DF disseram ser vítimas constantes da agressão. Belo
Horizonte, em segundo lugar com 35,3%, e Curitiba, em terceiro lugar com 35,2 %,
foram, junto com Brasília, as capitais com maior frequência de estudantes que
declararam ter sofrido bullying alguma vez.

BULLYING: UM PROBLEMA SOCIAL GRAVE

Bullying é um problema grave e não pode ser tolerado pela sociedade.


Crianças e adolescentes em todo o mundo estão sujeitos a sofrer atos de violência
física ou psicológica, praticados por um único indivíduo ou um grupo, que causam
dor e angústia.

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Considerado um problema social grave, os casos são cada vez mais discutidos
na sociedade por sua recorrência, principalmente entre os jovens.

De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) a violência


interpessoal está entre as cinco principais causas de morte de jovens entre 10 e 29
anos.

A vida de crianças e jovens que sofrem bullying está em perigo. É o que


aconteceu com o pequeno Carter English, menino de 6 anos que foi espancado por
outras crianças da vizinhança – todos da mesma idade que ele – em Washington,
nos Estados Unidos.

O caso teve uma grande repercussão no país devido à gravidade e à


gratuidade da violência. Carter quis defender um amigo que sofria bullying, mas foi
atacado com pedras. O menino teve um braço quebrado e teve de ser internado por
conta dos ferimentos.

A mãe do menino, Dana English, em uma entrevista, declarou que “não há


motivo que justifique intimidar alguém” e gostaria que os outros pais soubessem que
“o bullying não é algo aceitável”.

O que leva tantos jovens a terem um comportamento intolerante e agressivo?


O psicólogo Guilherme Arinelli, mestre pela PUC Campinas, e que atua na área de
Psicologia Escolar e Educacional com interesse em desenvolvimento humano,
explica que o comportamento dos jovens — e de todas as pessoas — está
intimamente associado com o contexto em que vivem, a educação que receberam e
com a cultura da qual fazem parte.

“Não podemos isolar o comportamento como algo descolado da realidade.


Vivemos em uma sociedade agressiva e violenta, com grandes dificuldades de
comunicação. O que se expressa na escola ou em outros contextos institucionais é
uma expressão da violência que está presente no nosso cotidiano. É importante
analisar o contexto em que as agressões acontecem e quem são os envolvidos”.

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Como combater esse problema? Segundo Arinelli, é importante abrir canais de
diálogo e mediar as relações com momentos de fala e escuta. “Ao compreender
como o outro se sente e quais as causas e consequências das ações,
desenvolvemos uma capacidade de comunicação mais assertiva e não agressiva”,
disse.

O estudo da ONU mostra que a maioria dos casos de bullying relatados foi
motivado pela aparência física, gênero, orientação sexual, etnia ou país de origem.

BULLYING É UM PROBLEMA DE SAÚDE PÚBLICA

O bullying pode ser responsável por quase 30% dos casos de depressão em
adultos, é o que sugere um novo estudo.

Tendo acompanhado 2.668 pessoas da primeira infância à idade adulta,


pesquisadores descobriram que os indivíduos de 13 anos que foram alvos mais
frequentes de bullying se mostraram três vezes mais propensos que seus pares não
perseguidos a se tornarem deprimidos quando adultos.

Mesmo quando os pesquisadores consideraram fatores como histórico de


problemas comportamentais, classe social, abuso infantil e história familiar de
depressão de um adolescente, os que sofreram bullying pelo menos uma vez por
semana foram mais de duas vezes mais propensos a ser deprimidos quando
cresceram.

As descobertas, publicadas na terça-feira em BMJ, deveriam fazer pais,


professores e autoridades de saúde pública considerarem seriamente a repressão
ao bullying, escreveram os autores do estudo.

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"A depressão é um grande problema de saúde pública no mundo, com altos
custos sociais e econômicos", eles escreveram. "Intervenções durante a
adolescência poderiam reduzir o ônus ou a depressão mais adiante na vida."

Estudos anteriores que examinaram a relação entre bullying e depressão


determinaram que as duas coisas estavam relacionadas. Por exemplo, adultos que
são deprimidos são mais propensos a lembrar que sofreram bullying quando
garotos. Mas adultos não depressivos talvez tenham sofrido bullying também, e
tenham excluído a agressão de suas mentes.

Para contornar esse problema, um grupo de pesquisadores de quatro


universidades da Inglaterra se debruçou sobre dados do Avon Longitudinal Study of
Parents and Children. Alguns participantes do estudo foram recrutados para o
estudo antes mesmo de terem nascido; outros entraram quando tinham cerca de 7
anos de idade. Os administradores acompanharam todo tipo de informações sobre
os garotos e suas famílias, e fizeram perguntas sobre bullying por diversas vezes
entre as idades de 8 e 13 anos.

Para este estudo, os pesquisadores se concentraram em vitimização por pares


aos 13 anos de idade. Na época, os adolescentes foram perguntados sobre nove
tipos de bullying e se os experimentaram "frequentemente" (ao menos uma vez por
semana), "repetidamente" (ao menos quatro vezes no total), "às vezes" (menos de
quatro vezes), ou não experimentaram.

O abuso verbal foi o tipo mais comum de bullying, com 36% dos adolescentes
dizendo que estiveram na ponta receptora deste comportamento (incluindo 9% que
foram vitimados frequentemente). E 22% dos garotos disseram que os agressores
haviam tomado objetos seus. Além disso, 16% dos adolescentes disseram que os
agressores haviam espalhando mentiras a seu respeito; e 11% disseram que haviam
sido socados ou espancados; 10% foram expulsos por seus pares; 9% disseram que
foram chantageados; 8% disseram que os agressores tentaram levá-los a fazer algo
que eles não queriam fazer; 8% disseram que foram enganados; e 5% disseram que
os agressores tinham estragado um jogo para contrariá-los.

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A maior parte desse bullying jamais foi relatada a professores, e os garotos de
13 anos não contaram nem mesmo a suas famílias cerca de um terço das vezes.

Os pesquisadores não confirmaram apenas que as vítimas de bullying estavam


em maior risco de depressão quando adultos; eles descobriram também uma
relação dose-efeito entre as duas coisas. Em outras palavras, quanto mais bullying
um indivíduo de 13 anos sofre, maior a chance de ele ou ela ser deprimido anos
mais tarde.

Entre os adolescentes que disseram não ter sofrido bullying, 5% vieram a


sofrer depressão. Mas entre os que foram vítimas frequentes, 15% foram
depressivos quando adultos. E mais, 10% das vítimas frequentes de bullying ficaram
deprimidas por mais de dois anos, em comparação com 4% dos que não sofreram a
agressão.

Os resultados dão sustentação à ideia de que sofrer bullying durante a infância


leva à depressão na idade adulta, mas não provam que uma coisa causa a outra.
Resolver em definitivo essa questão requereria um experimento que atribuísse
aleatoriamente algumas pessoas para sofrerem bullying e outras para serem
deixadas em paz. Mas os resultados implicam que "aproximadamente 29% do ônus
ou depressão aos 18 anos de idade poderiam ser atribuídos à vitimização por
pares", escreveram os autores do estudo.

"Essas descobertas nos levam a concluir que a vitimização por pares durante a
adolescência pode contribuir significativamente para o ônus de saúde pública geral
que é a depressão clínica", eles escreveram.

Num editorial que acompanhou o estudo, a especialista em prevenção de


bullying Maria Ttofi da Universidade de Cambridge escreveu que os resultados do
estudo deveriam levar autoridades escolares e dirigentes da saúde a pensarem
seriamente em maneiras de acabar com o bullying por adolescentes. Se o fizerem,
eles colherão os benefícios durante anos.

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"Os programas eficazes contra o bullying podem ser vistos como uma forma de
promoção da saúde pública", ela escreveu.

BULLYING NA ESCOLA ESTÁ LIGADO À MÁ RELAÇÃO FAMILIAR

O bullying é um problema social mundial que acontece, na maioria das vezes,


com crianças e dentro do ambiente escolar. O que quase ninguém sabe é que as
relações familiares podem influenciar diretamente no envolvimento de estudantes
com o bullying. Uma pesquisa da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (EERP)
da USP apontou as relações ruins dentro de casa como um dos fatores que afetam
o comportamento das crianças e adolescentes dentro da sala de aula.

Segundo o psicólogo Wanderlei Abadio de Oliveira, pesquisador responsável


pelo estudo, tanto as crianças que sofrem bullying quanto as que praticam têm
histórico de más relações familiares. “Essas relações são marcadas pela falta de
diálogo saudável e de envolvimento emocional. Também está presente nessas
famílias a má relação conjugal entre os pais/cuidadores e, ainda, as punições físicas
exercidas pelos pais/cuidadores. ”

Uma pesquisa foi feita com 2.354 estudantes com idade entre 10 e 19 anos de
escolas públicas de Uberaba, Minas Gerais. Oliveira aplicou questionários para
identificar a qualidade da interação familiar e a ligação com situações de bullying na
escola. Os resultados mostraram que os estudantes sem envolvimento com o
bullying tinham melhores interações familiares, demonstradas pelo cuidado, afeto e
boa comunicação com os pais que, por sua vez, mantinham boa relação conjugal.
Além disso, os pais desses estudantes estabeleciam regras dentro de casa, como

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também supervisionavam seus filhos, sabendo onde eles estavam nos tempos
livres.

De acordo com o pesquisador, as famílias dos estudantes envolvidos com


bullying são consideradas menos funcionais. Isso quer dizer que elas não colaboram
com o crescimento dos sentimentos positivos, não realizam boa comunicação entre
os moradores da casa, assim como não auxiliam nas tomadas de decisões de forma
saudável, ou seja, tendo como base a troca de ideias de forma conjunta ao invés da
imposição. “No caso das vítimas, essas crianças não pedem ajuda ou suporte para
enfrentamento da questão”, completa.
CONCLUSÃO

A palavra inglesa bullying é um termo relativamente novo para o brasileiro,


entretanto, já bastante discutido no ambiente escolar, na mídia e entre a própria
sociedade. Apesar do termo, o ato do bullying não é de hoje, e vem se perpetuando
na cultura por diversas gerações. Bully significa valentão e bullying é o ato de
ofender alguém de forma intencional.

As crianças são conhecidas por sua inocência, mas o ato do bullying é o que
mais ocorre na sala de aula e cerca de 70% dos estudantes já o presenciaram.
Pedagogos explicam que muitas vezes o agressor para manter o status na escola,
característico dessa fase da vida, tem no bullying uma forma de descarga da
insegurança que ele mesmo sente. Algumas pesquisas sugerem que esses
personagens vêm de famílias pouco estruturadas, com pobre relacionamento afetivo
entre seus membros, não são supervisionados pelos pais ou adultos e vivem onde a
maneira utilizada para solucionar os problemas recomenda o comportamento
agressivo ou explosivo. Como consequência dessa nefasta agressão, a vítima e o
agressor irão levá-la para a vida.

Uma vítima de bullying, principalmente na adolescência, tem muito mais


chances de cometer suicídio, devido não só a fatores hormonais da idade, mas do
turbilhão de mudanças físicas e psicológicas. Já o agressor, tende a continuar esse

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caminho, caindo mais fácil nas drogas, brigas e estando exposto a inúmeros riscos,
futuramente.

O bullying é considerado uma questão de saúde pública e exige estratégias de


enfrentamento. Dentre suas consequências, está o maior risco de desenvolver
transtornos alimentares e emocionais, como ansiedade, depressão, abuso de drogas
e até suicídio A depressão é uma das principais causas do suicídio na adolescência
e pode ser desencadeada por várias situações, dentre elas, o bullying.

Segundo o governo federal, caracteriza-se a intimidação sistemática (bullying)


quando há violência física ou psicológica em atos de humilhação ou discriminação e,
ainda, a intimidação sistemática na internet (cyberbullying), para depreciar, incitar a
violência, adulterar fotos e dados pessoais com o intuito de criar meios de
constrangimento psicossocial.

Ao final de 2016, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)


divulgou um levantamento preocupante, com o crescimento de casos de bullying
escolar no Brasil. A pesquisa mostrou que, em 2015, 46,6% dos 13 milhões de
jovens entrevistados, entre 13 e 17 anos de escolas públicas e particulares de todas
as regiões do país, disseram já ter sofrido algum tipo de bullying. Em 2012, a
porcentagem era de 35,3%. E a aparência física estava entre os principais motivos.

Não existem soluções simples para se combater o Bullying, até porque o


mesmo trata-se de um problema complexo e de causas múltiplas.

Tanto as vítimas quanto bullys podem sofrer consequências psicológicas desta


situação de abuso, porém alguns danos causados às vítimas podem ser
irreversíveis.

Sendo assim, é preciso, antes de tudo, prevenir para que a situação não
aconteça evitando que a mesma se agrave e se dissemine.

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Manter uma contínua rede de conversas, palestras, conscientização e uma
forte observação nos sinais apresentados, pode fazer com que o Bullying regrida
diminuindo finais traumáticos ou trágicos.

O principal desafio é conscientizar crianças e adolescentes na própria escola,


pois, por mais que recebam as informações, muitos vão continuar perpetuando o
bullying para a manutenção do status, citado acima. O governo deve enviar às
escolas material educativo, a mídia deve mostrar as consequências e a família deve
educar seus filhos para evitar um futuro agressor e dar suporte a vítima. Com
bullying não se brinca.

REFERÊNCIAS

Pesquisa online nos sites:

 https://www.cotet.com.br/comportamento/bullying-um-problema-social-que-
deve-ser-conhecido-e-combatido/

 https://www.significadosbr.com.br/bullying

 https://www.familia.com.br/como-reconhecer-os-diferentes-tipos-de-bullying-e-
proteger-o-seu-filho/

 https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/psicologia/os-
personagens-em-questao-no-bullying-e-cyberbullying/60385

 https://www.cafehistoria.com.br/bullying-um-problema-muito-real/

 https://noticias.r7.com/educacao/problema-social-bullying-afeta-metade-das-
criancas-do-mundo-26092018

 https://emais.estadao.com.br/noticias/moda-e-beleza,estudo-prolongado-
mostra-que-bullying-e-um-problema-de-saude-publica,1720386
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 http://jornal.usp.br/ciencias/ciencias-da-saude/bullying-na-escola-esta-ligado-
a-ma-relacao-familiar-diz-estudo/

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