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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE- UFCG

CENTRO DE TECNOLOGIAS E RECURSOS NATURAIS- CTRN


UNIDADE ACADÊMICA DE ENGENHARIA CIVIL
DISCIPLINA DE PATOLOGIAS DAS CONSTRUÇÕES
PROFESSOR DR. MILTON BEZERRA DAS CHAGAS FILHO

ESTUDO DE CASO: DESABAMENTO DO


PALÁCIO DE EXPOSIÇÕES DA GAMELEIRA

ALUNO: FELIPE ALMEIDA SOARES

30 de Outubro de 2019
Lista de figuras

Figura 01 : Desabamento do pavilhão.


Figura 02 : Desabamento do pavilhão.
Figura 03 : Planta e elevação do projeto.
Figura 04 : Armadura das vigas.
Figura 05 : Armadura dos pilares.
Figura 06 : Desabamento da viga 103.
Figura 07 : Desenho da comissão oficial para mostrar o motivo do acidente.
Figura 08 : Pilar P9.
Figura 09 : Pilar P4.
Figura 10 : Pilar P5.
Figura 11 : Detalhe de armação.

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Resumo

Conhecido como a tragédia da Gameleira, o desabamento de


um pavilhão de exposições em Belo Horizonte, em 4 de fevereiro
de 1971, deixando 65 operários mortos e 50 feridos, é
considerado o maior acidente da construção civil brasileira. O
pavilhão seria inaugurado no fim do mês pelo governador de
Minas Gerais, Israel Pinheiro, e 512 operários trabalhavam em
ritmo acelerado para concluir a obra, projetada pelo arquiteto
Oscar Niemeyer, com cálculos do engenheiro Joaquim Cardozo.
Mas o somatório de erros nas fases de projeto e execução
levaram a estrutura a ruína antes mesmo de sua inauguração.

Palavras-chave: Desabamento, mortos, construção.


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Objetivos
 Objetivo geral:
 Apresentar um estudo de caso do maior acidente na construção civil
do Brasil.
 Objetivos específicos:
 Analisar as falhas nos cálculos da estrutura;
 Analisar as falhas na execução da estrutura;
 Mostrar a necessidade da segurança no trabalho.

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Introdução
 Data da queda: 04/02/1971;
 Número de mortos: 69 operários;
 Mutilados: 50 operários feridos ou traumatizados;
 O governador Israel Pinheiro desejava terminar a obra antes
da conclusão do seu mandato, que terminava no dia
15/03/1971. Figura 1 – Desabamento do pavilhão.

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Fonte – farolblumenal.com.
Introdução
 Em entrevistas alguns funcionários relataram que a estrutura
estava “estralando” alguns dias antes do desabamento;
 Empresas responsáveis:
 Fundações: Sobraf
 Cálculo: escritório Joaquim Cardozo
 Execução: Sergen Engenharia
Figura 2 – Desabamento do pavilhão.

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Fonte: anovademocracia.com.br
Projeto
 Laje nervurada de 30,50 m x 240,00 m apoiada em vigas
longitudinais com 9,80 m de altura e largura de 0,40 m;
 10 pilares de forma tronco-cônica serviam de apoios às vigas do
perímetro da estrutura; no térreo tinham altura de 3,00 m;
 Na laje de cobertura haviam aberturas entre as nervuras para
iluminação (elementos de fiber glass);
 As fundações eram em tubulões (ar comprimido), que transmitiam um
tensão de 1 MPa ao solo;
 O detalhamento foi feito em 68 pranchas e a memória de cálculo
constava de 13 páginas;
 Não existia projeto de retirada dos cimbramentos, sendo que um
projeto desse tipo foi fornecido posteriormente pelo projetista da
estrutura, mas não fazia parte do projeto inicial.
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Projeto
Esquema estrutural
Figura 3 – Planta e elevação do projeto.

Fonte: Grupo HCT


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Projeto
Armaduras
Figura 4 – Armadura das vigas. Figura 5 – Armadura dos pilares.

Fonte: NC Pereira . Fonte: NC Pereira .

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Análise das causas do acidente
 Foi formada uma comissão oficial nomeada pelo Instituto de
Engenharia de São Paulo para esclarecer o problema de
forma isenta: Augusto Carlos de Vasconcelos, Milton Vargas e
Oscar Costa;
 O objetivo era fornecer subsídios para os peritos nomeados
pelo juiz evitando-se interferências políticas ou de partes
interessadas.

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Análise das causas do acidente
Figura 7 – Desenho da comissão oficial para mostrar o
Figura 6 – Desabamento da viga 103. motivo do acidente.

Fonte: Grupo HCT Fonte: Grupo HCT

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Análise das causas do acidente
Figura 8 – Pilar P9.

A viga V203 que se apoiava nesse


pilar rompeu por compressão excessiva
numa parte de seu apoio.

Fonte: Grupo HCT


100 barras de ligação sem concreto aderente.

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Análise das causas do acidente
Figura 9 – Pilar P4.

Somente uma das 100 barras


de aço da ligação pilar-viga
tem restos de concreto
aderente. Nas demais barras o
concreto foi esmagado.

Fonte: Grupo HCT Concreto ainda aderente.


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Análise das causas do acidente
Figura 10 – Pilar P5.

A inclinação lateral é devida


às grandes solicitações
horizontais. No projeto só
foram consideradas as ações
verticais.

Fonte: Grupo HCT


Barras de ligação da viga. 14
Análise das causas do acidente
Figura 11 – Detalhe de armação.

As armaduras das vigas


foram reunidas em feixes de
três barras para facilitar a
concretagem.

Fonte: Grupo HCT Feixe de três barras.

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Conclusões
 Ocorreu uma total falta de cuidado em relação aos
profissionais que trabalhavam na obra;
 Erros na fase de projetos como a desconsideração dos
esforços horizontais e falhas no dimensionamentos dos pilares;
 Erros na fase de execução como a retirada inadequada dos
escoramentos, troca no tipo do aço e uso de feixes de
armaduras;
 Interferências políticas e empresariais no caso.

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Referências
 PEREIRA, Nathalia Coelho. Concepção arquitetônica e
estrutural de duas obras de Oscar Niemeyer: Igreja da
Pampulha e Pavilhão da Gameleira, 2012.
 Curso de avaliação e recuperação de estruturas de concreto.
Grupo HCT, 2018.
 Famílias das vítimas da tragédia da Gameleira esperam por
justiça. Fantástico, 2016. Disponível em:
<https://globoplay.globo.com/v/4931222/>.
 Desabamento da Gameleira: Criminosos à solta. A nova
democracia, 2006. Disponível em:
<https://anovademocracia.com.br/no-30/463-desabamento-
da-gameleira-criminosos-a-solta>.
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