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CASTELO BRANCO, M.; FRANÇA, F.H., MEDEIROS, M.A.; LEAL, J.G.T.

Uso de inseticidas para o controle da traça-do-tomateiro e traça-das-


crucíferas: um estudo de caso. Horticultura Brasileira, v. 19 n. 1, p. 60-63, março, 2.001.

Uso de inseticidas para o controle da traça-do-tomateiro e traça-das-


crucíferas: um estudo de caso.
Marina Castelo Branco1; Félix H. França1; Maria A. Medeiros1, José Guilherme T. Leal2
1/
Embrapa Hortaliças, C. Postal 218, 70.359-970, Brasília - D.F; E-mail: marina@cnph.embrapa.br 2/EMATER-DF. Escritório Local
Núcleo Rural da Taquara, s/n. 70.000-000 Brasília – DF

RESUMO ABSTRACT
Em agosto de 1999, produtores de tomate e brassicas da Núcleo Use of insecticides for controlling the South American Tomato
Rural da Taquara tiveram seus cultivos seriamente comprometidos Pinworm and the Diamondback Moth: a case study.
devido à impossibilidade de controle da traça-do-tomateiro e da tra- In August 1999, at the “Núcleo Rural da Taquara”, Federal
ça-das-crucíferas. Diversos inseticidas, alguns com o mesmo prin- District, Brazil, tomato and brassica crops were severely damaged
cípio ativo ou, pertencentes ao mesmo grupo químico, eram aplica- by the South American Tomato Pinworm (Tuta absoluta) and the
dos de uma a sete vezes por semana sem qualquer eficiência no Diamondback Moth (Plutella xylostella). During that time growers
controle das pragas. Lavouras foram abandonadas em diferentes estádios related that they had been spraying insecticides one to seven times
de desenvolvimento. A fim de definir uma estratégia de controle per week without controlling the pests. In the fields it was observed
que viabilizasse a produção de tomate e brassicas na região, foi ava- that there were crops with different ages and levels of chemical
liado em laboratório a eficiência da dose comercial de alguns inseti- residues which allowed the pests to multiplicate continuously. Then
cidas usados no controle das duas pragas. Para isso, foram coletadas it was decided that the first step to solve the problem would be to
duas populações de traça-do-tomateiro e uma população de traça- evaluate the efficacy of the recommended field rate of some
das-crucíferas. Para traça-do-tomateiro, cartap, abamectin, lufenuron, insecticides in laboratory bioassays. Two Brazilian Tomato Pinworm
acefate e deltametrina causaram respectivamente 100; 90; 67 e 0% populations and one Diamondback Moth population were collected.
de mortalidade das larvas. Para traça-das-crucíferas, B. thuringiensis, Cartap, abamectin, lufenuron, acephate and deltamethrin caused 100;
abamectin, cartap, acefate and deltametrina causaram 100; 96; 86; 90; 67 and 0% of larval mortality to the South American Tomato
79 e 5% de mortalidade respectivamente. De acordo com estes re- Pinworm, respectively. B. thuringiensis, abamectin, cartap, acephate
sultados foi recomendada a suspensão imediata do uso de piretróides and deltamethrin caused 100; 96; 86; 79 and 5% of mortality to the
e organofosforados para o controle das duas pragas. Abamectin e Diamondback Moth, respectively. According to laboratory results it
cartap foram recomendados para o controle da traça-do-tomateiro e was recommended that the use of pyrethroid and organophosphorous
B. thuringiensis para o controle de traça-das-crucíferas. compounds must be suspended immediately. Abamectin and cartap
must be used to control the South American Tomato Pinworm and
B. thuringiensis must be employed to Diamondback Moth control.

Palavras-chave: Brassica oleracea, Lycopersicon esculentum, Keywords: Brassica oleracea, Lycopersicon esculentum, Tuta
Tuta absoluta, Plutella xylostella, tomate, repolho, couve-flor, absoluta, Plutella xylostella, tomato, cabbage, cauliflower,
controle químico, resistência a inseticida. chemical control, insecticide resistance.

(Aceito para publicação em 04 de janeiro de 2.001).

E m agosto de 1999, foi verificado que


no Núcleo Rural da Taquara (DF) a
produção de tomate e brassicas estava
resistência de traça-das-crucíferas a di-
versos inseticidas já foi observada em
várias partes do mundo (Castelo Branco
cultivo; mistura de inseticidas; utilização
em rotação de dois ou três produtos dife-
rentes, em uma mesma semana, sem ob-
seriamente comprometida devido aos & Gatehouse, 1997; Cameron & Walker, servação de critérios técnicos.
danos ocasionados pela traça-do-toma- 1998; Baker, 1999; Kovaliski, 1999). Zhao et al. (1995), em ensaios reali-
teiro (Tuta absoluta) e pela traça-das- Observações preliminares de tomate zados na China, observaram que testes
crucíferas (Plutella xylostella). Diver- do local constataram a presença de mi- de laboratório onde se avaliava a eficiên-
sos tipos de inseticidas, com freqüência nas de traça-do-tomateiro em pratica- cia da dose comercial de inseticidas para
que variava de semanal a diária, foram mente todas as folhas e, em alguns ca- o controle da traça-das-crucíferas eram
utilizados na região. A impossibilidade sos, até 100% de frutos danificados. Em bons indicadores da eficiência dos inse-
de controle das pragas foi atribuída, pe- lavouras de brassicas foram observados ticidas em campo. A fim de determinar
los agricultores, à possível “falsificação furos de traça-das-crucíferas em folhas quais os inseticidas ineficientes para o
dos produtos”. Não foi levantada a hi- de repolho e couve-flor e, em um cultivo controle da traça-das-crucíferas e traça-
pótese de que a ineficiência dos produ- de couve-flor, foram encontradas mais de do-tomateiro no Núcleo Rural da
tos poderia ser devida à resistência das 100 larvas/planta. O sistema de produ- Taquara, testes de laboratório foram rea-
pragas aos inseticidas. Resistência de ção destas culturas envolvia: plantio con- lizados. De posse destes dados e das ob-
traça-do-tomateiro a cartap já foi obser- tínuo e sucessivo de tomate e brassicas; servações de campo, recomendações para
vada no Brasil (Siqueira et al., 2.000) e abandono de restos culturais nas áreas de o manejo da cultura foram sugeridas.

60 Hortic. bras., v. 19, n. 1, mar. 2001.


Uso de inseticidas para o controle da traça-do-tomateiro e traça-das-crucíferas: um estudo de caso.

Para todos os inseticidas, a mortali- Larvas de traça-das-crucíferas


MATERIAIS E MÉTODOS dade de larvas foi avaliada após 24 h, coletadas no campo foram também se-
exceto para lufenuron, onde a mortali- paradas e criadas até o estágio de pupa.
1. Populações coletadas dade de larvas foi avaliada após seis Quando as pupas foram obtidas (172 no
dias. Para este último inseticida foi ain- total), foram individualizadas em cáp-
Foram coletados ovos, larvas e
da avaliado o número de adultos emer- sulas de gelatina para a observação da
pupas de duas populações de traça-do-
gidos. Para a população 1 foram testa- emergência de parasitóides ou adultos
tomateiro (Populações 1 e 2) e de uma
dos abamectin, acefate, deltametrina e da praga.
população de traça-das-crucíferas (Po-
lufenuron. Para a população 2 foram tes-
pulação 3) no Núcleo Rural da Taquara.
tados acefate, cartap e deltametrina. Os RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os agricultores forneceram dados sobre
produtos cuja mortalidade de larvas foi
os inseticidas utilizados e freqüência de
superior a 90% foram considerados como 1. Traça-do-tomateiro: Para as duas
aplicação, conforme segue:
eficientes para o controle da praga. populações de traça-do-tomateiro hou-
1.1 Traça-do-tomateiro: abamectin,
Para a análise estatística foi utiliza- ve apenas efeito do inseticida na morta-
Bacillus thuringiensis, chlorfluzuron,
do o esquema fatorial 5 x 2 e 4 x 2 [in- lidade das larvas. Não houve efeito da
ciflutrina, deltametrina, fenpropatrina,
seticidas x posição das larvas nas folhas posição das larvas sobre os folíolos (lar-
lufenuron, metomil, permetrina e
(sobre ou dentro das minas)] para as vas sobre os folíolos ou no interior des-
triflumuron. As pulverizações foram
populações 1 e 2, respectivamente. Os tes) nem da interação inseticida x posi-
realizadas com um inseticida ou com dados foram submetidos à análise de
mistura de produtos a cada 24 horas. ção das larvas. Este resultado é diferen-
variância e ao teste DMS (p<0,05) para te do observado por Castelo Branco &
1.2 Traça-do-tomateiro: abamectin, a separação das médias. França (1993) onde, quando folhas de
Bacillus thuringiensis, betaciflutrina, 2.2.Traça-das-crucíferas: Larvas e tomate foram tratadas com cartap, a
ciflutrina, cartap, fenpropatrina, pupas foram coletadas em cultivo de mortalidade de larvas de traça-do-toma-
lufenuron, metomil, permetrina, couve-flor e criadas em laboratório até teiro no interior das minas foi significa-
triflumuron. As pulverizações eram rea- a emergência de adultos. Os adultos fo- tivamente menor do que a mortalidade
lizadas a cada três dias, com um inseti- ram liberados em gaiola contendo fo- de larvas sobre as folhas. A causa desta
cida ou com mistura de dois inseticidas lhas de repolho para a obtenção dos ovos diferença não pôde ser identificada, mas
(piretróide + lufenuron). os quais foram mantidos em caixas plás- é possível que o grau de suscetibilidade
1.3 Traça-das-crucíferas: abamectin, ticas com folhas de repolho até que as das populações ao inseticida de alguma
chlorfluzuron, deltametrina, metamidofós larvas se desenvolvessem até o segun- maneira interfira nos resultados.
e outros inseticidas não identificados. As do estádio, quando foram utilizadas no As doses comerciais dos inseticidas
pulverizações eram feitas com interva- bioensaio. Foi avaliada a eficiência dos deltametrina e acefate causaram a mor-
lo que variavam de um a três dias. seguintes inseticidas: acefate (750 g i.a./ talidade de menos de 2% das larvas das
2. Bioensaios ha), abamectin (9 g i.a./ha), Bacillus populações 1 e 2 (Tabelas 1 e 2).
2.1. Traça-do-tomateiro: Foram thuringiensis (18 g i.a./ha), cartap (300
Lufenuron ficou em uma posição
utilizadas larvas de segundo e terceiro g i.a./ha) e deltametrina (6 gi.a./ha). As
intermediária, causando entre 67 e 72%
estádio de traça-do-tomateiro provenien- diluições foram realizadas consideran-
de mortalidade das lagartas (Tabela 1).
tes diretamente do campo. Os insetici- do-se um volume de calda de 400 l/ha.
No entanto, este produto, por ser um
das abamectin (9 g.i.a./ha), acefate (750 Discos de folhas de repolho de 4 cm regulador de crescimento, afeta também
g.i.a./ha), cartap (625 g.i.a./ha), de diâmetro foram imersos na solução a emergência de adultos. Uma média de
deltametrina (10 g.i.a./ha) e lufenuron inseticida e secos à temperatura ambien- 13% dos adultos emergiram, quando as
(40 g.i.a./ha) foram diluídos consideran- te, no laboratório. Foram transferidos larvas foram colocadas sobre as folhas.
do-se o volume de calda de 1.000 L/ha. para placas de Petri com 9 cm de diâ- Já quando as larvas estavam dentro das
Folíolos que não continham larvas de metro e sobre cada folha foram coloca- folhas, este percentual subiu para 26%.
traça-do-tomateiro foram imersos na das 15 larvas de traça-das-crucíferas. Ainda que mais de 10% dos adultos da
solução de inseticida por 10 segundos A mortalidade de larvas foi avalia- traça-do-tomateiro tenham emergido,
e, em seguida, colocados para secar a da após 48 h. Os dados foram submeti- inseticidas reguladores de crescimento
temperatura ambiente. Após estarem das à análise de variância e foi utilizado como lufenuron afetam a fertilidade de
secos, 10-15 larvas de traça-do-tomatei- o teste DMS (p<0,05) para a separação fêmeas (França & Castelo Branco,
ro foram colocadas em três folíolos em de médias. 1996), podendo contribuir para a redu-
placa de Petri (15 cm de diâmetro). Em 2.3. Inimigos naturais: Um total de ção da população da praga em campo.
outro teste, folíolos infestados com lar- 50 ovos de traça-do-tomateiro foram Abamectin causou a mortalidade de
vas de traça-do-tomateiro foram imersos coletados no campo em cada uma das mais de 90% das larvas da população 1
na solução de inseticida por 10 segun- duas áreas de tomate. Os ovos foram (Tabela 1) e cartap causou a mortalida-
dos (10-15 larvas/repetição) e transfe- individualizados em cápsulas de gelati- de de todas as larvas da população 2
ridos para placas de Petri. Foram utili- na para a verificação de ocorrência de (Tabela 2). Estes resultados indicam que
zadas quatro repetições por tratamento. parasitóides. estes dois inseticidas são os produtos

Hortic. bras., v. 19, n. 1, mar. 2001. 61


M. Castelo Branco et al.

Tabela 1. Mortalidade de larvas de traça-do-tomateiro tratadas com diferentes inseticidas. Larvas sobre folhas ou no interior das minas.
População 1. Taquara, Embrapa Hortaliças, 1999.
% larvas mortas
In seticida Posição das larvas n1
(média ± EPM)
dentro 40 96,8 ± 3,1 a
Abamectin
sobre 40 90,0 ± 5,7 a
dentro 45 67,2 ± 4,7 b
Lufenuron
sobre 45 72,0 ± 5,7 b
dentro 39 0,0 ± 0,0 c
Deltametrina
sobre 32 0,0 ± 0,0 c
dentro 35 2,2 ± 2,2 c
Acefate
sobre 37 0,0 ± 0,0 c
dentro 39 5,0 ± 2,9 c
Testemunha
sobre 39 0,0 ± 0,0 c
C.V. (%) 25,71
1/
número de larvas encontradas após 24 h para todos os inseticidas a exceção de Match®, onde o número de larvas é o número de larvas
encontrado após seis dias.
Médias seguidas de mesma letra não diferem entre si pelo teste DMS (p> 0,05)

Tabela 2: Mortalidade de larvas de traça-do-tomateiro tratadas com diferentes inseticidas. Larvas sobre folhas ou no interior das minas.
População 2. Taquara, Embrapa Hortaliças, 1999.
% larvas mortas (média
In seticida P osição das larvas n1
± EP M)
dentro 40 100,0 ± 0,0 a
Cartap
sobre 40 100,0 ± 0,0 a
dentro 39 0,0 ± 0,0 b
Deltametrina
sobre 32 0,0 ± 0,0 b
dentro 35 0,0 ± 0,0 b
Acefate
sobre 37 0,0 ± 0,0 b
dentro 39 5,0 ± 5,0 b
Testemunha
sobre 39 0,0 ± 0,0 b
C.V. (%) 20,15
1/
número de larvas encontradas após 24 h para todos os inseticidas a exceção de Match®, onde o número de larvas é o número de larvas
encontrado após seis dias.
Médias seguidas de mesma letra não diferem entre si pelo teste DMS (p> 0,05)

mais eficientes para o controle da praga lidade superior a 96% (Tabela 3). Estes tóxicos como por exemplo metamidofós
na região. resultados indicaram uma boa eficácia e deltametrina (Talekar & Yang, 1991;
Dos 50 ovos da traça-do-tomateiro dos dois inseticidas para o controle da Kao & Tzeng, 1992). Este resultado di-
coletados de cada população, nenhum praga. Abamectin não é registratdo para fere do observado por França &
parasitóide emergiu. Este resultado pode a cultura de brássicas, não tendo por- Medeiros (1998) onde em uma avalia-
indicar a ausência de parasitóides na tanto o seu uso recomendado. ção de inseticidas em campo foi obser-
região ou a eliminação destes. Das 172 pupas de traça-das- vada população alta de parasitóides (mé-
2. Traça-das-crucíferas: crucíferas obtidas, apenas duas estavam dia > 4,0 adultos por planta) nas parce-
Deltametrina foi o produto menos eficien- parasitadas. Uma por Apanteles sp. e a las tratadas com deltametrina, indican-
te, causando a mortalidade de menos de outra por Oomyzus sokolowiskii. Entre do a sobrevivência destes no local do
6% das larvas (Tabela 3). Acefate e as pupas 87 originaram adultos e 83 não experimento. Como nesta área de culti-
cartap se situaram em uma posição in- emergiram. Esta baixa ocorrência de vo foram utilizados diferentes tipos de
termediária com uma mortalidade varian- parasitóides pode ser atribuída ao ele- inseticida, não foi possível a identifica-
do de 79 a 86% (Tabela 3).Abamectin e vado número de aplicações de insetici- ção dos produtos que mais contribuíram
Bacillus thuringiensis causaram morta- da e ao uso de produtos extremamente para a redução da população dos

62 Hortic. bras., v. 19, n. 1, mar. 2001.


Uso de inseticidas para o controle da traça-do-tomateiro e traça-das-crucíferas: um estudo de caso.

parasitóides. Estudos que visem avaliar Tabela 3 Mortalidade de larvas de traça-das-crucíferas tratadas com diferentes inseticidas.
a seletividade de alguns destes produ- População 3. Taquara, Embrapa Hortaliças, 1999.
tos se fazem necessários. In seticida % larvas mortas (média ± EP M)
É sabido que as doses recomenda- Testemunha 0,0 ± 0,0 a
das de qualquer inseticida são capazes
de matar um determinado percentual da Deltrametrina 5,5 ± 1,7 a
população da praga, geralmente 95%, Acefate 79,0 ± 8,3 b
independentemente da sua densidade Cartap 86,5 ± 4,7 bc
populacional (Knipling, 1979). Então, Abamectin 96,5 ± 2,2 cd
quando a densidade populacional é bai-
xa, os produtos tendem a ser mais efi- Bacillus thuringiensis 100,0 ± 0,0 d
cientes do que quando a densidade C.V. (%) 18,93
populacional é mais elevada. No Núcleo Médias seguidas de mesma letra não diferem entre si pelo teste DMS (p> 0,05)
Rural da Taquara, o sistema de produ-
ção de tomate e brassicas (plantios su-
FRANÇA, F.H.; CORDEIRO, C.M.T.;
cessivos e não eliminação de restos cul- GIORDANO, L.B.; RESENDE, A.M. Contro-
turais) e as condições ambientais (tempo AGRADECIMENTOS le da traça-das-crucíferas em repolho, 1984.
quente e seco) eram favoráveis ao cres- Horticultura Brasileira, Brasília, v. 3, n. 2,
cimento descontrolado das populações de A Hozanan P. Chaves pelo auxílio p.47-53, 1985.
traça-das-crucíferas e traça-do-tomatei- nos trabalhos de campo e laboratório. HAJI, F.N.P.; OLIVEIRA, C.A.V.; AMORIM
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insecticides for resistance monitoring in
trole de pragas de hortaliças com produtos re-
seqüenciado de tomate ou brássicas. guladores de crescimento de insetos.
Plutella xylostella. Resistant Pest
Management, v. 7, n. 1, p. 13-14,1995.
As recomendações aqui descritas Horticultura Brasileira, Brasília, v.14, n. 1, p.
foram seguidas por um agricultor do 4-8, 1996.
FRANÇA, F.H.; MEDEIROS, M.A. Impacto da
Núcleo Rural da Taquara e com isso foi
combinação de inseticidas sobre a produção
recuperada uma lavoura de tomate e um de repolho e parasitóides associados com a tra-
plantio de couve-flor que já haviam sido ça-das-crucíferas. Horticultura Brasileira,
considerados perdidos. Brasília, v. 16, n. 2, p. 132-135, 1998.

Hortic. bras., v. 19, n. 1, mar. 2001. 63

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