Explorar E-books
Categorias
Explorar Audiolivros
Categorias
Explorar Revistas
Categorias
Explorar Documentos
Categorias
2º Ano-2020
1.O Estudante
Nome: Anifa Eduardo Machangaia
2.O Trabalho
Trabalho de: DIREITO PENAL Código da Disciplina:
3.A Correcção:
Corrigido Por:
Cotação (0-20)
4.feedback do Tutor:
Índice
Introdução..........................................................................................................................3
Fundamentação teórica......................................................................................................4
Conceitos...........................................................................................................................4
Características....................................................................................................................5
Tipos de Penas...................................................................................................................6
Penas Alternativas.............................................................................................................7
Origem...............................................................................................................................7
Ressocialização................................................................................................................10
Aplicação e Efectividade.................................................................................................10
Conclusão........................................................................................................................12
Referências Bibliográficas...............................................................................................13
1
1. Introdução
Quando buscamos uma solução para a super população prisional abrimos espaço para discussões
como a descriminalização das drogas, e análise dos casos de presos provisórios, e também a
aplicação de penas alternativas para determinadas situações, da mesma forma que Moçambique
possui diversos tipos de prisão após o julgamento de um crime, existem também diferentes
formas de punição e reestruturação social de um criminoso, que podem ser aplicadas como
alternativas ao encarceramento, esses tipos de condenações são conhecidos como penas
alternativas.
No que concerne ao trabalho teremos como objectivo em analisar a questão das penas
alternativas, suas características e funções, objectivando principalmente a ressocialização do
preso, para que este não volte para a vida criminosa, demonstrando ainda quais os procedimentos
adoptados para se determinar qual sentença condenatória de aplicação de pena privativa de
liberdade ou de multa, ou pena alternativa.
2
2. Fundamentação teórica
2.1. Conceitos
É comum utilizar a expressão pena nos demais ramos da lei, como por exemplo, no Direito Civil
é o segundo alicerce que escorra o Direito Penal. Nesse aspecto, dentre outros exemplos, é
comum se referenciar: Pena de Nulidade, que retrata a nulidade de um acto processual surgindo
como uma sanção processual. Pena de Preclusão consiste na perda do direito de praticar um ato
processual, também se revelando como sendo uma sanção processual. Assim não é errado dizer
que no direito, a pena, identifica-se como sanção, embora esta seja mais abrangente. Portanto
pena é a sanção específica do Direito Penal, a pena como sendo a sanção específica do Direito
Penal é contemplado em doutrina, tanto do ponto de vista formal quanto substancial.
Pena é a medida imposta pelo Estado, ao infractor que comete um ato típico, ilícito e culpável,
mediante o devido processo legal. O Estado tem o dever/poder de aplicar a sanção penal ao autor
da conduta ilícita culpável como forma de retribuição do mal provocado por tal conduta,
“castigando” o agente da conduta criminosa, e com a finalidade de evitar que novos crimes
possam ser cometidos.
Segundo Damásio de Jesus ensina que pena é: “a sanção aflitiva imposta pelo Estado, mediante
acção penal, ao autor de uma infracção (penal), como retribuição de seu ato ilícito, consistente na
diminuição de um bem jurídico, e cujo fim é evitar novos delitos”.
No mesmo sentido Fernando Capez: “sanção penal de carácter aflitivo, imposta pelo Estado, em
execução de uma sentença, ao culpado pela prática de uma infracção penal, consistente na
restrição ou privação de um bem jurídico, cuja finalidade é aplicar a retribuição punitiva ao
delinquente, promover a sua readaptação social e prevenir novas transgressões pela intimidação
dirigida à colectividade”.
Nesse sentido Gonçalves entende que “Pena é a retribuição imposta pelo Estado em razão da
prática de um ilícito penal e consistente pela lei que visa a readaptação do criminoso ao convívio
social em relação à prática de novas transgressões”. Entende-se que a retribuição sem prevenção
é a vingança, é a precaução sem a retribuição, é a perda de honra. Portanto, tem que se levar em
conta que a pena não pode ser imposta aleatoriamente, existem características essenciais que
3
devem ser observadas no sentido da proporcionalidade do delito cometido e nos limites da
culpabilidade, a fim de que seja justa e não arbitrária.
Para Luiz Regis Prado, a pena é a mais importante das consequências jurídicas do delito.
Consiste na privação ou restrição de bens jurídicos, com lastro na lei, imposta pelos órgãos
jurisdicionais competentes ao agente de uma infracção penal.
Desta forma pode-se dizer que a pena é uma espécie de sanção ou consequência imposta pelo
Estado, incumbindo de defender o interesse público, ao indivíduo que comete alguma infracção
penal, nesse sentido, são várias as considerações da pena vista sob a óptica de diversos
doutrinadores pátrios.
Aníbal Bruno conceitua pena como sendo “sanção, consistente na privação de determinados bens
jurídicos, que o Estado impõe contra a prática de um fato definido na lei como crime”.
Verifica-se que a pena é uma sequela jurídica, uma punição imposta pela lei penal a uma pessoa
que tenha cometido algum delito, implicando na diminuição de bens jurídicos ao autor da
infracção que a lei descreve como sendo crime, caracterizando-se pela retribuição do ato
praticado e tendo por fim a prevenção da prática de novas infracções.
2.2. Características
Sabe-se que a pena é uma sanção aflitiva imposta pelo Estado cuja finalidade está em evitar
novos delitos, e também, reeducar e corrigir o autor do crime. Devendo ser imposta de forma
proporcional ao crime praticado.
Vimos que pena tem se apresentado com uma finalidade retributiva, ou seja, impõe-se um mal
justo, oposto ao mal injusto do crime; e também preventiva, onde se retira o indivíduo do
convívio social, impedindo que volte a delinquir e por consequência procurando corrigi-lo.
4
Entende-se que a retribuição sem prevenção é a vingança, é a precaução sem a retribuição, é a
perda de honra. Portanto, tem que se levar em conta que a pena não pode ser imposta
aleatoriamente, existem características essenciais que devem ser observadas no sentido da
proporcionalidade do delito cometido e nos limites da culpabilidade, a fim de que seja justa e não
arbitrária.
a) Personalidade;
b) Legalidade;
c) Inderrogabilidade;
d) Proporcionalidade.
5
Penas restritivas de direitos: prestação pecuniária, perda de bens e valores, prestação de
serviços à comunidade pública, interdição temporária de direitos e limitação de fim-de-
semana;
Multa
3. Penas Alternativas
3.1. Origem
As penas alternativas surgem, nesse cenário actual, como meio de transformar a estrutura do
sistema carcerário, porque possibilita uma nova maneira de se aplicar pena, sem que seja a
privativa de liberdade.
Segundo Barbosa afirma que a acumulação de riqueza e do poder das armas e a constituição do
poder judiciário nas mãos de alguns, ambas partes de um mesmo processo histórico ligado ao
momento medieval, só vem a amadurecer no final do século XII com a formação da primeira
grande monarquia medieval. Com isso a justiça passou a ser imposta do alto, e a ofensa a um
indivíduo passou a ser considerada uma ofensa também ao Estado, a ordem, a lei e ao poder
soberano. A reparação já não pode concluir-se com a satisfação do ofendido, sendo necessária a
reparação da ofensa contra o soberano, razão do surgimento dos mecanismos de multas e
confiscações.
6
O surgimento e a necessidade do homem de viver em sociedade trouxe a necessidade de regras
que regulamentassem a vida colectiva, segundo Rogério Greco “o homem, como ser dotado de
consciência moral, teve, e terá sempre noções e delito e pena”.
A história da pena está ligada a história do homem, de modo que a própria bíblia traz em seu
livro de Génesis o que pode ser visto como a primeira forma de punição existente, uma vez que
por agir de forma contrária aos mandamentos estabelecidos por seu Criador, o homem recebe
como punição a expulsão do paraíso.
A Bíblia no livro de Génesis 6:5 -7, 12,13, traz ainda outros exemplos que remontam os
primórdios da humanidade, em que houve a necessidade da aplicação de penas ante as
transgressões ocorridas, dentre elas o primeiro homicídio que se tem conhecimento na
humanidade:
Assim, não há outra compreensão senão a de que com o surgimento da civilização houve a
necessidade de estabelecer regras de convivência e assim, consequentemente a necessidade de
meios de punição às violações.
Cesare Beccaria olha a origem das penas do seguinte forma: Cansados de só viver no meio de
temores e de encontrar inimigos por toda parte, fatigados de uma liberdade que a incerteza de
conservá-la tornava inútil, sacrificaram uma parte dela para gozar do resto com mais segurança.
A soma de todas essas porções de liberdade, sacrificadas assim ao bem geral, formou a soberania
da nação; e aquele que foi encarregado pelas leis do depósito das liberdades e dos cuidados da
administração foi proclamado o soberano do povo. As violações das normas legais e morais
acarretavam ao indivíduo penas de sacrifício corpóreo, conforme relata Michel Foucault, que a
propósito inicia a narrativa da execução da pena de um personagem,
As formas de punição passaram por uma ordem evolutiva, no sentido de que inicialmente
utilizava-se uma prática particular de penalizar um indivíduo, a punição tinha única e
exclusivamente o caráter de retribuição, era mais uma forma de vingança. A fase da vingança
privada surge com crescimento e evolução populacional e consequentemente como forma de
controle social dada a necessidade de regular as relações existentes.
No artigo 89 do código penal moçambicano nos números 1, 2 e 3, afirma que penas alternativas à
pena de prisão, são penas alternativas à pena de prisão, a prestação de trabalho socialmente útil, a
7
prestação pecuniária ou em espécie, a perda de bens ou valores a multa; a interdição temporária
de direitos.
As penas alternativas à pena de prisão são obrigatoriamente impostas ao condenado nos casos em
que a conduta criminosa seja punível com pena superior a dois e até ao limite máximo
estabelecidos. As penas alternativas substituem a pena de prisão, obstando à sua efectivação.
Todavia, ressalta-se que a pena de prisão não esta descartada do sistema. Muito pelo contrário,
será reservada para os delitos graves, em que a periculosidade do agente é de grau acentuado,
como por exemplo: homicídios, estupro, tráfico de drogas, roubo, sequestro, etc. É também
aplicada a infractores habituais, mesmo que sejam menos graves os delitos. As chamadas penas
alternativas são sanções autónomas que substituem as penas privativas de liberdade. Para
aplicação das penas alternativas, é condição indispensável que se façam presentes os requisitos
de ordem objectiva, bem como os de ordem subjectiva.
Requisitos objectivos:
Quantidade de pena aplicada pena não superior a quatro anos, reclusão ou detenção,
independentemente da natureza do crime doloso ou culposo, e pode ser substituída por pena
restritiva de direito.
A ampliação do cabimento das penas alternativas, para pena superior a 4 anos, recomendou que
se ampliassem os requisitos necessários. Passa-se a considerar aqui não só a validade do
resultado, mas fundamentalmente o valor da acção que nos crimes violentos é sem dúvida muito
maior e consequentemente seu autor não deve merecer o benefício da substituição.
Requisitos Subjectivos:
8
Réu não reincidente no crime doloso em tese os casos de reincidência são inaplicáveis às penas
restritivas de direito. Dessa forma, aumentou-se a liberdade: basta que um dos crimes sejam
culposos assim não haverá reincidência dolosa, prognose de suficiência da substituição. Os
critérios para a avaliação da suficiência da substituição são representados pela culpabilidade,
antecedentes, conduta social e personalidade do condenado, bem como os motivos e as
circunstâncias do fato.
4. Ressocialização
4.1. Aplicação e Efectividade
A ressocialização não é o único e muito menos o principal objectivo da pena, mas sim, uma de
suas finalidades. Destaca-se também que não se pode atribuir às disciplinas penais a
responsabilidade de alcançar a total ressocialização do criminoso, ignorando a existência de
qualquer outro programa do qual o Estado e a sociedade podem dispor para cumprir a finalidade
socializadora, com a família, a escola, a igreja, etc.
Portanto, qualquer alteração que se faça no âmbito das penitenciárias não resultará grandes
resultados, visto que se conservar a mesma estrutura do sistema, a prisão conservará sua função
regressiva e estigmatizadora.
A finalidade desta conversão nada mais é do que garantir o êxito das penas alternativas
“preventiva”, com a ameaça da pena privativa de liberdade e repressivamente com a efectiva
conversão no caso concreto, ficando em aberto uma forma de regressão própria do sistema
progressivo.
9
5. Conclusão
Desta forma, nota-se que com aplicação de tais medidas, objectiva-se a ressocialização de
indivíduos que cometeram actos ilícitos e que necessitam de uma segunda chance para provar a
si mesmo e à sociedade que não são criminosos e podem viver sua vida dignamente,
posteriormente ao pagamento de sua divida com a sociedade.
Neste contexto, a pena alternativa busca gerenciar as super lotações do sistema penitenciário
brasileiro, desafogando os processos e possibilitando que a sociedade tenha uma visão mais
amenizada e quem comete delitos leves deve também ter a pena branda, sem deixar de pagar
pelo erro cometido, de qualquer modo.
10
6. Referências Bibliográficas
AZEVEDO, Mónica Louise de. Penas alternativas à prisão. Os substitutos penais no sistema
Penal Brasileiro. Curitiba: Juruá, 2005. (cit.: AZEVEDO, Penas Alternativas à Prisão).
BARATTA, Alessandro , Criminologia crítica e crítica do Direito Penal. Rio de Janeiro: Revan ,
2002
BECCARIA, Cesare , Dos delitos e das penas. São Paulo : Madra Editora, 2002.
JESUS, Damásio. Direito Penal: Parte Geral. 36. ed. São Paulo: Saraiva, 2015, p. 563.
CAPEZ, Fernando. Curso de direto penal: Parte Especial. 12. ed. São Paulo: Saraiva, 2007, p.
358.
PRADO, Luiz Regis. Curso de direito penal brasileiro. 13. ed. São Paulo: Revista dos
Tribunais. 2014, p. 444
GONÇALVES, Victor Eduardo Rios. Direito penal, parte geral. 18. ed. São Paulo: Saraiva,
2012, v. 7, p. 260.
GRECO, Rogério. Sistema Prisional: colapso actual e soluções alternativas. 2. ed. rev. ampl.
e atual. Niterói, RJ: Impetus, 2015. p. 83.
MASSON, Cleber Rogério. Direito penal esquematizado: Parte geral. 4. ed. rev„ actual. e
ampl. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: Método, 2011, p. 53.
11
OLIVEIRA FILHO, Gabriel Barbosa Gomes de. A origem e história das penas: o surgimento da
pena privativa de liberdade. Informação postada no site Âmbito Jurídico. Rio Grande, XVI, n.
119, dez 2013. Disponível em: <http://ambito-juridico.com.br/site/?
n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=14030>. Acesso em: 03 Maio. 2020.
GRECO, Rogério. Sistema Prisional: colapso actual e soluções alternativas. 2. ed. rev. ampl.
e actual. Niterói, RJ: Impetus, 2015. p. 83.
12