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Unidade III
Código: 12-971
Código: 12-971
31.1. Contextualização............................................................................................................................1
61.4. Objectivos.......................................................................................................................................2
71.4.1. Geral............................................................................................................................................2
81.4.2. Específico.....................................................................................................................................2
91.5. Metodologia...................................................................................................................................2
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131. Introdução
14O presente artigo científico tem como tema análise do Regime Jurídico do Direito da
15Concorrência. A concorrência entre os agentes económicos num certo mercado, ocorre desde
16as primeiras trocas comerciais que se tem na memória. E essa concorrência é tão natural que
17sem ela, o comércio perderia a sua essência. Contudo, o espírito da concorrência entre os
18agentes económicos, nunca foi assimilado pacificamente, de maneiras que coube ao Estado
19adoptar medidas tendentes a controlar as apetências dos vários agentes económicos.
20A concorrência é um assunto extremamente ambíguo devido aos diversos possíveis vieses de
21análise. O senso comum tende a dividir o tema em dois macros grupos: a concorrência
22perfeita, um mero parâmetro analítico e normativo em que nunca fora posta em prática de
23facto, e pensamento simplista de que um benefício público é gerado a partir da concorrência
24entre particulares.
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271.1. Contextualização
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29O tema no qual propomo-nos a abordar, enquadra-se na cadeira de Direito Economico, por
30tanto enfatizando a importância do estudo da análise do regime jurídico da concorrência em
31Moçambique.
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35A concorrência é algo saudável para o mercado, uma vez que a disputa entre concorrentes
36gera uma melhoria da actividade exercida pelas empresas, ou uma redução no preço
37praticado, o que consequentemente resulta num benefício ao consumidor. Entretanto há casos
38em que a concorrência não é benéfica, uma vez praticada com má-fé, desaguando na
39concorrência desleal. O direito repreende a concorrência desleal para que se mantenham
40harmónicos os interesses dos empresários, consumidores e sociedade em geral. Em situações
41em que algumas empresas agem de má-fé, como exemplo: provocar a oscilação de preços
42sem justa causa, impedir o acesso de novas empresas ao Mercado, divulgar informações
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49O tema que nos propomos abordar é de suma importância pois Constitui tema de grande
50relevância para atualidade, na medida em que com a liberalização do comércio, quer ao
51âmbito nacional, regional assim como mundial regista-se o crescimento maior da procura e
52oferta nos mercados, afigurando-se importante que o Estado garanta a eficácia das normas
53que defendam e protejam a concorrência com vista a torna-la leal, justa e eficaz.
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551.4. Objetivos
561.4.1. Geral
57 Analisar a Eficácia do Regime Jurídico do Direito da Concorrência no Ordenamento
58 Jurídico Moçambicano
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601.4.2. Específico
61 Determinar a noção jurídica e doutrinaria do Direito da Concorrência
62 Identificar diferentes formas de mercado concorrencial
63 Discutir a importância do Regime Jurídico da Concorrência.
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651.5. Metodologia
66Quase todas as pesquisas nas ciências jurídicas são do tipo qualitativa, pelo que o estudo em
67apreço não foge a regra, pois não pretende mensurar realidade quantitativa, mas sim analisar
68fenómenos qualificáveis. A pesquisa qualitativa tem "(...) como objectivo primordial a
69descrição das características de determinada população ou fenómeno ou, estabelecimento de
70relações entre variáveis," GIL (1999: 44). Para o nosso caso, iremos para o efeito analisar,
71descrever variáveis, como: Planeamento Económico.
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72A técnica de colecta de informação a ser empregue para esta pesquisa é a bibliográfica e
73documental e o recurso a internet, legislação, onde o autor terá de retirar destes os aspectos
74que os julgar relevante para a parte do desenvolvimento e conclusão do trabalho.
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96CAPÍTULO II
97ESTADO DA ARTE
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125concorrência desleal, que levava a que varias empresas fossem demandadas nos tribunais,
126embora não existisse na época normas para diminuir os conflitos que foram surgindo.
127Embora a França possuísse uma jurisprudência que na época (1952) pudesse tratar os
128conflitos resultantes da concorrência desleal, tal não permitiu resolver todos os conflitos
129emergentes, porquanto, o fundamento jurídico era pouco solido1. No entanto o intuito jurídico
130de concorrência desleal nasceu da expressão defendida por Bonfarte 2, embora inicialmente
131não tivesse uma clara definição e compreensão.
132Por isso, carece de qualquer justificação, por evidente, a afirmação de que para se poder
133verificar a concorrência desleal é necessário haver, antes de mais, possibilidade da
134concorrência. A concorrência desleal é, oficialmente, uma forma patológica da liberdade de
135comércio, um ilícito que resulta duma actividade que é em si licita. Falar de concorrência
136desleal, implica falar de todo o acto de concorrência com determinadas características que
137preenche a reprovação social no âmbito da actividade económica. No entanto muitas
138dificuldades se colocam na diferenciação entre as duas formas de atuação: o acto de
139concorrência que é necessariamente permitido, lícito, sob pena de não poder verificar-se o
140acto de concorrência desleal que é proibido, porque ilícito. Por isso, falar da concorrência
141implica porem que sejam idênticos ou afins as actividades económicas prosseguidas por dois
142ou mais agentes económicos.
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150_____________________
1511. Roubier, Paul (1952), “le droit de la propriété industrielle”, Partie Générale, pags 315 ss.
1522. Bonfarte. IL direito al nome commercicle e la concorrenze sleale, in Rreviste del Diritto Commercile 1908.
153IIPG. 164
1543. FRANCESCHELLI (1959), Studi Riunitti di Diritto Iindustriale, Giufré, Mmilano, pag. 356
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182 4. conforme dispõe o artigo 1 alinea c) da constituição da República de Moçambique, um dos objectivos da
183República de Moçambique é a edificação de uma sociedade de justiça social e a criação do bem-estar material e
184espiritual dos cidadãos. (cfr. artigo 11 da CRM)
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185Como são os casos de referência técnica de produtos alheios (mas sem relação de segredos de
186sua produção), necessárias para caraterizar o próprio produto. Mas, já seria referencia licita a
187que surgisse como maneira de se aproveitar do prestígio do outro.
192 e) Actos ilícitos: o Dumping por exemplo, constitui uma das formas usada pelos agentes
193 económicos para competir de forma desleal, colocando os seus produtos abaixo dos
194 preços do mercado, em resultado, por exemplo, de práticas ilícitas de fuga ou evasão
195 fiscal ou subfacturação. O Estado é chamado a reprimir a concorrência desleal,
196 usando, para o efeito os meios de que dispõe (jus puniendi). Uma das formas que o
197 Estado usa para reprimir a concorrência desleal é o dirigismo estatal” com vista a
198 disciplinar o mercado, quando o interesse público é posto em causa.
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201 Importa abordar primeiro o conceito de Direito. O termo Direito pode ser entendido em dois
202sentidos. Objectivo e subjectivo.
203O Direito em sentido objectivo, pode ser entendido como um sistema de normas, “como uma
204das ordens normativas que regulam a vida em sociedade” 6. Neste sentido, o Direito Objectivo
205seria o conjunto de regras que regem as relações numa dada sociedade. Regras essas dotadas
206de características como: generalidade, abstração, necessidade, hipoteticidade e coercibilidade.
209________________________
210 5. ALFREDO, Benjamim. Noções Gerais do direito Economico. 2ª Edição, Maputo, 2011. pag. 297 sgts
211 6. EIRO, Pedro, Noções Elementares de Direito, Editorial verbo, 1999, p.15.
212 7. SIMOES, Patrício, J., Direito Economico (aspectos gerais), publicações gravadas, 1982, p.46
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214 Ou o Direito da concorrência pode ser caracterizado como uma parte do sistema legal,
215 tendente à fixação de normas aplicáveis ao exercício da actividade económica através de
216 regras relativas ao estabelecimento das empresas, à comercialização dos seus produtos,
217 às relações concorrências e a proteção do consumidor8.
228 Na acepção primitiva, a palavra mercado dizia respeito a um lugar determinado, onde os
229 agentes económicos realizavam transações11. Por tradição histórica este conceito chegou
230 ate os dias actuais. O mercado permanece, por tradição, como, um lugar definido,
231 especialmente edificado, para o encontro de produtores e consumidores, com o propósito
232 de ajustarem a procura e oferta, através da formação dos preços. Assim, pode definir-se o
233 mercado como conjunto das ofertas e das procuras de um certo bem, postas em contacto
234 em determinado momento para gerar a troca na base de um preço.
235 Na acepcao económica mais ampla, o conceito de mercado esta bem distante dessa
236 tradição da conotação geográfica. Mercado é agora “um espaço abstracto onde se
237 encontram a procura e a oferta agregada dos agentes económicos, cujos objectivos
238 ______________________
239 8. FEREIRA, Eduardo Paz, Direito Economico, AAFDL, Lisboa, 2001, p. 474
241 10.PRATA, Ana, Dictionaries Juridical, 3ª edictal, Almeira, Coimbra, 1992, p. 354
242 11. ROSSETTI, Jose Paschoal, introdução à economia, 20ª ed. Novo texto reestruturado e actualizado, São
243 Paulo, 2009, p.395.
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246De modo geral, um mercado dir-se-á concorrencial quando exista uma pluralidade de
247vendedores e de compradores, tal que, para determinado produto, haja uma liberdade de
248escolhas: “faculdade de eleger entre um grande número de possibilidades e, portanto, de
249excluir aquelas, que, em termos comparativos, são as menos satisfatórias”13.
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252O mercado concorrencial pode caracterizar-se sob forma de quatro estruturas referenciais,
253quais sejam:
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26812. De SOUSA, e F.P. de Moura, citados por Santos, António Carlos dos et al, Direito Economico, 5ª edição,
269Coimbra, 2004, p. 269
27013. MARQUES, M. Manuel Leitão, um curso de direito da concorrência, Coimbra editora, 2002, p. 19.
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281O direito comparado oferece várias modalidades da defesa da concorrência que podem reunir
282se em sistemas típicos que exprimem as três grandes orientações do legislador quanto a esta
283questão, por trás das quais estão, como é evidente, diversas opções de política económica
284fundamentadas em diferentes entendimentos a estrutura dos mercados e em distintas
285valorações do comportamento dos agentes económicos. Em sede geral, pode dizer-se que
286existem dois grandes sistemas teóricos da defesa da concorrência: Em primeiro lugar temos
287os sistemas de proibição (ou da per se condemnation), aqueles que proíbem as práticas
288restritivas da concorrência por produzirem um dano potencial na economia. Estes sistemas
289tendem a privilegiar uma noção estrutural da concorrência e avaliar este como um bem em si
290mesmo (teoria de concorrência-condição). Daí estabelecerem uma proibição genérica e a
291priori de todos os acordos e práticas susceptíveis de atingirem a estrutura concorrencial do
292mercado, combatendo por tanto a concentração através de proibição das práticas que a ela
293possam conduzir.
294Este sistema abstrai dos resultados efectivos das restrições à concorrência para centrar a sua
295atenção no perigo que estas, por si mesmas, representam. Trata-se de um sistema, a título de
296exemplo, o da legislação dos Estados Unidos da América, que defende que as leis da defesa
297da concorrência, devem proibir práticas consideradas lesivas da concorrência pelo simples
298perigo (ainda que presumido) que estas representam.
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302O sistema de abuso ou da rule of reason (igualmente conhecido por sistema de controlo a
303posteriori, concorrência-meio ou ainda de dano efectivo). Para este sistema, tende-se a
304privilegiar os comportamentos efectivos dos agentes económicos. Nesta perspectiva, a
305concorrência, é um bem entre outros e não um bem em si mesmo (teoria de concorrência-
306meio), como tal, pode, em certas circunstâncias ser afastada em nome da protecção de outros
307bens ou realização de outros fins socialmente relevantes, daí que este sistema não pretende,
308em abstracto, combater os acordos, oligopólios, monopólios, ou quaisquer outros factores de
309domínio no mercado através dos quais concretamente se manifeste a concentração
310económica. Procura apenas reprimi-los quando por particulares condicionalismos, se revelam
311prejudicais ao "interesse geral" declarando ilícitos os acordos ou práticas que produzam
312efeitos negativos na concorrência, não justificando por outras razões.
313No pólo oposto aos dois sistemas, temos os sistemas mistos da defesa da concorrência, que
314congregam os aspectos dos dois sistemas acima mencionados, a título de exemplo, o francês,
315alemão, inglês e também canadiano, onde os acordos restritivos da concorrência são
316sancionados como ilícitos, embora com excepções, mas quanto às posições de domínio só o
317abuso é reprimido.
318De maneira geral, a lei da defesa da concorrência tem por objecto acordos entre empresas
319mantendo estas a sua autonomia, concentrações de empresas nas suas diversas formas e o
320exercício de uma posição de domínio de mercado imputável a várias causas. O objectivo das
321leis é, naturalmente, a manutenção de uma estrutura do mercado e de um comportamento
322empresarial concorrenciais16. A opção por um dos sistemas de defesa da concorrência revela
323uma determinada concepção económica. Na verdade, proibir acordos e práticas concertadas
324entre empresas revela a concepção segundo a qual a concorrência é uma questão de
325comportamento, de conduta empresarial, seja qual for o tipo concreto de mercado em que as
326empresas desenvolvem as actividades.
327Pelo contrário, proibir certos abusos de posições de domínio do mercado ou certas formas de
328concentração empresarial, indica-nos que a concorrência decorre de uma certa estrutura do
329mercado caracterizada por uma relativa dispersão das unidades produtivas, cada uma delas, se
330tomada isoladamente, incapaz de alterar substancialmente as condições do mercado em seu
331exclusivo benefício de tal sorte que daí decorreria o seu controlo tendencial do mercado ou
332pelo menos de parte apreciável dele.36 “Sobre o sistema a adoptar o nosso legislador
333ordinário, analisando a política da concorrência, aprovada pelo Conselho de Ministros a 24 de
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38216. DE MONCADA, Luís S. Cabral, Direito Economico, Coimbra editora, 200, p. 374
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