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 Vice-presidente defende afogamento simulado

O vice-presidente americano, Dick Cheney, admitiu ontem num entrevista à rede de televisão
ABC que aprovou a prática de interrogatórios com tortura, com destaque para o controverso
método do afogamento simulado. O uso destes processos tem sido um dos argumentos dos
críticos dos EUA, em conjunto com os abusos nas prisões de Abu Ghraib e Guantánamo.

"Eu sabia do programa, claro, e ajudei a conseguir que fosse aprovado", disse Cheney, numa
referência aos processos da CIA para obter informação de presumíveis terroristas. As
afirmações do vice-presidente colidem com anteriores afirmações de George W. Bush,
segundo o qual os EUA não praticaram actos de tortura.

Questionado directamente sobre a prática de afogamento simulado, o vice-presidente assumiu


que concordava com a sua utilização. A questão está entretanto a ser investigada pelo Senado,
cuja comissão responsável já apurou que altos membros da administração Bush estiveram
envolvidos na aprovação de métodos de interrogatório definidos internacionalmente como
tortura.

O afogamento simulado consiste em introduzir água nas vias respiratórias do prisioneiro


imobilizado, através de uma toalha molhada, de forma a que este sofra a sensação de
sufocação iminente. A CIA admite ter utilizado o método de interrogatório em três prisioneiros,
em 2002 e 2003, tendo acabado com este tipo de processo após uma avaliação ter contestado
a sua legalidade. Mas, segundo a CIA, as torturas resultaram em informações válidas.

Um dos prisioneiros a quem foi alegadamente aplicado o método da simulação de afogamento


foi Khaled Sheikh Mohammed, um dos líderes da Al-Qaeda, preso em Rawalpindi, Paquistão,
em 2003. O dirigente terrorista está sob custódia americana e arrisca a pena de morte,
acusado de ligação aos atentados de 11 de Setembro. Por seu turno, o prisioneiro afirma que
as autoridades norte-americanas o torturaram, alegação que promete complicar o seu
julgamento nos EUA.

Noutro passo da entrevista à ABC, Cheney defendeu a ideia de que a prisão de Guantánamo
(onde estão detidos 250 prisioneiros suspeitos de ligação à Al-Qaeda ou aos Talibãs) só
deveria ser encerrada "após o final da guerra contra o terror". Segundo o vice-presidente, o
caso assemelha-se à detenção de dirigentes nazis alemães no final da Segunda Guerra
Mundial: "Sempre exercemos o direito de capturar o inimigo e de o mantermos [na prisão] até
ao fim do conflito".

Esta defesa da manutenção de Guantánamo choca com as declarações de Bush, que aceita o
encerramento das instalações defendido pelo Presidente eleito, Barack Obama. Numa outra
entrevista recente, ao programa de rádio do comentador de direita Rush Limbaugh, Cheney
(um neoconservador da linha dura) já afirmara que a nova administração irá rapidamente
perceber que "fechar Guantánamo será muito, muito difícil". |

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Estes instrumentos diferenciam-se dos anteriormente citados por não provocarem ferimentos
fatais - a menos que o verdugo assim o desejasse ou fosse extremamente inábil em sua
utilização. Eram empregados, de forma geral nos interrogatórios judiciais e inquisitoriais, não
se destinando a matar a vítima, que deveria ser mantida viva no interesse da instrução do
processo.

1- As Aranhas Espanholas
As Aranhas eram ganchos de quatro pontas unidas em forma de tenaz, e constituíam
ferramentas básicas no arsenal do verdugo. Serviam, frias ou quentes, para içar a vítima pelos
pulsos, nádegas, ventre, seios ou tornozelos, enquanto as pontas enterravam-se lentamente na
carne.
No processo dos Templários1, no início do séc. XIV, as aranhas espanholas foram usadas,
segundo testemunhas, para suspender os acusados pelos órgãos genitais, até que admitissem
seus crimes.

2 - O Esmagador de Testas
O esmagador era uma faixa de ferro, algumas vezes com aguilhões no seu interior, que se
colocava ao redor da testa da vítima, sendo então, progressivamente apertado, pelos
parafusos situados em roscas laterais, provocando cortes e lacerações e podendo provocar
fracturas cranianas fatais.
Este era um instrumento usado sobretudo em mulheres e quase nunca em homens.

3 - O Berço de Judas
Este procedimento apresentava variações, que
eram usadas simultaneamente em toda a Idade
Média. A mais simples consistia em suspender a
vítima sobre uma espécie de pirâmide, sobre cuja
ponta fazia-se baixar, com maior ou menor
velocidade. O bico afiado da pirâmide, desta
forma, atingia o ânus, a vagina, a base do saco
escrotal, ou as últimas vértebras do cóccix. O
carrasco, segundo as indicações dos interrogadores, podia variar a velocidade e a pressão,
desde o nada até a totalidade do peso do corpo. Podia ainda sacudir a vítima, ou fazê-la cair,
repetidas vezes sobre a ponta.
O Berço de Judas, em italiano Culla di Giuda, em alemão Judaswiege e em inglês Judas
Cradle (ou simplesmente Cradle) era conhecido em francês como La Veille (A Vigília).

4 - Cadeira de Interrogatório
Muito simples: era uma cadeira de ferro com o assento e o encosto totalmente cobertos de
pontas afiadas. Era um instrumento básico no arsenal dos inquisidores. A vítima, sempre nua,
era colocada e amarrada na cadeira, cujas pontas produziam um efeito óbvio sobre sua força
de vontade, que dispensa qualquer comentário. O tormento podia ser intensificado com
sacudidelas e golpes nos braços e no tronco.
Além disso, havia outro modo de tornar este instrumento mais eficiente: como a cadeira era, na
maior parte das vezes, de ferro (havia exemplares e madeira, nos quais apenas as pontas
eram metálicas), havia ainda o requinte adicional de aquecê-la a um braseiro até que se
transformasse em brasa.

5 - O Esmagador de Polegares: Simples e muito eficaz. O esmagamento dos nós e falanges


dos dedos e a arrancamento das unhas estão entre as torturas mais antigas. Os resultados, em
termos de relação entre a dor infligida, o esforço realizado e o tempo consumido são altamente
satisfatórios do ponto de vista do torturador, sobretudo quando se carece de instrumentos
complicados e dispendiosos.
O esmagador era basicamente constituído de duas ou três barras, que podiam ser apertadas
por meio de um parafuso, lentamente, ou por meio de pancadas dadas em cunhas, de maneira
mais brusca.

6 - A "Extensão"
A extensão é uma variante do cavalo de estiramento. Ao invés da distensão ser aplicada ao
corpo no sentido longitudinal, é aplicada apenas aos braços
do condenado, enquanto a corrente, enlaçando e esmagando
o tórax, exerce uma pressão extra. A extensão é uma variante
do cavalo de estiramento.

7 - A Escada de Estiramento
A chamada "escada de estiramento" era
nada mais que uma simples escada de madeira, à qual se dava um uso a mais, o de
instrumento de interrogatório. Foi usada no processo de Eischtadt, no qual uma velha foi
acusada de bruxaria, em meados do séc. XV.
A vítima era deitada sobre a escada, tendo seus pés atados a um dos degraus; aos braços,
igualmente atados, eram progressivamente puxados para trás, fosse por meio da força
humana, fosse por meio de pesos cada vez maiores.
Se depois de tudo isso a vítima ainda se recusasse a confessar, estando paralisada e com os
ombros destroçados, o tribunal era forçado a reconhecer sua inocência.
Esta tortura era largamente usada pelos inquisidores alemães.

8 - Potro
Este aparelho, muito engenhoso, era composto por
uma prancha, sobre a qual era deitada a vítima. Esta
prancha apresentava orifícios pelo quais se
passavam cordas de cânhamo que arrochavam os
antebraços, os braços as coxas, as panturrilhas, em
suma, as partes mais carnudas dos membros da
vítima. No decorrer da tortura, essas cordas eram
progressivamente apertadas, por meio de manivelas
nas laterais do aparelho. O efeito era o de um
torniquete.
A legislação espanhola que regulamentava a tortura
previa, no máximo, cinco voltas nas manivelas que
apertavam as cordelas ao corpo. Isso visava a garantir
que, caso fosse provada a inocência do réu, este não
saísse da tortura com sequelas irreversíveis. Porém,
geralmente, os carrascos, incitados pelos interrogadores,
davam até dez voltas na torção, o que fazia com que as
cordas esmagassem a carne até o osso.

9 - Quebrador de Joelhos
Assemelhava-se, em ponto maior, ao esmagador de polegares: duas barras
destinadas a comprimir entre si, até o ponto de fracturá-los, os joelhos da vítima. A parte
interior do aparelho podia conter pontas.
Geralmente, este aparelho era aplicado, após o que permitia-se à vítima uma noite ou
algumas horas de descanso; no dia seguinte, estando as pernas do infeliz esmagadas e
inflamadas, se não já quebradas
mesmo, repetia-se a tortura, que se tornava, assim, muito mais dolorosa e quase impossível de
resistir-se.

10 - A Estrapada ou Polé
Uma tortura fundamental, que consistia na deslocação dos ombros, pelo movimento de içar
violentamente a vítima, com os braços atados às costas, com o corpo suspenso.
A estrapada era um meio de extraordinária eficiência; como não provocava derramamento de
sangue, o que era proibido pela Igreja a seus agentes, era largamente usado pelos
inquisidores. O aparelho era muito simples: compunha-se apenas de uma corda e de uma
roldana. Os pulsos do condenado eramatados atrás das costas e ligados a uma corda, que,
passando pela roldana, permitia que fosse içado no ar, pelo que as articulações dos ombros
passavam a suportar a totalidade da massa corporal.
De imediato, as clavículas e as omoplatas se desarticulavam, o que provocava deformações
que podiam ser irreversíveis. A agonia podia ser agravada por uma série de medidas
adicionais:
a) podia-se içar a vítima até certa altura, deixando-a cair em seguida, mas sustando a queda
antes que chegasse ao chão, o que provocava a imediata ruptura das articulações e por vezes
fracturas ósseas;
b) a fim de aumentar o peso suportado, prendiam-se aos pés do condenado um lastro cada vez
maior,
geralmente, até cinquenta ou sessenta quilos, embora haja notícias de interrogatórios em que
foram presos aos pés dos interrogados pesos de até setenta quilos, quase o peso do próprio
corpo;
c) por vezes, enquanto o condenado se achava suspenso, podia-se queimar partes de seu
corpo - notadamente as axilas, - com mechas ou archotes, como
no caso do interrogatório dos Papenheimers, na Baviera, no século XVI.
11 - Pêra Oral, Rectal e Vaginal
Esses instrumentos em forma de pêra - daí o nome - eram colocados na boca, no recto ou na
vagina da vítima, e ali eram abertos, por meio de um parafuso, até atingir sua total abertura. O
interior da cavidade afectada ficava, invariavelmente, danificado, com efeitos muitas vezes
irreversíveis. Por vezes, além da abertura exagerada, a pêra era dotada, na extremidade mais
interna, de pontas em gancho, que destroçavam a garganta, o recto ou a raiz do útero, pois
penetravam bastante fundo.
A pêra oral aplicava-se aos casos de predicadores hereges ou a criminosos laicos de
tendências anto ortodoxas. A pêra vaginal estava destinada a mulheres consideradas culpadas
de conluios e acordos com Satanás ou quaisquer outras forças sobrenaturais (o processo das
feiticeiras bascas1, no qual foi utilizada, falava dos "espíritos dos mortos"), a adúlteras,
homossexuais ou suspeitas de ter mantido relações com familiares; e por último, a rectal
destinava-se a homossexuais masculinos passivos.

12 - Tortura da Água
Havia duas maneiras de aplicar-se a tortura da água. A primeira delas consistia simplesmente
em enfiar um trapo na boca da vítima amarrada e ir deitando água aos poucos no trapo,
fazendo-o inchar, provocando sufocação; um bocado além da conta e o torturado afogava-se
em terra seca.
A segunda versão, mais conhecida, é também chamada de "tortura das bilhas". A bilha era um
recipiente de argila que continha cerca de um litro e meio de água. O carrasco introduzia na
boca da vítima um funil de couro ou de chifre e despejava o conteúdo da bilha nesse funil.
Em ambas as versões, para que a tortura fosse eficiente, tapava-se o nariz do condenado,
provocando-lhe asfixia.
13 - Agulhas e Estiletes Para Punções
Estes instrumentos eram utilizados pelos inquisidores para encontrar a "marca do Diabo", um
sinal que o Demónio, segundo a crença, teria colocado no corpo de todos os seus seguidores.
A marca do Diabo poderia ter a forma de uma mancha na pele, um pedaço de carne saliente,
ou ainda (era mais conclusivo) de um mamilo anormal, onde se alimentariam os
"acompanhantes", pequenos demónios em forma de animais domésticos (geralmente gatos ou
sapos) que acompanhavam as bruxas. Mas a marca poderia também ser invisível aos olhos
dos não iniciados; nesse caso, seria uma área insensível do corpo, que, além disso, não
verteria sangue se ferida. Então, para descobrir-se tais marcas, espetava-se o corpo do
suspeito com agulhas e estiletes especiais. Um calo, uma verruga, uma região tornada
insensível pelo excesso de dor, era considerada uma prova
irrefutável da culpabilidade.
Este método, diga-se de passagem, era aplicado por vezes
de maneira irregular; os examinadores recorriam a
velhacarias tais como lâminas retrácteis, que não feriam a
pele, não provocando, portanto, qualquer dor ou
sangramento. A vítima, em contrapartida, não podia fingir
dor ou sofrimento, pois permanecia vendada durante todo o
exame. Os suspeitos não eram páreo para os inquisidores.

14 - As Garras de Gato
As garras eram instrumentos simples,
semelhantes a grandes tridentes um pouco
encurvados, ou antes, a rastelo. Eram utilizadas
para escarnar o corpo dos prisioneiros, arrancando progressivamente a carne, até a exposição
dos ossos.
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Quatro memorandos secretos da agência dos serviços secretos norte -americanos, detalhando
minuciosamente as técnicas de interrogatório associadas à tortura utilizadas durante a era de
George W. Bush, foram publicados quinta -feira conforme fora prometido pela actual administração
de Barack Obama.

Algumas curtas passagens mencionando nomes foram censuradas e o presidente nort e-americano
afirmou que os agentes que "fizeram o seu dever fundamentando -se com boa-fé nos conselhos
legais do Departamento de Justiça não serão perseguidos".

Barack Obama reconheceu que os Estados Unidos tinham atravessado um "capítulo negro e
doloroso" da sua história mas sublinhou já ter feito "cessar estas técnicas contidas nos
memorandos".

Os memorandos, que datam de 2002 a 2005, pormenorizam uma dezena de técnicas "de base" e
"coercivas" para fazer falar alegados terroristas.

Assim, o prisioneiro fic a primeiro nu, privado de sono e acorrentado, precisam os textos redigidos
por advogados mandatados pela administração Bush. Sofre também uma "alteração da sua higiene
alimentar" muitas vezes uma alimentação exclusivamente líquida.

Vêm em seguida os método s ditos "correctivos" onde há uma "interacção" com o detido. "Estas
técnicas não são todas utilizadas ao mesmo tempo", precisa um dos memorandos.

Segundo um interrogatório protótipo, pode dar -se um murro na cara, na barriga, privar o detido do
sono com as mãos algemadas, por vezes apoiado numa falsa parede que vai abaixo quando o
detido tenta repousar nela.

O que interroga pode também utilizar "as posições de stress", o isolamento na companhia de
insectos hostis e finalmente a simulação de afogamento.

Num comunicado, o presidente Obama afirma que estas técnicas adoptadas pela administração
Bush depois do 11 de Setembro minaram a autoridade moral dos Estados Unidos e não
melhoraram a segurança.

Estipulou, contudo, que o pessoal da CIA que participou nestes in terrogatórios associados à tortura
cumprindo ordens secretas da agência não será perseguido na Justiça.

O ministro da Justiça precisou que o seu Ministério providenciará defensores a estes agentes se
vieram a ser interrogados por um tribunal.

Foi a poderos a Associação americana de defesa das liberdades públicas (ACLU) que obteve junto
dos tribunais a promessa da publicação destes relatórios secretos pela administração norte -
americana.

Quinta-feira, a ACLU mas também o Centro para os Direitos Constitucionais e a Amnistia


Internacional contestaram em comunicados o facto de os responsáveis destas técnicas pouco
humanas não serem processados.
Não os perseguir é "simplesmente insustentável", salienta a ACLU.

"Estes memorandos são a prova irrefutável de que respon sáveis da administração Bush
autorizaram e deram a sua bênção legal a actos de tortura que violam as leis internacionais e
nacionais" assinala Anthony Romero, director executivo da associação.

Uma comunicação científica, assinada pelo académico irlandês Sh ane O'Mara, escrutina as
técnicas musculadas utilizadas pela CIA durante a administração Bush pelas lentes da
neurobiológica.

Os investigadores concluíram que os métodos cruéis foram biologicamente contraproducentes a


extrair informação de qualidade porque a tensão prolongada prejudica a capacidade do cérebro a
reter e relembrar informação.

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JMB (com agências e The Guardian) - Sexta-feira, 21 Dezembro, 2007

Há cerca de 2 semanas, no ambiente de tricas eleitorais entre os dois


partidos do regime nos EUA, surgiu mais um escândalo relacionado com a CIA. O director da
agência teria dado ordens para destruir as gravações vídeo dos i nterrogatórios de dois ³suspeitos
de terrorismo´. Pode -se imaginar o teor dessas imagens« e compreende -se a pressa de as
destruir.

A vantagem desta disputa, em torno de simples questões de ³legalidade´, é chamar a atenção do


mundo para as práticas crimin osas das secretas estadunidenses, nomeadamente no que diz
respeito às técnicas de tortura em interrogatório, agora consentidas e legalmente consagradas pelo
governo e pelo Congresso.

O jornal britânico Î  do passado dia 14 de Dezembro, faz um apanhado do que chama
³a florescente terminologia de eufemismos agora usados pela administração Bush para descrever
aquilo que o próprio presidente gosta de referir como as ferramentas necessárias para proteger o
povo estadunidense» ´.

Para não termos dúvidas sobre a escumalha com quem estamos a lidar ± e sobre o que espera
qualquer um de nós que, por qualquer azar, lhes caia nas mãos ±, o enumera alguns
desses eufemismos, palavras brandas com que designam as piores sevícias que se possa
imaginar:

* ³métodos especiais de interrogatório´, também designados por ³técnica reforçada de interrogação


coerciva´ ± o nome geral das torturas praticadas, todas elas proibidas pelas Convenções de
Genebra;
* ³buracos negros´ ± as prisões ou centros de interrog atório secretos da CIA, onde se praticam as
ditas ³técnicas reforçadas´;
* ³combatentes ilegais´ ± as pessoas a quem essas técnicas são aplicadas (repare -se no ³ilegais´!);
* ³controlo do sono´ ± a nossa conhecida tortura do sono, outrora usada pela PIDE;
* ³posição de stress´ ± a também nossa conhecida tortura pidesca da estátua, mas ainda mais
refinada: o preso é obrigado a estar de pé dezenas de horas seguidas, mantendo os braços
levantados; uma variedade possível é ser pendurado do tecto sem os pés toca rem o chão;
* ³entregas especiais´ ± raptos e sequestros, com transportes aéreos especiais, muitos deles via
Base das Lages (Açores), com o consentimento do governo português;
* ³simulação de afogamento´ ± técnica celebrizada pelos militares franceses na A rgélia, mas já
muito antiga, que consiste em manter a cabeça do preso dentro de água (balde, sanita, banheira)
até ao último limite do afogamento; está provado que os danos cerebrais são irreversíveis e,
quando os pulmões ou o coração não aguentam, morre m esmo;
* ³maximizar o medo´ ± pode ir de um simples facalhão em cima da mesa até atirar com os móveis
pela sala; ou ainda, para aterrorizar os que são crentes, mostrar -lhes imagens pornográficas para
saberem que ao morrer (em breve) irão para o inferno;
* ³humilhação sexual´ ± o preso é deixado completamente nú e obrigado a assumir posições
explicitamente sexuais;
* ³contacto físico suave sem provocar ferimentos externos´ ± uma forte bofetada num ouvido, uma
perna partida, etc.

Os nazis da Gestapo chamavam a estes métodos ³técnicas de interrogatório sofisticadas´.

A finalidade destas torturas ± autorizadas pelo governo dos EUA ± não pode ser a obtenção de
informações ³para salvar vidas´, como dizem. Qualquer preso assim torturado inventa „
 „
 „ para saciar os torturadores. A CIA, sabendo isto, não pode esperar grandes resultados. O
que pretende mesmo é aterrorizar. Os presos e toda a gente cá fora. Obrigar as pessoas a
pensarem duas vezes antes de se atreverem a discordar em voz alta.

São estes os defensores da liberdade e dos direitos humanos. É esta a verdadeira face dos
³nossos amigos´ do lado de lá do Atlântico, os líderes da NATO, os aliados de Sócrates, de Durão e
de Paulo Portas.

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