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Clara Dornelles
Miriam Kelm2
Vera Medeiros3
Helen Roratto4
Letícia F. Coutinho5
Maria Angélica P. Brum6
Jociele Barcelos Corrêa7
Raquel Ferro da Cunha8
Introdução
1
Docente do Curso de Letras da UNIPAMPA/Bagé. E-mail: claradornelles@unipampa.edu.br
2
Docente do Curso de Letras da UNIPAMPA/Bagé.
3
Docente do Curso de Letras da UNIPAMPA/Bagé.
4
Participante externo: Coordenadora de Língua Portuguesa na Secretaria Municipal de Educação de Bagé.
5
Participante externo: Docente de Língua Portuguesa na Escola Municipal Arideo Monteiro/Bagé.
6
Participante externo: Docente de Educação Artística na Escola Municipal Arideo Monteiro/Bagé.
7
Acadêmica do Curso de Letras da UNIPAMPA/Bagé.
8
Acadêmica do Curso de Letras da UNIPAMPA/Bagé.
de Língua Portuguesa Escrevendo o Futuro (OLP), e para o acompanhamento dos
efeitos da experiência na OLP nas práticas pedagógicas escolares.
A OLP é coordenada pelo Centro de Estudos e Pesquisas em Educação,
Cultura e Ação Comunitária (Cenpec) e resulta da parceria entre o Ministério da
Educação e a Fundação Itaú Social. Conforme informação no site da Fundação, a
OLP “desenvolve ações de formação de professores, com o objetivo de contribuir
para ampliação do conhecimento e aprimoramento do ensino da escrita”9. A
metodologia da OLP envolve o trabalho com seqüências didáticas (DOLZ;
NOVERRAZ; SCHNEUWLY, 2004) para leitura e produção dos seguintes gêneros
textuais/discursivos (MARCUSCHI, 2008): poesia, memória literária, crônica e artigo
de opinião10. As escolas públicas de ensino fundamental e médio de todo o país
recebem materiais e orientações para o desenvolvimento dessas seqüências. Após
a execução do trabalho, as escolas realizam concurso para a escolha das melhores
produções textuais em cada gênero, que concorrem, também, em nível municipal,
estadual e nacional. A OLP se configura como uma iniciativa que visa à promoção
do letramento do aluno e do professor (KLEIMAN, 1995; KLEIMAN; MATENCIO,
2005). O conhecimento técnico que sustenta o concurso é o mesmo que respalda os
discursos oficiais (BRASIL, 1998; RIO GRANDE DO SUL, 2009) e as pesquisas
acadêmicas sobre o ensino de língua portuguesa e literatura (BUNZEN;
MENDONÇA, 2006; ROJO, 2000; SIGNORINI, 2007; ZILBERMAN; RÖSING, 2009).
Embora o concurso aconteça a cada dois anos, existe uma comunidade virtual11 em
que são oferecidos cursos de formação, publicados textos e compartilhadas
experiências e reflexões sobre o ensino de língua e literatura.
Através da associação com a OLP, pretendemos, além de contribuir com
formação técnica para os professores participantes do concurso, promover a
participação dos professores universitários no processo de formação continuada dos
professores de língua portuguesa (LP) da educação básica da região de Bagé.
Entendemos que a interação entre professores em serviço, professores formadores
e órgãos gestores da educação viabiliza o estabelecimento de parâmetros mais
concretos e locais para a implementação das políticas oficiais de ensino. Além disso,
o diálogo entre os diferentes atores envolvidos no processo educacional produz
conhecimentos sobre as culturas escolar e docente (ROJO, 2009), o que é essencial
tanto para a formação inicial, quanto para a formação continuada dos professores
das escolas e dos professores universitários dos cursos de licenciatura.
Metodologia
Conclusões
com a coordenadora da área de LP na SMED e tem como objetivo promover a integração dos municípios
menores nas ações governamentais de formação. Entendemos que Bagé pode surgir como um novo pólo de
formação continuada.
aspecto a ser considerado é que o projeto se realiza em interface com o ensino e a
pesquisa, além de servir de subsídio para novas ações extensionistas, como a idéia
de criação de um “Centro de Formação Continuada” para a região de Bagé.
Ainda, o projeto possibilitou a formação de um grupo interessado em
fortalecer os laços entre a universidade, instituição formadora de professores, e a
escola, lugar de atuação profissional docente. Como a UNIPAMPA é a primeira
universidade federal da região de Bagé, é recém estabelecida nesse local e tem o
compromisso de qualificar o magistério e possibilitar a oferta de uma educação
básica de mais qualidade, a concretização de uma relação produtiva entre as
comunidades escolar e acadêmica é importantíssima. Contudo, sabemos que essa
relação é também permeada de conflitos, uma vez que a universidade tem
assumido, historicamente, uma posição academicista e descompromissada com a
realidade social. Nesse sentido, precisamos nos lembrar do que diz Signorini (2001,
p. 246): “um acordo - ou uma perspectiva comum - é antes uma meta, algo a ser
construído em função de um projeto de ação também a ser construído. E a
perspectiva acadêmica, mesmo quando valorizada e aceita, não pode justamente
ser tida como essa perspectiva comum [...]”. Para escrever um novo futuro para a
educação, a universidade precisa aprender a dialogar com a comunidade em que
está inserida. As ações de extensão têm possibilitado relevantes avanços nessa
direção.
Referências