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Introdução

Um cabo de aço corresponde a um conjunto de arames estirados a frio agrupados de forma


helicoidal formando uma secção transversal metálica capaz de resistir esforços,
principalmente de tração, associados a adequadas condições de flexibilidade.

Comercialmente, encontram-se cabos de aço destinados para a construção civil, para


mineração, siderurgia, aeronaves, elevadores, pesca, eletrificação, transporte e elevação de
cargas, petróleo e gás, equipamentos em geral, indústria automobilística, teleféricos, entre
outros.

Os cabos podem ainda ser disponibilizados na forma galvanizada visando, mediante uma
camada adicional de zinco, garantir uma proteção extra contra corrosão e uma proteção
adicional contra abrasão, dado que o zinco diminui o atrito entre arames e com as polias.

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J.C. Almeida, R. Barbieri, K. Fonseca
Introdução
Wilhelm Albert, Engenheiro de Minas, em 1834, propôs um processo de trefilação e torção
de arames de aço visando substituir correntes até então utilizadas nas minas de carbono da
época.

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Composição típica de um cabo de aço

Conforme figura, um cabo de aço típico é formado por arames, pernas e alma. Numa
concepção mais geral pode-se definir um cabo como sendo um conjunto de arames de aço
reunidos num feixe helicoidal constituindo uma corda de metal apta a resistir esforços de
tração com razoável flexibilidade.

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Composição típica de um cabo de aço

Notar que os arames correspondem às unidades básicas para a formação do cabo, dado
que a partir da torção dos mesmos ao redor de um centro comum, em uma ou mais
camadas, obtém-se as pernas, as quais por sua vez, são também torcidas ao redor de outro
centro comum, que recebe a denominação de alma.

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Tipos de pernas – cabos convencionais
A configuração das pernas de um cabo de aço afeta diretamente as suas características
funcionais. Um cabo constituído por pernas que contemplam uma pequena quantidade de
arames de maior dimensão, por exemplo, apresenta maior resistência à abrasão e menor
resistência à fadiga. Por outro lado, um cabo equivalente, porém constituído por pernas com
arames muito pequenos, será menos resistente ao atrito e mais resistente à fadiga.

Perna comum – composição mais simples disponível,


na qual todos os arames possuem o mesmo diâmetro.
A configuração mais comum dessa construção
corresponde a perna com sete arames, na qual um
arame central é contornado pelos demais arames de
forma equidistante ao centro.

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Tipos de pernas – cabos convencionais
Perna SEALE – composição utilizada quando a
resistência a abrasão é preponderante. Trata de uma
composição que apresenta arames de grande diâmetro
na sua última camada, sendo que a sua configuração
mais comum apresenta 19 arames (9 + 9 + 1).

Perna FILLER – composição que apresenta arames


muito finos entre duas camadas, visando garantir uma
maior área de contato e uma maior resistência ao
esmagamento. O espaço vazio entre os arames reduz
ainda o desgaste entre os mesmos. Sua configuração
mais comum apresenta 25 arames (12 + 6 + 6 + 1).

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Tipos de pernas – cabos convencionais
Perna WARRINGTON – composição indicada para
resistência ao desgaste e à fadiga, se caracterizando por
uma camada exterior formada por arames de dois
diâmetros diferentes e alternados. A configuração mais
comum desta composição apresenta 19 arames (1 + 6 + 6
+ 6).

Perna WARRINGTON-SEALE – composição oriunda das


combinações individuais anteriores, conjugando as
melhores características de ambas. Uma combinação de
arames finos internamente garante maior flexibilidade,
enquanto que arames grossos externamente garantem
maior resistência à abrasão. A construção mais usual
apresenta 36 arames (1 + 7 + 7 + 7 + 14).

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Tipos de pernas – cabos convencionais

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Tipos de almas – cabos convencionais
A alma de um cabo de aço corresponde a sua parte central, configurando assim um núcleo
em torno do qual as pernas são torcidas e ficam dispostas em forma de hélice. As almas, cuja
função principal é dar suporte às pernas e fazer com que o carregamento externo seja
uniformemente distribuído ao longo do cabo, podem ser confeccionadas em fibras ou em aço
carbono.

Para o caso de almas têxteis ou de fibra, as quais garantem uma maior flexibilidade ao cabo,
utilizam-se normalmente fibras sintéticas (geralmente polipropileno) ou fibras naturais
(geralmente sisal, algodão ou rami). As almas de fibra são ainda lubrificadas durante o seu
processo de fabricação, visando contribuir no contexto da proteção anticorrosiva do cabo
quando em operação. Como limitação ao uso de cabos com alma de fibra, pode-se destacar a
condição de elevadas temperaturas ou ainda a condição na qual o cabo venha a ser
submetido a pressões elevadas, fato esse que poderia ocasionar deformações por
esmagamento.

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Tipos de almas – cabos convencionais
As almas de aço são disponíveis em dois tipos distintos: a alma de aço de um único cordão e a
alma de aço de cabo independente. A primeira é apenas utilizada em cabos de pequeno
diâmetro (até 6,0mm, em média), enquanto que a segunda (mais convencional) contempla
todas as demais dimensões de cabo disponíveis. As almas de aço, assim, além de suportarem
temperaturas mais elevadas, apresentam uma maior resistência ao esmagamento e à tração,
caracterizando uma maior capacidade de carga correspondente.

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Tipos de almas – cabos convencionais

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Nomenclatura básica – cabos
convencionais
Cabos de aço convencionais apresentam nomenclaturas padronizadas internacionalmente.

Na prática, os cabos devem ser identificados em função da quantidade de pernas, da


quantidade (exata ou nominal) de arames em cada perna, do descritivo (mediante letras) da
sua configuração e do tipo de alma considerada. Observar os exemplos a seguir:

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Nomenclatura básica – cabos
convencionais

- AA – alma de aço
- AF – alma de fibra natural
- AFA – alma de fibra artificial
- AACI – alma de aço de cabo independente
- F - Filler
- S – Seale
- W – Warrington
- WS – Warrington-Seale
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Diâmetro nominal/real de um cabo de
aço

O diâmetro nominal de um cabo de


aço corresponde àquele designado
nas tabelas dos fabricantes e de
referência, com a sua
correspondente tolerância. O
diâmetro real corresponde àquele
medido pela circunferência que o
circunscreve, conforme
representação esquemática ao lado.

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Diâmetro do arame
O arame de um cabo de aço corresponde ao resultado final do seu processo produtivo de
trefilação. Tal processo envolve uma decapagem inicial (conjunto de banhos químicos
aplicados à matéria-prima original), passando por uma trefilação grosseira (produzindo um
diâmetro inicial também grosseiro) e por fim uma trefilação fina ou final, a qual apresenta
uma rígida tolerância de saída para os arames trefilados.

Tais diâmetros podem ser relacionados com o diâmetro nominal do cabo de aço mediante
uma constante, conforme a equação:

d W = Kd
K - definido a partir da Tabela 7.2.

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Área metálica de um cabo de aço
Pelo fato da secção transversal de um cabo não ser uniforme, mas sim dependente da sua
configuração final, deve-se considerar nos cálculos da sua secção transversal um valor
correspondente ao somatório aproximado das secções transversais dos arames individuais
que o compõem. Tal procedimento é designado como área metálica do cabo, podendo ser
definido pela relação:

Am = K 1 d 2

K1 = fator de empacotamento (definido a partir da Tabela 7.2.)

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Peso por unidade de comprimento do
cabo
O peso de um cabo de aço, considerado nessas circunstâncias por unidade de comprimento,
corresponde a importante fator no dimensionamento desses dispositivos, dado a condição
dos mesmos serem utilizados com comprimentos razoáveis na grande maioria das aplicações
práticas. Novamente, por se tratar de elemento que apresenta secção transversal não
uniforme, torna-se conveniente relacionar esse peso como função do diâmetro nominal do
cabo, mediante a relação aproximada:

K1d 2
w=
100
K1 = fator de empacotamento (definido a partir da Tabela 7.2.)

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Módulo de elasticidade do cabo
Os módulos de elasticidade dos cabos de aço apresentam variações nos seus valores
numéricos, decorrentes da acomodação existente entre os seus diversos componentes
internos. Essas variações dependem da configuração do cabo, da intensidade das cargas
aplicadas e das demais condições operacionais correspondentes e são compensadas
mediante o uso do chamado módulo de elasticidade aparente do cabo, o qual corresponde a
um valor único que resume os efeitos mecânicos que ocorrem interiormente ao cabo. Além
disso, se pode afirmar que o módulo de elasticidade é menor nos cabos novos do que nos
cabos em uso.

Tais valores também são disponibilizados, para cada tipo de cabo, a partir da Tabela 7.2.

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Relação D/d
Os dispositivos e equipamentos que utilizam cabos de aço normalmente contemplam polias
e tambores através dos quais os cabos são flexionados ou enrolados quando em uso.
Designando o diâmetro destes dispositivos por “D”, pode-se considerar que existem relações
recomendadas e mínimas entre o diâmetro do tambor/polia e o diâmetro nominal do cabo
de aço (D/d). Tais relações práticas são normalmente disponibilizadas pelos próprios
fabricantes, como também, são facilmente identificadas nas bibliografias de referência sobre
o assunto.

O motivo para se considerar tais relações quando do projeto de um sistema por cabos de
aço está diretamente associado à expectativa de vida do mesmo, dado que quanto menor
for o diâmetro da polia/tambor maior será a tensão de flexão do cabo em torno desses
dispositivos.

A Tabela 7.2 também traduz essas relações.

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Relação D/d
Os tambores podem, ainda, serem adotados com canais ou lisos, conforme figuras. Os
tambores com canais podem ser utilizados para utilização com cabos de alma de fibra ou
alma de aço, enquanto que os tambores lisos devem ser evitados para o caso de cabos com
alma de fibra.

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Resistência dos cabos de aço
A escolha da matéria-prima a ser utilizada para o processo de fabricação dos arames dos
cabos de aço define a chamada resistência específica do mesmo. Tratam-se de aços com alto
teor de carbono e elevadas tensões de ruptura correspondentes, para os quais existem
valores padronizados por diferentes entidades de normalização.

As siglas PS, IPS, EIPS e EEIPS, decorrentes da denominação americana, referem-se às


categorias de resistência à tração de arames oriundas dos primeiros estágios do
desenvolvimento dos cabos e são utilizadas, em pequena escala, até a presente data. Seus
valores de referência são resumidos na Tabela 7.3.

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Resistência dos cabos de aço

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Carga de ruptura mínima do cabo
Associado à resistência do cabo de aço, pode-se definir a chamada carga de ruptura mínima
do mesmo. Tal parâmetro, expresso nessas circunstâncias em kN, é definido segundo a
norma NBR 2408 de acordo com a seguinte equação:

d 2 ( RT ) K 2
Fmin =
1000
Nessas circunstâncias, o diâmetro do cabo deve ser considerado em milímetros, a resistência
à tração em MPa e a constante K2 obtida a partir da Tabela 7.2.

Comercialmente, porém, esses valores são costumeiramente disponibilizados diretamente


nas tabelas dos respectivos fabricantes de cabos de aço. A Tabela 7.6 fornece esses valores
de carga para os principais cabos de aço comerciais considerados nesse trabalho.

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Torção e pré-formação dos cabos
Durante o processo produtivo dos cabos de aço, pode-se optar por dois tipos de torção em
específico: a torção regular ou a torção Lang.

Cabos com torção regular apresentam a concepção construtiva na qual os arames seguem a
direção oposta ao quais as pernas são torcidas, favorecendo assim um menor desgaste
interno e uma maior resistência à torção, além de apresentarem uma maior estabilidade
(visto não haver tendência ao desenrolamento do mesmo).

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Torção e pré-formação dos cabos
Para a torção Lang, trabalha-se com uma mesma direção de torção (direita ou esquerda)
para os arames e para as pernas. Essa configuração garante uma maior resistência à abrasão,
uma maior flexibilidade e uma maior resistência à fadiga.

Como, porém, os cabos com torção Lang apresentam uma série de desvantagens (tendência
a se desenrolar, trabalhos apenas com cargas guiadas visando garantir que o cabo não venha
a girar, entre outras), pode-se afirmar que os cabos com torção regular correspondem ao
padrão convencional adotado universalmente.

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Solicitações sobre um cabo de aço
Um cabo de aço em funcionamento normalmente fica submetido a um conjunto de
solicitações distintas, as quais devem, evidentemente, serem consideradas quando do
projeto ou seleção destes dispositivos.

A solicitação axial de tração é a mais comum, dado que o objetivo principal de um cabo de
aço é sustentar, suspender ou transportar cargas axiais, as quais podem ainda serem
consideradas como estáticas ou dinâmicas. Um segundo grupo de solicitação corresponde à
flexão do cabo em torno de polias e tambores normalmente presentes nos dispositivos e
equipamentos que utilizam cabos de aço.

Evidentemente ainda que quando o número de ciclos ou repetições que o cabo passar em
torno desses dispositivos for acentuado pode-se caracterizar o fenômeno da fadiga, o qual é
diretamente relacionado com a pressão de contato entre as camadas inferiores do cabo e as
polias ou tambores utilizados.

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Solicitações sobre um cabo de aço
Carregamento axial de tração - a carga axial total que atua num cabo de aço corresponde à
carga externa ao qual o mesmo será submetido, ao peso do cabo e às eventuais parcelas
dinâmicas presentes. O somatório desses carregamentos corresponde a carga total ao qual o
cabo será submetido, caracterizando um esforço de tração na forma:

FT = P + W + FA

a
W = wl FA = ( P + W )
g

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Solicitações sobre um cabo de aço
Carregamento devido à flexão –

 dW  Ec dW
 max = E max = Ec  
D+d  D

Da onde pode-se concluir que quanto maior for a relação (D/dW), menor será a tensão de
flexão resultante, confirmando-se com isso a necessidade em se trabalhar com os diâmetros
mínimos recomendados para as polias e tambores.

A tensão de flexão, por fim, permite determinar a chamada carga de flexão (Fb) definida na
forma:
F
=  Fb =  b Am
A
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Solicitações sobre um cabo de aço
Fadiga de flexão – em boa parte das aplicações com cabos de aço, ocorre a passagem do
mesmo em torno de polias, roldanas ou tambores. Quando o mesmo for flexionado
repetidamente em torno desses dispositivos, poderá ocorrer uma falha por fadiga de flexão,
mesmo que as tensões atuantes não venham a exceder a tensão de escoamento dos
arames.

Nessas circunstâncias, uma importante solicitação que influencia a vida em fadiga nos cabos
de aço é a pressão de esmagamento (ou de contato) sofrida pelos mesmos quando em
contato direto com roldanas ou polias presentes no dispositivo considerado. Essa solicitação
é decorrente da pressão exercida pelo cabo de aço à medida que o mesmo passa em torno
de uma roldana ou polia.

Drucker encontrou uma forte correlação entre a pressão de contato e a tensão última dos
arames, na forma:
2 FT  p 2 FT
p=  =
(d ) D  Su  Su (d ) D
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Solicitações sobre um cabo de aço
Testes de laboratório realizados em várias classes de cabos por Drucker, resultaram em
curvas bem definidas que se referem à relação entre a pressão de contato e a tensão última
dos arames com o número de ciclos (flexões) do cabo até a condição de falha, conforme
esquematizado em figura:

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Solicitações sobre um cabo de aço
Fadiga de flexão – a pressão de contato ao qual um cabo é submetido em trabalho encontra-
se representada de forma esquemática em figura, quando da sua passagem em torno de
uma polia.

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Solicitações sobre um cabo de aço
Fadiga de flexão –

Para que determinado cabo de aço apresente, assim, uma expectativa de vida compatível
com a sua condição de projeto, deve-se garantir que o carregamento total atuante sobre o
mesmo seja inferior a uma carga limite de fadiga.

A definição desse carregamento pode ser realizada para a condição correspondente a uma
expectativa de vida do cabo mediante a equação (válida para condição de vida finita):

 p 2 FT ( p Su ) Su (d ) D
  =  F f =
 Su  Su (d ) D 2

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Solicitações sobre um cabo de aço
Fadiga de flexão –

Para vida infinita, é possível também verificar que o cabo em análise tenderá para a
condição de vida infinita quando o mesmo trabalhar com a relação (p/Su) limitada ao valor
de 0,001 na escala do eixo vertical. Assumindo-se assim esse valor de referência na equação
anterior, chega-se a:

( p Su ) Su (d ) D (0,001) Su (d ) D Su (d ) D
Ff = =  Ff =
2 2 2000

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Coeficientes de segurança
Para o caso do projeto e seleção de cabos de aço, alguns coeficientes de segurança distintos
podem ser avaliados.

O primeiro, vinculado diretamente ao tipo de aplicação ao qual o cabo será submetido,


depende de diversos fatores externos entre os quais: tipo de solicitação sobre o cabo
(carregamento estático ou dinâmico), frequência de uso do cabo, tipo de ambiente (normal
ou agressivo), envolvimento de fatores humanos, entre outros. Tal coeficiente está
diretamente associado à experiência dos fabricantes envolvidos e são, normalmente,
disponibilizados nas bibliografias de referência dos fabricantes de cabos em geral. A Tabela
7.5 apresenta informações acerca desta condição.

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Coeficientes de segurança

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Coeficientes de segurança
Os demais coeficientes de segurança podem ser vinculados diretamente às condições de
projeto correspondentes.

Nesse contexto, tem-se os coeficientes de segurança classificados como estáticos e o


coeficiente de segurança dinâmico.

Para os coeficientes de segurança estáticos considerar as relações:

Fu Fu − Fb
CS = CS b =
FT FT

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Coeficientes de segurança
Para a condição do coeficiente de segurança dinâmico:

F f − Fb
CS f =
FT

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Indicativos de falha
- corrosão severa
- desgastes localizados
- deformação lateral igual ou superior a um terço do diâmetro nominal do cabo (ver figura
abaixo)
- acessórios terminais danificados
- distorções
- “gaiola de passarinho”
- fios quebrados.

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Acessórios dos cabos de aço

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Acessórios dos cabos de aço

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Acessórios dos cabos de aço

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Exemplo 1
Um elevador de cargas transporta uma carga limite de 5tf ao longo da distância máxima de
720m. O peso do elevador e acessórios é de 0,8tf e a aceleração do sistema pode atingir
0,75m/s². Opta-se pela utilização de uma cabo 6x19 AA, com torção regular para a referida
aplicação. Determinar: a) o diâmetro mínimo necessário para o cabo e b) a máxima tensão
de flexão correspondente. Suponha a utilização de tambores com diâmetros compatíveis à
recomendação dos fabricantes e coeficiente de segurança de 5, especificamente para o caso
da fadiga.

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Problema resolvido – 11.2

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