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Uma das características do período neonatal são as altas taxas de mortalidade devido ser uma fase de
grande fragilidade do ser humano e a alta propensão à ocorrência de sequelas muitas vezes incapacitantes e de
longa duração. Para que essas taxas diminuam e haja recuperação sem sequelas, é indicado o encaminhamento
para um hospital que tenha Unidade de Tratamento Intensivo Neonatal (UTIN) e, para que esse
encaminhamento ocorra de forma adequada, é necessário um serviço de transporte. E para que isso ocorra de
forma apropriada é necessário que se siga modelo dos “Sistemas Regionais Integrados e Hierarquizados”. Este
modelo tem implícito a assistência integral à gestante e ao RN, sendo a atenção efetuada dentro do nível
hierárquico em que o caso for indicado. Ao nível de maternidades, o sistema prevê níveis (I, II, III) com
adequado sistema de referência e contra referência entre eles.
Níveis de Transporte
Primário (I): será feito o acompanhamento da gestante e RN de baixo risco, identificando e
encaminhando os casos de maior risco para outros níveis.
Secundário (II): acompanhará gestantes e RN de baixo e médio risco, selecionando e encaminhando
casos de maior risco para Centros mais habilitados para o atendimento.
Terciário (III): destinado aos atendimentos de gestante e RN de alto risco, e de internação de RN com
algumas patologias, transportados de outras unidades, para a Unidade de Tratamento Intensivo Neonatal
(UTIN). Um subgrupo do nível III, algumas vezes designado de nível IV, aonde ocorre a administração de
terapias novas e também especializadas, não adotadas ao nível III, por exemplo, oxigenação de membrana
extracorpórea e ventilação de alta frequência.
Indicações de Transporte
TRANSPORTE INTRA-HOSPITALAR
Pode ser temporário ou definitivo e ocorre com grande frequência dentro da instituição. Realizado
apenas entre setores, para intervenções diagnósticas ou para transferência do setor de origem para outro setor
de maior ou menor complexidade dentro da própria instituição.
Transferência para fora da área de cuidados intensivos (UTI neonatal): envolve a transferência
de RN com alta médica, apto a ingressar em unidades de menor complexidade (Alojamento
canguru/Alojamento conjunto).
Transferência de RN para uma área de cuidados intensivos: envolve o transporte de RN do Centro
obstétrico (sala de cuidados RN) ou Enfermaria (Alojamento conjunto) para a UTI neonatal.
Transferência de RN do Alojamento conjunto e retomo ao respectivo setor: envolve o transporte
de RN para as áreas onde são realizados procedimentos diagnósticos ou terapêuticos não-cirúrgicos e o retorno
ao setor de origem.
Transferência não crítica: são incluídos aqui os deslocamentos não emergenciais e rotineiros, após
o nascimento, do centro obstétrico para o alojamento conjunto.
Para transporte de pacientes graves ou instáveis recomendada distância de até 50 km. Para pacientes
estáveis distância de até 160 km. Os pré-requisitos do veículo de transporte de pacientes são:
Altura do compartimento de pacientes suficiente para a acomodação da incubadora de transporte,
com local seguro para sua fixação.
Presença de fonte de energia e luz.
Espaço interno mínimo para a manipulação do recém-nascido em situação de emergência.
Cintos de segurança para a equipe de transporte.
Materiais
Termômetro. Fitas para controle glicêmico. Curativo poroso.
Clorexidina. Álcool etílico 70% 100ml. Álcool glicerinado 100ml.
Luvas estéreis 7,0 /7,5 / 8,0. Gazes e algodão Agulhas 25/7, 25/08, 40/12.
Sonda gástrica nº 4, 6, 8, 10. Saco Coletor de urina. Estetoscópio.
Esparadrapo. Curativo transparente.
Material de intubação endotraqueal: Cânula de diâmetro uniforme número 2,5/3,0/3,5/4,0. Sonda de
aspiração traqueal n° 6, 8 e 10. Laringoscópio com lamina reta nº 00, 0 e 1.
Material Para acesso venoso: escalpes número 23, 25 e 27 e ou cateter intravenoso flexível (angiocaths)
número 14, 22 e 24, seringas 1, 3, 5 e 10 ml, equipo e buretas de microgotas. Torneira de 3 vias.
Material para cateterização umbilical: sandas gástricas ou uretrais com orifício terminal número 5, 6 e
8, pinça estéril, fórceps de íris e material de sutura.
Material para drenagem torácica: sondas número 8, 10 e 12, lâminas de bisturi e pinça kelly estéreis,
material para fixação e recipientes para selo d’água.
Além dos equipamentos citados acima é importante conta com os seguintes:
Cilindro de ar comprimido recarregáveis, com válvula redutora e fluxômetro, pelo menos dois por
transporte;
Blender de O2 e ar com aquecedor e umidificador da mistura gasosa;
Ventilador de fluxo continuo, limitado a pressão;
Ambú com reservatório de O2, prongs nasais e capuz de O2;
Bombas de infusão contínua com bateria recarregável;
Monitor de pressão arterial com bateria recarregável.
DROGAS
A medicação mínima para o transporte do RN deve ser acondicionada dentro de uma maleta. No caso
de situações onde seja necessário o uso de medicação específica, esta deve ser acondicionada junto com a
medicação mínima necessária.
Glicose a 50% Fenobarbital (ansiolítico) Midazolam
Atropina Água destilada 10 ml Sulfato de Magnésio
Noradrenalina Água Destilada 250 ml Soro Fisiológico 0,9% 250 ml
Furosemida (diurético) Dopamina Soro glicosado 5 e 10% 250 ml
Dobutamina Adrenalina Cloreto de potássio a 10%
Cloreto de sódio a 20% Bicarbonato de sódio a 8,4% Dipirona
Dexametasona Heparina Hidantal
Vitamina K Nitroprussiato de Sódio Lidocaína a 1% (anestesia local)
Lidocaína a 2% sem adrenalina Pancurônio (relaxante muscular)
Noloxone (para reversão da depressão respiratória)
Gluconato de cálcio a 10% (faz reversão do sulfato de magnésio)
Chegada a UTIN
Na chegada a UTIN, é função da equipe de transporte repassar todas as informações necessárias para
o cuidado daquele paciente. A equipe de transporte deve, também recolher e verificar todo o material utilizado,
para que, se houver necessidade, este material esteja pronto para um transporte de um próximo recém-nascido.