APRESENTAÇÃO
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO..................................................................................................... 4
1. INTRODUÇÃO
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2018/2018/decreto/D9470.htm
Analisando o que aconteceu em Minamata: Como a contaminação dos Recursos
Hídricos por mercúrio pode ser evitada? O que mudou no cenário mundial em função do
desastre? Qual é o risco dessa contaminação ocorrer novamente nos dias de hoje? A
indústria que se instalou na cidade de Minamata em 1908 despejava os resíduos do
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processo industrial que continham mercúrio na baía. Atualmente, uma indústria que
utiliza mercúrio em seu processo produtivo e gera resíduo contaminado com esse metal
pode descartá-lo no ambiente sem tratamento? Qual a importância da existência de
normativas legais que tutelam o meio ambiente nesse contexto?
Observa-se que em função da contaminação da água ocorrida em Minamata e
seus desdobramentos sobre a saúde da população, houve uma mudança em todo o
mundo quanto ao comportamento de todos os atores envolvidos. Em decorrência do
acidente foi criado um extenso aparato legal, nacional e internacional, a fim de prevenir
novas ocorrências. Podemos concluir que grande foi a evolução na tutela legal sobre os
bens ambientais desde o acidente de Minamata até os dias atuais.
como as Séries de Normas ISO, análises de ciclos de vida, auditorias ambientais, entre
outras, onde a questão ambiental passa a ser componente da gestão empresarial.
Ainda na década de 90, durante a Rio 92, a Organização das Nações Unidas
(ONU) estabeleceu a “Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima”
(CQNUMC ou, em inglês, UNFCCC, de United Nations Framework Convention On
Climate Change), com o objetivo de definir metas para a redução de emissões de gases
do efeito estufa. Em 1997, os governos de diversos países, em resposta à proposta
brasileira para constituição de um “Fundo de Desenvolvimento Limpo”, adotaram o
Protocolo de Quioto, o qual foi considerado o acordo sobre meio ambiente e
desenvolvimento sustentável de maior projeção já adotado no planeta (Felipetto, 2007).
A partir deste momento a sociedade passou a se preocupar com a adoção de
mecanismos de desenvolvimento limpo durante os ciclos de produção das cadeias
produtivas, através das ferramentas da gestão ambiental.
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Ainda com apoio nas normativas legais vigentes em nosso país, verificamos que
a conservação da natureza é o “manejo do uso humano da natureza, compreendendo a
preservação, a manutenção, a utilização sustentável, a restauração e a recuperação do
ambiente natural, para que possa produzir o maior benefício, em bases sustentáveis, às
atuais gerações, mantendo seu potencial de satisfazer as necessidades e aspirações
das gerações futuras, e garantindo a sobrevivência dos seres vivos em geral” (Lei no
9.985/2000, art. 2º, II).
Assim, a partir desse conceito de conservação, alcançamos o conceito de
qualidade ambiental, que, segundo o IBAMA é o estado das condições do meio
ambiente, expressas em termos de indicadores ou índices relacionados com os padrões
de qualidade, que se referem a características variadas, tais como pureza ou poluição
da água e do ar, ruído, acesso aos espaços abertos, os efeitos visuais das áreas
construídas, e os efeitos potenciais que tais características podem ter na saúde física e
mental dos indivíduos.
Dentro da abrangência da qualidade ambiental, objetivo final de qualquer
sistema de gestão ambiental, vamos entender mais especificamente os conceitos
básicos ligados a construção de um conceito geral de meio ambiente.
2.1 ECOSSISTEMA
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A Terra está a uma distância do sol e possui uma atmosfera que permite a
existência dos três estados da água: sólido, líquido e gasoso. Podemos admitir que a
quantidade total de água existente na Terra, tem se mantido constante, desde o
aparecimento do Homem. Toda a água existente na Terra - que constitui a hidrosfera -
distribui-se principalmente nas geleiras, nos oceanos, nas águas subterrâneas, nos rios
e lagos e na atmosfera. A circulação permanente entre estes reservatórios é chamada
de ciclo da água ou ciclo hidrológico. A energia para manter o movimento da água neste
ciclo é fornecida pelo sol e pela força da gravidade.
O ciclo hidrológico pode ser entendido como um gigantesco sistema de
destilação, envolvendo todo o globo. O aquecimento devido à radiação solar provoca a
evaporação contínua da água dos rios e oceanos, que é transportada sob a forma de
vapor para a atmosfera que o transporta para outras regiões. A transferência de água
da superfície do globo para a atmosfera, sob a forma de vapor, dá-se por evaporação
direta, por transpiração das plantas e dos animais e por sublimação (passagem direta da
água da fase sólida para a de vapor). Durante a transferência, parte do vapor de água
condensa-se devido ao arrefecimento e forma nuvens que originam a precipitação. Na
terra sob a forma líquida, a água se dirige a regiões mais baixas pela ação da força da
gravidade através da infiltração e do escorrimento superficial, chegando aos lençóis
subterrâneos ou aos oceanos. A energia solar é a fonte da energia térmica necessária
para a passagem da água das fases líquida e sólida para a fase do vapor; é também a
origem das circulações atmosféricas que transportam vapor de água e deslocam as
nuvens (Andreoli & Ihlenfeld, 1999 e Von Sperling, 1996).
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2.3 BIOMA
2.4 BIOSFERA
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como, a maneira pela qual os sistemas habitados por estes se modificam, são
particulares a cada população específica. Segundo (Odum, 1988) as populações
possuem características que são propriedades exclusivas do grupo, como por exemplo,
a natalidade, a mortalidade, a distribuição etária, o potencial biótico, a forma de
crescimento, as quais são características diretamente relacionadas à ecologia de cada
população, e determinam um ciclo de vida particular a cada grupo de indivíduos.
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- Espécie Exótica Invasora: é aquela espécie exótica que, sem a intervenção direta do
homem, avança sobre as populações locais e ameaça habitats naturais ou seminaturais,
produzindo impactos ambientais e/ou econômicos e/ou sociais e/ou culturais. As
espécies exóticas invasoras são consideradas a segunda grande causa mundial de
perda de biodiversidade e requerem uma abordagem ampla e integrada por parte dos
governos;
- Espécie Estabelecida: é aquela espécie exótica que consegue se reproduzir e
estabelecer populações auto-sustentáveis.
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2.9 RESÍDUOS
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3. DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
3.1 SUSTENTABILIDADE
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planejamento) e a Linha da Oferta (os estudos tem por objetivo o meio em que se
desenvolvem as atividades da população).
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4. GESTÃO AMBIENTAL
A gestão ambiental, segundo Silva & Pessoa (2013) diz respeito à maneira de
gerir a utilização dos recursos naturais, com vistas a minimizar os impactos gerados pelo
o homem enquanto ser social. Uma vez que esses impactos gerados pelo homem se
assentam sob três variáveis que estão inter-relacionadas e que são: a diversidade dos
recursos extraídos do ambiente natural, a velocidade de extração dos recursos, que
permitem ou não sua reposição e as formas variadas e distintas na disposição e
tratamento dos resíduos produzidos.
O conceito básico de gestão ambiental, apresentado por diversos autores está
sempre relacionado à identificação de riscos ambientais, desenvolvimento de
metodologias e aplicação prática de procedimentos objetivando a prevenção de
ocorrências relacionadas ao meio ambiente, e atendimento emergencial eficiente caso
ocorram, dentro do sistema gerencial de uma organização. É uma estratégia adotada
pela organização, dentro da sua estrutura administrativa, para melhor gerenciar seu
desempenho ambiental, controlar e reduzir os impactos decorrentes de seu processo
produtivo ou produto.
Viterbo (1998) define a gestão ambiental como a forma através da qual uma
organização administra as relações entre as suas atividades e o meio ambiente que as
abriga, observadas as expectativas das partes interessadas, como parte da gestão pela
qualidade total. Somente através de melhorias em produtos, processos e serviços serão
obtidas reduções nos impactos ambientais por eles causados. Já Rovere et al. (2001),
apresentam a gestão ambiental como conjunto inter-relacionado de políticas, práticas e
procedimentos organizacionais, técnicos e administrativos de uma empresa que objetiva
melhor desempenho ambiental, bem como a redução de seus impactos ambientais.
Assim, independente da definição que estivermos avaliando, é importante
perceber que o foco da gestão ambiental é sempre a empresa e não o meio ambiente de
forma direta. As práticas de gestão são desenvolvidas para serem implantadas no
contexto gerencial de uma organização, e a partir do sucesso dessa implementação e da
eficiência destas práticas gerenciais o meio ambiente passa estar protegido, de maneira
indireta. Entretanto, este foco de atuação na empresa não deixa de representar um
grande avanço na proteção do meio ambiente, pois a incorporação da gestão
empresarial incluindo os princípios da prevenção das práticas poluidoras e de
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relevantes em idosos e crianças, de acordo com Viterbo (1998), entre as doenças que
ocorrem com maior frequência e se associam à poluição do ar estão as lesões
broncopulmonares: bronquites, asma e enfisema pulmonar. Este autor define de forma
simplificada a poluição atmosférica, dividindo-a em três fases, a saber: lançamento dos
poluentes pelas fontes poluidoras (emissão); transporte e difusão dos poluentes na
atmosfera (dispersão); e recepção dos poluentes pelos seres vivos e pelo meio ambiente
(imissão). A dispersão de um poluente na atmosfera depende, em primeiro lugar, das
condições meteorológicas e depois dos parâmetros condições em que se produz essa
emissão na fonte, ou seja, a velocidade, concentração, vazão e temperatura dos gases.
As condições meteorológicas influem decisivamente na dispersão da poluição
atmosférica.
Muitas são as fontes de origem dos agentes poluentes gasosos ou sólidos, que
se encontram em dispersão na atmosfera, entre estas:
- origem natural - causadas por agentes como poeiras, nevoeiro, gases
vulcânicos. Os poluentes de origem natural não são muito lembrados quando se
fala em poluição do ar;
- processos industriais - material particulado ou vapores lançados pelas chaminés
de fábricas, que constituem um dos principais focos poluidores;
- veículos motorizados - principalmente nas grandes metrópoles, causam grande
poluição atmosférica (óxidos de carbono. óxidos de nitrogênio e partículas
sólidas).
Os poluentes atmosféricos mais importantes são o dióxido de enxofre, material
particulado, poluentes minerais, dióxido de carbono, monóxido de carbono,
hidrocarbonetos e óxidos de nitrogênio (Viterbo, 1998).
Apesar do significativo avanço no combate à poluição do ar, as atividades
antrópicas continuam sendo responsáveis por lançar na atmosfera grandes quantidades
de poluentes gasosos e particulados. Já sabemos o poder tóxico desses poluentes e fica
evidente que é necessário o desenvolvimento de tecnologias para atenuar essa espécie
de poluição, principalmente nos setores energético e de transportes. Entre as diversas
atividades antrópicas que afetam a atmosfera, as queimadas e a queima de
combustíveis fósseis, em especial o carvão para geração de energia e derivados do
petróleo, são as que mais contribuem para a poluição atmosférica.
Do ponto de vista legal, a regulamentação atual quanto à qualidade ambiental,
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Importante observarmos que o ar é um meio fluido onde a poluição se dispersa e ao qual
não é possível estabelecer limites geográficos. Faça a leitura do seguinte artigo:
(10) Cezario, L.F. O caso da fundição trail (trail smelter case) - Estados Unidos x
Canadá: características transfronteiriças dos danos ao meio ambiente e a
responsabilidade internacional do Estado por danos ambientais. Disponível em:
http://conteudojuridico.com.br/artigo,o-caso-da-fundicao-trail-trail-smelter-case-estados-
unidos-x-canada-caracteristicas-transfronteiricas-dos-dan,27121.html
O conhecido Caso da Fundição Trail, considerado como a primeira manifestação pública
de utilização das normas de proteção internacional ao meio ambiente, opôs os Estados
Unidos ao Canadá, numa disputa arbitral que durou cerca de quinze anos. O caso teve
início a partir de queixa apresentada pelo Governo dos Estados Unidos contra o
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Acesse (11) a Resolução CONAMA 357/2005 em:
http://www2.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=459 e verifique a qual uso
corresponde cada classe apresentada. Perceba como é importante a qualidade da água
para usos nobres como o abastecimento público e manutenção da saúde da população.
Vejamos ainda uma aplicação prática destes parâmetros. A cidade de Curitiba, PR,
possui em seu território uma importante bacia hidrográfica, a bacia do rio Barigui.
Segundo dados da Prefeitura Municipal, “o rio Barigui tem 60 quilômetros de extensão,
nasce em Almirante Tamandaré, a 15 quilômetros de Curitiba, e atravessa a capital do
Paraná até desaguar no rio Iguaçu, na divisa com Araucária. Percorre 45 quilômetros em
Curitiba. A bacia do Barigui banha 144 quilômetros quadrados do território em 25 dos 75
bairros do município. Ao longo da bacia do Barigui vivem 30% da população de Curitiba,
457.571 habitantes” (PMC, 2007). Na parte média da bacia o uso da terra é urbano com
alta densidade de ocupação, observando-se a presença de vários estabelecimentos
comerciais e de serviços com atividades bastante diversificadas. Na região próxima à
foz, predomina o uso industrial, com a presença da Cidade Industrial de Curitiba, parte
da Cidade Industrial de Araucária e a Refinaria Getúlio Vargas, da Petrobrás. Nesta
região, a presença das indústrias atraiu várias ocupações irregulares que entremeiam as
ocupações residenciais e comerciais regulares da bacia. Por ser considerada uma
bacia urbanizada, sofre muitos desequilíbrios ambientais, consequência de uma
infraestrutura sanitária precária, ocupações irregulares das suas margens, presença de
lixo, desmatamento da sua área de drenagem, alteração da faixa original do rio
(retificação do canal), confinamento do seu leito em alguns trechos e impermeabilização
do solo devido ao processo de urbanização, entre outras causas. O Instituto Ambiental
do Paraná – IAP monitora desde 1992 a qualidade das águas em cerca de 70 trechos de
40 rios da Região Metropolitana de Curitiba, incluindo o Rio Barigui e o relatório (12)
está disponível em:
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http://www.iap.pr.gov.br/arquivos/File/boletins/RELATORIO_AGUA/relatorio_RIOS_2005
_2009.pdf
Acesse o relatório e verifique a classificação das águas do rio Barigui em seu trecho
urbano e os parâmetros violados de acordo com o disposto na resolução Conama.
Perceba que a influência do meio urbano faz com que as águas desta bacia estejam
classificadas entre poluídas e extremamente poluídas, estando criticamente degradadas.
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“Curitiba, PR, está entre as cidades mais limpas do mundo, de acordo com o
levantamento da Organização das Nações Unidas (ONU). Sua operação conta com
cerca de 2 mil funcionários que fazem a coleta do lixo de 100% dos domicílios da cidade.
Todos os meses, são coletados cerca de 50 mil toneladas de resíduos em todos os
serviços de limpeza urbana, ou 41.500 toneladas na coleta domiciliar” (Secretaria
Municipal do Meio Ambiente de Curitiba, 2018). Ao avaliar essa informação, imagina-se
que o problema dos resíduos sólidos no município de Curitiba está resolvido, que a
população foi conscientizada corretamente e que a gestão destes resíduos é exemplo
para o país. Entretanto, não é bem assim.
(13) Leia o artigo da Prefeitura de Curitiba intitulado “30% do material enviado para a
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vez que, geralmente, a contaminação interfere no ambiente global da área afetada (solo,
águas superficiais e subterrâneas, ar, fauna e vegetação), podendo mesmo estar na
origem de problemas de saúde pública.
É preciso desenvolver mecanismos que convertam materiais potencialmente
poluentes em produtos que não agridam o meio ambiente e se possível que possam
ajudar na sua recuperação. A racionalização do uso das matérias primas, separação
correta e destinação adequada dos resíduos, reaproveitamento de materiais que antes
eram descartados, são algumas das maneiras de minimizar os danos ao meio ambiente
e buscar um equilíbrio entre as questões sociais, econômicas e ambientais.
Um exemplo dessas ações mitigadoras seria a Gestão Sustentável do Lodo de
Esgoto Urbano e Dejetos Suínos. O lodo se caracteriza como um biossólido, ou seja, um
resíduo orgânico, de origem urbana, rural ou industrial que apresenta potencial de
reutilização no ambiente, devido às características como teores de matéria orgânica e
nutrientes (Secco, 2003). Os biossólidos possuem, até hoje, destinos como: descargas
em corpos d’água, acúmulo em lagoas de contenção, deposição em aterros sanitários,
queima em fornos, material para construção civil e inclusive como fonte de nutrientes e
matéria orgânica.
O aproveitamento do lodo no solo apresenta-se como uma alternativa de retorno
dos nutrientes que foram perdidos ou retirados do solo através dos vegetais, fechando
um ciclo que antes não se completava. Com a disposição do lodo de esgoto ou dejetos
de suínos no solo, a exploração dos recursos naturais acaba sendo, em partes,
compensada com o retorno desses nutrientes, obtendo-se assim, um destino correto
para o resíduo e uma recuperação do solo degradado (Secco, 2007).
Obviamente, o solo não é um depósito de resíduos, é necessário que haja
vantagens agronômicas também na disposição do lodo, e nenhum risco de
contaminação ao meio ambiente ou ao ser humano. Ou seja, o destino do resíduo deve
ser economicamente viável e ambientalmente correto. Como justificativa agronômica
para sua utilização pode ser a substituição do calcário, correção da acidez do solo,
adição de nutrientes e adição de matéria orgânica (Secco, 2007).
A Resolução CONAMA 375 de agosto de 2006 (Retificada pela Resolução nº
380/2006), define critérios e procedimentos, para o uso agrícola de lodos de esgoto
gerados em estações de tratamento de esgoto sanitário e seus produtos derivados, e dá
outras providências. Em seu Artigo 7º deixa claro que:
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A Secretaria do Meio Ambiente do Paraná (Sema) estimava que no ano de 2006
existissem 1.150 toneladas do inseticida organoclorado hexaclorociclobenzeno,
popularmente conhecido como BHC, estocados nas propriedades rurais do Paraná.
Oficialmente, eram reconhecidas apenas 150 toneladas, até porque não havia um
cadastro de todos os produtores que estocam esse produto. O veneno é altamente
tóxico para humanos e meio ambiente. A lei Federal 7802 de 11 de julho de 1989 proibiu
definitivamente o uso do BHC no Brasil, e os estoques do produto devem ter sido
recolhidos e incinerados. Acesse as seguintes notícias: (14) “BHC está com os dias
contados no Paraná”; disponível em:
http://diadecampo.com.br/zpublisher/materias/Materia.asp?id=20694&secao=Colunas%2
0Assinadas
E (15) “Paraná estoca 1.150 toneladas de BHC - Veneno altamente tóxico está
armazenado em condições precárias em dezenas de propriedades”; disponível em:
https://www.agrolink.com.br/noticias/parana-estoca-1-150-toneladas-de-bhc_49259.html
Reflita sobre as seguintes questões: o BCH estocado de maneira incorreta pode ter
contaminado os solos? As noticias não abordam essa questão de contaminação do solo.
O plano de recolhimento e incineração do BCH deveria ter preconizado medidas de
remediação em caso de contaminação dos solos onde este estava estocado? A partir
dos solos, o BHC pode ter atingidos corpos hídricos?
A norma NBR 10004 Classifica os resíduos quanto aos seus riscos potenciais ao
meio ambiente e à saúde pública, indicando quais resíduos devem ter manuseio e mais
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Acesse o relatório citado no texto anterior:
(16) “Laudo Técnico Preliminar – Impactos Ambientais Decorrentes do Desastre
Envolvendo o Rompimento da Barragem de Fundão, em Mariana, MG”, (o caso da
Samarco), apresentado pelo IBAMA em 2015, em:
http://www.ibama.gov.br/phocadownload/barragemdefundao/laudos/laudo_tecnico_preli
minar_Ibama.pdf
Analisando o caso da Barragem da Samarco em Mariana podemos elucidar a questão
que temos abordado quanto a grande abrangência de dispositivos legais e normativos
aplicáveis à proteção ambiental. Verifique durante a leitura do documento as leis,
decretos e normativas que embasaram as conclusões do Laudo. Note que, além das leis
e decretos federais, muitos outros foram necessários para elucidar os danos ambientais
ocorridos, como Portarias do Ministério do Meio Ambiente, do Ministério da Saúde, do
IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), Instruções Normativas e
Notas Técnicas do IBAMA, entre outros. Faça uma reflexão de como esses danos estão
relacionados à saúde da população ao longo do tempo, e como tais danos continuam
perdurando até os dias atuais.
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Pode-se iniciar o tema sobre recursos naturais renováveis e não renováveis com
um questionamento. Qual o atual efeito acumulado do consumo humano de recursos
naturais e da geração de resíduos sobre o desenvolvimento da humanidade?
A resposta a esta questão é dada de forma intuitiva e direta, por cientistas e
leigos. O ser humano está gastando mais do que pode. Não deixa de ser verdade. Os
recursos disponíveis no planeta estão em um sistema fechado, nada entre e nada sai,
assim, tanto os recursos quanto os resíduos gerados pela utilização destes, se mantém
no sistema e é sob esta ótica que os recursos são avaliados dentro dos sistemas de
gestão ambiental.
A questão principal é que os recursos naturais são limitados e, portanto, não
existe crescimento infinito. A melhoria das condições de vida deve, portanto, ser obtida
sem aumento do consumo, mudando-se o paradigma dominante. Este conceito é
precursor da análise sobre a disponibilidade de recursos naturais, renováveis e não
renováveis.
Esta realidade não é novidade, já há algum tempo, cientistas e pesquisadores
tem reconhecido a necessidade de levar em conta os efeitos da atividade econômica
humana sobre os recursos naturais não renováveis. Uma alternativa está em reduzir,
progressivamente, o impacto ecológico e a intensidade da retirada dos recursos naturais
até atingir um nível compatível com a capacidade reconhecida de carga do planeta.
Atualmente, face aos grandes desafios ambientais e humanos faz-se necessário
o desenvolvimento de planos que nos ajudem a transformar nossos modos de produção
e de consumo, equiparando-os aos recursos naturais disponíveis. Trata-se de uma
mudança substancial de modo de vida, de mudança de posturas quanto à estrutura e às
dimensões de um modelo de desenvolvimento, aliados a políticas públicas que
subsidiem sua implantação e condução garantida.
Portanto, recursos naturais são elementos que estão disponíveis a serem
utilizados pelo homem, seja para uso direto ou como matéria prima ou combustível.
Os recursos naturais podem ser renováveis e não renováveis, sendo que o que
os diferencia é a capacidade de regeneração ou sua esgotabilidade no sistema.
Renováveis, como o termo sugere, são aqueles com capacidade de manutenção
pela sua própria natureza, a exemplo à energia solar, o vento e todos os recursos que
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estão à disposição para serem utilizados sem que seu consumo reduza sua
disponibilidade.
Já recursos naturais não renováveis são aqueles que estão disponíveis para
uso, porém após seu consumo, in natura ou transformado, deixam de existir, reduzindo
assim sua disponibilidade no planeta. O maior exemplo deste tipo de recurso natural são
os minerais, sendo dentre eles, nossa principal matriz energética, o petróleo, é o recurso
natural não renovável de maior preocupação, devido à grande dependência deste
mineral pela humanidade.
No que tange sistemas de gestão ambiental, o uso de recursos naturais é o
grande desafio de cada novo sistema organizacional, considerando o objetivo e a
necessidade energética de cada atividade. O foco principal sobre os recursos naturais,
quando da implantação de sistemas de gestão ambiental, está no conceito dos três R’s –
Reduzir, Reutilizar e Reciclar.
Alguns recursos naturais não são passíveis de serem substituídos, seja porque
ainda não existe substituto no mesmo nível da demanda tecnológica, seja por que o
custo da tecnologia ainda não suporta a substituição do recurso, nestes casos, a saída é
reduzir o consumo assegurando ao menos um aumento da longevidade deste, enquanto
se busca alternativa para solucionar o problema.
De forma conclusiva, devemos admitir que este tema mereça atenção especial,
e que não existe ainda uma fórmula que transforme os recursos naturais não renováveis
em renováveis, desta forma, cabe ao gestor a visão integrada do sistema, a busca por
alternativas de substituição por materiais e processos renováveis e quando não
possível, ao menos a redução do consumo, enquanto não se tem outra alternativa.
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7. CONSERVAÇÃO DA NATUREZA
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recurso adicional para obter tecnologias para reduzir as emissões de GEE e promover a
sustentabilidade do seu empreendimento. Sob o ponto de vista dos governos envolvidos,
os recursos associados à transação das RCE são vistos como forma de expressão da
cooperação internacional para o cumprimento da obrigação de transferir recursos
financeiros, visando auxiliar a implementação de programas de mitigação de emissões
em países que não constam do Anexo I. Sob o aspecto ambiental argumenta-se que o
MDL beneficia o meio ambiente promovendo o desenvolvimento de projetos que
reduzem as emissões dos Gases de Efeito Estufa na atmosfera terrestre.
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habitantes da região do entorno são algumas das ações importantes para que o
empreendimento seja sustentável e para que efetivamente melhore a qualidade de vida
dessa população (Felipetto, 2007).
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9. EDUCAÇÃO AMBIENTAL
espécies de vida. Assim, deve ser pensada a educação ambiental na prática para as
sociedades atuais, como ferramenta da gestão ambiental que tem o objetivo de
desenvolver a consciência crítica para o enfrentamento das questões ambientais e
sociais, com ênfase no desenvolvimento e nas relações indivíduos-natureza e ambiente-
desenvolvimento, visto que o meio ambiente não pode ser dissociado do fator social que
coexiste com ele e como já discutimos anteriormente, a gestão ambiental tem foco em
adequações de processos produtivos, sendo o ambiente beneficiado de forma indireta.
Concluímos que a sociedade tem os mais diversos instrumentos para integrar-se
na conservação e preservação dos recursos naturais, se assim o quiser. E esta
participação é de grande importância, visto que a responsabilidade compartilhada na
gestão dos bens ambientais é dever da sociedade e está pautada no benefício comum.
Conteúdo Complementar:
Todo cidadão pode participar da elaboração do Plano Municipal de Saneamento Básico
do município em que reside, essa é uma exigência da Lei Federal 11.445/2007 (Lei do
Saneamento), que estabelece a obrigatoriedade da elaboração da Política e do Plano de
Saneamento Básico pelo titular do serviço dos municípios brasileiros e disponibilização
do texto à população em consulta prévia à sua aprovação, bem como, acolhimento de
demandas locais, reclamações, sugestões, críticas e contribuições advindas da
participação social. As consultas públicas são realizadas online por meio da
disponibilização de formulários para a população, que devem ser preenchidos com as
ponderações e sugestões e em reuniões presenciais, nas quais os técnicos apresentam
o Plano de Saneamento e discutem com a população as questões pertinentes. Acesse
os links a seguir e verifique exemplos destas consultas públicas, bem como verifique
como ocorreu a consulta pública do Plano de Saneamento Básico no município em que
você reside.
http://www.maringa.pr.gov.br/saneamento/
http://www.curitiba.pr.gov.br/conteudo/consulta-publica-smma/1111
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Almeida, F. O mundo dos negócios e o meio ambiente no século 21. In: Meio
ambiente no século 21. Rio de Janeiro: Sextante, 2003.
Baron, R. The tyranny of noise. New York: St. Martin´s Press, 1970.
Berrien, F.K. The effects of noise. Psychological Bull., n. 43, p. 141 – 161, 1946
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Cones, J.D.; Hayes, S.C. Envionmental problems / behavioral solutions. New York:
Cambridge University Press, 1984.
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Fiorillo, C. A. P. Curso de direito ambiental brasileiro. 4.ed. São Paulo: Saraiva, 2003.
http://ambiental.adv.br/ufvjm/ea2012-1cidadania.pdf
Rovere, E. L.; D’Avignon, A. Pierre, C. V.; Kligerman, D. C.; Silva, H. V. O.; Barata, M. M.
L.; Malheiros, T. M. M. Manual de auditoria ambiental. Rio de Janeiro: Qualitymark,
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2001.
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http://www.mma.gov.br/biomas
http://www.iap.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=1405
http://www.iap.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=1267
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