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Módulo 7:
Economia colaborativa
1- Com o desenvolvimento das novas tecnologias, a noção de posse perde sentido
perante a oportunidade de acesso. Em um ambiente em constante mudança,
onde informações e produtos se tornam obsoletos cada vez mais rápido, a antiga
Elabore
ideia de possuir algo não se mostra mais tão vantajosa.
2- Ter acesso ao que se deseja apenas durante o tempo que for necessário é uma
atitude mais dinâmica do que estabelecer compromissos e arcar com as
responsabilidades a longo prazo que a posse acarreta. Esse tipo de consumo
baseado no compartilhamento agrega valor à experiência em detrimento apenas
24/07/2017
A vida compartilhada
Seja para poupar, seja para levantar alguma renda extra, hoje praticamente não há limites para o
compartilhamento. O fotógrafo paranaense Gustavo Benke, mencionado nesta matéria da Exame, é
exemplo disso.
Acostumado a receber na sua casa de Curitiba parentes, amigos e amigos de amigos, ele decidiu adotar
o mesmo estilo de vida na casa que aluga em Florianópolis, onde estuda. A divisão do espaço traz
benefícios para todo mundo: os hóspedes economizam com a estadia, a alimentação e tudo mais, e
Gustavo recebe ajuda nas despesas. Ele também tem o hábito de trocar serviços fotográficos por bens
ou serviços de que necessita.
Mas basta uma rápida pesquisa para você perceber que esse estilo de vida não tem nada de novo. De
acordo com Tomás de Lara, cofundador da Engage e cofundador do Catarse, o fenômeno da economia
colaborativa é ancestral: “Povos indígenas e comunidades já tinham isso de compartilhar, de acessar as
coisas dos outros, de trocar”, explica ele nesta websérie.
A novidade é a forma massiva como o fenômeno passou a ocorrer em 2008 e 2009, graças aos avanços
tecnológicos. “A partir de então, todo mundo, de forma muito rápida e quase que barata, pôde fazer
transações e se geolocalizar, se encontrar e saber da melhor forma de se usar um recurso”, afirma.
A Primavera Árabe é um exemplo disso. Assim como Gustavo Benke escolheu compartilhar sua casa,
o egípcio Mahmoud Sharif resolveu se levantar contra o longevo e repressivo regime de Hosni
Mubarak. Graças a uma imensa rede de compartilhamento, juntou-se a milhares de pessoas na Praça
Tahrir, e os resultados são conhecidos.
Os exemplos acima ilustram o imensurável alcance da economia colaborativa, sem dúvida. Mas o tema
aqui não é geopolítica. Queremos, antes, que você tenha ideia da importância do assunto e que consiga
aproveitar as oportunidades oferecidas nesse novo contexto, no qual as pessoas “não precisam mais de
uma furadeira, mas de um furo na parede”, como diz Tomás de Lara.
Neste artigo do portal Entrepreneur, o Venture Capitalist Tx Zhuo lista boas práticas que podem ajudar
você a nadar de braçada na economia colaborativa:
Mantenha baixos os custos fixos: de acordo com Zhuo, com o tempo, a tecnologia derrubará os custos
em geral. Isso significa que as empresas bem-sucedidas serão aquelas que organizarem melhor suas
estruturas financeiras. Diminuir o número de funcionários permanentes e terceirizar atividades
periféricas podem ajudar.
Em vez de reinventar a roda, procure-a em parceiros: Zhuo dá o exemplo da ChowNow, empresa norte-
americana que oferece gerenciamento de pedidos online a restaurantes. Em vez de construir sua própria
plataforma de delivery, a ChowNow desenvolveu uma parceria com a Uber para realizar as entregas, e
os resultados têm sido ótimos.
Foque no relacionamento de longo prazo: Zhuo conta que, agora que as margens para
compartilhamento são estreitas, as empresas precisam dar prioridade para relações duradouras com os
clientes. Para isto, ele sugere proporcionar grandes experiências de consumo ao público.
Por mais que os já mencionados Uber e Airbnb sejam exemplos de como essas boas práticas
funcionam, ambos já foram objeto de muito estudo. Por isso, ao procurar por um case que represente o
tema, preferimos abordar a questão a partir de outro viés: o offline. E por meio de um setor bastante
competitivo de nosso país, o agronegócio.
Espécie de fundo de private equity focado em empresas e instituições do agronegócio orgânico, a Axial
Holding tem um importante diferencial: o portfólio se autoalimenta, ou seja, as empresas investidas
exercem atividades que se complementam, colaborando umas com as outras.
Por exemplo: na carteira da Axial está a Fazenda Tamanduá, de cultivo de produtos agrícolas e
produção de pecuária orgânica. Caso precisem de microcrédito, os produtores podem recorrer a outra
empresa investida, o Instituto Estrela, que dá empréstimos a pequenos empreendedores individuais que
não têm acesso ao sistema bancário convencional.
E se for necessário promover o melhoramento genético da soja, os agricultores podem contar com a
Naturalle, empresa voltada à pesquisa da soja, além de produtividade, adaptação regional e resistência a
pragas e enfermidades. Ao investir em empresas que colaboram entre si, a Axial está contribuindo para
reformular a cadeia produtiva do setor de orgânicos. E um dos mais significativos resultados desta
filosofia é a Rio de Una, outra aposta do fundo.
Pela planta industrial da empresa passam mensalmente mais de 200 toneladas de hortaliças e legumes,
que são transformados em saladas e atendem o mercado de varejo e foodservice em todo o Brasil. Ou
seja, os princípios da economia colaborativa estão influenciando uma cadeia não só de produção, mas
também de investimentos. É mais um sinal de que essa nova forma de fazer negócios (mais responsável
e consciente) veio para ficar.
Prova disso também são as empresas que valem US$ 17 bilhões, os 60 mil funcionários que elas
empregam e os US$ 15 bilhões que receberam de investimento (de acordo com este artigo da Forbes).
E, a julgar pelo interesse do público em geral, esse bolo só tende a crescer. Que tal se preparar para pegar
uma fatia?
Fonte: https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/economia-colaborativa-a-tendencia-que-
esta-mudando-o-mercado,49115f4cc443b510VgnVCM1000004c00210aRCRD