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A História
do Pi(𝝅)
HISTÓRIA DA MATEMÁTICA
RUTGERS, 2000
A História do Pi (𝝅)1
David Wilson
História da Matemática
Rutgers, 2000
1
http://sites.math.rutgers.edu/~cherlin/History/Papers2000/wilson.html
incompreensões a respeito da palavra grega "Harpedonaptae", que
Democritus mencionou em uma carta a um amigo. A palavra significa
literalmente “esticadores de corda” ou “fixadores de corda”. A
incompreensão é pelo fato de que esses homens usavam cordas para calcular
medidas associadas ao círculo, enquanto que usualmente eles tiravam
medidas para demarcar os limites de propriedades e áreas dos templos, de
acordo com (Heath, 121).
Uma famosa peça de papiro egípcio nos dá uma outra estimativa antiga para
o Pi. O papiro de Rhind data de 1650 a.C. e foi escrito por um escriba
chamado Ahmes. Ahmes escreveu: “Corte 1/9 de um diâmetro e construa um
quadrado sobre o restante; ele terá a mesma área que o círculo” (Blatner, 8).
Em outras palavras, essa afirmação tem como consequência que Pi= 4(8/9)2
= 3.16049, que é razoavelmente preciso. Essa notícia não chegou até o
Oriente, uma vez que os chineses utilizavam imprecisamente o valor Pi=3,
centenas de anos mais tarde.
Infelizmente, essa expressão não é muito útil para os cálculos, porque requer
muitas iterações antes da convergência, e as raízes quadradas tornam-se muito
complicadas. Ele mesmo não a utilizou para calcular aproximações para Pi
(Beckmann, 92). Em 1593 Adrianus Romanus usou um polígono circunscrito
com 320 lados para calcular o valor de Pi com 17 dígitos, dos quais 15 estavam
corretos (O'Connor, 3). Exatos três anos mais tarde, um alemão chamado
Ludolph Van Ceulen, usando o método de Archimedes para polígonos até 500
milhões de lados, chegou a 20 dígitos. Van Ceulen passou grande parte da sua
vida buscando valores para Pi e quando ele morreu em 1610, havia chegado a
35 dígitos com precisão. Seus feitos foram considerados extraordinários e os
dígitos foram gravados em sua lápide na igreja de St. Peter em Leyden. Até hoje
os alemães se referem ao Pi como “Ludolphian Number” ou “número de
Ludolph” em honra à sua grande perseverança (Cajori, 143).
2
http://www.pi314.net/eng/viete.php (NT)
Deve-se ressaltar que, até este momento não havia um símbolo para denotar a
razão entre o comprimento da circunferência e seu diâmetro. Isto mudou em
1647 quando William Oughtred publicou Clavis Mathematicae e usou π para
denotar essa razão. A representação não foi imediatamente adotada, até que
1737 Leonhard Euler usou o símbolo π; então, o símbolo foi imediatamente
adotado (Cajori, 158).
Em 1650, John Wallis usou um método muito complicado para encontrar uma
expressão para Pi. Basicamente, ele aproximou a área de um quarto de círculo
usando retângulo infinitamente pequenos e chegou à expressão
ou
Em 1672, James Gregory escreveu sobre uma expressão que pode ser utilizada
para encontrar o ângulo cuja tangente é dada. A expressão é:
Essa expressão elegante é uma das mais simples já descobertas para o cálculo
de Pi, mas é também pouco útil; são necessários 300 termos da série para
chegarmos às duas primeiras casas decimais e 10000 para chegar à quatro
(O'Connor, 3). Para calcular até 100 digitos, "teríamos que calcular mais termos
que o número de partículas no universo" (Blatner, 42). Entretanto, essa
expressão abriu caminho para muitas outras que seriam mais eficientes para o
cálculo. Por exemplo, sabendo que
Usando somente seis termos dessa expressão teremos Pi=3.141309, uma boa
aproximação. Certamente, os matemáticos do século XVII avançaram. Era só
uma questão de tempo para que se obtivessem melhores resultados.
O mundo não esperou muito tempo até que uma nova expressão fosse
descoberta. Em 1706, John Machin, professor de astronomia em Londres,
sabendo que arctan x + arctan y = arctan (x+y)/(1-xy), descobriu uma
maravilhosa fórmula:
π/4 = 4 arctan (1/5) - arctan (1/239) = 4(1/5 - 1/(3(53) + 1/(5(55) - ...) - (1/239
- 1/(3(2393) + 1/(5(2395) - ...).
A razão pela qual essa fórmula é um avança em relação à anterior é que o
número 239 is tão grande que não necessitamos muitos termos do arctan (1/239)
para termos a convergência. O outro termo, arctan (1/5) requer menos cálculos
uma vez que temos inversos de potências de 5 (Blatner, 43). De fato, Machin
teve a iniciativa de calcular Pi por meio dessa nova fórmula e calculou 100
termos (Cajori, 206). Ao longo dos 150 anos seguintes, a fórmula foi utilizada
várias vezes para encontrar mais dígitos para o Pi. Em 1873, um inglês chamado
William Shanks usou a fórmula para calcular 707 casas para Pi. Muito anos
mais tarde, descobriu-se que em algum lugar Shanks tinha omitido dois termos,
e somente os primeiros 527 digits estavam corretos (Berggren, 627).
"Por volta de 1750, o número Pi tinha sido expresso em termos de uma série
infinita,... seu valor tinha sido determinado até 100 dígitos... e era representado
por um símbolo, como até hoje. Todos esses esforços, no entanto, não tinham
contribuído para a solução do antigo problema da quadratura do círculo"
(Struik, 369). O primeiro passo nessa direção foi dado pelo matemático suíço
Johann Heinrich Lambert quando ele provou a irracionalidade de Pi primeiro
em 1761 e com mais detalhes em 1767 (Struik, 369). Seu argumento é, na forma
mais simples, que, se um número x é um número racional não nulo, então nem
𝑒 𝑥 nem tan x podem ser racionais; como tan π/4 = 1, π /4 não pode ser racional,
e, portanto, Pi é é irracional (Cajori, 246). Alguns acharam a prova de Lambert
não suficientemente rigorosa, mas em1794, Adrien Marie Legendre deu uma
nova prova que satisfez a todos (Berggren, 297).
Nos cem nos seguintes, não ocorreram eventos significativos na busca pelo Pi.
Mais e mais dígitos foram computados, sem maiores novidades. Em 1882,
Ferdinand von Lindemann provou que Pi é transcendence (Berggren, 407).
Como isto significa que Pi não pode ser solução de qualquer equação algébrica,
resta a incerteza sobre a quadratura do círculo. Finalmente, depois de milhares
e milhares de tempo de esforço mental e tensão, finalmente tem-se como
verdade absoluta que o círculo não admite quadratura. Entretanto, ainda
encontramos hoje matemáticos amadores que não compreendem a significância
desse resultado e futilmente buscam técnicas para quadrar o círculo.
Quem sabe qual será o futuro para esse número “quase mágico” Pi?
• Wallis
• Machin
/4=4 arctan(1/5)-arctan(1/239)
• Ferguson
/4= 3 arctan(1/4)+arctan(1/20)+arctan(1985)
• Euler
• Euler
• Euler
ei+1=0
= [4/(8n+1)-2/(8n+4)-1/(8n+5)-1/(8n+6)](16)-n
This formula enables one to calculate the nth digit of pi, in hexadecimal
notation, without being forced to calculate the preceding n-1 digits.
Referências