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Caso concreto 1

Não, pois as obrigações são autônomas e independentes e ao assinar o título o endossante


tem a obrigação de pagar como garantidor.
O princípio da autonomia, e fala que desvincula-se toda e qualquer relação havida entre
os anteriores possuidores do título com os atuais e, assim sendo, o que circula é o título
de crédito e não o direito abstrato contido nele.
Doutrina:
VIVANTE, Cesare. Instituições de direito comercial. Tradução de Jean Alves de
Sá. 3. ed. São Paulo: Livraria C. Ponto Teixeira & C., página 1928.
“O direito contido no título é um direito literal, porque o seu conteúdo e seus limites são
determinados nos precisos termos do título; é um direito autônomo, porque todo o
possuidor o pode exercer como se fosse um direito originário, nascido nele pela primeira
vez, porque sobre esse direito não recaem as exceções, que diminuíram seu valor nas
mãos dos possuidores precedentes. ”
Jurisprudência:
Superior Tribunal de Justiça STJ - RECURSO ESPECIAL: REsp 1409849 PR
2013/0342057-0
“O controle judicial sobre eventuais cláusulas abusivas em contratos empresariais é
mais restrito do que em outros setores do Direito Privado, pois as negociações são
entabuladas entre profissionais da área empresarial, observando regras
costumeiramente seguidas pelos integrantes desse setor da economia.

3. Concreção do princípio da autonomia privada no plano do Direito Empresarial,


com maior força do que em outros setores do Direito Privado, em face da necessidade
de prevalência dos princípios da livre iniciativa, da livre concorrência e da função social
da empresa.

4. RECURSO ESPECIAL PROVIDO.

Acórdão
Vistos e relatados estes autos em que são partes as acima indicadas, decide a Egrégia
TERCEIRA TURMA do Superior Tribunal de Justiça, por unanimidade, dar
provimento ao recurso especial, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs.
Ministros Ricardo Villas Bôas Cueva, Marco Aurélio Bellizze, Moura Ribeiro e João
Otávio de Noronha (Presidente) votaram com o Sr. Ministro Relator. ”

Caso concreto 2
Os obrigados ao pagamento são Fernando Lopes, Luan, Eduarda, Rebeca, Maria e Vitor.
O endosso dado por Vitor, chamado endosso em preto, faz com que o título fique nominal
caso o portador queira transferir, sendo assim, está dito quem se beneficiará com o crédito.
Portanto, caso o portador queira transferir, necessitará fazer por endosso.

Doutrina:
FERREIRA, Waldemar Martins. Instituições de Direito Comercial: o estatuto das
obrigações e os títulos de crédito. 4. Pág 67. ed. São Paulo: Max Limonad,1958.
“O endosso transmite a propriedade do título de crédito e, para que valha, basta a simples
assinatura do endossador, de próprio punho, no verso. Embora os possuidores
intermediários dos títulos endossados em branco e neles não deixem traços de si
mesmos...”

Jurisprudência:
Tribunal de Justiça de São Paulo TJ-SP: 2066961-59.2018.8.26.0000 SP 2066961-
59.2018.8.26.0000
“Existência do documento que está demonstrada pelo certificado digital do registro do
título de crédito perante o Registro de Título e Documentos. Além disso, tratando-se de
Cédula de Crédito Bancário, o título é transferível somente por endosso em preto, no
qual se exige expressa identificação do eventual endossatário (art. 29, § 1º, da Lei
nº 10.931/2004). No caso em tela, se é próprio credor BANCO SANTANDER
(BRASIL) S/A quem figura como exequente, presume-se que o título não foi transferido
a terceiro. Por fim, quando não apresentada a via original do título de crédito ou de
documento, nada impede que quando oportunizado o contraditório, a parte adversa se
manifeste sobre a validade ou autenticidade do documento, quando então se impõe a
apresentação do original. Daí porque a r. decisão hostilizada se mostrar precipitada, vez
que ainda sequer houve citação dos executados – RECURSO PROVIDO. ”

Caso concreto 3
Sim, pois de acordo com o princípio da autonomia, as obrigações cambiais são
autônomas e independentes. A obrigação do avalista se mantém mesmo no caso de a
obrigação que ele garantiu ser nula por qualquer razão que não seja vício de forma, com
base no art. 32 OU art. 7º da LUG.
Caio poderá cobrar sua nota promissória da avalista Bianca e do endossante João (0,40),
nos termos do artigo 47 da LUG.

Doutrina:
COELHO, Fábio Ulhoa. Manual de Direito Comercial: direito de empresa. 23. Pág 369
ed. São Paulo: Saraiva, 2011.
“O documento necessário para o exercício do direito, literal e autônomo, nele
mencionado, tal conceito reúne todos os preceitos básicos do título de crédito, ou seja, é
um documento onde prova a existência de uma relação jurídica, possui literalidade
exigindo assim que sua forma seja rigorosamente conforme modelo legal, e é autônomo,
não dependendo assim de qualquer outro negócio. ”

Jurisprudência:
Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios TJ-DF: 0718290-
23.2018.8.07.0001 DF 0718290-23.2018.8.07.0001
“O endosso prorroga a incidência das características próprias de título de crédito, como
a autonomia, a abstração e a inoponibilidade das exceções pessoais ao terceiro de boa-
fé. Logo, assente, a aplicação do princípio da abstração e da inoponibilidade. Assim, o
título de crédito afasta-se do negócio jurídico subjacente. Precedentes.
3. Inexistindo a prova da falta de causa do título, e.g.: fato jurígeno ligado a eficácia,
não é possível admitir o oferecimento de defesa indireta que guarde relação com o
negócio jurídico subjacente.
4. No caso, a ilegitimidade não merece acolhida, bem como a alegação de
imprescindibilidade da causa debendi.
5. Sentença mantida integralmente, recurso improvido. ”

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