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ELENO RIBEIRO DE SOUZA – 1800186

RELATÓRIO TÉCNICO DE VIBRAÇÕES MECANICAS


PROFESSOR VICTOR SOUZA

Relatório de Vibrações Mecânicas,


apresentado à Sociedade Universitária
Redentora, como requisito parcial para a
obtenção do título de Bacharel em
Engenharia Mecânica.
.

CAMPOS DOS GOYTACAZES - RJ


2020
INTRODUÇÃO
O estudo das vibrações mecânicas visa proporcionar ao futuro
engenheiro mecânico vários nortes para analisar ou projetar máquinas,
equipamentos e estruturas que serão submetidas as vibração mecânicas. As
vibrações mecânicas podem ser deseja ou indesejável. Em muitos projetos de
engenharia, o humano e parte integrante do projeto, com isso a vibração
mecanica pode ser indesejal, como por exemplo, projetar um veículo
automotivo (moto) que tenha vibrações mecanicas elevadas. Apesar de seus
efeitos indesejaveis, a vibração mecânica é desejavel em varias aplicações, ou
seja, as aplicações das vibrações mecanicas em equipamentos vibratórios
aumentaram consideravelmente nos últimos anos, como por exemplo, a
vibração é aplicada em peneiras, compactadores, simular terremotos para
pesquisa geológica e também para realizar estudos no projeto de reatores
nucleares.

OBJETIVOS
O objetivo deste relatório é analisar um equipamento mecânico e
idealizar seu projeto para vibração, analisando os princípios que governam os
sistemas de um grau de liberdade ou até mesmo sistemas com múltiplos graus
de liberdade e contínuos.

METODOLOGIA APLICADA
Para a elaboração deste relatório técnico as seguintes metodologias
foram aplicadas:
 Pesquisa bibliográfica – feita através da revisão da literatura indicada pelo
professor sobre as principais definições que norteiam o estudo dos sistemas
vibratórios mecânicos.
 Estudo de campo - procedeu através da observação e coleta de dados de
uma maquina (automóvel) que apresentou um sistema de amortecimento para
as vibratórios mecânicos.

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1. DESENVOLVIMENTO
O desenvolvimento deste relatório técnico parte das seguintes etapas:
 Identificação de um equipamento mecânico que apresente um sistema de
amortecimento de vibrações mecânicas;
 Identificação dos elementos de rigidez do sistema de amortecimento;
 Identificação das características geométricas do sistema de amortecimento;
 Identificação das características do material no sistema de amortecimento;
 Calcular da resistência equivalente do sistema de amortecimento.

Sendo assim, segue o desenvolvimento do relatório técnico abaixo:

1.1 Identificação de um equipamento mecânico que apresente um sistema


de amortecimento de vibrações mecânicas.
Através da explanação do professor Victor Souza sobre a importância do
estudo das vibrações mecânicas nos projetos equipamentos e maquinas e com
o objetivo de aproximar as aulas teóricas das práticas, foi identificado um
veiculo automotivo com capacidade para cinco passageiro (figura 1) que
apresenta um sistema de amortecimento de vibrações mecânicas.

Figura 1 – Veiculo automotivo de passageiros.


Fonte – Adaptado pelo autor, 2020.

Identificado o veiculo automotivo de passageiro, na figura 1, que


apresentou um sistema de amortecimento de vibrações mecânicas, iniciou-se a
modelagem física da vibração, analisando os princípios que governam os
sistemas.

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Ordenando a massa do passageiro e a rigidez da mola e o
amortecedor é apresentado, na figura 2, um modelo bastante simplificado com
apenas 1 GDL.

Figura 2 – Modelo físico vibratório com 1GDL.


Fonte – Adaptado pelo autor, 2020.

Agora combinando a massa do passageiro com a mola e


amortecimento do assento, mais a massa do automóvel e a rigidez da mola e o
amortecedor é apresentado, na figura 3, um modelo com 2 GDL.

Figura 3 – Modelo físico vibratório com 2 GDL.


Fonte – Adaptado pelo autor, 2020.

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Contudo, considerando a massa do passageiro com a mola e
amortecimento do assento, mais a massa do automóvel e a rigidez das molas é o
amortecedores e a massa das rodas com as constantes de rigidez e de
amortecimento dos pneus, obtém-se o modelo com 4 GDL, conforme figura 4:

Figura 4 – Modelo físico vibratório com 4 GDL.


Fonte – Adaptado pelo autor, 2020.

Elaborado o modelo físico do sistema vibratório, iniciou-se a


Identificação dos elementos de rigidez do sistema de amortecimento.

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1.2 Identificação dos elementos de rigidez do sistema de amortecimento.
Segue abaixo, no quadro 1, a identificação dos elementos de rigidez do
sistema de amortecimento:
Assento de passageiro Elemento de rigidez

Molas da estrutura metálica

Sistema de suspensão Elemento de rigidez

Mola da suspensão

Rodas Elemento de rigidez

Pneu

Quadro 1 – Identificação dos elementos de rigidez do sistema de amortecimento.


Fonte – Adaptado pelo autor, 2020.

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Identificados os elementos de rigidez do sistema de amortecimento,
passamos para a identificação das características geométricas do sistema de
amortecimento.

1.3 Identificação das características geométricas do sistema de


amortecimento;
O principal sistema de amortecimento do veiculo em estudo são os
pneus e o sistema de suspensão denominado McPherson. Onde o sistema de
suspensão e constituída basicamente por amortecedor e mola helicoidal.
Segue abaixo, na imagem 1, o sistema de suspensão denominado McPherson
da rota traseira do lado direito.

Imagem 1 – Sistema de amortecimento.


Fonte – Adaptado pelo autor, 2020.

Identificado os principais elementos do sistema de amortecimento do


veiculo, iniciou-se o estudo detalhado das características geométricas do pneu,
amortecedor e da mola:

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O pneu apresenta uma série de informações que identifica suas
características geométricas quanto á altura, largura, diâmetro (aro), peso
suportado e velocidade, conforme indica no quadro 2 abaixo:

175 65 R 15 84 T

175: Largura do pneu em milímetros.


65: Perfil do pneu representa o percentual entre a altura e a largura da seção do
pneu em milímetros.
R: Tipo de construção do pneu. Neste caso, o ‘R’ significa radial.
16: Diâmetro interno do pneu em polegadas, ou seja, diâmetro do aro.
84: É o índice de carga, o número 87 representa a carga máxima de 500 Kg.
T: O indicativo ‘T’ estabelece que o pneu pode suportar uma velocidade máxima
de até 190 Km/h.
Quadro 2 – Características geométricas do pneu.
Fonte – Adaptado pelo autor, 2020.
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O amortecedor tem suas características geométricas idênticas a um
pistão hidráulico com seção circular, ou seja, o amortecedor possui uma à
haste que se move por dentro de um tubo com óleo hidráulico na camara
superior e gás nitrogênio a baixa pressão na câmera inferior. Segue abaixo, no
quadro 3, as características geométricas do amortecedor:
Amortecedor a gás Desenho das partes internas do
amortecedor a gás

Quadro 3 – Características geométricas do amortecedor a gás.


Fonte – Adaptado pelo autor, 2020.

A mola usada na suspensão do automóvel em estudo é uma mola de


geometria helicoidal é tem a função de compressão, em geral, ela é feita de
barra de aço enrolada em forma de hélice cilíndrica. A barra de aço neste caso
tem seção circular sendo enrolada à esquerda. Segue abaixo, no quadro 4, as
características geométricas da mola helicoidal:

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Quadro 4 – Analise as características da mola helicoidal de compressão cilíndrica.
Fonte – Tele curso 2000.

Identificados as características geométricas dos principais elementos


do sistema de amortecimento, passamos para a identificação das
características do material utilizado em cada elementos básico do sistema de
amortecimento.

1.4 Identificação das características do material no sistema de


amortecimento.
O pneu possuir uma estrutura complexa constituída por diferentes tipos de
materiais. É o que se chama uma estrutura compósita ou simplesmente
um compósito, conforme figura 5 abaixo:

Figura 5 – Partes e materiais que compõem o pneu.


Fonte: Pelmar Engineering Ltd,

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Porem, em sua maior parte, o pneu é constituído de elastômeros. Os
elastômeros mais utilizados na fabricação dos diferentes compostos de
elastômeros são os seguintes (tabela 1):
Composto Elastômeros Siglas
Piso (banda de rodagem) NR, BR, SBR NR - Borracha natural;
BR - Borracha de
Capa NR, IR, BR Polibutadieno;
Sub-capa NR, IR, BR IR - Borracha sintética de
Calandragem de telas NR, BR, SBR poliisopreno;
diversas SBR - Borracha de Estireno
Butadieno;
Calandragem de telas de NR, BR, SBR
CR - Borracha de
aço Policloropreno;
Parede lateral NR, BR, SBR, CR, EPDM EPDM - Etileno Propileno e
Forro interior CIIR, BIIR Dieno;
CIIIR – Elastômero
Cunha, enchimento do talão NR, SBR
clorobutilico;
Revestimento dos arames NR BIIIR – Elastômero
do talão bromobutilico.

Tabela 1 – Tipos de elastômeros que compõem pneu.


Fonte: Adaptado pelo autor, 2020.

A tabela 2 lista a principal propriedade mecânica e faixa de temperatura útil dos


elastômeros mais utilizados na fabricação dos pneus:

Tabela 2 – Características principais dos elastômeros.


Fonte: Callister, 2012.

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O material utilizado na fabricação das principais peças do
amortecedor é o aço SAE 1045. Este aço é utilizado na haste, pistão e corpo
do amortecedor, porem ele usinado, retificado e cromado. As principais
características do aço SAE 1045, segue na tabela 2:
Resistência Mecânica
Resistência à tração 585 MPa
Módulo de elasticidade 190 GPa a 210GPa
Limite de escoamento 450 MPa
Composição química

Carbono (C) 0,43% - 0,50%


Manganês (Mn) 0,60% - 0,90%
Fósforo (P) . 0,03% máx
Enxofre (S) 0,05% máx
Tabela 2 – Características mecânicas e químicas do aço SAE 1045..
Fonte - https://aco.com.br/catalogo, 2020.

O material utilizado na mola do sistema de suspensão é o aço


SAE 6150, é um aço de alta temperabilidade e boa ductilidade recomendado
para uso em molas helicoidais. As principais características do Aço SAE 6150
utilizado nas molas do sistema de suspensão, segue na tabela 3 :
Resistência Mecânica
Resistência à tração 670 MPa
Módulo de elasticidade 190 GPa e 210GPa
Limite de escoamento 415 MPa
Composição química

Carbono (C) 0.58 – 0.53 %


Cromo (Cr) 0.15 % mín.
Vanádio (V) 0,15 %
Manganês (Mn) 0.70 – 0.90 %
Fósforo (P) . 0.035 % máx.
Silício (Si) 0.15 – 0.30 %
Enxofre (S) 0.04 % máx
Tabela 3 - Características mecânicas e químicas do aço SAE 6150.
Fonte - https://aco.com.br/catalogo, 2020.

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1.5 Calcular da resistência equivalente do sistema de amortecimento.

Para determinar a resistência equivalente do sistema de amortecimento


é necessário considerar todas as molas do sistema de amortecimento descrito
na figura 6. Sendo assim, a figura 6 apresenta todas as molas consideradas
para o calculo da resistência equivalente:

Figura 6 – Arranjo das molas do sistema de amortecimento do veiculo em estudo .


Fonte – Adaptado pelo autor, 2020.

Para calcular a resistência equivalente do sistema de amortecimento


em estudo, primeiro substituem-se as combinações de molas em paralelo por
rigidez equivalente usando a equação 1, 2 e 3. Com isso, segue abaixo na
figura 7 o novo arranjo das molas:

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Equação 1 → keqa = k1 + k2 +.....+ kn , onde:
keqa = constante elástica equivalente da mola dos bancos que sustenta os
passageiros;
keqa = k + k + k + k + k
ka =5k

Equação 2 → kma = k1 + k2 +.....+ kn , onde:


kma = constante elástica da mola que sustenta a massa do carro;
kma = k + k +k + k
kma = 4k

Equação 3 → kma = k1 + k2 +.....+ kn , onde:


kma = constante elástica da mola (pneu) que sustenta a massa da roda carro;
kma = k + k +k + k
kma = 4k

Figura 7 – Rearranjo das molas do sistema de amortecimento.


Fonte – Adaptado pelo autor, 2020.

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Com todas a molas do sistema de amortecimento rearranjados em serie
determinou-se, através da equação 4, a resistência equivalente do sistema de
amortecimento, indicada na figura 8 abaixo:

uação →
e n

Figura 8 – Resistência equivalente do sistema de amortecimento.


Fonte – Adaptado pelo autor, 2020.

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CONCLUSÃO
A elaboração deste estudo proporcionou a assimilação de diversos
conceitos relacionados à temática abordada, bem como, maior conhecimento a
respeito dos sistemas de vibrações mecânicas. Observo-se que a modelagem
física é representar esquematicamente todas as características importantes do
sistema, visando deduzir as equações que descrevem o seu comportamento.
Deve haver um compromisso entre simplicidade do modelo e a precisão obtida,
ou seja, o modelo deve ser o mais simples possível, porém mantendo as
características principais do sistema. Conclui-se que um sistema vibratório, em
geral, inclui um meio de armazenar energia potencial (mola ou elasticidade), um
meio para armazenar energia cinética (massa ou inércia) e um meio pelo qual a
energia é gradualmente perdida (amortecedor).

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CALLISTER, W. D.; RETHWISCH, D. G. Ciência e Engenharia de Materiais:
Uma Introdução, 8ª edição, LTC. Rio de Janeiro, 2012.

DE MÁQUINAS-TELECURSO, Elementos. Fundação Roberto Marinho. Senai–


Fiesp, Editora Globo, Volumes I e II, 2000.

http://www.pelmar.com/ acessando em 11/04/2020 as 15:02.

https://aco.com.br/catalogo,acessado acessando em 10/04/2020 as 18:22.

https://www.pneumar.com.br/blog/como-ler-um-pneu/ acessando em
12/04/2020 as 14:47.

RAO, Singiresu S. Vibrações mecânicas . Pearson Educación, 2009.

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