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ÊÊ ÊÊ
A ECD começou a ter lugar tanto na literatura como nos planos de estudos depois
da II Guerra Mundial. O que levou a este acontecimento foi em primeiro lugar a
reactualização das abordagens macroeconómicas por Keynes e pelos ´keynianosµ pondo
fim a décadas do domínio do marginalismo. E em segundo lugar a intenção de dar
resposta às necessidades de interpretação e de intervenção nas economias das novas
nações independentes resultantes dos movimentos de descolonização.
c ÊÊ
Ê Ê
Ê ÊÊ
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Ê ÊÊ
Ê
Ê
c c
dinâmica as variáveis referem-se a momentos diferentes, ou seja, há uma inclusão
explícita do tempo.
Ê Ê
ÊÊ ÊÊ
7obtendo
, logo
c c
A taxa de crescimento do produto por habitante é a resultante do somatório da
taxa de crescimento da produtividade com a taxa de crescimento da taxa de actividade.
Ê ÊÊ
8 Ê Ê ÊÊ
Ê
9Ê
c c
avaliados em função dos objectivos iniciais, o que faz com que eles adquiram um
contexto ´humanoµ.
O desenvolvimento humano tem uma componente ligada ao reforço da capacidade
de decisão das populações para que elas estejam em condições de escolher livremente
tudo o que respeita à vida das suas comunidades.
Uma componente essencial do desenvolvimento é a forma como os recursos,
em especial os não renováveis, são utilizados no que respeita à sua preservação (é dever
de cada geração não comprometer a sobrevivência de gerações futuras, garantindo as
mesmas oportunidades que a geração actual teve).
O '(*(:!,:#"( ! ** ( 0:(, tem a ver com os recursos naturais e não
renováveis, no entanto este é apenas um aspecto das oportunidades humanas que deve
ser garantido em termos intergeracionais pois envolvem também o capital físico,
humano, financeiro e ambiental. O desenvolvimento sustentável não significa manter o
planeta intacto com os actuais níveis de pobreza e exactamente com os mesmos
recursos, mas sim que a sustentabilidade é um conceito dinâmico, baseado em dar
oportunidade às próximas gerações de criar pelo menos o mesmo nível de bem estar
conseguido actualmente, passando pela tentativa de construir um sistema produtivo no
planeta, capaz de manter os níveis actuais de produtividade, ou até aumentá-los sem ser
afectado por perturbações, rupturas ou risco de colapso gerados pelos seus mecanismos
de funcionamento.
A noção de desenvolvimento sustentável tem implicações relacionadas com o
regime de crescimento industrial dominante e com a orientação do progresso técnico,
por forma a tentar encontrar novas fontes de energia e modalidades de crescimento
industrial que sejam compatíveis com a sustentabilidade da vida humana e de outras
formas de vida.
c c
estão sujeitos ao nivelamento de produtividade e de preços da concorrência
internacional. No entanto os bens não transaccionáveis determinam o seu preço a partir
da influência directa do nível de custos salariais em vigor em cada país. Dado que o
quociente entre o preço dos bens não transaccionáveis e o dos bens transaccionáveis
cresce com o nível de desenvolvimento, a taxa de câmbio oficial não mede poderes de
compra equivalentes entre países. Para se obter uma medida de Paridade de Poderes de
Compra (PPC) é necessário construir uma outra taxa de câmbio, utilizando a comparação
entre preços de um cabaz de bens representativo.
O PNB por habitante para funcionar como registo da riqueza de um país
encontra limitações na medida em que ignora o trabalho não remunerado das mulheres
no seio da família (tarefas domésticas), isto significa que grande parte do trabalho das
mulheres é ´invisívelµ. Visto que nos países menos desenvolvidos a maioria do trabalho
das mulheres é não-pago, podemos considerar que o seu output é significativamente
subestimado comparando com países mais desenvolvidos.
É ainda de referir que o PNB por habitante é um agregado que não nos dá uma
ideia precisa do rendimento actual recebido por qualquer pessoa pois é um valor médio
calculado pela divisão do PNB pela população total de um país.
Por fim, o PNB por habitante não nos dá informação respeitante aos custos
sociais e humanos nem dos custos ambientais por ele implicados, em particular tem os
recursos naturais como bens livres.
c c
iliterados, a percentagem de população que vive abaixo da linha de pobreza avaliada em
50% da média do rendimento disponível e, finalmente, a taxa de desemprego de longa
duração(12 meses ou mais).
Alguns autores são críticos em relação ao IDH pois consideram que o
rendimento per capita explica uma grande proporção dos outras componentes deste
indicador, ou seja, os problemas de desenvolvimento são essencialmente económicos. Por
este motivo não seria necessário calcular separadamente o desenvolvimento humano do
nível de rendimento, uma vez que eles aparecem altamente correlacionados com sinal
positivo.
O IDH tem ainda como limitação o facto de não contabilizar os custos humanos e
ambientais do desenvolvimento, mas isso não invalida que possam a vir ser feitas
revisões no seu método de cálculo que enriqueçam a sua capacidade informativa, no
entanto é necessário ter em conta que qualquer indicador é limitado, dependendo dos
objectivos para os quais é aproveitado.
< 9 Ê Ê Ê
= Ê
ÊÊ
Ê Ê Ê Ê
1. No longo prazo, o produto per capita (ou produtividade) cresce a uma taxa
positiva sem tendência para diminuir
5. Taxa de lucro
r=Ê =>Ê
Dos factos 3 e 4 conclui-se que a parte do capital no rendimento nacional é
constante, assim como a parte do trabalho é c conclui-se que também é
â â
constaste.
c c
-.!'(+$!'-.!")$!()!@"#)
Y = F (K, L)
Máximo output que pode ser obtido com determinado montante de inputs
disponíveis na economia, quando eles são combinados em certas proporções.
O modelo de Harrod-Domar trata de uma função de produção de proporções fixas
ou de factores complementares também designada função de produção de Leontief.
O modelo de Solow utiliza uma função de produção de proporções variáveis ou de
factores substituíveis.
No primeiro caso, utilizam-se combinações entre factores que obedeçam à
condição:
â [ c
Ü d
cc
c
ccccc
cccc c
cÊ ccc
c
cÊ cccc
cc c
Assim, o crescimento é constrangido ou pela quantidade de capital ou pela
quantidade de trabalho disponível na economia. Isto é, dada uma certa quantidade de
capital na economia apenas um determinado montante máximo de Y pode ser produzido,
mesmo que exista uma quantidade de trabalho mais elevada que aquela que é
indispensável para produzir aquele output. Ou inversamente, dada uma determinada
quantidade de mão-de-obra na economia, só um máximo Y pode ser produzido,
resultando da relação técnica (L/u), o que significa que pode haver capital não usado.
A interpretação a fazer do termo ´minµ da função de produção de Leontief é que Y
resulta do menor dos dois valores entre parêntesis.
Y = min { AK, BL} (função de produção que oferece rigidez na economia)
O factor de produção capital permite produzir um output igual YK = AK e o factor
de produção trabalho permite produzir YL = BL, todavia o que pode ser produzido na
economia é apenas o complementar de cada um dos factores de produção, por isso o
produto efectivo de Y = min { YK ; Y L }
A função de produção de coeficientes variáveis permite a substituição contínua
dos factores na produção do output, logo, um dado output nacional pode ser produzido
por uma grande variedade de combinações entre capital e trabalho.
<ÊÊ8
Os modelos de crescimento keynesianos consideram que um nível baixo da
poupança ou do investimento combinados com uma possibilidade limitada de substituição
entre factores (função de produção de coeficientes fixos) podem impedir a economia
de atingir uma taxa de crescimento suficientemente elevada para absorver o
crescimento da força de trabalho.
O crescimento económico depende de três factores fundamentais:
c c
ðDa taxa de poupança, determinada pelo comportamento das famílias de afectação
do seu rendimento entre consumo e poupança;
ðDo coeficiente capital/produto, que reflecte o comportamento de procura de
capital das empresas tendo em conta o output que pretendem produzir
ðDa taxa de depreciação do capital, resultado, em grande medida, da qualidade
dos investimentos feitos no passado.
Um acréscimo da taxa de poupança eleva a taxa de crescimento.
Uma elevada utilização do capital por unidade de output reduz o crescimento, pois
reduz a eficiência.
Um aumento da taxa de depreciação reduz o crescimento, já que diminui o
montante de poupança disponível para o novo capital.
Os pressupostos fundamentais do modelo são:
A poupança S é proporcional ao rendimento, S = sY, onde s é a propensão média e
marginal a poupar e o investimento tem um efeito multiplicador do rendimento (da
procura) por intermédio de 1/s.
A força de trabalho cresce à taxa constante exógena n = Ê (onde ¶L significa
ÎL/Îy, a variação instantânea de L em relação a um acréscimo infinitesimal no tempo, t)
O investimento cria uma (oferta de) capacidade produtiva potencial ou de pleno
emprego e a taxa anual de depreciação do stock de capital é >
Abstracção de existência de progresso técnico e de comércio externo
A função de produção é do tipo coeficientes fixos
Assim, Ê e para acréscimos suficientemente pequenos Ê
Ou seja, considerando a igualdade entre o coeficiente médio e marginal, o stock de
capital no período a dividir pelo acréscimo no output verificado é o coeficiente
capital/produto efectivo, v, que permite escrever I= v ·Y, onde I é o investimento
efectivo. Assim, v é um coeficiente de aceleração e sobretudo, um coeficiente técnico
capital/produto (médio ou marginal) definido pelas características da função de
produção.
O investimento deve incluir a depreciação do capital e I=S, assim
Ê =Ê +Ê =s ou Ê =s-Ê
Sendo a taxa de crescimento do produto g= Ê = Ê = Ê - > , em cada
período de tempo depende positivamente da taxa de poupança e da eficiência na
utilização do capital e negativamente da taxa de depreciação do capital.
c c
Ê c !c
ac
c
Ê
>c
c c
de ´Idade de Ouroµ com pleno emprego. Neste caso teríamos um crescimento de ('A
(7 quer dizer, uma trajectória de crescimento contínuo a uma taxa de constante
das diferentes variáveis (produto, capital, trabalho) e com um coeficiente
capital/produto constante.
Estas condições são particularmente difíceis de reunir simultaneamente porque s,v
e n são determinados de forma diferente. s está dependente das preferências e dos
comportamentos das empresas e famílias, n está associado a mecanismos demográficos
exógenos e v está dependente da tecnologia dominante na economia igualmente exógena.
Só por acaso a economia se encontra na trajectória de crescimento equilibrado com
pleno emprego e, no contexto do modelo, não existe nenhum mecanismo que o assegure
automaticamente. Isto significa que o crescimento é instável porque ele conduz, o mais
das vezes, à divergência entre a taxa de crescimento efectiva e a taxa de crescimento
garantida.
Assim, gv = gw = s
Se g> gw , a taxa de crescimento efectiva é maior que a taxa de crescimento
garantida, situação verificada quando há uma retoma de actividade económica, v< , o
coeficiente de capital efectivo é menor que o coeficiente de capital desejado, e isso
quer dizer que os empresários consideram o acréscimo do stock de capital
efectivamente verificado insuficiente dado o acréscimo verificado no output, isto é,
existe uma certa escassez de capital e este aumentou a sua eficiência. Por isso vão
investir ainda mais no período seguinte, o que provoca, por sua vez, uma procura
agregada ainda mais forte que a observada inicialmente, como consequência do efeito
multiplicador (do investimento). Isto contribui para acelerar a taxa de crescimento
efectiva e a conduzir para uma diferença ainda maior face à taxa de crescimento
garantida ² entra-se numa fase de *!2$(()#"( !)", #:!.
Se g< gw , a taxa de crescimento efectiva é menor que a taxa de crescimento
garantida, deverá ser v> , os empresários irão considerar que o acréscimo do stock de
capital verificado é excessivo face ao acréscimo do output e limitarão as suas intenções
de investimento no período seguinte, o que diminuirá a procura agregada por intermédio
do efeito multiplicador e fará com que o diferencial entre g e gw se torne ainda maior ²
inicia-se uma $()(**.!)", #:.
Em suma, a actividade económica é essencialmente instável, o crescimento faz-se
sob o ´fio da navalhaµ, e os desequilíbrios em vez de se corrigirem tendem a
aprofundar-se de forma cumulativa se não existir uma qualquer intervenção correctora
da política económica. Isto resulta de v e serem determinados por mecanismos
diferentes, e por isso, normalmente não coincidirem. Assim v é uma relação técnica que
está associada às características da função de produção e é utilizada no contexto da
igualdade I=S que se verifica sempre em cada período, mas é um parâmetro
comportamental que reflecte a atitude dos empresários em termos de procura de
investimento e depende do acréscimo do output verificado e da rentabilidade esperada.
Das diferenças entre g e gw nasce a instabilidade de curto prazo, enquanto que a
não coincidência entre gw e n motiva a instabilidade de longo prazo. Se n< gw os
empresários estarão sistematicamente insatisfeitos, porque desejam um ritmo de
crescimento do investimento que não é sustentável pela taxa de crescimento da força
de trabalho. Como no longo prazo n é a taxa de crescimento máxima possível teremos
c "c
que g< gw e, portanto, a divergência cumulativa entre estas duas taxas de crescimento
acabará por fazer com que g<n. a economia está numa situação de estagnação crónica
traduzida em g<n< gw.
Se n> gw a taxa de crescimento efectiva pode ser maior ou menos que a taxa de
crescimento garantida (e assim somos reconduzidos aos desequilíbrios de curto prazo já
estudados, ainda que Harrod esteja convencido que a situação mais provável seja n>g>
gw. E então, a taxa de crescimento efectiva vai aumentar mas sem poder ultrapassar o
tecto imposto por n, o que deverá originar um crescimento longo com tendência para o
pleno emprego. Esta poderia ser uma interpretação possível do tipo de crescimento
verificado no pós guerra na Europa e no Japão até aos anos 70.
Se, por ventura, existem poucos empresários com capacidade para aproveitar as
oportunidades de investimento, como é o caso dos países menos desenvolvidos, pode
acontecer que n > gw > g, ou seja, se crie uma depressão crónica com forte desemprego,
resultante da taxa de crescimento efectiva se situar sistematicamente abaixo da taxa
de crescimento garantida e esta, por sua vez, nunca ser capaz de atingir um nível
compatível com o pleno emprego.
Por outro lado, o modelo de Harrod-Domar pode ser utilizado para o planeamento
nos países menos desenvolvidos. A partir do momento em que uma economia tenha
definido uma dada taxa de crescimento objectivo (desejável) podem-se determinar os
recursos necessários em investimento para atingir essa taxa de crescimento, se houver
alguma forma de determinar o valor do coeficiente de capital.
´ Ê >0 , c
c ´ Ê >0 c
Significa que o acréscimo de qualquer um dos inputs faz aumentar o output, porém,
dada a lei dos rendimentos decrescentes, a produtividade marginal de um factor
decresce à medida que a quantidade empregue desse factor aumenta, mantendo a
quantidade empregue do(s) outro(s) factore(s) constante.
c c
´ A propriedade de o produto marginal do capital (ou do trabalho) tender para o
infinito à medida que o capital (trabalho) se aproxima de zero e tender para zero à
medida que o capital (trabalho) se aproxima de infinito:
cÊ =× lim Ê =0
Kc0 Lc0c
cÊ =0 lim Ê =0
Kc×c Lc×c
Por cumprir estas chamadas ñ #-B( a função de produção diz-se
neoclássica e, em particular, a sua propriedade dos rendimentos constantes à escala
permite reescrevê-la na forma intensiva
;K = I - >K
5 A taxa de população activa cresce à taxa exógena
n=Ê
Este modelo também se abstrai das condições que o poderiam fazer variar no
decorrer do tempo: as mudanças no crescimento populacional (ele próprio determinado
pelo comportamento da fertilidade, mortalidade e migração), a alteração na taxa de
actividade e na duração média da jornada de trabalho, isto é, n é constante.
c c
Se a função de produção exibe rendimentos constantes à escala e admitindo que o
output e o capital crescem à mesma taxa (regularidade empírica que constitui um dos
´factos estilizadosµ do crescimento registada por Kuznets e Kaldor), eles devem
crescer à mesma taxa que a população ou força de trabalho. Como o crescimento
populacional é fundamentalmente um fenómeno demográfico e exógeno do ponto de
vista económico (e abstraindo do progresso técnico), o crescimento económico é
igualmente determinado de forma exógena.
O objectivo é encontrar a solução de equilíbrio caracterizada pelo facto de todas
as variáveis crescerem à mesma taxa, equilíbrio esse designado por regime de equilíbrio
a taxa constante ou steady state.
Ê = Ê - Ê ,ou ainda
c
;k = Ê Ê - Ê Ê
c
;k =Ê - nk
;k = s.f(k) ² (n+>)k
c c
Gc
#>·c
#·c
ccÊ c &c
'(cc
$#·c
c )
c
Ê c
%c Ê c
#"·c
c c
O capital por trabalhador cresce à taxa zero. O crescimento do produto por
trabalhador vem determinado por este resultado, logo
c
Ê = Ê Ê = Ê Ê Ê = Ê Ê e, quando k = k*
=> ;k = 0 teremos
Ê =Ê Ê =0
<<#C"#)'(
$*#-.!
da equação dinâmica fundamental ;k = s.f(k) ² (n+ >)k podemos chegar a uma expressão
mais apropriada para tirar conclusões dinâmicas. Dividindo ambos os membros por k
Ê = s. Ê - (n + >) , ou ainda
Ê =Ê -n
Esta expressão mostra que a taxa de crescimento do capital por trabalhador deve
ser suficiente para fazer crescer o capital e para equipar os novos trabalhadores
entretanto surgidos no mercado de trabalho tendo em conta a depreciação do capital. A
taxa de crescimento de k iguala a diferença entre sf(k)/k e (n + >) e o comportamento
do primeiro termo pode ser representado graficamente por uma curva descendente da
esquerda para a direita que se aproxima de zero quando k tende para infinito, e que se
aproxima de infinito quando k tende para zero. A derivada de Ê em ordem a k vem
c c
dada por - Ê e, como o numerador é a produtividade marginal do trabalho e
esta é positiva, o quociente tem um valor negativo que confirma a inclinação negativa da
curva sf(k)/k. o segundo termo é uma recta horizontal e a distância vertical entre esta
e aquela curva traduz a taxa de crescimento do capital por trabalhador da equação. A
intersecção entre elas determina k*.
*+cc
c
,c c
Ê
s. >0c
Ê Transição para steady state no
c1
>c modelo de Solow
(n + >)1 =(n + >)2 c Ê s. Ê c
s. Ê 2c <0c
c
c %c c c
c
A curva s.f(k)/k tem um ramo à esquerda de k* e acima da recta (n+>), o que
significa que a taxa de crescimento de k é positiva e k cresce ao longo do tempo. À
medida que k aumenta a sua taxa de crescimento diminui e aproxima-se de zero quando
k tende para k*. de forma idêntica, se a economia se encontra numa situação em que
k>k* a taxa de crescimento de k será negativa e k irá diminuindo, fazendo com que a
sua taxa de crescimento tenda para zero à medida que k se aproxima de k*. Isto
significa que k* é uma solução de equilíbrio estável e que existe uma trajectória de
crescimento equilibrado estável, porque se a economia se desviar dessa trajectória
existem mecanismos capazes de a reconduzir àquela marcha inicial.
O que motiva este comportamento de ajustamento permanente em torno de uma
solução de equilíbrio, caracterizada pelo crescimento contínuo à taxa constante, é a
flexibilidade do coeficiente k e são os rendimentos decrescentes do capital: quando k
é relativamente baixo o produto médio do capital Ê é relativamente elevado, o
que faz com que s. Ê também seja relativamente alto e, consequentemente, isso
traz consigo um Ê relativamente elevado também. À medida que k vai
aumentando os efeitos dos rendimentos decrescentes vão-se fazendo sentir até
Ê atingir o valor zero. Pode-se argumentar de forma simétrica para as situações
em que k é relativamente alto originando uma taxa de crescimento do capital por
trabalhador negativa.
<G, ($-B(*
&'(
!+-!
&'( $(*)#"( !'
!+,-.!
c c
para originar um aumento em k. à medida que isto vai acontecendo a taxa de
crescimento de k vai aproximando-se de zero, uma vez que k tende para k2*. Um
acréscimo permanente na taxa de poupança origina, transitoriamente, taxas de
crescimento positivas do produto e do capital por trabalhador, mas, no longo prazo,
apesar dos níveis de y e k serem agora mais altos que inicialmente, as suas taxas de
crescimento tornam a ser zero.
A resposta ao que acontece quando uma economia que se situa em equilíbrio de
longo prazo sobre um ´choqueµ traduzido pelo aumento da taxa de poupança é
facilmente observado no diagrama de Solow. A economia começa por ter um produto
per capita de steady state y1 e após o processo de ajustamento, atinge um novo steady
state com um produto per capita mais elevado, igual a y1.
#>·c
Gc
G %c
G %c #·c
A estática
comparativa do
#·c aumento da taxa de
poupança
#·c
c
c
%c %c
c
Considerações de natureza idêntica podem ser feitas em relação a uma
diminuição da taxa de crescimento da população ou da depreciação do capital.
Graficamente, corresponde a uma descida da linha (n+>) fazendo com que o
investimento por trabalhador se tornasse mais que suficiente para manter o capital
por trabalhador constante e, portanto, o capital por trabalhador cresceria até se
encontrar um novo equilíbrio com k* mais elevado. no gráfico anterior ocorre uma
rotação de (n+>)k para a direita em torno da origem e a obtenção de um capital por
trabalhador e um produto por trabalhador mais elevado.
A margem de intervenção do Estado e da política económica é reduzida, pois os
ajustamentos fazem-se de forma automática pelo simples jogo das forças de mercado
no decorrer da dinâmica de transição e porque não existem possibilidades de
influenciar a taxa de crescimento do produto por trabalhador no longo prazo, pois ela
tende invariavelmente para zero. O modelo admite que essa trajectória de
crescimento equilibrado se faz com pleno emprego, o que é consequência directa da
flexibilidade tecnológica e dos coeficientes técnicos a ela associados.
Assim o desemprego verificado nas economias seria culpa da sua inflexibilidade
para proceder aos ajustamentos necessários, e não falha do modelo.
c c
Em suma, as alterações de política aumentam (ou diminuem) temporariamente as
taxas de crescimento na transição para o novo steady state, mas não produzem
efeitos sobre a taxa de crescimento de longo prazo, no entanto, as alterações de
política desencadeiam efeitos sobre o nível das variáveis.
<H
Ê
I Ê
<HH
$!J$(**!
K)#)!(!!'(,!'( $(*)#"( !(!),0**#)!
c c
capital/produto. Na realidade, um dos factos estilizados do crescimento é o
coeficiente capital/produto constante em períodos longos.
Dadas as características da função de produção com progresso técnico al bour-
augmenting e trabalhando com ´unidades de trabalho eficienteµ L.A(t) = L e k =
Ê , a equação Ê = s.f(k) ² (n+>)k pode reescrever-se por intermédio de uma
c
Ê =Ê -Ê
c
s.f( k *) = (n + m + >) k *
c c
F(~ K,~L) = A~ ÊKÊ~1-ÊL1-Ê = ~AKÊL1-Ê = ~ F(K,L)
O output vem multiplicado por aquela mesma constante, como é exigido para
haver rendimentos constantes à escala.
Ê = ÊAKÊ-1L1-Ê > 0 ; Ê = (1-Ê)AKÊL-Ê > 0
Î Î
# ·
c" # ·
c"
Î Î
Kc×c Lc×c
Adoptando agora progresso técnico labour-augmenting, o factor trabalho na sua
versão de ´unidades de eficiênciaµ ou ´unidades efectivas de trabalhoµ A(t)L(t), a
função de produção de produção de Cobb-Douglas pode ser reescrita na forma
ou ainda, k *= Ê Ê Ê/(1-Ê)
y * = Ê Ê Ê/(1-Ê)
c "c
O mesmo raciocínio pode ser feito para a taxa de depreciação do capital. A taxa
de depreciação exógena > afectará o capital por trabalhador e o produto por
trabalhador de steady state como a taxa de crescimento da população e a taxa de
crescimento do progresso técnico ² o investimento por trabalhador terá de ser
suficiente para compensar o desgaste do actual stock de capital.
<<
Ê
Ê Ê Ê
c c
Ö
Ê = + ÊÊ + (1 - Ê) Ê
O crescimento da Produtividade Total dos Factores é a parcela do crescimento
do output que não pode ser explicada pelo crescimento dos inputs e, porque não pode
ser avaliada directamente é normalmente medida de forma residual, isto é, é o
crescimento do output que se obtém depois de deduzir as determinantes do
Ö
crescimento que podem ser medidas directamente. Assim é designado resíduo e é
visto como uma medida do nosso desconhecimento em relação à possibilidade de fazer
uma estimação exaustiva das fontes do crescimento, porque este terceiro termo pode
traduzir alterações muito diversas: conhecimentos adicionais acerca dos métodos de
produção, melhorias na qualificação do factor trabalho, melhor desempenho do capital
resultante do aproveitamento de novas infra-estruturas.
Deste modo a equação anterior expressa o carácter residual do progresso
técnico.
<<2!$'J("Ê"+F$#)
c c
já um elevado nível. Não é a acumulação de capital que gera aumentos significativos de
produtividade, mas sim o progresso técnico por intermédio de novos equipamentos
produtivos e da acumulação de capital humano.
O termo resíduo foi depois preterido por alguns em favor da expressão
Produtividade Total dos Factores, por esta dever incluir melhorias no nível de
conhecimentos, aproveitamento de economias de escala, afectação de recursos mais
eficiente, redução na idade média do capital, encurtamento do tempo para a aplicação
produtiva dos novos conhecimentos, melhorias na organização, melhorias na educação,
na qualificação e na saúde, learning by doing. Assim não é apenas uma mudança de
terminologia, exprimindo a insatisfação quanto à prática corrente que consiste em
conferir a um resíduo estatístico o estatuto de motor do crescimento dos países
desenvolvidos. No entanto a contabilidade das fontes do crescimento económico
torna-se mais complexa, porque é a articulação entre o crescimento dos inputs e as
transformações qualitativas que eles incorporam ou aproveitam que gera a
performance das economias.
Esta insatisfação resulta na tentativa de explicar todo o crescimento com o
crescimento dos inputs, assim decompondo o factor capital e contando com os inputs
capital físico, capital humano e trabalho, o crescimento da Produtividade Total dos
Factores vem muito reduzida, o que significa que o crescimento dos inputs permite
explicar a maior parte do crescimento global.
A avaliação do crescimento do trabalho na equação
Ö
ccÊ - Ê Ê - (1 - Ê) Ê
Deve ser feita com base na população activa e não na população total. Se se
utilizar a população total isso reduz a parcela do crescimento atribuída ao crescimento
do factor trabalho, porque a população activa cresceu mais rapidamente que a
população total neste período.
Por outro lado, não basta ter em conta o crescimento das taxas de actividade no
conjunto da economia para estimar o crescimento da Produtividade Total dos
Factores. Finalmente, ter em conta a cumulação de capital humano significa que uma
força de trabalho com um nível mais elevado de qualificação e de formação é
equivalente a mais factor trabalho não qualificado.
G ÊL 7 ÊL Ê
Ê Ê
ÊMÊ
c c
no longo prazo, designa-se convergência e traduz-se no fenómeno da recuperação ou
catch up.
Ê = s. Ê - (n + >)
Diz respeito à tendência para que as economias com menores valores iniciais de k
cresçam mais rapidamente em termos per capita, o que levanta a hipótese implícita no
modelo de crescimento neoclássico para uma convergência entre economias com níveis
de desenvolvimento diferentes.
Como a derivada de Ê em ordem a k é negativa, conclui-se que as economias
menos desenvolvidas (isto é, com menores valores iniciais de k e de y) têm taxas de
crescimento de k (logo y) mais elevadas, desde que se considerem valores idênticos
para os parâmetros s, n e >.
Graficamente a distinção entre as diferentes economias revela-se pela distância
dos valores iniciais de k em relação a k*, ou seja, quanto mais afastada à esquerda
estiver k1 em relação a k* maior é a distância entre as curvas s. Ê e (n + >) e
maior será a taxa de crescimento de k e y. se não existirem diferenças nos
parâmetros s, n e > entre as diferentes economias os valores de k* e y* são iguais para
todas elas.
A hipótese de todas as economias menos desenvolvidas crescerem mais
rapidamente que as mais desenvolvidas, e portanto, de se tender no longo prazo para
igualar as taxas de crescimento e o nível de produto per capita, considerando
igualdade entre os parâmetros estruturais, é a chamada )!:($JN)#2*!, .
Esta hipótese não se confirma nos estudos empíricos feitos por alguns
economistas quando eles utilizam amostras que envolvem um grande número de países
com níveis de desenvolvimento muito diferentes. No entanto, examinando grupos mais
homogéneos de economias, em relação aos quais seja mais aceitável o pressuposto de
valores idênticos para os parâmetros s, n e >, as conclusões alteram-se permitindo
aceitar uma versão limitada da hipótese de convergência.
Mankiw (1992) tentou demonstrar que o objectivo fundamental do modelo de
Solow é realçar a influência dos parâmetros s, n e > sobre os níveis de produto por
trabalhador e capital por trabalhador de equilíbrio (y* e k*). Assim, da equação
Ê = s. Ê - (n + >) , retira-se, fazendo Ê =0, e resolvendo em ordem a k*
K* = Ê , que quanto mais elevada for a taxa de poupança mais rico poderá
ser um país, e quanto mais elevada for a taxa de crescimento da população ou a taxa
de depreciação do capital, mais pobre ele deverá ser. Assim cada país tem o seu
steady state, isto é, tendo em conta as diferenças nos parâmetros estruturais entre
países, níveis mais baixos de stock de capital per capita e de produto per capita geram
taxas de crescimento mais elevadas.
c c
Isto significa que se os países 1 e 2 têm diferentes valores iniciais de stock de
capital por trabalhador e têm diferentes valores dos parâmetros estruturais, então
k1*} k2* e y1*} y2*.
Taxa de
acumulação s1 Ê c
s2 Ê c
Depreciação
média
(n + >)c
k2c k2 %c k1c k1 %c c
c c
encontrar a taxa de crescimento de k e de y não são apenas os diferentes níveis de
desenvolvimento das economias, mas a posição corrente de cada uma delas face ao seu
steady state.
Esta noção de convergência deixa em aberto a necessidade de encontrar um
explicação para outras hipóteses: a de persistentemente se verificarem taxas de
crescimento significativamente mais altas em certos países e regiões mais
desenvolvidas do mundo, o que aponta para a divergência entre níveis de
desenvolvimento muito distintos. Para Abramowitz (1986) existe a possibilidade de os
países menos desenvolvidos crescerem mais rapidamente que os desenvolvidos
(leaders) por poderem funcionar como seguidores (followers), aproveitando, imitando
ou aplicando o conjunto de métodos de produção e de organização industrial e
comercial dominantes. Deste modo, as taxas de crescimento de produtividade em
períodos longos deverão estar inversamente correlacionadas com os níveis de
desenvolvimento.
Num país líder cada nova unidade de capital investida vem substituir uma outra
que já se situava na fronteira tecnológica, o que é equivalente a dizer que a idade
tecnológica do stock de capital é igual à sua idade cronológica; num pais seguidor o
novo capital incorpora a fronteira tecnológica e substitui um outro que estava
obsoleto. Portanto, quanto maior for o gap tecnológico e de produtividade entre líder e
seguidores maior será o potencial de crescimento da produtividade e de recuperação
dos seguidores.
Para que isto aconteça é necessário que os países menos desenvolvidos tenham
´capacidade socialµ para absorver aqueles novos métodos de produção e organização.
Por outro lado a extensão do catch up depende também da ´congruência tecnológicaµ ²
grau de proximidade de um país em relação ao líder tecnológico. O progresso
tecnológico depende das características do país líder, e os países menos avançados que
querem adoptar as tecnologias de ponta têm de construir algumas dessas
características. Quando isto não acontece eles ficam irremediavelmente para trás
(falling behind) e o gap tecnológico em vez de se atenuar, aprofunda-se ainda mais. Em
Abramowitz é a combinação do gap tecnológico, da ´capacidade socialµ de absorção e
da ´congruência tecnológicaµ que definem o potencial de crescimento da produtividade
e de catch up de um país. A investigação empírica parece confirmar esta hipótese.
Esta não é a única questão que o modelo neoclássico deixa em aberto. Existe
também a incapacidade do modelo para fornecer recomendações de política de
desenvolvimento, uma vez que a trajectória de crescimento equilibrado conduz sempre
a economia a crescer à taxa zero (ou à taxa de crescimento do progresso técnico
exógeno, se for considerado no modelo). Isto significa que são os automatismos do
funcionamento do mercado que determinam o equilíbrio e a margem de manobra para a
política económica é muito reduzida.
Outro aspecto tem a ver com a natureza exógena dos parâmetros fundamentais
s, n, >, e sobretudo, o carácter exógeno do progresso técnico. Este tem uma
importância decisiva para assegurar a compatibilidade do pressuposto de rendimentos
marginais decrescentes do capital com a manutenção do crescimento duradouro nos
países desenvolvidos. Mas como ele é exógeno, acaba por ser tratado como um
acontecimento exterior ao sistema económico, o que nos torna incapazes de conhecer
c c
as suas regras de comportamento e incapazes de definir políticas de desenvolvimento
no domínio da I&D e da inovação.
Os modelos de crescimento endógeno tentam fornecer algumas respostas a estas
questões de políticas de desenvolvimento e, por isso, eles serão introduzidos a seguir.
G Ê Ê
ÊMÊ Ê
Ê
Ê ÊÊ
G!'(,!O
Y = AK
Ê = sA - (n + >)
c c
progresso técnico igual a zero, o que não acontecia no modelo neoclássico. Tudo
depende da comparação entre os parâmetros s e (n + >) e o nível da tecnologia A.
Taxa de
acumulação
Depreciação
média
-c
Ê >0c
(n + >)c
c
c c
os rendimentos constantes da acumulação de capital fazem com que Ê=1, o produto
marginal de cada unidade de capital é sempre igual a A.
Em suma, a taxa de crescimento é uma função crescente da taxa de investimento
e as políticas do governo que possam fazer crescer a taxa de investimento podem
fazer crescer, permanentemente, a economia mais rapidamente. sy é uma curva, o
steady state ocorre quando sy = (n + >)k e Ê<1 é uma medida do grau da curvatura de
sy: se Ê for muito pequeno sy intersecta (n + >)k num valor baixo de k*. pelo
contrários, quanto maior for Ê mais distante se encontra k0 de k* e mais longa será a
transição para o steady state. O caso Ê =1 é o caso limite em que a transição dinâmica
nunca termina.
O modelo não prevê nenhum tipo de convergência, uma vez que o ritmo de
crescimento das variáveis por trabalhador depende dos valores dos parâmetros
assinalados, mas mesmo se s, A e n forme iguais entre várias economias estas não
convergem se partirem de valores iniciais diferentes de k, y e c, uma vez que crescem
todas à mesma taxa. Daqui o carácter endógeno do modelo AK ² não é preciso assumir
uma qualquer taxa de crescimento exógena para determinar a taxa de crescimento do
produto por trabalhador da economia ² ele gera o crescimento endogenamente.
Não há convergência absoluta, no modelo AK, porque economias com as mesmas
características estruturais não tendem para níveis de rendimento per capita, ainda
que cresçam ao mesmo ritmo. Mantêm constantes as diferenças que se verificavam no
início.
Se as economias diferirem em relação aos parâmetros estruturais só poderá
haver convergência se as menos desenvolvidas apresentarem, sistematicamente,
valores de s e A mais elevados (ou valores n ou > mais baixos) que os das economias
mais desenvolvidas.
Como a taxa de poupança da economia 2 é mais alta que a da economia 1, ela vai
atingir uma taxa de crescimento de equilíbrio mais levada e, pode mesmo ultrapassar o
nível de rendimento per capita da economia inicialmente mais desenvolvida.
P
ÊL Ê Ê
c c
acomodar a força de trabalho que abandona o sector tradicional. Esta, estimulada por
um diferencial de salários e por expectativas optimistas transfere o subemprego para
o subemprego e a economia informal urbanas.
~ 'c
~ c
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cc0c
c
~ c
~ 'c
c
c -c c
c
Como existe excedente de trabalho, o emprego pode abarcar uma quantidade de
trabalhadores igual ou maior que OLA, o que conduz a um produto marginal nulo ou
c "c
mesmo negativo. Por comodidade considerasse que o produto marginal do trabalho é
igual a zero para um volume de emprego maior ou igual a OLA.
Os trabalhadores recebem a remuneração r, o equivalente ao produto médio
quando o emprego é de LA trabalhadores. Se a remuneração não fosse determinada por
mecanismos institucionais a taxa de salário r estaria associada a um nível de emprego
menor ou igual a OLO.
Se o sector industrial moderno praticar um salário w acima de r, deverá
empregar LI1 trabalhadores que tentarão ingressar num novo emprego. O produto total
industrial será igual à área OM1T1LI1 e será dividido entre trabalhadores e capitalistas,
respectivamente, Ow1T1LI1 e w1M1T1. Se uma parte ou a totalidade dos lucros for
reinvestida haverá novo capital físico e tecnologias mais evoluídas vão permitir
aumentar a produtividade do trabalho. A curva do produto marginal do trabalho será
PMgL2 e a taxa de salário industrial matem-se sobredeterminada pelo salário
institucional e, assim, o volume de emprego LI2 permite uma acumulação de lucros maior
que antes. O reinvestimento dos lucros vai acelerar o crescimento económico e por
conduzir ao esgotamento do excedente de mão-de-obra preexistente.
~ 'c
~ ' c
.c
c
cc
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c cc
0c
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*c
0c
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c
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c c
salário institucional, o que ocorre quando o emprego industrial é OLI2 ou, o que é
equivalente, quando OLI2 trabalhadores tiverem abandonado o sector agrícola.
A economia deixa de ser dualista ² no sentido de ter dois sectores de actividade
justapostos, tradicional e moderno, de características distintas no modo como se
organizam ou procedem à afectação de recursos e sem relação aparente um com o
outro - e passa a ser unicamente moderna e capitalista. Deixa de existir um sector de
actividade em que há desemprego oculto, isto é, em que o produto marginal do trabalho
é inferior ao salário institucional, e entra-se no commercialization point. Agricultura e
indústria têm de competir entre si, justificando-se assim a tendência ascendente dos
salários nesta última fase.
P $F #)!!'(,!
P Ê Ê
7Ê ÊÊ
Ê
P1#+@ (*('(O;( *
c c
tendência das rendas no rendimento nacional para crescer, o que faz com que o
rendimento dos proprietários de qualquer activo cresça mais rapidamente que o
rendimento do trabalho. A distribuição pessoal do rendimento tende a ser mais
desigual no sector industrial e nas zonas urbanas do que nas rurais.
A prova empírica da hipótese de Kuznets continua por fazer, mas os resultados
obtidos permitem concluir que não há nenhuma tendência sistemática para que a
desigualdade aumente nos primeiros estádios do desenvolvimento - tudo depende do
modelo de desenvolvimento adoptada (tipo de reforma agrária, substituição de
importações ou promoção de exportações, grau de abertura, prioridades«), que as
características iniciais de cada país quanto ao grau de desigualdade são a
determinante mais significativa da evolução dessa mesma desigualdade ao longo do
tempo.
Em suma, esta hipótese confirma-se nos estudo com dados de tipo cross section
que permitem comparar países desenvolvidos e não desenvolvidos num determinado
momento de tempo e com dados que permitem comparações temporais nos actuais
países desenvolvidos europeus. No entanto não se confirma quando se fazem
comparações temporais nos países menos desenvolvidos, o que permite o consenso de
que muito depende da distribuição inicial de alguns activos físicos e humanos, do grau
de abertura e do tipo de comércio externo e do grau de prioridade que é atribuído ao
objectivo equidade.
c c
PH,1($(*(+!2$(;
Os salários das mulheres são consideravelmente mais baixos que os dos homens
para o mesmo de tarefas e elas são discriminadas no acesso aos empregos do sector
formal privado ou público, sendo remetidas para actividades de mais baixa
produtividade. Geralmente existe ainda legislação que impede as mulheres de, por
exemplo, acederem a um crédito ou serem proprietárias de qualquer bem.
As famílias mais pobres muitas vezes praticam uma discriminação em relação às
mulheres no que toca à alimentação, cuidados médicos, educação, etc, o que conduz a
um coeficiente de mulheres por homem muito baixo.
No entanto, o esteio da actividade económica e social tradicional dos países
menos desenvolvidos é o trabalho não pago das mulheres na agricultura de
subsistência, na educação dos filhos e nas tarefas de casa.
P<,!2,#;-.!7'(*#J,''(*(+!2$(;
Nas últimas duas décadas assistiu-se a um movimento sem precedentes de
integração das diferentes economias à escala mundial. A intensidade e a extensão dos
movimentos migratórios, dos fluxos de capitais, de comunicação de ideias, do
abaixamento dos custos de transporte e da redução das barreiras do comércio nunca
foram tão elevados. Mas este processo tem tido efeitos contraditórios sobre o ritmo
de crescimento, as desigualdades e a pobreza nas diversas partes do mundo.
É possível verificar que a desigualdade difere bastante entre as várias partes do
mundo e que a hierarquia da evolução da desigualdade nas diferentes partes do mundo
se tem mantido relativamente estável ao longo do tempo.
Para analisar a evolução das desigualdades, tem-se em conta dois níveis de
análise: desigualdades dentro de cada país, (within-country inequality) e as
desigualdades entre países (across-country or between-country inequalities). Quanto
às primeiras a referência mais citada na literatura recente é o Relatório de
Desenvolvimento Humano de 1999,que permite concluir que a desigualdade dentro de
cada país aumentou durante as décadas de 80 e 90. No que respeita às segundas, os
resultados apontem em sentidos diversos, consoante as variáveis consideradas e o
método de cálculo.
A diferença de abordagem entre os níveis de desigualdade nível metodológico
impede ainda que se tiram conclusões a nível global de desigualdade, isto é, no entanto
parece claro que quando os países mais populosos passam a ter um peso mais elevado
que os países de menor dimensão na contabilidade mundial das desigualdades o efeito
convergência sobrepõe-se ao efeito desigualdade.
No que diz respeito ao número de pobres à escala mundial, e tendo em conta o
Relatório de Desenvolvimento Mundial de 2000, desde 1980 parou de crescer ou terá
mesmo diminuído em cerca de 200 milhões. Para este resultado ter á contribuído
decisivamente o rápido crescimento económico da China e da Índia, que induziu a
ultrapassagem do limiar de pobreza de muitos milhões de seres humanos.
c c
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PH
OÊ
Ê Ê
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c c
substancial da produtividade agrícola, uma modificação da repartição do rendimento a
favor de lucros, criação de infra-estruturas fundamentais por parte do Estado,
transformações institucionais e culturais.
O que caracteriza o take-off é:
5c A elevação da taxa de investimento líquida para mais de 10%
25c Surgimento de sectores motores do crescimento, cresce a uma taxa superior
à média, arrastam sectores de crescimento complementar e os sectores de
crescimento secundário próximos do crescimento médio da economia e a
criação de instituições capazes de sustentar o crescimento.
As últimas duas etapas consagram a passagem para os estádios maia avançados
de desenvolvimento, caracterizados pelo surgimento de novos sectores motores,
pela generalização da difusão das tecnologias modernas para obter o mais
eficiente aproveitamento possível dos recursos produtivos e tornar o take-off
irreversível e favorecimento da expansão do consumo e do bem estar.
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c c
equilíbrio intermédio poderá ser obtido traduzido num salário rural em torno de rA e
um volume de emprego igual a LA> L A no sector agrícola, sem alterações no salário e no
emprego do sector formal urbano e com determinado montante de desemprego.
0c c
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c c
estrangeiro -, e as actividades do sector informal ² baseadas em muito pequenas
unidades produtivas e de serviços, de tipo familiar com tecnologias de trabalho -
intensivas, localizadas em indústrias onde a entrada é fácil e a força de trabalho
empregue é pouco qualificada e de baixa produtividade, sem acesso ao sector formal
financeiro para obter crédito, onde os trabalhadores não dispõe de nenhum regime de
protecção social e toda a família tem de trabalhar muitas horas o ano inteiro de forma
a multiplicar os rendimentos.
Não é possível separar as vantagens que o sector formal moderno retira do
sector agrícola tradicional, no que e respeita à poupança inicial constituída pela oferta
de mão-de-obra a uma taxa de salário constante, também não é possível esquecer que
o sector informal fornece ao sector inputs e bens de consumo corrente a baixos
preços e que o sector informal também depende do mercado constituído pale procura
dos trabalhadores e das empresas do sector moderno. Assim a estrutura económica e
social dos países menos desenvolvidos é particularmente complexa, porque resulta do
cruzamento de actividades com lógicas de funcionamento aparentemente opostas, mas
ligadas e interessadas em manter o equilíbrio existente.
Uma parte substancial do sector informal é ocupada por mulheres, pelo que estas
são grande parte dos pobres e subalimentados, com menor acesso à educação, aos
cuidados médicos, à água potável e ao saneamento básico. Sendo ainda discriminadas
nos meios existentes para ultrapassar o subdesenvolvimento.
Outra consequência da rápida transferência de força de trabalho para as zonas
urbanas é a criação de fortes taxas de desemprego e de subemprego para aqueles que
não conseguem obter ocupação nos sectores formal e informal urbanos. Assim o
desemprego oculto e o desemprego das zonas rurais pode, em certas circunstâncias,
simplesmente transferir-se para as zonas urbanas como resposta ao estímulo e às
expectativas geradas pela criação de algumas oportunidades de emprego nas cidades.
Esta é uma dificuldade não considerada pelo modelo de Lewis, que não aponta medidas
para evitar uma saída massiva das zonas rurais.
Para ultrapassar esta limitação o modelo de Todaro considera três sectores -
formal urbano, informal urbano e agrícola. Deste modo os trabalhadores migrantes que
não encontrem emprego no sector formal podem entrar no sector informal, onde as
barreiras à entrada são mínimas e a remuneração é baixa.
Todas as conclusões que tirámos para o modelo com desemprego urbano podem
ser transferidas para este modelo substituindo esse desemprego urbano pelo sector
informal.
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c c c
c
c c Êc
ÊÊ
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R)$(*)#"( !+!+,)#!,
R*)!"+!( (*'!)$(*)#"( !+!+,)#!,
c "c
A emigração líquida (diferença entre imigração e
emigração)
Ao fim de um determinado período de tempo, a população de uma área
geográfica é igual à população inicial, mais os nascimentos e a emigração líquida,
menos as mortes. Para que a população cresça é necessário que a soma dos
nascimentos com a imigração seja maior que a soma das mortes com a emigração.
Em termos de taxas de crescimento:
5 5
$
As taxas natalidade são mais elevados nos países menos desenvolvidos e têm
tendência para baixar em todo o mundo. As taxas de mortalidade são mais difíceis
de comparar, porque a sua relação com o nível de desenvolvimento é menos
evidente, mas a tendência mundial é também para a diminuição.
R $*#-.!'("!J$0%#)
c c
c S%*(= inicia-se a transição demográfica; as taxas de mortalidade
começam a diminuir antecipando um movimento no mesmo sentido nas taxas
de natalidade que se realizara um pouco mais tarde
c HS%*(= fase moderna; as taxas de natalidade e mortalidade baixam
e atingem valores idênticos, a esperança de vida à nascença aumenta e a
população envelhece.
*26c
*2 c
% >
Daqui é perfeitamente claro que a taxa de crescimento da população tem um
efeito negativo sobre a taxa de crescimento do rendimento per capita.
c c
y
f(k)
(n(k)+>)k
s*f(k)
k1 * k2 * k
Para valores de k menores que k1* a economia cresce, isto é, o capital por
trabalhador e o produto por trabalhador aumentam porque s*f(k) > (n(k)+>)k e
m
u ] " ate se atingir o ponto de equilíbrio estável quando k = k1*. Quando se atinge
este limiar de desenvolvimento, a economia crescerá uma taxa constante de
equilíbrio de baixo rendimento per capita, porque os valores k1* < k < k2* a população
cresce a um ritmo mais elevado que o investimento por trabalhador (s*f(k) <
(n(k)+>)k) e consequentemente, o capital por trabalhador tem tendência a diminuir
m
( u c " ).
Este modelo considera que o crescimento do rendimento se faz acompanhar
do um crescimento da população mais rápido se aquele estiver perto do salário de
subsistência, ou seja, qualquer esforço de desenvolvimento será neutralizado pelo
efeito conjugado da diminuição da mortalidade e do aumento da fertilidade. Isto
trata-se de uma ´armadilhaµ que condena os países de mais baixos rendimentos à
sua condição de países pobres, a não ser que se consiga fazer o ´big pushµ que
m
transporte a economia para valores k > k2* onde u ] " e se inicia uma era de
crescimento sem restrições.
Por outro lado, uma população que cresce rapidamente vai criar uma grande
pressão sobre o mercado de trabalho, porque os trabalhadores que pretendem
ocupar o seu primeiro posto de trabalho são em maior número do que aqueles que
se pretendem retirar para a reforma.
c c
mais elevadas as probabilidades de surgirem novas ideias que beneficiem a
comunidade nacional.
Em qualquer dos casos, as taxas de crescimento populacional elevadas não
podem ser encaradas como o principal impedimento do desenvolvimento, porque
estão em causa um conjunto de interacções que podem ser mais ou menos
facilmente desencadeadas pela política económica e social. No longo prazo, os
eventuais efeitos negativos podem ser atenuados não só pela política
desenvolvimento, mas também pelos ajustamentos que as próprias famílias vão
operando.
c c
1c
4"c 4 c
~8c 4 8c
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1 1"c
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1 8c
7"c 7 c
~c 7 8c ~8c 7c
Mas, há medida que a economia se desenvolve e o rendimento por habitante
aumenta, a procura de filhos diminui, principalmente devido:
tc A elevação do nível médio de educação das mulheres leva-as a adiar a
decisão de ter filhos e a tirar partido da sua formação para se inserirem no
mercado de trabalho, o que faz aumentar drasticamente o custo de
oportunidade do tempo necessário para a maternidade
tc Os casais com um nível educacional mais alto vão aspirando a investir
mais em cada filho, isto é, no capital humano
tc A elevação do nível médio de vida traz consigo padrões de vida mais
exigentes que só são suportáveis com famílias de menor dimensão.
Isto traduz-se numa deslocação da recta orçamental para a direita, mas de forma
não paralela, porque as famílias substituem ´quantidadeµ por ´qualidadeµ.
CD ² procura de filhos
CS ² curva de oferta potencial
de filhos
C* - n.º actual de filhos
sobreviventes
U
T T· Nível de Desenvolvimento
c c
À esquerda do ponto T, há um excesso da procura de filhos e o número de
filhos sobreviventes é determinado pelos factores do lado da oferta. Neste tipo
de sociedades não há motivação para práticas de controlo de natalidade, mas o
número de crianças que sobrevivem é menor que o número de crianças
potencialmente oferecidas porque há sempre mulheres que controlam a natalidade.
À direita de T, há um excesso potencial da oferta de filhos, o que aumenta a
motivação para o controlo da natalidade, mas o número de filhos sobreviventes
pode continuar a aumentar durante uma certa fase.
R<T)+# ,8"!
V
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c c
HH· e FF· são fronteiras de possibilidade de produção dos países h e f. Nesta
produção verifica-se a utilização apenas do factor trabalho e rendimentos constantes
à escala. A distância de cada uma delas em relação à origem depende dos níveis de
produtividade e das dotações de factor trabalho em h e f. Se L h for a dotação de
trabalho no país h, o máximo X será dado por Ê Ê h e o máximo de Y será
dado por Ê Ê h (Ê e são custos por unidade produzida, o seu inverso
representa a produtividade do trabalho). O declive da fronteira de possibilidades de
produção traduz a quantidade a que se renuncia de X quando se aplica uma unidade
adicional de trabalho à produção de Y, isto é, -Ê = Ê , ou ainda, - Ê =
Ê . O quociente - Ê é a Taxa Marginal de Transformação e, mantém-se
constante, razão pela qual a fronteira de possibilidades de produção é uma recta.
Os economistas Heckscher e Ohlin passaram a considerar uma função de
produção com vários factores e deixando de lado as diferenças tecnológicas
determinaram outra determinante da vantagem comparativa: a dotação factorial.
Neste caso, dois países podem ter tecnologias de produção e preferências no consumo
idênticas de vários produtos e, mesmo assim, haver fundamento para o comércio. Cada
país tende a exportar os bens cuja produção exija a utilização intensiva dos recursos
relativamente mais abundantes no território nacional e a importar os bens que exigem
factores relativamente escassos.
A especialização é o resultado das diferenças de preços dos factores entre
países que, por sua vez, reflectem a diferente dotação factorial em conjugação com as
diferentes intensidades de factores.
Este tipo de comércio internacional deverá envolver economias com desiguais
níveis de desenvolvimento: os países menos desenvolvidos exportam produtos
primários e os países mais desenvolvidos exportam produtos manufacturados.
Neste caso, a fronteira de possibilidades de produção passa a ser côncava em
relação à origem, as diferentes industrias requerem diferentes intensidades
capitalísticas, sendo necessário uma reafectação que conceda relativamente mais
capital à produção de Y e relativamente mais trabalho à produção de X.
c
;c
3ccc
c
c cc
c
c
c
c c
o país f para produzir X, o país h com todos os seus recursos produz Y h , enquanto o
país f só produz Y f , por outro lado, com todos os seus recursos o país h produz
V
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$!'-.! ( "( ! '
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c c
A partir do momento em que uma economia tira partido da sua vantagem
comparativa e se especializa há, inevitavelmente uma deslocação de recursos
produtivos e humanos das actividades tradicionais e artesanais para outras associadas
a um sector exportador.
A simples existência de actividades exportadoras tem um impacto positivo na
produtividade da economia, tanto maior quanto mais significativo for o grau de
especialização e de reorientação adoptado em consequência do aproveitamento da
vantagem comparativa.
A construção de certas infra-estruturas essenciais ao comércio internacional
quebra o isolamento de determinadas zonas de um país resultantes dos elevados
custos de transporte e pode viabilizar o aproveitamento produtivo de recursos até
então ociosos. Isto traduz-se na utilização acrescida dos factores disponíveis e na
aproximação da economia da fronteira de possibilidades de produção.
As exportações podem vir a viabilizar actividades que não poderiam tirar partido
do esgotamento das economias de escala no contexto exclusivo de mercado interno,
por este ser demasiado restrito. Se a curva de custo médio de longo prazo (CMd) for
decrescente haverá uma dimensão mínima da produção que a torna competitiva face à
concorrência estrangeira.
1
cc
cc
c
c
ccc c
c
~ c
c 1 c "c
c c
< c < c
c
c
Só os outputs superiores a Qm (intersecção da curva de oferta mundial ao preço
mundial Pm com a curva CMd) tornam a produção nacional competitiva. Assim a procura
de um determindado input deve ser maior que Qm para ser viável a criação na
economia nacional desta indústria e isso é uma resultante directa dos efeitos de
ligação a montante que o sector exportador pode gerar.
No caso dos efeitos de arrastamento a jusante trata-se de aproveitar a oferta
de um determinado output que pssa funcionar como input de uma outra actividade
qualquer.
Uma indústria exportadora necessita de infraestruturas que podem não existir
num determinado país. Se essa indústria se revelar viável ela exercerá uma enorme
pressão política para que sejam criadas as infraestruturas de apoio ² investimento
induzido por insuficiência de infraestruturas. O inverso também é possível e até talvez
mais frequente, isto é, as infraestruturas são criadas pelos governos, induzindo o
investimento de empresas ligadas a várias indústrias ² investimento induzido por
excesso de infraestruturas.
Poderá ainda haver efeitos de arrastamento resultantes do consumo. Isso
acontecerá quando os salários e outros rendimentos distribuídos pelo sector
exportador forem mais elevados que a média nacional e quando eles criarem uma
procura que experimente carência de determinados bens de consumo.
c c
e essa é a justificação para os procedimentos de estabilização das receitas adoptadas
pelos países menos desenvolvidos.
TCR = R 0 Ê
c c
Duas regiões com níveis de desenvolvimento iniciais idênticos, a região A e a
região B, podem encetar percursos bastantes diferentes se uma delas for submetida a
um choque exógeno e o aproveitar para crescer rapidamente, atraindo mão-de-obra e
outros recursos da região B. nesse caso, a região A pode expandir-se
sustentadamente, enquanto a região B poderá deprimir-se cumulativamente se o êxodo
de recursos não for apenas uma simples circulação de factores produtivos mas, pelo
contrário, se se tratar de uma hemorragia de recursos humanos qualificados e
empresariais ou de recursos não renováveis, que empobrecem irreversivelmente a
região B. Aquilo que constitui um empobrecimento da região B é um factor de expansão
cumulativa do conjunto da actividade da região A, traduzida em deslocações sucessivas
das curvas de oferta e da procura para a direita. O resultado final é um nível de
salários mais alto em A do que em B como o corolários da tendência para o crescimento
cumulativo da primeira região e da depressão persistente da segunda.
Isto porque o capital e o trabalho tendem a migrar em conjunto em busca de
melhores remunerações para onde as forças de procura são fortes. Criam-se assim
condições para uma situação de divergência regional. Produz-se rendimentos com
rendimentos crescentes na região A, o que reforça as suas vantagens comparativas e
lhe confere a possibilidade de aproveitar economias de escala no mercado mundial e
bem como outros pontos de desenvolvimento, agravando-se cada vez mais o fosso
entre regiões e países mais e menos desenvolvidos.
Kaldor (1966) justifica o papel central da indústria no crescimento, no âmbito do
método da causalidade circular e cumulativa, através de três regularidades empíricas.
´ O sector industrial é o único que cria condições para aproveitar rendimentos
crescentes e, por isso, há uma correlação positiva entre o crescimento do produto
industrial e crescimento do produto total da economia.
´ A taxa de crescimento da produtividade do trabalho é endógena e está
positivamente correlacionada com a taxa de crescimento do produto industrial ² Lei de
Verdoorn: quanto mais elevada for a taxa de crescimento da produtividade industrial
mais elevada deverá ser a taxa de crescimento da produtividade.
´ A taxa de crescimento da produtividade industrial tem efeito spillover sobre o
aumento da produtividade dos outros sectores, nomeadamente agricultura e serviços.
As regiões onde a produtividade industrial cresce mais rapidamente que os
salários ganham competitividade e, por isso, podem manter um ritmo de crescimento
elevado das exportações que se perpetua por intermédio da Lei de Verdoorn: o
crescimento mais rápido das exportações industriais acarreta um crescimento
igualmente elevado da produção industrial e, por esse meio, obtêm-se ganhos de
produtividade que aumentam cumulativamente a competitividade da economia e o
crescimento das exportações, e assim sucessivamente.
A interpretação que Kaldor faz da lei de Vernoorn tem em conta o papel
tradicionalmente atribuído por adam Smith à dimensão do mercado na criação de
condições para a especialização produtiva e a subdivisão de tarefas e na relação
inversa, a subdivisão de tarefas e a especialização aumentam a dimensão do próprio
mercado. Incorpora também a ideia de que a dimensão do mercado e a especialização
produtiva se relacionam cumulativamente numa base macroeconómica, isto é, o
crescimento de mercado de produtos industriais leva a maior especialização entre
c c
industrias que podem aproveitar vantagens de localização num mesmo espaço para
reduzir custos de transporte e alguns custos fixos. Kaldor adopta ainda uma função de
progresso técnico que inclui a noção de Arrow de learning by doing para dar maior
consistência ao pressuposto de que o crescimento da produtividade tem uma base
endógena.
c c