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Ficha 6

1.1. Segundo o autor do documento 1, a crise da Bolsa em 1929, nos Estados Unidos, não foi mais do
que

um “elo da cadeia” de uma série de más decisões e de uma especulação que tentava esconder a real
crise da

produção agrícola e industrial que invadia os EUA há já vários anos, com um abaixamento de preços
(deflação)

sem controlo. Assim, devido aos empréstimos bancários, aos especuladores, o volume de dinheiro
disponível era

grande, aumentando sistematicamente o valor das ações bolsistas, e os lucros das empresas eram
cada vez mais

baixos, aumentando os stocks de produtos nos armazéns. O pânico que se gerou na “quinta-feira
negra” deveu-se

ao facto de milhões de pessoas tentarem vender as ações sem que houvesse nenhum comprador.

1.2. O elevado nível de desemprego representado nos gráficos tem como causa próxima o crash da
Bolsa em

Wall Street. O facto de milhares de bancos terem ido à falência, sem que pudessem pagar o custo
das ações que

os especuladores e investidores exigiam, levou igualmente a uma falência em cadeia das empresas
que lutavam

contra a deflação e a queda acentuada de preços, diminuindo consecutivamente os seus lucros. A


impossibilidade

de recurso a empréstimos bancários traduziu-se na falência de muitos industriais e agricultores,


originando

um elevado nível de desemprego, que fez com que milhares de trabalhadores caíssem rapidamente
na miséria.

Os gráficos apresentados no documento 2 representam não só os mais de 13 milhões de


desempregados americanos,

mas também a quebra acentuada do índice de produção industrial.

1.3. A crise foi particularmente dura para os países europeus, conforme está patente no Doc. 3, que
dependiam

dos capitais americanos para a sua reconstrução, após a I Guerra Mundial. A necessidade de capitais
levaram

os EUA a retirar o dinheiro investido na Europa, originando uma retração por parte destes países. A
crise durou

de 1929 até 1934-35 e foi particularmente sentida pela Alemanha, potência derrotada da guerra,
que teve de lidar
com uma enorme taxa de desemprego e uma desestruturação industrial e agrícola, para além das
enormes somas

que tiveram de pagar aos países vencedores como indeminização de guerra. Na maior parte dos
países europeus,

as exportações pararam, optando esses países por uma política protecionista e autárcica, tentando a
autossuficiência

económica. Como estes países eram igualmente colonizadores e importadores de matérias-primas, a


crise

sentiu-se, naturalmente, em África, na Austrália e na América do Sul, países que praticavam uma
política económica

de monocultura com base nas exportações. A crise tornou-se, assim, mundial.

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