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I - INTRODUÇÃO

Este trabalho visa conceituar o que é a Catarata Congênita, abordando


suas origens, implicações na vida do portador, prevenção, tratamentos
possíveis e de que modo a catarata congênita pode afetar o desempenho
escolar da criança.
O olho humano possui muitas partes, cada parte tem um nome e uma
utilidade específicos. Qualquer problema em uma das partes do olho pode
gerar complicações à visão.
Para entender o que é Catarata é necessário entender que o olho possui
uma estrutura intra-ocular chamada cristalino, ele mede cerca e 4 mm de
espessura e 9 mm de diâmetro.
O cristalino é uma lente biológica, ele canaliza os raios luminosos sobre
a retina, permitindo a formação de imagens.
Para boa visão é fundamental que o cristalino esteja transparente,
porem ele pode sofrer uma opacificação, ou seja, a diminuição de sua
transparência, que é chamada de Catarata.
O olho com Catarata vê as imagens embaraçadas, pois a luz que chega
a retina é insuficiente para manter a qualidade da visão.
II - O QUE É E COMO OCORRE A DOENÇA

A manifestação da Catarata pode ser do tipo: Inflamatória,


Medicamentosa, Senil, Traumática e Congênita, sendo a ultima o tema desta
pesquisa.
A Catarata Congênita é aquela com a qual a criança já nasce isso pode
ocorrer isoladamente ou associada a outras alterações no recém-nascido,
como por exemplo, surdez e problemas neuropsicomotor.
Avaliação e sintomas da catarata congênita
A primeira avaliação da criança com catarata congênita inclui:
• História familiar – Focalizar consangüinidade, doenças sistêmicas e
oculares da família, principalmente da mãe. Investigar a possibilidade de
infecções
• Durante a gestação – toxoplasmose, rubéola, varicela, citomegalovirus
e herpes simples –, a ingestão de medicamentos, traumatismos, exposição a
radiações, etc.
• Exame oftalmológico – Investigar a presença de qualquer outra
anormalidade ocular que também possa comprometer a visão.
• Exame sistêmico completo – Investigar a história pediátrica, a
existência de baixo peso ao nascimento, associado ou não à hipoglicemia e à
retinopatia do prematuro.
Se houver um padrão de herança autossômica dominante, não é
necessário aprofundar a investigação; caso contrário, deve-se proceder à
avaliação metabólica, lembrando que a galactossemia é a doença metabólica
mais associada.
O sintoma inicial da catarata congênita (assim como em qualquer tipo de
catarata) é a perda progressiva da acuidade visual podendo chegar à cegueira
total, por evolução na opacificação do cristalino. Porém os sintomas da criança
podem ser um tanto mais complexos, caso o indivíduo com catarata não seja
tratado precocemente.
O principal sintoma da catarata congênita, bem como o de qualquer tipo
de catarata, é a perda progressiva da acuidade visual podendo chegar à
cegueira total, por evolução na opacificação do cristalino. Entretanto, as
conseqüências da doença nas crianças são mais complexas, caso a doença
não seja tratada precocemente. A principal alteração na visão infantil é a
ambliopia, uma lesão irreversível decorrente da não-maturação sensorial das
vias ópticas por falta de estímulo luminoso adequado. Outro sintoma que pode
ocorrer pelo inadequado estímulo luminoso é o nistagmo, movimento oscilatório
e/ou rotatório do globo ocular.
Até 2 anos - Outros sinais, perceptíveis aos pais no dia-a-dia, podem
indicar que a saúde ocular do bebê não está bem. Por exemplo, um
lacrimejamento excessivo pode sinalizar desde uma obstrução do canal
lacrimal até um glaucoma congênito. Os pais devem levar a criança a um
oftalmologista para uma avaliação mais criteriosa se observarem esta situação,
aconselha Jampaulo.
Entre 2 e 5 anos - Nesta fase da vida, costuma surgir o estrabismo
acomodativo. "O estrabismo consiste na diferença de alinhamento entre os
olhos e pode afetar a qualidade da visão. Quanto mais cedo for realizado o
diagnóstico, maior o sucesso do tratamento uma vez que o dano causado à
visão só é reparado até os oito anos de idade. A partir dessa idade, o sistema
neurológico-visual já está desenvolvido e não permite mais correções dessa
natureza", esclarece o especialista.
A principal alteração na visão infantil é a ambliopia, uma lesão
irreversível decorrente da não-maturação sensorial das vias ópticas por falta de
estímulo luminoso adequado.
O principal sinal apresentado pela criança com catarata congênita é a
leucocoria (reflexo pupilar branco), mas pode também manifestar estrabismo,
nistagmo (oscilações repetidas e involuntárias rítmicas de um ou ambos os
olhos) e microftalmia (desenvolvimento anormal do globo ocular).

O olho humano é semelhante a uma câmera de filmar. No segmento


anterior, internamente existe uma lente, o cristalino, com sua capacidade de
focalização e na parte posterior uma película nervosa sensível, a retina que
funciona na captação de imagens. A retina transmite ao cérebro a imagem que
através do cristalino é focalizada pelo olho.Para uma visão adequada é preciso
que o cristalino seja transparente para que os raios de luz possam entram e
serem captados pela retina.A catarata é o cristalino opacificado que impede
total ou parcialmente os raios de luz chegarem á retina prejudicando a visão.

Olho normal: nesta figura, você pode ver o olho, o cristalino, e a luz com
seu foco sem desvios.

Olho com catarata: já nesta imagem, o cristalino não permite a


passagem adequada dos raios luminosos.
Cerca de 40% das cataratas em crianças não tem causas definidas.
Porém dentre as mais comuns estão:
A hereditariedade; rubéola; síndrome de Dawn; síndrome de Lowe, onde
pode ocorrer glaucoma associado, artrite reumatóide; hipoparatíreoidismo;
diabetes dentre outras.
Ate hoje não se conhece medidas de prevenção específicas para o
surgimento da catarata congênita, sabe-se que hábitos e vida saudáveis como
a não ingestão de bebidas alcoólicas em excesso e o uso de cigarros e drogas,
assim como certos tipos de colírios e medicamentos podem estar relacionados
com uma maior incidência da doença e induzir seu surgimento em crianças.
III - COMO TRATAR A CATARATA CONGÊNITA

Depois de detectada a doença, é preciso realizar a cirurgia que tem


duração de mais ou menos 20-30 minutos, sem contar com o tempo de
preparação do paciente (cerca de 1 hora) e o tempo para a recuperação da
anestesia (20 minutos).

Olho com catarata notamos a pupila branca. Não se vê o reflexo


vermelho, comum no fundo de olho.

Fazemos um orifício no limbo (borda da córnea) para entrar na


câmara anterior.

Entramos com o "cistimo" pelo orifício, para abrir toda a cápsula


anterior do cristalino e podermos retirá-lo.

Após aberta a cápsula do cristalino, terminamos de abrir a incisão no


limbo para retirar o cristalino.

Através da incisão, retiramos a catarata (cristalino opaco). Observe o


reflexo do fundo de olho onde já não é atrapalhada a visão pela catarata.

Aspiramos os restos de cristalino, com uma cânula de dupla via uma


via que injeta solução e outra aspira os restos ao mesmo tempo, mantendo a
forma do olho e protegendo a córnea.

Aqui você já pode ver o reflexo vermelho do fundo do olho.


A lente é colocada no olho no local onde estava a catarata, através
da íris.

As alças são posicionadas para que a lente fique no lugar correto,


no centro da pupila.

O olho é fechado e a cirurgia está terminada.

Normalmente o paciente vai para a casa após a cirurgia, mas é


necessário cumprir rigorosamente com o tempo de repouso pós-operatório.

Pós-operatório:

O paciente não sente dor nem durante, nem depois da cirurgia. Orienta-se
repouso relativo no pós-operatório imediato. O curativo é retirado no dia
seguinte em casa, quando então se inicia o uso do colírio ou pomada para
evitar infecção; reduzir a inflamação e para facilitar a cura, e que deve ser
utilizado durante algumas semanas após a cirurgia. O paciente pode retornar
precocemente as suas atividades, evitando esforço físico. Após um mês ou
mais, já está apto a realizar a cirurgia no outro olho, caso haja indicação, e
óculos complementares, basicamente para perto, serão prescritos.

Complicações:

Podem surgir complicações no pós-operatório como glaucoma ou


opacidades secundárias ao trauma cirúrgico que devem ser prontamente
tratadas. Com freqüência e relativa intensidade, ocorre inflamação intra-ocular
no período pós-operatório nas crianças.
Com a cirurgia, a capacidade de acomodação do cristalino é perdida,
obrigando a correção da visão de perto com lentes especiais. O implante de
lentes intra-oculares conjuntamente a uma vitrectomia anterior via pars plana é
o procedimento preconizado em crianças maiores de dois anos, mas o
emprego de LIO em recém-nascidos ainda é controverso, pois antes dos oito
anos o olho ainda não atingiu o seu tamanho definitivo. O acompanhamento
rigoroso com a atualização freqüente da refração entre outros cuidados clínicos
e a orientação dos pais faz-se mister. O estrabismo pós-operatório é presente
entre os operados. O glaucoma ocorre em até 10% e a ambliopia parcial é
regra geral.
Em alguns casos há o desenvolvimento de uma condição chamada
catarata secundária, que se desenvolve meses ou anos após uma cirurgia de
catarata.
Como o olho ainda está "vivo", há um crescimento celular por trás da
lente intra-ocular que, com o tempo, vai opacificando-a progressivamente e
diminuindo a visão mais uma vez.
O tratamento é feito com uma aplicação rápida de Yag-Laser que vai
"cortar" esta membrana celular, deixando novamente a luz entrar com maior
nitidez e melhorando a visão.
IV - CRIANÇAS COM CATARATA CONGÊNITA NA SALA DE AULA

Com o início das aulas, começa a preocupação de muitos pais com o


rendimento escolar de seus filhos. Entretanto, se o seu filho costuma ter notas
ruins, a culpa pode não ser da preguiça. Dificuldade em ler e escrever, letra
ruim, cópias erradas, não fazer o dever de casa e não aprender
adequadamente é sinais que devem ser investigados, pois pode haver algo
errado com a visão da criança, pois o mau rendimento escolar pode ser
problema de visão.
As queixas mais comuns de crianças que possuem problemas de visão
são dor de cabeça, coceira nos olhos e reclamação de que não consegue
enxergar. Muitas vezes, a criança cai e se bate muito, mas isso pode ser sinal
de que ela não esteja enxergando direito.
Para ajudar os professores a descobrir se existe algo errado com a visão
de seus alunos o oftalmologista dá algumas dicas simples para serem
observadas na sala de aula: verificar se os olhos da criança estão retos.
Se não existe nenhuma mancha na pupila, ou se criança vê os objetos
com clareza, ou precisa se aproximar para enxergar melhor.
A professora ao perceber algum desses sinais na criança em sala de
aula devera comunicar aos pais, pois, esse aluno pode estar apresentando
algum comprometimento com a visão.
V - CONCLUSÃO

Concluímos que a catarata congênita é uma das principais causas de


cegueira infantil no mundo e merece atenção especial, este problema ocorre
devido alterações no cristalino, seu sintoma inicial é a perda progressiva da
acuidade visual o seu diagnóstico é difícil e costuma passar despercebido, a
cirurgia de catarata congênita pode ser feita por meio das técnicas de
facectmia extra capsular, facomulsificação ou lensectomia, pois o único exame
capaz de identificar essa doença é o exame biomicroscópico.
A técnica utilizada nas cirurgias de catarata exige precisão e experiência
por parte do profissional. De forma genérica, o procedimento consiste na
retirada de uma lente natural, o cristalino, para a colocação de uma espécie de
óculos dentro do olho. Não se trata de uma raspagem nem de uma aplicação
de laser, como muitos pensam. Se a cirurgia não for bem conduzida, os danos
podem ser irreparáveis.
Seu tratamento deve ser o mais precoce possível, evitando
complicações irreversíveis.
BIBLIOGRAFIA

• TRATADO DE PEDIATRIA - Nelson 15a edição/ 1997

• PEDIATRIA BÁSICA - Eduardo Marcondes 8a edição/ 1991

• PEDIATRIA - Fernando Fonseca Ed. Medsi/ 1996

• OFTALMOLOGIA - Carlos Eduardo Gonçalves Ed. Atheneu/ 1975

• OFTALMOLOGIA CLÍNICA E CIRÚRGICA - José Belmiro de Castro


Moreira Ed. Atheneu/ 1995
ÍNDICE

I – INTRODUÇÃO

II - O QUE É E COMO OCORRE A DOENÇA

III - COMO TRATAR A CATARATA CONGÊNITA

IV - CRIANÇAS COM CATARATA CONGÊNITA NA SALA DE AULA

V - CONCLUSÃO

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