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TÉCNICAS DE ENSINO

Aula Expositiva:

“A preleção verbal utilizada pelos professores, com o objetivo de transmitir


informações aos discentes, segundo Gil, 2009, provavelmente é o mais antigo
e ainda utilizado procedimento didático”. Apesar ter seu fim anunciado por
muitos, esse procedimento sobreviveu aos materiais escritos, à televisão, ao
vídeo, ao computador e a internet. Há quem o defenda e há quem o critique. A
sua utilização se deve a economia, flexibilidade, versatilidade, rapidez, e
ênfase no conteúdo.
Ao utilizar essa técnica o professor pode assumir duas posições:

Posição dogmática: é uma posição em que a mensagem transmitida precisa


ser aceita sem discussões.
Posição de diálogo: onde a participação do aluno é essencial para o bom
desenvolvimento do assunto e da aula.

A aula expositiva só é eficiente se for bem planejada e executada.

Dicas para uma aula ser bem-sucedida:

 Dominar o assunto
 Estabelecer com clareza os objetivos da exposição
 Incentivar os alunos
 Atender as solicitações
 Não parecer dono da verdade
 Demonstrar autoconfiança
 Recapitular as noções apresentadas para facilitar a compreensão de
outros assuntos que virão a seguir
 Explorar as vivências dos alunos para enriquecer e comprovar a
exposição
 Ficar visível para toda a classe e movimentar-se durante a aula.

Estudo Dirigido:

Consiste em uma técnica que leva o aluno a analisar profundamente e


detalhadamente um texto, tirando dele conhecimentos e conclusões que uma
simples leitura não permita.

Como colocar em prática:

1 - Pedir ao discente que leia com atenção o texto


2- Levar o discente a analisar cada parágrafo do texto, cada detalhe importante
3- Avaliar com detalhe a intenção do autor do texto
4 – Levar o discente a emitir suas próprias ideias e conclusões em relação ao
texto.
Trabalhos em Grupo:

A aprendizagem é um processo evolutivo do aluno, particular e único, que varia


de acordo com as questões internas ou externas da realidade sociocultural de
cada indivíduo. A sala de aula é um meio muito rico para resgatar e promover o
funcionamento harmonioso do sujeito.
O trabalho em grupo é a chave da sala de aula diversificada, promovendo
interação, descobertas de habilidades, desafios e outros. Cabe ao professor
oferecer a estrutura, deixando regras claras, organizando o ambiente
dinamizando as ações dos grupos e, se necessário, fazer as intervenções no
decorrer das atividades. Ele pode ser trabalhado com diversos temas, exige
uma estrutura mais organizada como: elaboração do assunto,
desenvolvimento, conclusão e apresentação final, cada integrante terá um
papel no grupo.

Grupo de Verbalização e Grupo de Observação

Esta técnica é também chamada GV – GO. É muito utilizada com grande


quantidade de participantes, pois ela exige que o maior grupo seja dividido em
dois subgrupos.

Um subgrupo (GV) interno formará um círculo a um subgrupo (GO) externo,


formará um semicírculo que ficará ao redor das paredes da sala.

O grupo de verbalização (GV) debate o tema e o grupo de observação (GO)


observa sem fazer nenhum comentário.

Quando o grupo GV esgotar a discussão ele troca de posição tornando-se GO


que era GO se desloca para GV.

O grupo de verbalização (GV) deverá eleger um coordenador para conduzir a


discussão do assunto, um secretário ou redator para anotar as conclusões do
grupo e um relator para que no terceiro momento possa ler para todos as
conclusões a que chegaram.

Num terceiro momento os dois subgrupos apresentam as suas conclusões e o


coordenador solicita aos grupos um avaliação do seu desempenho.

Simulações (role playnig):

A simulação é uma técnica em que se constrói um cenário onde os discentes


vivenciam papeis mais próximos da realidade do contexto analisado. É a
teatralização de um problema ou situação. Permite desenvolver a empatia,
vivenciar a realidade social de forma clara e desenvolve muitas vezes a
desinibição e a liberdade de expressão, ela pode ser planejada ou espontânea.
Cabe ressaltar que os policiais lidam constantemente com incertezas, com a
singularidade e com conflitos. Portanto as situações selecionadas para a
atividade de simulação devem incluir fatores-surpresas que estimulem os
alunos a refletir sobre diversas possiblidades de respostas que tenham como
parâmetro a legalidade, a ética e a técnica.

Discussão em Grupo

A discussão é uma técnica pedagógica que tem como objetivo principal


proporcionar o diálogo entre os discentes. A discussão em grupo é aplicada
para uma turma grande de alunos, dividindo em vários grupos pequenos
visando aumentar a participação individual. O tema designado a cada grupo é o
mesmo, o professor prepara um tema bastante complexo geralmente assuntos
polêmicos, ou escolhe um capítulo de um texto que trate do tema escolhido.
Os discentes poderão manifestar suas ideias, ouvir a do outro é após a
discussão poderão destacar os pontos–chave e os argumentos de cada um.
Ela permitir desenvolver a importância de respeitar a opinião do outro, contribui
na diversidade de intepretações sobre o mesmo assunto e consegue com que
todos participantes expressam suas opiniões sem medo de serem julgados.

Trabalho Escrito:

Uma técnica que permite que o discente muitas vezes pesquise sobre temas
propostos pelo docente podendo ter contato com outros autores sobre o
mesmo tema, auxilia na aprendizagem, contribuindo com a importância do ato
de ler. Mas é preciso que o docente formule bem os objetivos propostos com o
tema e oriente também sobre fontes de pesquisas confiáveis.

Demonstração (Aula Prática)

Explicação por meio de demonstração de técnicas e procedimentos,


oportunizando aos discentes a exercitação, o feedback, a automação e a
aplicação.
Ela proporciona a refletir sobre a demonstração do instrutor, questionando o
“porquê” de determinada ação ou técnica, e também a intervenção do docente
para corrigir os erros proporcionando uma aprendizagem significativa.

Simulações em Computador:

A utilização de um software com jogos adequados permite criar ambientes


diferenciados de aprendizagem, colocando o discente como agente ativo e
contribuindo para o desenvolvimento de habilidades essenciais. Como:
raciocínio lógico e rápido, senso de atenção, capacidade visual.
Estudo de Caso

Essa técnica compreende a discussão em pequenos grupos de casos verídicos


para que o policial possa analisá-lo (caso análise), ou apresentar possíveis
soluções (caso problema), trata-se de chegar a uma solução, a melhor possível
dentro de dados fornecidos pelo caso.
Consiste em apresentar de forma sucinta uma situação real ou fictícia, para ser
discutida em grupo. A forma de como apresentar o caso pode consistir em
descrição, narração, diálogo, dramatização, sequência fotográfica, filme, artigo
jornalístico e outras.
O que se pretende é trazer um pouco da realidade à sala de aula, já que nem
sempre é possível levar os alunos a observar a realidade de primeira mão.
Não se deve confundir um “caso” com simples ilustrações e exemplos, com
parábolas ou fábulas ou com problemas de aplicação.

Painel de Discussão

Caracteriza se pela apresentação de especialistas que expõem a sua visão


sobre determinado tema a ser debatido. Pode ser coordenado por um
moderador, com a função de manter o tempo de exposição e de debate.

Brainstorming e Brainwriting

Utilizada para gerar ideias, buscar soluções para determinado problema. Todas
as ideias surgidas devem ser registradas, a seguir categorizadas e analisadas
com o auxílio de um coordenador. Ao final, o grupo toma as decisões para a
resolução do problema.

Phillips 66

Outra técnica de trabalho em grupo interessante é a chamada Phillips 66. Esta


tem esse nome devido ao seu criador J. D. Phillips e o número 66 vem da
característica de se usar o número seis para a divisão dos grupos e para a
medição do tempo de discussão. Contudo esses números podem ser alterados,
conforme a necessidade. Consiste na divisão de um auditório em seis grupos
com seis pessoas cada, para que discutam durante seis minutos um tema ou
problema (pré-estabelecido ou que tenha surgido no decorrer de uma reunião).
Terminado o tempo, cada elemento de cada subgrupo receberá um número.
e agora os grupos tornam a se reunir, mas todos os “1″ num grupo; todos os “2″
noutros; e assim por diante. Ou seja, uma pessoa do grupo se reúne com os
outros cinco representantes e volta a formar um grupo de seis, que em seis
minutos mais, discutirão o mesmo assunto, até que se chegue a uma
conclusão geral.
Esta técnica permite o desenvolvimento da capacidade de síntese, contribui
para a superação do medo de falar diante dos companheiros, fomenta o
sentido de responsabilidade e estimula a participação de todos os membros do
grupo. Mas para isso, se deve ter em conta o seguinte proceder:

1. O diretor (um aluno ou o docente) formulará a pergunta ou o tema que


será discutido e convidará ao resto dos alunos para que formem os
grupos de seis pessoas.
2. Cada grupo nomeará um coordenador e um secretário.
3. Feito isso, o diretor controlará o tempo de seis minutos de duração de
cada seção grupal. Quando restar um minuto notificará a cada grupo
para que façam o resumo.
4. O coordenador de cada equipe controlará igualmente o tempo e
permitirá que cada integrante manifeste seu ponto de vista durante um
minuto, em quanto isso o secretário tomará nota das conclusões.
5. Ao finalizar o tempo de discussão dos grupos, o diretor solicitará aos
secretários a leitura das conclusões obtidas em cada equipe e as
escreverá no quadro negro.

Sala de Aula Invertida

O que é?

Buscando um método que valorize mais o aprendizado no ritmo de cada


estudante, alguns educadores passaram a modificar o papel do professor em
sala de aula. Em vez de apresentar o conteúdo a todos os alunos e mandar
tarefas de casa para fixação, esses professores passaram a gravar vídeos com
material expositivo. Assim, em sala de aula, ele está completamente disponível
para tirar dúvidas e realizar atividades para compreensão. Dessa forma, o
estudante pode aprender em próprio ritmo, com atenção mais individualizada
do professor. Nessa perspectiva, a sala de aula se transforma em um espaço
dinâmico e interativo, permitindo a realização de atividades em grupo,
estimulando debates e discussões, e enriquecendo o aprendizado do estudante
a partir de diversos pontos de vistas. Assim, para a melhor fixação das
informações e conceitos apresentados na disciplina, é necessário que o aluno
reserve um tempo para estudar o conteúdo antes da aula. Para a aplicação
dessa abordagem, é necessário que o docente prepare o material e o
disponibilize aos alunos por meio de alguma plataforma on-line (vídeos, áudios,
games, textos e afins) ou física (textos impressos) antes das aulas, de modo a
tornar o debate presencial mais qualificado devido à prévia reflexão dos
estudantes a respeito do tema que será abordado.

Desafios

Como a atual metodologia de ensino ainda se vincula muito intimamente com


aprendizado por meios de aulas expositivas, alguns alunos podem se sentir
perdidos, desmotivados, ou até achar que o professor não está cumprindo seu
papel, uma vez que “não há aula” em sentido tradicional.

A busca pela mudança de mentalidade em relação aos que se espera de uma


“aula” é um dos principais desafios a serem enfrentados no processo de
inovação no ensino.

Benefícios

Como mencionamos, a abordagem demanda que o aluno estude o conteúdo


em seu tempo fora da classe. Assim será possível trabalhar mais os exercidos,
projetos, trabalhos, soluções de problemas, leituras e pesquisas.

José Pacheco. Revista educação. Disponível em


http://revistaeducação.com.br/textos/205/sala-de-aula-inveridapor-que-não-
reagem-os-pedagogos-brasileiros

Bordenave, Juan Díaz e Pereira, Adair Martins. Estratégias de ensino-


aprendizagem 20ª edição.- Editora Vozes.

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