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A s histórias de amor nem sempre têm um final feliz e a história de Inês de Castro é uma

delas. Esta e D. Pedro são as “personagens” mais importantes do acontecimento


trágico ocorrido no século XII.

Inês Pires de Castro nasceu em 1320 ou 1325 (devido à época não se sabe a data exata
do seu nascimento), na Galiza. D. Inês era filha de D. Pedro Fernandes de Castro, mordomo-
mor do rei D. Afonso XI de Castela, e de uma dama portuguesa, Aldonça Lourenço de
Valadares.
D. Pedro Afonso nasceu a 8 de abril de 1320 em Coimbra, filho do infante D. Afonso e
Beatriz de Castela. Pedro foi o quarto filho de um total de sete. Destes, mais de metade
morreu cedo (D. Afonso; D. Dinis, D. Isabel e D. João). Por este motivo, D. Pedro, não sendo
primogénito, torna-se herdeiro do pai e vem a suceder-lhe no trono.
Em 24 de Agosto de 1339, na Sé de Lisboa, ocorreu o casamento do Infante Pedro I de
Portugal, herdeiro do trono português, com D. Constança Manuel, filha de D. João Manuel de
Castela, tutor de Afonso XI de Castela. Todavia
seria por uma das aias de D. Constança, D. Inês de
Castro, que D. Pedro viria a apaixonar-se. Este
romance começou a ser comentado e a ser mal-
aceite pela corte pois temia a influência
castelhana sobre o infante. As visitas de D. Pedro
a D. Inês passaram a ser às escondidas na antiga
Vila do Jarmelo na Guarda.
Sob o pretexto da moralidade, D. Afonso
IV não aprovava esta relação, não só por motivos Figura 1. D. Pedro e D. Inês de Castro
de diplomacia com João Manuel de Castela, mas também devido à amizade estreita de D.
Pedro com os irmãos de D. Inês. Assim, em 1344, o rei mandou exilar D. Inês no castelo de
Albuquerque, na fronteira castelhana, onde tinha sido criada pela sua tia. Contudo, a distância
não apagou o amor entre Pedro e Inês, que se correspondiam com frequência.
Em Outubro do ano seguinte, D. Constança morreu ao dar à luz o futuro rei, D.
Fernando I de Portugal. Viúvo, D. Pedro, contra a vontade do pai, mandou D. Inês regressar do
exílio e uniu-se a ela, provocando indignação na corte e desgosto para El-Rei. Começou, assim,
uma desavença entre o rei e o infante. D. Afonso IV tentou remediar a situação casando o seu
filho com uma dama de sangue real. Mas D. Pedro rejeitou, alegando que sentia muito a perda
da sua mulher, D. Constança, e que não conseguia ainda pensar num novo casamento. No
entanto, D. Inês foi tendo filhos de D. Pedro: Afonso em 1346 (que morreu pouco depois de
nascer), João em 1349, Dinis em 1354 e Beatriz e 1347.

Existiam boatos de que o príncipe se


tinha casado secretamente com D. Inês.
Na família real um incidente deste tipo
assumia graves implicações políticas.
Sentindo-se ameaçados pelos irmãos
Castro, os fidalgos da corte portuguesa
pressionavam o rei D. Afonso IV para
afastar esta influência do seu herdeiro.
Plantaram boatos de que os Castro
conspiravam para assassinar o infante D.
Fernando, legítimo herdeiro de D. Pedro,
para 2.
Figura o Representação
trono português passar
do assassínio para
de D. Inês o

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filho mais velho de D. Inês de Castro. Assim, o rei D. Afonso IV decidiu que a melhor solução
seria matar a dama galega. O rei, aproveitando a ausência de D. Pedro, foi com Pero Coelho,
Álvaro Gonçalves, Diogo Lopes Pacheco e outros para executarem Inês de Castro em Santa
Clara, conforme fora decidido em conselho. Segundo a lenda, as lágrimas derramadas no rio
Mondego pela morte de Inês teriam criado a fonte das lágrimas da Quinta das Lágrimas, e
algumas algas avermelhadas que ali crescem seriam o seu sangue derramado.

D. Pedro tornou-se no oitavo rei de Portugal como D. Pedro I em 1357. Em Junho de 1360, fez
a declaração de Cantanhede, legitimando os filhos ao afirmar que se tinha casado
secretamente com D. Inês, em 1354, em Bragança. De seguida perseguiu os assassinos de D.
Inês, que tinham fugido para o Reino de Castela e mandou destruir a Vila do Jarmelo. Pêro
Coelho e Álvaro Gonçalves foram apanhados e executados em Santarém (segundo a lenda o rei
mandou arrancar o coração de um pelo peito e o do outro pelas costas). Diogo Lopes Pacheco
conseguiu escapar para a França e, posteriormente, seria perdoado pelo rei no seu leito de
morte.

D. Pedro mandou construir os dois túmulos de D. Pedro I e de D. Inês de Castro no mosteiro de


Alcobaça, para onde trasladou o corpo da sua amada Inês. Juntar-se-ia a ela em 1367. A
primeira posição dos túmulos foi lado a lado, de pés virados a nascente. Na década de 1780, os
túmulos foram mudados para o recém-construído panteão real, onde foram colocados frente a
frente, aparecendo a lenda que estavam assim para que D. Pedro e D. Inês «possam olhar-se
nos olhos quando despertarem no dia do juízo final».

Figura 3. Túmos de Pedro e Inês, colocados frente a frente

Curiosidades
Outros casais em que o final foi trágico:
1- Marco António E Cleópatra

Marco António estava a caminho das províncias orientais, tentando pacificar uma revolta na
Judeia. Durante a viagem, conheceu Cleópatra VII do Egito e após um amor à primeira vista,
tornaram-se amantes. Depois de um inverno juntos, ele foi para Roma e lá permaneceu por
quatro anos. Após este tempo, voltou para sua amada. Em 31 de setembro a.C. ocorreu uma
batalha em que os soldados de Marco António e Cleópatra foram derrotados por Otávio.
Pensando que ela estaria morta, Marco António cometeu o suicídio para evitar o destino que o
aguardava como um prisioneiro. Logo em seguida, a Imperatriz também retirou a própria vida.

2- Hitler e Eva

Catarina Anjos
Adolf e Eva conheceram-se em 1929. Ela era uma jovem loira e cheia de vida, como o ditador
gostava. Durante os primeiros meses, ela teve de suportar a promiscuidade do parceiro, o que
levou a várias tentativas de suicídio. Aos poucos, Eva fazia parte da vida de Hitler, mas tinha de
viver sob as suas regras. De repente, ela tornou-se obcecada por agradá-lo. Durante os seus
últimos dias de vida, Eva ficou ao lado do líder nazista e como uma recompensa, ele casou-se
com ela. Ambos se suicidaram antes de serem capturado pelos rivais.

3-John Lennon e Yoko Ono

Yoko Ono e John Lennon conheceram-se numa galeria de arte em Londres em 1966. Em 1969,
John e Yoko eram casados e começaram a lutar por seus ideais. Em 1973, John deixa Ono e a
relação só é retomada em 1975, quando Yoko deu à luz o seu único filho. Desde então, a
artista cuidou dos negócios de John e tornou-se uma dona de casa. Quando Lennon planeava
voltar ao palco, a tragédia aconteceu: Lennon foi assassinado dia 8 de dezembro de 1980, em
Nova York, pelas mãos de um fã, Mark David Chapman.

Sem contar com a linda, trágica mas bastante famosa história de amor entre Romeu e Julieta.

Catarina Anjos

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