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DIÁRIO DE BORDO

Como consequência da alteração dos docentes, foram também adaptadas as


modalidades de avaliação. É mantida a avaliação distribuída com exame final, embora
tenham sido alteradas as suas componentes. Neste sentido, por ‘trabalho escrito’ deve ser
entendido ‘diário de bordo’, conforme proposta lançada em aula na primeira semana de
março e seguindo os detalhes deste documento de apoio.

Este diário de bordo deve ser estruturado em duas componentes fundamentais: (a)


um registo de observações e experiências; (b) uma reflexão crítica.

a) Na primeira componente – registo de observações e experiências –, o discente


deve espelhar os seus (individuais) encontros com as obras, figuras,
movimentos e temas em estudo. Deve, portanto, aqui colecionar as respostas
aos desafios que, em cada semana, são propostos nas plataformas ou colocados
em contexto de aula,1 bem como as ideias que vão surgindo destas ou de outras
experiências do quotidiano (filmes, músicas, livros, conversas...).

b) Na segunda componente – reflexão crítica –, o discente deve elaborar um


ensaio literário onde desenvolve um comentário sobre um qualquer assunto,
contemplando parte das ideias registadas na primeira componente. O assunto e
abordagem são escolhidos pelo discente, garantindo que se inserem na
cronologia e os conteúdos programáticos da unidade curricular. Este ensaio não
poderá ultrapassar as 2000 palavras (por unidade curricular).

Observações: Os alunos inscritos a ambas as unidades curriculares (História da Arte da


Época Contemporânea III e História da Arquitetura da Época Contemporânea II) deverão
submeter um único ‘diário de bordo’ articulando os conteúdos das duas disciplinas. Neste
caso, deverão estruturar a segunda componente em um único ensaio que articule os
conteúdos de ambas as unidades curriculares, não ultrapassando as 4000 palavras.
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No caso da unidade curricular História da Arte da Época Contemporânea III, depois de iniciadas as
sessões síncronas através da plataforma ZOOM, a docente deixou de colocar propostas de exercícios na
plataforma Moodle. O discente deve, assim, a cada aula, identificar uma ideia que, na sua perspetiva, tenha
sido marcante, registá-la no seu diário e desenvolver pequenos apontamentos reflexivos a partir da mesma,
bem como dar resposta a desafios explicitamente lançados em aula (p. e.: leitura de documento, visualização
de filme...).

1
Notas sobre a primeira componente:

Na impossibilidade do encontro em sala de aula, os docentes procuraram reunir e


tornar disponíveis nas plataformas oficiais de ensino e em contexto de aula (vídeo-
conferência) uma coleção de recursos e exercícios que alimentem o estudo autónomo. São
‘janelas que se abrem para diferentes lugares’. Resultam num texto, em contínua
construção, que cruza diferentes línguas e linguagens e procura desafiar os discentes a
deixar-se implicar. É proposta uma viagem, e a sua necessária reflexão, pelos documentos
e numa série de propostas semanais, cujas respostas deverão ser registadas e integrar esta
componente do ‘diário de bordo’.
Neste sentido, a partir da resposta aos exercícios propostos e dos apontamentos
recolhidos sobre as ideias que mais o marcaram em cada aula, o discente deve procurar
relações entre estes e o tema escolhido para a segunda componente (reflexão crítica).
Idealmente, o discente deve ser capaz de ampliar as ligações a outras épocas e exemplos
artísticos. Esta primeira componente deve espelhar um processo de aprendizagem
individual, onde as características da época estudada se articulam com o ‘objeto’ de análise
escolhido pelo discente para elaboração da reflexão crítica. São, por isso, valorizadas
também as associações a outras épocas e outras experiências do quotidiano (filmes,
músicas, livros, conversas...). Lembre-se que «está tudo ligado» e, nas palavras de
Frederico Lourenço, «o passado é convocado para – digamos assim – tornar mais nítidos,
para ‘afiar’, os contornos do presente».

Notas sobre a segunda componente:

Seguindo o modelo de ‘ensaio académico’, o discente deverá elaborar uma redação


sobre um assunto por si escolhido (obra, figura, movimento, tema...), num máximo de 2000
palavras (por unidade curricular). É da responsabilidade do discente optar por trabalhar um
tópico na sua generalidade ou aprofundar um determinado aspeto, bem como a sua
abordagem. Mesmo que limitado no número de palavras, devem ser seguidas as boas
práticas da escrita académica. Este texto deverá, por isso, ser composto por ‘cabeça, tronco
e membros’, e referenciadas todas as citações e ideias ‘não originais’, seguindo a Norma
Portuguesa 405 e em notas de rodapé.2

2
No limite de palavras, não serão contabilizadas as notas de rodapé quando apenas contendo referências
bibliográficas.

2
O ensaio deve ser estruturado do seguinte modo:
1. exposição do assunto;
p. ex.: Este ensaio procura apresentar algumas das ideias de Frank
Lloyd Wright sobre natureza e paisagem através de uma análise das
suas obras Taliensin e Taliesin West. (...)
2. parágrafo(s) introdutório(s), indicando o contexto e fornecendo ao leitor
informações elementares sobre o tópico em discussão;
p. ex.: Frank Lloyd Wright é citado entre os mais importantes arquitetos
da Época Contemporânea. (...) Entre as suas melhores obras encontramos
composições de larga escala, abrangendo edifícios e jardins, estradas e
elementos de água, campos e bosques. Embora se reconheça a
centralidade dos conceitos de natureza e paisagem na sua obra – escrita,
desenhada e construída – reduzidos são, ainda hoje, os estudos dedicados
às suas composições paisagísticas. Conhecendo o seu percurso, somos
obrigados a considerar as paisagens de Wright como intencionais
elaborações. (...)
3. corpo do texto, no qual é desenvolvido o assunto avançando a reflexão
pessoal;
4. parágrafo(s) de conclusão, sumariando o ensaio e as conclusões da
discussão;
p. ex.: Taliesin e Taliesin West revelam a profunda consciência de Wright
do potencial do jardim e da paisagem como meio artístico. O destaque
destas obras na sua vida é sublinhado pelo (...) Pela análise destas
paisagens foram encontradas (...).
5. bibliografia, utilizando a Norma Portuguesa 405 (NP405).

Notas sobre a apresentação oral:

Parte da avaliação é composta por uma apresentação oral. Esta apresentação é apenas
dedicada à segunda componente do diário de bordo (reflexão crítica). Na impossibilidade
de uma apresentação presencial, esta será feita para ambos os docentes em simultâneo, em
vídeo-conferência ZOOM. O discente terá a possibilidade de ‘partilhar a tela’ (‘share
screen’) com os docentes. Cada apresentação terá um (rigoroso) máximo de 15 minutos.
Será antecipadamente disponibilizada a tabela com as datas de apresentação.

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Perguntas Mais Frequentes:

Em que formato deve o exercício ser submetido?


O exercício é obrigatoriamente submetido em formato digital, via plataforma
Moodle. Pede-se aos discentes que utilizem o formato ‘Portable Document Format’
(PDF), embora outras opções possam ser discutidas com os docentes.

Existe algum limite para a dimensão do ficheiro?


Deverá ser submetido um único ficheiro. Este ficheiro não poderá exceder os
100MB. Caso a dimensão ultrapasse o limite estipulado, entrar em contacto com o
docente.

Sou obrigado a apresentar o resultado final em língua portuguesa?


Não. O documento final pode ser redigido em português, inglês e/ou espanhol
(ordenação tradicional, castelhano).

Há limite de palavras para a primeira componente?


Não.

Na primeira componente devo apenas incluir as respostas aos exercícios propostos na


plataforma Moodle?
Não. Deverão ser incluídas as respostas aos exercícios propostos nessa plataforma,
bem como outros lançados em contexto de aula (vídeo-conferência) e ideias que
surjam dos apontamentos recolhidos ou de múltiplas experiências do quotidiano
(filmes, músicas, livros, conversas...).

É necessário enviar semanalmente aos docentes as respostas aos desafios por estes
lançados?
Não. Estas respostas deverão ser integradas na primeira componente do exercício
proposto. Os discentes são convidados a realizá-las semanalmente, embora o
documento seja apenas avaliado (na íntegra) no final do semestre.

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Estou inscrito em apenas uma unidade curricular – serei penalizado por não articular
duas abordagens?
Não.

Estou inscrito em ambas as unidades curriculares – devo submeter dois exercícios?


Não. Deve ser submetido apenas um ‘diário de bordo’, embora a segunda
componente (reflexão crítica) deva conter um ensaio único (≤4000), articulando
sempre os assuntos de ambas as disciplinas.

Estou inscrito em ambas as unidades curriculares – devo desenvolver um único assunto


para ambas ou um assunto por unidade curricular?
É dada liberdade de opção. Fica, por isso, à responsabilidade do discente escolher
explorar um único assunto para ambas as unidades curriculares, trabalhado sobre
duas perspetivas (p. ex.: a habitação; a espiral...) ou dois assuntos distintos que
procura articular (p. ex: Casa Rietveld Schröder e Jackson Pollock; Casa Cinema
Manoel de Oliveira e Informalismo Espanhol...).

Quais os objetivos deste exercício?


São objetivos gerais deste exercício: exercitar a atenção (a «contemplação activa»,
nas palavras de José Mattoso); ajudar a perceber que «está tudo ligado»; ajudar a
compreender o carácter gradual e os processos do conhecimento. Pedimos a
disponibilidade para tentar e deixamos algumas citações para ajudar a pensar:

«(…) todas as ideias são nossas contemporâneas: estão aí (…) abandonam o


seu lugar histórico fixo no encadeamento da cronologia e entram num reino do
espírito onde todos são contemporâneos. É este processo de tornar contemporâneo
que pode também ser descrito como processo de conhecer. Conhecer é tornar
presente; conhecer algo do passado é resgatá-lo desse tempo, é puxá-lo para aqui e
para hoje.»3

«(…) como escreveu Wittgenstein: “Se as pessoas não fizessem por vezes
coisas disparatadas, nada de inteligente alguma vez se faria.” Carlos Drummond de
Andrade fala também da necessidade de uma “ração diária de erro, distribuída em
casa”, mas esta é uma ração de erro positiva, de um erro inventor”.» 4

3
TAVARES, Gonçalo M. – Atlas do Corpo e da Imaginação: Teoria, Fragmentos e Imagens. Alfragide:
Caminho, 2013.
4
TAVARES, Gonçalo M. – Atlas do Corpo e da Imaginação: Teoria, Fragmentos e Imagens. Alfragide:
Caminho, 2013.

5
«Uma manhã ofereceram-nos um porquinho-da-índia. Chegou a casa numa
gaiola. À tarde, abri-lhe a porta da gaiola. Voltei a casa ao anoitecer e encontrei-o
tal como o deixara no fundo da gaiola, encostado às grades, a tremer do susto da
liberdade.»5

5
GALEANO, Eduardo – O Livro dos Abraços. Lisboa: Antígona, 2018.

6
https://www.academia.edu/39160786/_Susan_Sontag_Against_interpretation_and_other_es_
BookZZ.org

- Ver filme “Longe do Paraíso”, de Todd Haynes


- Identificar temporal e geograficamente a acção do filme e estabelecer pontes com as práticas e
movimentos artísticos que estamos a estudar
- Identificar as grandes questões levantadas pelo filme fazendo uma breve contextualização
histórica das mesmas
- Registar algumas cenas, expressões, palavras que possam relacionar-se com:
“Porque é o nosso olhar que aprisiona muitas vezes os outros nas suas pertenças mais estreitas e é
também o nosso olhar que tem o poder de os libertar.” Maalouf, Amin, As identidades Assassinas,
Difel, Viseu, 2002 _

Nina Simone – minorias étnicas/David Adjaye

Hedwig/Drag: Jinx about the film; genéro-construção (Manif Contra-Sexual)

Hedwig expõe-nos a sua história em flashbacks permanentes: nasceu na Berlim


Oriental, antes da queda do muro, com o nome de Hansel Schmidt, criada por uma mãe,
emocionalmente, pouco presente e com a ausência física do pai.
Infância: sair de Berlim/fascínio pelo Ocidente
Um dia, enquanto apanha sol numa antiga cratera de bomba, seduzida por uma
embalagem de Gummi Bears, Hedwig altera o rumo da sua vida ao comprometer-se com o
homem que a vai tirar da Alemanha comunista, levando-a para o extremo Oeste dos EUA;
neste sentido, Hedwig molda-se àquilo que o seu “herói” lhe exige para a tirar desta prisão
onde se vê sem perspetivas de futuro «there is a conditio n: this must be a marriage
between a woman and a man. Hansel’s mother orchestrates a sex reassignment for her son.
But the surgeon’s slicing and sewing go all wrong, and Hansel’s would-be vagina seals
shut, leaving just a squiggly something between his legs»
Ao dar-nos uma boa parte da narrativa pelos olhos de Hedwig, em momentos
musicais, o filme consegue cumprir o objetivo de tornar a sua
Hedwig recounts this story—as she will detail much of her past—during a
performance in front of one of those fish-restaurant crowds, some of whom are enthusiastic
fans, some of whom just want to be left alone with their fried clams and umbrella drinks.
But Mitchell as Hedwig, dressed in a midriff top and shiny zebra hip-huggers—all
crowned by a flashy sun-yellow wig that virtually has a life of its own—owns the moment,
turning the tacky surroundings into a mini stadium. As Hedwig bounds back and forth
along a stage that isn’t even a stage, her remembered pain becomes fuel for the
performance. Her conviction and her energy are so great that the crowd is roused out of its
half-indifference; the scene devolves into a combination food fight and bar brawl, with

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Hedwig presiding. The chaos of her mind, body, and heart has jumped the tracks from
performer to onlooker, and she’s the messy queen of it all.

Hedwig pours her story out in flashbacks: She was born Hansel Schmidt, in East
Berlin before the destruction of the wall, and was raised by an emotionally disconnected
mother. Hansel’s father, an American serviceman, left the family when Hansel was just a
kid.
One day, while sunbathing nude “in an old bomb crater,” Hansel meets an
American soldier, Luther Robinson (Maurice Dean Wint), who woos him with a large
packet of Gummi Bears. Hansel allows himself to be molded by Luther, who urges him to
dress like a woman. And when Luther proposes, promising to whisk Hansel away to the
States, to the West, where he has always longed to go, there is a condition: this must be a
marriage between a woman and a man. Hansel’s mother orchestrates a sex reassignment
for her son. But the surgeon’s slicing and sewing go all wrong, and Hansel’s would-be
vagina seals shut, leaving just a squiggly something between his legs – the angriest of
angry inches, or, as Hedwig will describe it in a song, a “one-inch mound of flesh with a
scar running down it like a sideways grimace on an eyeless face.”
Hedwig recounts this story—as she will detail much of her past—during a
performance in front of one of those fish-restaurant crowds, some of whom are enthusiastic
fans, some of whom just want to be left alone with their fried clams and umbrella drinks.
But Mitchell as Hedwig, dressed in a midriff top and shiny zebra hip-huggers—all
crowned by a flashy sun-yellow wig that virtually has a life of its own—owns the moment,
turning the tacky surroundings into a mini stadium. As Hedwig bounds back and forth
along a stage that isn’t even a stage, her remembered pain becomes fuel for the
performance. Her conviction and her energy are so great that the crowd is roused out of its
half-indifference; the scene devolves into a combination food fight and bar brawl, with
Hedwig presiding. The chaos of her mind, body, and heart has jumped the tracks from
performer to onlooker, and she’s the messy queen of it all.
After Luther and Hansel marry, Luther moves his wife, now Hedwig, to a trailer
park in Junction City, Kansas; a year later, he leaves her for a man. That’s also the year
that the Berlin Wall comes down: Hedwig is a divided person from a divided city that
became whole only after she left it. She finds some redemption in inventing a glamorous
persona for herself and forming her band. She also falls in love with a teenage

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fundamentalist-Christian rocker boy, Tommy Speck (Michael Pitt), who leaves her to
become—with the help of songs that Hedwig cowrote with him—the rock star Tommy
Gnosis. Left behind once again, Hedwig ekes out a living by playing at those fish
restaurants with her band, following Tommy from town to town as she nurses this new
anger: it’s healing as uneasily and as painfully as the wound between her legs.

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