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UNIDADE CURRICULAR: DIREITO ADMINISTRATIVO.

1.º CICLO EM: LÍNGUAS APLICADAS (LA/SOCI). TIPO DE PROVA: EXAME FINAL (época de
SEMESTRE: 2.º. recurso).
ANO LETIVO: 2017/2018. DATA: 29/06/2017 (14h00) – Sala G306.
DURAÇÃO DA PROVA: 120 minutos.
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OBSERVAÇÕES:
 Este exame é constituído por três grupos, devendo a/o Estudante ler atentamente todo o enunciado da
prova antes de começar a responder. Todas as respostas devem ser completas e fundamentadas
juridicamente.
 A presente prova tem uma ponderação de 100 % na nota final. A estruturação e a precisão das respostas
são consideradas na avaliação. Quando presente um texto introdutório, as respostas deverão ter com ele
uma relação objetiva, sendo essa conexão elemento de avaliação. É permitida a consulta de legislação.
 É permitido trocar a ordem da(s) resposta(s) às questões face à ordem destas no enunciado.
 Não é necessário separar a resposta aos grupos por folhas de resposta diferentes.
 É permitida a consulta da seguinte legislação: Constituição da República Portuguesa (CRP); Código do
Procedimento Administrativo (CPA); Lei n.º 26/2016 de 22 de agosto.
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Grupo I
(2 valores)
1. Distinga fundamentadamente regulamento interno de regulamento externo. Justifique com um
exemplo para cada conceito. (2 valores).

Grupo II
(10 valores)
Suponha que a lei atribui ao Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior a competência para o
reconhecimento de graus e diplomas estrangeiros, mediante parecer obrigatório e vinculativo da
Direção-Geral do Ensino Superior.
Carolina (C), que obteve o grau de doutora em Direito pela Universidade de Harvard (EUA), pediu àquele
Ministro, em 11NOV2016, o reconhecimento do seu grau académico no intuito de poder lecionar direito
em universidades portuguesas. Em 06FEV2017, a Direção-Geral do Ensino Superior emitiu um parecer
favorável à pretensão de Carolina (C), o qual transmitiu ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino
Superior. Ainda em fevereiro de 2017, Carolina (C) foi notificada de uma decisão da Secretária de Estado
da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, datada de 21FEV2017, praticada ao abrigo de uma delegação
de poderes datada de 23JAN2017, do seguinte teor: “Indefiro o reconhecimento do grau académico em
virtude da candidata ter completado o doutoramento em apenas 2 anos, facto que comprova que a
Universidade de Harvard e o sistema de ensino superior dos EUA não oferecem quaisquer garantias de
rigor científico face ao sistema de ensino superior português. Esta decisão é praticada ao abrigo de uma
delegação de competências.”.

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Carolina (C), indignada com a resposta, lamentou-se à Ministra dos Negócios Estrangeiros, sua amiga
de longa data, a qual – a troco de 10 mil euros – emitiu um despacho a 24FEV2017 em que reconhecia
o grau académico de doutora em Direito de Carolina (C).

1. Identifique e enquadre na organização da Administração Pública as entidades administrativas


presentes. (1 valores).
2. Considere o ato datado de 11NOV2016. (1 valor)
a. Em que medida configura ato administrativo? Justifique juridicamente. (0,5 valores)
b. Em que fase do procedimento administrativo se enquadra? (0,5 valores)
3. Quais os requisitos que carecem de se ter verificado para que a delegação de poderes de
23JAN2017 tenha sido válida? Justifique juridicamente. (2 valores)
4.
a. Identifique e classifique todos os atos administrativos referidos no enunciado. (0,5 valor)
b. Aprecie todos os atos que identificou indicando em que medida padecem de algum vício e
pronunciando-se quanto à respetiva consequência jurídica, justificando juridicamente. (4
valores)
5. Imagine que Carolina, ao invés de se queixar à amiga citada, pretendia antes recorrer às garantias
administrativas. O que recomendaria a Carolina? (1,5 valores)
Grupo III
(8 valores)
Suponha que Ricardo, arquiteto de profissão, perdeu um concurso público em que era concorrente
outro arquiteto Joaquim Silva. Duvidando das habilitações literárias de Joaquim, Ricardo requereu em
20JUN2018 à Faculdade de Arquitetura da Universidade de XPTO o seguinte: “Solicito informação sobre
se o Sr. Joaquim Silva tem o grau de Mestre atribuído por essa Faculdade, tal como consta da página
pública na plataforma LinkedIn da pessoa em causa”. Em resposta ao requerimento, a citada Faculdade
respondeu do seguinte modo: “Não é facultado o acesso solicitado. Primeiro, porque o requerente não
enunciou qualquer interesse. Segundo, porque o requerente não tem autorização do titular dos dados.”

1. Que tipo de acesso à documentação administrativa está em causa? (1 valor)


2. Perante a recusa de acesso, descreva como poderia Ricardo reagir nos termos da Lei n.º
26/2016 de 22 de agosto? (2 valores)
3. Que princípio geral da atividade administrativa está em causa neste caso? (1 valor).
4. Analise, com recurso à Lei n.º 26/2016 de 22 de agosto, a validade dos argumentos invocados
pela Faculdade de Arquitetura da Universidade de XPTO para recusar o acesso. (4 valores)

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