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Instituto Superior de Gestão e Empreendedorismo Gwaza Muthini

Licenciatura em Psicologia Clinica Sócio Educacional

Avaliação Psicológica III

A abordagem teórico prático do estágio

Comunicação professor aluno estágio

Concepções do estágio pedagógico

Pratica como instrumentalização teórica

Estagio como pesquisa e pesquisa no estágio

Discentes:

Luísa Justino Majongonhe

Docente:

Msc.

Xai-Xai, Junho 2020


Luísa Justino Majongonhe

A abordagem teórico prático do estágio

Comunicação professor aluno estágio

Concepções do estágio pedagógico

Pratica como instrumentalização teórica

Estagio como pesquisa e pesquisa no estágio

Trabalho de Pesquisa a ser entregue no


ISGEGM, para fins avaliativos, na cadeira de
Avaliação Psicológica III, sob orientação do
Docente: Msc. Rui Jorge Alves de Sousa

Instituto Superior de Gestão e Empreendedorismo Gwaza Muthini

Delegação de Gaza

Xai-Xai, Junho 2020


Índice

Introdução .................................................................................................................................... 1
Abordagem teórico prático do estágio ............................................................................................. 2
Formação de professores e o diálogo com o estágio supervisionado .................................................. 2
Comunicação professor aluno estágio ............................................................................................. 3
Concepções do estágio pedagógico ................................................................................................. 4
Pratica como instrumentalização teórica.......................................................................................... 5
Estagio como pesquisa e pesquisa no estágio ................................................................................... 6
Conclusão ..................................................................................................................................... 7
Referências bibliográficas .............................................................................................................. 8
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Introdução

No âmbito do presente trabalho, irei abordar sobre a abordagem teórico prático do estágio,
comunicação professor aluno estágio, concepções do estágio pedagógico, pratica como
instrumentalização teórica e por fim estagio como pesquisa e pesquisa no estágio

A relação professor-aluno tem sido uma das principais preocupações do contexto escolar. Nas
práticas educativas, o que se observa é que, por não se dar a devida atenção à temática em
questão, muitas ações desenvolvidas no ambiente escolar acabam por fracassar. Daí a
importância de estabelecer uma reflexão aprofundada sobre esse assunto, considerando a
relevância de todos os aspectos que caracterizam a escola.

Ao levar em consideração a escola como a única instituição demarcada, com a possibilidade da


construção sistematizada do conhecimento pelo aluno, foi de fundamental importância a criação
de algumas possibilidades e condições favoráveis, nas quais alunos e professores puderam
refletir sobre sua prática e passaram a atuar num clima mais condizente com a realidade de uma
escola.
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Abordagem teórico prático do estágio


O Estágio é uma situação transitória, de preparação, uma fase de aprendizagem, observação,
análise, planejamento e execução, cujo objetivo básico é propiciar ao aluno a complementação
do ensino, cujo acompanhamento é avaliado em conformidade com o currículo escolar,
conteúdo programático e, também, com calendário escolar, a fim de se constituir em
instrumento de integração, treinamento e aperfeiçoamento técnico, cultural, científico e
relacionamento humano.

De acordo com Tardif (2002), o estágio supervisionado constitui uma das etapas mais
importantes na vida acadêmica dos alunos de licenciatura e, cumprindo as exigências da Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN), a partir do ano de 2006 se constitui numa
proposta de estágio supervisionado com o objetivo de oportunizar ao aluno a observação, a
pesquisa, o planejamento, a execução e a avaliação de diferentes atividades pedagógicas; uma
aproximação da teoria acadêmica com a prática em sala de aula.

Castro (2002 apud FIORENTINI, 2008) e Rocha (2005 apud FIORENTINI, 2008) afirmam que
as práticas de ensino e os estágios supervisionados representam uma instância importante e
fundamental à formação do professor, sendo marcada por intensa e significativa aprendizagem
profissional.

Formação de professores e o diálogo com o estágio supervisionado


A formação de professores tem provocado muitos estudos e questionamentos que indicam a
necessidade de revisitação dos processos formativos na perspectiva de formar um profissional
capaz de compreender que sua atividade nao se resume à transmissão de conhecimentos e que
o exercício da profissão docente exige aprendizagens permanentes, haja vista o acelerado
avanço do conhecimento. Sem dúvida, o conhecimento da formação inicial é importante, mas
as práticas de ensinar mostram que os professores necessitam ampliar suas aprendizagens e seus
conhecimentos profissionais.

A formação inicial, na acepção deste estudo, constitui um dos espaços no qual o professor
aprende sobre o exercício profissional e, por essa razão, ratificamos suas contribuições como
locus privilegiado de produção de conhecimentos docentes. O reconhecimento da importância
da formação inicial na profissionalização do professor indica que ser professor exige uma
formação específica, ou seja, requer a articulação entre o saber, o saber ser e o saber fazer.
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Pensar a formação na perspectiva da profissionalização impõe um novo modo de pensar a


formação de professores. Significa investir na superação de propostas formativas centradas na
racionalidade técnica e aponta possibilidades de efetivação de processos formativos
fundamentados na racionalidade crítica, o que resulta na formação de profissionais com
abertura para o permanente aprendizado sobre a profissão e, principalmente, para a reflexão
sobre sua prática, que se efetiva em espaços de compartilhamento de experiências e de
colaboração. “A formação docente e as aprendizagens sobre o aprender/ensinar e o
ensinar/aprender que a formação oportuniza, tem como elemento vital o fazer pedagógico
enquanto pratica social” (BRITO, 2007, p. 49).

Comunicação professor aluno estágio


Muitos professores que atuam nas escolas não se dão conta da importante dimensão que tem o
seu papel na vida dos alunos. Nesse sentido, um dos aspectos que se quer ressaltar neste artigo
é a importância da formação do professor e da compreensão que ele deve ter em relação a esse
assunto. Pois, não há como acontecer na escola uma educação adequada às necessidades dos
alunos sem contar com o comprometimento ativo do professor no processo educativo.

Em todo processo de aprendizagem humana, a interação social e a mediação do outro tem


fundamental importância. Na escola, pode-se dizer que a interação professor-aluno é
imprescindível para que ocorra o sucesso no processo ensino aprendizagem. Por essa razão,
justifica-se a existência de tantos trabalhos e pesquisas na área da educação dentro dessa
temática, os quais procuram destacar a interação social e o papel do professor mediador, como
requisitos básicos para qualquer prática educativa eficiente. De acordo com as abordagens de
Paulo Freire, percebe-se uma vasta demonstração sobre esse tema e uma forte valorização do
diálogo como importante instrumento na constituição dos sujeitos. No entanto, esse mesmo
autor defende a ideia de que só é possível uma prática educativa dialógica por parte dos
educadores, se estes acreditarem no diálogo como um fenômeno humano capaz de mobilizar o
refletir e o agir dos homens e mulheres.

Já para Vygotsky, a ideia de interação social e de mediação é ponto central do processo


educativo. Pois para o autor, esses dois elementos estão intimamente relacionados ao processo
de constituição e desenvolvimento dos sujeitos. A atuação do professor é de suma importância
já que ele exerce o papel de mediador da aprendizagem do aluno. Certamente é muito
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importante para o aluno a qualidade de mediação exercida pelo professor, pois desse processo
dependerão os avanços e as conquistas do aluno em relação à aprendizagem na escola.

A escola pode ser considerada como um dos espaços essencialmente propícios, e talvez único,
capaz de desenvolver e elevar o indivíduo intelectual e culturalmente dentro de uma sociedade.
Entretanto, as relações estabelecidas no contexto escolar entre alunos e professores têm exigido
bastante atenção e preocupação por parte daqueles que encaram a escola como espaço de
construção e reconstrução mútua de saberes.

Nesse sentido, acredita-se que uma das tarefas das equipes pedagógicas de qualquer escola, é a
criação de estratégias eficazes, no sentido de promover uma formação continuada, a qual
possibilite uma relação pedagógica significativa e responsável entre professores e alunos,
garantindo a todos a melhoria no processo ensino aprendizagem.

Concepções do estágio pedagógico


O estágio supervisionado nas licenciaturas buscará proporcionar a compreensão do processo de
ensino-aprendizagem referido à prática da escola, considerando tanto as relações que se passam
no seu interior com seus participantes, quanto às relações das escolas entre si, como com
instituições inseridas num contexto imediato, assim como em um determinado contexto geral.

As concepções sobre o ensino, os alunos e a aprendizagem, as matérias de ensino e o contexto


de ensino, de um modo geral, não são questionados nos cursos de formação professores, embora
se reconheça que funcionam como estruturas conceptuais que interferem com as aprendizagens
proporcionadas (Barnes, 1989). O ensino não é um processo linear de transmissão de
conhecimentos, envolve o aprendente num processo activo de aprendizagem (Wittrock, 1986).
No seu conjunto, estas razões conduziram ao questionamento do tipo de formação que estava a
ser proporcionada. As dúvidas levantadas quanto à qualidade da formação providenciada e a
consciencialização que não se conhecia como as concepções de ensino e os processos mentais
interferiam na aprendizagem do ensino levou os investigadores educacionais e os educadores a
privilegiar estudos que incidiam no modo como os professores aprendem durante o processo de
aprendizagem do ensino.

Os professores aprendem a ensinar, pela observação de aulas (Lortie, 1975), aprendizagem


através da observação, pelo desempenho na sala de aula, aprendizagem através da acção
instrucional (Munby & Russell, 1993;
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Zeicnher, 1993) e pela interacção com os seus pares e com os seus orientadores, aprendizagem
através da acção comunicativa (Habermas, 1982). A aprendizagem através da acção
instrucional inicia-se com a frequência da componente prática dos cursos de formação de
professores, isto é, nos estágios pedagógicos quando lhes são atribuídas turmas reais e começam
a funcionar como docentes.

O estágio pedagógico permite uma primeira aproximação à prática profissional e promove a


aquisição de um saber, de um saber fazer e de um saber julgar as consequências das acções
didácticas e pedagógicas desenvolvidas no quotidiano profissional. Assim, o estágio
pedagógico ao possibilitar o envolvimento experiencial e interactivo com alunos na sala de aula
e com os orientadores, em situações pré e pós-activas do ensino (Jackson, 1968), cria condições
para a realização de aprendizagens que podem proporcionar a aquisição de saberes profissionais
e mudanças, quer nas estruturas conceptuais, quer nas concepções de ensino (Clark & Peterson,
1986).

Pratica como instrumentalização teórica


Indivíduos que não atuam no interior da escola possuem conhecimentos superficiais da
realidade escolar. O estágio, amparado a uma fundamentação teórica, propiciará aos futuros
professores um entendimento mais claro das situações ocorridas no interior das escolas e,
consequentemente, possibilitará uma adequada intervenção da realidade.

O estágio pode ser considerado como uma “oportunidade de aprendizagem da profissão docente
e da construção da identidade profissional” (PIMENTA, 2004, p.99). Não podemos considerá-
lo como uma instrumentalização técnica, pois seu objetivo deve ir além de ensinar conteúdos e
modos de fazer a serem aplicados nas situações reais.

A Prática de Ensino e o estágio não garantem uma preparação completa para o magistério, mas
possibilita que o futuro educador tenha noções básicas do que é ser professor nos dias atuais,
como é a realidade dos alunos que frequentam a escola, entre outras. Essa oportunidade de
observação e reflexão sobre a prática permitirá que o aluno/estagiário reafirme sua escolha pela
profissão e resolva assumir-se como profissional politizado desde o início de sua carreira.

Para que o estágio surta efeito é necessário que as atividades sejam programadas de modo que
as mesmas não se distanciem da realidade. É preciso que haja intencionalidade e reflexão sobre
as atividades desenvolvidas. Segundo Freire (1997) é na formação do professor que devemos
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exercitar a reflexão crítica sobre a prática. “É pensando criticamente a prática de hoje ou de


ontem que se pode melhorar a próxima prática”

Dessa forma, o estágio favorece aos que não exercem o magistério um espaço privilegiado para
vivenciar experiências pedagógicas de modo a aprender a profissão docente. Os conhecimentos
e as atividades que constituem a base formativa do curso também são essenciais, pois
possibilitam ao aluno/estagiário apropriar-se de instrumentais teóricos e metodológicos para
compreender o sistema educacional e fazer uma futura reflexão. “A teoria pode contribuir para
a transformação do mundo, mas para isso tem que sair de si mesmo e, em primeiro lugar, tem
que ser assimilada pelos que vão ocasionar, com atos reais, efetivos, tal transformação”
(VASQUEZ, 1968, p.206)

Estagio como pesquisa e pesquisa no estágio


O estágio supervisionado por ser o momento, por excelência, do contato do estagiário com a
prática, contribui para o conhecimento sobre a profissão, o modo como ela acontece na prática,
como também para a construção e reafirmação da identidade profissional, ou ainda, para a
percepção da não identificação com a docência. Para que o estágio seja esse espaço de
conhecimento acerca da profissão e construção da identidade profissional, é necessário que se
desenvolva na perspectiva de estágio enquanto campo de pesquisa para que o estagiário possa
relacionar os conhecimentos teóricos com a prática, analisar e refletir sobre a realidade da
escola campo de estágio, podendo perceber os limites e as possibilidades de trabalho.

O estágio deve possibilitar ao estagiário conhecer o movimento do trabalho pedagógico e não


o momento de reproduzir um modelo de ensinar copiado a partir de uma observação limitada
das aulas do (a) professor (a), pois nessa perspectiva o estagiário por vezes critica a prática do
professor colaborador sem considerar o que condiciona tal prática como: estrutura física da
escola, condição social da comunidade na qual está inserida a escola, concepção de educação
que o professor tem, objetivos pretendidos por ele, condições de trabalho disponíveis, políticas
destinadas à educação, enfim, é preciso que se tenha um olhar atento para a escola como um
todo em movimento.
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Conclusão

Concluindo, podemos dizer que perante o cotidiano das instituições de ensino, das dificuldades
de estrutura das escolas, rotina, disponibilidade de ambiente, recursos materiais, afinidades
pessoais, ausência de apoio familiar, indisciplina dos alunos, entre outros faz com que os
estudantes em formação discutam a formação que tiveram não se sentido prontos para encarar
os problemas existentes no exercício docente.

Por isso, o estágio tem uma enorme importância na formação profissional, é a base para atuarem
como professores, após esta prática os estagiários sentem-se mais preparados para atuar
profissionalmente na sala de aula.

Da mesma forma podemos acrescentar nessas considerações que há grande importância de uma
reflexão sobre a prática na formação do professor, que durante seus estágios pensam e repensam
sobre suas práticas, no que fazer com seus alunos, que conteúdos escolher, fazendo uma
reflexão do que seria mais adequado para cada momento (IMBERNÓN, 2001).

Assim sendo, o estágio curricular supervisionado como já mencionado, deve ser visto como um
importante meio na formação do professor, pois traz elementos importantes para o exercício
diário do futuro profissional. É no período do estágio supervisionado que o acadêmico, futuro
professor, percebe a possibilidade de utilizar os conhecimentos teóricos na prática, sempre
procurando fazer uma reflexão depois de cada aula, em busca de melhorias e transformações
ao longo deste período e com certeza as mudanças continuam no decorrer do seu cotidiano, pois
cada turma possui uma realidade diferente, que exige posturas diferentes, a cada ano são
situações diferentes e assim são exigidas do professor constantes atualizações e desta forma,
flexibilidade nas mudanças na maneira de conduzir e de orientar o seu trabalho diante dos seus
alunos.
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Referências bibliográficas

Barnes, H. (1989). Structuring knowledge for beginning teaching. In M. C. Reynolds (Ed.),


Knowledge base for beginning teacher. Oxford, England: Pergamon Press.

Clark, C. & Peterson, P (1986). Teachers' thought processes. In M. C. Wittrock (Ed.), Handbook
of research on teaching. New York, NY: Macmillan.

FIORENTINI, Dario. A pesquisa e as práticas de formação de professores de matemática em


face das políticas públicas no Brasil. Bolema, Rio Claro: UNESP, ano 21, n. 29, 2008, p. 43-
70.

FREIRE, P. Educação como prática da liberdade. 19 ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1989.

FREIRE, P. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz
e Terra, 1997.

Habermas, J. (1982). Conocimiento e interés. Madrid: Taurus Ediciones, S. A. (Trabalho


original em alemão publicado em 1968).

Lortie, D. C. (1975). School teacher. A sociological study. Chicago, IL: The University of
Chicago Press.

Munby, H., & Russell, T. (1993, Abril). The authority of experience in learning to teach:
Messages from a physics methods class. Comunicação apresentada no congresso anual da
American Educational Research Association, Atlanta.

PIMENTA, S.G. (org.). O estágio e a docência. São Paulo: Cortez, 2004.

VASQUEZ, A. Filosofia da Práxis. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1968.

VIGOTSKY, L. S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1984.

Wittrock, M. C. (1986). Students' thought processes. In M. C. Wittrock (Ed.), Handbook of


research on teaching. New York: Macmillan.

Zeichner, K. (1993). A formação reflexiva de professores: Ideias e práticas. Lisboa: Educa.

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