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Relatório apresentado ao
departamento de Engenharia Energia
da Universidade Federal do ABC,
como parte dos requisitos de
avaliação da disciplina Engenharia de
Biosdiesel.
Santo Andre
2020
INTRODUÇÃO
Fonte: [3]
A palmeira de babaçu, além do fruto com alto conteúdo de óleo, pode ser
utilizada para outros fins, sendo possível aproveitar a planta inteira: das sementes pode-
se extrair óleo, o resto fruto pode ser usado para alimentação animal e a casca pode
ser utilizada como biomassa para queima e produção de energia. [1]
As múltiplas utilidades que se encontra para o fruto do babaçu é uma das razões
pelas quais comunidades se formam em torno das florestas de babaçu e são capazes
de sobreviverem através da coleta manual, sendo importantíssimo para o
agroextrativismo familiar em diversas regiões, principalmente no Maranhão. [4]
ASPECTOS SOCIOECONÔMICOS
Fonte: [6]
Figura 3
Com isso pode-se concluir que no eventual uso de babaçu para a produção de
biodiesel é importante levar em consideração a grande quantidade de pessoas que
dependem da extração do mesmo para sobrevivência, sendo necessário considerar
cautelosamente como se dará a produção para suprir a alta demanda excedente gerada.
A questão técnica também é importante e deve ser levada em conta, pois não
há hoje nenhuma forma de se extrair o coco do babaçu exceto pela extração manual,
de forma que não só as famílias dependem da extração e quebra do coco de babaçu
para sobreviver, mas a própria extração do babaçu, hoje, depende das famílias
extrativistas da região.
Desde que surgiu nos anos 1980 junto a uma série de outras organizações na
região, com o retorno da democracia, esse movimento tem mobilizado diversos
segmentos sociais e instituições governamentais na luta por melhores condições de vida
e trabalho com desenvolvimento sustentável em toda a região, sendo também uma
minoria étnica. [5]
No mês de fevereiro de 1980, foi divulgado pela pela Conferência Nacional dos
Bispos do Brasil (CNBB) o relatório “Igreja e os problemas da terra”. No documento em
questão, a Igreja condena as políticas governamentais para a região e denuncia a
políticas de incentivos fiscais. A CPT buscava apoiar os grupos de agricultores
participantes nos conflitos, procurando estimulá-los a resistir na terra onde estavam
localizados. Uma das questões que dificultavam o direito por parte dos agricultores em
permanecer onde se instalavam era o problema de superposição de títulos.
Possibilitando ações de reintegração de posse, impetradas pelos grileiros contra os
posseiros.
Com o passar das décadas, temos o Maranhão sendo um dos estados do Brasil
com os maiores índices de conflitos envolvendo trabalhadores rurais. De 1964 até 1990,
houveram mais de 1630 pessoas assassinadas em função de relações com movimentos
sociais rurais, entre índios, lavradores, sindicalistas, religiosos e advogados. Tais
mortes eram usualmente executadas por pistoleiros a mando de proprietários de terra e
grileiros. Apesar de esses constantes conflitos sempre envolverem os fazendeiros
proprietários de terras e/ou os posseiros, constantemente haviam os interesses políticos
por trás.
Figura 5
Como óleo de origem vegetal, o biodiesel de babaçu não apresenta vantagens diretas
em relação ao biodiesel de outras fontes com relação a queima em motores de
combustão interna, emitindo poluentes semelhantes e volumes semelhantes, com uma
variação irrelevante, uma vez que o biodiesel utilizado no Brasil, embora tendo sua
origem principal na Soja, ele tem várias outras fontes também, como Dendê, Mamona,
Girassol, entre outros.
Fonte [13]
Pode-se inferir que o babaçu é uma fonte viável de matéria prima para a
produção do biodiesel nacional dada sua relevante parcela de óleo vegetal em suas
amêndoas e grande quantidade de plantas adultas disponíveis na natureza onde pode
se realizar a coleta do coco. Por outro lado, a falta de técnica para se realizar a coleta
dos frutos de babaçu (falta de maquinário e tecnologia adaptada para a planta em
conjunto com a falta de técnicas de plantio controlado - o babaçu só ocorre
naturalmente) torna o babaçu inviável como fonte única ou como principal fonte para a
produção de biocombustíveis, sendo sua participação apenas capaz de variar a matriz
de matérias primas.
[1] BERGMANN, J.C; TUPINAMBÁ, D.D; COSTA, O.Y.A; ALMEIDA, J.R.M; BARRETO,
C.C; QUIRINO, B.F. Biodiesel production in Brazil and alternative biomass feedstocks.
Brasil: Elsevier, 2013.
[2] PARENTE, Expedito José de Sá. BIODIESEL: Uma Aventura Tecnológica num País
Engraçado. Fortaleza: TecBio, 2003.
[6] CUNHA, Valdeir Vieira da; ALMEIDA, Valdinar; SOARES, Willians Muller Alves.
CONFLITOS AGRÁRIOS NA REGIÃO DO BICO DO PAPAGAIO: Levantamento
histórico e novas perspectivas. Reis da Geografia, 2012. Disponível em:
https://reisdageografia.blogspot.com/2012/01/conflitos-agrarios-na-regiao-do-bico-
do_12.html . Acesso em: 25 de mar. 2020.
[7] OLIVEIRA, Nilton Marques de; CRESTANI, Leandro de Araújo; STRASSBURG, Udo.
Conflitos Agrários no Bico do Papagaio, Tocantins. Brasil: Revista IDeAS, v.8, n2, 2014.
[9] NASCIMENTO, Poliana de Sousa; LIMA, Luís Augusto Pereira. Projeto Nova
Cartografia Social da Amazônia Cartografia Social dos Babaçuais: Mapeamento Social
da Região Ecológica do Babaçu. Socio Ambiental, 2015. Disponível em:
https://www.socioambiental.org/sites/blog.socioambiental.org/files/nsa/arquivos/mapa_
babacu_10.pdf . Acesso em: 25 mar. 2020.
[10] Coco babaçu pode ajudar na sustentabilidade como fonte de biodiesel. Jornal O
Girassol, 2010. Disponível em: https://www.biodieselbr.com/noticias/em-foco/coco-
babacu-ajudar-sustentabilidade-fonte-biodiesel-181010 . Acesso em: 8 mai. 2020.
[11] PUTTI, Fernando Ferrari; LUDWIG, Rafael; RAVAZI, Amanda Sanches. ANÁLISE
DA VIABILIDADE E RENTABILIDADE DO USO DO BABAÇU PARA A PRODUÇÃO DO
BIODIESEL. Brasil: VIII Fórum Ambiental da Alta Paulista, v. 8, n. 7, 2012.
[12] SILVA, Mitchell González Soares da; FERREIRA, Kerlen Jacqueline Nunes;
TEIXEIRA, Mayara Mondego; SILVA, Fernando Carvalho; MACIEL, Adeilton Pereira.
ESTUDO DE VIABILIDADE TÉCNICA DA PRODUÇÃO DE BIODIESEL DE
BABAÇU: UMA REVISÃO CRÍTICA. Brasil: Revista da Universidade Vale do Rio
Verde, Três Corações, v. 12, n. 2, 2014.