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Em nível internacional, a saúde pública é coordenada pela Organização Mundial de Saúde – OMS, composta
atualmente por 194 países. O órgão consiste em uma agência especializada da ONU (Organização das Nações
Unidas) que trabalha lado a lado com o governo dos países para aprimorar a prevenção e o tratamento de doenças,
além de melhorar a qualidade do ar, da água e da comida.
Além do contexto político-administrativo, a saúde pública também é o ramo da ciência que busca prevenir e tratar
doenças através da análise de indicadores de saúde e sua aplicação nos campos da biologia, epidemiologia e outros
campos relacionados.
Com o objetivo de garantir esse direito, a Constituição Federal atribuiu à União, aos Estados, ao Distrito Federal e
aos municípios a competência de cuidar da saúde pública. Isso significa que, dentro de um sistema único, cada
esfera do governo terá um órgão responsável por executar e administrar os serviços destinados à saúde local.
Vale mencionar que a Constituição de 1988 foi a primeira a tratar a saúde como pauta política. Antes dela, não havia
legislação que sujeitasse o Poder Público a investir na área.
Descentralização
Para atender todas as regiões do país de forma direcionada às necessidades locais, o SUS divide-se em órgãos
regionais com poder de administração. No âmbito nacional, a administração do SUS acontece através do Ministério
da Saúde. Nos estados, Distrito Federal e municípios, a administração fica por conta das Secretarias de Saúde, ou
órgãos equivalentes.
Integralidade
O SUS deve atender todos os indivíduos, sem distinção de qualquer espécie. Além disso, o serviço deve dar ênfase
nas atividades preventivas (campanhas de conscientização, vacinas, etc) sem que isso implique na cobertura de
tratamentos e medidas curativas.
Participação da comunidade
A participação do povo deve acontecer através de conselhos e conferências de saúde nas quais a população pode
votar e decidir quais questões sanitárias devem ser priorizadas.
Com a exceção do último princípio (que foi inserido na lei apenas em 2017), essas são as bases da saúde pública
no país desde 1990, quando a Lei Orgânica da Saúde entrou em vigor.
Já a OPAS, (Organização Pan Americana da Saúde), define 11 funções essências da saúde pública em qualquer
país:
1. Monitoramento, análise e avaliação da situação de Saúde do Estado.
2. Vigilância, investigação, controle de riscos e danos à Saúde.
3. Promoção da Saúde.
4. Participação social em Saúde.
5. Desenvolvimento de políticas e capacidade institucional de planejamento e gestão pública da Saúde.
6. Capacidade de regulamentação, fiscalização, controle e auditoria em Saúde.
7. Promoção e garantia do acesso universal e equitativo aos serviços de Saúde.
8. Administração, desenvolvimento e formação de Recursos Humanos em Saúde.
9. Promoção e garantia da qualidade dos serviços da Saúde.
10. Pesquisa e incorporação tecnológica em Saúde.
11. Coordenação do processo de Regionalização e Descentralização da Saúde
Agora que você já sabe um pouco mais sobre saúde pública, vamos juntos fortalecer o movimento para que o nosso
direito à saúde seja respeitado em todas as esferas públicas.
Redação CDD
Fontes: (https://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=article&id=340:funcoes-essenciais-de-
saude-publica-fesp&Itemid=444) http://www.fiocruz.br/bibsp/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=107
http://www.escoladesaude.pr.gov.br/arquivos/File/saude_publica_4.pdf O que é o SUS – Jairnilson Paim – Editora
Fiocruz, 2015.
CURIOSIDADES HISTÓRICAS
A Revolta da Vacina foi uma rebelião popular contra a vacina anti-varíola, ocorrida no Rio de Janeiro, em novembro
de 1904.
Resumo: Causas e Consequências
Quando o presidente Rodrigues Alves assumiu o governo, em 1902, nas ruas da cidade do Rio de Janeiro
acumulavam-se toneladas de lixo.
Desta maneira, o vírus da varíola se espalhava. Proliferavam ratos e mosquitos transmissores de doenças fatais
como a peste bubônica e a febre amarela, que matavam milhares de pessoas anualmente.
Decidido a reurbanizar e sanear a cidade, Rodrigues Alves nomeou o engenheiro Pereira Passos para prefeito e o
médico Oswaldo Cruz para Diretor da Saúde Pública.
Com isso, iniciou a construção de grandes obras públicas, o alargamento das ruas e avenidas e o combate às
doenças.
A reurbanização do Rio de Janeiro, no entanto, sacrificou as camadas mais pobres da cidade, que foram
desalojadas, pois tiveram seus casebres e cortiços demolidos.
A população foi obrigada a mudar para longe do trabalho e para os morros, incrementando a construção das favelas.
Como resultado das demolições, os aluguéis subiram de preço deixando a população cada vez mais indignada.
Charge: A Lei da Vacinação Obrigatória acende o pavio da revolução enquanto os políticos e Oswaldo Cruz (vestido de médico) ficam apavorados
Era necessário combater o mosquito e o rato, transmissores das principais doenças. Por isso, o intuito central da
campanha era precisamente acabar com os focos das doenças e o lixo acumulado pela cidade.
Primeiro, o governo anunciou que pagaria a população por cada rato que fosse entregue às autoridades. O resultado
foi o surgimento de criadores desses roedores a fim de conseguirem uma renda extra.
Charge do Jornal do Brasil. 11 de agosto de 1904, criticando aqueles que se aproveitaram para criar ratos apenas para receber indenizações
Contudo, a campanha de saneamento realizava-se com autoritarismo, onde as casas eram invadidas e vasculhadas.
Não foi feito nenhum esclarecimento sobre a importância da vacina ou da higiene.
Numa sociedade onde as pessoas se vestiam cobrindo todo o corpo, mostrar os seus braços para tomar a vacina foi
visto como "imoral".
Assim, a insatisfação da população contra o governo foi generalizada, desencadeando "A Revolta da Vacina".
Vacinação Obrigatória
O médico Oswaldo Cruz (1872-1917), contratado para combater as doenças, impôs vacinação obrigatória contra
a varíola, para todo brasileiro com mais de seis meses de idade.
Políticos, militares de oposição e a população da cidade se opuseram à vacina. A imprensa não perdoava Oswaldo
Cruz dedicando-lhe charges cruéis ironizando a eficácia do remédio.
Os mais radicais pregavam a resistência à bala, alegando que o cidadão tinha o direito de preservar o próprio corpo
e não aceitar aquele líquido desconhecido.
O descontentamento se generalizou, somando aos problemas de moradia e ao elevado custo de vida, resultando na
Revolta da Vacina Obrigatória.
Entre 10 e 16 de novembro de 1904, as camadas populares do Rio de Janeiro saíram às ruas para enfrentar os
agentes da Saúde Pública e a polícia.
O centro do Rio de Janeiro foi transformado numa praça de guerra com bondes derrubados, edifícios depredados e
muita confusão na Avenida Central (atual Avenida Rio Branco).
A revolta popular teve o apoio de militares que tentaram usar a massa insatisfeita para derrubar, sem sucesso, o
presidente Rodrigues Alves.
O movimento rebelde foi dominado pelo governo, que prendeu e enviou algumas pessoas para o Acre. Em seguida,
a Lei da Vacina Obrigatória foi modificada, tornando facultativo o seu uso.
A saúde pública é aquela voltada para as ações de manutenção da saúde da população, garantindo um tratamento
adequado e a prevenção de doenças.
No Brasil, a saúde pública é regulamentada pela ação do Estado, através do Ministério da Saúde e demais
secretarias estaduais e municipais.
O objetivo básico da saúde pública é garantir que toda a população tenha acesso ao atendimento médico de
qualidade.
No
Brasil colonial, eram os curandeiros e barbeiros que proporcionavam atendimento de saúde aos menos favorecidos
Durante o período da colonização e império do Brasil não existiam políticas públicas voltadas para a saúde. No início
da colonização, muitos indígenas morreram em virtude das "doenças do homem branco", aquelas trazidas pelos
europeus e para as quais a população indígena não tinha resistência.
O acesso a saúde era determinado pela classe social do indivíduo. Os nobres tinham fácil acesso aos médicos,
enquanto os pobres, escravos e indígenas não recebiam nenhum tipo de atenção médica. Essa parte da população
era dependente da filantropia, caridade e crenças.
Uma das formas de conseguir atendimento era através de centros médicos ligados as instituições religiosas, como
as Santas Casas de Misericórdia. Esses espaços eram mantidos por meio de doações da comunidade e por muito
tempo representam a única opção para as pessoas sem condições financeiras.
O ano de 1808 marca a chegada da família real ao Brasil e também da criação dos primeiros cursos de Medicina.
Assim, foram formados os primeiros médicos brasileiros, os quais lentamente começaram a substituir os médicos
estrangeiros.
No final do século XIX e início do XX, a cidade do Rio de Janeiro contou com diversas ações de saneamento básico
e campanha de vacinação contra a varíola.
Ainda nessa época, o esgoto corria a céu aberto e o lixo não tinha o destino adequado, assim, a população estava
sujeita a uma série de doenças.
Porém, com a ditadura militar, a saúde sofreu cortes orçamentários e muitas doenças voltaram a se intensificar.
Em 1970, apenas 1% do orçamento da União era destinado para a saúde. Ao mesmo tempo, surgia o Movimento
Sanitarista, formado por profissionais da saúde, intelectuais e partidos políticos. Eles discutiam as mudanças
necessárias para a saúde pública no Brasil.
Uma das conquistas do grupo foi a realização da 8ª Conferência Nacional da Saúde, em 1986. O documento criado
ao final do evento era um esboço para a criação do Sistema Nacional de Saúde - SUS.
A 8ª
Conferência Nacional da Saúde foi um marco para a história da Saúde Pública no Brasil
A constituição de 1988 traz a saúde como um direito do cidadão e um dever do Estado. Outra importante conquista
foi que o sistema de saúde público deve ser gratuito, de qualidade e acessível a todos os brasileiros e/ou residentes
no Brasil.
A Lei Federal 8.080 de 1990 regulamenta o Sistema Único de Saúde. De acordo com a legislação, os objetivos do
SUS são:
A reforma sanitária foi o resultado de um conjunto de alterações estruturais realizadas na área da saúde em vários
países, quando a falta de condições de saneamento e a baixa qualidade na prestação dos serviços, entre tantos
outros, eram enfrentados por vários deles.
Assim, a necessidade de reformular os sistemas de serviços de saúde impulsionou a abertura de discussões, dando
início ao que se chamou de reforma sanitária.
Os seus impulsionadores, dentre os quais o médico e sanitarista Sérgio Arouca, se reuniram em um evento da
Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), e o seu grupo passou a ser ofensivamente chamados de “partido
sanitário”.
Esse grupo começou a definir quais eram as necessidades prioritárias na área da saúde, e perceberam que
identificá-las não seria uma tarefa fácil, afinal, antes disso era preciso entender o que era saúde.
O Cebes - Centro Brasileiro de Estudos de Saúde, criado em 1976, motivou o debate para os problemas sanitários,
o que foi feito através de uma publicação chamada de Saúde e Debate, que logo nos primeiros números falava
sobre o direito à saúde e uma proposta de reforma sanitária, que se tornou a premissa da reforma.
A Abrasco - Associação Brasileira de Pós-Graduação em Saúde Coletiva, criada em 1979, e atualmente Associação
Brasileira de Saúde Coletiva, também desempenhou um papel importante na história da saúde. A associação
conseguiu mobilizar várias áreas da saúde para discutirem entre si sobre posturas e práticas diferentes sobre o
tema.
Nesse evento, presidido por Sérgio Arouca, que na altura era o presidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), foi
discutido o direito universal de acesso à saúde, e centenas de pessoas de vários segmentos da sociedade,
debateram sobre um novo modelo de saúde para o nosso País, que compreendia revisão de leis e financiamento,
entre outros.
Na sequência, entre 1986 e 1987, a criação da Comissão Nacional da Reforma Sanitária (CNRS) se debruçou sobre
a estrutura técnica que seria necessária para tornar possível a mudança do serviço de saúde.
As palavras de Arouca na VIII Conferência Nacional de Saúde mostram a diferente forma de olhar para a saúde, que
foi uma das conquistas da reforma sanitária brasileira:
Criação do SUS
O Sistema Único de Saúde (SUS), foi criado em 1988 com a Constituição Federal e é resultado de uma luta social.
No artigo 196 da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988: “A saúde é direito de todos e dever do
Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros
agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.”
O SUS é o maior sistema de saúde pública do mundo, embora nunca tenha sido financiado para dar a resposta mais
adequada à população. Por esse motivo, os estudiosos alegam que a reforma não acabou e é preciso que o sistema
seja reformulado.
Essas doenças atingem grande parte da população e necessitam de uma estrutura adequada
dentro do SUS para garantir um atendimento de qualidade para todos.
“um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não somente ausência
de afeções e enfermidades”.
* Lana Magalhães Professora de Biologia
Bacharelada e Licenciada em História, pela PUC-RJ. Especialista em Relações
Internacionais, pelo Unilasalle-RJ. Mestre em História da América Latina e União Europeia pela Universidade de Alcalá,
Espanha.
ATIVIDADES
1. Questão Enem 2011: Durante as estações chuvosas, aumentam no Brasil as campanhas de prevenção à dengue,
que têm como objetivo a redução da proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor do vírus da dengue. Que
proposta preventiva poderia ser efetivada para diminuir a reprodução desse mosquito?
A) Colocação de telas nas portas e janelas, pois o mosquito necessita de ambientes cobertos e fechados para a sua
reprodução.
B) Substituição das casas de barro por casas de alvenaria, haja vista que o mosquito se reproduz na parede das
casas de barro.
C) Remoção dos recipientes que possam acumular água, porque as larvas do mosquito se desenvolvem nesse
meio.
D) Higienização adequada de alimentos, visto que as larvas do mosquito se desenvolvem nesse tipo de substrato.
E) Colocação de filtros de água nas casas, visto que a reprodução do mosquito acontece em águas contaminadas.
2. Questão do Enem 2013: A contaminação pelo vírus da rubéola é especialmente preocupante em grávidas, devido
à síndrome da rubéola congênita (SRC), que pode levar ao risco de aborto e malformações congênitas. Devido a
campanhas de vacinação específicas, nas últimas décadas houve uma grande diminuição de casos de rubéola entre
as mulheres, e, a partir de 2008, as campanhas se intensificaram e têm dado maior enfoque à vacinação de homens
jovens.
BRASIL. Brasil livre da rubéola: campanha nacional de vacinação para eliminação da rubéola. Brasília: Ministério da
Saúde, 2009 (adaptado).
Considerando a preocupação com a ocorrência da SRC, as campanhas passaram a dar enfoque à vacinação dos
homens, porque eles
3. ENEM – 2016 A formação de coágulos sanguíneos em veias e artérias é um dos fatores responsáveis pela
ocorrência de doenças cardiovasculares, como varizes, infarto e acidentes vasculares cerebrais. A prevenção
e o tratamento dessas doenças podem ser feitos com drogas anticoagulantes. A indústria farmacêutica
estimula a pesquisa de toxinas animais com essa propriedade.
A) 5 B) 4 C) 3 D) 2 E) 1
SARAMPO
RUBEOLA
DENGUE
RAIVA
POLIOMIELITE
FEBRE AMARELA
CATAPORA
HEPATITE A
HERPES
VARÍOLA
AIDS
CAXUMBA
PNEUMINIA
TETANO
COLERA
HANSIENÍASE
SIFILIS
GONORREIA
MENINGITE
DIFTERIA
COQUELUCHE
TRACOMA
TINHA
CANDIDÍASE
ESPOROTRICOSE
ASPORGIOLOSE
HISTOPLASMOSE
PARACOCCIDIODOMICOSE
MALÁRIA
LEISHMANIOSE
ÚLCERA DE
BAURU
TOXOPLAMOSE
GIARDÍASE
AMEBÍASE
TRICONOMÍASE