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HUMANIDADES SERTANEJAS
Revista do Grupo de Pesquisa História, Sociedade e Etnociência. UESB-
CNPq
HUMANIDADES SERTANEJAS
Revista do Grupo de Pesquisa História, Sociedade e Etnociência. UESB-CNPq
Volume 2 - Número 2 - 2017
GRUPO DE PESQUISA HISTÓRIA, SOCIEDADE E ETNOCIÊNCIA-CNPQ.
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA.
NUCLEAS/UERJ – Núcleo de Estudo das Américas.
Revista Humanidades Sertanejas.
V. 2, Junho 2017
Reitor UESB
Paulo Roberto Pinto Santos
Vice-Reitor
Fábio Félix Ferreira
Coordenadores Revista
EXPEDIENTE
Editor responsável
Conselho editorial
Revisão
CATALOGAÇÃO NA FONTE
UESB/PERGAMUM
Anual.
Inclui bibliografia.
ISSN 2448-1734
SUMÁRIO
Apresentação 6
Apresentação
Dessa forma, o Grupo tem realizado encontros regulares que culminam com o estudo
de temas transversais valorizando os princípios básicos da construção do conhecimento nas
populações humanas, seus ambientes, necessidades e possibilidades que resultam em
correlações entre a diversidade biológica e cultural.
Propor metas e ações que disseminem informações e interaja com a sociedade por
meio de palestras, seminários, e amostras, por certo, desenvolverá o sentimento coletivo e o
espírito de cooperação nos indivíduos associados, e estenderá vantagens particulares à
sociedade, pelo ensino, pesquisa e extensão.
Os coordenadores
8
RESUMO
INTRODUÇÃO
hortaliças, dos frutos nas fruteiras e dos grãos nas grandes culturas: arroz (Oryza sativa),
feijão (Phaseolus vulgaris), milho (Zea mays), soja (Glycine max) etc., e pelos caracteres
qualitativos envolvendo componentes nutricionais estruturais/funcionais (proteínas e
enzimas), energéticos (carboidratos e lipídeos) e reguladores (vitaminas, hormônios), com
propriedades organolépticas desejáveis (BRIGGS e KNOWLES, 1967; ALLARD, 1971;
WELSH, 1981; FEHR, 1987; POEHLMAN, 1987; BORÉM, 1997).
Para cultura de plantas medicinais, o principal objetivo é a produtividade expressa
pelos caracteres quantitativos envolvendo, geralmente, o teor de princípios ativos e pelos
caracteres qualitativos envolvendo os tipos de princípios ativos e seus principais constituintes
químicos, tais como: os alcalóides de Catharanthus roseus (Vinca), os flavonóides de
Calendula officinalis (Calêndula), os glicosídeos cardiotônicos de Digitalis spp. (Dedaleira,
Digitalis), as mucilagens de Aloe vera (Babosa), os óleos essenciais de Ocimum spp.
(Alfavaca, Manjericão) e Mentha spp. (Hortelã) e os taninos de Stryphnodendron spp.
(Barbatimão) (HUSSAIN,1991; PALEVITCH, 1991).
Na cultura de plantas não-medicinais prioriza-se o metabolismo primário e na cultura
de plantas medicinais prioriza-se o metabolismo secundário. O metabolismo primário é
responsável, primordialmente, pela produção de proteínas das folhas nas hortaliças, de
proteínas nos frutos nas fruteiras e de proteínas de reserva nos grãos nas grandes culturas e de
enzimas envolvidas na biossíntese de carboidratos, lipídeos, proteínas, hormônios e vitaminas.
O metabolismo secundário é responsável, primordialmente, pela produção de princípios ativos
em plantas (SOMERVILLE, 1990). Sabe-se que esta divisão de metabolismo primário e
secundário é, antes de tudo, didática, pois ambos exercem funções, as mais variadas possíveis,
que inter-relacionam-se o tempo todo, pois, ambos são partes de um organismo vivo, um
sistema dinâmico que interage constantemente com o meio ambiente.
Para a adaptação aos ambientes, existem objetivos comuns que devem ser alcançados
tanto pelas culturas medicinais quanto pelas não-medicinais que são: resistência a insetos-
pragas, resistência a doenças causadas por fitopatógenos (vírus, viróides, bactérias, fungos e
nematóides) e tolerância a condições adversas do meio (temperatura, umidade, pH,
salinidade, etc.) (INGROUILLE, 1992; BORÉM, 1997).
De forma geral, independente da cultura a ser trabalhada, pode-se dizer que, segundo
VENCOVSKY (1986), o melhoramento visa produzir variedades artificiais ou cultivares que
possuam:
a) adaptação adequada a uma dada região do país. Ressalta-se, neste aspecto, que o
nosso País possui vastas áreas não ideais para a agricultura. Um certo grau de adaptabilidade a
11
solos não totalmente próprios ou a regiões com irregularidades hídricas, dá mais segurança ao
produtor, reduzindo os riscos de seu empreendimento. Obviamente que a genética não pode
produzir milagres, como, por exemplo, o desenvolvimento de plantas com bom rendimento
sem que lhe forneçam fertilizante, água, etc. O que se enfatiza é a geração de plantas mais
rústicas, para atividades em regiões agriculturáveis distintas do ponto de vista edafo-
climático.
b) alta produtividade dos produtos almejados, proporcionando conveniente rendimento
econômico, dentre os quais citam-se: o açúcar, a borracha, a celulose, os corantes, as fibras, os
fitofármacos, as frutas, os grãos, os óleos, as proteínas, as vitaminas e outros.
c) tolerância a doenças e a ataques de insetos-pragas; pois desenvolvendo-se genótipos
com tais características reduz-se o custo de produção, diminuindo a necessidade do controle
químico desses organismos.
d) alta conversão de nutrientes ou insumos em produtos finais; tal eficiência diminuiria
custos de produção.
e) características adequadas ao mercado que exige produtos com qualidade, padrão,
etc. definidos para o consumo in natura ou processamento industrial.
f) adequação ao nível de tecnologia do produtor que as utilizará. Em nosso País, há
toda sorte de produtores rurais, colocando-se num extremo os pequenos produtores com sua
agricultura de subsistência e no outro os que praticam a agricultura como um empreendimento
comercial. De certo, há situações em que os cultivares convenientes para um tipo de produtor
não o são para os outros.
g) velocidade de desenvolvimento capaz de permitir a colheita do produto em menor
tempo. Desse modo, é possível explorar o solo mais intensamente durante o ano,
esquematizando o plantio de espécies em sucessão.
h) adequação para o plantio em consórcio. Tal prática, muito comum entre nós,
consiste em se plantar lavouras com mais de uma espécie coexistindo na mesma área.
Conforme a espécie, requer que ela seja geneticamente melhorada para resistir a essa
competição.
Prioriza-se, no momento atual, a obtenção de germoplasma competitivo para diversas
condições de cultivo; eleição de novas espécies que servirão como fonte de compostos
biologicamente ativos visando atender ao crescente aumento das doenças infecto-contagiosas
resistentes a terapêuticas usuais; aprimoramento da produção atual de fitofármacos para o
mercado interno e externo; seleção de cultivares de plantas adaptadas às condições de cultivo
de cada região do país, a fim de suprir necessidades de consumo, surgindo, como tendência, a
12
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
ALLARD, R.W. Princípios do melhoramento genético das plantas. Rio de Janeiro: Edgard
Blücher/USAID, 1971. 381p.
452, 1991.
BRIGGS, F.N., KNOWLES, P.F. Introduction to plant breeding. New York: Davis
Reinhold Publishing Corporation, 1967. 426p.
FEHR, W.R. Principles of cultivar development: theory and technique. New York:
Macmillan, 1987. v.1, 536p.
INGROUILLE, M. Diversity and evolution of land plants. London: Chapman & Hall, 1992.
340p.
MARTINS, E.R., CASTRO, D.M., CASTELLANI, D.C., DIAS, J.E. Plantas medicinais.
Viçosa, MG: UFV, 1994. 220p.
POEHLMAN, J.M. Breeding field crops. New York: AVI, 1987. 724p.
SOMERVILLE, C.R. The biochemical basis for plant improvement. In: DENNIS, D.T.,
TURPIN, D.H. Plant physiology, biochemistry and molecular biology. Essex: Longman
Scientific & Technical, 1990. p.490-501.
WELSH, J.R. Fundamentals of plant genetics and breeding. New York: John Willey and
Sons, 1981. 290p.
14
Os estudos sobre as diferenças sociais e culturais do povo brasileiro bem como as questões de
cidadania fazem parte das agendas nacionais, embora, devam ir além das discussões sobre as
influências culturais ou programas assistenciais que afastam o jovem do mercado de trabalho.
O aumento da criminalidade, o uso de drogas, a falta de acesso aos meios educacionais e as
doenças endêmicas provocam problemas de saúde pública que perduram por décadas, sem
solução. Mulheres jovens em idade ativa para o trabalho têm optado pela maternidade como
recurso de sobrevivência, o que tem provocado consequências danosas para a economia local
em virtude da falta de mão de obra. A crescente ociosidade dessas jovens que se sustentam
com proventos sem estabilidade, é um dos motivos pelos quais a fluidez dos valores éticos e a
consciência cidadã está cada vez mais desgastada. Neste trabalho, visamos a discutir as
peculiaridades culturais e econômicas de uma região da Bahia, cuja influência das imigrações
outrora desencadeou o desenvolvimento econômico do Estado depois da chegada de europeus
nas primeiras décadas do século XX. Aqueles estrangeiros implantaram o comércio,
impulsionaram as exportações e conseguiram manter por um período considerável o primeiro
lugar de fornecedores de produtos alimentícios pelas docas de Salvador. Naquele período, a
cidade foi arrebatada pela força de trabalho do europeu cujo legado parece não ter sido
repassado para outras gerações que atualmente enfrentam dificuldades de acesso ao mercado
de trabalho, pela falta de qualificação e escolaridade que os obrigam a migrar para a capital.
INTRODUÇÃO
Desde os tempos mais remotos, a troca de conhecimento entre povos distintos vem
sendo tratada como uma extensão entre a assunção da diferença, a capacidade de união e a
superação ante o inesperado e o desconhecido. A falta de informação sobre as origens e raízes
demasiadas longínquas, tanto imigrantes como brasileiros se deixaram ligar pela força da
identidade.
As pesquisas demonstram que havia entre os imigrantes que rumaram para a Bahia um
projeto comum — lutar pela sobrevivência e pela preservação cultural de uma pequena e
dispersa comunidade. Naquele período, a cultura imigrantista se espalhava por todo o mundo.
Parte de seus integrantes tentava insuflar o espírito de defesa e identidade coletiva que trazia
no seu bojo, aliada à constante jovialidade e o insuperável otimismo. A bagagem, cheia de
memórias reforçada pela esperança de uma vida melhor acalentava um futuro de preservação
às suas origens.
Os resultados concretos podiam não ser imediatos porque foram planeados com o
coração mais do que com a razão. A pretensão não se limitava apenas a criar um espaço de
integração, mas, atar laços de fraternidade com os brasileiros e lançar pontes de ligação entre
os países. Os brasileiros não desapontaram. Solidários e interessados nas trocas de
conhecimento usufruíram de ensinamentos técnicos e, se limitavam a ajudar os italianos
sempre abarcando a possibilidade de vir a apoiar e integrar novos imigrantes.
convivência. E quem imigrava para o Brasil trazia na bagagem, tradições mescladas de outras
paragens onde já havia passado.
O espaço que antes era da natureza foi conquistado pelo imigrante, que passou a
cuidar dele como forma de manter vivo, os anseios de independência e liberdade. A
importação de materiais dos mais diversos deu impulso à modernização nos trabalhos
comerciais e domésticos. Os equipamentos e produtos agrícolas foram sendo
experimentados e adaptados à realidade local. Os equipamentos e materiais eram
consignados aos agricultores que repassavam suas produções ao conglomerado que
controlava os negócios regionais.
A MODERNIZAÇÃO CONSERVADORA
O desafio era ascender na nova rede, dar prosseguimento aos projetos antes
elaborados, uma vez que requeriam uma organização formal e coletiva para gerar novas
formas de inclusão. Para tanto, realizar uma etnografia comparada se fez necessária, visto que
de um mesmo ramo de atividades em dois universos distintos: o brasileiro e o europeu, a
inserção em contextos histórico-culturais distintos, respondem de formas diversas a modelos
sociais que pretendem homogeneizar procedimentos.
Os bens culturais integrados à vida cotidiana bem como a carga de valores históricos,
artísticos e sociais, permearam a construção de um futuro promissor e consolidava a formação
do conjunto de bens culturais pelo qual seria estabelecida a concepção solidária e a
cooperação recíproca. Diversificada, mas, com objetivos em comum, as comunidades
cultivaram um sentimento de autoestima e exercício da cidadania com modos autênticos e
peculiares de expressões coletivas.
Valores que vem se modificando face aos novos tempos. A indução a crescente onda
de ociosidade entre os jovens que se sustentam com proventos sem estabilidade e prescinde à
inclusão ao mercado de trabalho, são consequências da concepção errônea de sobrevivência,
proliferada à custa da fluidez dos valores éticos e da consciência cidadã, cada vez mais
desgastada.
[...] Aculturação e assimilação não são fases de um mesmo processo, mas constituem
aspectos correlatos e simultâneos, iniciando-se um e outro desde que se estabeleçam
os contatos entre os grupos. Assimilação é referente ao indivíduo que passa a integrar
um meio cultural diferente; aculturação diz respeito às mudanças nas configurações
culturais. Assim, podemos definir aculturação como fusão de duas ou mais culturas
diversas, dando origem a uma nova cultura. [...] (DELLA TORRE, 1989, p.95)
Sob esse ponto de vista, podemos citar como exemplo a obra de Renato Ortiz
―Mundialização da Cultura‖, quando é possível se conformar com uma cultura popular
internacional, a ocidentalização do mundo, a globalização do planeta.
Canclini ( 2000 ), ao longo dos sete capítulos da obra Culturas Híbridas recobre um
universo cultural abrangente, e orienta suas proposições para as infindáveis relações
20
produzidas e impulsionadas pelas culturas híbridas. Vistas sob ângulos que conjugam
sociologia, antropologia, história da arte e comunicação as questões como a cultura erudita, a
popular e de massa; políticas culturais e mercado; estado e poder; modernismo sem
modernização; desafios da educação; processos simbólicos e bens artísticos, permitem ao
autor a inserção no debate sobre o que se deve fazer para entrar e sair de uma condição de
modernidade que gera crises e impõe certas radicalizações.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
[...] A história de vida das sociedades europeias está relacionada com a história das
transformações e da função do sistema de produção de bens simbólicos e da própria
estrutura desses bens. Ao longo das mudanças, formou-se um campo social,
intelectual, cultural e financeiro, que almejava a autonomia progressiva do sistema de
relações de produção, circulação e consumo do mercado de bens simbólicos que
ampliavam os sistemas de poder [...].
As reflexões de Bourdieu sobre a constituição dos campos de saber e poder podem ser
entendidas como representações sociais e não se abstém da neutralidade e da relação com a
experiência vivida. A sociedade moderna busca o objetivismo funcional, para analisar cada
sujeito com sua função e dom.
relação ao trabalho, quase sempre vinculado à participação aos programas assistenciais como
recurso de sobrevivência, e atinge uma parcela significativa da população ativa do interior
baiano.
REFERÊNCIAS
ARAÚJO, Emerson Pinto de. Capítulos da História de Jequié. Salvador: EGB., Associação
Comercial
BOURDIEU, Pierre. O poder simbólico. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil; Lisboa: Difel, 1989.
CANCLINI, Nestor García. Culturas híbridas: estratégias para entrar e sair da modernidade.
3.ed. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2000. 385 p., il. Título original:
Culturas híbridas: estrategias para entrar y salir de la modernidad. (Ensaios Latino-
Americanos, 1).
CARR, Edward Hallet. Que é história. Conferências George Macaulay Trevelyan proferidas
por E. H. Carr na Universidade de Cambridge, jan.o-mar. 1961. Tradução de Lúcia Maurício
de Alverga Linhares. 3. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1982.
CARVALHO, Augusto de. O Brasil: colonização e emigração. Porto: Tipografia de
Bartholomeu H. de Moraes, 1875. v. 1º.
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Paulo: Paz e Terra, 2000. 530p. (A Era da Informação: economia, sociedade e cultura, 2).
CENNI, FRANCO. Italianos no Brasil: ―Andiamo in Merica‖. 2. ed. fac-similar
comemorativa da imigração italiana no Brasil, 1875-1975. São Paulo: Martins, 1975. 8 v.
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DELLA TORRE, MBL. O homem e a sociedade: uma introdução à sociologia. 15.ed. São
Paulo: Companhia Editora Nacional, 1989.
DURKHEIM, E. As regras do método sociológico. São Paulo: Editora Abril, 1978. (Os
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ELIAS, Norbert; SCOTSON, John. Os estabelecidos e os outsiders. Tradução de Vera Ribeiro.
Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2000.
FAUSTO, Boris (Org.) et al. Fazer a América: a imigração em massa para a América Latina.
São Paulo: Ed. Universidade de São Paulo, 1999. 8 v.
HOLANDA, Sergio Buarque de. Visão do paraíso. São Paulo: Brasiliense, 1994.
23
HUTTER, Lucy Maffei. A imigração italiana em São Paulo (1880-1889). São Paulo: USP,
1972.
MINAYO, Maria Cecília. Conceito de representação social dentro da sociologia clássica. Rio
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ORTIZ, R. Mundialização da Cultura. 2a edição. São Paulo: Editora Brasiliense, 1994.
PARK, Robert Park. Migration and the marginal man. In: ____________. Social control and
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THOMPSON, E. P. Costumes em Comum. Trad. Rosaura Eichemberg. Sao Paulo: Companhia
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VIANNA, Francisco Vicente. Memória sobre o Estado da Bahia. Bahia: Diário da Bahia,
1893.
WILLEMS, Emilio. A aculturação dos alemães no Brasil. In: Brasiliana, NR. 250, São Paulo,
1981.
24
RESUMO
A Amazônia e seus segredos encobertos pela imensidão das florestas e rios tornou-se objeto
de desejo dos europeus que chegaram à região. Apesar de paradoxal, a Amazônia foi se
revelando aos estrangeiros pela singularidade que a envolvia. Desde sua descoberta no século
XVI até meados do século XVIII, aventureiros em busca de riquezas, fama e poder se
embrenharam na vastidão da floresta. Conquistadores espanhóis, aventureiros e missionários
procuravam naquelas terras o maravilhoso, o exótico e a fortuna. Todos, laicos e religiosos
partiram movidos pelo desejo de aventuras, riquezas e poder. Ambições econômicas e missão
religiosa envolveram a Europa Quinhentista. Poder e Religião impeliram aqueles europeus
para o Novo Mundo com a missão de salvar e civilizar as almas pagãs das populações
indígenas da região. Acreditavam-se verdadeiros cruzados que precisavam chegar ao Novo
Mundo, dominá-lo e sacralizá-lo com o deus cristão.
INTRODUÇÃO
O relato de Pascual Andagoya sobre terras conhecidas como Piru, reino onde "se
come e se bebe em vasilhas de ouro", levou a Europa ao êxtase. Afinal, o mundo cristão
ignorava a existência de terras e povos além daqueles descritos pela Bíblia.
As histórias sobre ―o outro mundo‖ causaram medo, desconfiança e, sobretudo,
atração. Dominado pelo temor religioso imposto pela Igreja, pela ameaça dos monstros que
controlavam os mares e feiticeiras, o imaginário medieval incluiu os relatos fantasiosos e as
lendas indígenas do Novo Mundo.
Estimulados por novos desafios, centenas de homens, fascinados pelo desconhecido,
acompanhados de sacerdotes e poucas mulher, partiram para o Novo Mundo. A grande selva
foi sendo descortinada e seus espaços enigmáticos conquistados. Não havia obstáculos
intransponíveis. Seduzidos pelo sonho de encontrar a cidade de ouro e sua capital mítica
Manoa1 do reino de El Dorado2, perdida em algum lugar da selva, atravessaram rios
caudalosos, invadiram aldeias indígenas e escravizavam seus habitantes.
Os relatos dos cronistas sobre Novo Mundo excediam a realidade. Bartolomeu de Las
Casas destacou em suas crônicas a abundância de ouro no México que ―brotava como
plantas‖ e era ―abundante como os peixes nos rios‖. Aquelas representações de riqueza e
abundância contribuíram para aumentar a cobiça dos aventureiros e o massacre das
populações nativas.
1
- Manoa significa lago. Manoa del Dorado é uma lenda dos indios muiscas , nativos da Colômbia . Segundo
a lenda, o cacique ou sacerdote se cobria com pó de ouro e mergulhava no lago sagrado, localizado nos
Andes.
2
-El Dorado – o governante, cacique ou sacerdote muisca.
3
- Império Inca (Tawantinsuyo em quíchua) . Estado criado pela civilização inca, resultado de uma sucessão
de civilizações andinas e que se tornou o maior império da América pré-colombiana
26
Amazônia peruana. Não encontraram o Eldorado, mas conquistaram um dos impérios mais
poderosos do Novo Mundo, que ajudou a tornar a Espanha a nação mais poderosa da Europa.
As expedições continuavam à procura de riquezas e do Eldorado. Em 1537, o
conquistador espanhol Jimenez de Quesada, com um exército de 800 homens, encontrou as
terras musicais. A expedição cruzou o Peru e subiu pelos Andes. Embora os conquistadores
não encontrassem o El Dorado, ficaram maravilhados com a técnica da ourivesaria muisca.
O desafio de percorrer o rio Amazonas à procura do El Dorado coube a Francisco de
Orellana entre 1540 e 1541. Ele se integrou à expedição de Gonzalo Pizarro4, para percorrer
o rio Amazonas. Embora não encontrasse o El Dorado, a expedição contribuiu para divulgar
lendas e mistérios daquela região deslumbrante e enigmática, como a lenda da existência de
mulheres guerreiras por Frei Gaspar de Carvajal, capelão da expedição. O nome Amazonas
originou-se daquele relato. Possivelmente, um equívoco do Capelão, devido aos cabelos
compridos usados pelos índios da região.
No final do século XV, em 1594, a expedição inglesa comandada por Walter Raleigh
entrou pela primeira vez na região também à procura do El Dorado. Raleigh fez ainda uma
segunda tentativa no início do século XVII, em 1617, acompanhado do seu filho Watt que
morreu durante a expedição.
Com a União Ibérica entre 1580 a 1640, a Amazônia começou a ser povoada e
explorada. No século XVIII a região passou a ser procurada e explorada devido ao valor das
especiarias extraídas da floresta amazônica.
Em meados do século XVIII, entre 1741 e 1757, o padre jesuíta João Daniel5, cronista
da Companhia de Jesus, percorreu grande parte da região Amazônica. Durante seis anos
manteve contato com os nativos, vivendo em várias aldeias indígenas. O contato intenso com
aqueles índios ampliou o seu conhecimento sobre a vida cotidiana, hábitos e crenças daqueles
grupos. Também registrou a persistência do mito do Eldorado e a intensa procura de riquezas
por parte dos sertanistas que desejavam encontrar a lagoa sagrada.
Quando retornou para a Capitania do Grão Pará, iniciou seu livro, pesquisando nas
bibliotecas e relendo os relatos dos conquistadores do século XVI. Em suas crônicas
4
-Gonzalo Pizarro era um dos irmãos de Francisco Pizarro. Conquistador cruel e sanguinário comandou uma
expedição para percorrer o Amazonas. A ele, juntou-se Francisco de Orellana.
27
destacou6 aspectos significativos da Amazônia, tais como a origem dos nomes, principais rios,
povoações, fauna e flora, além de informar sobre as minas. Descreveu minuciosamente a vida
das populações indígenas com ênfase nas atividades agrícolas e suas principais plantações,
métodos de pastoreio de gado, pesca fabricação de louça e cerâmica, além da vida dos
missionários e da presença de missões espanholas na região.
Os relatos inscritos nos capítulos ―Descrição geográfico-histórica do rio Amazonas‖ e
―Descobrimento e navegação do Amazonas‖ destacam as mulheres guerreiras que
combateram os homens de Pizarro, ―com ânimo varonil‖. A partir da literatura pesquisada,
João Daniel concluiu que elas habitavam a região entre os rios Negro e Trombetas e que
receberam o nome de Amazonas, e ―deixaram, porém abalizado o seu nome ao rio‖.
Sobre o Eldorado, João Daniel afirmou que fama das riquezas da região amazônica fez
crescer a cobiça pela cidade e o lago dourados, nunca encontrados, mas que permaneceram na
imaginação dos europeus como lugares ―cujo ouro era mais que as areias das suas praias, ou
que as suas margens e fundo eram tudo ouro‖ (Ibidem).
6
- João Daniel, Padre - Tesouro descoberto no máximo Rio Amazonas‖ (1722-1776). É considerado pelos
historiadores, desde o século XIX, a principal fonte de informações sobre a Amazônia no período
colonial. RJ.Ed. Contraponto, 2004.
28
uma vez, a Amazônia foi invadida e grandes áreas devastadas pela intensidade da exploração
daqueles produtos.
Além do comércio, riquezas naturais atraíram expedições exploratórias e científicas.
Era preciso desvendar os mistérios encobertos pela floresta. A Amazônia abriu-se mais uma
vez para a Europa, porém, enigmática, ocultou seus segredos e interditos.
Aventureiros, cientistas e comerciantes, além dos missionários, confrontaram-se com
a realidade do clima equatorial, das doenças, das pragas e da maldição da selva. Nada deteve a
ambição da Europa. A Amazônia começou a ser devastada. Apesar de invadida, mantem
ocultos em suas entranhas enigmas para serem revelados.
As expedições científicas
7
- Duncan, Leonora - UK. British Museum, 2013
8
-Em 1755 Coroa Portuguesa dirigiu sua atenção para a região Amazônica, devido às questões de delimitação
de fronteiras com a Espanha.
9
- A Igreja proibia a miscigenação , preocupada que o índio saísse de sua tutela. Os casamentos eram proibidos
entre indígenas e portugueses.
29
Desde o momento da chegada à capitania do Grão Pará até o retorno para Lisboa,
Ferreira e sua equipe desenvolveram intensa atividade de pesquisa. Coletaram dados e
10
- Ferreira contou com o apoio de naturalistas, botânicos, dois desenhistas (riscadores), José Codina , e José
Joaquim Freire e o jardineiro botânico Agostinho do Cabo.
11
- A expedição convocada pela rainha D.Maria I foi planejada anteriormente, em 1779 por Domenico
Vandelli, naturalista italiano que dirigia o Museu e Jardim Botânico da Ajuda, em Lisboa. Para a Amazônia ,
Vandelli pretendia levar toda a equipe, incluindo Alexandre Rodrigues Ferreira e os naturalistas brasileiros
Manoel Galvão da Silva, João da Silva Feijó e Joaquim José da Silva.
30
12
- Ferreira, Alexandre Rodrigues – Op.cit.
13
- ―Brasiliana da Biblioteca Nacional‖, Rio de Janeiro, 2001, p.51
14
-Ferreira, Alexandre Rodrigues- Op.cit.
31
CONSIDERAÇÕES FINAIS
15
-Pereira Neto, Juscelino – O Iluminismo Luso e a Natureza Americana na Viagem Filosófica de Alexandre
Rodrigues Ferreira, In História das Ideias: viajantes, naturalistas e ciências na modernidade Eduem, 2010, Introd.
Cap.I.
16
- Carvalho Junior e Nelson M.Noronha – A Amazônia dos Viajantes. Manaus, UFM,2011
17
-Idem, introdução
18
- Ibiddem
19
- Museu Bocage possui - Colecção zoológica representativa da fauna portuguesa; coleção antropológica
relativa à população de Lisboa; fundo documental relacionado com a Zoologia e Antropologia em Portugal,
desde o século XVIII..
32
REFERÊNCIAS
ACUÑA, Christobal de. 1641. Nuevo descubrimiento del gran Rio de las Amazonas. Madrid:
Imprenta del Reyno.
AREIA, M. L. Rodrigues; MIRANDA, M. A.; HARTMANN, T. Memória da Amazónia.
Alexandre Rodrigues Ferreira e a Viagem Philosophica pelas Capitanias do Grão-Pará, Rio
Negro, Mato Grosso e Cuyabá. 1783-1792.
BATES, Henry Walter. O naturalista no rio Amazonas (2 v.). São Paulo: Editora Nacional,
1944.
BRASILIANA - Biblioteca Nacional- Rio de Janeiro, 2001,
CARVAJAL, Frei Gaspar de. Relatório do novo descobrimento do famoso rio grande
descoberto pelo capitão Francisco de Orellana (1542). Edição bilíngüe. São Paulo, Página
Aberta, 1992.
CARVALHO JUNIOR e NORONHA, N. – A Amazônia dos Viajantes. Manaus, UFM, 2011
CARVALHO, J. C. M. Viagem filosófica pelas capitanias do Grão-Pará, Rio Negro, Mato
Grosso e Cuiabá (1783-1793). Belém: Museu Paraense Emílio Goeldi, 1983.
CORREIA FILHO, V. Alexandre Rodrigues Ferreira. Vida e obra do grande naturalista
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CUNHA, O. R. O naturalista Alexandre Rodrigues Ferreira. Uma análise comparativa de
sua viagem filosófica (1783-1793). Belém:, Museu Paraense Emílio Goeldi, 1991.
DOMINGUES, A. ―Viagens científicas de exploração à Amazónia de finais do século
XVIII‖. Ler História. 19(1990)
DUNCAN, Leonora - UK. British Museum, 2013
FERREIRA, Alexandre Rodrigues. Viagem Filosófica pelas Capitanias d
PAPAVERO, Nelson et. al. - O Novo Éden... Belém: Museu Paraense Emilio Goeldi, 2002.
2ª ed
PEREIRA NETO, Juscelino – O Iluminismo Luso e a Natureza Americana na VIAGEM
FILOSÓFICA DE ALEXANDRE RODRIGUES FERREIRA. MANAUS, 2011.
33
Prof. Dr. Tiago Landim D’Avila – UFBa; Acadêmicos UNIJORGE: Haisile Alves de A.
Pinto; José Santos Silva.
RESUMO
O objetivo deste estudo foi: investigar o uso de células-tronco no possível tratamento da
diabetes mellitus do tipo 1, que está associada a doença autoimune e/ou genética e do tipo 2
que consiste na ineficiência da insulina. Foi realizada revisão bibliográfica sistemática de
artigos publicados entre 1984 e 2014 nos idiomas português e espanhol. Devido a Células-
tronco serem indiferenciadas podendo diferenciar-se em diversos tipos de células, são tidas
como fortes promissoras na reconstituição de tecido pancreático e de suas funcionalidades. Os
resultados evidenciaram que apesar de serem promissoras no tratamento da diabetes é
necessária cautela devido ao comprometimento ético, moral e da obscuridade no tratamento e
técnicas de regeneração celular.
ABSTRACT - The objective of this study was to investigate the use of stem cells in the
possible treatment of diabetes mellitus type 1, which is associated with autoimmune disease
and / or genetic and type 2 consisting of insulin inefficiency. Systematic literature review was
conducted of articles published between 1984 and 2014 in Portuguese and Spanish. Due to
Stem cells are undifferentiated and can differentiate into various types of cells, they are seen
as promising strong in the reconstitution of pancreatic tissue and its features. The results
showed that although they are promising in the treatment of diabetes caution is required due
to ethical commitment , moral and dark in the treatment and cell regeneration techniques.
INTRODUÇÃO
Para entendermos o Diabetes mellitus, iniciaremos com os dois tipos de DM: do tipo 2
(DM2), conhecido como ―adquirida‖ e o tipo 1 (DM1) com associações multifatoriais. A
DM2, mais frequente, acomete indivíduos, na maior parte das vezes, adultos e com excesso de
peso, caracterizada pela insuficiência da produção de insulina (VAQUERO et al, 2010).
Na DM2 os indivíduos que têm uma maior pré-disposição são com idade superior a 45
anos, que tenham histórico familiar de DM, pessoas sedentárias, mulheres que tiveram DM
gestacional, hipertensos, pacientes com a síndrome do ovário policístico e histórico de
doenças vasculares (MARTINEZ; LATORRE, 2006).
EPIDEMIOLOGIA
No mundo
No ano de 1985, estimava-se haver 30 milhões de adultos com DM no mundo; esse
número cresceu para 135 milhões em 1995, atingindo 173 milhões em 2002, com projeção de
chegar a 300 milhões em 2030. A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirma que, após 15
anos de doença, os indivíduos portadores da DM desenvolveriam complicações relacionadas à
doença como a retinopatia e a neuropatia, podendo desenvolver também doenças
cardiovasculares (MS, 2006).
No Brasil
A incidência da DM1 é variável entre os países, demonstram estudos realizados em
diversas regiões do mundo. Apesar da carência de trabalhos científicos no Brasil sobre a
epidemiologia da doença, uma pesquisa feita em três municípios paulistas obteve o indicador
de incidência de 7,6 por 100.000 habitantes da população. (BALDA, PACHECO-SILVA,
1999).
TRATAMENTO E PREVENÇÃO
Os critérios de inclusão utilizados foram artigos publicados 1984 até 2014, nos
idiomas português e espanhol e como critério de exclusão todos os artigos que estavam no
idioma inglês. os artigos selecionados foram analisados de forma criteriosa, seguindo com a
produção de fichamentos para uma melhor análise de dados. Serão considerados os aspectos
éticos do código de ética dos profissionais de enfermagem contidos na resolução do COFEN
nº 311/2007, capítulo III, que dispõe sobre o ensino, pesquisa e produção técnico-científica.
Artigos 91, 92 e 93 que discorrem a respeito dos princípios de honestidade, fidedignidade e
direitos autorais no processo de pesquisa, divulgação e disponibilização dos resultados, bem
como promover a defesa e o respeito aos princípios éticos e legais da profissão no ensino, na
pesquisa e produções técnico-científicas. Não foi necessária a aprovação do comitê de ética
por se tratar de revisão bibliográfica conforme prevê resolução 466/2012 (Brasil, 2012).
A FISIOPATOLOGIA DA DM
Estudos mostram o aumento do número de pessoas com DM, a partir disso, pesquisas
estão sendo realizadas com células-tronco (CT) para solucionar esta prevalência/incidência.
CT são células indiferenciadas, caracterizadas pela capacidade de autorrenovação,
diferenciação em diversos tipos celulares e reconstituição funcional de determinados tecidos.
Por se constituírem em diversos tipos de tecidos e órgãos, as CT podem ser utilizadas em
diversas patologias, sendo utilizada na medicina regenerativa (SOUZA et al, 2010).
As CTT, por possuírem a maior leque de diferenciação celular precisam ser obtidas
através das divisões iniciais dos seres humanos, de maneira geral através das divisões
sequenciais de zigotos humanos na fase de blastocisto (4 a 5 dias após a fecundação). Apesar
disso, são extremamente variáveis geneticamente e a estimulação. Por serem originadas de
embriões em formação a utilização das CTT possuem diversas discursões e impedimentos
éticos e religiosos para a sua utilização (MUOTRI, 2010).
Outro modo de obtenção das CTM são as células mesenquimais, que são células de
tecido conjuntivo não diferenciado de morfologia fibroblástica e podem dar origem a diversos
40
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Para isto, o enfermeiro necessita estar encabeçando o contato direto com o paciente,
pois ele é a porta de acesso do indivíduo com demais avaliadores do tratamento. O enfermeiro
pode estar relacionado com os deveres e cuidados pré e pós farmacológico, avaliando o
desfecho favorável ou desfavorável do paciente, bem como controle das medicações e
balanceamento nutricional.
A equipe de saúde deve fornecer as orientações necessárias para que o paciente realize
o tratamento de forma segura e consciente, evitando complicações como a exemplo da
cetoacidose diabética e internações hospitalares.
REFERÊNCIAS
CAHILL, George F., Tratado de Medicina. V.1, n. 16ª edição, p.1067-1093, 1984;
FRANCISCO, PMSB, Belon AP, Barros MBA, Carandina L, Alves MCGP, Goldbaum M, Et
al. Diabetes auto-referido em idosos: prevalência, fatores associados e práticas de controle.
Cad. Saúde Pública, n. 26, v.1, p.175-184, 2010;
LYRA, Ruy; et al. Prevenção do diabetes mellitus tipo 2. V. 50, n.2, p. 239-249, 2006;
42
NELSON, David L.; COX, Michael; LEHNINGER, Albert Lester. Lehninger: Princípios da
bioquímica. 3ª Edição, Editora Sarvier, São Paulo–SP, 2002;
SANTOS, Manoel Antônio dos; et al. Percepção de Pacientes com Diabetes Mellitus Tipo 1
Sobre o Transplante de Células-tronco Hematopoéticas. Psicologia: Teoria e Pesquisa,
Ribeirão Preto – SP, v. 28, n. 4, p. 425-433, 2012;
SOUZA, Cristiano Freitas de; et al, Células-Tronco Mesenquimais: Células Ideais Para A
Regeneração Cardíaca?. Revista Brasileira de Cardiologia Invasiva. v. 18, n. 3, p. 344-53,
2010;
RESUMO
O tema abordado diz respeito a uma pesquisa sobre a saúde bucal feita sob o ponto de vista
conhecimento sobre os procedimentos utilizados por índios na Bahia e visa contribuir para a
disseminação da informação das prevenções com hábitos cotidianos bucais que possam evitar
e debelar doenças que acometem os grupos indígenas. O conhecimento prévio pressupõe que
com o acesso aos produtos industrializados e a falta de manutenção da higiene adequada, uma
parte considerável tem adquirido doenças por causa da falta de conhecimento sobre as
maneiras corretas de proteger os dentes. Para tal diagnóstico, fizemos um mapeamento dos
principais locais onde existem descendentes da etnia, e procuramos fazer um questionário que
pudesse dar verificar quais são os problemas e expectativas de alcance para os conhecimentos
necessários. Estudos etnográficos em saúde abordam questões que dizem respeito a forma
como o conhecimento cultural, normas, valores, e outras variáveis contextuais influenciam a
experiência de saúde em uma pessoa.
INTRODUÇÃO
O tema ora abordado diz respeito à saúde bucal em indígenas da Bahia, e busca
aprofundar questões que dizem respeito aos fatores que implicam na falta de conhecimento
acerca da higiene oral provocando uma serie de prejuízos à saúde.
Os pressupostos levantados pelo conhecimento prévio apontam para o fato dos índios
terem sido estereotipados como primitivos, e considerados sem civilização desde a carta de
Pero Vaz de Caminha, encaminhada a Portugal, quando iniciando assim, as primeiras
expectativas sobre os habitantes originários das paragens na Bahia.
Na contemporaneidade existem controvérsias às discussões que consideram um
conceito único para civilização, tendo em vista que as tradições em comunidades indígenas
primitivas encontradas nos espaços baianos são analisadas como povo com escassez do estado
de adiantamento e cultura social.
A história demonstra que foram vítimas de explorações desde o século XIX,
devastaram os espaços e dizimadas pelas chacinas como pelo contato com doenças trazidas de
outros países desde o século XIX, embora no século XXI, vemos a extensão desse problema
que estende em regiões ricas pelas disputas territoriais, ricas em produtos naturais e minerais,
como as regiões Sul e Sudoeste da Bahia.
Portanto, para que possamos considerar como benéficos, os instrumentos, aparatos e
informações trazidas pelos europeus civilizados, havemos de aprofundar sobre o tema da nos
diversos âmbitos que passam pela qualidade de vida, acesso a informação e aos meios de
saúde, alimentação e outros, para que entendamos o motivo pelo qual hoje, possuem
problemas de saúde, especialmente a bucal mesmo estando em contato permanente com a
sociedade urbana.
Em contrapartida, a apropriação cultural na atualidade torna-se maléfica, pois a adição
de alimentos industrializados ricos em carboidratos e utilizados cotidianamente na dieta
causam danos à saúde dos dentes, se não existem as orientações de assepsia oral regular por
parte dos, provocando cáries superficiais, e a progressão danificando a polpa dentária,
gengivites, periodontites, e doenças que afetam o coração e outros órgãos, de maneira
secundária, como a endocardite bacteriana.
Em comunidades rurais, os índios procuram ter o hábito alimentar como outrora que
tende a ser saudável, e benéfico, uma vez que os produtos cariogênicos consagrados como
doces, balas e refrigerantes são industrializados.
45
Visando alcançar objetivos que foram traçados no inicio dessa pesquisa, investigar a
relação entre o índio e o contato com a urbanização, e pretendemos disseminar o
conhecimento científico nas comunidades índias acerca da importância da saúde bucal bem
como promover metas e ações que contribuam para a saúde odontológica nas comunidades
indígenas da Bahia.
A metodologia utilizada requereu esforço de participação dos colaboradores para
perceber os principais problemas sejam sociais, culturais, e/ou de políticas públicas que
afetam as comunidades e os recursos que poderão advir de prioridades. O diagnóstico feito a
partir de mapeamento do espaço que estão assentados, das necessidades e possibilidades
existentes no local, e, sobretudo, a aplicação de questionário pré-elaborado, tendo como base
os pressupostos e objetivos a serem testados, resultaram em proposições corroborados e
refutadas de acordo com o planejamento que motivou essa pesquisa. Os dados,
fundamentados na realidade dos informantes, sintetizados pelo pesquisador e comparados
com a revisão de literatura, conduzem a proposições hipotéticas sobre o fenômeno cultural de
investigação.
AS QUESTÕES LOCAIS
Por outro lado, parte dos estudos utilizados para a realização deste trabalho converge
com a afirmativa sobre o quesito da saúde bucal que infere entre a ligação direta do índio com
a urbanização. Ou seja, o fato dos índios iniciarem o contato com a ―civilização‖, acabou
trazendo benefícios, como acesso à aparatos de higiene oral e atendimento em clínicas de
saúde, embora os procedimentos não sejam usuais na maioria das vezes.
Em contrapartida, a apropriação cultural pode ser considerada maléfica,
exemplificando a adição de alimentos industrializados e ricos em carboidratos na dieta, que
podem causar, desde cáries superficiais, até uma progressão que danifique a polpa dentária,
bem como gengivites, periodontites, e até afete o coração, de maneira secundária, como na
endocardite bacteriana, caso não haja uma assepsia oral regular por parte dos aborígenes.
É importante destacar também, que a questão cultural é de tamanha relevância para os
indígenas. Por conta disso, como serão expostos ao longo do trabalho, os empecilhos
relacionados ao atendimento odontológico são agravados. A própria vestimenta do
odontólogo, geralmente branca, com todo aquele aparato: máscaras, luvas, instrumentais
perfurocortantes, além das canetas de alta rotação, responsáveis por gerar um barulho
desagradável, acaba causando medo e repulsa por parte dos índios. (MACHADO JÚNIOR;
REYES; DIAS, 2012).
Numa perspectiva antropológica, é importante ressaltar também, que a inserção
crescente do índio nas civilizações tem gerado mais malefícios do que benefícios. Ao invés de
adquirirem o hábito de escovação dos dentes, e utilização do fio dental, eles acabam se
apropriando de hábitos culturais que causam prejuízos, como o consumo de alimentos com
grande teor de sódio e açúcar, sendo este o grande responsável pelo aumento dos casos de
cárie nas aldeias. (LEMOS, et. al., 2010).
A proposta deste estudo é verificar e ressaltar a importância dos cuidados com a
cavidade oral dos índios, os quais são muitas vezes negligenciados. Dessa forma, métodos
para que os indígenas possam ter acesso a cirurgiões-dentistas, bem como uma melhor
educação acerca das suas ações rotineiras, as quais podem ser maléficas, mas que eles não
possuem conhecimentos ficando expostos a doenças, de modo que ao final, seja possível o
esclarecimento de diversas dúvidas a respeito da saúde bucal indígena numa perspectiva
profissional.
A metodologia inicialmente utilizada buscou a revisão de literatura e a pesquisa
bibliográfica como meios de argumentação e confrontação com o instrumento de testagem das
hipóteses, por meio de questionários pré-elaborados aplicados em conversas informais,
realizadas entre os dias 22/04/2017 e 24/04/2017, a dez sujeitos da pesquisa na faixa etária
47
dos 19 anos, excetuando um entrevistado com 46, sendo todos com Ensino Médio completo.
Os procedimentos de diagnóstico foram rigorosamente obedecidos de acordo com a
Resolução CONEP 510/2016, para pesquisas nas Ciências Humanas e Sociais.
Dessa forma, apresentamos as considerações de colaboradores e foram correlacionadas
aos argumentos de tratadistas distintos, onde são utilizadas citações diretas que comparadas as
opiniões do conhecimento do senso comum, com a finalidade de estabelecer a situação atual
da questão na pesquisa e demonstrar a relevância para a elaboração de contatos futuros com a
comunidade indígena, conforme objetivos traçados.
―Quando se pensa sobre a aplicabilidade de modelos eficientes de saúde num contexto
sociocultural indígena, percebe-se que a solução deve ir muito além da introdução urgente de
profissionais de saúde qualificados em suas especialidades nas aldeias.‖ (MACHADO
JÚNIOR; REYES; DIAS, 2012)
Para confrontarmos o conhecimento do senso comum com o teórico, mencionaremos
trechos das conversas informais obtidas com os sujeitos da pesquisa e acordo com a
Resolução CNS 510/2016, que estabelece as normas para pesquisas nas Ciências Humanas e
Sociais, para as quais citaremos as mais enfáticas de forma parafraseada:
―a urbanização implica em vários fatores, fazendo com que o índio possa procurar um
atendimento.‖ Nessa citação, nota-se que de certa forma, os autores pesquisados refutam a
ideia que o entrevistado tem uma vez que a saúde bucal do índio deve ser investigada e
melhorada porque outros fatores precisam ser levados em consideração, além da atuação
profissional do cirurgião-dentista. As práticas englobam principalmente, o olhar antropológico
que o profissional deve perceber sobre o ―outro‖ e busque conhecer as principais
características da cultura indígena na qual está a se inserir, melhorando a questão humanística
do atendimento e que seja feito, de forma a passar o conhecimento adequado e corrigir
supostos erros de interação.
Outro entrevistado o de número 5 aponta para, “O estudo antropológico do contato
entre o índio e o ambiente urbanizado vai auxiliar o profissional de saúde a entender a relação
com a saúde do mesmo‖.
―Um paciente indígena traz consigo sua interpretação do mundo ao seu redor, da vida
e da morte, das causas espirituais da doença, da cura e, seguramente, um conceito de seu
próprio ―sistema de saúde‖ cultural. Quando, então, o profissional de saúde desenvolve seu
trabalho tratando do paciente indígena como se este fosse um paciente de um contexto urbano,
o choque ocorrerá, pois a relação profissional-paciente é outra e, devido à diversidade das
culturas envolvidas, é provável que ocorra minimamente: (1) Descrédito do indígena quanto
48
ao tratamento oferecido; (2) Não aceitação de um tratamento contínuo tido por ―demorado‖
aos olhos do paciente indígena por exigir vários retornos ao dentista; e/ou (3) Não
desenvolvimento de novos hábitos preventivos de saúde.‖ (MACHADO JÚNIOR; REYES;
DIAS, 2012).
Para que seja feito esse contato, sugerido pelo entrevistado é necessário que diversos
aspectos sejam considerados, e são expostos pelos autores da área na citação acima.
Outros entrevistados propõem que: “Tanto pro lado positivo, quanto pro negativo. O
índio vai aprender novos hábitos, contribuindo para o seu conhecimento sobre a higiene oral,
como o creme dental, já que muitos utilizam ―juá‖ para a escovação. No lado negativo, o uso
de alimentos que podem causar cárie.‖
―A origem exata dos instrumentos mecânicos para limpeza dental é desconhecida. No
entanto há registros de que os árabes usavam um galho de árvore parcialmente descascado em
uma das pontas, em que aflorava um tufo de fibras naturais semelhantes às cerdas de uma
escova. A invenção da escova dental, como a conhecemos, é atribuída a chineses, por volta do
ano de 1600, porém a fabricação da primeira escova deve-se a William Addis, em 1780, na
Inglaterra. Por sua vez, o registro patenteado do primeiro produto ocorreu somente em 1957,
nos Estados Unidos, por Wadsworth. Desde então, a sua utilização é crescente tanto nos
países desenvolvidos como naqueles em desenvolvimento.‖ (BOTTAN et.al, 2009)
Relacionada com a citação acima, podes ser verificados os métodos alternativos e
como são criados pelos índios de modo a tentarem fazer a limpeza dos dentes. Dessa forma, é
de extrema importância que esses hábitos sejam incentivados nas aldeias, para que os índios
passem a se preocupar cada vez mais com hábitos de higiene oral, para a prevenção de
doenças bucais.
Entrevistado 6: ―O índio utiliza-se mais da agropecuária. Pelo fato dos alimentos dessa
prática serem saudáveis, contribuem para uma boa saúde bucal. Mas por conta da seca, o
índio acaba optando por produtos industrializados, que podem causar malefícios para a saúde
bucal indígena.‖
Do ponto de vista epidemiológico, a cárie é possivelmente a doença bucal de maior
relevância. Sua estreita associação com dieta e estilo de vida também lhe confere relevância
antropológica. Estratégias de subsistência e de produção de alimentos empregadas em épocas
diversas por diferentes grupos humanos fazem-se refletir na ocorrência e na distribuição das
lesões cariosas, em razão de estarem associadas a padrões particulares de dieta e usos
diferenciados do aparelho mastigatório. (ARANTES; SANTOS; COIMBRA JÚNIOR, 2001).
49
pouco conhecido. Em que pese tal dificuldade, diversos estudos sugerem a existência de
desigualdades entre os povos indígenas e a sociedade envolvente no que concerne ao acesso e
utilização de serviços de atenção à saúde bucal.‖ (ALVES; SANTOS; VETTORE, 2013).
O entrevistado alega que a falta de conhecimento por parte dos índios ainda é
recorrente, e a importância da disseminação de informação sobre os hábitos de higiene oral
nas comunidades, é necessário.
Os tratadistas do assunto mencionam a falta de acesso aos serviços de atenção a saúde
bucal, e as comunidades em que vivem nem sempre tem dentistas e outros profissionais de
saúde para atende-los. Além desse motivo, o fio dental, escovas de dente, e cremes dentais são
oferecidos por programas em saúde bucal e tem procurado diminuir as desigualdades, mas,
pela quantidade de pessoas carentes, o acesso das comunidades a esses serviços é escasso.
As políticas públicas têm distribuído e ensinado para os índios a importância e o modo
de usar os instrumentos necessários à higienização bucal, embora a FUNAI precise estar
atenta e empenhada a aproximar o atendimento à saúde nas aldeias indígenas.
O método etnográfico concentrado nas descrições científicas de grupos culturais, teve
como ponto de partida utilizado para estudar variações culturais e grupos dentro de contextos
sociais mais complexos. A descrição de costumes e hábitos, sem ocupar-se de comparação ou
análise com outras culturas, buscou entender o conhecimento sobre a saúde bucal segundo a
visão de pessoas não índias frisando que outras pessoas também frequentam as aldeias e são
agentes de contato que levam informações.
Os equipamentos de proteção individual, máscaras, luvas e medicamentos, podem ser
vistos por índios que vivem distante da zona urbana, ainda podem ser visto como paramentos
estranhos pela falta de contatos com profissionais da saúde. O uso de uniforme branco pelos
profissionais configura como ―elemento alienígena‖ quando tratado pela ficção, produzem
estranhamentos na visão indígena.
Algumas produções passíveis de interpretações equivocadas como a garrafa de Coca-
Cola no enredo do filme The Gods Must Be Crazy ―Os deuses devem estar loucos‖ de Jamie
Uys. da C.A.T. Film (1980), e outros filmes produzidos com interesse de causar impactos
midiáticos a exemplo dos Matses, na possibilidade de associação às aparições de espíritos a
que chamam de Chishcan - o boto - que em forma humana sempre surge barbados, trajando
vestes brancas (MNTB, 2011a).‖ (MACHADO JÚNIOR; REYES; DIAS, 2012).
O relato de outro entrevistado refere-se a um modo de ser identificada a relação
da saúde bucal indígena com o contato com a urbanização, e sugere um trabalho ―in loco‖, ou
visitas regulares às aldeias próximas às urbanizações.
51
CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES
REFERÊNCIAS
ALVES FILHO, P.; Ventura Santos, R.; Viana Vettore, M. Desigualdades socioambientais na
ocorrência de cárie dentária na população indígena no Brasil: evidências entre 2000 e 2007.
Revista Brasileira de Epidemiologia, v. 16, n. 3, p. 692 - 704, 2013.
ARANTES, R.; Ventura Santos, R.; Coimbra Júnior, C. Saúde bucal na população indígena
Xavánte de Pimentel Barbosa, Mato Grosso, Brasil. Cad. Saúde Pública, v. 17, n. 2, p. 375-
384, 2001. (BOTTAN et.al, 2009)
LEMOS, P. et al. O modelo de atenção a saúde bucal no Médio e Baixo Xingu: parcerias,
processos e perspectivas. Disponível em:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232010000700056>.
Acesso em: 9 mar. 2017.
MACHADO JÚNIOR, E Vieira.; Manzano Reyes, M.; Lopes Dias, R. Odontologia na aldeia:
a saúde bucal indígena numa perspectiva antropológica. Antropos, v. 5, n. 4, p. 182 - 222,
2012.
53
RESUMO
INTRODUÇÃO
O estudo trata do aborto sob o ponto de vista legal e moral e tem como sujeitos da
pesquisa, moradoras jovens das camadas periféricas de um município da Bahia e tem como
alvo principal, diagnosticar as causas e consequências de ações intempestivas que podem
prejudicar toda uma vida de jovens vulnerárias que se arriscarem a praticar o aborto
clandestino.
A abordagem justifica-se pela necessidade de observar até onde as diversidades
socioculturais e econômicas podem influenciar nas condutas e atitudes, em que os sujeitos
estão expostos psicologicamente quando estão diante falta oportunidades por causa da falta de
acesso ao acolhimento e informação da família e dos programas de saúde.
Os pressupostos indicam que o índice elevado no Brasil de procedimentos
clandestinos com internamentos de cerca sete milhões de mulheres, e vinte e duas mil mortes
anuais é decorrente de intercorrências clandestinas que prejudicam a mulher e dilaceram seu
próprio corpo, derivados da ignorância e da falta de informação.
Tendo como objetivos debelar problemas causados pelas desigualdades sociais, e
considerando que a informação científica impulsiona o conhecimento, o caminho a seguir
pelas instituições responsáveis pelo bem estar dos cidadãos, tem que contribuir para a
comunidade conhecer sobre o que é o aborto voluntário, as práticas ilegais, para diminuir a
incidência de abortos.
Como multiplicadores da informação, pretendemos propor palestras em bairros e
escolas, explicando as causas e consequências do aborto, os métodos contraceptivos que
impeçam a prática clandestina, e assim conscientizar as mulheres sobre a conduta cidadã, a
responsabilidade e a obrigação de preservar a própria vida e a de outrem.
Discutir questões legais sobre o aborto no Brasil é imprescindível para abranger o
quadro estatístico no interior da Bahia e estabelecer metas e ações que possam ser efetivadas e
alcancem as camadas menos favorecidas e minimizem o problema de saúde pública.
Para tal pesquisa, utilizamos, a revisão de literatura sobre o tema, e a pesquisa
bibliográfica dando subsídios que alicerçaram as premissas a serem testadas nos
levantamentos estatísticos a partir de conversas informais, que analisam no decorrer do
trabalho as atitudes impensadas de jovens e o papel social que devemos ter, disseminando as
informações.
As considerações preliminares revelam no conhecimento prévio que a quantidade de
mulheres jovens que praticam o aborto é significativa, e exige dos poderes públicos e da
55
sociedade em geral, que a situação seja combatida, embora para operacionaliza-la, necessário
se faz que as instituições educacionais promovam a difusão e conscientização sobre o tema.
Segundo o relatório elaborado para o evento Pequim ―20‖ que acontece na 59º
Comissão sobre o Estatuto da Mulher d Organização das Nações Unidas (ONU), o aborto
clandestino constitui a 5º causa de morte materna no país, ―situação que configura um
problema de saúde pública de significativo impacto‖.
Foi constato também que a questão cultural está intimamente ligada a prática do
aborto clandestino. A cultura está relacionada à recriminação por parte da sociedade,
julgamento familiar, e, ressalta que os indivíduos são frutos da visão da sociedade em que
vive, é dominante sobre a prática, porém não determinante. Dessa forma, é notório que existe
um percentual de caos humano que pode levar a morte.
Segundo a Organização Mundial da Saúde, a cada dois dias, uma mulher morre no
país, vítima de aborto clandestino, mais de 1.000.000 de mulheres no país se submetem a
abortos clandestinos anualmente.
Entre os diagnósticos levantados “in loco”, foi verificado que não há conhecimento
específico sobre políticas públicas que abrangem o tema abordado, visto que o aborto no
56
Brasil é considerado crime. E ainda a luta contra a descriminalização não é apenas religiosa,
mas, sobretudo ideológica, política e econômica. Além do mais, em casos de estupro, na
realização do aborto a mulher deixa de ser vítima e passa a ser criminosa.
Nesse sentido, o direito à vida é o bem relevante a todo ser humano e a dignidade da
pessoa humana são um fundamento da República Federativa do Brasil e não há dignidade sem
vida. (Luciana Russo).
Vê-se, por conseguinte, que a comunidade local, seja recompensada com medidas que
disponibilize o acesso da população ao conhecimento dos riscos e consequências trazidas pelo
aborto na vida mulher. Dessa forma, ampliando o conhecimento e disseminando as
informações sobre o aborto clandestino. Além disso, ainda é possível salientar a necessidade
de promover palestras sobre o assunto abordado, campanhas midiáticas, programas interativos
e contraceptivos que impeçam a prática do aborto, os quais serão de extrema importância para
a conscientização e conhecimento do tema exposto.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Quanto à falta de acesso à informação nos espaços periféricos das cidades brasileiras,
embora deficiente, tende a ser expandido pelo aumento da capacidade de alcance pelas áreas
tecnológicas que utilizam instrumentos de última geração e podem propiciar interação pelos
espaços recônditos do país.
REFERÊNCIAS
CAVALCANTE, Alcilene; XAVIER, Dulce (2006). Aborto: uma visão humanística. São
Paulo: Católicas pelo Direito de Decidir, 2006. 230 p.
Vieira EM, Cordeiro LD, Monteiro RA. A mulher em idade fértil no Brasil: evolução da
mortalidade e da internação por aborto. In: Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de
Vigilância em Saúde. Departamento de Análise de Situação de Saúde. Saúde Brasil 2007:
uma análise da situação de saúde. Brasília, DF: Ministério da Saúde; 2008. p. 143-82.
ANACLETO, Juliana. Para quem luta pela vida. Disponível em: . Acesso em: 07 de julho de
2006.
Disponível em: < https://www.cartacapital.com.br/sociedade/aborto-a-cada-minuto-uma-
mulher-faz-um-aborto-no-brasil >
Disponível em: < http://justificando.cartacapital.com.br/2016/09/28/mortes-por-aborto-no-
brasil-legitimacao-da-nossa-ignorancia/ >
Disponível em: < https://oglobo.globo.com/sociedade/governo-afirma-onu-que-aborto-
clandestino-no-pais-problema-de-saude-publica-15550664.
59
INTRODUÇÃO
Como a atividade religiosa consiste entre outras funções, escutar, aconselhar e ajudar o
―outro‖, estes especialistas, e outros profissionais, tornam-se susceptíveis ao acometimento de
doenças como o estresse, exaustão física e mental, ansiedade, e chegam ao auge com a
insatisfação no trabalho e depressão.
condição crítica, como acadêmicos da área de saúde, envidaremos esforços para promover a
qualidade de vida entre as pessoas.
profissionais que auxiliam pessoas a lidar com essas dificuldades como assistentes sociais,
psicólogos, psiquiatras e os próprios sacerdotes, com isso perguntamos se em algum momento
da vida deles, ele procuram esse auxílio, todos afirmaram que nao e teve um que comentou
que no seminário existe esse acompanhamento com o psicólogo, caso alguém necessite,
``Não, no seminário tem o acompanhamento psicológico que dar assistência``, outro
informou que psicólogo nunca procurou, mas sabe da importância que tem de ser
acompanhado por alguém para poder partilhar os problemas e ter um direcionamento = ``Não,
tenho meu diretor espiritual, mas acredito e reconheço que as pessoas possam precisar de um
acompanhamento.``
Existem circunstâncias que podem ter relação ao Burnout, como as altas jornadas de
trabalho, a ineficiência, a baixa autoestima tanto pessoal como profissional, problemas
crônicos já existentes e privação do sono (DA SILVEIRA, 2017).
O próprio termo burn significa queima e out significa exterior sugerindo que a
pessoa com este tipo de estresse se consome física e emocionalmente, passando a apresentar
um comportamento agressivo (MORENO, et al, 2011) pensando na questão da privação do
sono como fator que interfere na atividade laboral, perguntamos se eles apresentavam
problemas com o sono e caso a afirmativa fosse positiva se isso interferia no trabalho
cotidiano, a maioria relataram dormir bem e apenas um afirmou não dormir bem, por ser
diabético tomam muitas medicações e com isso dorme pouco, mas não chega a interferir em
suas atividades, pois já está acostumado com as poucas horas de sono –
``Sim, durmo pouco, sou diabético e tomo muita medicação, sono é péssimo, porém já
acostumei, já sou assim a muitos anos, estou acostumado.``, teve um relato que informou
dormir bem, mas que se não tirar a sesta depois do almoço fica com mal estar: ``Não, durmo
bem, só se eu não tirar minha sesta que fico com mal estar.``
Não, tem dias que acordo com menos disposição, mas nada grave que seja
relacionado a depressão.
``Não, sou positivo e otimista sempre, todos que me conhecem sabem que sou assim,
alegre.``
“Geralmente não, possa ser que às vezes aconteça, mas não que eu queira reagir
assim.”
`` Não, enfrento todos os problemas com naturalidade, vivo inclusive numa região
violenta onde muitas vezes tenho receio de voltar para casa por conta do índice de violência
que acontece em minha rua, mas tento manter a paz interior e simplicidade, quando celebro
64
uma missa que termine um pouco mais tarde, não volto para casa por conta disso, ou eu
durmo na paróquia ou eu vou para o Mandacaru.``
Quanto à realização profissional todos afirmaram ser muito feliz com a escolha
defendendo o fato de ser um trabalho vocacional, não profissional.
“Sim, sem nenhuma dúvida, se fosse para escolher ser padre novamente seria.”
“Sim, não me vejo em outra função, sou muito feliz com a profissão que escolhi,
enfrentei dificuldades no caminho, meu desejo de ser padre foi fortalecendo com o tempo e
me ordenei aos 34 anos de idade e não acho a profissão estressante.”
``Sim, me aposentei com alegria sendo professor, mas sou muito feliz com minha
vocação sacerdotal, não me vejo fazendo outra coisa.``
“As vezes tem uma entrave nessa relação de igreja e estado, o que impede ou dificulta
muitas vezes o trabalho social da igreja avançar.”
65
``A política organizacional não realizando um bom trabalho, hoje em dia não
sabemos em quem confiar na política, votamos confiantes naquela pessoa e depois
descobrimos as coisas que estão ocorrendo em nosso país.``
“A política mexe com todo mundo, como a todos sou afetado fico frustrado pelos
outros, com os problemas da política. Dentro da igreja as pessoas acham que o padre não
pode falar de política, tem que saber diplomaticamente como falar.”
E por fim perguntamos aos mesmos quais as medidas eles acreditam que poderiam ser
tomadas para solucionar esses problemas de modo que não afetasse o trabalho e que
promovesse melhoras na prática profissional. As respostas foram variadas;
CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES
REFERÊNCIAS
RESUMO
INTRODUÇÃO
Visto que, a antropologia é a ciência que estuda o homem em todos os seus âmbitos e
particularidades, atrelar esse conhecimento ao racismo cometido contra os Judeus pode ser a
base que explica as atitudes dos nazistas, as suas particularidades históricas, culturais e sociais
e como estas podem influenciar no comportamento dessas pessoas.
Entende-se por preconceito racial, toda e qualquer forma de juízo pré-concebido que se
manifesta numa atitude discriminatória de determinada etnia baseado em questões como cor
da pele, costumes, crenças, religião e comportamento. Os questionamentos acerca dessa
problemática percorrem na sociedade desde que se entende que a superioridade entre raças
tornou se um problema de cunho social e mundial visto que, eventos históricos como
escravidão, holocausto e até questões atualmente recorrentes como o preconceito contra os
povos islâmicos tem causado graves consequências na história da sociedade.
Dessa forma, é possível verificar que a hostilidade e a rejeição que o preconceito racial
causa não deve ser considerado uma exclusividade da raça negra, apesar de essa ser de grande
relevância na historia e lamentavelmente na atual realidade da sociedade.
Partindo desse pressuposto, o presente estudo visa analisar opiniões baseadas no senso
comum dos entrevistados a cerca do tema proposto. Com isso, foi observada que o
preconceito racial não é considerado por parte dos entrevistados uma particularidade da raça
negra e que no Brasil embora seja constatado sua maior prevalência é inegável a existência da
discriminação entre outros povos.
Buscando informações a cerca de fatos históricos que comprovem tal questão, foi
encontrado um baixo nível de entendimento sobre o assunto, e que a escravidão ainda é o
referencial histórico de preconceito racial mais recorrente. Porém, entende-se que vários
71
O preconceito racial contra os judeus durante a Alemanha Nazista pode ser considerado
como exemplo de conflito que baseado no sentido de superioridade de uma raça pura
idealizada, neste caso a raça ariana, determinou uma série de eventos baseados em
descriminação, exploração, e extermínio que ficou conhecido como um dos maiores
genocídios da historia.
Para que se entenda melhor sobre o que desencadeou tal evento, é necessário que entenda
quais as causas influenciadoras das praticas preconceituosas dos nazistas contra os judeus.
Entre elas esta as questões biológicas eu classificavam os judeus como uma raça deformada,
ou seja, uma ameaça à raça ariana, outros historiadores acreditam que o preconceito por
motivos econômicos também é preponderante para esse aspecto, pois, os judeus eram
considerados os manipuladores das finanças no mundo.
As questões biológicas usadas como argumento para o preconceito também foi levantada
para observação baseada no senso comum dos entrevistadores. A cerca dessa temática, em sua
grande maioria os entrevistados entendem que a genética humana é capaz de nos diferenciar,
mas também nos assemelhar a determinado grupo de indivíduos. Porém, as individualidades
dos nossos genes possam por si só são capazes de nos particularizar como seres únicos.
72
Além disso, partindo do pressuposto que questões biológicas genéticas são importantes
na classificação e determinação de uma raça, como pode ser observado como causa para
discriminação Nazifascista, pode-se jugar tal questão que segrega uma determinada raça, visto
que existem outros fatores que podem desencadear uma similaridade num determinado grupo
de indivíduos.
CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES
Tendo em vista que, o preconceito racial deve ser considerado em todas as suas
particularidades e âmbitos como deplorável a qualquer ser humano, será importante que a
visão e características que causam danos morais, sociais e culturais sejam amplamente
identificadas para que a sociedade se proteja desses ataques.
O resultado da investigação feita nesse presente estudo indicou e apurou que um dos
fatores que denota a discriminação não é uma particularidade de determinado grupo de
indivíduos, mas, de uma gama significativa de influências que colaboram para as
desigualdades. Os dados históricos e antropológicos permitiram analisar a história em si e os
resultados obtidos mostrando que veladamente o preconceito esteve presente, mas, repudiam
praticas de exploração, injúrias e discriminação não somente aos judeus durante a Alemanha
Nazista, mas, a quaisquer seres humanos embora a teoria carregada de distorções traz
desacordo na prática.
Diante das considerações preliminares verificou-se que os resultados obtidos por meio
de questionários pré-elaborados respondidos informalmente por colaboradores, de acordo com
a Resolução CONEP 510/2016, para pesquisa nas Ciências Humanas e Sociais, trouxe um
contexto atual que aponta para a manutenção de práticas desconexas com os direitos
humanos, mesmo que debatidas e repudiadas, com fortes indícios de resguardar antigos
costumes condenáveis e censuráveis.
Além disso, entende-se que as questões biológicas, também, tratadas como causas
influenciadoras das questões levantadas, são consequências da falta de entendimento por parte
73
REFERÊNCIAS
MAIO, M.C.; SANTOS.R.V.; Quais são as questões em torno da raça?; Revista Brasileira de
Ciências Sociais. v.26, n.77. Rio de Janeiro, Fiocruz, 2010.p.314.
RESUMO
A pesquisa ora apresentada trata-se de estudo etnográfico a respeito correlação existente entre
antropologia, dor e envelhecimento. A abordagem se justifica em vista da necessidade da
sociedade, e principalmente dos profissionais de saúde, que trabalham diretamente com a dor,
estarem preparadas para lidar com a dor no idoso sobre uma perspectiva interdisciplinar. O
objetivo desse estudo é apurar qual a percepção das pessoas sobre o a dor no idoso, identificar
como as condições econômicas, familiares e culturais afetam na subjetividade da
manifestação da dor, bem como o conhecimento da necessidade de um tratamento
diferenciado do profissional de saúde frente à dor do idoso. O método utilizado foi uma
revisão de literatura sobre o tema abordado e o instrumento de testagem das hipóteses,
baseado em questionários pré-elaborados aplicados na cidade de Jequié-BA. As considerações
preliminares apontam para a necessidade de mudança de percepção social sobre a dor no
idoso, de forma a não restringir a imagem deste apenas como o oposto de jovem e sadio.
INTRODUÇÃO
A dor também pode restringir as interações sociais, causar isolamento. Em virtude das
limitações fisiológicas como dificuldades de locomoção e visão, muitos idosos podem deixam
de frequentar lugares que antes costumavam ir. Condições financeiras também influenciam no
processo da dor, visto que determinam o acesso do idoso a bons serviços de saúde e remédios,
a alimentação adequada, informação, atividades de lazer, dentre outras coisas.
Também é possível pressupor que seja papel do profissional está ciente de todos os
aspectos multifatoriais envolvendo a dor no idoso para que assim seja possível a realização de
atendimento mais humanitário, compreendendo as particularidades em relação aos cuidados
76
nessa faixa etária, dando atenção às limitações fisiológicas, ao estado psicológico, e a todo
contexto social, cultural que circunda o paciente.
O objetivo desse estudo é apurar qual a percepção das pessoas sobre o a dor no idoso,
identificar como as condições econômicas, familiares e culturais afetam na subjetividade da
manifestação da dor, bem como o conhecimento da necessidade de um tratamento
diferenciado do profissional de saúde frente à dor do idoso.
O método utilizado foi uma revisão de literatura (em bases de dados virtuais como
Scielo e Biblioteca Virtual em Saúde) sobre o tema abordado e o instrumento de testagem das
hipóteses, baseado em questionários pré-elaborados aplicados a 10 sujeitos da pesquisa, entre
a faixa etária de 19 a 51 anos, sendo 4 mulheres e 6 homens, profissionais e estudantes de
saúde, jovens e adultos com outras ocupações, na cidade de Jequié-BA.
De acordo com a Associação Internacional de Estudos da Dor (IASP), a dor pode ser
definida como uma experiência desagradável, sensitiva e emocional, associada ou não ao
dano real ou potencial de lesões dos tecidos e está relacionada com a memória individual,
com as expectativas e as emoções de cada pessoa, sendo, portanto, subjetiva. É um
componente intrínseco a todo ser humano em todas as faixas etárias.
77
O presente estudo visa apurar as opiniões dos participantes entrevistados sobre o tema
pesquisado a fim de conhecer qual a perspectiva da população Jequieense sobre o dor no
idoso, bem como todos os aspectos envolvidos nesse processo e a importância de uma postura
adequada do profissional de saúde frente a isso. A taxa de idosos na população brasileira
aumenta gradativamente, não sendo diferente na cidade de Jequié, portanto é fundamental que
a sociedade, incluindo os profissionais de saúde, esteja preparada para isso. O advento da dor
acaba sendo inevitável nesta faixa etária, assim, é necessário e papel do governo e da
sociedade oferecer ao idoso condições dignas de vida para que este possa envelhecer com
qualidade.
Como base nas discussões feitas neste estudo, os relatos sob o ponto de vista de
profissionais e estudantes de saúde, adultos e jovens do bairro São Judas Tadeu e Jequiezinho,
em Jequié-BA, que colaboraram significativamente para a testagem dos pressupostos
levantados, corroborando-os, juntamente com conhecimento de autores que já abordaram o
tema pesquisado. Assim, pretendemos fazer uma correlação entre o senso comum com que já
foi exposto na literatura.
idoso que tem um acompanhamento/apoio (financeiro, família, governo) com certeza terá
maior qualidade de vida comparado aquele que não tem nenhum aparato.
Dentro dos aspectos psicológicos e sociais, a percepção da própria imagem pelo idoso
também é um ponto que necessita de uma visão crítica. De acordo com Mendes (2007), a
imposição de padrões estéticos de produtividade e de socialização aponta para a exclusão do
idoso. Tal fato contribui para a falta se aceitação do próprio corpo, o que pode causar
transtornos psíquicos, como a obsessão por cirurgias plásticas. O que reforça que o processo
da dor está além simplesmente da deficiência fisiológica e que existe uma relação bidirecional
entre fatores biológicos e sociais/ psicológicos, ou seja, pode ser tanto causa como
consequência da dor.
CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES
REFERÊNCIAS
GOMES, João Carlos Pereira; TEIXEIRA, Manoel Jacobsen. Dor no idoso. RBM Rev. Bras.
Med, v. 63, n. 11, p. 45-54, 2007.
LEITE, Valéria Moura Moreira et al. Depressäo e envelhecimento: estudo nos participantes
do programa universidade aberta à terceira idade. Rev. bras. saúde matern. infant, p. 31-38,
2006.
MACHADO, Ana Carolina Araújo; BRÊTAS, Ana Cristina Passarella. Comunicação não-
verbal de idosos frente ao processo de dor. Revista Brasileira de Enfermagem, 2006.
MENDES, MRSSB et al. A situação social do idoso no Brasil: uma breve consideração. Acta
paul enferm, v. 18, n. 4, p. 422-6, 2005.
PICCINI, Roberto Xavier et al. Necessidades de saúde comuns aos idosos: efetividade na
oferta e utilização em atenção básica à saúde. Ciênc saúde coletiva, v. 11, n. 3, p. 657-67,
2006.
81
RESUMO
A eutanásia é definida como um procedimento médico com a intenção de matar uma pessoa
pela administração de drogas devido a um pedido voluntário e competente da mesma.
Suicídio assistido é um procedimento médico feito intencionalmente para ajudar uma pessoa a
cometer suicídio subsidiado por drogas para autoadministração devido a um pedido voluntário
e competente. O objetivo do estudo é verificar as diferentes visões e versões disponíveis na
literatura, assim, como evidenciar os posicionamentos em torno do direito individual de
intervenção nos limites da vida. Tecendo considerações acerca das dificuldades de
demarcação dos limites da vida na sociedade ocidental contemporânea, regida tanto pela
liberdade religiosa quanto pela autonomia individual, serão evidenciados os aspectos e
interpretações médicas sobre o fim da vida, a influência da religião e suas crenças, aspectos
políticos, culturais e locais, além das interpretações e práticas legais específicas que provocam
controvérsias e discussões sobre o tema.
INTRODUÇÃO
Esta pesquisa reflete a polêmica acerca da determinação dos limites da vida a partir
do pressuposto que envolve questões culturais, sociais, religiosas e políticas referentes à
gestão da pessoa e das fronteiras entre vida e morte. Debates acerca da eutanásia e do suicídio
assistido evidenciam concepções morais sobre os direitos individuais que, por sua vez, são
passíveis de normatização em cada contexto.
Esse trabalho tem como objetivo geral verificar as diferentes visões e versões
disponíveis na literatura e evidencia os posicionamentos em torno do direito individual de
intervenção nos limites da vida, tecendo considerações à cerca das dificuldades de
demarcação dos limites da vida na sociedade ocidental contemporânea.
A escolha destes temas pareceu serem merecedores de atenção devido a polêmica que
vem se instaurando nas temáticas e nos pressupostos de aceitação à morte, a tensão dos
valores laicos e religiosos condizentes produzidos no livro ―Como eu era antes de você‖ da
autora Jojo Moyes, e do polêmico caso de Vicent Humbert.
A relevância se justifica e é decorrente do clamor da temática, tendo em vista que a
uma discussão científica e livre do ruído dos controvertíveis absolutos moralistas, é saudável
para um diálogo respeitoso e cidadão.
Segundo Matersvedt et al, (2003), declara que a eutanásia é ―matar a pedido‖, sendo
definida como um procedimento médico com a intenção de matar uma pessoa pela
84
Conforme Santos (2011) apud Vilanova y Morales define a eutanásia, como ―a morte
doce e tranquila, sem dores físicas nem torturas morais que pode sobrevir de modo natural nas
idades mais avançadas da vida, surgindo de modo sobrenatural como graça divina‖. Sugerida
por uma exaltação das virtudes estoicas ou ser causada artificialmente, já por motivos
eugénicos, ou com fins terapêuticos, para extinguir ou reduzir uma inevitável, larga e dolorosa
agonia, mas sempre com prévio consentimento do paciente ou previa regulamentação legal. A
dor e o sofrimento são desafios sempre presentes e o oferecimento de terapêuticas de alívio se
torna um imperativo ético.
Para tanto, se faz necessário disponibilizar para os pacientes em fase final todos os
meios de alívio e controle de sintomas angustiantes, reconhecer que o cuidado do paciente e o
alívio de seu sofrimento não são meramente uma questão médica, que o cuidado oferecido
visa ao bem-estar físico, mental e espiritual. (PESSINI, 2010).
diferente, pois envolve além do aspecto legal, o aspecto médico, sociológico, religioso,
antropológico (BRASILEIRO 2005).
Desta maneira, vemos que a prática é vista como uma forma de homicídio
privilegiado pela maioria dos povos latinos (Colômbia, Cuba, Bolívia, Costa Rica, Uruguai), e
até como uma ausência de delito em outros, exceto por motivo egoístico (Peru), embora
alguns adotem ainda uma postura extremamente conservadora, entre eles, a Argentina e o
Brasil, que não excluem o delito de figurar entre os tipos de homicídio, em suas diversas
formas (ALVES, 2001).
Em Portugal, há limitação da pena de seis meses a três anos, quando houver pedido
do paciente (Código Penal Português, Artigo 134) e, de um a cinco anos, quando movido por
compaixão, emoção violenta, desespero ou outro valor relevante social ou moral (Artigo 133)
(ALVES, 2001).
Nos Estados Unidos, a questão vinha sendo deixada ao livre arbítrio das legislações
estaduais, o que foi revisto por recente decisão da Corte Suprema norte americana que
86
Não há legislação específica sobre a eutanásia ativa na Suíça, mas o artigo 114.º/1 do
Código Penal suíço, sob a epígrafe de ―homicídio a pedido da vítima‖, pune com pena de
prisão até três anos ou multa quem, por motivos atendíveis, designadamente compaixão pela
vítima, provoque a morte de outra pessoa, a seu pedido genuíno e insistente. Para, além disso,
é admitida a prática quer da eutanásia passiva, através da interrupção dos tratamentos, quer da
eutanásia indireta, em que a morte não é diretamente visada, mas aceite como consequência
indireta da administração de morfina. Em pena de prisão até cinco anos ou multa incorre nos
termos do artigo 115.º/1 do mesmo Código, com a epígrafe de ―incitamento e assistência ao
suicídio‖, quem, por motivos egoístas, incitar ou ajudar alguém a cometer ou tentar cometer
suicídio, desde que este haja sido consumado ou tentado (PINTO, 2016).
CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES
REFERÊNCIAS
NORONHA, Edgard Magalhães. Direito Penal. Vol. II. São Paulo: Editora Saraiva, 1994.
RESUMO
A dor lombar crônica é uma queixa comum em casos de afecções musculoesqueléticas, causa
diversos transtornos para a qualidade de vida e atividades exercidas pelos policiais militares.
Na atividade policial militar alguns profissionais exercem sua função de forma que pode
impactar em sua saúde. Alguns exercem funções internas administrativas, outros exercem
atividade externa atuando no policiamento ostensivo permanecendo por muitas horas em pé,
dirigindo e adotando posturas inadequadas em viaturas por tempo prolongado sem descansos,
que associados às condições do trabalho, podem sobrecarregar a coluna. O objetivo
específico é identificar as possíveis causas desencadeantes das dores lombares sofridas pelos
policiais militares da cidade de Jequié-Ba, e observar a frequência com que ocorrem as dores,
e as co-morbidades associadas. A metodologia utilizada inicialmente requereu revisões de
literatura e pesquisas bibliográficas em fontes primárias e secundária que subsidiaram a
elaboração de questionários com perguntas a serem respondidas subjetivamente, a fim de
compararmos o teórico metodológico e assim transforma-las em científicas. A amostra
composta por dez sujeitos da pesquisa, policiais militares lotados na 1ª CIA do 19º Batalhão
da Polícia Militar da cidade de Jequié-BA, resultaram em questionamentos e respostas que
alcançaram o propósito de identificar as hipóteses levantadas, como as causas comuns
associadas às dores lombares dos policiais militares, contribuindo destarte para que haja a
disseminação do conhecimento, que por certo alcançarão estudos aprofundados que mostrarão
a necessidade de atentar para os fatores que provocam o afastamento dos profissionais por
causa das dores.
INTRODUÇÃO
A dor lombar crônica é uma queixa comum nos casos de afecções músculo
esqueléticas e podem estar localizada ou difusa, que decorrem de comprometimento nas
estruturas articulares, tendíneas, ósseas, músculos e fáscias, provocando condições agudas e
crônicas da enfermidade.
Na atividade da polícia militar alguns indivíduos exercem sua função de forma que
pode impactar em sua saúde. Alguns exercem funções internas administrativas, outros
exercem atividade externa atuando no policiamento ostensivo permanecendo por muitas horas
em pé, dirigindo e adotando posturas inadequadas em viaturas por tempo prolongado sem
descansos, que associados às condições do trabalho, podem sobrecarregar a coluna.
A dor crônica é um problema de saúde pública, devido à sua alta prevalência, alto
custo e impacto negativo na qualidade de vida dos pacientes e de seus familiares. Dentre as
causas mais prevalentes de dor crônica encontram-se as lombalgias. As lombalgias são
caracterizadas como quadros dolorosos nas regiões lombares inferiores, lombossacrais ou
sacroilíacas da coluna vertebral. Condições sociais, emocionais, ambientais, genéticos
também podem levar à dor lombar ou agravar as queixas resultantes de outras causas
orgânicas preexistentes.
O QUE É A LOMBALGIA?
Costa et al, diz que a dor lombar a um conjunto de causas, como, por exemplo, fatores
sociodemográficos (idade, sexo, renda e escolaridade), estado de saúde, estilo de vida ou
comportamento (tabagismo, alimentação e sedentarismo) e ocupação (trabalho físico pesado,
movimentos repetitivos). A lombalgia é uma condição que pode atingir até 84% das pessoas
em algum momento da vida, apresentando uma prevalência pontual de aproximadamente
11,9% na população mundial.
A atividade do policial, que requer por diversas vezes o uso da força, deveria ter um
acompanhamento físico e médico preventivo, uma vez que pessoas mais fracas necessitam de
mais esforços para realizar determinadas tarefas (ficando mais expostas a lesões) e pessoas
pouco flexíveis, em geral, têm dificuldade de manter as várias posturas, estressando os discos
vertebrais.
A média salarial do policial que atua no trabalho ostensivo na Polícia militar do Estado
da Bahia é de R$ 2.000,00 (dois mil reais). Com isso, o policial que trabalha e que está
afastado por problemas da lombalgia, custa em média e a princípio, aproximadamente R$
1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais) por ano aos cofres do estado. Vale frisar que
esse dado toma por base apenas os custos referentes ao salário creditado sem que o
profissional esteja na ativa.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A pesquisa também apontou para o estresse mecânico contínuo como fator que
predomina nas lombalgias, embora demonstrou que 10% da amostra dos entrevistados
informaram não apresentar qualquer patologia lombar, levando em consideração que
desenvolvem ou já desenvolveram as mesmas atividades dos demais da pesquisa. Noventa por
cento dos pesquisados descreveram que fazem uso de equipamentos pesados que
sobrecarregam os sistemas osteomuscular, osteoarticular e osteoligamentar, e sentem dores
crônicas irradiadas para o membro inferior incapacitando-os na realização com excelência de
suas atividades diárias.
REFERÊNCIAS
Costa et al. Prevalência da dor lombar no Brasil: uma revisão sistemática. Universidade
Cidade de São Paulo, São Paulo, Brasil.55, jun 2015.
FRAGA, K.C. Peculiaridades do trabalho policial militar. Revista Virtual Textos &
Contextos, nº 6, dez. 2006.
Hallal et al. Prevalência de dor nas costas e fatores associados em adultos do Sul do
Brasil: estudo de base populacional. Rev Bras Fisioter, São Carlos, jan./fev. 2011.
Neves et al. Distribuição anatômica das queixas álgicas de policiais militares do Paraná.
Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), Curitiba-PR, Brasil 11 fev 2012.
Oliveira et al. Impacto das atividades profissionais na saúde física e mental dos policiais
civis e militares do Rio de Janeiro (RJ, Brasil). Instituto de Pesquisa Clínica Evandro
Chagas, Fundação Oswaldo Cruz. 04/2008.
.
97
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Tel: 73 – 35289684
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