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Referências

.AGUIAR, Afonso Gomes. Lei de responsabilidade fiscal. Belo Horizonte: Editora Fórum, 2004. 572p.
.BEZERRA FILHO, João Eudes. Contabilidade pública. Rio de Janeiro: Impetus, 2004. 325p.
.CARVALHO, José Carlos Oliveira. Orçamento público. Rio de Janeiro: Campus, 2007. 234p.
.GIACOMONI, James. Orçamento público. 13. ed. São Paulo: Atlas, 2005.
.MACHADO JR., J. Teixeira; REIS, Heraldo da Costa. A lei 4320 comentada e a lei de responsabilidade fiscal. 31. ed. Rio de
Janeiro: IBAM, 2003.
.OLIVEIRA, Regis Fernandes. Curso de direito financeiro. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2010. 701p.
.PASCOAL, Valdecir. Direito financeiro e controle externo. Rio de Janeiro: Impetus, 2004. 346p.
.PAZZAGLINI FILHO, Marino. Crimes de responsabilidade fiscal. São Paulo: Atlas, 2002, 260p.

1
MÓDULO I: sistema de planejamento
governamental brasileiro
O PPA

Ana Paula – EVP


anapaula@euvoupassar.com.br 2
PPA 2012-2015

LEI Nº 12.593, DE 18 DE JANEIRO DE 2012:

PLANO MAIS BRASIL

3
Art. 4°:
“Art. 4o O PPA 2012-2015 terá como diretrizes:

I - a garantia dos direitos humanos com redução das desigualdades sociais, regionais, étnico-raciais e de gênero;

II - a ampliação da participação social;

III - a promoção da sustentabilidade ambiental;

IV - a valorização da diversidade cultural e da identidade nacional;

V - a excelência na gestão para garantir o provimento de bens e serviços à sociedade;

VI - a garantia da soberania nacional;

VII - o aumento da eficiência dos gastos públicos;

VIII - o crescimento econômico sustentável; e

IX - o estímulo e a valorização da educação, da ciência e da tecnologia.”

4
PLANO MAIS BRASIL

“Art. 5o O PPA 2012-2015 reflete as políticas públicas e organiza a atuação


governamental por meio de Programas Temáticos e de Gestão, Manutenção e
Serviços ao Estado, assim definidos:

I - Programa Temático: que expressa e orienta a ação governamental para a


entrega de bens e serviços à sociedade; e

II - Programa de Gestão, Manutenção e Serviços ao Estado: que expressa e


orienta as ações destinadas ao apoio, à gestão e à manutenção da atuação
governamental.

Parágrafo único. Não integram o PPA 2012-2015 os programas destinados


exclusivamente a operações especiais. “

5
Sistema de planejamento
governamental brasileiro

A LDO

6
Vigência da LDO

Para Regis Fernandes de Oliveira (2010,


p.369), citando José Afonso da Silva, trata-
se de lei anual.
STF: “[...] ordinária vinculação da Lei de
Diretrizes Orçamentárias a um exercício
financeiro.” (Adin 612/RJ, rel. Min. Celso
de Mello).

7
LOA

8
Princípio do equilíbrio

Equilíbrio formal ≠ equilíbrio fiscal


Equilíbrio formal: Σ receitas + operações de
crédito = Σ despesas
Equilíbrio fiscal: os gastos públicos, além da
necessária autorização orçamentária, requerem
respaldo em nível de fluxo de caixa.

9
Omissão constitucional

-Se a carta estadual for omissa, o ente


federativo, obrigatoriamente, deverá adotar
os prazos do ADCT, art. 35, parágrafo, 2° e
incisos?

10
Omissão constitucional

O fato é que se trata de omissão constitucional que pode ser “combatida” pelos remédios e/ou ações constitucionais adequados.
Respondendo, então, objetivamente:

-o dispositivo do ADCT, art. 35, parágrafo, 2° e incisos NÃO implica norma constitucional de repetição obrigatória;

-contudo, no tocante à citada omissão, em observância ao preceito da ponderação bens e interesses que norteiam o pacto federativo
brasileiro, resta razoável aplicação do ADCT, art. 35, parágrafo, 2° e incisos. No caso em tela, infere-se que a norma é de
repetição constitucional facultativa (ou indicada), conforme leciona o querido professor Jorge Hélio.

CONCLUSÃO: o que não pode é o Poder Público quedar sem prazo para elaboração dos projetos de PPA, LDO e LOA. Ressalte-se
que tais leis configuram um conquista histórica, remontando ao século XIII na Inglaterra, em que os vassalos ingleses impuseram
ao Rei João Sem Terra uma Constituição - marco relevante para o controle de gastos do erário.

Obs.: em termos de Brasil, a "constitucionalização" do controle orçamentário remonta à Carta de 1824.

11
Recepção da Lei 4.320/1964

Lógica:

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Orçamento programa
PROGRAMA = PROBLEMA A SER
RESOLVIDO

13
Elaboração orçamentária

CF/1988:

14
Importante!

Ciclo orçamentário ≠ exercício


financeiro

15
ADI X leis orçamentárias

Mendes et al (2010, p.59):


“[...] falar em supremacia constitucional formal e material, no sentido de que
qualquer ato jurídico – seja ele normativo ou de efeito concreto -, para
ingressar ou permanecer, validamente, no ordenamento, há se mostrar
conforme aos preceitos da Constituição [...]”.
Itálicos no original.

16
STF/ADI 4048 MC/DF

EMENTA: MEDIDA CAUTELAR EM AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. MEDIDA PROVISÓRIA N° 405, DE 18.12.2007.
ABERTURA DE CRÉDITO EXTRAORDINÁRIO. LIMITES CONSTITUCIONAIS À ATIVIDADE LEGISLATIVA EXCEPCIONAL DO
PODER EXECUTIVO NA EDIÇÃO DE MEDIDAS PROVISÓRIAS. (...) II. CONTROLE ABSTRATO DE CONSTITUCIONALIDADE DE
NORMAS ORÇAMENTÁRIAS. REVISÃO DE JURISPRUDÊNCIA.

O Supremo Tribunal Federal deve exercer sua função precípua de fiscalização da constitucionalidade das leis e dos atos normativos quando houver
um tema ou uma controvérsia constitucional suscitada em abstrato, independente do caráter geral ou específico, concreto ou abstrato de seu
objeto. Possibilidade de submissão das normas orçamentárias ao controle abstrato de constitucionalidade […].

17
Como “cai” em concurso?

Posicionamento das bancas examinadoras: ainda é muito “tímido”.


De toda sorte, o concurso para o cargo de auditor do TCE/PA, em
2012/AOCP, considerou como correta a seguinte assertiva:
“O posicionamento atual é no sentido de reconhecer a
inconstitucionalidade independentemente da análise da
densidade normativa e do âmbito material da lei”.

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Módulo II: arrecadações
públicas

Esquema didático:

19
Receita pública propriamente
dita
Classificações
Preço público = tarifa?

NOTE BEM:

www.planalto.gov.br

Preço público ≠ tarifa pública


Resumindo...
Estágios da receita orçamentária
Receita corrente líquida

O que é?
RCL = Σ das receitas correntes (-)
transferências obrigatórias
(decorrem de lei).
Por que a RCL é importante?

Entre outras coisas, é com base na RCL, que se


calcula a reserva de contingência:

RC = % X RCL.
I) Assinale a afirmação correta.

(A) São receitas de capital aquelas obtidas pelo Estado quando


recebe dividendo.
(B) As receitas de capital, dentre outras, são obtidas pelo
Estado por meio da arrecadação de taxas.
(C) Os valores obtidos pela privatização dos bens do Estado
constituem-se em receitas de capital.
(D) A receita da dívida ativa compreende somente os valores
relativos ao crédito tributário.
(E) Nenhuma resposta é correta.
Gabarito:

LETRA C!
II) Assinale a afirmação correta.

(A) Quando o contribuinte paga taxa ao Estado, obtém um serviço público


específico e divisível.
(B) As taxas são arrecadadas pelo Estado no exercício do seu poder de
império, para propiciar serviços públicos de segurança externa e interna.
(C) Ao pagar taxa, o contribuinte obtém a prestação de um serviço público
indivisível.
(D) Ao pagar impostos, o contribuinte tem o direito de exigir do Estado a
prestação de serviço público específico e divisível em contraprestação
ao pagamento efetuado.
(E) Nenhuma afirmação é correta.
Gabarito:

LETRA A
III) Assinale a afirmação correta.

(A) Receitas originárias são obtidas pelo Estado quando, por meio de uma
empresa pública ou sociedade de economia mista, explora atividade
comercial.
(B) Para obter receitas derivadas, o Estado exerce seu poder de império,
explorando os bens do seu patrimônio.
(C) Somente mediante a utilização da sociedade de economia mista,
empresas públicas ou autarquias, devidamente criadas por lei, poderá o
Estado obter receitas oriundas de exploração econômica.
(D) Para obter receitas originárias, o Estado exerce seu poder de gestão,
cobrando tributos dos contribuintes.
(E) Nenhuma afirmação é correta.
Gabarito:

LETRA A
Módulo III – DISPÊNDIOS
PÚBLICOS

Desembolsos públicos
Sentido amplo = dispêndios orçamentários +
extraorçamentários
Stricto sensu = despesa orçamentária = despesas
correntes + de capital
Classificações da despesa
orçamentária
Qual foi o órgão órgão (ou entidade) que gastou?
- Tema da classificação institucional
Em que função (área) o recurso foi utilizado? Qual a função
do gasto?
-Tema da classificação funcional
Qual o problema a ser resolvido?
-Tema da classificação programática
Em que elemento de despesa o recurso foi gasto? Gastou em
quê?
Tema da classificação econômica
Classificação institucional

Classificação institucional
Vantagem: facilita a responsabilização.
Desvantagem: tende a gerar uma
competitividade negativa entre as várias
unidades orçamentárias por ocasião da
elaboração da proposta orçamentária.
Explicando melhor!
José Carlos Oliveira de Carvalho (Campus, 2007), em seu livro
sobre orçamento público, de modo bem didático, explica a
classificação institucional a partir do seguinte raciocínio:

ÓRGÃO
SUBÓRGÃO
Classificação funcional

FUNÇÃO. Ex.: educação.


SUBFUNÇÃO. Ex.: ensino fundamental.
Classificação programática
INSTRUMENTOS DE PROGRAMAÇÃO
Projetos: conjunto de ações limitadas no tempo, das quais
resulta um produto, que concorre para a expansão ou o
aperfeiçoamento da ação do governo. Palavra-chave:
inovação. O projeto é pontual, possui começo, meio e fim,
nem que demore muito! Ex.: construção do metrô de
Fortaleza.
Atividades: conjunto de operações que se realizam de modo
contínuo e permanente, das quais resulta um produto
necessário à manutenção da ação governamental. Palavras-
chave: reposição, manutenção. Ex.: pagamento de servidor.
Exemplo prático!

Identificação de um problema: educação de baixa qualidade


em determinado município.
O gestor público responsável cria um programa: “ESCOLA
DE QUALIDADE PARA TODOS”.
Para atingir os objetivos do programa criado, a LOA
contemplará:
a) projetos. Ex.: construção de 5 escolas;
b) atividades. Ex.: manutenção das escolas em que já existem e
estão em pleno funcionamento.
Esquematizando!
Ações orçamentárias ≠ operações
orçamentárias
As operações orçamentárias são as operações especiais:
não contribuem para a manutenção das ações do governo;
não acarretam produto;
não geram contraprestação direta sob a forma de bens ou
serviços.
Exs.: pagamento de sentenças judiciais, transferências
unilaterais, fundos de participação, operações de
financiamento, ressarcimentos, indenizações, pagamento de
inativos, participações acionárias, contribuição a organismos
internacionais e nacionais, compensações financeiras.
VEJA BEM:

Conforme bem leciona Carvalho (2007, p. 69), a finalidade do programa de trabalho define
sua categoria. A compra de um computador, por exemplo, poderá ser enquadrada de
diversas formas:
Se destinado a alunos das escolas públicas em um programa de inclusão digital –
FINALÍSTICA.
Se utilizado no desenvolvimento de programas voltados ao direcionamento da ação
governamental – GESTÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS.
Se a finalidade for simplesmente substituir equipamentos obsoletos – APOIO
ADMINISTRATIVO.
Se alocado em um órgão ou entidade pública – SERVIÇOS AO ESTADO.
“Casando” o estudo da receita
com o da despesa!
Conforme disposto na Constituição Federal, é vedada a vinculação da receita de impostos:

(A) a quaisquer órgãos, fundos ou despesas, sem ressalvas.


(B) a órgãos, fundos ou despesas, ressalvada a destinação de recursos para investimentos em
habitação popular, conforme dispositivos constitucionais constantes do Título da Ordem
Social.
(C) a órgãos, fundos ou despesas, ressalvadas a repartição do produto da arrecadação dos
impostos e a destinação de recursos para ações e serviços públicos de saúde, para
manutenção e desenvolvimento do ensino e para realização de atividades da administração
tributária e a prestação de garantias às operações de crédito por antecipação da receita,
observado o art. 167, IV, da CF e os demais dispositivos constitucionais pelo mesmo
referidos.
(D) a órgãos, fundos ou despesas de outros entes políticos, mas não do próprio ente tributante.
(E) a órgãos fundos, mas não a despesas específicas, desde que a vinculação decorra de lei.
Gabarito

Letra C.
Raciocinando!

Assinale a afirmação correta.

(A) Os pagamentos do Estado aos inativos constituem-se em despesas de custeio.


(B) As despesas com servidores públicos civis na realização de obras públicas são despesas
de capital.
(C) O aporte de recursos, pelo Estado, para aumento do capital de uma sociedade de
economia mista classifica-se como despesa de capital e espécie de inversão financeira.
(D) Constituem-se em despesas correntes os valores pagos pelo Estado para aquisição de
imóveis.
(E) Nenhuma afirmação é correta.
Gabarito!

Letra C.
Estágios da despesa orçamentária
LC 123
Atenção: o estatuto nacional da ME e EPP estabelece que tais entidades poderão emitir cédula de crédito
microempresarial se titulares de créditos decorrentes de empenhos liquidados por órgãos e entidades do setor
público, não pagos em até trinta (30) dias, da data de liquidação.

A cédula de crédito microempresarial é título de crédito regido, subsidiariamente, pela legislação prevista para as
cédulas de crédito comercial. Seu lastro é o empenho do erário. Fundamentação: art. 46 da LC 123/2006:

Art. 46. A microempresa e a empresa de pequeno porte titular de direitos creditórios decorrentes de empenhos
liquidados por órgãos e entidades da União, Estados, Distrito Federal e Município não pagos em até 30 (trinta)
dias contados da data de liquidação poderão emitir cédula de crédito microempresarial.

Parágrafo único. A cédula de crédito microempresarial é título de crédito regido, subsidiariamente, pela legislação
prevista para as cédulas de crédito comercial, tendo como lastro o empenho do poder público, cabendo ao Poder
Executivo sua regulamentação no prazo de 180 (cento e oitenta) dias a contar da publicação desta Lei
Complementar.
Estágios da receita X despesa
orçamentárias
Exercitando!
A Constituição Estadual, quanto às finanças públicas, estabelece que:

(a) as disponibilidades de caixa do Estado e dos Municípios podem ser depositadas em quaisquer
instituições financeiras, oficiais do Estado ou privadas, estas mediante prévia licitação.
(b) as despesas com publicidade deverão ser objeto de dotação orçamentária específica, com
denominação publicidade.
(c) a redução das desigualdades sociais e regionais é obrigação da União, não constituindo finalidade a
ser contemplada nos orçamentos anuais, na lei de diretrizes orçamentárias e no plano plurianual do
Estado.
(d) as dotações relativas a investimentos, subvenções e auxílios destinadas a Municípios ou regiões terão
por finalidade reduzir desigualdades regionais e serão definidas com base em critérios exclusivamente
sociais.
(e) os recursos correspondentes às dotações orçamentárias destinados aos órgãos dos Poderes Legislativo
e Judiciário e ao Ministério Público ser-lhes-ão entregues até o dia 30 de cada mês.
Gabarito!

Letra B.
Módulo IV

DESCENTRALIZAÇÃO ORÇAMENTÁRIA
X
DESCENTRALIZAÇÃO FINANCEIRA
Revisando o conteúdo
Quanto à receita e quanto à execução do orçamento, dispõe a Lei 4.320/1964 no sentido de que:

(a) as receitas correntes são as receitas tributárias, enquanto as receitas de capital são as provenientes da realização de
recursos financeiros oriundos de constituição de dívidas, da conversão, em espécie, de bens e direitos, e quaisquer
outras receitas patrimoniais.
(b) o empenho é o ato emanado de autoridade competente que cria para o Estado obrigação de pagamento incondicional,
e, para cada empenho, será extraído um documento denominado “nota de empenho” que indicará o nome do credor, a
representação e a importância da despesa bem como a dedução desta do saldo da dotação própria.
(c) será desnecessária a emissão da nota de empenho sempre que o fornecedor de mercadorias ou serviços a dispensar por
escrito.
(d) não é admitido o empenho da despesa cujo montante não se possa determinar.
(e) o pagamento da despesa depende da sua liquidação, que consiste na verificação do direito adquirido pelo credor tendo
por base os títulos e documentos comprobatórios do respectivo crédito, apurando-se a origem e o objeto do que se
deve pagar, a importância exata a pagar e a quem se deve pagar, sendo certo, ainda que a liquidação da despesa por
fornecimentos feitos ou serviços prestados terá por base o contrato, ajuste ou acordo respectivo, a nota de empenho e
os comprovantes da entrega de material ou da prestação efetiva do serviço.
Gabarito!

Letra E
Descentralização orçamentária

a) transferência de créditos entre unidades do


mesmo órgão ou ministério ===>
descentralização vertical = descentralização
interna;
b) entre entidades ou órgãos distintos ====>
descentralização horizontal =
descentralização externa.
Crédito X recurso

Crédito orçamentário ====> despesa fixada na


LOA em favor de uma unidade
orçamentária.
Recurso ===> é o dinheiro propriamente dito,
ou seja, trata-se de disponibilidade
financeira.
Descentralização orçamentária

PROVISÃO: transferência de crédito orçamentário no âmbito do


próprio órgão. Consubstancia uma descentralização interna de
créditos;
DESTAQUE: transferência de crédito orçamentário de um órgão
para outro órgão. Significa uma descentralização externa de
créditos.

Documentos do SIAFI correlatos ao assunto: nota de movimentação


de crédito e nota de lançamento.
Esquematizando
Descentralização financeira

COTA ====> SUB-REPASSE OU REPASSE, a depender do caso concreto.


- COTA: transferência de recursos financeiros do órgão central de programação
financeira para os órgãos setoriais do sistema. Em nível federal, ocorre
quando a STN libera recursos financeiros, vinculados ao orçamento, para
qualquer órgão, o que resta condicionado à harmonização da efetiva
arrecadação aos compromissos financeiros assumidos;
-SUB-REPASSE: fenômeno financeiro da descentralização interna;
-REPASSE: fenômeno financeiro da descentralização externa.
IMPORTANTE: documentos do SIAFI correlatos ao assunto: nota de
programação financeira e ordem bancária.
Esquematizando
“Casando” o conteúdo

CRÉDITO ORÇAMENTÁRIO ======>


PROVISÃO ======> COTA ======>
SUB-REPASSE

CRÉDITO ORÇAMENTÁRIO ======>


DESTAQUE ======> COTA ======>
REPASSE
Módulo V

Mecanismos que “mascaram” a execução


orçamentária ===> créditos adicionais.
“A LOA é um grande cartão de
crédito”!
Créditos orçamentários = ordinários +
adicionais

CRÉDITOS ADICIONAIS→GÊNERO (arts.


40 a 46, Lei 4.320/64)

ESPÉCIES → SUPLEMENTARES -
ESPECIAIS - EXTRAORDINÁRIOS
Exceção à exclusividade

ATENÇÃO: no caso dos créditos


suplementares, a autorização já pode vir
expressa na lei orçamentária, tendo em vista
que não irá criar nenhum programa
previamente não autorizado pelo Legislativo.
Se isso ocorrer, estar-se-á diante de uma
exceção ao princípio da exclusividade (CF:
165, §8°).
A figura do decreto de abertura

Observação: é possível que os créditos adicionais


suplementares ou especiais, aprovados pelo Congresso
Nacional, sejam considerados automaticamente abertos com
a sanção e publicação legal. A LDO disciplinará o assunto.
Para Angélico (1995, p.30), a lei que autoriza a abertura de
um crédito adicional é uma só, mas pode existir mais de um
decreto abrindo, parceladamente, o crédito autorizado.
O rol taxativo dos créditos
extraordinários

MEMORIZE→a abertura de créditos adicionais extraordinários dar-se-á


mediante decreto (ou medida provisória) do Poder Executivo, que
comunicará imediatamente ao Legislativo. No caso da União, por força
do art. 62 da Lei Maior, tais créditos serão abertos por medida
provisória. Nos estados, DF e municípios, depende das disposições
constantes das cartas estaduais ou leis orgânicas municipais/distrital.

Sua abertura deve ser precedida do reconhecimento expresso de uma das


situações que o justifiquem. Conforme leciona Oliveira (2010, p.412),
os requisitos de imprevisibilidade e urgência (calamidade pública,
comoção interna, guerra externa) são taxativos. Logo, não se cogita
discricionariedade nesse sentido.
Possibilidade de exceção à
anualidade

Segundo Silva (2002, p.84):


a)créditos adicionais suplementares→vigoram desde a
data de abertura até o último dia do exercício financeiro
em que foram abertos.
b)créditos especiais e extraordinários→se forem
autorizados de setembro a dezembro, terão seus saldos
transferidos para o exercício financeiro subsequente.
Eventual reabertura

►Segundo Bezerra Filho (2004, p.40-41): a reabertura


dos créditos especiais e extraordinários será feita por
novo decreto, que considerará apenas o valor
remanescente do crédito não utilizado no exercício
anterior. Nesse caso, não há necessidade da indicação
do recurso.
Fontes

Créditos suplementares + especiais:


RESERVA DE CONTINGÊNCIAS +
SUPERÁVIT FINANCEIRO +
EXCESSO DE ARRECADAÇÃO +
OPERAÇÃO DE CRÉDITO +
ANULAÇÃO PARCIAL OU TOTAL
DE DOTAÇÕES + SALDO
ORÇAMENTÁRIO
Fontes

1) Reserva de contingência (RC): art. 91, DL


200/1967 + art. 5°, LRF.

RC = % X RCRL

RCRL = Σ RCR (-) TO


Fontes

2) Superávit financeiro líquido→considera-se superávit financeiro a


diferença positiva entre o ativo financeiro (AF) e o passivo financeiro
(PF), apurada em balanço patrimonial do exercício anterior. São
deduzidos os saldos dos créditos adicionais transferidos do exercício
anterior e as operações de crédito a eles vinculadas (caso, obviamente,
existam). Em síntese:

-superávit financeiro líquido (SFL) = disponibilidade monetária.


-Como calcular?
= AF (-) PF (-) créditos especiais e extraordinários reabertos + operações
de crédito porventura vinculadas
Fontes
3) Excesso de arrecadação líquido (EAL)→saldo positivo das diferenças
acumuladas, mês a mês, entre a receita orçamentária arrecadada (RA) e
a receita orçamentária global prevista (RP), considerando-se a tendência
do exercício (projeções matemáticas), deduzindo-se os créditos
extraordinários abertos no exercício.

Passo 1 ===> observar se houve excesso de arrecadação ===> RA > RP.

Em caso positivo, calcula-se o EAL da seguinte forma:

EAL = RA (-) RP (-) créditos extraordinários abertos no exercício. Obs.:


levando-se em consideração nos cálculos os princípios da prudência e
do equilíbrio
Importante:
os recursos oriundos de convênios,
quando não inseridos na receita prevista
na LOA, podem ser considerados
recursos para abertura de créditos
suplementares e especiais, concebidos
doutrinariamente como excesso de
arrecadação, apesar de a Lei 4.320/64
ser omissa sobre o assunto.
A pergunta que não quer calar!
Como levar em consideração nos cálculos a tendência do exercício?

-RESPOSTA: observando os arts. 12, da LRF, combinado com o art. 30 da Lei 4.320/64:

LC 101. Art. 12 - “As previsões de receita observarão as normas técnicas e legais,


considerarão os efeitos das alterações na legislação, da variação do índice de preços, do
crescimento econômico ou de qualquer outro fator relevante e serão acompanhadas de
demonstrativo de sua evolução nos últimos três anos, da projeção para os dois seguintes
àquele a que se referirem, e da metodologia de cálculo e premissas utilizadas.”

Lei 4.320. Art. 30 - “A estimativa da receita terá por base as demonstrações a que se refere o
artigo anterior à arrecadação dos três últimos exercícios, pelo menos, bem como as
circunstâncias de ordem conjuntural e outras, que possam afetar a produtividade de cada
fonte de receita.”
Fontes

4) Anulação parcial ou total de dotações


orçamentárias ou de créditos adicionais já
autorizados: entende-se por anulação de dotação, a
subtração de recursos de uma dotação para atender
a criação ou majoração de outra dotação. Tal fonte
é super utilizada na prática.
Fontes

5) O produto de operações de crédito autorizadas


de forma que o Poder Executivo possa realizá-
las: são os empréstimos ou financiamentos com
prazo de resgate superior a doze meses, que
originarão um ingresso classificável como receita
de capital. Há que observar os ditames da regra de
ouro estatuída no art. 167, III, da Carta Magna
(regra de ouro).
Fontes

6) Saldo constitucional orçamentário:


Art. 166 - [...]
§ 8º - Os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou
rejeição do projeto de lei orçamentária anual, ficarem sem
despesas correspondentes poderão ser utilizados, conforme
o caso, mediante créditos especiais ou suplementares, com
prévia e específica autorização legislativa.”
Estudo de caso

Considere os dados extraídos dos relatórios de execução orçamentária de uma


prefeitura:
-arrecadação do 1. período de X1 (janeiro/julho) ........................ R$ 300.000,00;
-arrecadação do 2. período de X1 (agosto/dezembro) .............. R$ 400.000,00;
-arrecadação do 1. período de X2 (janeiro/julho)........................ R$ 330.000,00;
-receita prevista para X2................................................................... R$ 755.000,00;
-abertura de créditos extraordinários em maio/X2..................... R$ 10.000,00.
O valor de excesso de arrecadação que poderia ser usado para dar cobertura à
abertura de créditos especiais, era, em reais...
Resolução

Então, vamos lá: a Lei 4.320/64 determina que, para


calcular o excesso de arrecadação, deve-se levar em
consideração a tendência do exercício. Finalidade:
ver se eventual excesso se prolonga no exercício ou
se é algo simplesmente pontual. Toda questão que
envolve cálculo de fontes hábeis para abertura de
créditos especiais (e suplementares) deve ser
analisada com muita cautela.
Passo 1:
cálculo do excesso de arrecadação entre períodos
similares: aplicação concreta da convenção contábil
da uniformidade.
-Arrecadação do 1. período de X1
(janeiro/julho) ........................ R$ 300.000,00.
-Arrecadação do 1. período de X2
(janeiro/julho)........................ R$ 330.000,00.
Logo, percebe-se excesso de arrecadação no
primeiro semestre em dez por cento (10%).
Passo 2:

aplicar a tendência calculada anteriormente na


receita realizada no 2° período de X1
(agosto/dezembro): 400.000,00 X 1,10 =
440.000,00. Isso indica que, no 2° período de
X2, a receita a ser realizada possivelmente
somará R$ 440.000,00.
Passo 3:

somar a receita realizada do 1° período de X2


com a projetada para o 2° período de X2 =
330.000 + 440.000,00 = R$ 770.000,00.
Passo 4:

calcular o excesso de arrecadação = projetado (-) o orçado ===> 770.000


(-) 755.000 = R$ 15.000,00.
ATENÇÃO: se o examinador não houvesse fornecido outros dados, a
questão pararia aí. Contudo, a banca acrescenta um detalhe
importantíssimo: abertura de créditos extraordinários em maio/X2 na
monta de R$ 10.000,00. Reitero: toda questão que envolve o tema deve
ser examinada com base no preceito da prudência.
Assim, o município não deve contar que irá arrecadar a mais 15.000
pois há créditos extraordinários abertos. Estes, dificilmente, terão
"cobertura" (fonte hábil atrelada), motivo por que a lei manda que os
mesmos sejam deduzidos.
Passo 5:

cálculo do excesso que poderia ser usado para


"dar cobertura" à abertura de créditos
especiais = 15.000 (-) 10.000 = R$ 5.000,00.
Exercício:
Assinale a afirmação correta.

(A) O empenho, a liquidação e o pagamento são etapas sucessivas da


execução orçamentária relativas à receita pública.
(B) Créditos adicionais são aqueles que o orçamento coloca à
disposição do governo, desde que previstos no orçamento.
(C) A previsão, arrecadação e recolhimento são estágios distintos da
despesa pública.
(D) Os créditos suplementares e os especiais são autorizados por lei
e abertos por decreto do Poder Executivo.
(E) Nenhuma afirmação é correta.
Gabarito!

Letra D.
Módulo VI

TEMAS DIVERSOS
Remanejamento X transposição
X transferência

Remanejamento: movimentação de créditos sempre no âmbito da


organização.
Ex.: uma reforma administrativa extinguiu determinado órgão e
criou outro em sua substituição→devem ser alocados os saldos
orçamentários remanescentes do órgão extinto para o novo:
→Secretaria C foi extinta e tinha saldo de crédito orçamentário no
valor de R$ 2.000.000,00.
→Secretaria D foi criada para substituí-la.
→Então, o saldo orçamentário de C deve ser remanejado para D.
Transposição:
movimento de recursos no âmbito da
programação de trabalho entre projetos e
atividades de mesmo programa ou entre
programas diferentes de mesma unidade.
→Ex.: PROGRAMA A = projeto 1 + projeto
2.
→Projeto 1 → cancelado.
→Recursos transferidos para o projeto 2.
Transferência:

priorização dos gastos→ocorre entre


categorias econômicas de despesas da
unidade orçamentária.

IMPORTANTE: a LRF não regulamentou o


assunto, cabendo à LDO e à LOA o
estabelecimento de limites e condições.
Controle

Contas de governo X contas de gestão


CF: 70 a 75
Exercício
Assinale a afirmação correta.

(A) Compete ao Tribunal de Contas apreciar a legalidade dos atos de admissão dos
servidores em cargos comissionados.
(B) No exercício de suas competências constitucionais, o Tribunal de Contas julga
os atos de admissão da Administração Direta e Indireta, podendo determinar que
a Assembleia Legislativa os desconstitua, quando julgados ilegais..
(C) Todos os atos de aposentadoria dos servidores estaduais são submetidos à
apreciação de sua legalidade pelo Poder Legislativo e, após, encaminhado ao
Tribunal de Contas.
(D) O controle externo é exercido pelo Poder Judiciário com o auxílio do Tribunal
de Contas.
(E) Nenhuma afirmação é correta.
Gabarito!

Letra E.
Exercitando...

Quanto à fiscalização contábil, financeira e orçamentária do Estado, estabelece que:

(a) é exercida mediante controle interno e mediante controle externo, este a cargo da Assembleia Legislativa,
com o auxílio do Tribunal de Contas.
(b) não cabe ao Tribunal de Contas a análise dos valores praticados em contratos de locação de prédios e
serviços.
(c) não cabe ao Tribunal de Contas analisar as situação contábil, financeira, orçamentária, operacional nem
patrimonial das entidades da administração indireta, embora devam estas manter controle interno.
(d) os controle interno e externo são independentes, descabendo qualquer avaliação ou manifestação, por parte
do Tribunal de Contas, acerca da eficiência e eficácia dos sistemas de controle interno do órgãos e
entidades por ele fiscalizadas.
(e) o Tribunal de Contas terá amplo poder de investigação, cabendo-lhe requisitar e examinar todos os
elementos necessários ao exercício de suas atribuições, só lhe podendo ser negada informação quando
amparada por sigilo.
Gabarito.

Letra A.
Transparência!
Lei de acesso à informação: Lei 12.527/2011.
Lógica: gestão responsável da informação
pública.
Publicidade ===> regra.
Sigilo ===> exceção.
Implicações imediatas: aperfeiçoamento de
portais eletrônicos, criação de serviços
específicos para atendimento ao cidadão,
treinamento de servidores.
Lei 12.527/2011

“Art. 5o É dever do Estado garantir o direito


de acesso à informação, que será franqueada,
mediante procedimentos objetivos e ágeis,
de forma transparente, clara e em linguagem
de fácil compreensão.”
Transparência ativa X passiva

ATIVA ===> disponibilização das


informações na internet, o que facilita o
acesso à informação

PASSIVA ===> atendimento de serviços


pontuais de informação
Módulo VII

-regimes: orçamentário X patrimonial;


-patrimônio público;
-execução orçamentária X financeira;
-superavit do orçamento corrente;
-suprimento de fundos;
-despesas de exercícios encerrados.
Regime orçamentário – Lei 4.320

Art. 35. Pertencem ao exercício


financeiro:

I - as receitas nele arrecadadas;


II - as despesas nele legalmente
empenhadas.
Arrecadação

Exemplificando: tributo arrecadado em 2004 e


recolhido em 2005 pertence a que exercício
financeiro? - 2004.

A arrecadação simboliza a transferência de


renda por parte do contribuinte em favor do
erário.
Empenho
Exemplificando: folha de pagamento empenhada e
liquidada em 2005 e paga em 2006. A despesa com
pessoal será contabilizada em 2005 ou 2006? -
2005, à luz do art. 35, I, da Lei 4.320/1964.
Obs.: se empenho e liquidação ocorrerem na mesma
competência, por motivo de prudência, aguarda-se
a conclusão da regular liquidação para a efetivação
do registro contábil. No entanto, sendo a despesa
intertemporal, desde que o credor esteja
adimplente, contabiliza-se a partir do compromisso
(empenho). Esse é o “espírito prudente” da lei.
Tendência:

pela exegese das normas brasileiras contábeis


aplicáveis ao setor público, editadas pelo Conselho
Federal de Contabilidade, há uma visível tendência
à uniformização do regime orçamentário público
pelo critério da competência, o que depende da
edição de lei complementar (CF/1988: art. 165, §
9°, I).
Regime patrimonial
REGIME PARA ALOCAÇÃO DE ATIVOS E PASSIVOS NO
SETOR PÚBLICO BRASILEIRO: competência, posto que adota
por paradigma os fatos geradores dos bens, direitos e obrigações.
Ex.: se o erário possui um recebível relativamente a 2010, isso
deve ser segregado no patrimônio relativamente a tal exercício.
Fundamentação: art. 85, da Lei 4.320/1964:

“Art. 85. Os serviços de contabilidade serão organizados de forma a


permitirem o acompanhamento da execução orçamentária, o
conhecimento da composição patrimonial, a determinação dos
custos dos serviços industriais, o levantamento dos balanços
gerais, a análise e a interpretação dos resultados econômicos e
financeiros.”
Dívida ativa
Art. 39 – Lei 4.320/64
Inscrição ===> competência

Arrecadação ===> contabilização da receita orçamentária

OUTRAS DE CAPITAL?
-Dívida ativa da amortização de empréstimos e
financiamentos!
Fonte: MANUAL DE PROCEDIMENTOS CONTÁBEIS
ORÇAMENTÁRIOS/STN – vigente em 2012.
Dívida passiva
DECRETO FEDERAL 93.872/1986:
Art . 115. A dívida pública abrange a dívida flutuante e a dívida fundada ou consolidada.
§ 1º A dívida flutuante compreende os compromissos exigíveis, cujo pagamento independe de
autorização orçamentária, assim entendidos:
a) os restos a pagar, excluídos os serviços da dívida;
b) os serviços da dívida;
c) os depósitos, inclusive consignações em folha;
d) as operações de crédito por antecipação de receita;
e) o papel-moeda ou moeda fiduciária.
§ 2º A dívida fundada ou consolidada compreende os compromissos de exigibilidade superior a
12 (doze) meses contraídos mediante emissão de títulos ou celebração de contratos para
atender a desequilíbrio orçamentário, ou a financiamento de obras e serviços públicos, e que
dependam de autorização legislativa para amortização ou resgate.
À luz da LRF
“Art. 29. Para os efeitos desta Lei Complementar, são
adotadas as seguintes definições:

I - dívida pública consolidada ou fundada: montante


total, apurado sem duplicidade, das obrigações
financeiras do ente da Federação, assumidas em virtude
de leis, contratos, convênios ou tratados e da realização
de operações de crédito, para amortização em prazo
superior a doze meses; [...]”
OCAR = ARO = débito de
tesouraria
RSF 43/2001
“Art. 10. O saldo devedor das operações de
crédito por antecipação de receita
orçamentária não
poderá exceder, no exercício em que estiver
sendo apurado, a 7% (sete por cento) da
receita corrente
Líquida [...]”
ARO X LRF
“Art. 38. A operação de crédito por antecipação de receita destina-se a atender insuficiência de caixa durante o exercício financeiro e cumprirá as exigências mencionadas no art. 32 e mais as seguintes:

I - realizar-se-á somente a partir do décimo dia do início do exercício;

II - deverá ser liquidada, com juros e outros encargos incidentes, até o dia dez de dezembro de cada ano;

III - não será autorizada se forem cobrados outros encargos que não a taxa de juros da operação, obrigatoriamente prefixada ou indexada à taxa básica financeira, ou à que vier a esta substituir;

IV - estará proibida:

a) enquanto existir operação anterior da mesma natureza não integralmente resgatada;

b) no último ano de mandato do Presidente, Governador ou Prefeito Municipal.

§ 1o As operações de que trata este artigo não serão computadas para efeito do que dispõe o inciso III do art. 167 da Constituição, desde que liquidadas no prazo definido no inciso II do caput.

§ 2o As operações de crédito por antecipação de receita realizadas por Estados ou Municípios serão efetuadas mediante abertura de crédito junto à instituição financeira vencedora em processo competitivo
eletrônico promovido pelo Banco Central do Brasil.

§ 3o O Banco Central do Brasil manterá sistema de acompanhamento e controle do saldo do crédito aberto e, no caso de inobservância dos limites, aplicará as sanções cabíveis à instituição credora.”
Restos a pagar ===> Decreto
93.872/1986
Art . 35. O empenho de despesa não liquidada será considerado anulado em 31 de
dezembro, para todos os fins, salvo quando:

I - vigente o prazo para cumprimento da obrigação assumida pelo credor, nele


estabelecida;

II - vencido o prazo de que trata o item anterior, mas esteja em cursos a liquidação
da despesa, ou seja de interesse da Administração exigir o cumprimento da
obrigação assumida pelo credor;

III - se destinar a atender transferências a instituições públicas ou privadas;

IV - corresponder a compromissos assumido no exterior.


Decreto 93.872/1986
Art. 68. A inscrição de despesas como restos a pagar no encerramento do exercício
financeiro de emissão da Nota de Empenho depende da observância das
condições estabelecidas neste Decreto para empenho e liquidação da despesa.
(Redação dada pelo Decreto nº 7.654, de 2011)

§ 1o A inscrição prevista no caput como restos a pagar não processados fica


condicionada à indicação pelo ordenador de despesas. (Incluído pelo Decreto
nº 7.654, de 2011)

§ 2o Os restos a pagar inscritos na condição de não processados e não liquidados


posteriormente terão validade até 30 de junho do segundo ano subsequente ao de
sua inscrição, ressalvado o disposto no § 3o.
Continuação
§ 3o Permanecem válidos, após a data estabelecida no § 2o, os restos a pagar não processados que: (Incluído pelo
Decreto nº 7.654, de 2011)

I - refiram-se às despesas executadas diretamente pelos órgãos e entidades da União ou mediante transferência ou
descentralização aos Estados, Distrito Federal e Municípios, com execução iniciada até a data prevista no § 2o;
ou (Incluído pelo Decreto nº 7.654, de 2011)

II - sejam relativos às despesas: (Incluído pelo Decreto nº 7.654, de 2011)

a) do Programa de Aceleração do Crescimento - PAC; (Incluído pelo Decreto nº 7.654, de 2011)

b) do Ministério da Saúde; ou (Incluído pelo Decreto nº 7.654, de 2011)

c) do Ministério da Educação financiadas com recursos da Manutenção e Desenvolvimento do Ensino. (Incluído


pelo Decreto nº 7.654, de 2011)
Continuação
§ 4o Considera-se como execução iniciada para efeito do inciso I do § 3o: (Incluído pelo
Decreto nº 7.654, de 2011)

I - nos casos de aquisição de bens, a despesa verificada pela quantidade parcial entregue,
atestada e aferida; e (Incluído pelo Decreto nº 7.654, de 2011)

II - nos casos de realização de serviços e obras, a despesa verificada pela realização parcial
com a medição correspondente atestada e aferida. (Incluído pelo Decreto nº 7.654, de
2011)

§ 5o Para fins de cumprimento do disposto no § 2o, a Secretaria do Tesouro Nacional do


Ministério da Fazenda efetuará, na data prevista no referido parágrafo, o bloqueio dos
saldos dos restos a pagar não processados e não liquidados, em conta contábil específica
no Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal - SIAFI.
(Incluído pelo Decreto nº 7.654, de 2011)
Continuação

§ 6o As unidades gestoras executoras responsáveis pelos empenhos bloqueados providenciarão os


referidos desbloqueios que atendam ao disposto nos §§ 3o, inciso I, e 4o para serem utilizados,
devendo a Secretaria do Tesouro Nacional do Ministério da Fazenda providenciar o posterior
cancelamento no SIAFI dos saldos que permanecerem bloqueados. (Incluído pelo Decreto nº
7.654, de 2011)

§ 7o Os Ministros de Estado, os titulares de órgãos da Presidência da República, os dirigentes de


órgãos setoriais dos Sistemas Federais de Planejamento, de Orçamento e de Administração
Financeira e os ordenadores de despesas são responsáveis, no que lhes couber, pelo cumprimento
do disposto neste artigo. (Incluído pelo Decreto nº 7.654, de 2011)

§ 8o A Secretaria do Tesouro Nacional do Ministério da Fazenda, no âmbito de suas competências,


poderá expedir normas complementares para o cumprimento do disposto neste artigo. (Incluído
pelo Decreto nº 7.654, de 2011)
Continuação

Art . 69. Após o cancelamento da inscrição da despesa como


Restos a Pagar, o pagamento que vier a ser reclamado
poderá ser atendido à conta de dotação destinada a despesas
de exercícios anteriores.

Art . 70. Prescreve em cinco anos a dívida passiva relativa aos


Restos a Pagar.
Módulo VIII

Temas finais
Superávit do orçamento corrente

-Trata-se de poupança fiscal. Como é obtido:


receitas correntes (-) despesas correntes.
-Sua essência é de uma receita de capital que
se destina à criação de novos bem e serviços.
Contudo não integra a receita orçamentária
para evitar dupla contagem.
Suprimento de fundos ===> DL
200

Art. 74. Na realização da receita e da despesa pública será utilizada a via bancária, de acôrdo com as normas
estabelecidas em regulamento.

§ 1º Nos casos em que se torne indispensável a arrecadação de receita diretamente pelas unidades administrativas,
o recolhimento à conta bancária far-se-á no prazo regulamentar.

§ 2º O pagamento de despesa, obedecidas as normas que regem a execução orçamentária (lei nº 4.320, de 17 de
março de 1964), far-se-á mediante ordem bancária ou cheque nominativo, contabilizado pelo órgão competente e
obrigatòriamente assinado pelo ordenador da despesa e pelo encarregado do setor financeiro.

§ 3º Em casos excepcionais, quando houver despesa não atendível pela via bancária, as autoridades ordenadoras
poderão autorizar suprimentos de fundos, de preferência a agentes afiançados, fazendo-se os lançamentos contábeis
necessários e fixando-se prazo para comprovação dos gastos.
Suprimento de fundos ===> DL
200
Art. 80. Os órgãos de contabilidade inscreverão como responsável todo o ordenador da despesa, o qual só
poderá ser exonerado de sua responsabilidade após julgadas regulares suas contas pelo Tribunal de
Contas.

§ 1° Ordenador de despesas é tôda e qualquer autoridade de cujos atos resultarem emissão de


empenho, autorização de pagamento, suprimento ou dispêndio de recursos da União ou pela qual esta
responda.

§ 2º O ordenador de despesa, salvo conivência, não é responsável por prejuízos causados à Fazenda
Nacional decorrentes de atos praticados por agente subordinado que exorbitar das ordens recebidas.

§ 3º As despesas feitas por meio de suprimentos, desde que não impugnadas pelo ordenador, serão
escrituradas e incluídas na sua tomada de contas, na forma prescrita; quando impugnadas, deverá o
ordenador determinar imediatas providências administrativas para a apuração das responsabilidades e
imposição das penalidades cabíveis, sem prejuízo do julgamento da regularidade das contas pelo
Tribunal de Contas.
Suprimento de fundos ===> DL
200

Art. 83. Cabe aos detentores de suprimentos de fundos


fornecer indicação precisa dos saldos em seu poder em 31
de dezembro, para efeito de contabilização e reinscrição da
respectiva responsabilidade pela sua aplicação em data
posterior, observados os prazos assinalados pelo ordenador
da despesa.

Parágrafo único. A importância aplicada até 31 de


dezembro será comprovada até 15 de janeiro seguinte.
Suprimento de fundos ===>
Decreto 93.872/1986
Art . 45. Excepcionalmente, a critério do ordenador de despesa e sob sua inteira responsabilidade, poderá ser
concedido suprimento de fundos a servidor, sempre precedido do empenho na dotação própria às despesas a
realizar, e que não possam subordinar-se ao processo normal de aplicação, nos seguintes casos (
Lei nº 4.320/64, art. 68 e Decreto-lei nº 200/67, § 3º do art. 74):
I-para atender despesas eventuais, inclusive em viagens e com serviços especiais, que exijam pronto pagamento;
(Redação dada pelo Decreto nº 6.370, de 2008)

Il - quando a despesa deva ser feita em caráter sigiloso, conforme se classificar em regulamento; e
III - para atender despesas de pequeno vulto, assim entendidas aquelas cujo valor, em cada caso, não ultrapassar
limite estabelecido em Portaria do Ministro da Fazenda.
§ 1º O suprimento de fundos será contabilizado e incluído nas contas do ordenador como despesa realizada; as
restituições, por falta de aplicação, parcial ou total, ou aplicação indevida, constituirão anulação de despesa, ou
receita orçamentária, se recolhidas após o encerramento do exercício.
§ 2º O servidor que receber suprimento de fundos, na forma deste artigo, é obrigado a prestar contas de sua aplicação,
procedendo-se, automaticamente, à tomada de contas se não o fizer no prazo assinalado pelo ordenador da
despesa, sem prejuízo das providências administrativas para a apuração das responsabilidades e imposição, das
penalidades cabíveis (Decreto-lei nº 200/67, parágrafo único do art. 81 e § 3º do art. 80).
Suprimento de fundos ===>
Decreto 93.872/1986
§ 3º Não se concederá suprimento de fundos:
a) a responsável por dois suprimentos;
b) a servidor que tenha a seu cargo e guarda ou a utilização do material a adquirir,
salvo quando não houver na repartição outro servidor;
c) a responsável por suprimento de fundos que, esgotado o prazo, não tenha
prestado contas de sua aplicação; e
d) a servidor declarado em alcance.
§ 4º Os valores limites para concessão de suprimento de fundos, bem como o
limite máximo para despesas de pequeno vulto de que trata este artigo, serão
fixados em portaria do Ministro de Estado da Fazenda.
(Incluído pelo Decreto nº 1.672, de 1995)
Suprimento de fundos ===>
Decreto 93.872/1986

§5o As despesas com suprimento de fundos serão efetivadas por meio do Cartão de
Pagamento do Governo Federal - CPGF. (Incluído pelo Decreto nº 6.370, de 2008)
§6oÉ vedada a utilização do CPGF na modalidade de saque, exceto no tocante às despesas:
(Incluído pelo Decreto nº 6.370, de 2008)
I-de que trata o art. 47; e (Incluído pelo Decreto nº 6.370, de 2008)
II-decorrentes de situações específicas do órgão ou entidade, nos termos do autorizado em
portaria pelo Ministro de Estado competente e nunca superior a trinta por cento do total
da despesa anual do órgão ou entidade efetuada com suprimento de fundos.
(Incluído pelo Decreto nº 6.370, de 2008)
III-decorrentes de situações específicas da Agência Reguladora, nos termos do autorizado
em portaria pelo seu dirigente máximo e nunca superior a trinta por cento do total da
despesa anual da Agência efetuada com suprimento de fundos.
(Incluído pelo Decreto nº 6.901, de 2009)
Suprimento de fundos ===>
Decreto 93.872/1986

Art. 45-A. É vedada a abertura de conta bancária destinada à movimentação de


suprimentos de fundos. (Incluído pelo Decreto nº 6.370, de 2008)

Art . 46. Cabe aos detentores de suprimentos de fundos fornecer indicação precisa
dos saldos em seu poder em 31 de dezembro, para efeito de contabilização e
reinscrição da respectiva responsabilidade pela sua aplicação em data posterior,
observados os prazos assinalados pelo ordenador da despesa (Decreto-lei nº
200/67, art. 83).

Parágrafo único. A importância aplicada até 31 de dezembro será comprovada até


15 de janeiro seguinte.
Suprimento de fundos ===>
Decreto 93.872/1986
Art. 47. A concessão e aplicação de suprimento de fundos, ou adiantamentos, para atender a peculiaridades dos órgãos essenciais da
Presidência da República, da Vice-Presidência da República, do Ministério da Fazenda, do Ministério da Saúde, do Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento, do Departamento de Polícia Federal do Ministério da Justiça, do Ministério das Relações
Exteriores, bem assim de militares e de inteligência, obedecerão ao Regime Especial de Execução estabelecido em instruções
aprovadas pelos respectivos Ministros de Estado, vedada a delegação de competência. (Redação dada pelo Decreto nº 7.372, de
2010)

Parágrafo único. A concessão e aplicação de suprimento de fundos de que trata o caput restringe-se: (Redação dada pelo Decreto nº 7.372,
de 2010)

I - com relação ao Ministério da Saúde: a atender às especificidades decorrentes da assistência à saúde indígena; (Incluído pelo Decreto nº
7.372, de 2010)

II - com relação ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento: a atender às especificidades dos adidos agrícolas em missões
diplomáticas no exterior; e (Incluído pelo Decreto nº 7.372, de 2010)

III - com relação ao Ministério das Relações Exteriores: a atender às especificidades das repartições do Ministério das Relações Exteriores
no exterior. (Incluído pelo Decreto nº 7.372, de 2010)
Limite de gastos com pessoal

A LRF estabeleceu que o total de despesa com pessoal não poderá exceder, em cada
período de apuração e em cada ente da Federação, os seguintes limites:
União = 50% da RCL.
-Executivo = 40,9%. Obs.: destacando-se 3% para as despesas com pessoal dos
Estados do Amapá, Roraima e DF.
-Legislativo e tribunal de contas = 2,5%.
-Judiciário = 6%.
-Ministério Público = 0,6%.
Limite de gastos com pessoal

Obs.: segundo Pascoal (2004, p.114), um


detalhe especial para o Distrito Federal e
estados do Amapá e Roraima, cujas folhas
de pagamento de parte desses servidores são
pagas pela União. Para o cálculo da RCL,
nesses entes, não deverão ser computados os
recursos recebidos da União para
atendimento das despesas com pessoal.
Limite de gastos com pessoal

Estados = 60% da RCL.


-Executivo = 49%.
-Legislativo e tribunal de contas = 3%.
-Judiciário = 6%.
-Ministério Público = 2%.
Limite de gastos com pessoal

Obs.: nos Estados em que houver tribunal de


contas dos municípios, o percentual do
Poder Legislativo será acrescido de 0,4% e o
Poder Executivo reduzido no mesmo
percentual (§ 4o. do art. 20 da LRF).
Limite de gastos com pessoal

Municípios = 60% da RCL.


-Executivo = 54%.
-Legislativo = 6%.

NOTE BEM: são vedados empréstimos ou operações de


crédito para suprir gastos com pessoal. Os recursos
decorrentes de transferências voluntárias ou por antecipação
da receita orçamentária não podem também ser utilizados
para o pagamento de pessoal.
Obrigada por confiar em nosso
trabalho!!!

anapaula@euvoupassar.com.br

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