CONCEITOS FUNDAMENTAIS
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UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE
Reitor: Benedito Guimarães Aguiar Neto
Vice-reitor: Marco Tullio de Castro Vasconcelos
EDITORA DA UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE
Coordenador: Roberto Borges Kerr
Conselho Editorial
Helena Bonito Pereira (Presidente)
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Gustavo Lassala
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www.mackenzie.br/editora.html
Editora afiliada:
Agradeço à Universidade Presbiteriana Mackenzie a oportunidade, aos
ex-alunos e aos colegas de trabalho que ajudaram na construção desta
obra.
Em especial, à minha esposa, Simone Lassala, o apoio e a revisão do
texto, ao professor Rui Lanfredi, a gentileza em fazer a revisão técnica e
ao professor Marcos Nepomuceno Duarte, a colaboração com o prefácio,
que aceitou fazer prontamente.
Com muita saudade, dedico este livro à memória da minha amada
avó, Mariska Szenasi Fernandes.
Sumário
Prefácio
Sobre o autor
Lista de figuras
Apresentação
Conceitos técnicos gerais
Pré-impressão
Projeto gráfico
O original gráfico e sua reprodução
A cor no processo gráfico
Fontes digitais
Recursos para arte-final
Papel
Polímeros
Outros substratos para impressão
O meio ambiente e a responsabilidade social
Processos de impressão
Offset
Digital
Serigrafia
Flexografia
Rotogravura
Pós-impressão
Corte
Dobra
Vinco
Imposição
Encadernação
Verniz
Plastificação e laminação
Relevo seco
Hot Stamping
Empacotamento
Considerações finais
Referências
Bibliografia comentada
Glossário
Prefácio
Figura
Representação esquemática do processo de impressão em xilogravura
1
Figura
Representação esquemática do processo de impressão em tipografia
2
Figura Anúncio de uma máquina de impressão tipográfica no Boletim da Indústria
3 Gráfica, de 1973, distribuído pela Associação Brasileira da Indústria Gráfica
Figura
Etapas do processo de impressão litográfica
4
Figura
Analogia entre os processos de impressão artísticos e industriais
5
Figura
Representação esquemática da função da matriz no sistema de impressão
6
Figura
Representação esquemática do princípio de impressão
7
Figura
Exemplo de alimentação de máquina de impressão com folha e bobina
8
Figura Representação esquemática das principais fases do fluxo geral da produção
9 gráfica
Figura
Imagem vetorial, sem ampliação e bitmap ampliada
10
Figura
Esquema geral de reprodução digital de um original
11
Figura Esquema visual com a organização das cores primárias nos sistemas e as
12 misturas para a obtenção do preto e do branco
Figura
Grafismo com característica visual a traço e tom contínuo
13
Figura Alguns caracteres da fonte digital Myriad Pro no seu estilo regular,
14 organizados de acordo com suas funções
Figura
Configuração de um layout em tempo real pela internet
15
Figura Exemplo de planificação para um folder com duas dobras paralelas. No
16 jargão gráfico, essa dobra é chamada de “carteira” ou “u”
Figura
Esquema visual que explica o recurso de trapping
17
Figura
Exemplo de layout com alguns recursos para arte-final
18
Figura
Exemplo de layout com alguns recursos na arte-final
19
Figura Gráfico com as porcentagens de consumo de resinas termoplásticas no
20 Brasil
Figura Alguns selos usados em embalagens no Brasil que tratam da questão
21 ambiental
Figura
Máquina offset com capacidade para imprimir cinco cores simultaneamente
22
Figura
Impressora digital para grandes formatos, conhecida como plotter
23
Figura
Máquina serigráfica manual para a impressão de estampas de camisetas
24
Figura
Máquina flexográfica com banda estreita
25
Figura
Máquina para impressão no sistema rotogravura
26
Figura
Exemplo de uma máquina guilhotina para corte reto de papel
27
Figura
Exemplo de dobras
28
Apresentação
O objetivo desta obra é apresentar conceitos fundamentais do campo da
produção gráfica de maneira dinâmica e eficiente, sem esgotar os temas de
nenhuma das áreas abordadas. A proposta de abarcar assuntos diversos em
um pequeno tratado não é simples, uma vez que apresentar todo o fluxo
produtivo gráfico, desde a fase de criação do original até o produto final,
exige a passagem por áreas multidisciplinares e o convívio com o contínuo
avanço tecnológico, que exerce grande pressão nessa linha do conhecimento.
O maior desafio é apresentar linguagem simples e terminologia precisa para
proporcionar ao iniciante uma fácil introdução à disciplina.
A ideia é que o livro possa ser usado por estudantes e profissionais em
diferentes níveis de estudo, ampliando o seu potencial de recepção. Ao
apresentar os conceitos básicos e fundamentais para auxiliar a compreensão
da linguagem e da extensão da produção gráfica, espera-se conscientizar o
leitor sobre a importância do mercado gráfico como intermediário para a
produção de projetos de forma otimizada, eficiente e sustentável. O texto
divide-se nos seguintes tópicos: conceitos técnicos gerais, pré-impressão,
substratos, impressão e pós-impressão.
No capítulo “Conceitos técnicos gerais”, apresentamos noções
introdutórias para facilitar o primeiro contato com o assunto. Em “Pré-
impressão”, analisamos parâmetros que determinarão a qualidade da peça
impressa e apresentamos maneiras de antecipar problemas que podem
ocorrem nas etapas posteriores. Em “Substratos”, destacamos a relevância, e
o impacto na cadeia produtiva e no meio ambiente, dos materiais para o
processo criativo e funcional da peça gráfica. No capítulo “Impressão”, são
destacadas as características distintivas entre os principais processos de
impressão, de modo a auxiliar a escolha do método mais adequado ao
trabalho de acordo com as especificidades desejadas. A apresentação do fluxo
produtivo gráfico é finalizada com os aspectos de pós-impressão, obrigatórios
para a maioria dos projetos, como o corte do material e recursos opcionais,
com intuito de aumentar o impacto visual e a atratividade ao consumo, ou
seja, enobrecê-lo. Como o livro foi idealizado para servir como um manual
de consulta rápida e introdução aos conceitos desse campo do conhecimento,
no capítulo “Bibliografia comentada” temos a apresentação de algumas obras
que podem ajudar o leitor a aprofundar os conceitos aqui iniciados.
Conceitos técnicos gerais
DEFINIÇÃO E CAMPO DE ATUAÇÃO
Podemos entender a produção gráfica como uma série de etapas para criar um
produto impresso. O processo começa com a necessidade de um cliente, que
delega o trabalho a um profissional ou uma empresa que idealiza o projeto e
concretiza cada um dos exemplares da tiragem solicitada. Normalmente, as
etapas do processo gráfico são executadas por diferentes profissionais.
Para garantir a qualidade final do produto, é essencial que a definição das
etapas e o controle de cada uma delas sejam feitos por um profissional
habilitado a corrigir desvios, garantindo a comunicação eficaz entre essas
etapas. Considerando os objetivos do trabalho e a atuação do profissional
dessa área, é importante salientar que as etapas para a criação de um produto
gráfico normalmente obedecem à seguinte estrutura: criação, pré-impressão,
impressão e pós-impressão.
O campo de atuação da produção gráfica é formado por diferentes
fornecedores de serviço, como profissionais de editoração, designers
gráficos, publicitários, fotógrafos, ilustradores, empresas especializadas em
pré-impressão – conhecidas como birô (bureau), são indústrias gráficas das
mais diversas configurações – e profissionais conhecidos como produtores
gráficos – eles podem atuar como prestadores de serviço ou funcionários em
agências que têm grande demanda por esse tipo de trabalho. Em alguns casos,
também é possível que o profissional de criação faça a produção gráfica do
trabalho cujo layout já tenha sido aprovado pelo cliente.
Nessas etapas que estruturam a produção gráfica, encontramos,
basicamente, os ramos editorial, publicitário, comercial e de embalagens.
Embora todo o processo possa parecer complexo para o leitor iniciante,
podemos afirmar que sua importância está na constatação de que dificilmente
manuseamos um produto industrializado que não tenha passado pela cadeia
produtiva da indústria gráfica: livros, revistas, cartazes, materiais de ponto de
venda, embalagens, e inclusive coisas que não nos damos conta, como
cartões de crédito, placas de sinalização, roupas, canetas, e até mesmo uma
placa de circuito elétrico ou um azulejo.
PASSADO
XILOGRAVURA
A xilogravura é considerada o processo de impressão mais antigo, e o termo
significa imprimir com madeira. O processo está relacionado à nomenclatura,
já que a matriz xilográfica é uma placa de madeira esculpida em relevo. O
profissional desbasta a madeira usando ferramentas próprias, conhecidas
como goiva e formão, para retirar as áreas que não devem ser impressas.
Durante a tintagem da matriz, somente a parte em relevo recebe tinta, uma
vez que as partes baixas não têm contato com o instrumento entintador. A
impressão é direta, ou seja, a matriz mantém contato direto com o substrato, o
que consequentemente exige que a imagem na matriz seja gravada de modo
invertido.
Figura 9 – Representação esquemática das principais fases do fluxo geral da produção gráfica.
Fonte: Adaptado de Barbosa (2005).
1. Criação.
1. Briefing: Conjunto de informações coletadas ou
fornecidas pelo cliente com as especificidades sobre o
produto ou objeto a ser trabalhado, seu mercado e
objetivos.
2. Pesquisa: Análise do público-alvo, concorrência e
características do produto, visando criar repertório para a
criação do projeto.
3. Experimentação: Fase que envolve os rafes (rascunhos),
estudos de cor e de forma.
4. Layout: É a peça apresentada para a aprovação do cliente.
Ela deve ser o mais fiel possível ao produto finalizado.
2. Pré-impressão.
1. Tratamento de imagem: Etapa em que é possível
digitalizar novamente uma imagem que não tenha
qualidade suficiente, ajustar as cores, recortar, montar
mais de uma imagem (fusão) e dar retoques diversos.
2. Arte-final: Adequação do layout para a gravação da
matriz de impressão ou impressão direta.
3. Prova contratual: Emitido pela gráfica; etapa que mostra
à agência e ao cliente um exemplo do impresso conforme
contratado. É a garantia de qualidade do serviço.
4. Produção da matriz de impressão.
3. Impressão: O trabalho pode ser impresso por meio dos mais
diversos processos de impressão. Cada processo possui
características próprias que exigem adequações na arte de
finalização.
4. Pós-impressão: São recursos de finalização do trabalho, como
refile, dobra, encadernação etc. Etapa que dispõe também de
recursos de enobrecimento do impresso, como aplicação de verniz,
laminação, cortes especiais etc.
ACOMPANHAMENTO GRÁFICO
Antes de iniciar o trabalho de acompanhamento da produção do impresso, é
preciso definir a gráfica e os demais prestadores de serviço. As gráficas
podem ser pequenas, médias ou grandes, trabalhar com um ou mais processos
de impressão, ter (ou não) setor de pré e pós-impressão. O que determinará a
escolha dos profissionais devem ser as características do trabalho que será
produzido, a qualidade do serviço prestado, o preço e o prazo. Após a
definição dos profissionais, a primeira coisa a fazer é especificar os aspectos
que caracterizam o projeto. As especificações são importantes para
concatenar as etapas, principalmente quando lidamos com um processo
realizado em espaços físicos diferentes e profissionais dos mais variados
níveis de capacitação.
Descrever as especificações não deixa de ser uma maneira de evitar
problemas, pois o trabalho começa com a definição da finalidade da peça
gráfica: catálogo, cardápio, folder etc. É importante a reflexão sobre o uso do
impresso, como será manuseado, o local de armazenamento, o ambiente, a
disposição a intempéries como água, gordura, dobra, queda, entre outras
possibilidades. As condições de uso do impresso determinarão fatores como
formato, acabamento e até mesmo a tiragem.
As especificações devem ser claras e objetivas para ambas as partes. Esse
trabalho normalmente abrange os seguintes procedimentos: tiragem, formato
fechado e aberto, número de páginas, tipo de substrato (papel, polímeros etc.)
e espessura, número de cores da impressão, tipo de dobra, recursos de
enobrecimento, tipo de encadernação, de prova e de impressão,
acondicionamento, transporte e prazo de execução.
Podemos dizer que a eficiência do trabalho de acompanhamento gráfico
consiste em estabelecer uma sequência precisa de produção, na capacidade de
antecipar problemas, no gerenciamento das etapas e na presteza em corrigir
desvios nesse processo. Quando se lida com uma gráfica on-line
(Web2Print), sem a possibilidade de contato direto, é preciso preparar o
arquivo digital a ser enviado considerando os aspectos técnicos de produção e
suas limitações. Deve-se considerar que nem todos os trabalhos se adaptam a
esse esquema rápido e cômodo de produção. Esse é um nicho específico de
mercado, em que projetos com grandes tiragens e recursos específicos muito
comuns em embalagens e projetos editoriais mais sofisticados ficam de fora.
Pré-impressão
PROJETO GRÁFICO
Esta é a primeira etapa da cadeia produtiva da produção de uma peça gráfica.
O projeto gráfico é a materialização do empreendimento a ser realizado na
forma bidimensional ou tridimensional, dependendo da especificidade do
projeto, e deve conter dados informativos e aspectos funcionais e formais que
atendam às expectativas do cliente.
O planejamento do projeto envolve o atendimento às demandas de
determinado público. Ele precisa ter um visual diferenciado para chamar
atenção, criar empatia, comunicar de modo objetivo e eficiente, estabelecer
uma relação de aproveitamento das potencialidades na cadeia de produção
gráfica de modo a economizar custos e prejudicar o mínimo possível o
equilíbrio entre o meio ambiente e as comunidades humanas no planeta. Ou
seja, não basta elaborar um rascunho e finalizá-lo no computador para
apresentar ao cliente um layout criativo, é preciso ter um pensamento global e
responsável diante do processo projetual e suas consequências.
O ORIGINAL GRÁFICO E SUA REPRODUÇÃO
O original é a representação de algo reproduzível na forma bidimensional,
por exemplo: fotos, pinturas, desenhos e textos. Ele pode ser obtido mediante
o processo analógico ou o digital. O analógico permite a concepção do
original por meio da fotografia com filme ou por técnicas convencionais de
ilustração, como a aquarela. O original analógico precisa passar por um
dispositivo de entrada (uma câmera ou um scanner) para ingressar no meio
digital e ser manipulado. O original digital pode ser captado com câmeras
digitais ou produzido no próprio meio digital, como um texto elaborado em
um programa de editoração eletrônica ou uma ilustração concebida em um
software como o Photoshop. O original pode ser classificado como preto e
branco ou colorido, com base opaca ou transparente e imagem a traço ou com
tom contínuo.
O original digital é classificado em dois tipos: vetor e bitmap. O vetor (ou
imagem vetorial) é composto por “nós” que se interconectam e formam retas
e curvas. Os vetores podem ser ampliados sem problemas de distorção ou
perda de qualidade, pois eles não dependem de resolução – pode-se utilizar a
máxima resolução de saída do dispositivo de impressão ou trabalhar com a
saída digital solicitada ou estabelecida pelo software.
O bitmap (ou imagem bitmap) é formado por pixels. A qualidade desse
tipo de original é definida pela quantidade de pixels em determinado espaço
definido por uma unidade de medida, normalmente pixel ou centímetro,
denominada resolução de imagem. Geralmente, processos de impressão como
offset utilizam resolução mínima de 300 pixels por polegada, no entanto, os
valores podem ser alterados devido às variáveis do processo. Esse tipo de
imagem não suporta ampliação direta, pois gera perda de qualidade e cria um
aspecto reticulado na imagem. Lembre-se sempre de solicitar à gráfica a
resolução adequada para a impressão, pois é preciso criar e manipular o
original de acordo com essa informação.
Figura 12 – Esquema visual com a organização das cores primárias nos sistemas e as misturas para a
obtenção do preto e do branco.
Fonte: Adaptado de Baufeldt (2000).
Diversos softwares permitem a manipulação digital das cores nos sistemas
aditivo (RGB) e subtrativo (CMYK) por meio de controles detalhados. Para
criar cores no sistema RGB, é necessário atribuir um valor numérico entre 0 e
255 para definir espaço de cor entre as misturas dessas três cores primárias
em diferentes gradações. No sistema CMYK, esse processo se dá pela
atribuição de porcentagens entre 0 e 100. Antes do advento dos
computadores, o uso de porcentagens para o sistema CMYK já era usado para
o controle do processo gráfico, inclusive com o uso de uma ferramenta de
especificação das misturas das porcentagens de cores em um gabarito
impresso, conhecido como escala Europa. Essa escala impressa é usada ainda
hoje, sendo útil para garantir certa fidelidade de cor ao estabelecer um
comparativo entre as porcentagens que formam a cor, o que é visualizado no
monitor e o que está impresso com o tipo de tinta e substrato especificado
para a produção da peça gráfica.
A alternância entre os dois modos de cor também é possível por meio da
manipulação digital, o que permite a avaliação do impacto no espectro de cor
das imagens que são perceptíveis, principalmente nos tons azulados e
esverdeados entre os sistemas CMYK e RGB. O processo de controle e de
distorções de cor durante o fluxo gráfico é chamado gerenciamento de cor, e
é um procedimento que preza a calibração dos softwares, equipamentos e
controle de processos para garantir o bom resultado de qualquer trabalho
gráfico.
Vale destacar que existem cores impossíveis de serem reproduzidas pelos
padrões apresentados anteriormente ou que podem sofrer variações. Nesse
sentido, quando mais fidelidade à determinada cor ou a reprodução de cores
metálicas, fluorescentes, dourada, prateada e até cor branca são necessárias –
visto que o branco é sempre a ausência de cor na impressão –, usamos a
expressão cor especial. Em muitos casos, é comum inclusive o termo ser
usado como sinônimo de Pantone. No entanto, é preciso atentar para o fato de
que Pantone é o nome de uma empresa americana que utiliza um sistema
próprio de organizar, identificar e comercializar solução para padrões
cromáticos. Devido à eficiência desse sistema, muitas empresas optam por
garantir a padronização da cor da marca e dos materiais de comunicação, nos
manuais de identidade visual ou branding (brand book), por meio da
especificação Pantone no lugar do sistema CMYK, por exemplo.
Existem também outros modelos desenvolvidos para organizar e controlar
a cor para uma variedade de aplicações, como o HSB, o CIE, a Hexacromia, a
cor indexada, entre outros. Para aprofundar-se nesse assunto, consulte a
literatura especializada, manuais de softwares gráficos, especificações ou
suporte técnico de equipamentos gráficos. Há indicações na seção
“Bibliografia comentada” que podem ajudar o leitor nesse sentido.
Todo processo de reprodução de um impresso requer a separação do
grafismo a ser reproduzido em partes, e esse critério tem como base a
quantidade de cores a ser impressa na frente e no verso do produto, dando
origem a especificações numéricas como “1x0”, para designar uma cor
impressa na frente e nenhuma no verso, e “4x4”, quatro cores na frente e no
verso, entre outras combinações. Por uma questão de custo, existem muitas
peças gráficas impressas com apenas uma ou duas cores, como é o caso do
saco para embalar pães e guardanapos. Muitas impressoras, inclusive,
acompanham essa tendência, pois elas são formatadas para a impressão
exclusiva de uma ou duas cores. Para trabalhos mais sofisticados, há
máquinas que podem imprimir todas as cores primárias e até cores especiais
na frente e no verso do produto simultaneamente. Para a impressão em
quadricromia (4 cores), o material a ser impresso é dividido em matrizes com
as quatro cores primárias da síntese subtrativa (CMYK). O grafismo a ser
impresso é formado por pontos de retícula e impressão sequencial para criar o
efeito colorido por meio da mistura ótica nos olhos do observador com a
justaposição das retículas. Esse fenômeno, geralmente, é visível apenas com
uma lente de aumento. O aparelho mais usual para esse fim é conhecido
como conta-fios.
Os processos de impressão que utilizam uma ou duas cores geralmente
fazem uso de layouts que priorizam imagens a traço, que são conhecidas pelo
uso da cor normalmente com porcentagem fixa de 100% de tinta.
Classificamos essa especificidade anteriormente como original a traço.
Basicamente, identificamos o grafismo a ser impresso a traço ou tom
contínuo. O traço, como mencionamos anteriormente, não tem variação tonal.
O tom contínuo ocorre quando o grafismo é transformado em pequenos
pontos com 100% de tinta que simulam a variação tonal e a composição de
cores, possibilitando reproduzir o efeito claro ou escuro na imagem. Esses
pontos são chamados de retícula. É possível enxergar a retícula em um
impresso por meio de uma lupa. A figura mostra o mesmo grafismo com
característica visual a traço e tom contínuo. A retícula que forma o grafismo
em tom contínuo foi ampliada em excesso para simular a verificação da
imagem através de uma lupa ou um conta-fios.
Esta é a última etapa que separa o processo de criação das fases de produção
em série do trabalho. Os ajustes dessa etapa podem ser feitos por um
profissional de criação ou um técnico gráfico. O importante é que se tenha a
consciência de que o modo como se concebe o layout de um projeto em
meios digitais não é necessariamente o melhor modo para preparar o projeto
para a linha de produção nas indústrias gráficas. Em muitos casos, são
necessárias adaptações, indicações e a finalização do arquivo digital com
normas específicas – no meio gráfico, esse processo é conhecido como
fechamento de arquivo. Conforme mostrado no Capítulo 1, os processos de
impressão possuem formas diferentes de gravar e reproduzir a imagem. Essa
especificidade aliada a outras variáveis, como tipos de tinta, características
químicas e mecânicas durante a impressão, aproveitamento de matéria-prima,
separação das matrizes em cores primárias CMYK, diferença entre imagem a
traço e tom contínuo, recursos de proteção para pequenas variações de
enquadramento nas máquinas, exigem adaptações nos arquivos, pois nem
sempre os softwares gráficos deixam transparecer essa demanda. Ou seja, é
imprescindível que o profissional de criação domine questões que envolvam
a produção gráfica, pois muitas vezes as modificações necessárias para a
adaptação ao fluxo gráfico podem envolver, inclusive, mudanças de layout
para adaptar o projeto à linha de produção.
Na criação de layout on-line por meio de soluções que trabalham com o
conceito Web2Print, o profissional é direcionado a usar modelos de
documentos pré-prontos (templates) com conteúdo, apresentação visual e
instruções sobre onde e qual tipo de conteúdo pode ser inserido. Esse tipo de
predefinição formata a criação em conjunto com as especificações para
finalizar o trabalho para a impressão e dispensa o uso de softwares próprios,
como o Adobe, o Photoshop e o Illustrator, instalados no computador do
usuário, por exemplo. Esse procedimento dinamiza o processo de criação e de
produção gráfica com direcionamentos específicos e tutoriais. No entanto,
existem limitações inerentes a esse tipo de padronização e nem todo projeto
gráfico e recurso se adapta à essa demanda, pois projetos mais complexos
exigem o que podemos chamar de fluxo gráfico tradicional.
Figura 16 – Exemplo de planificação para um folder com duas dobras paralelas. No jargão gráfico,
essa dobra é chamada de “carteira” ou “u”.
Fonte: Elaborada pelo autor.
A planificação também é usada para o recurso de imposição em projetos
editoriais. Se pensarmos que o trabalho de impressão deve reduzir ao máximo
o tempo de uso da máquina e aproveitar todo o espaço de impressão
disponível no maior formato de papel possível, fica fácil entender que a
imposição também é o procedimento para a distribuição da maior quantidade
de páginas de um projeto editorial em apenas uma folha com o formato
máximo admitido pela máquina de impressão. Esse processo de montagem
distribui as páginas de um caderno em uma folha aberta, de acordo com uma
sequência determinada, para atender aos requisitos de impressão e de
acabamento do projeto. Além da planificação, é comum também o envio de
um modelo do material a ser produzido na gráfica, chamado de “boneco” –
ele serve para orientar os aspectos de acabamento de trabalhos mais
complexos, como as dobras, a sequência, a intercalação, os cortes
diferenciados, a colagem etc.
Sabe-se que as tintas de impressão possuem transparência, e essa
característica faz com que uma figura a traço, impressa com apenas uma cor,
seja visível através da tinta utilizada para a sua impressão, formando uma
sobreposição entre o objeto de primeiro plano e o fundo e gerando uma nova
cor. Esse processo é conhecido como overprint. A sobreposição é indicada
nos casos em que a cor do objeto sobreposto não é sensível a variações de
cor, como o preto, ou quando os objetos possuem linhas finas ou letras de
corpo pequeno. Nas situações em que a sobreposição de tintas durante a
impressão é indesejável, pois resulta em uma outra cor não planejada, usa-se
uma reserva de cor (knockout), que é um espaço deixado nas camadas de tinta
inferiores para que qualquer imagem impressa sobre ela apareça sem
modificação de cor. Embora os impressos possuam marcas de registro para o
controle das sobreposições das cores primárias na impressão, pequenas
variações podem ocorrer. Para prevenir eventuais problemas durante a
impressão, é usado o recurso conhecido como trapping, que altera a
dimensão da imagem de primeiro plano, alargando o seu formato de modo a
sobrepor áreas adjacentes na área de knockout, formando um filete de encaixe
com a somatória das cores sobrepostas, o que evita um filete branco na falta
do registro perfeito.
Figura 17 – Esquema visual que explica o recurso de trapping.
Fonte: Adaptado de Adobe (2017).
Nos processos de impressão com sobreposição de mais de uma cor
primária, deve-se ater ao fato de que fontes digitais, principalmente em corpo
pequeno, não devem ter cor formada a partir da mistura de cores primárias,
pois qualquer pequeno desvio no registro de impressão pode resultar em
palavras com sombras, o que causa confusão visual e impossibilidade de
leitura. O mesmo ocorre com fontes aplicadas em negativo em fundos
formados por mais de uma cor sobreposta, pois a variação no registro
também vai formar sombras nos textos, impossibilitando a leitura. Portanto, é
aconselhável usar uma cor formulada a partir de uma só tinta. Certamente,
nesse caso, temos uma postura projetual que remonta o trabalho do
profissional de criação nos primeiros estágios da decisão criativa. Esse não é
propriamente um recurso de arte-final, mas sim uma questão a ser revisada
caso o autor do projeto falhe ou não tenha conhecimento sobre a relevância
dessa etapa para o sucesso do projeto formatado para impressão em máquinas
gráficas.
Elementos gráficos que se estendem até a borda da peça gráfica acabada
recebem o nome de sangria. No projeto do layout, esses grafismos devem se
estender além do ponto em que a página será refilada, de modo que
continuem após o acabamento do trabalho. Na finalização do layout, um
recurso fundamental é a colocação de marcas de corte no entorno do projeto,
pois os grafismos sangrados devem se estender em, pelo menos, 5 mm além
dessas marcas para assegurar o resultado. Além da marca de corte, o
impresso com dobras precisa conter marcações fora do formato final. É
importante estar atento a essas áreas e deixar uma margem de segurança para
os grafismos, porque, ao fazer a dobra e o corte, a máquina pode variar entre
2 e 3 milímetros para cada lado. Portanto, deve-se manter os mesmos 5 mm
de margem de cada lado para que a dobra não seja feita em cima de um
conteúdo não programado. Outros recursos de arte-final são as marcas de
registro de impressão e o target de controle, que tem por função o controle de
variáveis de impressão, como registro, pressão, cobertura da tinta etc.
Figura 21 – Alguns selos usados em embalagens no Brasil que tratam da questão ambiental.
Fonte: Elaborada pelo autor.
Processos de impressão
OFFSET
É o sistema de impressão mais usados pelo mercado editorial e publicitário
devido à boa qualidade de impressão e custo para tiragens entre mil e 500 mil
unidades, com a vantagem de aceitar uma grande variedade de papéis e
gramaturas. O sistema originou-se a partir do princípio usado no processo de
impressão litográfico. É um sistema de impressão indireto, no qual o
substrato não entra em contato com a matriz (normalmente uma chapa de
alumínio gravada por fotogravura ou laser), que é acoplada em um dos
cilindros da máquina e transfere a imagem para outro cilindro revestido de
borracha (chamado de cauchu ou blanqueta), que, por sua vez, imprime o
substrato.
Assim como na litografia, a matriz offset é uma superfície plana. A
diferenciação entre as áreas de grafismo e contragrafismo se dá pela repulsão
entre água e gordura. As áreas de imagem são formadas por uma substância
que tem afinidade com gordura. Antes da tintagem, a chapa precisa ser
molhada para que uma fina camada de água possa aderir às áreas de
contragrafismo. Em seguida, a matriz é entintada com tinta de base
gordurosa. As áreas umedecidas, os “brancos” da imagem, repelem a tinta de
modo que ela somente se deposita nos grafismos.
A qualidade e a efetividade da impressão offset estão baseadas em um
delicado equilíbrio físico-químico entre a água e a tinta usadas no processo.
Uma alternativa a esse processo é conhecida como waterless, em que se
consegue a repulsão da tinta sem a necessidade de água. Outro tipo de
tecnologia que vem se firmando no mercado é o chamado offset digital, que
possibilita a gravação da matriz de impressão em um sistema interno na
máquina com controle operacional e acompanhamento do processo de
impressão com soluções digitais em detrimento de soluções manuais e
mecânicas muito usadas no processo de impressão offset dito convencional.
As máquinas offset podem ser rotativas (papel em bobina) ou planas
(folhas de papel cortadas) e possuem unidades de cor que podem imprimir
apenas uma cor ou até dez cores por vez. A tinta usada nas máquinas é
gordurosa e pastosa. O mercado desse sistema de impressão atende à
demanda de livros, revistas, jornais, materiais promocionais, metalgrafias,
embalagens cartotécnicas, entre outros.
Figura 22 – Máquina offset com capacidade para imprimir cinco cores simultaneamente.
Fonte: Elaborada pelo autor em Escola Senai Theobaldo De Nigris.
DIGITAL
A impressão digital é caracterizada pela utilização de qualquer equipamento
que registre sobre um substrato os grafismos recebidos de um computador, na
forma de dados digitais, sem que haja a necessidade de gravar qualquer tipo
de matriz física e permanente para a transferência dessas informações.
Existem basicamente quatro tipos de tecnologias que trabalham com esse
princípio no mercado: jato de tinta, transferência térmica, eletrostática e
recorte de vinil. Cada tecnologia usa um tipo de tinta que pode ser pastosa,
líquida ou em pó, na forma de toner. No caso do recorte de vinil, a matéria-
prima a ser transferida ao substrato é uma película adesiva.
A ausência de matriz física e permanente nesse sistema de impressão
permite a impressão de dados variáveis, o que possibilita a produção de
saudações e ofertas personalizadas para determinado público-alvo. Esse
reconhecimento individual é um grande recurso de marketing, pois, quando
comparado às campanhas de comunicação integrada com impressos
convencionais, aumenta a taxa de resposta e o engajamento do público. Um
exemplo de uso desse tipo de recurso foi a campanha “Stay Extraordinary”,
da Coca-Cola (2014), veiculada em 2014, em Israel, pelas agências Gefen e
Dahaf, cujo objetivo foi produzir dois milhões de garrafas de Diet Coke com
design único para cada garrafa. A ação foi produzida usando um algoritmo
fornecido pela empresa HP que comercializa impressoras digitais. Essa
ferramenta, disponível no site da empresa, chama-se HP SmartStream
Designer e permite personalizar cores, textos e imagens para trabalhos de
impressão com dados variáveis nas impressoras digitais HP Indigo.
A impressão digital não exige custos de confecção de matriz, limpeza,
preparação da máquina e acerto de impressão para iniciar a produção. Esse
fato permite, em tese, um custo invariável para apenas uma cópia ou mil,
diferentemente do que acontece em outros processos de impressão, em que o
custo diminui conforme a tiragem aumenta. Os prazos para confecção e
entrega do material também são mais enxutos. Existem equipamentos para o
mercado editorial com recursos de pós-impressão em linha que são capazes
de produzir com pouca interferência do operador um livro completo em um
processo único e em um curto espaço de tempo, conferindo grande
dinamismo ao processo de produção e de atendimento ao cliente.
O campo de atuação desse sistema de impressão e os equipamentos são
muito diversos. Normalmente, a impressão digital destina-se ao uso
doméstico, para pequenas empresas e gráficas especializadas em materiais
promocionais diversos para o mercado publicitário, livros personalizados sob
demanda, impressões em grande formato, sinalização, adesivação de
veículos, impressão em tecido, cartões de identificação, entre outros.
Pós-impressão
É a etapa que confere a aparência final para a peça gráfica por meio de
operações básicas (pós-impressão ou acabamento) e operações que agregam
valor e aumentam o impacto visual e a funcionalidade da peça
(enobrecimento). Alguns recursos de pós-impressão devem ser testados já na
elaboração do projeto gráfico, de modo a evitar surpresas de última hora. Há
outros recursos, como cor especial, papel especial, imposição de páginas e
determinados tipos de encadernação, que são mais bem analisados a partir de
um boneco elaborado pela gráfica antes de iniciar a produção, pois assim é
possível testar se o acabamento funciona efetivamente. Desse modo, é
possível entender como a gramatura e o tipo de papel escolhido estão
adequados com o volume da peça gráfica ou mesmo especificar o tipo de
encadernação mais adequado, entre outros aspectos. Algumas operações de
pós-impressão podem ser efetuadas em linha, ou seja, na própria máquina
impressora, ou fora de linha, quando os recursos são feitos em máquinas
separadas da que executa a impressão. A seguir, detalhamos os principais
recursos de pós-impressão.
CORTE
Também chamado de refile, é um dos principais recursos de acabamento,
pois nem toda peça é impressa no formato final. O corte simples ou linear
pode ser executado em linha ou em uma máquina chamada guilhotina, que é
capaz de cortar elevadas quantidades de folhas de papel com perfeição para
adequar o material ao formato final. As gráficas também cortam o papel para
adequar formatos e o esquadro da folha para melhorar a exatidão nas
máquinas, como operação estratégica inicial que antecede a impressão ou a
pós-impressão.
No caso de materiais para o mercado editorial já impresso e encadernado, é
preciso realizar o refile trilateral com o corte nas três faces do produto que
não foram encadernadas. Quando o produto apresenta corte irregular, como
formas arredondadas ou silhuetas, é necessário criar um molde para esse
corte. Esse molde é chamado de faca especial e é constituído de uma base de
madeira com lâminas cortantes no formato desejado, que será acoplado a uma
máquina para executar o corte por contato direto e pressão. A faca especial
também executa vinco e serrilha, sendo comum o seu emprego para a
finalização de embalagens em papel-cartão, entre outras aplicações.
VINCO
É um sulco aplicado ao substrato por meio da pressão com uma lâmina com a
ponta arredondada. Usado principalmente em três situações: para melhorar a
formação e a precisão das dobras em papéis grossos; para minimizar a quebra
do papel quando o sentido da fibra está perpendicular à dobra; para auxiliar
no acabamento de capas de livros com lombada quadrada, formando vinco
para dobrar próximo à lombada do material e evitar a abertura da capa sem
forçar o conjunto. O vinco pode ser feito com faca especial e acoplado em
uma máquina de corte e vinco ou em máquinas dobradeiras combinadas
muito comuns em gráficas especializas em trabalhos editoriais.
IMPOSIÇÃO
É um recurso editorial que consiste na montagem de várias páginas que
compõem um caderno em uma matriz para impressão, de tal forma que
fiquem corretamente ordenados na sequência de paginação após a dobra da
folha. É possível também realizar a imposição de qualquer tipo de impresso
que tenha formato menor que o substrato de impressão para observar a
distribuição dos espaços vazios, procurando a melhor maneira de modular as
formas para obter melhor aproveitamento do substrato.
ENCADERNAÇÃO
O campo da produção gráfica, como vimos, é amplo e complexo, pois ele lida
com áreas do conhecimento de diferentes especialidades, como a química, a
mecânica, o design, a engenharia de produção, a eletrônica, a computação, o
marketing, entre outras. Alinhar tantos conhecimentos em benefício do
entendimento de conceitos fundamentais dessa linha do conhecimento não
deve servir apenas para o desenvolvimento teórico sobre o assunto, mas
também como estímulo para exercícios contínuos do leitor com a temática,
pois temos aqui um objeto de estudo com uma característica material
preponderante. Desse modo, é preciso ficar atento principalmente aos
sentidos: perceber o cheiro de um jornal impresso, diferenciar pelo tato uma
laminação fosca de um verniz reserva, distinguir visualmente uma retícula
por meio do conta-fios, desmontar uma embalagem para entender o processo
de confecção da faca especial, entre outras experiências práticas que fazem
com que os conceitos aqui lançados ganhem dimensão no imaginário do
leitor.
O processo de vivenciar a produção gráfica não é um fato apenas
individual, pois ele pode e deve ser compartilhado com pessoas que tenham
interesse no assunto. É preciso estreitar contato com profissionais, indagar
fornecedores de insumos, visitar gráficas para conhecer o fluxo de trabalho e
especificidades, frequentar feiras do setor, ir a exposições, atender a cursos
etc. No decorrer deste livro, destacamos alguns exemplos de trabalhos
reconhecidos pelo mercado, atividades de associações de classe e mudanças
de comportamento social no campo da produção gráfica, para que o leitor
tome contato real com as aplicações práticas da produção gráfica no cotidiano
e tenha base para formar repertório e incentivar a pesquisa dessas ações para
o aprendizado contínuo nessa área.
O envolvimento completo com a produção gráfica também abrange ações
cotidianas como, conhecer a logística de distribuição dos produtos, o ciclo
completo dos produtos que se consome, a identificação do tipo de substrato
usado nas embalagens antes da compra de determinado produto e seu correto
descarte após o uso, a pesquisa sobre se o fornecedor gráfico possui
certificação ambiental antes de contratá-lo, a compreensão de diferentes tipos
de substratos e a melhor forma de aproveitá-los. Essas ações contribuem para
uma formar postura crítica não apenas para projetar, produzir e negociar
produtos e serviços para o mercado gráfico, mas também para afirmar uma
atitude positiva perante o mundo em que vivemos.
Referências