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CHAOS MAGICK

Ray Sherwin

Magia do Caos tem suas raízes em toda tradição oculta e no trabalho de muitos
indivíduos.

Se alguma pessoa pode ser dita responsável, ainda que não intencionalmente, pela
presente atmosfera de opiniões, esta pessoa seria Austin Osman Spare, cujo sistema
mágico foi baseado inteiramente na sua imagem de si mesmo e sobre um modelo
egocêntrico do universo. Ele não pretendia que o sistema que ele inventou para seu
próprio uso pudesse ser usado por outros, uma vez que estava claro para ele que dois
indivíduos não poderiam beneficiar-se do mesmo sistema. Nem caiu ele na armadilha de
presumir que a informação revelada para ou por ele era pertinente para toda humanidade
como todos os messias fizeram.

Aleister Crowley veio a olhar para ele como um ‘Irmão Negro’ puramente porque ele
recusava-se a aceitar a Lei de Thelema de Crowley, preferindo ao invés disto trabalhar
além de dogmas e regras, baseando em intuição e informação levantada das profundezas
do ser.

[...]

Detalhar os métodos de Magia do Caos seria espúrio desde que eles são tratados
adequadamente nas publicações disponíveis. Entretanto seria útil apontar uma popular má
concepção que tem sido desintencionalmente encorajada por pessoas escrevendo para
revistas especializadas. Tem existido alguma confusão sobre a palavra ‘Caos’, alguns
escritores acreditando que a palavra tem sido usada neste contexto para descrever as
próprias técnicas (da magia do caos). Nada pode estar mais distante da verdade.
Enquanto é correto que alguns modos de gnosis são efetivos porque confundem as
funções racionais, em última análise eles levam a clareza, e Magistas envolvidos na
corrente do Caos tendem a ser meticulosos na maneira que organizam seus programas
de trabalho. Isto é um legado herdado do sistema ‘93’.

Formulamos o termo ‘Magia do Caos’ para indicar a aleatoriedade do universo e as


relações dos indivíduos com ele. A antítese do Caos, cosmos, é o universo
adequadamente definido pelo magista para seu próprio propósito e esta definição está
debaixo de exame constante e pode ser mudada regularmente.

Caos é expressão desta filosofia e reforça a idéia que não existe um modelo permanente
para as relações do indivíduo com tudo que ele não é. A palavra (Caos) encobre não
somente as coisas que conhecemos serem verdades, mas também aquilo que suspeitamos
poder ser verdade tanto quanto o mundo de impressões, paranóias e possibilidades.

Se existisse algo como um credo do Caos, ele seguiria as seguintes linhas:

 Eu não acredito em nada.


 Eu sei que eu sei (gnosis) e eu postulo teorias que podem ou não entrar no meu
sistema de crenças adaptadas quando tais teorias estiverem sendo testadas.
 Não existem deuses ou demônios, exceto aqueles que eu tiver estipulado dentro
de um reconhecimento e aqueles que eu tiver criado para eu mesmo.
 Eu crio e destruo crenças de acordo com sua utilidade.
 Nas palavras do sábio ‘Nada é verdadeiro, tudo é permitido!’ - contanto que
elas interfiram com ninguém.

Em nível de grupos obviamente um consenso de algum tipo deve ser alcançado. Eu uso a
palavra ‘consenso’ advertidamente, pois outras descrições do tipo ‘realidade
compartilhada’ seriam desencaminhantes, desde que nenhuma noção, além do que é
concreto pode ser compartilhada.

Ela (a realidade compartilhada) pode, no máximo, ser apreciada.

Orientação em técnicas é sempre útil, mas a confiança em livros, mesmo livros de Magia
do Caos, é no mínimo melhor ser deixada, em preferência do trabalho por instinto.

Trabalhos em grupo usualmente caem em quatro categorias - experimental, iniciatório,


repetição de ritual e celebração (para os quais muitos grupos podem juntar-se), embora
de jeito nenhum todos os grupos incluam todas as quatro categorias em seus repertórios.
Mais importante para um grupo trabalhando qualquer tipo de magia é criar e manter uma
atmosfera que excite e inspire a imaginação. Os grupos já em existência têm, em larga
escala, se distanciado das idéias determinantes dos anos setenta de que armadilhas
teatrais não são necessárias. Eles tendem a usar qualquer dispositivo que contribua com a
atmosfera mágica que desejam criar. As armas mágicas tradicionais são usadas algumas
vezes, mas mais freqüentemente, algumas novas armas peculiares para cada grupo são
construídas. Máscaras e robes são eficazes, e, portanto, largamente usados, embora
nudez não seja rejeitada (Veja o ‘Cardinal Rites of Chaos’). Até onde compete a magia
experimental, sigilização tem sido o assunto mais amplamente pesquisado, mas
telecinese, ESP e telepatia tanto quanto muitos métodos de angariar poder tem sido
examinados dentro de vários níveis de detalhe.

Magia do Caos não é procurar por convertidos, mas qualquer um que já está inclinado
para aventura mágica e que está preparado para romper um novo terreno seria
acaloradamente aceito pelos grupos existentes.
LIVROS DE MAGIA DO CAOS:

1. LIBER NULL - Pete Carroll


2. PSYCHONAUT - Pete Carroll
3. THE THEATRE OF MAGICK - Ray Sherwin
4. THE BOOK OF RESULTS - Ray Sherwin
5. CARDINAL RITES OF CHAOS - Paula Pagani

Fonte: Internet

Tradução: Pássaro da Noite

http://br.groups.yahoo.com/group/kaos-brasil

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