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FACULDADE SÃO LUIZ


História da filosofia antiga
Professor: Dr. José Francisco dos Santos
Acadêmico: Daniel Carlos Ferreira Silva
08/06/2020

Tarefa para o dia 08.06.2020

1) Apresente para sua mãe a figura de Diógenes de Sinope e seu estilo de vida
cínico, destacando a ideia de "autarquia".
R: Mãe, a senhora conhece Santo Antão, o pai do monaquismo? Pois é, os
gregos também tiveram seu “Santo Antão", mas ele não fez tanto sucesso
quanto o primeiro. Seu nome era Diógenes de Sinope, e ele era um filósofo
cínico. Os cínicos eram filósofos que buscavam a autarquia, uma espécie de
autossuficiência que só pode ser atingida através da renúncia dos prazeres
supérfluos. Porém, diferente de Santo Antão que vivia a ascese para cultivar
a vida do espírito, Diógenes desprezava toda a cultura e espiritualidade do
seu tempo. Considerava-as apenas convenções. Na verdade, podemos dizer
que ele era mais como que uma antítese de Santo Antão. Diógenes rejeitou
toda a cultura e convenções gregas, optando por viver como um “rato",
porque acreditava que a verdadeira liberdade consistia em servir a própria
natureza. Natureza esta que, para ele, residia nas nossas necessidades mais
básicas e primitivas. Seu erro foi não perceber que aquele que só serve à sua
natureza não é livre, mas escravo desta. A verdadeira liberdade do homem
consiste na vida do espírito e no cultivo da alma através das artes, das
ciências, da filosofia e da religião.
2) Faça um contraponto entre a ideia de Epicuro, de que as sensações são a
única fonte de certeza e a ideia platônica de que as sensações são
empecilhos para o conhecimento da verdade.
R: Epicuro acreditava que as sensações são a única fonte de conhecimento
possível, e que o papel da ciência e da filosofia não compreender a realidade,
mas tranquilizar a alma oferecendo uma explicação racional para os
fenômenos da natureza. Assim como Demócrito, Epicuro era materialista, e
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não acreditava em ideias ou formas como Platão e Aristóteles. O problema é


que se não existem ideias ou formas e tudo o que há é matéria, então o
conhecimento também é algo material. Entretanto, nós temos conhecimento
de coisas não existem mais, a não ser na nossa memória. E se nossa
memória fosse algo material, então ela teria uma certa massa e extensão e,
portanto, nós nos tornaríamos cada vez maiores e mais pesados. Portanto, o
conhecimento não pode ser algo material. Por outro lado, Platão acreditava
que o conhecimento verdadeiro, consistia no conhecimento das ideias
universais e eternas e dos primeiros princípios. Consequentemente, ele
acreditava que a matéria e os dados dos sentidos eram empecilhos para o
nosso conhecimento da verdade, pois a matéria e as sensações são sempre
singulares e sujeitas ao devir. Porém, essa concepção platônica baseava-se
numa antropologia dualista — mas prefiro chamar de dialética. Para Platão o
homem era espírito num corpo e, por isso, os sentidos ligados à matéria eram
um empecilho para o conhecimento. Por outro lado, para Aristóteles, o
homem era um espírito com um corpo e por isso os sentidos eram
instrumentos do conhecimento da verdade.
Utilizando e definido os termos "hedonismo", "aporia" e "ataraxia", apresente
os princípios gerais da ética epicurista.
R: A ética epicurista é uma ética hedonista — hedonismo é a crença de que o
prazer é o bem verdadeiro e que o sentido da vida é buscar o prazer e fugir
da dor — e baseada numa visão materialista do homem. Epicuro utiliza dois
conceitos fundamentais em sua ética: aponia — ausência de dor física — e
ataraxia — ausência de perturbação na alma. Isso significa que o verdadeiro
prazer consiste num estado de total pacificação e, nesse sentido, não é um
prazer positivo, pois todo prazer positivo tem um fim e quando termina sua
ausência gera dor ou perturbação, mas um prazer “budista", ou seja, a total
ausência de paixões.

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